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O absentismo e os factores psicossociais
                                       no trabalho


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O absentismo e os factores
 psicossociais no trabalho




                                                                                                                               1
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O absentismo e os factores psicossociais
                    no trabalho




             “Muito do stress que as pessoas sentem não vem
                   de terem coisas demais para fazer.
             Ele vem de não ter minarem o que começaram.”

                                            Dav id Allen




                                                                                                            2
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       Índice


4        Introdução


5        Inquérito Europeu sobre Condições de Trabalho


19       O que se entende por stress


34       Ficha técnica




                                                                                                                3
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    Introdução


O stress (e as suas consequên-                              trabalho, ou pe lo menos
cias para a saúde e segurança                               pe rcebidos como tal por
dos trabalhadores) é hoje um dos                            trabalhadores e ge stores.
principais riscos no local de




                                                                                                             4
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    Inquérito Europeu sobre Condições
    de Trabalho


Segundo o 3rd European Survey                               (http://www.e urofound.eu.int/),
on Working Conditions, le vado a                            a evolução das condições de
cabo pe la Fundação Europe ia                               trabalho entre 1995 (2.º inqué -
para a Me lhoria das Condições                              rito) e 2000 (3.º inqué rito)
de Vida e de Trabalho                                       pode ria resumir-se no seguinte :




       Aument o da ex posição a fact ores de risco físicos (ruído, vibrações, subst âncias
   –
       perigosas, calor, frio, et c.);
       Post os de t rabalho inadequados (mov iment ação de cargas pesadas, post uras
   –
       de t rabalho penosas);
       I ntensificação do rit mo de t rabalho (t rabalha-se menos horas mas mais
   –
       int ensament e);
       Mudança da nat ureza do t rabalho, cada v ez mais dependent e das ex igências
   –
       do client e e das t ecnologias da informação e conheciment o;
       Aument o do número dos que t rabalham com co mput adores (41% em 2000);
   –
       Flex ibilidade, precarização, nov as formas de t rabalho;
   –
       Segregação e discriminação, afect ando as mul heres;
   –
       Violência física e psicológica (int imidação, assédio).
   –




                                                                                                             5
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O 4.º Inqué rito Europeu sobre                              trabalho que incidiu sobre uma
Condições de Trabalho, realizado                            amostra das nossas duas mil
em 2005, vem confirmar estas                                maiores empresas (com 75 ou
tendê ncias. Em te rmos de saúde                            mais trabalhadores, do se ctor de
no trabalho, as pe rturbações                               se rviços; ou com 100 ou mais,
músculo-esque léticas e o stress                            dos se ctores primário e
são hoje as duas grandes que ixas                           se cundário):
dos trabalhadores europeus.
                                                            – No final da dé cada de 1990, o
Algumas destas tendências                                      consumo de álcool, enquanto
também foram confirmadas por                                   factor de risco associado aos
Graça (2004), num estudo sobre                                 estilos de vida dos trabalha-
as políticas de saúde no local de                              dores, constituía o problema de
                                                               saúde que, de longe , mais
                                                               pre ocupava os gestores das
                                                               nossas empresas (54%);
                                                            – Em segundo lugar, na lista das
                                                               pre ocupações, vinha a
                                                               alime ntação de sequilibrada
                                                               (36%), seguida, de muito
                                                               pe rto, pe la dificuldade em lidar
                                                               com o stress (33%) e pe lo
                                                               consumo de tabaco (32%);
                                                            – Em quarto lugar, a falta de
                                                               exe rcício físico (29%), à frente
                                                               do consumo de droga (27%).




                                                                                                             6
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            Estilos de vida dos trabalhadores, motivo de preocupação para a empresa
                                            (n=258) (%)



          Nenhum                               13



Consumo de droga                                                      27



    Ex ercício físico                                                      29



       Tabagismo                                                                32



 Lidar com o stress                                                              33



     Alimentação                                                                      36



  Consumo álcool                                                                                                 54


                        0                              20                                  40                           60




                                                                                                                        7
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O sistema de gestão da                                      O problema passa também pela
segurança e saúde do trabalho                               ausência, nas nossas empresas,
tem dificuldade em incorporar                               de uma cultura da saúde .
estas preocupaçõe s dos ge stores,
                                                            O ra, já é tempo de ve r a saúde /
umas mais antigas (como álcool),
                                                            doe nça como um continuum,
outras re centes, como a droga, o
                                                            tendo num dos ex tremos o níve l
stress e o tabagismo (activo e
                                                            óptimo de bem-e star (wellness,
passivo).
                                                            como dizem os norte -
                                                            -americanos) e , no ex tremo
                                                            oposto, a morte (pre coce ou
                                                            prematura).




                                                                                                             8
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                                      O continuum saúde / doença



                                                                                         Nív el óptimo de
                                                                                       bem-est ar (wellness)

                                          Promoção




                                                 Saúde (healt h)
            Prev enção



  Ausência de doença / acident e


                                                          Sint omas de doença / lesão




                                                                                              Trat ament o
                                           Doença (illness)



                     Doença crónica / incapacidade
                             permanent e
                                                                              Reabilit ação

Mort e (premat ura)




                                                                                                                  9
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                        no trabalho




Enquanto a promoção e a pre -                                  sas, é muito mais iatrocêntrico do
venção são actividades, de sinal                               que salutocê ntrico. Ve jam -se as
positivo, viradas para a saúde , o                             suas actividades e o se u
tratamento e a reabilitação estão                              orçamento. Algumas das ide ias
viradas para a doença e a incapa-                              expostas podem se r melhor
cidade . Infelizmente , o sistema                              ente ndidas através do caso que a
de gestão da segurança e saúde                                 seguir se descre ve:
do trabalho, nas nossas empre -

      Estudo de caso: o caso do João, operário da indústria metalomecânica

O bjectivos des te estudo de caso:


     Ajudar a c ompreender e definir melhor o conceito de factores psicossociais no
–
     trabalho;
     Identificar e analisar as principais cons equências dos factores psicossociais no
–
     trabalho (produtividade / qualidade, saúde e s egurança, s atisfação no trabalho);
     Identificar factores organizacionais de s tress no trabalho, c om implicaç ões no
–
     absentismo-doença, nas empresas portuguesas ;
     Identificar outros factores (nomeadamente extra-organizacionais e individuais ),
–
     que possam estar associados ao absentis mo- doença e em espec ial ao s tresse no
     trabalho;
     Dis tinguir os diferentes sintomas de stress (comportamentais , emocionais ,
–
     ps icológicos , intelectuais , fisiológicos , psic ossomáticos ...);
     Apontar medidas concretas para prevenir e combater o s tress neste tipo de
–
     empresas e nes ta população de trabalhadores , e reduzir a incapacidade
     temporária para o trabalho.




                                                                                                                10
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Este caso pode se r utilizado em                            O grupo pode rá, por exemplo,
contexto de formação, podendo                               tentar responde r a algumas das
se r analisado e discutido em
                                                            questões inse ridas no final.
grupo.




1. O João, 38 anos, casado e pai de dois filhos, trabalha numa empresa da
indústria transformadora, que se de dica à montagem de carroçarias para
ve ículos automóveis, na região do R ibate jo.

À luz da legislação e regulamentação em vigor no dom ínio da Segurança e
Saúde no Trabalho, este é “um bom local de trabalho”. O ruído foi re du-
zido para um níve l ace itáve l e a ilum inação é boa. O João não se queixa
de desconforto té rm ico, que r no Ve rão que r no Inve rno.

Embora o João trabalhe numa linha de montagem flex íve l, com alguma
rotação de tarefas (job rotation), houve a “preocupação e rgonóm ica” [sic],
por parte da empresa, em ajustar a sua posição de trabalho de modo a
e vitar “cargas e movimentos desne cessários”.

Do ponto de vista da se gurança, a empresa é conside rada modelar, diz o
té cnico supe rior de se gurança e higiene no trabalho, o Eng.º Am ílcar,
tendo já sido galardoada duas ve zes (pe la companhia de seguros e pelo
ex-IDICT), pelas suas “boas práticas” no domínio da SHST.




                                                                                                             11
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2. O Dr. Carlos Xavie r, que é médico do trabalho re cém-adm itido na
empresa de se rviços exte rnos de SHST, que trabalha para a empresa do
João, comentou, com alguma ironia ou até humor negro, para a té cnica
supe riora de se rviço social, a Dra. Joana, que esta fábrica até podia m uito
bem se r “um exemplo de e stábulo-mode lo adaptado a local de trabalho”.

É que , apesar de tudo isto, o João sente-se triste , ansioso, e até doente .
Fuma, bebe e come demasiado. À noite tem dificuldade em adorme ce r e
acorda ce do, sentindo-se cansado e frustrado. Maria, a sua mulhe r, que é
assiste nte adm inistrativa nos se rviços municipalizados de água e sanea-
mento locais, está preocupada com as dores de cabe ça pe rsiste nte s do
João, a sua má digestão crónica, e a sua tensão alta. Ela insiste com e le
para irem, juntos, ao médico de família, mas e le resiste, alegando que
“não ia adiantar nada” e que, além disso, “não podia faltar ao trabalho”
[sic].

As coisas lá em casa também correm mal, depois de “um casamento fe liz
de 14 anos”: o re lacionamento do João já não é o mesmo em te rmos
afe ctivos, sexuais, conjugais e pare ntais. Os dois filhos do casal já de ram
conta de que “o pai não anda bem” [sic]. Tiago, o mais ve lho (12 anos),
queixa-se que o pai nunca mais jogou à bola com ele . Filipa, a mais nova
(8 anos), voltou a faze r chichi na cama depois de ouvir o pai a dize r
“coisas horríve is” à mãe (Há dias te ve um “ataque de ne rvos” e partiu os
pratos todos que estavam em cima da mesa, posta para o jantar...).




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O absentismo e os factores psicossociais
                     no trabalho




No último inve rno (2005), o João acabou por faltar ao trabalho, te ndo
estado acamado durante cinco dias úte is, por imposição do médico de
família, aprese ntando os clássicos sintomas da gripe sazonal (arrepios,
fe bre , tosse, dores de garganta, mal-estar, falta de forças). O João, que
não tinha quaisque r faltas até então, acabou por pe rde r o prém io de
produção desse ano. “O prémio é para quem está, não falta, produz”, diz
o novo dire ctor.

3. Ve jamos como é que tudo isto aconte ceu. A empresa onde o João
trabalha, praticamente desde que abandonou a escola sem te r chegado a
comple tar o 9.º ano de escolaridade, enfrentou o ano passado uma sé rie
de problemas (e conómicos, finance iros, come rciais, té cnicos e
organizacionais) devido à alte ração da sua estraté gia de negócio, ao seu
reposicionamento no me rcado e à ree struturação do seu sistema de
produção e de vendas.

A empre sa, fundada nos anos 30, sempre te ve sucesso no me rcado
inte rno enquanto foi uma PME de controlo accionista familiar, mas a sua
situação finance ira degradou-se ao longo da dé cada de 1990. Hoje , a
maioria do capital já está nas mãos do grupo finance iro e e conómico a que
pe rte nce o seu principal cre dor (um conhe cido banco come rcial).




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O absentismo e os factores psicossociais
                     no trabalho




A mudança de administração (e de estilo de gestão) foi dolorosa para
muita ge nte. O se guro de saúde / doença e outras regalias sociais foram
cortadas. E até o re feitório da empresa foi fe chado.

A aposta dos “novos patrões sem rosto” (como alguém lhes chamou) é a
inte rnacionalização, com a construção de uma fábrica em Espanha.

Entre tanto, iniciou-se um processo de downsizing (um palavrão que o
João nunca tinha ouvido falar antes) e foi desenhado um novo layout de
produção (outra expressão desconhe cida).

A empre sa de spediu ce rca de 30% do pessoal mais antigo e menos
qualificado, incluindo um tio mate rno do João. O despedimento de
quarenta pessoas, quase todas da te rra, te ve um impacto m uito grande
no concelho e na região.

4. O novo dire ctor fabril, que vem todos os dias de Lisboa, incita o pessoal
a “trabalhar mais e me lhor”. Tem havido um maior re curso – conforme as
encomendas – ao trabalho suplementar, que por vezes nem seque r é
pago. Já houve que ixas do Sindicato à Inspe cção-Ge ral do Trabalho.

Os novos gestore s tratam os trabalhadore s como “colaboradore s” e
gostam de usar palavras, complicadas para o João, como
“responsabilidade social”, “flexibilidade ”, “empode ramento”, e tc..




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                     no trabalho




Quanto ao trabalho que o João exe cuta, passou a se r mais monótono,
com um pe queno núme ro de tarefas simples e repe titivas e um ciclo ope -
ratório curto. O controlo de qualidade passou a se r uma função espe cia-
lizada. Há alguma rotação de tarefas nos postos de trabalho vizinhos.

Em 2005, foi instituído um prémio de produtividade, que penaliza as faltas
de assiduidade e os atrasos. O João, que e ra um bom ope rário, se nte-se
agora desmotivado. E está a te r alguma dificuldade para lidar com as
novas máquinas computorizadas, que exigem conhe cimentos que e le não
possuía.

Por outro lado, as mais re centes rescisões de contrato causaram uma
natural inquietação e ntre os trabalhadores, habituados que estavam a um
“emprego estável e se guro” numa empre sa que “e ra uma grande fam ília”
[sic].

Em contrapartida, foram re crutados alguns trabalhadore s do leste e uropeu
(sobre tudo ucranianos). São acusados de “trabalharem como uns malu-
cos” [sic]. O ambiente de trabalho tornou-se mais crispado, have ndo
inclusive alguns indícios de xenofobia.

O pessoal te nde a ajudar-se menos uns aos outros. Todos re ce iam se r
abrangidos pe los próx imos despedimentos e ninguém que r ve r o seu
ordenado diminuído ao fim do mês. O clima organizacional de gradou-se .
O novo dire ctor já ameaçou com a deslocalização da fábrica para Espanha.




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                     no trabalho




5. O João, que “paga as quotas ao sindicato mas não se inte ressa por
política” [sic], se nte que pre cisa de ajuda e de desabafar com alguém . Há
dias este ve tentado a falar com o novo médico do trabalho, mas ainda não
tem confiança com ele . Mas falou com a enfe rmeira Isabel, que é da te rra
e é sua conhe cida e que continuou a trabalhar no “posto clínico” da
empresa. Foi ela que o apresentou à té cnica supe rior de se rviço social,
a Dra. Joana.

Acrescente-se que a empresa pre tende obte r a ce rtificação do seu sistema
de gestão da qualidade, mas e stá com dificuldade em e nvolve r os colabo-
radores nesse proce sso. “Não há tradição na empresa”, dizem.

O próprio clube de pessoal e stá com dificuldades de funcionamento – o
clube desportivo, re creativo e cultural que e ra o orgulho do fundador da
empresa e que e ra (e ainda é) financiado pe la empresa (não se sabe até
quando).

Entre tanto, o João vai faze r um curso de formação profissional (“re cicla-
gem ”, disse ram -lhe), e isso também o não ajuda muito porque é uma
situação nova para e le. É como “voltar aos bancos da escola”, vinte e tal
anos de pois.

O Eng.º Amílcar, o re sponsáve l pela área da segurança, está preocupado
com o aumento dos acidente s sem baixa (menos de um dia), re sultantes
de peque nos fe rimentos e lesões, incluindo os incidentes. Ele re conhe ce




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                     no trabalho




e os trabalhadore s andam “te nsos”. Também tem aumentado a
conflitualidade e ntre e les (discussõe s ve rbais, ameaças, e tc.).

De vido à cultura autoritário-pate rnalista he rdada do se u passado de
empresa fam iliar, não há de facto uma tradição de participação dos cola-
boradores na gestão do sistema té cnico e organizacional do trabalho.
Me smo a comissão (paritária) de higiene e segurança que chegou a fun-
cionar bem , está hoje parada, comenta o Eng.º Amílcar com preocupação.




A dire cção da empre sa também não está satisfe ita com a inve rsão de
alguns indicadores do tableau de bord, a come çar pelo absentismo por
doe nça e acidente .




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                                            Faça você mesmo

Apresentam-se de seguida algumas questões para resolver num eventual trabalho
de grupo:


     O que é que o D r. Carlos queria dizer ao comentar, ironic amente, que esta
–
     empresa até poderia s er “um bom exemplo de es tábulo- modelo adaptado a
     local de trabalho”?
     Identifique e analise sumariamente os principais factores de risco psicossocial a
–
     que está sujeito o J oão, na situação de trabalho acima desc rita, dis tinguindo os
     vários factores de stress :
      O rganizacionais (c onteúdo, organização e demais condições de trabalho…);
      Extra-organizacionais (família, comunidade…); e
      Individuais (personalidade, história de vida, etc .).


                 Factores                           Factores                          Factores
            Organizacionais                Extra-Organizacionais                     Individuais




     Por que é que o João está a lidar mal com o que se passa no seu local de
–
     trabalho?
     Como pode a equipa de segurança e s aúde do trabalho, c om o contributo
–
     qualificado da D ra. J oana, do D r. Carlos , da enfermeira Ana e do Eng.º Amílcar,
     ajudar o João, os demais trabalhadores e a empresa onde trabalham?




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                     O Que se Entende por Stress?


                 O te rmo re fe re-se a qualque r                            tensão e conflito. As coisas boas
                 ex igência exte rior ao indivíduo,                          da vida também são stre ssantes,
                 criando um estado de tensão ou                              na medida em que implicam
                 de ameaça, em re lação ao qual                              mudança / adaptação por parte
                 te rá que have r uma mudança ou                             do indivíduo: vd. enamoramento,
                 adaptação.                                                  casamento, promoção na
                                                                             carreira, fé rias, viagens, e tc..
                 Em condiçõe s normais, a
Acontecimentos
                 inte racção indivíduo / ambiente                            O que importa sublinhar, para
  stressantes
                 não implica ne ce ssariamente                               além da existê ncia de causas ou
                 tensão ou ameaça. Há                                        factores de stress exógenos,
                 aconte cimentos que são em si                               ex te riores ao indivíduo, é a
                 stre ssantes (a gue rra, a                                  centralidade do indivíduo
                 violê ncia, a doença, os de sastres                         (pe rsonalidade, biologia,
                 naturais, a morte do cônjuge , a                            expe riência, treino, idade ,
                 prisão, um acide nte de                                     gé ne ro, e tc.), as diferentes
                 automóve l, e tc.).                                         maneiras como cada um de
                                                                             nós lida com as situações
                 O stress não se limita às                                   (e stilos de coping) e os
                 situações-limites (as chamadas                              resultados (positivos ou
                 situações de vida ou de morte),                             ne gativos) que isso pode ter
                 nem mesmo às situações de




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para a saúde, o bem-estar, o                                O nosso organismo tem sempre
desempenho.                                                 um ce rto nível de stress. O sue co
                                                            Lenhart Le vi, um dos grandes
Em fisiologia e medicina, o te rmo                          espe cialistas do stress no
stress refe re -se à estratégia de                          trabalho, compara o stress a um
adaptação do nosso organismo                                “ace le rador”: ace le rar, “dar mais
na sequência de qualque r                                   ou menos gás”, e is a que stão.
influência, mudança, ex igência,
ameaça ou constrangimento por                               No caso atrás exposto, o stress –
e le enfre ntado. Em e ngenharia,                           para o João – é tudo aquilo que é
significa “uma força que de forma                           pe rcebido e /ou avaliado como
os corpos”.                                                 uma ameaça, exigê ncia ou
                                                            constrangimento.




                É todo um conjunto de factores organizacionais
                (e extra-organizacionais):
                    A mudança de administ ração;
                –
                    A redução de post os de t rabalho;
                –
                    O despediment o de colegas;
                –
                    A formação;
                –
                    A compet ição;
                –
                    A globalização da economia.
                –




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                            Stress no trabalho: João, 38 anos...


                                                                                       Sint omas
                                                                                      fisiológicos
                                                                                     psicológicos
       Fact ores
    organizacionais                                                              comport ament ais




                                                                                        Doença



         Fact ores
 ext ra-organizacionais
                                                                                    Programa
                                                                                 psicobiológico




                                               I ndiv íduo




                                                                                                            21
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                     no trabalho




É sabido que temos o mesmo                                  de três sé culos e a sociedade da
ge noma dos nossos antepassados                             informação e do conhe cimento
mais antigos de há 100 m il anos.                           ape nas trê s escassas dezenas
Somos primatas e pe rtencemos à                             de anos. Inte le ctualizámos a
espé cie Homo Sapiens Sapiens.                              produção.
Só há menos de 10 mil anos
                                                            A gestão da informação e do
de ixámos a nossa condição de
                                                            conhe cimento passou a se r a
caçadores-re cole ctore s,
                                                            base de uma re volução sem
nómadas.
                                                            pre cedentes. Hoje somos
Como e spé cie animal                                       totalmente se dentários,
biologicamente bem-sucedida,                                trabalhamos se ntados fre nte a
fomos preparados para fugir ou                              um computador, em rede .
lutar (flight or fight) face a
                                                            Mudanças ambientais
ameaças exte rnas, por exemplo,
os predadores.
                                                            O que mudou profundamente foi
                                                            o ambie nte (sócio-e cológico) em
Tornámo-nos e ntre tanto pastores
                                                            que nascemos, vivemos,
e agricultores, passámos a vive r
                                                            respiramos, crescemos, amamos,
em alde ias e de pois em cidades.
                                                            trabalhamos, consumimos,
Fizemo-nos arte sãos. Inve ntámos
                                                            enve lhe cemos e morremos.
a civilização há poucos m ilé nios.

                                                            No caso do João, o que mudou foi
Por sua vez, a primeira re volução
                                                            o seu local de trabalho, as suas
industrial (a produção e o
                                                            condições de trabalho, o
consumo em massa) tem menos




                                                                                                             22
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O absentismo e os factores psicossociais
                     no trabalho




conteúdo, a organização e as
demais condições de trabalho.
Mas também os factores ex tra-
-organizacionais: a família, a
comunidade, o me rcado, o país,
a e conom ia.

O stress continua a faze r parte
do nosso programa psico-
biológico. No sentido médico ou
fisiológico (adaptação), o stress
não pode se r e lim inado. O que
de ve se r evitado e combatido é
o stress no sentido té cnico, na
acepção que lhe dá a engenharia
(deformação).




                                                                                                             23
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                    Stress no trabalho: João, 38 anos, trabalhador...




Factores organizacionais

        Downsizing                                                                      Sint omas
      Reestrut uração
I ntensificação do trabalho
    Trabalho monót ono e
         repetit iv o
  Relações de t rabalho
 Clima organizacional ...
                                                                                         Doença




          Fact ores                                                                  Programa
  ext ra-organizacionais                                                          psicobiológico




                                                 I ndiv íduo




                                                                                                             24
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    Stress no trabalho: João, 38 anos, trabalhador, português, casado...



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                                                                                      Fisiológicos
                                                                                     Psicológicos
Fact ores organizacionais                                                        Comport ament ais




                                                                                        Doença


       Factores
 extra-organizacionais

         País
                                                                                    Programa
      Economia
                                                                                 psicobiológico
 Mercado de t rabalho,
       Família...




                                                I ndiv íduo




                                                                                                            25
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Síntese                                                     O indivíduo, juntamente com a
                                                            sua re de de suporte social,
Em te rmos simplificados, pode                              constituem o conjunto dos
dize r-se que o stress é um                                 re cursos para enfrentar os
processo de avaliação cognitiva                             factores de stress.
das situaçõe s.

Ne sse processo inte rfe rem não só
as caracte rísticas do indivíduo
(pe rsonalidade, conhe cimentos,
compe tências, aptidões…), mas
também as variáveis re lacionais,
por exemplo, o suporte social, ou
apoio tanto instrumental como
expre ssivo dado pe los outros.

Esse apoio pode se r institucional
(a empresa onde o indivíduo
trabalha, o chefe de e quipa, os
colegas, o médico do trabalho)
como extra-institucional (a
família, os vizinhos, os amigos).




                                                                                                             26
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             Stress no trabalho: João, 38 anos, trabalhador, casado,
                                  com fraca escolaridade...


                                                                                        Sintomas

                                                                                      Fisiológicos
                                                                                     Psicológicos
Fact ores organizacionais                                                        Comport ament ais




                                                                                        Doença




        Fact ores
 ext ra-organizacionais
                                                                                    Programa
                                                                                 psicobiológico




                      Conheciment o
                      Apt idões / capacidades
                      Personalidade
                      Suport e social (mulher, médico de família, ...)
                      Formação / t reino
                      Ex periência
                      Hist ória de v ida ...




                                                                                                            27
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Factores de risco                                           dos núme ros, auto-suficiência,
                                                            expre ssão vocal, agitação
Além da idade (e do gé ne ro), há                           contínua, se ntimento de culpa,
outros factore s de risco (ou                               sentido de urgência,
vulne rabilidade ) que têm a ve r                           mate rialismo, gestualidade
com ce rtas caracte rísticas                                ne urótica, pluriactividade ,
individuais (ex .: o tipo de                                singularidade de inte re sses,
pe rsonalidade , o nível de                                 im paciência, alienação,
ne urotismo, e tc.).                                        agre ssividade, ave rsão a delegar,
                                                            propensão ao conflito,
Friedman e Rose nman (1974),                                pe rfe ccionismo, intole rância, e tc..
dois cardiologistas ame ricanos,
popularizam a ideia de que os                               O e stado de stress (ou strain,
indivíduos de tipo A corriam um                             tensão), produzido pe los factores
risco significativamente maior de                           de stress (stressors), põe em
doe nça coronária do que os de                              causa o equilíbrio do indivíduo, o
tipo B (ou se ja, com um padrão                             seu bem-e star físico e mental, a
comportamental oposto).                                     sua e ficácia e e ficiência, a sua
                                                            capacidade para desempenhar os
São conhe cidos alguns dos traços                           seus papéis (como pai / mãe,
de pe rsonalidade ou padrão                                 trabalhador/a, gestor/a,
comportamental de tipo A: mania                             cidadão/ã, e tc.).


                    A resposta do indivíduo assume a forma de
                    manifestações ou sintomas que podem ser:
                        Fisiológicos (aument o do rit mo cardíaco, da secreção
                    –
                        gástrica ou da t ensão muscular, et c.);
                        Psicológicos (angústia, medo, ansiedade, et c.);
                    –
                        Comport ament ais (aument o do consumo de cigarros
                    –
                        ou de álcool, etc.).




                                                                                                             28
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                    no trabalho




                   Stress no trabalho: João, 38 anos, trabalhador...



                                                                                        Sintomas

                                                                                      Fisiológicos
                                                                                     Psicológicos
Fact ores organizacionais                                                        Comport ament ais




                                                                                        Doença




        Fact ores                                                                      Programa
 ext ra-organizacionais                                                             psicobiológico

                                                                            Sist ema nerv oso simpático
                                                                                  Sist ema endócrino




                                                I ndiv íduo




                                                                                                            29
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                                       no trabalho




                 Stress no trabalho: João, 38 anos, trabalhador, português, casado, doente...




                                                                                                  Sintomas

                                                                          Fisiológicos (pert urbações do sono, cansaço,
                                                                              dores de cabeça, má digest ão, tensão
Fact ores organizacionais                                                                  art erial, ex aust ão...)
                                                                                 Psicológicos (t rist eza, frust ração…)
                                                                          Comportamentais (t abaco, álcool, comida…)




                                                                                   Doença

        Fact ores
 ext ra-organizacionais

                                                                                  Programa
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                                          I ndiv íduo




                                                                                                                              30
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O absentismo e os factores psicossociais
                     no trabalho




Há, por vezes, claros indícios ou                           coping e , sobre tudo, dos
sintomas, de natureza física,                               pote nciais factores, fontes ou
psicológica, intele ctual ou                                causas de stress) é o prime iro
comportamental, de que a                                    passo para pre venir as suas
resposta (coping) ao stress não é                           consequê ncias negativas, a
adequada nem e ficaz, caso, por                             médio e longo prazo.
exemplo, do “João” do re fe rido
                                                            Grande parte dessas conse -
estudo de caso.
                                                            quências para a saúde são já
O conhe cimento desse s sintomas                            conhe cidas. Aqui vão algumas, a
(a par dos nossos estilos de                                título exemplificativo:




      Sint omas musculares: (t ensão / dores nas cost as, no pescoço, nos membros
  –
      superiores e inferiores, etc.);
      Problemas do aparelho digest iv o: (indigest ão, v ómit os, azia, prisão de v entre,
  –
      irrit ação do int est ino grosso, et c.);
      Sint omas cardiov asculares (palpit ações, arrit mia, dores no peit o, et c.);
  –
      Queix as pulmonares (dificuldades respiratórias, et c.);
  –
      Disfunções do sist ema nerv oso central (desordens funcionais ment ais ou
  –
      emocionais, pert urbações do sono, cefaleias, fadiga, et c.);
      Problemas sex uais (menst ruação dolorosa, frigidez, impot ência, et c.).
  –




                                                                                                             31
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O absentismo e os factores psicossociais
                     no trabalho




Stress disfuncional                                         O distress tem ainda um e feito de
                                                            bola de neve na vida social e
Para além de doenças como a                                 familiar do trabalhador, redu-
úlce ra péptica, a colite, a asma,                          zindo, por exemplo, a capacidade
as enxaque cas, as pe rturbações                            de inte rvenção, inte racção,
psicossomáticas, e tc., o stress                            coope ração e participação,
disfuncional, de sinal negativo                             exe rcício da cidadania, e tc..
(ou distress) manifesta-se
                                                            Hoje em dia, tanto nos EUA como
também a nível do apare lho
                                                            na União Europe ia, mais de
psíquico, sob a forma de sofri-
                                                            me tade do absentismo − doença
mento, de pressão e pe rturbações
                                                            no local de trabalho − é impu-
do comportamento, incluindo o
                                                            tado aos factores psicossociais e,
suicídio e a tentativa de suicídio.
                                                            nomeadamente , ao stress.




                   A prevenção do stress no trabalho implica uma
                   acção concertada e integrada a três níveis:
                       A organização (incluindo a organização do t rabalho);
                   –
                       O indiv íduo (recursos, conheciment os, compet ências,
                   –
                       et c.); e
                       O sist ema societ al (incluindo a rede de suport e social).
                   –




                                                                                                             32
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O absentismo e os factores psicossociais
                          no trabalho




            Prevenção do stress no trabalho: acção concertada a três níveis




                                   Stress no trabalho




                                                                                         B. Indivíduo
A. Organização
                                                                                         (recursos...)
  (trabalho...)



                                     C. Sistema societal
                                           (apoio...)




                                                                                                                  33
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O absentismo e os factores psicossociais
                     no trabalho




     Ficha técnica


Título:                O absentismo e os factores psicossociais no trabalho

Coordenação: Luís Graça

Editora:               Ve rlag Dashöfe r Portugal
                       Edições Profissionais, Lda.
                       Edifício Pessoa
                       Rua da Olive ira ao Carmo, n.º 8 - 4.º piso
                       1200-309 Lisboa
                       Te l.: +351 213 10 19 00
                       Fax: +351 213 10 19 99


                       www.dashofe r.pt


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ser considerados meios de consultadoria jurídica ou o utra. A utilização deste guia não substitui a consulta
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elaborados de boa -fé e com base nos conhecimentos dispo níveis à data da sua publicação. As constantes
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  • 2. O absentismo e os factores psicossociais no trabalho “Muito do stress que as pessoas sentem não vem de terem coisas demais para fazer. Ele vem de não ter minarem o que começaram.” Dav id Allen 2 Copyright © 2008 Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, Edições Profissionais Sociedade Unipessoal, Lda.
  • 3. O absentismo e os factores psicossociais no trabalho Índice 4 Introdução 5 Inquérito Europeu sobre Condições de Trabalho 19 O que se entende por stress 34 Ficha técnica 3 Copyright © 2008 Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, Edições Profissionais Sociedade Unipessoal, Lda.
  • 4. O absentismo e os factores psicossociais no trabalho Introdução O stress (e as suas consequên- trabalho, ou pe lo menos cias para a saúde e segurança pe rcebidos como tal por dos trabalhadores) é hoje um dos trabalhadores e ge stores. principais riscos no local de 4 Copyright © 2008 Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, Edições Profissionais Sociedade Unipessoal, Lda.
  • 5. O absentismo e os factores psicossociais no trabalho Inquérito Europeu sobre Condições de Trabalho Segundo o 3rd European Survey (http://www.e urofound.eu.int/), on Working Conditions, le vado a a evolução das condições de cabo pe la Fundação Europe ia trabalho entre 1995 (2.º inqué - para a Me lhoria das Condições rito) e 2000 (3.º inqué rito) de Vida e de Trabalho pode ria resumir-se no seguinte : Aument o da ex posição a fact ores de risco físicos (ruído, vibrações, subst âncias – perigosas, calor, frio, et c.); Post os de t rabalho inadequados (mov iment ação de cargas pesadas, post uras – de t rabalho penosas); I ntensificação do rit mo de t rabalho (t rabalha-se menos horas mas mais – int ensament e); Mudança da nat ureza do t rabalho, cada v ez mais dependent e das ex igências – do client e e das t ecnologias da informação e conheciment o; Aument o do número dos que t rabalham com co mput adores (41% em 2000); – Flex ibilidade, precarização, nov as formas de t rabalho; – Segregação e discriminação, afect ando as mul heres; – Violência física e psicológica (int imidação, assédio). – 5 Copyright © 2008 Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, Edições Profissionais Sociedade Unipessoal, Lda.
  • 6. O absentismo e os factores psicossociais no trabalho O 4.º Inqué rito Europeu sobre trabalho que incidiu sobre uma Condições de Trabalho, realizado amostra das nossas duas mil em 2005, vem confirmar estas maiores empresas (com 75 ou tendê ncias. Em te rmos de saúde mais trabalhadores, do se ctor de no trabalho, as pe rturbações se rviços; ou com 100 ou mais, músculo-esque léticas e o stress dos se ctores primário e são hoje as duas grandes que ixas se cundário): dos trabalhadores europeus. – No final da dé cada de 1990, o Algumas destas tendências consumo de álcool, enquanto também foram confirmadas por factor de risco associado aos Graça (2004), num estudo sobre estilos de vida dos trabalha- as políticas de saúde no local de dores, constituía o problema de saúde que, de longe , mais pre ocupava os gestores das nossas empresas (54%); – Em segundo lugar, na lista das pre ocupações, vinha a alime ntação de sequilibrada (36%), seguida, de muito pe rto, pe la dificuldade em lidar com o stress (33%) e pe lo consumo de tabaco (32%); – Em quarto lugar, a falta de exe rcício físico (29%), à frente do consumo de droga (27%). 6 Copyright © 2008 Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, Edições Profissionais Sociedade Unipessoal, Lda.
  • 7. O absentismo e os factores psicossociais no trabalho Estilos de vida dos trabalhadores, motivo de preocupação para a empresa (n=258) (%) Nenhum 13 Consumo de droga 27 Ex ercício físico 29 Tabagismo 32 Lidar com o stress 33 Alimentação 36 Consumo álcool 54 0 20 40 60 7 Copyright © 2008 Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, Edições Profissionais Sociedade Unipessoal, Lda.
  • 8. O absentismo e os factores psicossociais no trabalho O sistema de gestão da O problema passa também pela segurança e saúde do trabalho ausência, nas nossas empresas, tem dificuldade em incorporar de uma cultura da saúde . estas preocupaçõe s dos ge stores, O ra, já é tempo de ve r a saúde / umas mais antigas (como álcool), doe nça como um continuum, outras re centes, como a droga, o tendo num dos ex tremos o níve l stress e o tabagismo (activo e óptimo de bem-e star (wellness, passivo). como dizem os norte - -americanos) e , no ex tremo oposto, a morte (pre coce ou prematura). 8 Copyright © 2008 Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, Edições Profissionais Sociedade Unipessoal, Lda.
  • 9. O absentismo e os factores psicossociais no trabalho O continuum saúde / doença Nív el óptimo de bem-est ar (wellness) Promoção Saúde (healt h) Prev enção Ausência de doença / acident e Sint omas de doença / lesão Trat ament o Doença (illness) Doença crónica / incapacidade permanent e Reabilit ação Mort e (premat ura) 9 Copyright © 2008 Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, Edições Profissionais Sociedade Unipessoal, Lda.
  • 10. O absentismo e os factores psicossociais no trabalho Enquanto a promoção e a pre - sas, é muito mais iatrocêntrico do venção são actividades, de sinal que salutocê ntrico. Ve jam -se as positivo, viradas para a saúde , o suas actividades e o se u tratamento e a reabilitação estão orçamento. Algumas das ide ias viradas para a doença e a incapa- expostas podem se r melhor cidade . Infelizmente , o sistema ente ndidas através do caso que a de gestão da segurança e saúde seguir se descre ve: do trabalho, nas nossas empre - Estudo de caso: o caso do João, operário da indústria metalomecânica O bjectivos des te estudo de caso: Ajudar a c ompreender e definir melhor o conceito de factores psicossociais no – trabalho; Identificar e analisar as principais cons equências dos factores psicossociais no – trabalho (produtividade / qualidade, saúde e s egurança, s atisfação no trabalho); Identificar factores organizacionais de s tress no trabalho, c om implicaç ões no – absentismo-doença, nas empresas portuguesas ; Identificar outros factores (nomeadamente extra-organizacionais e individuais ), – que possam estar associados ao absentis mo- doença e em espec ial ao s tresse no trabalho; Dis tinguir os diferentes sintomas de stress (comportamentais , emocionais , – ps icológicos , intelectuais , fisiológicos , psic ossomáticos ...); Apontar medidas concretas para prevenir e combater o s tress neste tipo de – empresas e nes ta população de trabalhadores , e reduzir a incapacidade temporária para o trabalho. 10 Copyright © 2008 Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, Edições Profissionais Sociedade Unipessoal, Lda.
  • 11. O absentismo e os factores psicossociais no trabalho Este caso pode se r utilizado em O grupo pode rá, por exemplo, contexto de formação, podendo tentar responde r a algumas das se r analisado e discutido em questões inse ridas no final. grupo. 1. O João, 38 anos, casado e pai de dois filhos, trabalha numa empresa da indústria transformadora, que se de dica à montagem de carroçarias para ve ículos automóveis, na região do R ibate jo. À luz da legislação e regulamentação em vigor no dom ínio da Segurança e Saúde no Trabalho, este é “um bom local de trabalho”. O ruído foi re du- zido para um níve l ace itáve l e a ilum inação é boa. O João não se queixa de desconforto té rm ico, que r no Ve rão que r no Inve rno. Embora o João trabalhe numa linha de montagem flex íve l, com alguma rotação de tarefas (job rotation), houve a “preocupação e rgonóm ica” [sic], por parte da empresa, em ajustar a sua posição de trabalho de modo a e vitar “cargas e movimentos desne cessários”. Do ponto de vista da se gurança, a empresa é conside rada modelar, diz o té cnico supe rior de se gurança e higiene no trabalho, o Eng.º Am ílcar, tendo já sido galardoada duas ve zes (pe la companhia de seguros e pelo ex-IDICT), pelas suas “boas práticas” no domínio da SHST. 11 Copyright © 2008 Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, Edições Profissionais Sociedade Unipessoal, Lda.
  • 12. O absentismo e os factores psicossociais no trabalho 2. O Dr. Carlos Xavie r, que é médico do trabalho re cém-adm itido na empresa de se rviços exte rnos de SHST, que trabalha para a empresa do João, comentou, com alguma ironia ou até humor negro, para a té cnica supe riora de se rviço social, a Dra. Joana, que esta fábrica até podia m uito bem se r “um exemplo de e stábulo-mode lo adaptado a local de trabalho”. É que , apesar de tudo isto, o João sente-se triste , ansioso, e até doente . Fuma, bebe e come demasiado. À noite tem dificuldade em adorme ce r e acorda ce do, sentindo-se cansado e frustrado. Maria, a sua mulhe r, que é assiste nte adm inistrativa nos se rviços municipalizados de água e sanea- mento locais, está preocupada com as dores de cabe ça pe rsiste nte s do João, a sua má digestão crónica, e a sua tensão alta. Ela insiste com e le para irem, juntos, ao médico de família, mas e le resiste, alegando que “não ia adiantar nada” e que, além disso, “não podia faltar ao trabalho” [sic]. As coisas lá em casa também correm mal, depois de “um casamento fe liz de 14 anos”: o re lacionamento do João já não é o mesmo em te rmos afe ctivos, sexuais, conjugais e pare ntais. Os dois filhos do casal já de ram conta de que “o pai não anda bem” [sic]. Tiago, o mais ve lho (12 anos), queixa-se que o pai nunca mais jogou à bola com ele . Filipa, a mais nova (8 anos), voltou a faze r chichi na cama depois de ouvir o pai a dize r “coisas horríve is” à mãe (Há dias te ve um “ataque de ne rvos” e partiu os pratos todos que estavam em cima da mesa, posta para o jantar...). 12 Copyright © 2008 Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, Edições Profissionais Sociedade Unipessoal, Lda.
  • 13. O absentismo e os factores psicossociais no trabalho No último inve rno (2005), o João acabou por faltar ao trabalho, te ndo estado acamado durante cinco dias úte is, por imposição do médico de família, aprese ntando os clássicos sintomas da gripe sazonal (arrepios, fe bre , tosse, dores de garganta, mal-estar, falta de forças). O João, que não tinha quaisque r faltas até então, acabou por pe rde r o prém io de produção desse ano. “O prémio é para quem está, não falta, produz”, diz o novo dire ctor. 3. Ve jamos como é que tudo isto aconte ceu. A empresa onde o João trabalha, praticamente desde que abandonou a escola sem te r chegado a comple tar o 9.º ano de escolaridade, enfrentou o ano passado uma sé rie de problemas (e conómicos, finance iros, come rciais, té cnicos e organizacionais) devido à alte ração da sua estraté gia de negócio, ao seu reposicionamento no me rcado e à ree struturação do seu sistema de produção e de vendas. A empre sa, fundada nos anos 30, sempre te ve sucesso no me rcado inte rno enquanto foi uma PME de controlo accionista familiar, mas a sua situação finance ira degradou-se ao longo da dé cada de 1990. Hoje , a maioria do capital já está nas mãos do grupo finance iro e e conómico a que pe rte nce o seu principal cre dor (um conhe cido banco come rcial). 13 Copyright © 2008 Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, Edições Profissionais Sociedade Unipessoal, Lda.
  • 14. O absentismo e os factores psicossociais no trabalho A mudança de administração (e de estilo de gestão) foi dolorosa para muita ge nte. O se guro de saúde / doença e outras regalias sociais foram cortadas. E até o re feitório da empresa foi fe chado. A aposta dos “novos patrões sem rosto” (como alguém lhes chamou) é a inte rnacionalização, com a construção de uma fábrica em Espanha. Entre tanto, iniciou-se um processo de downsizing (um palavrão que o João nunca tinha ouvido falar antes) e foi desenhado um novo layout de produção (outra expressão desconhe cida). A empre sa de spediu ce rca de 30% do pessoal mais antigo e menos qualificado, incluindo um tio mate rno do João. O despedimento de quarenta pessoas, quase todas da te rra, te ve um impacto m uito grande no concelho e na região. 4. O novo dire ctor fabril, que vem todos os dias de Lisboa, incita o pessoal a “trabalhar mais e me lhor”. Tem havido um maior re curso – conforme as encomendas – ao trabalho suplementar, que por vezes nem seque r é pago. Já houve que ixas do Sindicato à Inspe cção-Ge ral do Trabalho. Os novos gestore s tratam os trabalhadore s como “colaboradore s” e gostam de usar palavras, complicadas para o João, como “responsabilidade social”, “flexibilidade ”, “empode ramento”, e tc.. 14 Copyright © 2008 Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, Edições Profissionais Sociedade Unipessoal, Lda.
  • 15. O absentismo e os factores psicossociais no trabalho Quanto ao trabalho que o João exe cuta, passou a se r mais monótono, com um pe queno núme ro de tarefas simples e repe titivas e um ciclo ope - ratório curto. O controlo de qualidade passou a se r uma função espe cia- lizada. Há alguma rotação de tarefas nos postos de trabalho vizinhos. Em 2005, foi instituído um prémio de produtividade, que penaliza as faltas de assiduidade e os atrasos. O João, que e ra um bom ope rário, se nte-se agora desmotivado. E está a te r alguma dificuldade para lidar com as novas máquinas computorizadas, que exigem conhe cimentos que e le não possuía. Por outro lado, as mais re centes rescisões de contrato causaram uma natural inquietação e ntre os trabalhadores, habituados que estavam a um “emprego estável e se guro” numa empre sa que “e ra uma grande fam ília” [sic]. Em contrapartida, foram re crutados alguns trabalhadore s do leste e uropeu (sobre tudo ucranianos). São acusados de “trabalharem como uns malu- cos” [sic]. O ambiente de trabalho tornou-se mais crispado, have ndo inclusive alguns indícios de xenofobia. O pessoal te nde a ajudar-se menos uns aos outros. Todos re ce iam se r abrangidos pe los próx imos despedimentos e ninguém que r ve r o seu ordenado diminuído ao fim do mês. O clima organizacional de gradou-se . O novo dire ctor já ameaçou com a deslocalização da fábrica para Espanha. 15 Copyright © 2008 Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, Edições Profissionais Sociedade Unipessoal, Lda.
  • 16. O absentismo e os factores psicossociais no trabalho 5. O João, que “paga as quotas ao sindicato mas não se inte ressa por política” [sic], se nte que pre cisa de ajuda e de desabafar com alguém . Há dias este ve tentado a falar com o novo médico do trabalho, mas ainda não tem confiança com ele . Mas falou com a enfe rmeira Isabel, que é da te rra e é sua conhe cida e que continuou a trabalhar no “posto clínico” da empresa. Foi ela que o apresentou à té cnica supe rior de se rviço social, a Dra. Joana. Acrescente-se que a empresa pre tende obte r a ce rtificação do seu sistema de gestão da qualidade, mas e stá com dificuldade em e nvolve r os colabo- radores nesse proce sso. “Não há tradição na empresa”, dizem. O próprio clube de pessoal e stá com dificuldades de funcionamento – o clube desportivo, re creativo e cultural que e ra o orgulho do fundador da empresa e que e ra (e ainda é) financiado pe la empresa (não se sabe até quando). Entre tanto, o João vai faze r um curso de formação profissional (“re cicla- gem ”, disse ram -lhe), e isso também o não ajuda muito porque é uma situação nova para e le. É como “voltar aos bancos da escola”, vinte e tal anos de pois. O Eng.º Amílcar, o re sponsáve l pela área da segurança, está preocupado com o aumento dos acidente s sem baixa (menos de um dia), re sultantes de peque nos fe rimentos e lesões, incluindo os incidentes. Ele re conhe ce 16 Copyright © 2008 Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, Edições Profissionais Sociedade Unipessoal, Lda.
  • 17. O absentismo e os factores psicossociais no trabalho e os trabalhadore s andam “te nsos”. Também tem aumentado a conflitualidade e ntre e les (discussõe s ve rbais, ameaças, e tc.). De vido à cultura autoritário-pate rnalista he rdada do se u passado de empresa fam iliar, não há de facto uma tradição de participação dos cola- boradores na gestão do sistema té cnico e organizacional do trabalho. Me smo a comissão (paritária) de higiene e segurança que chegou a fun- cionar bem , está hoje parada, comenta o Eng.º Amílcar com preocupação. A dire cção da empre sa também não está satisfe ita com a inve rsão de alguns indicadores do tableau de bord, a come çar pelo absentismo por doe nça e acidente . 17 Copyright © 2008 Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, Edições Profissionais Sociedade Unipessoal, Lda.
  • 18. O absentismo e os factores psicossociais no trabalho Faça você mesmo Apresentam-se de seguida algumas questões para resolver num eventual trabalho de grupo: O que é que o D r. Carlos queria dizer ao comentar, ironic amente, que esta – empresa até poderia s er “um bom exemplo de es tábulo- modelo adaptado a local de trabalho”? Identifique e analise sumariamente os principais factores de risco psicossocial a – que está sujeito o J oão, na situação de trabalho acima desc rita, dis tinguindo os vários factores de stress :  O rganizacionais (c onteúdo, organização e demais condições de trabalho…);  Extra-organizacionais (família, comunidade…); e  Individuais (personalidade, história de vida, etc .). Factores Factores Factores Organizacionais Extra-Organizacionais Individuais Por que é que o João está a lidar mal com o que se passa no seu local de – trabalho? Como pode a equipa de segurança e s aúde do trabalho, c om o contributo – qualificado da D ra. J oana, do D r. Carlos , da enfermeira Ana e do Eng.º Amílcar, ajudar o João, os demais trabalhadores e a empresa onde trabalham? 18 Copyright © 2008 Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, Edições Profissionais Sociedade Unipessoal, Lda.
  • 19. O absentismo e os factores psicossociais no trabalho O Que se Entende por Stress? O te rmo re fe re-se a qualque r tensão e conflito. As coisas boas ex igência exte rior ao indivíduo, da vida também são stre ssantes, criando um estado de tensão ou na medida em que implicam de ameaça, em re lação ao qual mudança / adaptação por parte te rá que have r uma mudança ou do indivíduo: vd. enamoramento, adaptação. casamento, promoção na carreira, fé rias, viagens, e tc.. Em condiçõe s normais, a Acontecimentos inte racção indivíduo / ambiente O que importa sublinhar, para stressantes não implica ne ce ssariamente além da existê ncia de causas ou tensão ou ameaça. Há factores de stress exógenos, aconte cimentos que são em si ex te riores ao indivíduo, é a stre ssantes (a gue rra, a centralidade do indivíduo violê ncia, a doença, os de sastres (pe rsonalidade, biologia, naturais, a morte do cônjuge , a expe riência, treino, idade , prisão, um acide nte de gé ne ro, e tc.), as diferentes automóve l, e tc.). maneiras como cada um de nós lida com as situações O stress não se limita às (e stilos de coping) e os situações-limites (as chamadas resultados (positivos ou situações de vida ou de morte), ne gativos) que isso pode ter nem mesmo às situações de 19 Copyright © 2008 Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, Edições Profissionais Sociedade Unipessoal, Lda.
  • 20. O absentismo e os factores psicossociais no trabalho para a saúde, o bem-estar, o O nosso organismo tem sempre desempenho. um ce rto nível de stress. O sue co Lenhart Le vi, um dos grandes Em fisiologia e medicina, o te rmo espe cialistas do stress no stress refe re -se à estratégia de trabalho, compara o stress a um adaptação do nosso organismo “ace le rador”: ace le rar, “dar mais na sequência de qualque r ou menos gás”, e is a que stão. influência, mudança, ex igência, ameaça ou constrangimento por No caso atrás exposto, o stress – e le enfre ntado. Em e ngenharia, para o João – é tudo aquilo que é significa “uma força que de forma pe rcebido e /ou avaliado como os corpos”. uma ameaça, exigê ncia ou constrangimento. É todo um conjunto de factores organizacionais (e extra-organizacionais): A mudança de administ ração; – A redução de post os de t rabalho; – O despediment o de colegas; – A formação; – A compet ição; – A globalização da economia. – 20 Copyright © 2008 Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, Edições Profissionais Sociedade Unipessoal, Lda.
  • 21. O absentismo e os factores psicossociais no trabalho Stress no trabalho: João, 38 anos... Sint omas fisiológicos psicológicos Fact ores organizacionais comport ament ais Doença Fact ores ext ra-organizacionais Programa psicobiológico I ndiv íduo 21 Copyright © 2008 Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, Edições Profissionais Sociedade Unipessoal, Lda.
  • 22. O absentismo e os factores psicossociais no trabalho É sabido que temos o mesmo de três sé culos e a sociedade da ge noma dos nossos antepassados informação e do conhe cimento mais antigos de há 100 m il anos. ape nas trê s escassas dezenas Somos primatas e pe rtencemos à de anos. Inte le ctualizámos a espé cie Homo Sapiens Sapiens. produção. Só há menos de 10 mil anos A gestão da informação e do de ixámos a nossa condição de conhe cimento passou a se r a caçadores-re cole ctore s, base de uma re volução sem nómadas. pre cedentes. Hoje somos Como e spé cie animal totalmente se dentários, biologicamente bem-sucedida, trabalhamos se ntados fre nte a fomos preparados para fugir ou um computador, em rede . lutar (flight or fight) face a Mudanças ambientais ameaças exte rnas, por exemplo, os predadores. O que mudou profundamente foi o ambie nte (sócio-e cológico) em Tornámo-nos e ntre tanto pastores que nascemos, vivemos, e agricultores, passámos a vive r respiramos, crescemos, amamos, em alde ias e de pois em cidades. trabalhamos, consumimos, Fizemo-nos arte sãos. Inve ntámos enve lhe cemos e morremos. a civilização há poucos m ilé nios. No caso do João, o que mudou foi Por sua vez, a primeira re volução o seu local de trabalho, as suas industrial (a produção e o condições de trabalho, o consumo em massa) tem menos 22 Copyright © 2008 Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, Edições Profissionais Sociedade Unipessoal, Lda.
  • 23. O absentismo e os factores psicossociais no trabalho conteúdo, a organização e as demais condições de trabalho. Mas também os factores ex tra- -organizacionais: a família, a comunidade, o me rcado, o país, a e conom ia. O stress continua a faze r parte do nosso programa psico- biológico. No sentido médico ou fisiológico (adaptação), o stress não pode se r e lim inado. O que de ve se r evitado e combatido é o stress no sentido té cnico, na acepção que lhe dá a engenharia (deformação). 23 Copyright © 2008 Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, Edições Profissionais Sociedade Unipessoal, Lda.
  • 24. O absentismo e os factores psicossociais no trabalho Stress no trabalho: João, 38 anos, trabalhador... Factores organizacionais Downsizing Sint omas Reestrut uração I ntensificação do trabalho Trabalho monót ono e repetit iv o Relações de t rabalho Clima organizacional ... Doença Fact ores Programa ext ra-organizacionais psicobiológico I ndiv íduo 24 Copyright © 2008 Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, Edições Profissionais Sociedade Unipessoal, Lda.
  • 25. O absentismo e os factores psicossociais no trabalho Stress no trabalho: João, 38 anos, trabalhador, português, casado... Sintomas Fisiológicos Psicológicos Fact ores organizacionais Comport ament ais Doença Factores extra-organizacionais País Programa Economia psicobiológico Mercado de t rabalho, Família... I ndiv íduo 25 Copyright © 2008 Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, Edições Profissionais Sociedade Unipessoal, Lda.
  • 26. O absentismo e os factores psicossociais no trabalho Síntese O indivíduo, juntamente com a sua re de de suporte social, Em te rmos simplificados, pode constituem o conjunto dos dize r-se que o stress é um re cursos para enfrentar os processo de avaliação cognitiva factores de stress. das situaçõe s. Ne sse processo inte rfe rem não só as caracte rísticas do indivíduo (pe rsonalidade, conhe cimentos, compe tências, aptidões…), mas também as variáveis re lacionais, por exemplo, o suporte social, ou apoio tanto instrumental como expre ssivo dado pe los outros. Esse apoio pode se r institucional (a empresa onde o indivíduo trabalha, o chefe de e quipa, os colegas, o médico do trabalho) como extra-institucional (a família, os vizinhos, os amigos). 26 Copyright © 2008 Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, Edições Profissionais Sociedade Unipessoal, Lda.
  • 27. O absentismo e os factores psicossociais no trabalho Stress no trabalho: João, 38 anos, trabalhador, casado, com fraca escolaridade... Sintomas Fisiológicos Psicológicos Fact ores organizacionais Comport ament ais Doença Fact ores ext ra-organizacionais Programa psicobiológico Conheciment o Apt idões / capacidades Personalidade Suport e social (mulher, médico de família, ...) Formação / t reino Ex periência Hist ória de v ida ... 27 Copyright © 2008 Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, Edições Profissionais Sociedade Unipessoal, Lda.
  • 28. O absentismo e os factores psicossociais no trabalho Factores de risco dos núme ros, auto-suficiência, expre ssão vocal, agitação Além da idade (e do gé ne ro), há contínua, se ntimento de culpa, outros factore s de risco (ou sentido de urgência, vulne rabilidade ) que têm a ve r mate rialismo, gestualidade com ce rtas caracte rísticas ne urótica, pluriactividade , individuais (ex .: o tipo de singularidade de inte re sses, pe rsonalidade , o nível de im paciência, alienação, ne urotismo, e tc.). agre ssividade, ave rsão a delegar, propensão ao conflito, Friedman e Rose nman (1974), pe rfe ccionismo, intole rância, e tc.. dois cardiologistas ame ricanos, popularizam a ideia de que os O e stado de stress (ou strain, indivíduos de tipo A corriam um tensão), produzido pe los factores risco significativamente maior de de stress (stressors), põe em doe nça coronária do que os de causa o equilíbrio do indivíduo, o tipo B (ou se ja, com um padrão seu bem-e star físico e mental, a comportamental oposto). sua e ficácia e e ficiência, a sua capacidade para desempenhar os São conhe cidos alguns dos traços seus papéis (como pai / mãe, de pe rsonalidade ou padrão trabalhador/a, gestor/a, comportamental de tipo A: mania cidadão/ã, e tc.). A resposta do indivíduo assume a forma de manifestações ou sintomas que podem ser: Fisiológicos (aument o do rit mo cardíaco, da secreção – gástrica ou da t ensão muscular, et c.); Psicológicos (angústia, medo, ansiedade, et c.); – Comport ament ais (aument o do consumo de cigarros – ou de álcool, etc.). 28 Copyright © 2008 Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, Edições Profissionais Sociedade Unipessoal, Lda.
  • 29. O absentismo e os factores psicossociais no trabalho Stress no trabalho: João, 38 anos, trabalhador... Sintomas Fisiológicos Psicológicos Fact ores organizacionais Comport ament ais Doença Fact ores Programa ext ra-organizacionais psicobiológico Sist ema nerv oso simpático Sist ema endócrino I ndiv íduo 29 Copyright © 2008 Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, Edições Profissionais Sociedade Unipessoal, Lda.
  • 30. O absentismo e os factores psicossociais no trabalho Stress no trabalho: João, 38 anos, trabalhador, português, casado, doente... Sintomas Fisiológicos (pert urbações do sono, cansaço, dores de cabeça, má digest ão, tensão Fact ores organizacionais art erial, ex aust ão...) Psicológicos (t rist eza, frust ração…) Comportamentais (t abaco, álcool, comida…) Doença Fact ores ext ra-organizacionais Programa psicobiológico I ndiv íduo 30 Copyright © 2008 Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, Edições Profissionais Sociedade Unipessoal, Lda.
  • 31. O absentismo e os factores psicossociais no trabalho Há, por vezes, claros indícios ou coping e , sobre tudo, dos sintomas, de natureza física, pote nciais factores, fontes ou psicológica, intele ctual ou causas de stress) é o prime iro comportamental, de que a passo para pre venir as suas resposta (coping) ao stress não é consequê ncias negativas, a adequada nem e ficaz, caso, por médio e longo prazo. exemplo, do “João” do re fe rido Grande parte dessas conse - estudo de caso. quências para a saúde são já O conhe cimento desse s sintomas conhe cidas. Aqui vão algumas, a (a par dos nossos estilos de título exemplificativo: Sint omas musculares: (t ensão / dores nas cost as, no pescoço, nos membros – superiores e inferiores, etc.); Problemas do aparelho digest iv o: (indigest ão, v ómit os, azia, prisão de v entre, – irrit ação do int est ino grosso, et c.); Sint omas cardiov asculares (palpit ações, arrit mia, dores no peit o, et c.); – Queix as pulmonares (dificuldades respiratórias, et c.); – Disfunções do sist ema nerv oso central (desordens funcionais ment ais ou – emocionais, pert urbações do sono, cefaleias, fadiga, et c.); Problemas sex uais (menst ruação dolorosa, frigidez, impot ência, et c.). – 31 Copyright © 2008 Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, Edições Profissionais Sociedade Unipessoal, Lda.
  • 32. O absentismo e os factores psicossociais no trabalho Stress disfuncional O distress tem ainda um e feito de bola de neve na vida social e Para além de doenças como a familiar do trabalhador, redu- úlce ra péptica, a colite, a asma, zindo, por exemplo, a capacidade as enxaque cas, as pe rturbações de inte rvenção, inte racção, psicossomáticas, e tc., o stress coope ração e participação, disfuncional, de sinal negativo exe rcício da cidadania, e tc.. (ou distress) manifesta-se Hoje em dia, tanto nos EUA como também a nível do apare lho na União Europe ia, mais de psíquico, sob a forma de sofri- me tade do absentismo − doença mento, de pressão e pe rturbações no local de trabalho − é impu- do comportamento, incluindo o tado aos factores psicossociais e, suicídio e a tentativa de suicídio. nomeadamente , ao stress. A prevenção do stress no trabalho implica uma acção concertada e integrada a três níveis: A organização (incluindo a organização do t rabalho); – O indiv íduo (recursos, conheciment os, compet ências, – et c.); e O sist ema societ al (incluindo a rede de suport e social). – 32 Copyright © 2008 Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, Edições Profissionais Sociedade Unipessoal, Lda.
  • 33. O absentismo e os factores psicossociais no trabalho Prevenção do stress no trabalho: acção concertada a três níveis Stress no trabalho B. Indivíduo A. Organização (recursos...) (trabalho...) C. Sistema societal (apoio...) 33 Copyright © 2008 Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, Edições Profissionais Sociedade Unipessoal, Lda.
  • 34. O absentismo e os factores psicossociais no trabalho Ficha técnica Título: O absentismo e os factores psicossociais no trabalho Coordenação: Luís Graça Editora: Ve rlag Dashöfe r Portugal Edições Profissionais, Lda. Edifício Pessoa Rua da Olive ira ao Carmo, n.º 8 - 4.º piso 1200-309 Lisboa Te l.: +351 213 10 19 00 Fax: +351 213 10 19 99 www.dashofe r.pt Os conteúdos deste guia for necem informaçõ es e orientações de carácter geral para leit ura, não podendo ser considerados meios de consultadoria jurídica ou o utra. A utilização deste guia não substitui a consulta de um profissional e/o u de um jurista, assim como da legislação em vigor. Os conteúdos desta obra foram elaborados de boa -fé e com base nos conhecimentos dispo níveis à data da sua publicação. As constantes alterações legislativas e/ou tecnológicas poderã o levar à sua inex actidão. Pela falta de uniformização da jurisprudência existente, pela constante mutação das decisões da Administração Pública e por todos os fundamentos supra re feridos, nem a Editora Verlag Dashö fer nem os seus a utores po dem gar antir a utilização rigorosa dos conteúdos para fins e objectivos a que os mesmos são alheios, devendo sempre o leitor ter em co nta o carácter ger al dos mesmos. 34 Copyright © 2008 Dashöfer Holding Lt. e Verlag Dashöfer, Edições Profissionais Sociedade Unipessoal, Lda.