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1
MECÂNICA DOS SÓLIDOS II
(RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS II)
Bibliografia:
 Ferdinand Beer, E. Russel Johnston – Resistência dos Materiais
 Timoshenko – Mecânica dos Sólidos
 William Nash – Resistência dos Materiais
 Vladimir Arrivabene – Resistência dos Materiais
Professor: Eduardo Moura Lima
Versão 01/02/2015
2
Cap I: Análise de tensões e deformações
1. Estado Tri-Axial de tensões:
Notação: σi – tensão normal na direção i
τji – tensão tangencial no plano j, direção i
Colocamos todas as tensões normais e tangenciais possíveis em cada face
visível. Nas faces opostas (invisíveis) teremos as mesmas tensões, com
mesmos módulos e sentidos opostos. Em torno de um ponto, num mesmo
P
X
Z
X
Y
dx
dy
dz
σx
σy
σz
τyz
τyx
τxy
τzy
τzx
τxz
3
plano, as tensões normais sempre atuam em duplas, e as tangenciais, em
quatro.
Outros estados de tensão:
 Bi-axial ou plano: tensões em duas direções
 Uni-axial: tensões em uma direção
2. Estado Plano de tensões – método analítico:
a. Introdução:
Estado mais comum de ocorrer. Teremos tensões apenas no
plano XY. Eliminaremos todas as tensões fora deste plano.
A visualização pode ser simplificada, com todas as tensões num único
plano, eliminando-se a terceira dimensão (Z). E a notação das tensões
tangenciais também poderá ser simplificada, por não existir a direção Z, e
τxy = τyx (provaremos mais tarde).
Notação: σi – tensão normal na direção i
τj – tensão tangencial no plano j
X
Y
dx
dy
dz
σx
σy
τyx
τxy
Z
4
Então, podemos visualizar assim: Ou por uma forma mais simplificada:
Diagonal de corte: sobre ela convergem as tensões tangenciais
Convenção de sinais:
b. Tensões em um plano qualquer perpendicular ao plano XY (σα
e τα):
σx σx
σy
σy
τx
τx
τy
τy
Diagonal
de corte
X
Y
X
Y
τx
τy
σy
σx
===
||
=
||
=
===
σ > 0 σ < 0
===
τ < 0τ > 0
σx
τx
σy
τy
X
Y
dx
dy
σα
τα
α
α
α
α
dL
Y
X
Z
5
Estudo do equilíbrio das FORÇAS que atuam no prisma:
Projeção das forças na direção de σα:
σα = ((σx + σy) / 2) + (((σx - σy) /2). cos 2α) + τx . sen 2α (A)
Projeção das forças na direção de τα:
τα = - ((σx - σy) /2). sen 2α + τx . cos 2α (B)
c. Tensões normais máximas:
Deriva-se a equação (A) e iguala-se a ZERO:
dσα / dα = (-2 . ((σx – σy) / 2) . sen 2α) + 2 τx . cos 2α = 0
= - (σx – σy) . sen 2α + 2 τx . cos 2α = 0
= - ((σx – σy)/2) . sen 2α + τx . cos 2α = 0
τα
Conclusão: quando as tensões normais são máximas, as tangenciais são
NULAS.
Resolvendo-se a equação acima  tg 2 αI,II = 2 τx / (σx – σy) (C)
Se: σx > σy  direção I (tensão máxima)
σx < σy  direção II (tensão mínima)
E se σx = σy ?
Sabendo-se o valor da tangente (C), são conhecidos os valores do seno e
do cosseno. Façamos a substituição na equação (A):
σI,II = (σx + σy)/2 ± (1/2) . √ (σx – σy)2
+ 4(τx)2
(D) (tensões principais)
6
d. Tensões tangenciais máximas:
Deriva-se a equação (B) e iguala-se a ZERO:
dτα / dα = (-2 . ((σx – σy) / 2) . cos 2α) - 2 τx . sen 2α = 0
tg 2α’3 = -(σx – σy) / (2 τx) (E) tg 2αI . tg 2α’3 = -1
Como: tg 2 αI = 2 τx / (σx – σy) (C)
Pela relação trigonométrica: tg (a – b) = (tg a – tg b) / (1 + tg a . tg b), tem-
se:
tg (2αI - 2α’3) = (tg 2αI – tg 2α’3) / ( 1 + tg 2αI . tg 2α’3) = ∞ 
2αI - 2α’3 = 90º  αI - α’3 = 45º.
Sabendo-se o valor da tangente (E), são conhecidos os valores do seno e
do cosseno. Façamos a substituição na equação (B):
τmáx, mín = ± (1/2) . √ (σx – σy)2
+ 4(τx)2
(F)
σI,II = (σx + σy)/2 ± τmáx (G)
Substituindo-se os valores de sen 2α’3 e cos 2α’3 em (A):
σα’3 = σα’’3 = (σx + σy) / 2 (H)
7
Representação esquemática de todas as tensões descritas acima, e
também com seus planos:
e. Tensões em planos ortogonais:
 Normais:
σα = ((σx + σy) / 2) + (((σx - σy) /2). cos 2α) + τx . sen 2α (A)
σα+π/2 = ((σx + σy) / 2) + (((σx - σy) /2). cos 2(α+π/2)) + τx . sen 2(α+π/2) =
= ((σx + σy) / 2) - (((σx - σy) /2). cos 2α) - τx . sen 2α
σα + σα+π/2 = σx + σy = σI + σII = σα’3 + σα’’3 = θ invariante característico
X
Y
===
||
=
||
=
σx
τx
τy
αI
αII
IσI
α’'3
α'3
α’'3
α'3
45º
σα’3
σyII
σII
σα’’3
τmin
τmax
8
 Tangenciais:
τα = - ((σx - σy) /2). sen 2α + τx . cos 2α (B)
τα+π/2 = - ((σx - σy) /2). sen 2(α+π/2) + τx . cos 2(α+π/2) =
= ((σx - σy) /2). sen 2α - τx . cos 2α
τα + τα+π/2 = 0  τα = - τα+π/2
f. Cisalhamento puro: θ = 0
σx + σy = 0  σx = - σy
σI,II = (σx + σy)/2 ± τmáx = τmáx
σα’3 + σα’’3 = 0  σα’3 = σα’’3 = 0
τmáx = (1/2) . √ (σx – σy)2
+ 4(τx)2
= √ σx
2
+ τx
2
g. Ponto isotrópico:
Quando σI = σII  todas as direções são principais
τ = 0 em todas as direções
h. Tensões com a direção I (um particular x):
De (A): σβ = ((σI + σII) / 2) + (((σI – σII) /2). cos 2β) (I)
De (B): τβ = - ((σI – σII) /2). sen 2β (J)
De (F): τmáx, mín = ± (1/2) . (σI – σII)
9
3. Estado Plano de tensões – método gráfico – Círculo de Mohr:
Dados: σx, σy e τx (no exemplo, positivos, e com σx > σy)
Marcar: OE = σx, OF = σy, EM = τx e FN = τy (escolher uma escala adequada)
a. Centro do círculo (ponto C):
OC = (OE + OF) / 2 = (σx + σy) / 2 = θ / 2
b. Raio do círculo:
R = CM = √ (CE)2
+ (EM)2
= √ ((OE – OF) / 2)2
+ (EM)2
=
= √ (((OE – OF)2
+ 4(EM)2
)) / 4 = (1/2) . √ (σx - σy)2
+ 4 τx
2
= τmax
c. Tensões principais:
OB = OC + CB = (σx + σy) / 2 + τmax = σI
OA = OC - AC = (σx + σy) / 2 - τmax = σII
d. Planos principais:
tg ECM = (EM) / (EC) = τx / ((σx - σy) / 2)  ECM = 2αI  BAM = αI
τ (-)
σ (+)
O
A BC E
M
N
F
S
R
2αI
αI
x
y
II
I
α
α
K
G
α'3
α''3
10
e. Tensões em um plano qualquer α:
σα = OG τα = - KG
f. Tensões tangenciais máximas e tensões normais nos planos:
τmax = CR e τmin = - CS
σα’3 = σα’’3 = OC = (σx + σy) / 2
4. Estado Plano de deformações – método analítico
Lei de Hooke: σ = Eε
ε' = -με
μ = 1/m  ε' = -ε/m
a. Deformações nas direções principais:
εI = σI/E σI/E - σII/Em =
- σII/Em = (1/E) (σI - σII/m)
εII = (1/E) (σII - σI/m)
b. Deformação na direção z:
εz = - σI/Em - σII/Em = - (1/Em) (σI + σII) = - (1/Em) (σx + σy)
I
II
σI
σII
11
c. Deformação de uma fibra de direção qualquer no plano
solicitante: OA = Lβ
ΔLβ = AA1 = AC + CA1 = AC + BD =
= Δa.cosβ + Δb.senβ
εβ = ΔLβ / Lβ =
= (Δa.cosβ + Δb.senβ)/ Lβ =
= Δa.cosβ/ Lβ + Δb.senβ/ Lβ
a = Lβ. cosβ  Lβ = a/ cosβ b = Lβ. senβ  Lβ = b/ senβ
εβ = (Δa/a).cos2
β + (Δb/b).sen2
β = εI. cos2
β + εII. sen2
β
Como: cos2
β = (1 + cos2β)/2 e sen2
β = (1 – cos2β)/2 
εβ = εI. (1 + cos2β)/2 + εII. (1 – cos2β)/2 =
= εI/2 + εI. cos2β/2 + εII/2 - εII. cos2β/2 
εβ = (εI + εII)/2 + ((εI - εII)/2). cos2β
Compare com a equação I: σβ = ((σI + σII) / 2) + (((σI – σII) /2). cos 2β)
d. Rotação de uma fibra qualquer:
OA1 . δβ = A1A’1
(Lβ + ΔLβ). δβ = A’1D – A1D = A’1D – BC = Δb.cosβ – Δa.senβ
δβ = (Δb.cosβ – Δa.senβ)/( Lβ + ΔLβ) = Δb.cosβ/ Lβ - Δa.senβ/ Lβ =
= (Δb.cosβ)/(b/ senβ) - (Δa.senβ)/( a/ cosβ) =
= εII. senβ. cosβ - εI. senβ. cosβ = - εI. senβ. cosβ + εII. senβ. cosβ
Como sen2β = 2 senβ. cosβ  δβ = - εI. sen2β/2 + εII. sen2β/2
δβ = - ((εI – εII) /2). sen 2β  τβ = - ((σI – σII) /2). sen 2β
I
II
O
Δb
Δa
b
a
A B
β
δβ
C
C’
D
A1
A’1
β
β
0
12
Conclusão: existe uma correlação entre as equações das tensões e
deformações. σ  ε e τ  δ
Estado plano de tensões (σ,τ) Estado plano de deformações(ε,δ)
σα = ((σx + σy) / 2) + (((σx - σy) /2).
cos 2α) + τx . sen 2α
εα = ((εx + εy) / 2) + (((εx - εy) /2). cos
2α) + δx . sen 2α
τα = - ((σx - σy) /2). sen 2α + τx . cos
2α
δα = - ((εx - εy) /2). sen 2α + δx . cos
2α
σI,II = (σx + σy)/2 ± (1/2) . √ (σx –
σy)2
+ 4(τx)2
εI,II = (εx + εy)/2 ± (1/2) . √ (εx –
εy)2
+ 4(δx)2
tg 2 αI,II = 2 τx / (σx – σy) tg 2 αI,II = 2 δx / (εx – εy)
τmáx, mín = ± (1/2) . √ (σx – σy)2
+
4(τx)2
δmáx, mín = ± (1/2) . √ (εx – εy)2
+
4(δx)2
τmáx, mín = ± (1/2) . (σI – σII) δmáx, mín = ± (1/2) . (εI – εII)
σx + σy = σI + σII = constante εx + εy = εI + εII = constante
Para converter de um estado para outro
εx = (1/E) (σx – (σy/m)) εI = (1/E) (σI – (σII/m))
εy = (1/E) (σy – (σx/m)) εII = (1/E)(σII – (σI/m))
δα = ((m + 1)/(Em)).τα com m = 1/μ
5. Estado Plano de deformações – método gráfico – círculo de Mohr
Análogo ao círculo das tensões: σ  ε e τ  δ
13
6. Utilização do mesmo círculo para determinação de tensões e
deformações
a. Tensão  Deformação
K – módulo de desenho para tensão
Por exemplo: escala: 100 kgf/cm2
– 1cm  K = 0,01
K’ – módulo de desenho para deformação
Por exemplo: escala: 0,2 x 10-3
– 1 cm  K’ = 1 / (0,2 x 10-3
)
Ponto O: origem do círculo de tensões
Ponto O’: origem do círculo de deformações
O’ sempre entre O e C
K’ = (K.m.E)/(m + 1)
2 OC / (m + 1)
b. Deformação  Tensão
K = K’.(m + 1) / (m.E)
2 O’C / (m - 1)
X X X
O O’ C
X X X
O O’ C
14
7. Resolução de exercícios pelo método gráfico:
a. Exercício 1 da apostila:
Escolha de uma escala adequada: 1 cm  50 kgf/cm2
σx – OE (8 cm) ; σy – OF (4 cm) ; τx – EM (6 cm)
σI = 616 kgf/cm2
(OB = 12,36 cm)
σII = -16 kgf/cm2
(OA = 0,32 cm)
τmax = 316 kgf/cm2
(CR = 6,32 cm)
σ’3 = σ’’3 = 300 kgf/cm2
(OC = 6 cm)
E
O
F σ
τ (-)
M
C
A
B
I
II
x
y
αI = 36º
α'3
α'3 = -9º
R
15
b. Dados:
σx = 500 kgf/cm2
; σy = -200 kgf/cm2
; τx = 100 kgf/cm2
μ = 0,25  m = 4; E = 2 x 106
kgf/cm2
Determinar as deformações principais e δmax
Escala: 1 cm = 50 kgf/cm2
 k = 0,02  k’ = (0,02x4x2 x 106
)/(4+1)=32000
OO’ = (2/(4+1)) OC = (2/5) OC
εI = (O’B)/k’ = 0,275 x 10-3
εII = (O’A)/k’ = -0,175 x 10-3
δmax = (CR)/k’ = 0,225 x 10-3
rad
σ
τ (-)
OF E
M
CO’
δ (-)
BA
R
16
c. Dados:
εx = 0,2 x 10-3
; εy = -0,4 x 10-3
; δx = 0,4 x 10-3
rad;
m = 4; E = 2 x 106
kgf/cm2
Determinar tensões principais e τmax
Escala: 1 cm = 0,05 x 10-3
 k’ = 20000  k = (20000x5)/(4x2 x 106
) =
0,01250
OO’ = (2/(4 – 1)) O’C = (2/3) O’C
δ (-)
εO’ EF CA B
R
II
I
M
x
αI
O
τ (-)
17
σI = (OB)/k = 533,3 kgf/cm2
σII = (OA)/k = -1066,7 kgf/cm2
τmax = (CR)/k = 800 kgf/cm2
18
Polo: Ponto da circunferência tal que, se traçarmos por ele uma paralela a
um plano, esta reta cortará a circunferência num ponto cujas coordenadas
são as tensões no plano.
O ponto P é obtido traçando paralelas a 2 planos ortogonais a partir dos
pontos correspondentes no círculo de Mohr.
FO σ
τ
E
C
N
M
σx – OF > 0
σy – OE > 0
τy – FN > 0
A B
x
I
αI
P
//=//
||
||
αI
I
Y
II
// ao plano x
// ao plano y
// ao plano I
// ao plano II
plano x
plano y
plano I
plano II
II
19
Cap II: Flexão Simples Oblíqua
1. Flexão Simples Reta:
σ= (M.y)/ JLN
Sinais das tensões:
M+
 M-

OU
Simples: ocorrem Q e M na seção reta
Reta: ES coincide com um dos dois eixos centrais principais de inércia da
seção. A LN será o outro.
Na LN as tensões normais são NULAS
X = LNY = ES
Z
M
M C
T
C
T
M
-
-
+
+
ES
LN
- -
+ +
-
+
σC
σT
DTN
M CG
CG
20
2. Flexão Simples Oblíqua:
Oblíqua:
ES não coincide com
nenhum dos dois eixos
centrais principais de
inércia
α – ângulo entre o ES e o eixo X
MX = M.senα
MY = M.cosα
Sinais das tensões:
Tensões normais: σ = (MX.y)/ JX + (MY.x)/ JY
Posição da LN: Como na LN a tensão normal é ZERO  σ = 0
(MX.y)/ JX + (MY.x)/ JY = 0  (M.senα.y)/ JX + (M.cosα.x)/ JY = 0
 y = - (JX / JY).cotgα.x equação da LN y = - tg β. x
Então: - (JX / JY).cotgα = - tg β  tgα . tgβ = JX / JY
Equação do ES: y = tg α. x
Z
MX
MX
Y X
MY
MY
Y
XMX
MY
CG
CG
M
ES
α
α
X X
Y Y
MX
MY
- -
+ + -
-
+
+
LN
-
+
σC
σT
DTN
β
21
Cap III: Flexão Composta (Reta e Oblíqua)
1. Flexão Composta com tração:
Reta: ES coincide com um
dos dois eixos principais de
inércia da seção
Oblíqua: ES não coincide
com um dos dois eixos
principais de inércia da seção
Visão tri-dimensional da seção reta:
C.A. = Centro de Ataque
Z
MX
Y X
MY
CG
N
N
Y
X
CG
N
N
yC
xC C.A.
MX
MY
ES
α
LN
y0
x0
β
22
Seção reta vista de frente:
tg α = yC/xC
Coordenadas do CA: xC e yC
Mx = N.yC
My = N.xC
Tensões num ponto qualquer da seção: σ = Mx.y/Jx + My.x/Jy + N/S
Na LN: σ = 0  Mx.y/Jx + My.x/Jy + N/S = 0
N.yC.y/Jx + N.xC.x/ Jy + N/S = 0 (dividindo por N/S)
yC.y.S/ Jx + xC.x.S/ Jy + 1 = 0
Como o raio de giração i2
= J/S  ix
2
= Jx/S e iy
2
= Jy/S
yC.y/ ix
2
+ xC.x/ iy
2
+ 1 = 0  equação da LN
Para x = 0  y = y0  yC.y0 = - ix
2
Qual o significado do sinal negativo?
Para y = 0  x = x0  xC.x0 = - iy
2
Y
X
X
N
xC
yC
X
CG
N
MX
MY
M
ES
α
β
LN
y0
x0
23
tg β = y0/x0 = (- ix
2
/yC) / (- iy
2
/xC) = (Jx/(S.yC)) / (Jy/(S.xC)) = (Jx/Jy).(xC/yC)=
= (Jx/Jy)/tg α  tg α . tg β = Jx/Jy
2. Núcleo Central:
Região central de uma seção reta, na qual qualquer CA nela colocada
produzirá somente tensões de um sinal (tração ou compressão) na seção.
x
y
A
yCA
yCB
y0A
y0B
B
D CxCCxCD
x0C x0D
x
y
A
yCA
y0A
B
y0B
yCB
D CxCCxCD
x0C x0D
E
x0ExCE
F
xCFx0F
yCE=yCF
y0E=y0F
24
3. Flexão Composta Sem Tração:
AR = Área Reagente
N = ∫ σ dS
N. yC’ = ∫ σ dS. r'
σ/r’ = σ/ e  σ = σ.r’/ e
N = ∫ (σ.r’/ e).dS  N = (σ / e) ∫ r’ dS  N = (σ / e).MLN’
N.yC’ = ∫ (σ.r’/ e).dS. r'  N.yC’ = (σ / e). ∫ r’2
dS  N.yC’ = (σ / e).JLN’
(σ / e).MLN’ . yC’ = (σ / e).JLN’  yC’ = JLN’ / MLN’
ES
X
CA
LN’
Área inerte
e
dS
yC'
r'
_
σ
σ
AR
N
AR
AR AR
AR AR
25
Seção Retangular:
JLN’ = (b.e3
) / 3
yC' = 2e/3
MLN’ = (b.e). (e/2) = (b.e2
)/2
yC' + m = e  m = e/3 => e = 3m
N = (σ / e).MLN’  σ = (N.e) /(b.e2
/2)  σ = (2N)/(be)
x
y
LN’
h
b
_
σ
e
X
CA
yC'
m
26
Cap IV: Flambagem
1. Introdução:
Peça real – flamba devido à carga atuante (excentricidade de carga, falta
de homogeneidade, instabilidade de forma, falta de retilinidade)
Peça ideal – rígida e retilínea, sem excentricidade de carga, constituída de
material homogêneo.
A flambagem se dá em torno do eixo de Jmínimo, se a carga for aplicada no
CG da seção reta.
Equação de Euler:
M1 = P.e
= =
Mtotal na seção S = - P.y – M1 = -P.y – P.e = -P (y + e)
Equação da elástica: E.J.y” = M  y” = M / (E.J)
d2
y/dx2
= -P(y + e) / (E.J) = -P.y / (E.J) - P.e / (E.J)
d2
y/dx2
+ P.y / (E.J) = - P.e / (E.J)
Sendo k2
= P / (E.J)  d2
y/dx2
+ k2
.y = - k2
.e
Solução da equação diferencial: y = C1.senkx + C2.coskx - e
==
P
P
e
P
M1
P
M1
y
x
S
27
2. Peças com cargas centradas (e = 0)
Solução: y = C1.senkx + C2.coskx
Peça bi-rotulada
Condições iniciais:
x = 0  y = y0  dy/dx = 0 
dy/dx = k.C1. cos kx - k.C2. sen kx
0 = k.C1. cos 0 - k.C2. sen 0 = K.C1 – k.C2. 0
k.C1 = 0
Como k ≠ 0  C1 = 0
A solução fica: y = C2.coskx
Se x = 0  y = y0  y0 = C2. cos 0  C2 = y0
Solução: y = y0. cos kx
Se x = L/2  y = 0  0 = y0. cos (kL/2)
Como y0 ≠ 0  cos (kL/2) = 0  kL/2 = π/2  kL = π  k = π/L 
K2
= π2
/L2
Como k2
= P / (E.J)  P / (E.J) = π2
/L2
 Pfl = π2
.E.J / L2
Como o cálculo foi feito para a peça bi-rotulada, generalizando
teremos:
Pfl = π2
.E.J / Lfl
2
, onde Lfl = γ.L
comprimento de flambagem coeficiente de extremidade
==
L/2
L/2
y0
x
y
P
28
Coeficientes de extremidade
γ = 1 γ = 0,5 γ = 0,7 γ = 2
bi-rotulada bi-engastada rotulada e engastada mono-engastada
Concluindo:
Pfl = π2
.E.J / Lfl
2
com Lfl = γ.L
σfl = Pfl/S (tensão de flambagem)
i2
= J/S (raio de giração em torno do Jmínimo)
λ = Lfl / i (coeficiente de esbeltez)
σfl = Pfl/S = π2
.E.J / S.Lfl
2
= π2
.E. i2
/ Lfl
2
= π2
.E/ λ2
 σfl = π2
.E/ λ2
Representando a equação num gráfico:
σE – limite de elasticidade
λE – esbeltez limite
==
P
L
==
P
==
== ==
P
P
0,5L
0,7L
σfl
λ
λE
σE
Região elástica
(equação de Euler)
Região não
elástica
(equações
empíricas)
29
Verificou-se que a equação só chegava a valores que correspondiam aos
valores obtidos na prática a partir de um determinado λ (λE, que recebeu o
nome de esbeltez limite) (região elástica). O σ corresponte a este λE foi o
limite de elasticidade do material (σE). Como σfl = π2
.E/ λ2

σE = π2
.E/ λE
2
 λE = π √ E/σE
Então:
Se λ ≥ λE  Região elástica
Valem as equações de Euler:
Pfl = π2
.E.J / Lfl
2
ou σfl = π2
.E/ λ2
Se λ < λE  Região não elástica
Valem fórmulas empíricas para a obtenção de tensões
Alguns valores de λE :
Aço doce: λE = 100
Ferro fundido: λE = 80
Madeira: λE = 60 a 100
Concreto: λE = 85
30
Algumas fórmulas empíricas:
a. Gordon-Rankine:
σfl
*
= σ0 / (1 + β.λ2
) onde:
σ0 = tensão limite de resistência à compressão
β = coeficiente do material, obtido em laboratório
β ϵ [0,8 a 1,5] x 10-4
(aço doce)
β ϵ [5,0 a 6,0] x 10-4
(ferro fundido)
β ϵ [1,0 a 1,5] x 10-4
(madeiras rijas)
Coeficiente de segurança usual: 2 a 3,5
b. Tetmayer:
σfl
*
= σ0 – a.λ + b.λ2
onde:
a, b = coeficientes do material
Coeficiente de segurança usual:
 Aço: 2 a 3
 Madeira e ferro fundido: 3 a 5
c. Johnson:
σfl
*
= σS – a.λ2
onde:
σS = tensão de escoamento do material na compressão
31
3. Peças com cargas excêntricas (e > 0)
Equação diferencial: d2
y/dx2
+ k2
.y = - k2
.e
Solução: y = C1.senkx + C2.coskx - e
Para x = 0  y = 0
0 = C1.sen 0 + C2.cos 0 – e  C2 = e
Solução:
y = C1.senkx + e.coskx - e
Para x = L  y = 0:
0 = C1.senkL + e.coskL - e
C1.senkL = e (1 – coskL)  C1 = e (1 – coskL) / senkL
Como senkL = 2.sen (kl/2). cos (kl/2)
e 
1 – cos kl = 2 sen2
(kl/2)
C1 = e.( 2 sen2
(kl/2)) / (2.sen (kl/2). cos (kl/2))  C1 = e. tg (kl/2)
y = e. tg (kl/2).senkx + e.coskx – e 
y = e [tg (kl/2).senkx + coskx – 1]
O valor da deflexão máxima (ymáx) é calculado para x = L/2:
ymax = e [tg (kl/2).sen(kL/2) + cos(kL/2) – 1] =
= e [(sen (kl/2)/cos(kl/2).sen(kL/2) + cos(kL/2) – 1] =
= e [((sen2
(kl/2)+cos2
(kl/2))/cos(kL/2)) – 1] =
= e [(1/cos(kL/2)) – 1] = e [ sec (kL/2) – 1]
ymax = e [ sec (kL/2) – 1]
==
L/2
L/2
ymax
x
y
P
P.e
32
Como k2
= P / (EJ)  k = √ P/(EJ)
ymax = e [ sec (√ P/(EJ) . L/2) - 1)]
ymax = e [ sec (√ Pfl/(EJ) . Lfl/2) - 1)]
em radianos
A tensão máxima σmax ocorrerá na seção da coluna onde o
momento fletor é máximo (onde y = ymax)
Mmax = P.ymax + P.e = P (ymax + e)
σmax = Mmax . c / J + P/S = (compressão)
= (P (ymax + e)) . c / J + P/S =
= (P (ymax + e)) . c.S / (J.S) + P/S =
= (P (ymax + e)) . c / (i2
.S) + P/S =
= P/S [1 + ((ymax + e).c / i2
)]
σmax = P/S [ 1 + ]
==
L/2
L/2
ymax
P
P.e
Seção reta
e
c
X
Mmax
e. sec (√ Pfl/(EJ) . Lfl/2).c
i2
33
Pfl / S = (fórmula da secante)
Para valores muito pequenos de λ (λ = Lfl / i)  para valores muito
pequenos de Lfl  sec 0 ≈ 1 
Pfl / S =
1 + e.c.sec (√ Pfl/(EJ) . Lfl/2)/i2
σmax
σmax
1 + e.c/i2
34
Cap V: Fadiga
1. Introdução:
Recordemos o diagrama σ x ε, visto na Mecânica dos Sólidos I.
a. Diagrama característico de material dúctil, com região de
escoamento (aço estrutural)
Em 4: limite de escoamento.
b. Diagrama característico de material dúctil, sem região de
escoamento (alumínio)
Em 4: limite de escoamento
σ
ε
X
X
X
X
X
X
1
0
2
3
4
5
Retas paralelas
Tensão atingida
εP εE
σ
0
Retas paralelas
1X
X
4
0,2% convencional
35
c. Diagrama característico de material frágil (ferro fundido,
vidro, pedra)
Observaçao:
 Material dúctil: apresenta grandes deformações antes do
rompimento (aço ou alumínio)
 Material frágil: deforma-se relativamente pouco antes do
rompimento (ferro fundido e concreto)
2. Fadiga:
Na Mecânica dos Sólidos I vimos que, se a tensao aplicada não
ultrapassar o limite de elasticidade do material, este volta às
condições iniciais quando o carregamento é retirado.
Somos levados a concluir que um carregamento pode ser repetido
inúmeras vezes, desde que as tensões permaneçam dentro do
regime elástico.
Tal conclusão é correta para um número de repetições da ordem
de dezenas ou centenas, mas para um número da ordem de
milhares ou milhões, deixa de ser válida. Neste caso, a ruptura
ocorre num valor de tensão abaixo da tensão de ruptura obtida
com o carregamento estático. Tal fenômeno é a fadiga.
A falha por fadiga começa com pequena fissura, tão pequena que
pode ser imperceptível a olho nu. A fissura ocorre num ponto de
descontinuidade do material (mudança de seção reta, rasgo de
chaveta ou um furo).
ε
σ
0
36
Iniciada a fissura, o efeito de concentração de tensões torna-se
maior e a fissura progride mais depressa. A zona da fratura
assemelha-se muito à fratura de um material frágil (como o ferro
fundido), que tenha falhado à tração, mesmao para um material
dúctil.
As tensões que originaram a fadiga podem ser de tração,
compressão, cisalhamento, fleão, torção, ou combinações destas
tensões.
Limite de fadiga:
É obtido colocando-se um corpo de prova individualmente
submetido a uma tensão específica cíclica até sua falha.
Repetindo-se o processo para n tensões diferentes, podemos traçar
o gráfico denominado de diagrama σ-N (diagrama tensão – número
de ciclos).
Veja o exemplo obtido para 2 materiais dúcteis (aço e alumínio):
Ksi – kilolibra por polegada ao quadrado
N (106
)
σ (ksi)
0
10 -
20 -
30 -
40 -
50 -
0,1 1
|
10
|
100
|
500
|
1.000
|
aço
alumínio
37
Cap VI: Plasticidade
1. Flexão no regime plástico:
A equação para determinação das tensões normais devidas à flexão é
válida se o comportamento do material for elástico linear (σ = (My)/JLN).
Se o momento fletor aplicado causar o escoamento do material, uma
análise plástica deverá ser feita para a determinação da distribuição das
tensões.
Tanto no comportamento elástico quanto no plástico, devemos lembrar
que, para a flexão de elementos retilíneos, 3 condições devem ser
satisfeitas (vide Mecânica dos Sólidos I).
 Distribuição linear das deformações específicas normais: varia
sempre linearmente de zero na L.N. da seção transversal até o valor
máximo na fibra mais afastada desta L.N.
 Força resultante nula: a força resultante causada pela distribuição
das tensões normais deve ser nula.
σ ds = 0 (equação 1)
Com esta operação podemos determinar a localização da L.N.
 Momento fletor resultante:
M = σ ds. y (equação 2)
Façamos o estudo para uma seção retangular:
⌠
⌡S
⌡S
⌠
h
b
M
38
Momento fletor elástico máximo:
Suponhamos que o momento fletor aplicado na seção (MY) coloque o
material na iminência de apresentar as deformações específicas plásticas
nas superfícies superior e inferior da viga.
Assim, os pontos mais afastados da L.N. estarão com as tensões com os
valores da tensão de escoamento (σY)  σY = [MY. (h/2)] / [(bh3
)/12]
σY = (6MY)/(bh2
)  MY = (σY.bh2
)/6 (equação 3)
MY  momento fletor na seção reta que gera tensões normais, nos
pontos mais afastados da L.N., iguais às tensões de escoamento
Visão plana do DTN
Momento plástico:
Seja o momento fletor na seção igual a M > MY. O material nas superfícies
superior e inferior começará a escoar, de fora para dentro da seção.
Visão tri-dimensional do DTN
-
+
σY
σY
-
+
yY
yY
h/2
h/2
σY
σY
b
C2
C1
T1
T2
39
C1  força de compressão resultado das tensões ocorrentes no trecho de
regime elástico comprimido
C2  força de compressão resultado das tensões ocorrentes no trecho de
regime plástico comprimido
T1  força de tração resultado das tensões ocorrentes no trecho de
regime elástico tracionado
T2  força de tração resultado das tensões ocorrentes no trecho de
regime plástico tracionado
Da equação 1:
C1 = T1  volume da região do diagrama no trecho de regime elástico
comprimido/tracionado
C2 = T2  volume da região do diagrama no trecho de regime plástico
comprimido/tracionado
C1 = T1 = (σY.yY.b) / 2
C2 = T2 = σY.(h/2 - yY). b
Da equação 2:
M = T1 . (2/3 . yY) + C1 . (2/3 . yY) + T2 . [yY + ½.(h/2 – yY)]
+ C2 . [yY + ½.(h/2 – yY)]
M = 2.( ½. σY.yY.b)( 2/3 . yY) + 2.[ σY.(h/2 - yY). b][ ½.(h/2 + yY)]
M = ¼ . bh2
. σY . [ 1 – 4/3 . (yY
2
/h2
)]
M = 3/2 . MY . [ 1 – 4/3 . (yY
2
/h2
)]
Nesta situação geral, temos 2 regiões de escoamento plástico e um núcleo
elástico.
40
Para termos a plastificação total, yY = 0  MP = 3/2. MY 
MP = ¼ bh2
.σY  momento fletor plástico
Visão plana do DTN
-
+
h/2
h/2
σY
σY

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MECÂNICA DOS SÓLIDOS II

  • 1. 1 MECÂNICA DOS SÓLIDOS II (RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS II) Bibliografia:  Ferdinand Beer, E. Russel Johnston – Resistência dos Materiais  Timoshenko – Mecânica dos Sólidos  William Nash – Resistência dos Materiais  Vladimir Arrivabene – Resistência dos Materiais Professor: Eduardo Moura Lima Versão 01/02/2015
  • 2. 2 Cap I: Análise de tensões e deformações 1. Estado Tri-Axial de tensões: Notação: σi – tensão normal na direção i τji – tensão tangencial no plano j, direção i Colocamos todas as tensões normais e tangenciais possíveis em cada face visível. Nas faces opostas (invisíveis) teremos as mesmas tensões, com mesmos módulos e sentidos opostos. Em torno de um ponto, num mesmo P X Z X Y dx dy dz σx σy σz τyz τyx τxy τzy τzx τxz
  • 3. 3 plano, as tensões normais sempre atuam em duplas, e as tangenciais, em quatro. Outros estados de tensão:  Bi-axial ou plano: tensões em duas direções  Uni-axial: tensões em uma direção 2. Estado Plano de tensões – método analítico: a. Introdução: Estado mais comum de ocorrer. Teremos tensões apenas no plano XY. Eliminaremos todas as tensões fora deste plano. A visualização pode ser simplificada, com todas as tensões num único plano, eliminando-se a terceira dimensão (Z). E a notação das tensões tangenciais também poderá ser simplificada, por não existir a direção Z, e τxy = τyx (provaremos mais tarde). Notação: σi – tensão normal na direção i τj – tensão tangencial no plano j X Y dx dy dz σx σy τyx τxy Z
  • 4. 4 Então, podemos visualizar assim: Ou por uma forma mais simplificada: Diagonal de corte: sobre ela convergem as tensões tangenciais Convenção de sinais: b. Tensões em um plano qualquer perpendicular ao plano XY (σα e τα): σx σx σy σy τx τx τy τy Diagonal de corte X Y X Y τx τy σy σx === || = || = === σ > 0 σ < 0 === τ < 0τ > 0 σx τx σy τy X Y dx dy σα τα α α α α dL Y X Z
  • 5. 5 Estudo do equilíbrio das FORÇAS que atuam no prisma: Projeção das forças na direção de σα: σα = ((σx + σy) / 2) + (((σx - σy) /2). cos 2α) + τx . sen 2α (A) Projeção das forças na direção de τα: τα = - ((σx - σy) /2). sen 2α + τx . cos 2α (B) c. Tensões normais máximas: Deriva-se a equação (A) e iguala-se a ZERO: dσα / dα = (-2 . ((σx – σy) / 2) . sen 2α) + 2 τx . cos 2α = 0 = - (σx – σy) . sen 2α + 2 τx . cos 2α = 0 = - ((σx – σy)/2) . sen 2α + τx . cos 2α = 0 τα Conclusão: quando as tensões normais são máximas, as tangenciais são NULAS. Resolvendo-se a equação acima  tg 2 αI,II = 2 τx / (σx – σy) (C) Se: σx > σy  direção I (tensão máxima) σx < σy  direção II (tensão mínima) E se σx = σy ? Sabendo-se o valor da tangente (C), são conhecidos os valores do seno e do cosseno. Façamos a substituição na equação (A): σI,II = (σx + σy)/2 ± (1/2) . √ (σx – σy)2 + 4(τx)2 (D) (tensões principais)
  • 6. 6 d. Tensões tangenciais máximas: Deriva-se a equação (B) e iguala-se a ZERO: dτα / dα = (-2 . ((σx – σy) / 2) . cos 2α) - 2 τx . sen 2α = 0 tg 2α’3 = -(σx – σy) / (2 τx) (E) tg 2αI . tg 2α’3 = -1 Como: tg 2 αI = 2 τx / (σx – σy) (C) Pela relação trigonométrica: tg (a – b) = (tg a – tg b) / (1 + tg a . tg b), tem- se: tg (2αI - 2α’3) = (tg 2αI – tg 2α’3) / ( 1 + tg 2αI . tg 2α’3) = ∞  2αI - 2α’3 = 90º  αI - α’3 = 45º. Sabendo-se o valor da tangente (E), são conhecidos os valores do seno e do cosseno. Façamos a substituição na equação (B): τmáx, mín = ± (1/2) . √ (σx – σy)2 + 4(τx)2 (F) σI,II = (σx + σy)/2 ± τmáx (G) Substituindo-se os valores de sen 2α’3 e cos 2α’3 em (A): σα’3 = σα’’3 = (σx + σy) / 2 (H)
  • 7. 7 Representação esquemática de todas as tensões descritas acima, e também com seus planos: e. Tensões em planos ortogonais:  Normais: σα = ((σx + σy) / 2) + (((σx - σy) /2). cos 2α) + τx . sen 2α (A) σα+π/2 = ((σx + σy) / 2) + (((σx - σy) /2). cos 2(α+π/2)) + τx . sen 2(α+π/2) = = ((σx + σy) / 2) - (((σx - σy) /2). cos 2α) - τx . sen 2α σα + σα+π/2 = σx + σy = σI + σII = σα’3 + σα’’3 = θ invariante característico X Y === || = || = σx τx τy αI αII IσI α’'3 α'3 α’'3 α'3 45º σα’3 σyII σII σα’’3 τmin τmax
  • 8. 8  Tangenciais: τα = - ((σx - σy) /2). sen 2α + τx . cos 2α (B) τα+π/2 = - ((σx - σy) /2). sen 2(α+π/2) + τx . cos 2(α+π/2) = = ((σx - σy) /2). sen 2α - τx . cos 2α τα + τα+π/2 = 0  τα = - τα+π/2 f. Cisalhamento puro: θ = 0 σx + σy = 0  σx = - σy σI,II = (σx + σy)/2 ± τmáx = τmáx σα’3 + σα’’3 = 0  σα’3 = σα’’3 = 0 τmáx = (1/2) . √ (σx – σy)2 + 4(τx)2 = √ σx 2 + τx 2 g. Ponto isotrópico: Quando σI = σII  todas as direções são principais τ = 0 em todas as direções h. Tensões com a direção I (um particular x): De (A): σβ = ((σI + σII) / 2) + (((σI – σII) /2). cos 2β) (I) De (B): τβ = - ((σI – σII) /2). sen 2β (J) De (F): τmáx, mín = ± (1/2) . (σI – σII)
  • 9. 9 3. Estado Plano de tensões – método gráfico – Círculo de Mohr: Dados: σx, σy e τx (no exemplo, positivos, e com σx > σy) Marcar: OE = σx, OF = σy, EM = τx e FN = τy (escolher uma escala adequada) a. Centro do círculo (ponto C): OC = (OE + OF) / 2 = (σx + σy) / 2 = θ / 2 b. Raio do círculo: R = CM = √ (CE)2 + (EM)2 = √ ((OE – OF) / 2)2 + (EM)2 = = √ (((OE – OF)2 + 4(EM)2 )) / 4 = (1/2) . √ (σx - σy)2 + 4 τx 2 = τmax c. Tensões principais: OB = OC + CB = (σx + σy) / 2 + τmax = σI OA = OC - AC = (σx + σy) / 2 - τmax = σII d. Planos principais: tg ECM = (EM) / (EC) = τx / ((σx - σy) / 2)  ECM = 2αI  BAM = αI τ (-) σ (+) O A BC E M N F S R 2αI αI x y II I α α K G α'3 α''3
  • 10. 10 e. Tensões em um plano qualquer α: σα = OG τα = - KG f. Tensões tangenciais máximas e tensões normais nos planos: τmax = CR e τmin = - CS σα’3 = σα’’3 = OC = (σx + σy) / 2 4. Estado Plano de deformações – método analítico Lei de Hooke: σ = Eε ε' = -με μ = 1/m  ε' = -ε/m a. Deformações nas direções principais: εI = σI/E σI/E - σII/Em = - σII/Em = (1/E) (σI - σII/m) εII = (1/E) (σII - σI/m) b. Deformação na direção z: εz = - σI/Em - σII/Em = - (1/Em) (σI + σII) = - (1/Em) (σx + σy) I II σI σII
  • 11. 11 c. Deformação de uma fibra de direção qualquer no plano solicitante: OA = Lβ ΔLβ = AA1 = AC + CA1 = AC + BD = = Δa.cosβ + Δb.senβ εβ = ΔLβ / Lβ = = (Δa.cosβ + Δb.senβ)/ Lβ = = Δa.cosβ/ Lβ + Δb.senβ/ Lβ a = Lβ. cosβ  Lβ = a/ cosβ b = Lβ. senβ  Lβ = b/ senβ εβ = (Δa/a).cos2 β + (Δb/b).sen2 β = εI. cos2 β + εII. sen2 β Como: cos2 β = (1 + cos2β)/2 e sen2 β = (1 – cos2β)/2  εβ = εI. (1 + cos2β)/2 + εII. (1 – cos2β)/2 = = εI/2 + εI. cos2β/2 + εII/2 - εII. cos2β/2  εβ = (εI + εII)/2 + ((εI - εII)/2). cos2β Compare com a equação I: σβ = ((σI + σII) / 2) + (((σI – σII) /2). cos 2β) d. Rotação de uma fibra qualquer: OA1 . δβ = A1A’1 (Lβ + ΔLβ). δβ = A’1D – A1D = A’1D – BC = Δb.cosβ – Δa.senβ δβ = (Δb.cosβ – Δa.senβ)/( Lβ + ΔLβ) = Δb.cosβ/ Lβ - Δa.senβ/ Lβ = = (Δb.cosβ)/(b/ senβ) - (Δa.senβ)/( a/ cosβ) = = εII. senβ. cosβ - εI. senβ. cosβ = - εI. senβ. cosβ + εII. senβ. cosβ Como sen2β = 2 senβ. cosβ  δβ = - εI. sen2β/2 + εII. sen2β/2 δβ = - ((εI – εII) /2). sen 2β  τβ = - ((σI – σII) /2). sen 2β I II O Δb Δa b a A B β δβ C C’ D A1 A’1 β β 0
  • 12. 12 Conclusão: existe uma correlação entre as equações das tensões e deformações. σ  ε e τ  δ Estado plano de tensões (σ,τ) Estado plano de deformações(ε,δ) σα = ((σx + σy) / 2) + (((σx - σy) /2). cos 2α) + τx . sen 2α εα = ((εx + εy) / 2) + (((εx - εy) /2). cos 2α) + δx . sen 2α τα = - ((σx - σy) /2). sen 2α + τx . cos 2α δα = - ((εx - εy) /2). sen 2α + δx . cos 2α σI,II = (σx + σy)/2 ± (1/2) . √ (σx – σy)2 + 4(τx)2 εI,II = (εx + εy)/2 ± (1/2) . √ (εx – εy)2 + 4(δx)2 tg 2 αI,II = 2 τx / (σx – σy) tg 2 αI,II = 2 δx / (εx – εy) τmáx, mín = ± (1/2) . √ (σx – σy)2 + 4(τx)2 δmáx, mín = ± (1/2) . √ (εx – εy)2 + 4(δx)2 τmáx, mín = ± (1/2) . (σI – σII) δmáx, mín = ± (1/2) . (εI – εII) σx + σy = σI + σII = constante εx + εy = εI + εII = constante Para converter de um estado para outro εx = (1/E) (σx – (σy/m)) εI = (1/E) (σI – (σII/m)) εy = (1/E) (σy – (σx/m)) εII = (1/E)(σII – (σI/m)) δα = ((m + 1)/(Em)).τα com m = 1/μ 5. Estado Plano de deformações – método gráfico – círculo de Mohr Análogo ao círculo das tensões: σ  ε e τ  δ
  • 13. 13 6. Utilização do mesmo círculo para determinação de tensões e deformações a. Tensão  Deformação K – módulo de desenho para tensão Por exemplo: escala: 100 kgf/cm2 – 1cm  K = 0,01 K’ – módulo de desenho para deformação Por exemplo: escala: 0,2 x 10-3 – 1 cm  K’ = 1 / (0,2 x 10-3 ) Ponto O: origem do círculo de tensões Ponto O’: origem do círculo de deformações O’ sempre entre O e C K’ = (K.m.E)/(m + 1) 2 OC / (m + 1) b. Deformação  Tensão K = K’.(m + 1) / (m.E) 2 O’C / (m - 1) X X X O O’ C X X X O O’ C
  • 14. 14 7. Resolução de exercícios pelo método gráfico: a. Exercício 1 da apostila: Escolha de uma escala adequada: 1 cm  50 kgf/cm2 σx – OE (8 cm) ; σy – OF (4 cm) ; τx – EM (6 cm) σI = 616 kgf/cm2 (OB = 12,36 cm) σII = -16 kgf/cm2 (OA = 0,32 cm) τmax = 316 kgf/cm2 (CR = 6,32 cm) σ’3 = σ’’3 = 300 kgf/cm2 (OC = 6 cm) E O F σ τ (-) M C A B I II x y αI = 36º α'3 α'3 = -9º R
  • 15. 15 b. Dados: σx = 500 kgf/cm2 ; σy = -200 kgf/cm2 ; τx = 100 kgf/cm2 μ = 0,25  m = 4; E = 2 x 106 kgf/cm2 Determinar as deformações principais e δmax Escala: 1 cm = 50 kgf/cm2  k = 0,02  k’ = (0,02x4x2 x 106 )/(4+1)=32000 OO’ = (2/(4+1)) OC = (2/5) OC εI = (O’B)/k’ = 0,275 x 10-3 εII = (O’A)/k’ = -0,175 x 10-3 δmax = (CR)/k’ = 0,225 x 10-3 rad σ τ (-) OF E M CO’ δ (-) BA R
  • 16. 16 c. Dados: εx = 0,2 x 10-3 ; εy = -0,4 x 10-3 ; δx = 0,4 x 10-3 rad; m = 4; E = 2 x 106 kgf/cm2 Determinar tensões principais e τmax Escala: 1 cm = 0,05 x 10-3  k’ = 20000  k = (20000x5)/(4x2 x 106 ) = 0,01250 OO’ = (2/(4 – 1)) O’C = (2/3) O’C δ (-) εO’ EF CA B R II I M x αI O τ (-)
  • 17. 17 σI = (OB)/k = 533,3 kgf/cm2 σII = (OA)/k = -1066,7 kgf/cm2 τmax = (CR)/k = 800 kgf/cm2
  • 18. 18 Polo: Ponto da circunferência tal que, se traçarmos por ele uma paralela a um plano, esta reta cortará a circunferência num ponto cujas coordenadas são as tensões no plano. O ponto P é obtido traçando paralelas a 2 planos ortogonais a partir dos pontos correspondentes no círculo de Mohr. FO σ τ E C N M σx – OF > 0 σy – OE > 0 τy – FN > 0 A B x I αI P //=// || || αI I Y II // ao plano x // ao plano y // ao plano I // ao plano II plano x plano y plano I plano II II
  • 19. 19 Cap II: Flexão Simples Oblíqua 1. Flexão Simples Reta: σ= (M.y)/ JLN Sinais das tensões: M+  M-  OU Simples: ocorrem Q e M na seção reta Reta: ES coincide com um dos dois eixos centrais principais de inércia da seção. A LN será o outro. Na LN as tensões normais são NULAS X = LNY = ES Z M M C T C T M - - + + ES LN - - + + - + σC σT DTN M CG CG
  • 20. 20 2. Flexão Simples Oblíqua: Oblíqua: ES não coincide com nenhum dos dois eixos centrais principais de inércia α – ângulo entre o ES e o eixo X MX = M.senα MY = M.cosα Sinais das tensões: Tensões normais: σ = (MX.y)/ JX + (MY.x)/ JY Posição da LN: Como na LN a tensão normal é ZERO  σ = 0 (MX.y)/ JX + (MY.x)/ JY = 0  (M.senα.y)/ JX + (M.cosα.x)/ JY = 0  y = - (JX / JY).cotgα.x equação da LN y = - tg β. x Então: - (JX / JY).cotgα = - tg β  tgα . tgβ = JX / JY Equação do ES: y = tg α. x Z MX MX Y X MY MY Y XMX MY CG CG M ES α α X X Y Y MX MY - - + + - - + + LN - + σC σT DTN β
  • 21. 21 Cap III: Flexão Composta (Reta e Oblíqua) 1. Flexão Composta com tração: Reta: ES coincide com um dos dois eixos principais de inércia da seção Oblíqua: ES não coincide com um dos dois eixos principais de inércia da seção Visão tri-dimensional da seção reta: C.A. = Centro de Ataque Z MX Y X MY CG N N Y X CG N N yC xC C.A. MX MY ES α LN y0 x0 β
  • 22. 22 Seção reta vista de frente: tg α = yC/xC Coordenadas do CA: xC e yC Mx = N.yC My = N.xC Tensões num ponto qualquer da seção: σ = Mx.y/Jx + My.x/Jy + N/S Na LN: σ = 0  Mx.y/Jx + My.x/Jy + N/S = 0 N.yC.y/Jx + N.xC.x/ Jy + N/S = 0 (dividindo por N/S) yC.y.S/ Jx + xC.x.S/ Jy + 1 = 0 Como o raio de giração i2 = J/S  ix 2 = Jx/S e iy 2 = Jy/S yC.y/ ix 2 + xC.x/ iy 2 + 1 = 0  equação da LN Para x = 0  y = y0  yC.y0 = - ix 2 Qual o significado do sinal negativo? Para y = 0  x = x0  xC.x0 = - iy 2 Y X X N xC yC X CG N MX MY M ES α β LN y0 x0
  • 23. 23 tg β = y0/x0 = (- ix 2 /yC) / (- iy 2 /xC) = (Jx/(S.yC)) / (Jy/(S.xC)) = (Jx/Jy).(xC/yC)= = (Jx/Jy)/tg α  tg α . tg β = Jx/Jy 2. Núcleo Central: Região central de uma seção reta, na qual qualquer CA nela colocada produzirá somente tensões de um sinal (tração ou compressão) na seção. x y A yCA yCB y0A y0B B D CxCCxCD x0C x0D x y A yCA y0A B y0B yCB D CxCCxCD x0C x0D E x0ExCE F xCFx0F yCE=yCF y0E=y0F
  • 24. 24 3. Flexão Composta Sem Tração: AR = Área Reagente N = ∫ σ dS N. yC’ = ∫ σ dS. r' σ/r’ = σ/ e  σ = σ.r’/ e N = ∫ (σ.r’/ e).dS  N = (σ / e) ∫ r’ dS  N = (σ / e).MLN’ N.yC’ = ∫ (σ.r’/ e).dS. r'  N.yC’ = (σ / e). ∫ r’2 dS  N.yC’ = (σ / e).JLN’ (σ / e).MLN’ . yC’ = (σ / e).JLN’  yC’ = JLN’ / MLN’ ES X CA LN’ Área inerte e dS yC' r' _ σ σ AR N AR AR AR AR AR
  • 25. 25 Seção Retangular: JLN’ = (b.e3 ) / 3 yC' = 2e/3 MLN’ = (b.e). (e/2) = (b.e2 )/2 yC' + m = e  m = e/3 => e = 3m N = (σ / e).MLN’  σ = (N.e) /(b.e2 /2)  σ = (2N)/(be) x y LN’ h b _ σ e X CA yC' m
  • 26. 26 Cap IV: Flambagem 1. Introdução: Peça real – flamba devido à carga atuante (excentricidade de carga, falta de homogeneidade, instabilidade de forma, falta de retilinidade) Peça ideal – rígida e retilínea, sem excentricidade de carga, constituída de material homogêneo. A flambagem se dá em torno do eixo de Jmínimo, se a carga for aplicada no CG da seção reta. Equação de Euler: M1 = P.e = = Mtotal na seção S = - P.y – M1 = -P.y – P.e = -P (y + e) Equação da elástica: E.J.y” = M  y” = M / (E.J) d2 y/dx2 = -P(y + e) / (E.J) = -P.y / (E.J) - P.e / (E.J) d2 y/dx2 + P.y / (E.J) = - P.e / (E.J) Sendo k2 = P / (E.J)  d2 y/dx2 + k2 .y = - k2 .e Solução da equação diferencial: y = C1.senkx + C2.coskx - e == P P e P M1 P M1 y x S
  • 27. 27 2. Peças com cargas centradas (e = 0) Solução: y = C1.senkx + C2.coskx Peça bi-rotulada Condições iniciais: x = 0  y = y0  dy/dx = 0  dy/dx = k.C1. cos kx - k.C2. sen kx 0 = k.C1. cos 0 - k.C2. sen 0 = K.C1 – k.C2. 0 k.C1 = 0 Como k ≠ 0  C1 = 0 A solução fica: y = C2.coskx Se x = 0  y = y0  y0 = C2. cos 0  C2 = y0 Solução: y = y0. cos kx Se x = L/2  y = 0  0 = y0. cos (kL/2) Como y0 ≠ 0  cos (kL/2) = 0  kL/2 = π/2  kL = π  k = π/L  K2 = π2 /L2 Como k2 = P / (E.J)  P / (E.J) = π2 /L2  Pfl = π2 .E.J / L2 Como o cálculo foi feito para a peça bi-rotulada, generalizando teremos: Pfl = π2 .E.J / Lfl 2 , onde Lfl = γ.L comprimento de flambagem coeficiente de extremidade == L/2 L/2 y0 x y P
  • 28. 28 Coeficientes de extremidade γ = 1 γ = 0,5 γ = 0,7 γ = 2 bi-rotulada bi-engastada rotulada e engastada mono-engastada Concluindo: Pfl = π2 .E.J / Lfl 2 com Lfl = γ.L σfl = Pfl/S (tensão de flambagem) i2 = J/S (raio de giração em torno do Jmínimo) λ = Lfl / i (coeficiente de esbeltez) σfl = Pfl/S = π2 .E.J / S.Lfl 2 = π2 .E. i2 / Lfl 2 = π2 .E/ λ2  σfl = π2 .E/ λ2 Representando a equação num gráfico: σE – limite de elasticidade λE – esbeltez limite == P L == P == == == P P 0,5L 0,7L σfl λ λE σE Região elástica (equação de Euler) Região não elástica (equações empíricas)
  • 29. 29 Verificou-se que a equação só chegava a valores que correspondiam aos valores obtidos na prática a partir de um determinado λ (λE, que recebeu o nome de esbeltez limite) (região elástica). O σ corresponte a este λE foi o limite de elasticidade do material (σE). Como σfl = π2 .E/ λ2  σE = π2 .E/ λE 2  λE = π √ E/σE Então: Se λ ≥ λE  Região elástica Valem as equações de Euler: Pfl = π2 .E.J / Lfl 2 ou σfl = π2 .E/ λ2 Se λ < λE  Região não elástica Valem fórmulas empíricas para a obtenção de tensões Alguns valores de λE : Aço doce: λE = 100 Ferro fundido: λE = 80 Madeira: λE = 60 a 100 Concreto: λE = 85
  • 30. 30 Algumas fórmulas empíricas: a. Gordon-Rankine: σfl * = σ0 / (1 + β.λ2 ) onde: σ0 = tensão limite de resistência à compressão β = coeficiente do material, obtido em laboratório β ϵ [0,8 a 1,5] x 10-4 (aço doce) β ϵ [5,0 a 6,0] x 10-4 (ferro fundido) β ϵ [1,0 a 1,5] x 10-4 (madeiras rijas) Coeficiente de segurança usual: 2 a 3,5 b. Tetmayer: σfl * = σ0 – a.λ + b.λ2 onde: a, b = coeficientes do material Coeficiente de segurança usual:  Aço: 2 a 3  Madeira e ferro fundido: 3 a 5 c. Johnson: σfl * = σS – a.λ2 onde: σS = tensão de escoamento do material na compressão
  • 31. 31 3. Peças com cargas excêntricas (e > 0) Equação diferencial: d2 y/dx2 + k2 .y = - k2 .e Solução: y = C1.senkx + C2.coskx - e Para x = 0  y = 0 0 = C1.sen 0 + C2.cos 0 – e  C2 = e Solução: y = C1.senkx + e.coskx - e Para x = L  y = 0: 0 = C1.senkL + e.coskL - e C1.senkL = e (1 – coskL)  C1 = e (1 – coskL) / senkL Como senkL = 2.sen (kl/2). cos (kl/2) e  1 – cos kl = 2 sen2 (kl/2) C1 = e.( 2 sen2 (kl/2)) / (2.sen (kl/2). cos (kl/2))  C1 = e. tg (kl/2) y = e. tg (kl/2).senkx + e.coskx – e  y = e [tg (kl/2).senkx + coskx – 1] O valor da deflexão máxima (ymáx) é calculado para x = L/2: ymax = e [tg (kl/2).sen(kL/2) + cos(kL/2) – 1] = = e [(sen (kl/2)/cos(kl/2).sen(kL/2) + cos(kL/2) – 1] = = e [((sen2 (kl/2)+cos2 (kl/2))/cos(kL/2)) – 1] = = e [(1/cos(kL/2)) – 1] = e [ sec (kL/2) – 1] ymax = e [ sec (kL/2) – 1] == L/2 L/2 ymax x y P P.e
  • 32. 32 Como k2 = P / (EJ)  k = √ P/(EJ) ymax = e [ sec (√ P/(EJ) . L/2) - 1)] ymax = e [ sec (√ Pfl/(EJ) . Lfl/2) - 1)] em radianos A tensão máxima σmax ocorrerá na seção da coluna onde o momento fletor é máximo (onde y = ymax) Mmax = P.ymax + P.e = P (ymax + e) σmax = Mmax . c / J + P/S = (compressão) = (P (ymax + e)) . c / J + P/S = = (P (ymax + e)) . c.S / (J.S) + P/S = = (P (ymax + e)) . c / (i2 .S) + P/S = = P/S [1 + ((ymax + e).c / i2 )] σmax = P/S [ 1 + ] == L/2 L/2 ymax P P.e Seção reta e c X Mmax e. sec (√ Pfl/(EJ) . Lfl/2).c i2
  • 33. 33 Pfl / S = (fórmula da secante) Para valores muito pequenos de λ (λ = Lfl / i)  para valores muito pequenos de Lfl  sec 0 ≈ 1  Pfl / S = 1 + e.c.sec (√ Pfl/(EJ) . Lfl/2)/i2 σmax σmax 1 + e.c/i2
  • 34. 34 Cap V: Fadiga 1. Introdução: Recordemos o diagrama σ x ε, visto na Mecânica dos Sólidos I. a. Diagrama característico de material dúctil, com região de escoamento (aço estrutural) Em 4: limite de escoamento. b. Diagrama característico de material dúctil, sem região de escoamento (alumínio) Em 4: limite de escoamento σ ε X X X X X X 1 0 2 3 4 5 Retas paralelas Tensão atingida εP εE σ 0 Retas paralelas 1X X 4 0,2% convencional
  • 35. 35 c. Diagrama característico de material frágil (ferro fundido, vidro, pedra) Observaçao:  Material dúctil: apresenta grandes deformações antes do rompimento (aço ou alumínio)  Material frágil: deforma-se relativamente pouco antes do rompimento (ferro fundido e concreto) 2. Fadiga: Na Mecânica dos Sólidos I vimos que, se a tensao aplicada não ultrapassar o limite de elasticidade do material, este volta às condições iniciais quando o carregamento é retirado. Somos levados a concluir que um carregamento pode ser repetido inúmeras vezes, desde que as tensões permaneçam dentro do regime elástico. Tal conclusão é correta para um número de repetições da ordem de dezenas ou centenas, mas para um número da ordem de milhares ou milhões, deixa de ser válida. Neste caso, a ruptura ocorre num valor de tensão abaixo da tensão de ruptura obtida com o carregamento estático. Tal fenômeno é a fadiga. A falha por fadiga começa com pequena fissura, tão pequena que pode ser imperceptível a olho nu. A fissura ocorre num ponto de descontinuidade do material (mudança de seção reta, rasgo de chaveta ou um furo). ε σ 0
  • 36. 36 Iniciada a fissura, o efeito de concentração de tensões torna-se maior e a fissura progride mais depressa. A zona da fratura assemelha-se muito à fratura de um material frágil (como o ferro fundido), que tenha falhado à tração, mesmao para um material dúctil. As tensões que originaram a fadiga podem ser de tração, compressão, cisalhamento, fleão, torção, ou combinações destas tensões. Limite de fadiga: É obtido colocando-se um corpo de prova individualmente submetido a uma tensão específica cíclica até sua falha. Repetindo-se o processo para n tensões diferentes, podemos traçar o gráfico denominado de diagrama σ-N (diagrama tensão – número de ciclos). Veja o exemplo obtido para 2 materiais dúcteis (aço e alumínio): Ksi – kilolibra por polegada ao quadrado N (106 ) σ (ksi) 0 10 - 20 - 30 - 40 - 50 - 0,1 1 | 10 | 100 | 500 | 1.000 | aço alumínio
  • 37. 37 Cap VI: Plasticidade 1. Flexão no regime plástico: A equação para determinação das tensões normais devidas à flexão é válida se o comportamento do material for elástico linear (σ = (My)/JLN). Se o momento fletor aplicado causar o escoamento do material, uma análise plástica deverá ser feita para a determinação da distribuição das tensões. Tanto no comportamento elástico quanto no plástico, devemos lembrar que, para a flexão de elementos retilíneos, 3 condições devem ser satisfeitas (vide Mecânica dos Sólidos I).  Distribuição linear das deformações específicas normais: varia sempre linearmente de zero na L.N. da seção transversal até o valor máximo na fibra mais afastada desta L.N.  Força resultante nula: a força resultante causada pela distribuição das tensões normais deve ser nula. σ ds = 0 (equação 1) Com esta operação podemos determinar a localização da L.N.  Momento fletor resultante: M = σ ds. y (equação 2) Façamos o estudo para uma seção retangular: ⌠ ⌡S ⌡S ⌠ h b M
  • 38. 38 Momento fletor elástico máximo: Suponhamos que o momento fletor aplicado na seção (MY) coloque o material na iminência de apresentar as deformações específicas plásticas nas superfícies superior e inferior da viga. Assim, os pontos mais afastados da L.N. estarão com as tensões com os valores da tensão de escoamento (σY)  σY = [MY. (h/2)] / [(bh3 )/12] σY = (6MY)/(bh2 )  MY = (σY.bh2 )/6 (equação 3) MY  momento fletor na seção reta que gera tensões normais, nos pontos mais afastados da L.N., iguais às tensões de escoamento Visão plana do DTN Momento plástico: Seja o momento fletor na seção igual a M > MY. O material nas superfícies superior e inferior começará a escoar, de fora para dentro da seção. Visão tri-dimensional do DTN - + σY σY - + yY yY h/2 h/2 σY σY b C2 C1 T1 T2
  • 39. 39 C1  força de compressão resultado das tensões ocorrentes no trecho de regime elástico comprimido C2  força de compressão resultado das tensões ocorrentes no trecho de regime plástico comprimido T1  força de tração resultado das tensões ocorrentes no trecho de regime elástico tracionado T2  força de tração resultado das tensões ocorrentes no trecho de regime plástico tracionado Da equação 1: C1 = T1  volume da região do diagrama no trecho de regime elástico comprimido/tracionado C2 = T2  volume da região do diagrama no trecho de regime plástico comprimido/tracionado C1 = T1 = (σY.yY.b) / 2 C2 = T2 = σY.(h/2 - yY). b Da equação 2: M = T1 . (2/3 . yY) + C1 . (2/3 . yY) + T2 . [yY + ½.(h/2 – yY)] + C2 . [yY + ½.(h/2 – yY)] M = 2.( ½. σY.yY.b)( 2/3 . yY) + 2.[ σY.(h/2 - yY). b][ ½.(h/2 + yY)] M = ¼ . bh2 . σY . [ 1 – 4/3 . (yY 2 /h2 )] M = 3/2 . MY . [ 1 – 4/3 . (yY 2 /h2 )] Nesta situação geral, temos 2 regiões de escoamento plástico e um núcleo elástico.
  • 40. 40 Para termos a plastificação total, yY = 0  MP = 3/2. MY  MP = ¼ bh2 .σY  momento fletor plástico Visão plana do DTN - + h/2 h/2 σY σY