IMPLANTAÇÃO DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DA FAMÍLIA E COMUNIDADE EM CENTRO DE SAÚDE DE GRANDE PORTE
Taciana Malheiros1, Nayanne Gama Teixeira Dantas2, Mariana Ávila Sena3, Leonardo C M Savassi4
1. Gerente do CS Mantiqueira
2. Residente de Medicina de Família e Comunidade (MFC) do HC da UFMG
3. Enfermeira de Família da PBH
4. Preceptor da Residência em MFC do HC da UFMG de Abril a Outubro de 2007.
Implantação da residência médica em unidade de saúde
1. IMPLANTAÇÃO DE RESIDÊNCIA EM MEDICINA DA FAMÍLIA E
COMUNIDADE EM CENTRO DE SAÚDE DE GRANDE PORTE
Taciana Malheiros1, Nayanne Gama Teixeira Dantas2, Mariana Ávila Sena3, Leonardo C M Savassi4
1. Gerente do CS Mantiqueira
2. Residente de Medicina de Família e Comunidade (MFC) do HC da UFMG
Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte
3. Enfermeira de Família da PBH
4. Preceptor da Residência em MFC do HC da UFMG de Abril a Outubro de 2007. Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade, HC/UFMG
Introdução:
Introduç 3. Ações da Equipe Amarela a partir do Planejamento:
Aç
A Residência Médica forma o profissional no serviço com campo da pratica integrado ao
Mé serviç 3.1. Reorganização geral das atividades da Equipe Amarela: agenda, visitas domiciliares,
Reorganizaç domiciliares,
ensino, discussões clínicas e carga teórica densa. A Estratégia de Saúde da Família é o
clí teó Estraté Saú Famí grupos programáticos, reunião de equipe e grupos operativos.
programá
eixo estruturador da Atenção Básica, atendendo uma população adscrita e vinculada a
Atenç Bá populaç 3.2. Reorganização do atendimento a demanda baseada na ferramenta Acolhimento, com
Reorganizaç com
equipe composta por médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem, e agentes comunitários
mé comunitá inserção do Residente no processo, junto a Enfermeira da equipe.
inserç
de saúde (ACS).
saú 3.3. Reorganização do modelo de funcionamento dos grupos operativos: em transição
Reorganizaç transiç
O Centro de Saúde Mantiqueira (Distrito Sanitário Venda Nova), limítrofe com municípios
Saú Sanitá limí municí lenta de grupos de doenças para grupos de promoção da saúde, optou-se por não abordar
doenç promoç saú optou-
de Ribeirão das Neves e Vespasiano presta assistência a uma população de cerca de
populaç a doença com palestras, mas individualizar os contatos e abordar qualidade de vida.
doenç qualidade
24.000 pessoas através de 5 Equipes de Saúde da Família (ESF) , equipe de saúde
atravé Saú Famí saú 3.4. Planejamento de ações, considerando que o planejamento é uma atividade contínua
aç contí
mental, saúde bucal, apoio de especialidades e equipe de zoonoses.
saú zoonoses. de planejar-executar-avaliar-replanejar.
planejar- executar- avaliar-
Através de convênio entre a Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade
Atravé Mé Famí 3.5. Atividades teóricas da Residência Médica: Grupos de Discussão, discussão de casos,
teó Mé
(RMMFC) do HC/UFMG e a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), destinou-se a equipe
destinou- com o projeto de realizar as discussões também com os profissionais das demais equipes.
també
Cinco (Amarela), que abrange 05 microáreas classificadas como risco médio e elevado,
microá mé 3.6. Conhecimento da demanda: a partir do caderno de acolhimento, verificou-se que de
acolhimento, verificou-
iniciando suas atividades em abril de 2007. Esta relação trouxe a visão cientifica e
relaç uma média de 21,31 acolhidos por dia, 9,63 necessitaram consultas médicas e, somados a
mé mé
sistematizada da prática acadêmica para o serviço e, em contrapartida, os desafios e
prá serviç 3,13 pacientes extras (fora-de-hora) por dia, levaram a 12,75 atendimentos médicos (mês
(fora-de-hora) mé (mês
demandas vividas no cotidiano de uma Unidade deste porte. de setembro)). A média de atendimentos no acolhimento é demonstrado a seguir.
setembro) . mé
MÉDIA DO NÚMERO DE ATENDIMENTOS SEMANAL, POR DIA DA SEMANA, E MÉDIA
Objetivos: Identificar fatores facilitadores e dificultadores na interface ensino-serviço em
ensino- serviç DIÁRIA DE ACOLHIMENTOS DA EQUIPE AMARELA DO C. S. MANTIQUEIRA
uma Unidade de Saúde (UBS) de grande porte, observando mudanças e desafios
Saú mudanç
AGOSTO SETEMBRO
Semanal 85,25
Quinta 21,75
Quarta 13,75
relacionados a inserção da RMMFC na prática da Atenção Básica.
inserç prá Atenç Bá Terça 25,25
Segunda 24,50
Diaria 21,31
Semanal 76,50
Metodologia: Planejamento Estratégico Situacional (PES) e Estimativa Rápida
Estraté Rá Quinta
Quarta 10,00
25,00
Participativa (ERP); Pesquisa a fontes de dados do consolidado mensal, do SIAB (Sistema
mensal, Terça
Segunda 16,75
24,75
de Informação da Atenção Básica), caderno do acolhimento e banco de dados de usuários.
Informaç Atenç Bá usuá Diaria
Semanal
20,73
73,30
JULHO
Quinta 24,75
Terça 24,75
Segunda 23,80
Resultados: Diaria 24,38
Semanal 73,58
1. Planejamento Estratégico Situacional com a equipe:
Estraté
JUNHO
Quinta 26,33
Terça 25,00
1º Momento: identificação de problemas pela equipe:
Momento: identificaç Segunda 22,25
Diaria 24,36
- Demanda excessiva, especialmente no acolhimento Semanal
Quinta 27,80
74,55
MAIO
- O atraso na realização de Grupos Operativos
realizaç Terça
Segunda 18,75
28,00
- Barulho e as condições físicas da Unidade
condiç fí Diaria
Semanal
20,92
57,83
ABRIL
Quinta 13,33
- Agressividade de usuários especialmente com a enfermagem
usuá Terça 24,50
Segunda 20,00
- A falta de espaços na agenda para resultado de exames.
espaç Diaria 21,80
- Número de usuários por ACS e dificuldade de visita domiciliar
usuá 0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 80,00 90,00
Modelo explicativo: tentativa de entender e fornecer subsídios para enfrentamento:
explicativo: subsí 3.7. Recadastramento de usuários: Foram recadastrados cerca de 40% dos usuários até
usuá usuá até
- O nível sócio econômico e cultural da população
ní só populaç outubro, demostrando diferenças entre o cadastro oficial e o do caderno do ACS. Verificou-
diferenç Verificou-
- Desemprego, com perda de planos de saúde empresariais pelos usuários.
saú usuá se ainda rotatividade de usuários, presença de pacientes do interior do Estado que vêm
usuá presenç
- Desconhecimento do funcionamento do SUS, especialmente por pacientes oriundos rede
pacientes para se consultar (turismo de saúde), e a redivisão de grandes lotes em vários domicílios.
saú vá domicí
suplementar. 3.8. Mapeamento da área de abrangência da equipe via ferramenta Google Earth, para
Earth,
- A discrepância entre o número de usuários identificados pelos ACS e cadastrados na
nú usuá facilitar o planejamento.
Gerência de Epidemiologia /nível central.
/ní
Discussão:
2º momento: Identificação do nó crítico: demanda excessiva
momento: Identificaç nó crí A inserção da RMMFC em uma UBS implica em adequação do ambiente de trabalho. Para
inserç adequaç
Problema principal e sobre o qual poderia haver governabilidade por parte da equipe. isso é necessário equilíbrar fatores facilitadores e dificultadores, sendo indispensável
necessá equilí dificultadores, indispensá
planejar o Programa de Saúde Comunitária. Através do Diagnóstico Comunitário, baseado
Saú Comunitá Atravé Diagnó Comunitá
3º momento: Proposições:
momento: Proposiç
na ERP, o maior problema da comunidade é o tráfico e o uso de drogas.
trá
- Recadastramento de todos os usuários, visando conhecer a demanda e melhorar o
usuá
A execução do plano deve objetivar ações sobre as quais a equipe tenha governabilidade.
execuç aç
planejamento de ações, demonstrar discrepâncias e atualizar os dados oficiais.
aç
Dessa forma o nó crítico verificado no PES foi a demanda espontânea, sendo a sua
nó crí
-Ampliação da agenda para resultados de exames, e manutenção dos grupos de
Ampliaç manutenç
resolução a estratégia de ação escolhida, objetivando a melhoria de vários problemas
resoluç estraté aç vá
hipertensos e diabéticos.
diabé
citados através da abordagem deste problema principal.
atravé
A reorganização de atividades cumpriu o papel de adequar o funcionamento ao ensino e as
reorganizaç ensino
2. Estimativa Rápida Participativa: Entrevista aos informantes-chave ( n=12)
informantes- n=12)
necessidades do usuário. Apesar disto, a demanda ocupa 50% ou mais do tempo,
usuá
Fatores facilitadores: Estímulo à qualificação da Atenção Básica pela Secretaria de Saúde,
facilitadores: Estí qualificaç Atenç Bá Saú
reduzindo o tempo para atividades de promoção da saúde e visitas domiciliares. Embora o
promoç saú
disponibilidade da UBS como campo de estágio para a RMMFC, eficácia e compromisso
está eficá
atendimento ao paciente agudo seja fundamental em atenção primária, o “Acolhimento”
atenç primá Acolhimento”
dos profissionais da ESF, apoio do gestor local, fluxo interno bem estruturado
bem
deveria estar limitado a no máximo 25% das atividades diárias. A inserção do Residente
má diá inserç
Fatores dificultadores: Demanda espontânea excessiva, infra-estrutura, cultura médico
dificultadores: infra- mé
mostrou-se proveitosa para o aprendizado e treinamento em serviço, mas acende a
mostrou- serviç
centrada, equipe incompleta na UBS, dificuldade em entender (outras equipes e usuários) a
(outras usuá
discussão sobre o papel do médico no processo. Em protocolos municipais seu papel é de
mé
atuação da RMMFC, desvio entre população real e a cadastrada.
atuaç populaç
retaguarda, mas sua participação no Acolhimento, agrega qualidade e resolutividade.
participaç resolutividade.
Problemas Gerais da Comunidade: (e número de citações):
nú citaç Outro ponto se refere ao Acolhimento com classificação de risco, que não se adequou a
classificaç
Uso e tráfico de Drogas (9), baixa condição financeira (5), desemprego (5), violência (4),
trá condiç realidade da APS, visto que o paciente “agudo” não necessariamente apresenta-se em
agudo” apresenta-
educação e cultura precárias (3), pouca opção de Lazer (2), gravidez adolescência (2), falta
educaç precá opç risco, mas demanda atendimento no dia, representado pela proporção de atendimentos
proporç
qualificação profissional (2), alcoolismo (2), Saneamento Básico (1)
qualificaç Bá médicos gerados a partir do Acolhimento.
Problemas Específicos de Saúde: (e número de citações): Descaso com Auto-cuidado (3),
Especí Saú nú citaç Auto- O extenso território do Mantiqueira tem população que sofre processo de “Aglomerização”
territó populaç Aglomerizaç ão”
Diabetes Mellitus (3), Hipertensão Arterial (3), Depressão (2), Alcoolismo (2), agressão a – formação de aglomerados dentro de grandes lotes – que são redivididos entre filhos e
formaç
funcionários(2), Obesidade(2), Acesso à saúde bucal(2). Citados ainda: relação inadequada
funcioná saú relaç agregados, ou para aluguel. A rotatividade populacional se observa também no número de
observa també nú
de funcionários com a população, ineficácia de grupos operativos, investimento financeiro
funcioná populaç ineficá imóveis alugados, que chegam 25% em algumas microáreas.
imó microá
restrito por parte do governo, falta de recursos humanos, de Medicamentos, demanda
Medicamentos, Apesar das dificuldades, a inserção em um campo real da prática, mesmo que com
inserç prá
aumentada, falta de interesse do usuário, acesso às especialidades e muitos acamados.
usuá “blindagem” do residente, é importante e traz discussões acerca do modelo da ESF.
blindagem”