1. !
Universidade de Aveiro
Departamento de Educação
Programa Doutoral em Multimédia em Educação
Seminário
de
Inves.gação
em
Mul.média
em
Educação
–
2º
ano
ENSINO PRECOCE DA PRODUÇÃO TEXTUAL –
“DITADO AO ADULTO” E QUADROS INTERATIVOS
Professor responsável: Doutor Luís Francisco Pedro
Professora Orientadora: Doutora Luísa Álvares Pereira
Professora Coorientadora: Doutora Paulina Ribera – Universidade de Valência
Maria Manuel de Oliveira Santos
24 fevereiro de 2012
2. SUMÁRIO
Introdução
Objetivos e Questão de Investigação
Enquadramento Teórico
Metodologia
Cronograma
Resultados Esperados
Disseminação
Referências Bibliográficas
3. INTRODUÇÃO
Linguagem Escrita
diversos contextos
inúmeras situações
comunicativas
“As crianças desenvolvem diferentes conhecimentos sobre a linguagem
escrita, mesmo antes de, formalmente, estes lhes serem ensinados”
(Mata, 2008, p.9)
Concepções Precoces sobre a Escrita
A forma como decorre a entrada no Mundo do Escrito repercute-se,
tanto no percurso escolar, como no futuro profissional e social.
4. INTRODUÇÃO
Aprendizagem da Escrita
Competências Competências Competências
gráficas
ortográficas
compositivas
segundo plano
A competência compositiva deve ser “objeto de ensino desde o
início da escolaridade” mesmo antes de a criança ser capaz de
dominar as competências gráficas e ortográficas.
(Barbeiro & Pereira, 2007, p.10)
O “ditado ao adulto” constitui-se como um poderosíssimo dispositivo
didático no ensino precoce da produção textual.
(Thévenaz-Christen, Claude, & Dombre, 2006)
5. OBJETIVOS E QUESTÃO DE INVESTIGAÇÃO
Problemática
Estudo Exploratório
Ensino Inicial da Língua Escrita
essencialmente
Dirigido para o Realizado de Centrado
desenvolvimento forma mecanicista
nos aspetos
do código
técnicos
No início da escolaridade, é possível estabelecer uma relação mais
complexa com a língua que concilie o ensino do código com a
construção de sentido das produções escritas.
Finalidade
O estudo a efetuar visa a produção sustentada de conhecimento teórico
e didático para o desenvolvimento precoce da produção textual.
6. OBJETIVOS E QUESTÃO DE INVESTIGAÇÃO
Questão de Investigação
A prática de "ditado ao adulto", mediada por
sequências de ensino e pelo Quadro Interativo, é
s u s c e t í v e l d e p ro m o v e r n o s a l u n o s a
competência de escrita de diferentes géneros
textuais e a consciência (meta)textual?
7. OBJETIVOS E QUESTÃO DE INVESTIGAÇÃO
Objetivos
- Compreender de que forma a estratégia “ditado ao adulto”,
implementada através de sequências de ensino, é suscetível de
promover nos alunos do 1.º ano o conhecimento de alguns parâmetros
de determinados géneros textuais;
- Analisar a interação dos alunos com o professor durante a produção
escrita de determinados géneros textuais, com recurso ao “ditado ao
adulto”, mediado pelo Quadro Interativo;
- Analisar as produções de cada um dos géneros em função das opções
de trabalho de cada uma das sequências de ensino selecionadas;
8. ENQUADRAMENTO TEÓRICO
“Ditado ao Adulto”
O “ditado ao adulto” é um meio que permite aos alunos, que não sabem
escrever, poderem fazê-lo e, deste modo, desenvolver as suas
competências compositivas.
(Chartier, et al., 1998)
Os alunos concebem mentalmente um texto, produzem-no oralmente e
ditam-no a um adulto que o escreve efetivamente.
(Canut, 2009)
O adulto “é a caneta do aprendiz” (Canut, 2009, p.9), mas a sua função
não é apenas de transcrever o oral.
O mediador da escrita serve de modelo, “explicitando as marcas e as
características específicas da linguagem que servem para expressar um
significado numa situação determinada”.
(Moreno, 2006, p.11)
9. ENQUADRAMENTO TEÓRICO
“Ditado ao Adulto”
não tem por objetivo
ensinar os alunos a
ditar
Tomar consciência do mas
Tomar consciência
que é a escrita, para do que é um texto e
que serve e como se de como ele se
escreve
Apropriar-se do constrói
código escrito e
compreender que
funciona de forma
diferente da oralidade
(Pasquier, 1988)
O “ditado ao adulto” é um dispositivo didático que deve estar inserido
num projeto de escrita em situação de comunicação real.
10. ENQUADRAMENTO TEÓRICO
Sequências Didáticas/Ensino
A sequência de ensino poderá “funcionar como o macrodispositivo
nuclear da didática (da escrita) em Português”, devendo “emergir de um
modelo de análise dos componentes do tecido textual”.
(Pereira, 2000, p.228)
As sequências didáticas englobam um conjunto de atividades escolares
sistemática e intencionalmente concebidas e organizadas para um
determinado género textual.
(Dolz, Noverraz, & Schneuwly, 2001)
As sequências de ensino, tendo como objetivo as aprendizagens dos
alunos, facilitam a ação dos professores.
(Pasquier & Dolz, 1996)
Estrutura de base das sequências de ensino:
…
Situação de
Comunicação
Produção
Inicial Modulo 1
Modulo 2
Modulo n
Produção
Final
11. ENQUADRAMENTO TEÓRICO
SEQUÊNCIA DE ENSINO
A produção de Textos Escritos
PRÉ-INTERVENÇÃO
ABERTURA
DESENVOLVIMENTO
FECHAMENTO
S
í • Produção
CADERNO DE • Apresentação da TEXTO FRASE
n
situação de t intermédia (partes
ENCARGOS DO
e
comunicação
s do texto)
GÉNERO Construir uma linguagem do género e • Elaboração de
• Produção Inicial textual
TEXTUAL
(T1)
d instrumentos de
a
• Análise das s auto e hetero
• Elaboração e/ou
revisão
dificuldades dos
A
desconstrução do alunos
p • Perguntas de
texto mentor pelo r orientação
• Definição dos Módulo1
M2
M3
Mn...
e
professor
conteúdos a n • Produção final (T2)
d • Classificação da
ensinar
i
• Elaboração de z produção final
a
instrumentos g
(grelhas, listas,...)
e
n
s
• Planificação Textualização Revisão
• Atividades de leitura e análise do texto mentor
• Funcionamento textual (Macro e Micro)
Tarefas focadas em problemas específicos do género
12. ENQUADRAMENTO TEÓRICO
Quadros Interativos
É um recurso que “pretende transformar a prática educativa, cativar a
atenção do aluno, melhorar as aprendizagens dos alunos, tornando assim
mais aliciante e eficiente o processo de ensino e de aprendizagem”.
(Folhas, 2010, p. 21)
Vantagens Educativas do uso dos Quadros Interativos
Alunos
Professores
Melhora a qualidade das aulas, tornando-as
Aumenta a atenção e a concentração durante
interativas, com recurso a vários tipos de
a aula.
informação.
Aumenta a motivação para os conteúdos Aumenta a criatividade na preparação das
lecionados.
aulas.
Possibilita a utilização de novas ferramentas
Aumenta a participação e a colaboração.
pedagógicas.
Garante a permanência no tempo da Aumenta a partilha de recursos e a
mensagem e a sua difusão espacial.
colaboração entre professores.
Facilita a disponibilização aos alunos dos
Desenvolve o pensamento crítico dos alunos.
conteúdos em diferentes formatos de
apresentação.
Desenvolve a autonomia do conhecimento nos Possibilita o registo da aula para posterior
alunos.
utilização.
(Folhas, 2010)
13. METODOLOGIA
Tipologia do Estudo
Paradigma interpretativo:
Pretende-se compreender a relação entre a estratégia utilizada pelo
investigador/professor no ensino precoce da produção textual e o
desempenho dos alunos em consequência da metodologia utilizada,
procurando interpretar o resultado das sucessivas intervenções.
Natureza qualitativa:
Pretende-se descrever, analisar e compreender todo o processo de
interação do investigador, enquanto professor, com os alunos na
aplicação de uma estratégia de ensino precoce da produção textual
(“ditado ao adulto”) com recurso ao Quadro Interativo.
Investigação-ação:
Para além de se pretender efetuar uma ação de transformação de uma
realidade concreta, que se prende com a forma como se processa o
ensino da escrita, nomeadamente a produção textual, também se
pretende produzir conhecimento com base nas transformações
realizadas.
14. METODOLOGIA
Procedimentos metodológicos
A investigação-ação é um método sistemático e cíclico de
investigação em espiral que engloba diversos procedimentos:
- Observar;
- Refletir;
- Atuar;
- Avaliar;
- Modificar;
- Mover em novas direções.
Um ciclo de Investigação-ação
(McNiff & Whitehead, 2006)
15. METODOLOGIA
Estudo Exploratório
Objetivos:
- Identificar os conhecimentos sobre determinados géneros textuais dos
alunos do 1.º ano de escolaridade, após um ano de ensino formal da
escrita;
- Conhecer as conceções dos respetivos professores sobre o ensino desta
competência.
Decurso:
- 3 turmas do agrupamento onde está a decorrer a intervenção;
- Durante o mês de maio e início de junho de 2011.
história
descrição
no1cia
Procedimentos:
relato
(visita
de
estudo)
- Escrita de 9 textos de diferentes géneros;
lista
de
compras
- Entrevista semidirigida aos professores.
aviso
convite
carta
exposição
temá:ca
(“cão”)
Resultados:
- Ensino inicial da língua escrita é essencialmente dirigido para o
desenvolvimento do código, de forma mecanicista e centrado nos aspetos
técnicos.
16. METODOLOGIA
Trabalho de Campo
Fase 1
Definição do grupo-turma:
- turma formada apenas por alunos do 1.º ano de
✓
escolaridade
15
alunos
- acesso a uma sala de aula com Quadro Interativo.
Fase 2
Definição de três géneros textuais com base na análise
dos textos produzidos pelos alunos do estudo
✓
História
exploratório:
Carta
- problemas identificados
Relato
- géneros textuais contrastivos
Fase 3
Implementação de três ciclos de investigação-ação
História
✓ Carta✓ Relato
Fase 4
Escrita individual:
- produções usadas com os alunos do estudo exploratório
- os géneros textuais trabalhados nas sequências de
ensino.
19. METODOLOGIA
Recolha de Dados
Técnica de Objetivos
Instrumento Proveniência
recolha de dados
utilizado
dos dados
Observação
Analisar as interações dos alunos Registo vídeo das Alunos e
com o professor durante a aulas
investigador-
produção escrita.
professor
Inquérito
Identificar os conhecimentos dos Entrevista
Alunos
alunos relativamente aos géneros
textuais.
Documental
Analisar o desenvolvimento da Textos de Alunos
competência de escrita de diferentes géneros
diferentes géneros textuais.
Analisar o desempenho dos Registo das Quadro
alunos em cada um dos cinco tarefas
Interativo
módulos da sequência de ensino
Identificar os factos relevantes Diário-reflexivo
Investigador-
ocorridos em cada um dos ciclos.
professor
Analisar as reflexões com base
nas interações, nas produções
dos alunos e no enquadramento
teórico.
20. METODOLOGIA
Análise dos Dados
Técnica
de
análise
Proveniência
dos
dados
Entrevista
aos
alunos
Análise
de
conteúdo
Diário-‐reflexivo
Textos
dos
alunos
de
diferentes
géneros
Análise
dos
discursos
Registo
das
tarefas
Registo
vídeo
das
aulas
Análise
das
interações
Registo
das
tarefas
21. CRONOGRAMA
a - Construção do quadro teórico de referência
b - Estudo exploratório
c - Definição da população do estudo
d - Definição dos géneros textuais
e - Implementação do 1.º ciclo da investigação-ação
f - Implementação do 2.º ciclo da investigação-ação
g - Implementação do 3.º ciclo da investigação-ação
h - Recolha de dados
i - Análise, tratamento e organização dos dados
j - Revisão da literatura
k - Redação da tese
2011
2012
2013
05
06
07
08
09
10
11
12
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
01
02
03
04
05
06
07
a
✓
✓
✓
✓
✓
✓
b
✓
✓
c
✓
d
✓
e
✓
✓
✓
f
✓
✓
✓
g
✓
h
✓
✓
✓
✓
✓
i
✓
✓
✓
✓
✓
j
✓
✓
✓
✓
✓
✓
✓
✓
✓
✓
k
22. RESULTADOS ESPERADOS
Espera-se que, após os três ciclos de investigação-ação, com a utilização
do dispositivo didático “ditado ao adulto” mediado por sequências de
ensino e pelo quadro interativo, os alunos de uma turma do 1.º ano,
comparativamente com o desempenho dos alunos do estudo exploratório
do mesmo agrupamento, venham a apresentar um desempenho superior
na escrita, em alguns parâmetros de determinados géneros textuais.
O estudo a efetuar enquadra-se num programa doutoral, o qual se espera
que venha a produzir, de forma sustentada, conhecimento teórico e
didático para o desenvolvimento precoce da produção textual. Deste
modo, os resultados obtidos podem, de alguma forma, vir a contribuir
para a didática da escrita, designadamente no que respeita ao seu ensino
inicial.
23. RESULTADOS ESPERADOS
Processo de escrita
História
Carta
Produções dos Alunos
História
Carta
24. DISSEMINAÇÃO
Divulgação dos resultados obtidos:
– Comunicações em congressos
SIG-Writing – 2012
Encontro Protextos – 2013
– Publicação de um artigo numa revista da especialidade
Palavras – APP
25. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Barbeiro, L. F., & Pereira, L. Á. (2007). O Ensino da Escrita: A Dimensão Textual. Lisboa:
Ministério da Educação - DGIDC.
Canut, E. (2009). Apprendre à parler pour ensuite apprendre à lire et à écrire - Pour une
théorisation de la question linguistique du passage de l'oral vers l'écrit. Paper presented at the
Congrès FNAME, Le langage. Objet d'apprentissage, outil de pensée. Quels obstacles? Quel
Leviers?, Dole.
Chartier, A.-M., Clesse, C., & Hebrard, J. (1998). Lire Ecrire 2 - Produire des textes. Paris: Hatier.
Dolz, J., Noverraz, M., & Schneuwly, B. (2001). Séquences didactiques pour l’oral et pour
l’écrit. . Bruxelles: Editions De Boeck.
Folhas, R. (2010). Formação de professores de ciências sobre Quadros Interativos em regime de
bLearning - Estudo de Caso. Dissertação de Mestrado, Universidade de Aveiro.
Mata, L. (2008). A Descoberta da Escrita – texto de apoio para Educadores de Infância. Lisboa:
Ministério da Educação – DGIDC.
McNiff, J., & Whitehead, J. (2006). All you need to know about Action Research. London: Sage
Publications Lda.
Moreno, A. M. (2006). Ponencia: leer y escribir desda la sala cuna: entrar en el mundo del
lenguaje escrito. Paper presented at the Primer Encuentro de Educación, Santiago, Chile.
Pasquier, A. (1988). Production de texte écrit - La dictée à l'adulte. Journal de l'enseignement
primaire édition corps enseignant, 13, 15-17.
Pasquier, A., & Dolz, J. (1996). Un decálogo para enseñar a escribir. Cultura y Educación, 2,
31-41.
Pereira, L. Á. (2000). Escrever em Português - Didáticas e Práticas (Vol. Edições ASA). Porto.
Thévenaz-Christen, T., Claude, J., & Dombre, C. (2006). Activités langagières et métalangagières
au cours d'une séquence de dictée à l'adulte. Langage & pratiques, 38, 34-45.