O poema descreve a jornada de um espinho que cumpre os desígnios de Deus, ora no chão, ora em flores. Apesar de fielmente obedecer, o espinho questiona por que razão foi cravado na testa de Cristo.
2. Quiseste, ó Criador, que eu fosse o espinho,
e eu fui sem queixa ao que determinaste,
lançado ao chão de um agreste caminho,
ou balouçando de uma flor na haste.
3.
4. Por ti fui relegado à solidão
da mata, e cumpro a sina que me deste;
de gume em riste a afugentar a mão
que tente arrebatar-me o fruto agreste.
5.
6. Depois, Senhor tu decidiste atar-me
aos galhos de uma flor linda e cheirosa
para afastar os que ousem separar-me
da minha meiga namorada, a rosa!
7.
8. Fiel em tudo aos teus caprichos sábios,
até nas rimas fui por ti disperso;
meu nome aflora do poeta aos lábios
pra realçar as vibrações de um verso!
9.
10. No chão, no ar, em toda parte, enfim,
fui cumprindo a missão que me incumbiste;
onde me alçaste houve razões, e assim
dei provimento a tudo que pediste.
11.
12. Mas em paga da sorte a que me ataste,
perdoa-me, Deus se a confessar me humilho:
não saber por que razão tu me cravaste
na nívea fronte do teu pobre filho!
13.
14. Quiseste, ó Criador, que eu fosse o espinho,
e eu fui sem queixa ao que determinaste,
lançado ao chão de um agreste caminho,
ou balouçando de uma flor na haste.
Por ti fui relegado à solidão
da mata, e cumpro a sina que me deste;
de gume em riste a afugentar a mão
que tente arrebatar-me o fruto agreste.
Depois, Senhor tu decidiste atar-me
aos galhos de uma flor linda e cheirosa
para afastar os que ousem separar-me
da minha meiga namorada, a rosa!
15. Fiel em tudo aos teus caprichos sábios,
até nas rimas fui por ti disperso;
meu nome aflora do poeta aos lábios
pra realçar as vibrações de um verso!
No chão, no ar, em toda parte, enfim,
fui cumprindo a missão que me incumbiste;
onde me alçaste houve razões, e assim
dei provimento a tudo que pediste.
Mas em paga da sorte a que me ataste,
perdoa-me, Deus se a confessar me humilho:
não saber por que razão tu me cravaste
na nívea fronte do teu pobre filho!
16. Formatação: Luzia Gabriele
E-mail: luziagabriele@hotmail.com
Poeta: Humberto Rodrigues Neto
“Humberto - Poeta”
Criação: Luzia Gabriele
Imagens: Internet e Arquivo Pessoal
Música: Anthony Ventura e Orquestra - Release Me e Banks Of The Ohio
http://www.slideshare.net/luziagabriele
Data : 23 de Outubro de 2016