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EXposiçÃO

                                                             Cenas da vida
                               Mulheres Africanas, mostra do fotógrafo paulistano Celso Bayo, traz
                                 imagens de beleza e força em um continente marcado pela fome
                                                                           Texto Katia Calsavara




                                                                                    O     fotógrafo paulistano Celso Bayo sempre quis retratar a força da
                     mulher na cultura de um povo. “A África foi perfeita para este projeto”, conta ele, que passou quatro meses em uma verdadeira experi-
                     ência sensorial pelo continente. Percorreu diferentes paisagens da Tanzânia, do oeste da Uganda até a fronteira com Ruanda e Congo;
                     do interior e da costa do Quênia até a Somália. Na Etiópia, fotografou desde a região do Omo Valley até as montanhas de Lalibela.
                        A ideia de Bayo é voltar outras vezes ao continente até que consiga fotografar cada região da África, uma aventura que demanda
                     investimento e muito empenho. Por enquanto, já podemos conferir o resultado da primeira etapa na mostra Mulheres Africanas, em
                     cartaz na capital paulista na loja Studio In, especializada em design. As imagens falam por si, captando a beleza, a força e o sentido
                     primitivo de existência dessas mulheres. “A africana é bonita, simpática, acolhedora e essencial na base familiar. Por muitos motivos,
                     entre eles educacionais e religiosos, é frequentemente inferiorizada pelos homens”, diz o fotógrafo.




                                                                                                                            s
62 outubro de 2012                                                                                                                    outubro de 2012     63
EXposiçÃO




                          Formado em Educação Física, Bayo saiu do Brasil em 1987 para estudar
                     inglês. Foi parar primeiro em Nova York, onde conheceu o fotógrafo carioca
                     Paulo Figueiras, de quem ficou muito amigo e que o iniciou nessa arte. Em
                     1995, mudou-se para a Califórnia, onde passou a fazer cursos de fotografia
                     em instituições como Foothill College e Academy of Art University, em São
                     Francisco. A essa altura, ele conta, já estava embriagado por essa paixão, “es-
                     sencial para a minha existência”.
                          De tempos em tempos, Bayo passa alguns meses no Brasil com a família             Acima, a foto “Carregando a Força”, premiada no Annual Photography
                     e os amigos. Conta que a carreira de fotógrafo em qualquer país é sempre com-          Master Cup. Celso Bayo viajou durante quatro meses com o objetivo de
                                                                                                         capturar imagens que retratassem a força e a cultura das mulheres africanas
                     petitiva e que nos EUA não é diferente. “Talvez você tenha melhores condições
                     de trabalho lá do que em vários países, mas é preciso se esforçar muito”, afirma.
                          Um dos objetivos de seu trabalho é difundir diferentes culturas. Assim,
                     já passou por países como Cuba, Peru, Noruega, Indonésia, Camboja, Turquia
                     e outros. Durante a estada na África, ele lembra que chamou sua atenção a
                     alegria do povo, semelhante à do brasileiro, embora em meio a tantas difi-
                     culdades. Mas também não faltaram histórias engraçadas...
                          Quando estava fazendo a foto que depois receberia o nome de “Maria
                     Bonita”, percebeu que levou alguns beliscões. “Na primeira vez, nem vi de
                     onde veio. Só descobri que as mulheres da tribo faziam isso depois que meu
                     amigo também começou a ser beliscado. E que beliscões fortes! A razão dis-
                     so eu não sei, elas pareciam estar se divertindo, e como nossos guias não
                     falavam muito bem o inglês ou o dialeto das tribos, nossa comunicação era
                     precária. Mas também nos divertimos muito.”
                          Na próxima etapa do projeto, ele pretende focar o relacionamento da
                     mulher com o cotidiano ao redor dela. “Talvez eu também inclua o elemento
                     da religião. Quem sabe opte pelo preto e branco, ou mesmo pelo contrário,
                     estourando as cores. Tudo vai depender da região escolhida”, diz.
                          A mostra Mulheres Africanas já esteve em São Paulo, Minas Gerais e Rio
                     Grande do Sul. Devido ao sucesso, volta a ser exposta agora na capital pau-
                     lista. Entre as mais de 3.000 imagens capturadas por Bayo durante a viagem,
                     cerca de 30 fazem parte da exposição. As fotos “Maria Bonita” e “Carregando
                     a Força” foram nomeadas no Annual Photography Masters Cup, importante
                     premiação de fotografia.
                                               s




64 outubro de 2012                                                                                                                                       outubro de 2012           65
EXposiçÃO




                          Giro pelo mundo
                          Além do Brasil, as fotos de Bayo também já participaram de exposições
                     nos Estados Unidos. Em 2000, a foto “Hanging Loose in Jeri” obteve o segun-
                     do lugar na prestigiada revista norte-americana Forum’s Magazine. Outro
                     destaque de seu portfólio é “Elvis at the Balcony”, tirada durante a corrida
                     de rua Bay to Breakers, em São Francisco, na Califórnia, e indicada para um
                     projeto pioneiro de fotografia digital nos EUA, o America 24/7.
                          O fotógrafo conta que, desde pequeno, nas aulas de História, se inte-
                     ressava por outras culturas. Bayo esteve no Camboja em 1998, período em
                     que o país começava a se abrir após anos de ditadura. “Viajei de camionete
                     da Tailândia até as fascinantes ruínas de Angkor Wat, onde fotografei uma
                     menina carregando um bebê.” Ele conta que, na volta para a Tailândia, quan-
                     do estava com o carro repleto de gringos e também com tailandeses para os
                     quais deu carona, não havia espaço para mais nada na caçamba, quando os
                     que já estavam nela abriram espaço para um homem, que carregava mais
                     de dez galinhas amarradas nos pés. “Eles levantaram na maior naturalidade
                     e abriram espaço para ele e as galinhas”, lembra.
                          Bayo conta que consegue ver uma grande evolução em sua carreira,
                     mas segue sempre em busca de novos aprendizados. Entre os trabalhos de
                     que mais gosta, ele cita o conjunto “Sounds of the World”, sobre música, com
                     imagens em preto e branco. Em 2003, ele esteve em New Orleans, capital
                     mundial do jazz.
                          Atualmente, esse meio paulistano, meio californiano, se dedica a fo-
                     tografias esportivas para diferentes sites, revistas e jornais do Brasil e dos
                     Estados Unidos. Deseja trabalhar na próxima Copa do Mundo, que será re-
                     alizada no Brasil, em 2014, e nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. “A
                     fotografia é muito ampla como arte visual e meio de comunicação. Por isso,
                     precisamos estar sempre abertos a novas experiências”, finaliza.




                     Serviço:
                     Studio In: Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 399, São Paulo. Tels. 11 3062-
                     7217 e 11 2537-2741. De segunda a sexta-feira, das 10h às 19h. Sábados, das
                     10h às 14h. Site: designstudioin.com.br. Entrada gratuita. Até 23 de outubro.


66 outubro de 2012                                                                                    67

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Mulheres Africanas na lente de Celso Bayo

  • 1. EXposiçÃO Cenas da vida Mulheres Africanas, mostra do fotógrafo paulistano Celso Bayo, traz imagens de beleza e força em um continente marcado pela fome Texto Katia Calsavara O fotógrafo paulistano Celso Bayo sempre quis retratar a força da mulher na cultura de um povo. “A África foi perfeita para este projeto”, conta ele, que passou quatro meses em uma verdadeira experi- ência sensorial pelo continente. Percorreu diferentes paisagens da Tanzânia, do oeste da Uganda até a fronteira com Ruanda e Congo; do interior e da costa do Quênia até a Somália. Na Etiópia, fotografou desde a região do Omo Valley até as montanhas de Lalibela. A ideia de Bayo é voltar outras vezes ao continente até que consiga fotografar cada região da África, uma aventura que demanda investimento e muito empenho. Por enquanto, já podemos conferir o resultado da primeira etapa na mostra Mulheres Africanas, em cartaz na capital paulista na loja Studio In, especializada em design. As imagens falam por si, captando a beleza, a força e o sentido primitivo de existência dessas mulheres. “A africana é bonita, simpática, acolhedora e essencial na base familiar. Por muitos motivos, entre eles educacionais e religiosos, é frequentemente inferiorizada pelos homens”, diz o fotógrafo. s 62 outubro de 2012 outubro de 2012 63
  • 2. EXposiçÃO Formado em Educação Física, Bayo saiu do Brasil em 1987 para estudar inglês. Foi parar primeiro em Nova York, onde conheceu o fotógrafo carioca Paulo Figueiras, de quem ficou muito amigo e que o iniciou nessa arte. Em 1995, mudou-se para a Califórnia, onde passou a fazer cursos de fotografia em instituições como Foothill College e Academy of Art University, em São Francisco. A essa altura, ele conta, já estava embriagado por essa paixão, “es- sencial para a minha existência”. De tempos em tempos, Bayo passa alguns meses no Brasil com a família Acima, a foto “Carregando a Força”, premiada no Annual Photography e os amigos. Conta que a carreira de fotógrafo em qualquer país é sempre com- Master Cup. Celso Bayo viajou durante quatro meses com o objetivo de capturar imagens que retratassem a força e a cultura das mulheres africanas petitiva e que nos EUA não é diferente. “Talvez você tenha melhores condições de trabalho lá do que em vários países, mas é preciso se esforçar muito”, afirma. Um dos objetivos de seu trabalho é difundir diferentes culturas. Assim, já passou por países como Cuba, Peru, Noruega, Indonésia, Camboja, Turquia e outros. Durante a estada na África, ele lembra que chamou sua atenção a alegria do povo, semelhante à do brasileiro, embora em meio a tantas difi- culdades. Mas também não faltaram histórias engraçadas... Quando estava fazendo a foto que depois receberia o nome de “Maria Bonita”, percebeu que levou alguns beliscões. “Na primeira vez, nem vi de onde veio. Só descobri que as mulheres da tribo faziam isso depois que meu amigo também começou a ser beliscado. E que beliscões fortes! A razão dis- so eu não sei, elas pareciam estar se divertindo, e como nossos guias não falavam muito bem o inglês ou o dialeto das tribos, nossa comunicação era precária. Mas também nos divertimos muito.” Na próxima etapa do projeto, ele pretende focar o relacionamento da mulher com o cotidiano ao redor dela. “Talvez eu também inclua o elemento da religião. Quem sabe opte pelo preto e branco, ou mesmo pelo contrário, estourando as cores. Tudo vai depender da região escolhida”, diz. A mostra Mulheres Africanas já esteve em São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Devido ao sucesso, volta a ser exposta agora na capital pau- lista. Entre as mais de 3.000 imagens capturadas por Bayo durante a viagem, cerca de 30 fazem parte da exposição. As fotos “Maria Bonita” e “Carregando a Força” foram nomeadas no Annual Photography Masters Cup, importante premiação de fotografia. s 64 outubro de 2012 outubro de 2012 65
  • 3. EXposiçÃO Giro pelo mundo Além do Brasil, as fotos de Bayo também já participaram de exposições nos Estados Unidos. Em 2000, a foto “Hanging Loose in Jeri” obteve o segun- do lugar na prestigiada revista norte-americana Forum’s Magazine. Outro destaque de seu portfólio é “Elvis at the Balcony”, tirada durante a corrida de rua Bay to Breakers, em São Francisco, na Califórnia, e indicada para um projeto pioneiro de fotografia digital nos EUA, o America 24/7. O fotógrafo conta que, desde pequeno, nas aulas de História, se inte- ressava por outras culturas. Bayo esteve no Camboja em 1998, período em que o país começava a se abrir após anos de ditadura. “Viajei de camionete da Tailândia até as fascinantes ruínas de Angkor Wat, onde fotografei uma menina carregando um bebê.” Ele conta que, na volta para a Tailândia, quan- do estava com o carro repleto de gringos e também com tailandeses para os quais deu carona, não havia espaço para mais nada na caçamba, quando os que já estavam nela abriram espaço para um homem, que carregava mais de dez galinhas amarradas nos pés. “Eles levantaram na maior naturalidade e abriram espaço para ele e as galinhas”, lembra. Bayo conta que consegue ver uma grande evolução em sua carreira, mas segue sempre em busca de novos aprendizados. Entre os trabalhos de que mais gosta, ele cita o conjunto “Sounds of the World”, sobre música, com imagens em preto e branco. Em 2003, ele esteve em New Orleans, capital mundial do jazz. Atualmente, esse meio paulistano, meio californiano, se dedica a fo- tografias esportivas para diferentes sites, revistas e jornais do Brasil e dos Estados Unidos. Deseja trabalhar na próxima Copa do Mundo, que será re- alizada no Brasil, em 2014, e nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. “A fotografia é muito ampla como arte visual e meio de comunicação. Por isso, precisamos estar sempre abertos a novas experiências”, finaliza. Serviço: Studio In: Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 399, São Paulo. Tels. 11 3062- 7217 e 11 2537-2741. De segunda a sexta-feira, das 10h às 19h. Sábados, das 10h às 14h. Site: designstudioin.com.br. Entrada gratuita. Até 23 de outubro. 66 outubro de 2012 67