O documento discute a insatisfação dos trabalhadores com o aumento salarial de apenas 6% aprovado pelo sindicato e a falta de liderança do sindicato em promover lutas mais efetivas por melhores salários e condições de trabalho. Também critica a diretoria do sindicato por aceitar acordos baixos e não representar os interesses dos trabalhadores. Por fim, defende a necessidade de uma central sindical de combate que organize os trabalhadores.
Aumentos salariais rebaixados e falta de compromisso da diretoria sindical
1. Campanha salarial: Sobra mês e falta salário
Na última assembléia do Sindicato dos Têxteis (SINTRAFITE), que
aconteceu dia 02 de outubro, nós trabalhadores, mais uma vez, nos vimos
obrigados a aceitar um aumento salarial rebaixado de 6%. Isto é o
resultado da falta de compromisso da diretoria do Sindicato, que não
propôs uma alternativa de luta capaz de levar os trabalhadores a
conquistar um salário mais digno.
Da mesma forma que na época de FHC, no governo Lula os lucros dos
patrões só aumentaram. Por exemplo, as empresas têxteis tiveram os
seguintes lucros líquidos ou prejuízo nos primeiros 6 meses deste ano:
Aumentos salariais dos
(valores em milhões de reais) Metalúrgicos:
S.José dos Campos/SP .. 9%
Camaçari/BA ................ 9%
ABC/SP .................. 10,81%
Campinas/SP .............. 10%
Bancários:
BRB/Brasília ............... 12%
Ao contrário do que o governo, a mídia e os patrões dizem, a vida do
trabalhador não mudou: para a maioria, os salários não chegam até o final
do mês.
E a diretoria do Sindicato?
Esta diretoria está no sindicado há vários anos e assistimos a repetição
do mesmo filme: os salários, as condições de trabalho e segurança, não
tiveram melhoras significativas. Por outro lado, os diretores do Sindicato
recebem altos salários e nós trabalhadores precisamos sobreviver com um
piso inicial de R$ 680,00!
O que falta para a atual diretoria é vontade de construir mobilizações
que levem a categoria à vitória. Estas lutas devem ser organizadas com
bastante antecedência e de acordo com a vontade dos operários, e não
como em 2008, quando a direção traiu a greve, aceitando um acordo muito
baixo, tendo centenas de trabalhadores demitidos.
2. Não é só o salário. Tem mais...
Para os patrões saírem da crise, eles
precisam explorar ainda mais os
trabalhadores. É assim que funciona o
capitalismo.
No chão da fábrica, isso acontece com o
aumento do ritmo de trabalho e as horas-
extras. Quando diminui a produção, afetando
os lucros dos patrões, ocorrem muitas
demissões, como na Cremer: eliminaram 150
trabalhadores (Fonte: Diário Catarinense, dia
28/10/2010, página 24).
A pressão da chefia para atingir metas e a rotatividade aumentam o
número de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. Problemas de
coluna, ombro, stress, intoxicação, amputação de dedos, fraturas por
quedas, são cada vez mais alarmantes.
Fora da fábrica atacam nossos direitos, exemplo disso foi que Lula
manteve o fator previdenciário, que tinha sido derrubado no Congresso
Nacional. Dilma já prepara uma nova Reforma da Previdência, que atrasa
nossa aposentadoria. Na Europa, os trabalhadores e estudantes estão
lutando contra isso, mostrando o caminho. Perguntamos para a diretoria
do sindicato: o que vocês farão aqui??
Quem somos?
Somos trabalhadores e estamos indignados diante da situação de
exploração e baixos salários. Não nos conformamos com as coisas do modo
que estão e precisamos urgentemente, de forma organizada, colocar o
sindicato nas mãos dos trabalhadores! Sindicato é pra lutar e não pode ser
parceiro dos patrões.
Nos operários têxteis sentimos a necessidade de termos uma Central
Sindical e Popular combativa e de luta, a CSP-Conlutas. Somos contra a
filiação do SINTRAFITE na UGT, uma central sindical pelega. Esta filiação foi
feita pela diretoria, sem perguntar para nós trabalhadores, sem convocar
uma assembléia que decidisse sobre este tema.
Convidamos todos os trabalhadores que estão dispostos a lutar:
participe do nosso grupo!