1) O documento discute os desafios enfrentados pelo setor de comércio em Portugal, incluindo a adaptação rápida às novas tecnologias e mercados globais.
2) Analisa a diversidade do tecido comercial português e divide a Europa em quatro grupos com base em características do varejo.
3) Discutem-se indicadores que refletem a modernização dos estabelecimentos comerciais em Portugal, como formação, uso de tecnologia e investimentos, e como a falta destes afeta o volume de vendas.
1. Enquadramento
Introdução
O comércio cria a ligação necessária
entre a produção de um bem na economia e
o seu valor final, dando, assim, resposta às
necessidades dos consumidores, com cada
vez mais e melhores serviços.
Contudo, este sector apresenta alguns
desafios: o mercado interno onde opera, a
união monetária e a globalização, o que
obriga a uma adaptação rápida e constante
dos operadores, principalmente no que às
novas tecnologias de informação diz respeito.
O sector do Comércio em Portugal
De acordo com um estudo publicado pela Euromonitor Internacional, em
Janeiro de 2002, as vendas no sector do retalho em Portugal aumentaram
cerca de 30% entre 1996 e 2001, reflectindo uma economia compradora e uma
rápida modernização dos subsectores retalhistas. O tecido comercial português
é, actualmente, diverso e heterogéneo, algo comum em toda a Europa. Porém,
verifica-se um desequilíbrio na repartição das empresas pelos ramos de
actividade, principalmente nas áreas da dimensão, produtividade do trabalho e
práticas salariais.
Num estudo apresentado pelo Observatório do Comércio foi feita uma
análise ao sector retalhista, baseada em algumas variáveis, como por exemplo
o número de empresas, número de centros comerciais, volume de vendas,
2. número de lojas discount, entre outras, o que permitiu a divisão do espaço
europeu em quatro grandes grupos.
1. Itália e Grécia: grande variedade comercial;
2. Portugal, Espanha e França: elevado peso dos hipermercados (maior
representatividade dos produtos alimentares, bebidas, tabaco e
têxteis);
3. Países nórdicos, Áustria, Holanda e Irlanda:
maior valor dado às lojas discount e aos
grandes armazéns;
4. Suíça, Reino Unido, Alemanha e Bélgica:
forte presença de hipermercados, dando
particular importância às marcas dos
distribuidores (grupo que contabiliza maior
expressão do trabalho a tempo parcial).
No caso de Portugal, os indicadores que melhor traduzem o grau de
modernização dos estabelecimentos comerciais são a formação específica,
serviços ao consumidor, gestão informatizada, posse de equipamento técnico,
contratação de serviços externos, investimentos realizados e a realizar no
estabelecimento e o investimento em formação. Mesmo assim, a falta de
formação específica por parte dos proprietários / gerentes é ainda uma grande
lacuna, que se repercute numa diminuição das vendas.
Mesmo vivendo numa era onde as tecnologias
são rainhas, muitos são ainda aqueles que não
utilizam, nem têm, correio electrónico. Além disso, as
páginas Web existentes, na generalidade, são de
pouca qualidade, ao nível da interactividade,
personalização, serviços de apoio ao cliente e falta de
garantias de segurança, principalmente no que à compra de artigos via internet
diz respeito. Se alguns produtos, como CD’s e livros têm um volume de vendas
aceitável pela internet, a maioria deles, os que necessitam de ser
experimentados, ainda encontram na World Wide Web alguns entraves. Para o
3. comerciante ter um site na internet possibilita algumas vantagens:
interactividade; informação detalhada sobre os produtos; personalização;
marketing dinâmico, multimédia, entre outras. Mas não é só ao nível da
internet e correio electrónico que se vêem as diferenças nos volumes de venda,
mas também na gestão informatizada, um valor inferior a 50%, de acordo com
o Observatório do Comércio.
Em suma, a modernização, o apetrechamento técnico e a qualidade dos
recursos humanos está directamente relacionada com o volume de vendas.