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30/08/2015
1
Impacto no Estado
Nutricional
Fabíola Isabel Suano de Souza
Aspectos nutricionais das dietas de restrição
nas alergias a múltiplos alimentos
fsuano@gmail.com
INTRODUÇÃO
30/08/2015
2
Qualidade de vida
Diagnóstico difícil
História da doença
Tratamento:
- Dieta de exclusão
- Educação
- Emergências
30/08/2015
3
• Brasil: estudo transversal (40 dias, 9478 pacientes
atendidos em 5 centros gastroenterologia)
• Suspeita ALV < 24 meses: 5,4%
– Sintomas: GI (88,7%)
• Condição nutricional:
– Z-escore PE < -2 (desnutrição): 8,7%
– Z-escore EI < -2 (baixa estatura): 23,9%
Risco nutricional: alergia leite de vaca
Desnutrição
(Alimentos: ≤ 2 vs. ≥ 3)
ZPI 1,8% vs. 14,5%
ZEI 3,6% vs. 12,1%
Estudo caso controle (n=96)
Idade = 4,5 anos
Dermatite atópica e urticária
Risco nutricional: outros alimentos
30/08/2015
4
Alergias múltiplas
• Crianças mais velhas
• Há persistência do quadro alérgico
• Doenças com comprometimento sistêmico
mais intenso (maior número de sistemas)
• Risco nutricional elevado
• Exclusão de múltiplos alimentos:
– Substituição adequada
– Qualidade de vida
Alergias múltiplas
• Dermatite atópica
• Doenças eosinofílicas (esofagite)
30/08/2015
5
ESOFAGITE EOSINOFÍLICA
Esofagite eosinofílica – alergia alimentar
• Experiência de 10 anos com 381 crianças envolvidas
→ uso de dieta elementar melhorou a histologia e
história clínica em 98% dos pacientes. (Liacouras et al. Clin
Gastroenterol Hepatol 2005; 3: 1198-223.)
• Se baixa aceitação da dieta elementar – indicar
gastrostomia (crianças mais velhas)
• Alternativa: uso de dieta oligoalergênica
Spergel JM et al. Gastrointest Endoscopy Clin N AM 2008; 18:179-94.
30/08/2015
6
• Estudo retrospectivo, crianças com EoE (n=941, 2000 –
2011)
• Identificação dos alimentos mais envolvidos: retirada
(melhora) e reintrodução (piora dos sintomas)
• Leite, ovo, trigo e soja: 319 (34%)
– Reações IgE mediadas: 15%
– VP (-) testes: 92% (LV 44%) (Probabilidade de não existir a doença, dado que o teste foi negativo)
– Exclusão empírica (6 alimentos): 53% resolução histológica
– Testes + Exclusão empírica: 77%
• Ambos métodos são aceitáveis para definir exclusão
Dietas de exclusão: esofagite eosinofílica
1) Sem leite
2) Sem leite, ovo e trigo
3) Sem leite, soja, trigo, ovo, amendoim e frutos do mar
4) Remoção baseado nos testes (cutâneo ou patch)
5) Remoção dos alimentos testes (+) e leite
6) Sem leite, ovos, soja, trigo e carnes (frango, peru, boi, porco)
7) Dieta vegana (sem leite, ovos, frango, carne bovina, porco e peru)
30/08/2015
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DERMATITE ATÓPICA
30/08/2015
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30/08/2015
9
Crescimento de crianças com DA
• Mecanismos prováveis para comprometimento do
crescimento estatural em crianças com DA:
• ↑ gasto energético (sono irregular),
• ↓ ingestão (irritabilidade) e ↓ absorção
• ↑ requerimentos de micronutrientes (constante cicatrização)
• Inflamação crônica pode comprometer o crescimento pela ação
das citocinas na placa de crescimento
• Resistência à ação do GH ou ↓produção de IgF1 (ação do IL6)
Ellison JA et al. Br J Dermatol 2006; 155: 532-8.
30/08/2015
10
Dieta de eliminação: revisão sistemática
• 9 estudos incluídos (n=432)
• Sem evidências de benefícios no uso de dieta elementar
ou oligoalergênica
• Embora muito utilizada na prática – ↓ evidência de boa
qualidade disponível
Bath Hexthal F et al. Allergy 2009; 64: 258-64.
• Avaliar o efeito da dieta de exclusão na DA (diagnosticada
por médico)
• Incluídos: 9 estudos (n = 421)
– 6 exclusão de ovo e leite
– 1 dieta oligoalergênica
– 2 dieta à base de aminoácidos
Exclusão de ovo = IgE + para ovo
30/08/2015
11
IMPACTO NUTRICIONAL = SIM
Impacto nutricional: alergias múltiplas
• Ingestão inadequada:
– Desnutrição energético proteica
– Carência de micronutrientes
• Risco de transgressões:
– Não desaparecimento dos sintomas
– Piora da condição nutricional
• Influência nas preferências alimentares:
– Restrição da dieta
– Prejuízo da qualidade de vida
30/08/2015
12
Sucesso tratamento: alergia múltipla
↓ Impacto nutricional
Adesão dieta de
restrição
 Atendimento interdisciplinar
30/08/2015
13
• Estudo prospectivo: 46 crianças ( < 3 anos) com AA -
18 (LV) e 28 (LV e trigo) – 12, 21 e 28 meses.
• Dados coletados: antropometria, ingestão dietética e
parâmetros laboratoriais
• Crescimento, condição nutricional e ingestão
dietética não diferiram ALV e [ALV + trigo]
• Dieta restrição leva prejuízo na condição nutricional
• Passar do tempo há melhora da condição
nutricional: apesar da dieta restrição
• Monitoramento: + NUTRICIONISTA na equipe
– Orientação nutricional individualizada: melhora da
ingestão dietética (macro e micronutrientes)
30/08/2015
14
Oferta de alimentos e/ou placebo em doses crescentes e
intervalos regulares, sob supervisão médica, com concomitante
monitoramento de possíveis reações clínicas.
A B
Aberto Simples ou
uni-cego
Duplo cego e
controlado por placebo
 Realizar o TPO: diagnóstico e tolerância
30/08/2015
15
• Prejuízo da qualidade de vida: criança e da família
– Restrição alimentar
– Risco de transgressões (> 50%)
– Limitações ambientes: festas e escolas
– Teste de provocação oral periódicos
 Qualidade de vida
30/08/2015
16
• Estudo caso-controle: doenças eosinofílicas gastrintestinais
(n=92, idade=7,6 anos): 85% esofagite EE e 15%
gastroenterites
• Aderência à dieta e transgressões nas 2 últimas semanas
• Comportamento alimentar:
– Crianças: “Behavioral Problem Feeding Assessment Schedule”
– Pais: “Parenting Stress Index Short Form” e “Stress Index for
Parents of Adolescent”
 Promoção alimentação saudável
• Pior comportamento alimentar nas crianças:
– Não se associou com maior risco de transgressão (p = 0,40)
– Associou-se com maior estresse nos pais (r = 0,28; p = 0,008)
“Estudos são necessários para avaliar se intervenções
relacionadas no comportamento alimentar das crianças
com AA relacionam-se com redução do estresse nos pais”.
30/08/2015
17
• Hábitos alimentares relatados pelas mães:
– Crianças que receberam fórmulas de soja ou hidrolisado proteico
> preferência por brócolis aos 5 anos
• FI hidrolisadas caseína: notas de sabor (“elementos
voláteis - enxofre”) semelhantes ao brócolis
• Novos estudos para entender melhor as preferências
alimentares em longo prazo são necessários
Prevenção
Melhor diagnóstico = tratamento
Indução tolerância
Imunoterapia
30/08/2015
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Considerações finais
• Considerar: AA é uma doença
– Dinâmica
– Longa duração
– Compromete a qualidade de vida da família
• Preservar a condição nutricional
• Estimular hábitos alimentares saudáveis
• Principal risco : trabalhar sozinho

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Aula 2 alergias alimentares

  • 1. 30/08/2015 1 Impacto no Estado Nutricional Fabíola Isabel Suano de Souza Aspectos nutricionais das dietas de restrição nas alergias a múltiplos alimentos fsuano@gmail.com INTRODUÇÃO
  • 2. 30/08/2015 2 Qualidade de vida Diagnóstico difícil História da doença Tratamento: - Dieta de exclusão - Educação - Emergências
  • 3. 30/08/2015 3 • Brasil: estudo transversal (40 dias, 9478 pacientes atendidos em 5 centros gastroenterologia) • Suspeita ALV < 24 meses: 5,4% – Sintomas: GI (88,7%) • Condição nutricional: – Z-escore PE < -2 (desnutrição): 8,7% – Z-escore EI < -2 (baixa estatura): 23,9% Risco nutricional: alergia leite de vaca Desnutrição (Alimentos: ≤ 2 vs. ≥ 3) ZPI 1,8% vs. 14,5% ZEI 3,6% vs. 12,1% Estudo caso controle (n=96) Idade = 4,5 anos Dermatite atópica e urticária Risco nutricional: outros alimentos
  • 4. 30/08/2015 4 Alergias múltiplas • Crianças mais velhas • Há persistência do quadro alérgico • Doenças com comprometimento sistêmico mais intenso (maior número de sistemas) • Risco nutricional elevado • Exclusão de múltiplos alimentos: – Substituição adequada – Qualidade de vida Alergias múltiplas • Dermatite atópica • Doenças eosinofílicas (esofagite)
  • 5. 30/08/2015 5 ESOFAGITE EOSINOFÍLICA Esofagite eosinofílica – alergia alimentar • Experiência de 10 anos com 381 crianças envolvidas → uso de dieta elementar melhorou a histologia e história clínica em 98% dos pacientes. (Liacouras et al. Clin Gastroenterol Hepatol 2005; 3: 1198-223.) • Se baixa aceitação da dieta elementar – indicar gastrostomia (crianças mais velhas) • Alternativa: uso de dieta oligoalergênica Spergel JM et al. Gastrointest Endoscopy Clin N AM 2008; 18:179-94.
  • 6. 30/08/2015 6 • Estudo retrospectivo, crianças com EoE (n=941, 2000 – 2011) • Identificação dos alimentos mais envolvidos: retirada (melhora) e reintrodução (piora dos sintomas) • Leite, ovo, trigo e soja: 319 (34%) – Reações IgE mediadas: 15% – VP (-) testes: 92% (LV 44%) (Probabilidade de não existir a doença, dado que o teste foi negativo) – Exclusão empírica (6 alimentos): 53% resolução histológica – Testes + Exclusão empírica: 77% • Ambos métodos são aceitáveis para definir exclusão Dietas de exclusão: esofagite eosinofílica 1) Sem leite 2) Sem leite, ovo e trigo 3) Sem leite, soja, trigo, ovo, amendoim e frutos do mar 4) Remoção baseado nos testes (cutâneo ou patch) 5) Remoção dos alimentos testes (+) e leite 6) Sem leite, ovos, soja, trigo e carnes (frango, peru, boi, porco) 7) Dieta vegana (sem leite, ovos, frango, carne bovina, porco e peru)
  • 9. 30/08/2015 9 Crescimento de crianças com DA • Mecanismos prováveis para comprometimento do crescimento estatural em crianças com DA: • ↑ gasto energético (sono irregular), • ↓ ingestão (irritabilidade) e ↓ absorção • ↑ requerimentos de micronutrientes (constante cicatrização) • Inflamação crônica pode comprometer o crescimento pela ação das citocinas na placa de crescimento • Resistência à ação do GH ou ↓produção de IgF1 (ação do IL6) Ellison JA et al. Br J Dermatol 2006; 155: 532-8.
  • 10. 30/08/2015 10 Dieta de eliminação: revisão sistemática • 9 estudos incluídos (n=432) • Sem evidências de benefícios no uso de dieta elementar ou oligoalergênica • Embora muito utilizada na prática – ↓ evidência de boa qualidade disponível Bath Hexthal F et al. Allergy 2009; 64: 258-64. • Avaliar o efeito da dieta de exclusão na DA (diagnosticada por médico) • Incluídos: 9 estudos (n = 421) – 6 exclusão de ovo e leite – 1 dieta oligoalergênica – 2 dieta à base de aminoácidos Exclusão de ovo = IgE + para ovo
  • 11. 30/08/2015 11 IMPACTO NUTRICIONAL = SIM Impacto nutricional: alergias múltiplas • Ingestão inadequada: – Desnutrição energético proteica – Carência de micronutrientes • Risco de transgressões: – Não desaparecimento dos sintomas – Piora da condição nutricional • Influência nas preferências alimentares: – Restrição da dieta – Prejuízo da qualidade de vida
  • 12. 30/08/2015 12 Sucesso tratamento: alergia múltipla ↓ Impacto nutricional Adesão dieta de restrição  Atendimento interdisciplinar
  • 13. 30/08/2015 13 • Estudo prospectivo: 46 crianças ( < 3 anos) com AA - 18 (LV) e 28 (LV e trigo) – 12, 21 e 28 meses. • Dados coletados: antropometria, ingestão dietética e parâmetros laboratoriais • Crescimento, condição nutricional e ingestão dietética não diferiram ALV e [ALV + trigo] • Dieta restrição leva prejuízo na condição nutricional • Passar do tempo há melhora da condição nutricional: apesar da dieta restrição • Monitoramento: + NUTRICIONISTA na equipe – Orientação nutricional individualizada: melhora da ingestão dietética (macro e micronutrientes)
  • 14. 30/08/2015 14 Oferta de alimentos e/ou placebo em doses crescentes e intervalos regulares, sob supervisão médica, com concomitante monitoramento de possíveis reações clínicas. A B Aberto Simples ou uni-cego Duplo cego e controlado por placebo  Realizar o TPO: diagnóstico e tolerância
  • 15. 30/08/2015 15 • Prejuízo da qualidade de vida: criança e da família – Restrição alimentar – Risco de transgressões (> 50%) – Limitações ambientes: festas e escolas – Teste de provocação oral periódicos  Qualidade de vida
  • 16. 30/08/2015 16 • Estudo caso-controle: doenças eosinofílicas gastrintestinais (n=92, idade=7,6 anos): 85% esofagite EE e 15% gastroenterites • Aderência à dieta e transgressões nas 2 últimas semanas • Comportamento alimentar: – Crianças: “Behavioral Problem Feeding Assessment Schedule” – Pais: “Parenting Stress Index Short Form” e “Stress Index for Parents of Adolescent”  Promoção alimentação saudável • Pior comportamento alimentar nas crianças: – Não se associou com maior risco de transgressão (p = 0,40) – Associou-se com maior estresse nos pais (r = 0,28; p = 0,008) “Estudos são necessários para avaliar se intervenções relacionadas no comportamento alimentar das crianças com AA relacionam-se com redução do estresse nos pais”.
  • 17. 30/08/2015 17 • Hábitos alimentares relatados pelas mães: – Crianças que receberam fórmulas de soja ou hidrolisado proteico > preferência por brócolis aos 5 anos • FI hidrolisadas caseína: notas de sabor (“elementos voláteis - enxofre”) semelhantes ao brócolis • Novos estudos para entender melhor as preferências alimentares em longo prazo são necessários Prevenção Melhor diagnóstico = tratamento Indução tolerância Imunoterapia
  • 18. 30/08/2015 18 Considerações finais • Considerar: AA é uma doença – Dinâmica – Longa duração – Compromete a qualidade de vida da família • Preservar a condição nutricional • Estimular hábitos alimentares saudáveis • Principal risco : trabalhar sozinho