O documento descreve o projeto arquitetônico de um cubo multifuncional desenvolvido pelo arquiteto Fah Mozão. O cubo terá estrutura metálica com um módulo interno desmontável. O projeto foi desenvolvido por Mozão e seu estagiário e utiliza soluções estruturais inovadoras como contraventamento e telhado de papelão.

2. Muito prazer!
Sou Fah Mozão, o
arquiteto premiado!

3. Fui convidado para
propor o projeto de
um cubo.

4. Sem terreno, sem norte e sem
função específica.
Terá 7,2 de largura, de
profundidade e de altura.
Um espaço multifuncional: o
cliente poderá usá-lo para uma
infinidade de atividades.

5. Como eu tenho
pouco tempo,
contratei um jovem
para tocar o projeto.

6. É um aluno.
Chama-se Ex-Tágiárus.

7. Pago a ele R$ 4,00
por hora e ele está
muito feliz por
trabalhar na minha
equipe.

8. Claro!

9. Gente, nosso cubo possui estrutura
metálica que se assentará sobre essas vigas
baldrames, que são metal sobre concreto
armado.

10. Aqui uma laje radiê servindo
de gabarito e apoio às vigas
para aumentar sua
estabilidade horizontal.

11. O Box-Uno é um
módulo em forma
de cubo que
poderá suportar
outras unidade
iguais acima.

12. Um espaço multifuncional é
diferente de um espaço sem
função definida. Multifuncional
significa que pode servir para
várias coisas: show-room, espaço
para eventos, exposição de arte,
apresentação de música, jardim de
inverno, estande de vendas, enfim:
lugares que humanos irão usar
para diversos fim.
Isto é muito diferente de não ter
função, certo?

13. Pensamos, assim, no
ser humano,
todo o tempo.
Afinal, não é esta a
função do Arquiteto?

14. O pilar é um conjunto de 3 perfis
metálicos. Isto gera boa
resistência estrutural e permite
encaixe mais fácil nas
extremidades.

15. Note que além das
pontas que se
projetam no topo
eles permitem a
fixação de consolos
em “L”.

16. Os apoios em “L” aceitam muito bem a
grelha metálica do assoalho.
A fixação da grelha por parafusos reforça o
travamento desta parte inferior da
estrutura.

18. O assoalho pode ser uma
peça única, como esta.
Mas pode ser 36 placas
de piso de 1,20 x 1,20m.
Este módulo básico de
1,20 x 1,20m pode ser
decomposto, conforme
veremos mais adiante.

19. O Box-Uno tem, como se vê, uma
estrutura externa. Dirigimos nosso
estudo para solucionar a estrutura
primária, e ela, de modo um tanto
natural, acomodou-se no perímetro da
peça.

20. Um projeto que
nasceu da maquete.
O desenho surge
depois.

21. Perfis laminados
com furos farão o
travamento na parte
alta.

22. A cobertura não suportará carga extra. Sua
função será meramente cobrir a peça e
protegê-la das intempéries.

23. O maior desafio é o travamento vertical.
Como faremos para as colunas não
vergarem?

25. A forma mais segura é o
contraventamento.
Aqui, destacamos seu tamanho para
criar uma volumetria interessante.
Fazer o X fininho pareceu-nos por
demais óbvio e pobre visualmente.

26. Bem que tentei usar outra
solução, mas esta é, de longe,
a mais segura e econômica.

27. O teto sugerido é de papelão
revestido com resina
impermeabilizante.

28. Papelão, sim.
Se o Shieguro Ban pode, eu
também posso!

29. Esse telhado terá uma inclinação e ranhuras
para facilitar o escoamento da água.
Note que os lados se projetam em beirais
para conforto dos usuários.

34. Ao resolver a estrutura primária obtivemos
uma peça tão segura que descobrimos algo
interessantíssimo: é possível criarmos um
segundo cubo, interno, completamente
solto da casca externa!
Isto significa dizer: liberdade total para o
cliente! O Box-Uno ganhou extrema
versatilidade com essa decisão.

35. Chegou a hora de ir para a
prancheta e resolver a
estrutura primária do box
interno.

49. Croqui do box interno.
Estando protegido pela
estrutura externa, pensamos
que a peça interna poderia
ser mais leve.

53. 7,20 x 7,20 =
6 x 1,20

56. Fracionando uma peça de 1,2 x 1,2 obtemos 0,60 x 0,60.
Dividindo novamente, obtemos 0,30 x 0,30.
E, por fim: 0,15 x 01,5cm.
Equivale a um azulejo. É também a altura de um degrau confortável.
Chegamos a fração elementar funcional donosso projeto!

58. Elevação frontal. Note que:
1) Há um espaço entre os 2 tetos.
2) Há um degrau, de 0,15m no
cubo menor.

60. A distância entre
o cubo interno e
o externo gerou
um espaço
valioso: uma
“varanda”
contemplativa!

62. O pé direito no
mezanino não é
tão alto, mas
tudo bem!
Pode ser bem
usado assim
mesmo.

65. Nosso cubo interno nasceu!
6,0m de altura, 4,80m de largura e
4,8m de profundidade.

66. Um “brise”?
Uma segunda
fachada?
Não. Apenas uma
tela de proteger
mamão!

68. E a vedação das
paredes?
Ah, o cliente
resolve!

74. Além do meu Box-Uno, a
turma toda fez coisas
maravilhosas.
Note que os professores
pediram uma maquete
em corte.
Eu fiz inteira porque
temia desabar a
estrutura toda!

112. Meu excelente professor:
A. Wagner.
Ensinou-me duas coisas
muito importantes:
1) Não existe arquitetura
sem solução estrutural,
ou apartada da
engenharia.
2) Preciso desenhar
melhor!

136. Agora, um cubo doido
mesmo foi o do Gabriel,
meu bróder.
Dá uma olhada.

142. Meu excelente professor:
A. Wagner.
Ensinou-me duas coisas
muito importantes:
1) Não existe arquitetura
sem solução estrutural,
ou apartada da
engenharia.
2) Preciso desenhar
melhor!

143. Meu estagiário até
que não se saiu
muito mal...

144. Todavia, terei de
demiti-lo.

145. É devagar no CAD!