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FIZ O QUE PUDE
(Lucília Junqueira de Almeida Prado)
Nunca mais haverá uma floresta como aquela! Tudo era mais bonito. As árvores davam flores em
diferentes meses e, assim, o ano inteiro havia, aqui e ali, árvores coloridas. Nela moravam animais grandes e
pequenos, além de milhares de aves e insetos. Uma vez por mês todos se reuniam e cada um dava seu
palpite, pensando sempre no bem-estar da floresta, que, afinal era a casa de todos.
No entanto havia um passarinho, pequenino, de uma cor que ninguém saberia dizer qual era: sem
ser marrom, não era cinza, nem bege: um passarinho muito sem graça.
— Você nunca dá palpite? Sempre tão fechado feito um caramujo... — perguntou o avestruz,
esticando o pescoço para ele.
O passarinho continuou sério e respondeu:
— Saber escutar os conselhos e as ideias dos outros também tem seu valor.
Todos viviam felizes dentro da floresta, debaixo de galhos, de folhas e flores. Mas, naquele ano, como
sempre acontece desde que o mundo é mundo, depois da primavera, veio o verão ardente e até que um dia,
sem ninguém saber de onde, veio o fogo. Foi tudo tão rápido e assustador que os animais fugiam
apavorados.
Só ficou o passarinho calado. Resolvera não fugir. E, voando até a nascente do riacho, encheu o bico
de água, que veio derrubar sobre o fogo da floresta. A minúscula quantidade de água sobre o fogaréu
imenso. E voava da mata para o riacho, voltando sempre com o bico cheio de água, que derramava sobre a
floresta em chamas. Do fogo para a água, da água para o fogo, incansável, sem parar para pensar no perigo
que corria no meio da floresta dominada pelo incêndio. Depois de muito tempo, o fogo foi baixando e os
outros bichos, admirados com a valentia do passarinho, voltaram para lhe perguntar:
— Mas... de que adianta todo seu esforço? Você não conseguirá apagar o fogo da floresta...
Então o passarinho, que nunca falava, mas muito pensava, respondeu:
— Sei disso, mas, quando o fogo se apagar e o chão estiver coberto de cinzas, se me perguntarem o
que eu fiz para evitar a destruição, posso responder: Fiz o que pude!
FIZ O QUE PUDE
(Lucília Junqueira de Almeida Prado)
Nunca mais haverá uma floresta como aquela! Tudo era mais bonito. As árvores davam flores em
diferentes meses e, assim, o ano inteiro havia, aqui e ali, árvores coloridas. Nela moravam animais grandes e
pequenos, além de milhares de aves e insetos. Uma vez por mês todos se reuniam e cada um dava seu
palpite, pensando sempre no bem-estar da floresta, que, afinal era a casa de todos.
No entanto havia um passarinho, pequenino, de uma cor que ninguém saberia dizer qual era: sem
ser marrom, não era cinza, nem bege: um passarinho muito sem graça.
— Você nunca dá palpite? Sempre tão fechado feito um caramujo... — perguntou o avestruz,
esticando o pescoço para ele.
O passarinho continuou sério e respondeu:
— Saber escutar os conselhos e as ideias dos outros também tem seu valor.
Todos viviam felizes dentro da floresta, debaixo de galhos, de folhas e flores. Mas, naquele ano, como
sempre acontece desde que o mundo é mundo, depois da primavera, veio o verão ardente e até que um dia,
sem ninguém saber de onde, veio o fogo. Foi tudo tão rápido e assustador que os animais fugiam
apavorados.
Só ficou o passarinho calado. Resolvera não fugir. E, voando até a nascente do riacho, encheu o bico
de água, que veio derrubar sobre o fogo da floresta. A minúscula quantidade de água sobre o fogaréu
imenso. E voava da mata para o riacho, voltando sempre com o bico cheio de água, que derramava sobre a
floresta em chamas. Do fogo para a água, da água para o fogo, incansável, sem parar para pensar no perigo
que corria no meio da floresta dominada pelo incêndio. Depois de muito tempo, o fogo foi baixando e os
outros bichos, admirados com a valentia do passarinho, voltaram para lhe perguntar:
— Mas... de que adianta todo seu esforço? Você não conseguirá apagar o fogo da floresta...
Então o passarinho, que nunca falava, mas muito pensava, respondeu:
— Sei disso, mas, quando o fogo se apagar e o chão estiver coberto de cinzas, se me perguntarem o
que eu fiz para evitar a destruição, posso responder: Fiz o que pude!

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Fiz o que pude

  • 1. FIZ O QUE PUDE (Lucília Junqueira de Almeida Prado) Nunca mais haverá uma floresta como aquela! Tudo era mais bonito. As árvores davam flores em diferentes meses e, assim, o ano inteiro havia, aqui e ali, árvores coloridas. Nela moravam animais grandes e pequenos, além de milhares de aves e insetos. Uma vez por mês todos se reuniam e cada um dava seu palpite, pensando sempre no bem-estar da floresta, que, afinal era a casa de todos. No entanto havia um passarinho, pequenino, de uma cor que ninguém saberia dizer qual era: sem ser marrom, não era cinza, nem bege: um passarinho muito sem graça. — Você nunca dá palpite? Sempre tão fechado feito um caramujo... — perguntou o avestruz, esticando o pescoço para ele. O passarinho continuou sério e respondeu: — Saber escutar os conselhos e as ideias dos outros também tem seu valor. Todos viviam felizes dentro da floresta, debaixo de galhos, de folhas e flores. Mas, naquele ano, como sempre acontece desde que o mundo é mundo, depois da primavera, veio o verão ardente e até que um dia, sem ninguém saber de onde, veio o fogo. Foi tudo tão rápido e assustador que os animais fugiam apavorados. Só ficou o passarinho calado. Resolvera não fugir. E, voando até a nascente do riacho, encheu o bico de água, que veio derrubar sobre o fogo da floresta. A minúscula quantidade de água sobre o fogaréu imenso. E voava da mata para o riacho, voltando sempre com o bico cheio de água, que derramava sobre a floresta em chamas. Do fogo para a água, da água para o fogo, incansável, sem parar para pensar no perigo que corria no meio da floresta dominada pelo incêndio. Depois de muito tempo, o fogo foi baixando e os outros bichos, admirados com a valentia do passarinho, voltaram para lhe perguntar: — Mas... de que adianta todo seu esforço? Você não conseguirá apagar o fogo da floresta... Então o passarinho, que nunca falava, mas muito pensava, respondeu: — Sei disso, mas, quando o fogo se apagar e o chão estiver coberto de cinzas, se me perguntarem o que eu fiz para evitar a destruição, posso responder: Fiz o que pude! FIZ O QUE PUDE (Lucília Junqueira de Almeida Prado) Nunca mais haverá uma floresta como aquela! Tudo era mais bonito. As árvores davam flores em diferentes meses e, assim, o ano inteiro havia, aqui e ali, árvores coloridas. Nela moravam animais grandes e pequenos, além de milhares de aves e insetos. Uma vez por mês todos se reuniam e cada um dava seu palpite, pensando sempre no bem-estar da floresta, que, afinal era a casa de todos. No entanto havia um passarinho, pequenino, de uma cor que ninguém saberia dizer qual era: sem ser marrom, não era cinza, nem bege: um passarinho muito sem graça. — Você nunca dá palpite? Sempre tão fechado feito um caramujo... — perguntou o avestruz, esticando o pescoço para ele. O passarinho continuou sério e respondeu: — Saber escutar os conselhos e as ideias dos outros também tem seu valor. Todos viviam felizes dentro da floresta, debaixo de galhos, de folhas e flores. Mas, naquele ano, como sempre acontece desde que o mundo é mundo, depois da primavera, veio o verão ardente e até que um dia, sem ninguém saber de onde, veio o fogo. Foi tudo tão rápido e assustador que os animais fugiam apavorados. Só ficou o passarinho calado. Resolvera não fugir. E, voando até a nascente do riacho, encheu o bico de água, que veio derrubar sobre o fogo da floresta. A minúscula quantidade de água sobre o fogaréu imenso. E voava da mata para o riacho, voltando sempre com o bico cheio de água, que derramava sobre a floresta em chamas. Do fogo para a água, da água para o fogo, incansável, sem parar para pensar no perigo que corria no meio da floresta dominada pelo incêndio. Depois de muito tempo, o fogo foi baixando e os outros bichos, admirados com a valentia do passarinho, voltaram para lhe perguntar: — Mas... de que adianta todo seu esforço? Você não conseguirá apagar o fogo da floresta... Então o passarinho, que nunca falava, mas muito pensava, respondeu: — Sei disso, mas, quando o fogo se apagar e o chão estiver coberto de cinzas, se me perguntarem o que eu fiz para evitar a destruição, posso responder: Fiz o que pude!