1) O documento discute a importância da arte e da decoração na transformação dos ambientes, traçando uma linha do tempo desde as pinturas rupestres pré-históricas até as versões digitais contemporâneas.
2) É destacado que a iluminação artificial também é fundamental para criar ambientes, provocando sombras de forma a realçar detalhes.
3) O texto finaliza afirmando que misturar peças antigas com móveis modernos pode resultar em um estilo elegante, desde que a combinação seja bem orquestrada.
2. interiores REVESTIMENTO
Arte de fato Uma das marcas de mobiliário mais bacanas do
País, a Artefacto completa 30 anos e reafirma o
seu papel de valorizar os talentos da decoração
C om três décadas de uma mobília tão caprichada que transbordou para outras terras, a
brasileiríssima Artefacto continua a todo o vapor. Além do catálogo rechonchudo, rechea-
do com mais de 450 itens entre móveis e acessórios – todos tramados com consciência
ambiental, responsabilidade social, tecnologia de ponta e design de primeira –, a marca
investe também na valorização dos profissionais que fazem a decoração no Brasil. Em car-
taz em São Paulo, uma das mais cuidadosas edições da sua já tradicional mostra de design
contemporâneo deixa isso claro. O evento, pelo 15º ano consecutivo, aproveita a deixa para
apresentar a nova coleção, inspirada nos sentidos humanos e ambientada em clima de gale-
ria de arte por 29 profissionais, em espaços para todos os gostos.
A linha Experience, um dos carros-chefe, surpreende com tecidos emborrachados, em
padrões, texturas e acabamentos customizados, criados pelos designers Attilio Baschera e
Gregorio Kramer, especialmente para a ocasião. “Acredito que os olhares serão provocados,
através dos móveis com superfícies espelhadas, dos tecidos e das fibras sintéti-
cas com tom de bronze”, aponta o diretor de estilo da empresa, Wair de Paula.
Num espaço de 1,6 mil metros quadrados, a trupe de arquitetos e designers de
interiores foi convidada para a concepção de 22 cenários que esboçam um
panorama das tendências.
Só para citar alguns: Patrícia Anastassiadis desenhou um spa onde a tônica só
poderia ser o relax absoluto, visto nas cortinas e panos brancos e no material
neutro, devidamente escolhido para refletir a luz. A poltrona Ribbon, produzi-
da em feixes de bambus, fecha a composição. Marco Aurélio Viterbo usou
como inspiração as casas francesas do começo do século 20, com destaque
para a poltrona D’Azur, que apresenta detalhes dourados. A instalação do quar-
to de casal, que coube a Denise Barreto, leva tecidos leia mais em
www.abd.org.br Espaço Gyotoku, spa criado por Patricia Anastassiadis;
naturais e tons suaves para remeter ao conforto.
detalhe do jardim Bali Contemporâneo, de Gilberto Elkis,
e living de inspiração francesa de Marco Aurélio Viterbo
Circuito das Mostras
12ª Mostra de Arquitetura de Interiores, Decoração e Paisagismo da Gonzaga, 98, Salvador. Tel. (71) 3345-4360.
Baixada Santista - Também conhecida como Casa Natal 2006, é organizada Mostra 2006 Ambientes Corporativos - Na área criada pela Clássica Design
pela Associação dos Ex-Alunos do Colégio Stella Maris, com ajuda de profissio- do Brasil, a exposição de abertura traz 14 espaços decorados para esse segmen-
nais do setor. Nesta edição foram escolhidos como endereço do evento dois to, com direito a cursos e lançamentos de produtos. A mostra ficará aberta
casarões da época áurea do café na cidade. De 3 de outubro a 5 de novembro. durante um ano. O show-room fica na Avenida Carlos Caldeira Filho, 1.631. Mais
Ingresso a R$ 15. Rua Thiago Ferreira, 15 e 17, Santos, www.casanatal.org.br informações: corporativo@classicadesign.com.br
Casa Cor 2006 - Outras cidades brasileiras terão suas versões de uma das mais Morar Mais por Menos Rio 2006 - São 65 ambientes assinados por arquite-
conhecidas mostras do mercado. tos, decoradores e designers de interiores que tomaram como proposta “o
F OTO S : D I V U LG A Ç Ã O
Casa Cor Ceará – Até 15 de outubro. R$ 15. Rua Dalva Rodrigues, s/n°, chique que cabe no bolso”, com diferenciais de valores, de produtos e de idéias.
Fortaleza. Tel. (85) 3261-3533. Até 8 de outubro. Entrada por até R$ 15. Estrada da Barra da Tijuca, 276. Tel. (21)
Casa Cor Bahia – Até 22 de outubro. Ingresso por até R$ 20. Rua Doutor Estácio 2512-2412, www.morarmaispormenos.com.br
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3.
4. interiores FIM DE PAPO
A Iluminada
À FRENTE DA MLIGHT, MARIA LUIZA JUNQUEIRA
ACENDE PROJETOS LUMINOTÉCNICOS ESPECIAIS
Há mais de uma década no mercado, a empresa MLight Iluminação, comandada por
Maria Luiza Junqueira da Cunha, ou simplesmente Malu, é responsável pela reno-
vação de conceitos luminotécnicos, valendo-se do emprego de tecnologia e design.
“Fui uma vanguardista no setor”, diz. A experiência como designer de interiores
garantiu a ela a concepção de projetos inovadores tanto para as áreas externas – já
que também acumula conhecimentos sobre paisagismo e jardinagem –, como para
as internas, onde a iluminação percorre do estilo mais natural ao artificial.
Qual a importância da iluminação na decoração?
A arquitetura e o design representam tudo aquilo que a natureza não conseguiu completar. É exata- Efeito luz.
mente a luz que permite a flexibilidade para se acentuar espaços revelando os detalhes que fazem toda A importância da luz
certa que incinde,
a diferença. Essa imagem artificial tem um peso muito forte na nossa vida hoje.
realça e disfarça deta-
Quais as dicas para aproveitar ao máximo a ilumi- lhes mais ou menos
nação natural? importantes. Nesse
Geralmente, quando somos chamados para cuidar da ilumi- restaurante é interes-
sante notar que, ao
nação, a obra já está quase pronta, surgindo daí grandes difi-
mesmo tempo em
culdades em adaptar o que o arquiteto, o designer de interi-
que a luz integra, ela
ores ou o cliente querem e necessitam. Estou sempre pre- cria diferentes cenas
gando que a luminotécnica deve vir antes da elétrica, mas para cada ambiente
com a idéia do layout para dimensionarmos os pontos e con-
seqüentemente as vantagens. O aproveitamento da luz na-
tural está intimamente ligado à saúde, pois é ela que regula o
entendimento do relógio biológico do organismo, por isso o uso de painéis, tijolos de vidro, clarabóias e bay
windows auxiliares para o aproveitamento da luz natural.
Como criar ambientes a partir da iluminação artificial?
Provocando as sombras, pois na iluminação o sombrear é fundamental. O gesso veio para ficar e com isso
as luminárias de embutir foram adaptadas às lâmpadas novas do mercado. As soluções ficaram inteligentes
e hoje auxiliam o nosso trabalho de lighting designers, além de reforçar o contato
junto aos fabricantes e a possibilidade de desenvolvermos modelos em parceria.
O que não pode faltar num projeto luminotécnico?
Bom senso, equilíbrio e certa dose de ousadia, sensibilidade e boa vontade. Saber
ler as entrelinhas – já que é aí que estão as vontades do arquiteto, do designer e
FOTOS DIVULGAÇÃO
do cliente, torna-se imprescindível. Para tanto, o melhor conselho ainda é a
paciência.
M. Light Iluminação & Projetos Ltda. Alameda Campinas, 960, conjunto 83.
Tel. (11) 3884-5440, www.mlight.srv.br
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NO MERCADO. MANDE-NOS SUAS IDÉIAS PARA O E-MAIL FALECOM@ABD.ORG.BR.
5.
6. interiores ARTE
arte
décor
Dos rabiscos rupestres aos afrescos de
Michelangelo, passando pela pop art de
Warhol e pelas colagens das novas gerações,
o homem pintou e bordou com a arte
O trocadilho com o título é só para lembrar que arte e de-
coração têm tudo a ver, sempre, em qualquer estilo: art
déco, art nouveau, os clássicos, os minimalistas, os mo-
dernos e os contemporâneos. Muito mais do que um
símbolo de status, uma obra bem escolhida pode dizer
as esculturas greco-romanas, os renascentistas optaram
pela pintura em perspectiva como forma máxima de
representação. Foi quando as paredes deixaram de ser
apenas divisórias entre os cômodos para se tornar es-
paços decorativos.
muito sobre a personalidade do morador, além de trans- Em meados do século 19, com a descoberta da fotogra-
formar o ambiente. A história é antiga: começa com as fia, a pintura de cavalete perdeu seu trono. O modernis-
civilizações rudimentares e seus rabiscos coloridos nas mo transgrediu conceitos, permitindo qualquer técnica,
grutas pré-históricas e desemboca em versões digitais seja dos retratos, colagens e gravuras até os óleos clás-
que fazem a cabeça dos descolados no século 21. sicos. Pipocaram estilos cuja dinâmica rompia com a es-
F OTO S : D I V U LG A Ç Ã O G A L E R I A F O RT E S V I L A Ç A
Quase sempre essas manifestações artísticas estiveram tética, caso do Cubismo, do Dadaísmo e da Pop Art. As
associadas ao prazer da contemplação. Em contraste com paisagens impressionistas imaginadas por Van Gogh, a
abstração total de Kandinsky e o surrealismo do catalão
Salvador Dalí são exemplos do experimentalismo que
derrubou fronteiras ao inserir movimento e novas inter-
venções às obras. Nos anos 70, com a ode à massificação
alardeada por Andy Warhol, os quadros opulentos ga-
nharam reedições e perderam valor. leia mais em
www.abd.org.br
No alto, Ursa Maior, de Eika Versutti. Acima, Little Ones, de Gerben Mulder.
Ao lado, Óleo sobre MDF, de Luiz Zerbini. Todos Galeria Fortes Vilaça
na rota da arte
Sozinho ou acompanhado por um curador, garimpe o que existe de bom em
arte contemporânea: GALERIA BERENICE ARVANI, Rua Oscar Freire, 540,
SP. Tel. (11) 3082-1927 • GALERIA LUISA STRINA, Rua Oscar Freire, 502, SP.
Tel. (11) 3088-2471 • GALERIA ARTE APLICADA, Rua Haddock Lobo, 1.406,
SP. Tel. (11) 3064-4725 • GALERIA FORTES VILAÇA, Rua Fradique
Coutinho, 1.500, SP. Tel. (11) 3032-7066 • GALERIA ANITA SCHWARTZ, A-
venida das Américas, 7.777, RJ. Tel. (21) 2438-7527 • PAULO DARZÉ GALE-
RIA DE ARTE, Rua Dr. Chrysippo de Aguiar, 8, Salvador. Tel. (71) 3267-0930
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7.
8. interiores ANTIGUIDADES
Misturas
quedãocerto
A bossa não é lá tão nova e sempre há quem prefi-
ra a mesinha de pés-palitos, a cadeira provençal e o
móvel de 300 anos. Sem ofuscar o design do sécu-
lo 21, as antiguidades podem ser boas companhias
O jantar está na mesa. Na verdade, sobre a mesa ovalada com
tampo de mármore, desenhada por Eero Saarinen nos anos 50,
rodeada pelas célebres cadeiras Tulipas, também assinadas por
ele. Talheres de prata do século 19, muranos do 17, porcelana
legítima da Cia. das Índias e cristais Baccarat são iluminados por
sem “pedigree”, cujo valor é calculado com base no sentimenta-
lismo. “Quando artefatos antigos são agregados à decoração de
um ambiente, há enriquecimento do projeto”, diz Roberto
Grecco, do antiquário Grecco & Monteiro.
A ampliação do segmento de antiguidades e lojas especializadas
um lustre de ferro e pingentes. Ao fundo, uma mesinha Regency, na reedição de clássicos é a prova de que a procura é intensa.
do século 19, e um banco colonial brasileiro, de algum lugar do Não apenas para ostentar uma obra de arte em casa, mas pelo
passado. O ambiente prazer cultural de tê-la. É a lógica que movimenta o mercado.
descrito, muito comum nas Por sinal, os profissionais que dão as cartas na decoração de inte-
produções de designers riores nunca abandonaram a mescla do tradicional com o mo-
antenados que valorizam as derno. A justificativa esconde-se nas entrelinhas, já que a casa
jóias decorativas certificadas deve refletir a personalidade de quem mora nela. E para os
pelo tempo, não faz parte de clientes, a graça está na mistura fina. “Se o mélange for bem
uma época distante e cai orquestrado, vale misturar obras de arte,
como uma luva no estilo cômodas européias de 300 anos com peças
contemporâneo, onde o modernistas assinadas por Le
clássico se foi renovando até Corbusier e até algo dos
se traduzir apenas como atual. Irmãos Campana, do
O que para alguns pode soar como ultrapassado, para a maioria ano 2001”, diz o hair
a simples possibilidade de ser dono de um vaso de alguma dinas- stylist Paulo Persil,
tia chinesa antiga, de um santo barroco do século 18 ou de uma um moderno que
mobília autêntica da época de Luís XV é um prazer estético se declara fã incondi-
quase inenarrável. Isso sem contar os objetos herdados, com ou cional de antiguidades. leia mais em
www.abd.org.br
Mapa da mina
Lustre de bronze dourado
Garimpe no passado as prendas que continuam fazendo bonito hoje: FER-
F OTO S : D I V U LG A Ç Ã O
com porcelana, século 19,
NANDO MOTTA ANTIQUARIATO, Rua Padre João Manoel, 1.050, tel.
Fernando Motta. Comoda
(11) 3064-7982.• GRECCO & MONTEIRO ANTIGUIDADES, Alameda Itu,
francesa com tampo de
1.476, tel. (11) 3062-9443. • IVY ANTIQUÁRIO, Rua Itapirapuã, 35, tel.
mármore, século 19 e can-
(11) 3063-2092. • RENÉE E CATHERINE SASSON ANTIQUÁRIOS, Alame-
delabro de prata portuguesa
da Lorena, 1.174, casa 3, tel. (11) 3061-3351. • SALAMANDRA ARTES E AN-
Águia, Grecco & Monteiro
TIGUIDADES, Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 765, tel. (11) 3083-3109.
Antiguidades
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