SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 13
Baixar para ler offline
1. INTRODUÇÃO
 Predação é a maior causa da mortalidade de neonatos de tubarões (HELFMAN et al. 2009).
 Estratégias de defesas primárias: ANACORESE, CAMUFLAGEM, MIMETISMO e COLORAÇÃO
APOSEMÁTICA.
 Estratégias de defesa secundárias: FUGA, TANATOSE e COMPORTAMENTO DEIMÁTICO
(RANDALL 2005; MARSHALL e JOHNSEN, 2011).
 Estratégias de defesa em tubarões (HEITHAUS,2004).
 Canibalismo entre tubarões (predação de neonatos) e por teleósteos carnívoros cetáceos (odontocete),
pinípedes e aves marinhas (HEITHAUS, 2004; MARTIN, 2004)
 Segregação espacial: tamanho, idade, uso de habitats de águas rasas – mecanismos anti-predação
(SPRINGER 1967)
 Áreas de berçário são locais alvos de predação com níveis de mortalidade que variam de 45 a 90%
(GRUBER et al., 2001; HEUPEL E SIMPFENDORFER, 2002).
 Ginglymostoma cirratum (cação-lixa) é um grande tubarão (> de 3,60 m CT) bentônico e costeiro
encontrado nas plataformas continentais e insulares em águas tropicais e subtropicais do Oceano
Atlântico, e em parte do leste do Pacífico (COMPAGNO,1984).
 Dados insuficientes - as suas populações são consideradas vulneráveis fora da América do Sul (ROSA
et al., 2006; ROSA e GADIG, 2008)
 Áreas de berçário são próximas da costa - jovens e adultos vivem em profundidades semelhantes
(CASTRO, 2000).
 O objetivo deste trabalho foi de aumentar o conhecimento sobre os cações-lixa na natureza, e
descrever duas táticas defensivas de neonatos como estratégia para evitar os predadores.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
 Contagem de indivíduos - Gravações diurnas de neonatos de cação-lixa no
período de 1997- 2007.
 As sessões de observação foram feitas através da técnica de "ad libitum” no
mergulho autônomo (Scuba diving) e snorkelling em profundidades variando de
1 a 20 m.
 A temperatura média da água é de 26 ° C, e a média da salinidade é de 36 ‰.
 Os neonatos de cação-lixa - indivíduos de 28-35 cm de comprimento com
pequenas manchas pretas cobrindo o corpo com manchas alternadas com
pigmentação de tons mais claros à escuros (Castro 2000).
 Método de amostragem, e os dados foram registados numa lousa de plástico
(MARTIN e BATESON 1986).
 O tamanho dos indivíduos observados foi estimado usando objetos de tamanho
conhecido próximos aos animais a fim de avaliar o seu comprimento total.
 A descrição de Habitat foi baseada no tipo de ambiente, profundidade,
morfologia do substrato, fauna séssil dominante e flora.
 Fotografias digitais foram tiradas e gravações de vídeo foram feitas para validar
as observações visuais.
Fig. 1 Localização geográfica do arquipélago de Fernando de Noronha (indicado
por uma estrela), 345 km longe da costa brasileira. Os números indicam locais do
arquipélago, onde os neonatos de Ginglymostoma cirratum foram registrados entre
1997 e 2007.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Profundidade: Nº de Mergulhos: Hora:
Snorkelling 10 m 493 785
Scuba diving 11-20 m 391 571
Total: 20 (máxima) 884 1356
Tab.1 – Técnicas de mergulho, profundidade e o tempo em horas de observação
subaquática.
3. RESULTADOS
 Seis encontros com neonatos resultaram na observação de
dois comportamentos defensivos não descritos para o G.
cirratum.
 1º "escondendo-se“
 2º "semelhante ao substrato"
 1º e 2º foram descritos a partir do habitat predominante em
que os indivíduos foram encontrados e sobre o tipo de postura
exibida na presença do observador.
3. RESULTADOS
Comportamentos
descritos:
Mês /
ano:
Local de
observação
dos
indivíduos: Mês / ano:
Local de
observação
dos
indivíduos:
CT
(cm)
Profundida
de (m):
Tempo
(min.):
Tipo de
substrato:
Julho
(1997)
Fevereiro
(2003):
Escondendo-se N = 2 Sob rochas N = 1 Fenda 30- 35 1, 5 , 13 10
Fundo
rochoso
em recifes
de corais
Semelhante ao
substrato
Setembro
(2006)
Agosto
(2007) 30-35 2 até 6 5
N = 1
Bancos de
algas N = 1
recifes de
corais
Sob frondes
de
Setembro
(2007) octocorais
algas
marrons
N = 1
(gênero
Carijoa)
Ou sob as
pedras
localizadas
na praia
Tab.2 – Duas estratégias defensivas descritas para G. cirratum.
3. RESULTADOS
3. RESULTADOS
Fig. 2 Neonato de Ginglymostoma cirratum no Fernando de Noronha Arquipélago.
3. RESULTADOS
Fig. 3 Neonato de Ginglymostoma cirratum (30 cm TL - comprimento total do corpo) exibindo o comportameto
"Semelhante ao substrato" no topo de uma pedra de 3 m de diâmetro em uma praia de areia em Fernando de Noronha.
4. DISCUSSÃO
 A maioria das táticas defensivas de tubarões registradas têm sido
relacionadas com “exibições de comportamentos agonísticos”
(MARTIN, 2007).
 Esses “comportamentos agonísticos” podem enfatizar a habilidade
de luta ou posição hierárquica colocando o comunicador em uma
posição de luta ou fuga (BRADBURY e VEHRENCAMP, 1998)
 Martin (2007) descreveu a ocorrência de comportamentos agonísticos
em 23 espécies de tubarão-cobre (Carcharhinus brachyurus) e de
tubarões martelo (Sphyrna sp.).
 Os três registros do comportamento “escondendo-se" indicam que os
indivíduos jovens de G. cirratum provavelmente usam abrigos em
recifes e substratos rochosos durante o dia para evitar a predação por
adultos, tubarões maiores ou teleósteos carnívoros, diminuindo o seu
tempo de exposição.
 Sua coloração críptica associado aos hábitos bentônicos das espécies oferecem
a habilidade de camuflagem em ambientes diferentes (WILSON e MARTIN,
2004).
 G. cirratum é globalmente descrito com “dados insuficientes” e considerado
como vulnerável na porção sul de sua área de vida no Atlântico ocidental
devido a redução extrema da população e as extinções locais (ROSA et al
2006; ROSA e GADIG, 2008).
 Neonatos de cação-lixa possuem preferência por águas rasas até 15 m, onde
eles podem encontrar substratos estruturados e / ou cobertos, onde é possível
esconder-se e evitar predadores.
 Fernando de Noronha tem extensas áreas protegidas e representa uma das
mais importantes áreas de reprodução de G. cirratum no Atlântico Ocidental
(GARLA et al., 2009).
 A atividade turística em FEN aumentou substancialmente desde 1998
(BRASIL, 2004), nas áreas mais rasas consideradas críticas para os neonatos.
 Destaca-se a importância de gerenciar adequadamente esses habitats para
assegurar a conservação das fases iniciais de vida das espécies nesta parte do
Atlântico ocidental.
4. DISCUSSÃO
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GARLA, Ricardo Clapis; GARRONE-NETO, Domingos; GADIG, Otto Bismarck Fazzano.
(2014) Defensive strategies of neonate nurse sharks, Ginglymostoma cirratum, in an oceanic
archipelago of the Western Central Atlantic. Acta ethologica. p 167-171. DOI
10.1007/s10211-014-0200-x Received: 18 December 2013 /Revised: 16 June 2014 /Accepted: 6
July 2014 # Springer-Verlag Berlin Heidelberg and ISPA 2014. Disponível
em:<http://link.springer.com/article/10.1007%2Fs10211-014-0200-x#> Acesso em 27 Set, 2015.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Ecologia de camponotus sericeiventris no cerrado
Ecologia de camponotus sericeiventris no cerradoEcologia de camponotus sericeiventris no cerrado
Ecologia de camponotus sericeiventris no cerradomarciofdias
 
Mamíferos de médio e grande porte no parque ecológico quedas do rio bonito
Mamíferos de médio e grande porte no parque ecológico quedas do rio bonitoMamíferos de médio e grande porte no parque ecológico quedas do rio bonito
Mamíferos de médio e grande porte no parque ecológico quedas do rio bonitoKassius Santos
 
Comportamento de forrageio de camponotus sericeiventris em ambiente urbano
Comportamento de forrageio de camponotus sericeiventris em ambiente urbanoComportamento de forrageio de camponotus sericeiventris em ambiente urbano
Comportamento de forrageio de camponotus sericeiventris em ambiente urbanomarciofdias
 
Mudanças do código florestal e seu impacto sobre as borboletas no brasil
Mudanças do código florestal e seu impacto sobre as borboletas no brasilMudanças do código florestal e seu impacto sobre as borboletas no brasil
Mudanças do código florestal e seu impacto sobre as borboletas no brasilJoão Vitor Soares Ramos
 
Metodologia fauna faz. salto
Metodologia fauna faz. saltoMetodologia fauna faz. salto
Metodologia fauna faz. saltoEquipe_NGA
 
Metodologia em levantamentos de fauna
Metodologia em levantamentos de faunaMetodologia em levantamentos de fauna
Metodologia em levantamentos de faunaSilvio Xavier
 
VI CONGRESSO BRASILEIRO DE HERPETOLOGIA
VI CONGRESSO BRASILEIRO DE HERPETOLOGIAVI CONGRESSO BRASILEIRO DE HERPETOLOGIA
VI CONGRESSO BRASILEIRO DE HERPETOLOGIAMariana Alcântara
 
Seminário sobre consequências no desaparecimento dos grandes tubarões
Seminário sobre consequências no desaparecimento dos grandes tubarõesSeminário sobre consequências no desaparecimento dos grandes tubarões
Seminário sobre consequências no desaparecimento dos grandes tubarõesIsis Campos Gonçalves
 
Biogeografia aula 2 - padrões de biodoversidade
Biogeografia   aula 2 - padrões de biodoversidadeBiogeografia   aula 2 - padrões de biodoversidade
Biogeografia aula 2 - padrões de biodoversidadeKenia Diógenes
 
Aspectos biogeográficos no Arquipélago de Santa Catarina
Aspectos biogeográficos no Arquipélago de Santa CatarinaAspectos biogeográficos no Arquipélago de Santa Catarina
Aspectos biogeográficos no Arquipélago de Santa CatarinaAvistarBrasil
 
Evoluçao e comportamento de cetaceos planetario
Evoluçao e comportamento de cetaceos   planetarioEvoluçao e comportamento de cetaceos   planetario
Evoluçao e comportamento de cetaceos planetarioGreen Sweden
 
Ambientes, biosfera e habitats
Ambientes, biosfera e habitatsAmbientes, biosfera e habitats
Ambientes, biosfera e habitatsIsabel Ribeiro
 
Apresentacao biogeografia igor rosário & daniela coelho
Apresentacao biogeografia igor rosário & daniela coelhoApresentacao biogeografia igor rosário & daniela coelho
Apresentacao biogeografia igor rosário & daniela coelhoDenise Marini
 

Mais procurados (20)

Ecologia de camponotus sericeiventris no cerrado
Ecologia de camponotus sericeiventris no cerradoEcologia de camponotus sericeiventris no cerrado
Ecologia de camponotus sericeiventris no cerrado
 
Mamíferos de médio e grande porte no parque ecológico quedas do rio bonito
Mamíferos de médio e grande porte no parque ecológico quedas do rio bonitoMamíferos de médio e grande porte no parque ecológico quedas do rio bonito
Mamíferos de médio e grande porte no parque ecológico quedas do rio bonito
 
Comportamento de forrageio de camponotus sericeiventris em ambiente urbano
Comportamento de forrageio de camponotus sericeiventris em ambiente urbanoComportamento de forrageio de camponotus sericeiventris em ambiente urbano
Comportamento de forrageio de camponotus sericeiventris em ambiente urbano
 
Biogeografia
BiogeografiaBiogeografia
Biogeografia
 
Mudanças do código florestal e seu impacto sobre as borboletas no brasil
Mudanças do código florestal e seu impacto sobre as borboletas no brasilMudanças do código florestal e seu impacto sobre as borboletas no brasil
Mudanças do código florestal e seu impacto sobre as borboletas no brasil
 
Metodologia fauna faz. salto
Metodologia fauna faz. saltoMetodologia fauna faz. salto
Metodologia fauna faz. salto
 
Metodologia em levantamentos de fauna
Metodologia em levantamentos de faunaMetodologia em levantamentos de fauna
Metodologia em levantamentos de fauna
 
VI CONGRESSO BRASILEIRO DE HERPETOLOGIA
VI CONGRESSO BRASILEIRO DE HERPETOLOGIAVI CONGRESSO BRASILEIRO DE HERPETOLOGIA
VI CONGRESSO BRASILEIRO DE HERPETOLOGIA
 
Seminário sobre consequências no desaparecimento dos grandes tubarões
Seminário sobre consequências no desaparecimento dos grandes tubarõesSeminário sobre consequências no desaparecimento dos grandes tubarões
Seminário sobre consequências no desaparecimento dos grandes tubarões
 
Guia pratico
Guia praticoGuia pratico
Guia pratico
 
Projecto AP ...
Projecto AP ...Projecto AP ...
Projecto AP ...
 
Biogeografia aula 2 - padrões de biodoversidade
Biogeografia   aula 2 - padrões de biodoversidadeBiogeografia   aula 2 - padrões de biodoversidade
Biogeografia aula 2 - padrões de biodoversidade
 
Formigas © Slideshow by Jair LP
Formigas © Slideshow by Jair LPFormigas © Slideshow by Jair LP
Formigas © Slideshow by Jair LP
 
Conservacao-de-mamiferos-do-brasil
Conservacao-de-mamiferos-do-brasilConservacao-de-mamiferos-do-brasil
Conservacao-de-mamiferos-do-brasil
 
Aspectos biogeográficos no Arquipélago de Santa Catarina
Aspectos biogeográficos no Arquipélago de Santa CatarinaAspectos biogeográficos no Arquipélago de Santa Catarina
Aspectos biogeográficos no Arquipélago de Santa Catarina
 
Estudo levantamento-fauna-respectivos-metodos
Estudo levantamento-fauna-respectivos-metodosEstudo levantamento-fauna-respectivos-metodos
Estudo levantamento-fauna-respectivos-metodos
 
Evoluçao e comportamento de cetaceos planetario
Evoluçao e comportamento de cetaceos   planetarioEvoluçao e comportamento de cetaceos   planetario
Evoluçao e comportamento de cetaceos planetario
 
Ambientes, biosfera e habitats
Ambientes, biosfera e habitatsAmbientes, biosfera e habitats
Ambientes, biosfera e habitats
 
Apresentacao biogeografia igor rosário & daniela coelho
Apresentacao biogeografia igor rosário & daniela coelhoApresentacao biogeografia igor rosário & daniela coelho
Apresentacao biogeografia igor rosário & daniela coelho
 
Artigo bioterra v21_n1_08
Artigo bioterra v21_n1_08Artigo bioterra v21_n1_08
Artigo bioterra v21_n1_08
 

Destaque

Petita història p3 a
Petita història p3 aPetita història p3 a
Petita història p3 aa8061142
 
Philodryas olfersii - Comportamento predatório
Philodryas olfersii - Comportamento predatórioPhilodryas olfersii - Comportamento predatório
Philodryas olfersii - Comportamento predatórioIsis Campos Gonçalves
 
Primera experiència amb l’hort
Primera experiència  amb l’hortPrimera experiència  amb l’hort
Primera experiència amb l’horta8061142
 
Abecedario conciencia-fonologica-letra-arial
Abecedario conciencia-fonologica-letra-arialAbecedario conciencia-fonologica-letra-arial
Abecedario conciencia-fonologica-letra-arialKarina Aravena Constanzo
 
Buying Twitter Followers
Buying Twitter FollowersBuying Twitter Followers
Buying Twitter FollowersTherver649
 

Destaque (7)

Petita història p3 a
Petita història p3 aPetita història p3 a
Petita història p3 a
 
Philodryas olfersii - Comportamento predatório
Philodryas olfersii - Comportamento predatórioPhilodryas olfersii - Comportamento predatório
Philodryas olfersii - Comportamento predatório
 
Primera experiència amb l’hort
Primera experiència  amb l’hortPrimera experiència  amb l’hort
Primera experiència amb l’hort
 
Abecedario conciencia-fonologica-letra-arial
Abecedario conciencia-fonologica-letra-arialAbecedario conciencia-fonologica-letra-arial
Abecedario conciencia-fonologica-letra-arial
 
DIBUJO PARA INGENIERIA
DIBUJO PARA INGENIERIADIBUJO PARA INGENIERIA
DIBUJO PARA INGENIERIA
 
Buying Twitter Followers
Buying Twitter FollowersBuying Twitter Followers
Buying Twitter Followers
 
Tpkss semarang
Tpkss semarangTpkss semarang
Tpkss semarang
 

Semelhante a Defensive strategies of neonate nurse sharks

Conhecimento ecológico local de pescadores da Baía Babitonga, 2006 (PEIXES).pdf
Conhecimento ecológico local de pescadores da Baía Babitonga, 2006 (PEIXES).pdfConhecimento ecológico local de pescadores da Baía Babitonga, 2006 (PEIXES).pdf
Conhecimento ecológico local de pescadores da Baía Babitonga, 2006 (PEIXES).pdfDautodaSilveira
 
Método de Captura de Artrópodes.pptx
Método de Captura de Artrópodes.pptxMétodo de Captura de Artrópodes.pptx
Método de Captura de Artrópodes.pptxTatianeKlossoski
 
Animais Em ExtinçãO 8°F.Alexandre Leonardo Edilson Vandernilson Paulo 1M8
Animais Em ExtinçãO 8°F.Alexandre Leonardo Edilson Vandernilson Paulo 1M8Animais Em ExtinçãO 8°F.Alexandre Leonardo Edilson Vandernilson Paulo 1M8
Animais Em ExtinçãO 8°F.Alexandre Leonardo Edilson Vandernilson Paulo 1M8amlisss
 
Fauna ameacada de extincao no brasil e a resp. do medico vet
Fauna ameacada de extincao no brasil e a resp. do medico vetFauna ameacada de extincao no brasil e a resp. do medico vet
Fauna ameacada de extincao no brasil e a resp. do medico vetMiguel Rocha Neto
 
2008 quelônios delta_jacui_port
2008 quelônios delta_jacui_port2008 quelônios delta_jacui_port
2008 quelônios delta_jacui_portProjeto Chelonia
 
Composição e estrutura da comunidade fi tobentônica do infralitoral da praia ...
Composição e estrutura da comunidade fi tobentônica do infralitoral da praia ...Composição e estrutura da comunidade fi tobentônica do infralitoral da praia ...
Composição e estrutura da comunidade fi tobentônica do infralitoral da praia ...Ana Carol Braga
 
Sala Verde Inhotim Informativo 17
Sala Verde Inhotim   Informativo 17Sala Verde Inhotim   Informativo 17
Sala Verde Inhotim Informativo 17José André
 
Aves negreiros glauco_kleber_08_maio_10doc[1]
Aves negreiros glauco_kleber_08_maio_10doc[1]Aves negreiros glauco_kleber_08_maio_10doc[1]
Aves negreiros glauco_kleber_08_maio_10doc[1]flonanegreiros
 
Aves negreiros glauco_kleber_08_maio_10doc[1]
Aves negreiros glauco_kleber_08_maio_10doc[1]Aves negreiros glauco_kleber_08_maio_10doc[1]
Aves negreiros glauco_kleber_08_maio_10doc[1]flonanegreiros
 
Aves negreiros glauco_kleber_08_maio_10doc[1]
Aves negreiros glauco_kleber_08_maio_10doc[1]Aves negreiros glauco_kleber_08_maio_10doc[1]
Aves negreiros glauco_kleber_08_maio_10doc[1]Paulo Corrêa
 
Aves negreiros glauco_kleber_08_maio_10doc[1]
Aves negreiros glauco_kleber_08_maio_10doc[1]Aves negreiros glauco_kleber_08_maio_10doc[1]
Aves negreiros glauco_kleber_08_maio_10doc[1]Paulo Corrêa
 
Hábitos alimentares de tubarão martelo jovem (shpyrna zygaena)
Hábitos alimentares de tubarão martelo jovem (shpyrna zygaena)Hábitos alimentares de tubarão martelo jovem (shpyrna zygaena)
Hábitos alimentares de tubarão martelo jovem (shpyrna zygaena)Rayssa Lima
 
Biodiversidade de Baetidae (Insecta: Ephemeroptera) no Parque Estadual do Rio...
Biodiversidade de Baetidae (Insecta: Ephemeroptera) no Parque Estadual do Rio...Biodiversidade de Baetidae (Insecta: Ephemeroptera) no Parque Estadual do Rio...
Biodiversidade de Baetidae (Insecta: Ephemeroptera) no Parque Estadual do Rio...Elidiomar R Da-Silva
 

Semelhante a Defensive strategies of neonate nurse sharks (20)

Conhecimento ecológico local de pescadores da Baía Babitonga, 2006 (PEIXES).pdf
Conhecimento ecológico local de pescadores da Baía Babitonga, 2006 (PEIXES).pdfConhecimento ecológico local de pescadores da Baía Babitonga, 2006 (PEIXES).pdf
Conhecimento ecológico local de pescadores da Baía Babitonga, 2006 (PEIXES).pdf
 
Método de Captura de Artrópodes.pptx
Método de Captura de Artrópodes.pptxMétodo de Captura de Artrópodes.pptx
Método de Captura de Artrópodes.pptx
 
Animais Em ExtinçãO 8°F.Alexandre Leonardo Edilson Vandernilson Paulo 1M8
Animais Em ExtinçãO 8°F.Alexandre Leonardo Edilson Vandernilson Paulo 1M8Animais Em ExtinçãO 8°F.Alexandre Leonardo Edilson Vandernilson Paulo 1M8
Animais Em ExtinçãO 8°F.Alexandre Leonardo Edilson Vandernilson Paulo 1M8
 
Itapua formigas artigo
Itapua formigas artigoItapua formigas artigo
Itapua formigas artigo
 
112 1269543456 resumo
112 1269543456 resumo112 1269543456 resumo
112 1269543456 resumo
 
Artigo bioterra v14_n2_04
Artigo bioterra v14_n2_04Artigo bioterra v14_n2_04
Artigo bioterra v14_n2_04
 
Fauna ameacada de extincao no brasil e a resp. do medico vet
Fauna ameacada de extincao no brasil e a resp. do medico vetFauna ameacada de extincao no brasil e a resp. do medico vet
Fauna ameacada de extincao no brasil e a resp. do medico vet
 
2008 quelônios delta_jacui_port
2008 quelônios delta_jacui_port2008 quelônios delta_jacui_port
2008 quelônios delta_jacui_port
 
inventario rapido
inventario rapidoinventario rapido
inventario rapido
 
Composição e estrutura da comunidade fi tobentônica do infralitoral da praia ...
Composição e estrutura da comunidade fi tobentônica do infralitoral da praia ...Composição e estrutura da comunidade fi tobentônica do infralitoral da praia ...
Composição e estrutura da comunidade fi tobentônica do infralitoral da praia ...
 
Anuros
AnurosAnuros
Anuros
 
Sala Verde Inhotim Informativo 17
Sala Verde Inhotim   Informativo 17Sala Verde Inhotim   Informativo 17
Sala Verde Inhotim Informativo 17
 
Aves negreiros glauco_kleber_08_maio_10doc[1]
Aves negreiros glauco_kleber_08_maio_10doc[1]Aves negreiros glauco_kleber_08_maio_10doc[1]
Aves negreiros glauco_kleber_08_maio_10doc[1]
 
Aves negreiros glauco_kleber_08_maio_10doc[1]
Aves negreiros glauco_kleber_08_maio_10doc[1]Aves negreiros glauco_kleber_08_maio_10doc[1]
Aves negreiros glauco_kleber_08_maio_10doc[1]
 
Aves negreiros
Aves negreiros Aves negreiros
Aves negreiros
 
Aves negreiros glauco_kleber_08_maio_10doc[1]
Aves negreiros glauco_kleber_08_maio_10doc[1]Aves negreiros glauco_kleber_08_maio_10doc[1]
Aves negreiros glauco_kleber_08_maio_10doc[1]
 
Aves negreiros glauco_kleber_08_maio_10doc[1]
Aves negreiros glauco_kleber_08_maio_10doc[1]Aves negreiros glauco_kleber_08_maio_10doc[1]
Aves negreiros glauco_kleber_08_maio_10doc[1]
 
Hábitos alimentares de tubarão martelo jovem (shpyrna zygaena)
Hábitos alimentares de tubarão martelo jovem (shpyrna zygaena)Hábitos alimentares de tubarão martelo jovem (shpyrna zygaena)
Hábitos alimentares de tubarão martelo jovem (shpyrna zygaena)
 
Biodiversidade de Baetidae (Insecta: Ephemeroptera) no Parque Estadual do Rio...
Biodiversidade de Baetidae (Insecta: Ephemeroptera) no Parque Estadual do Rio...Biodiversidade de Baetidae (Insecta: Ephemeroptera) no Parque Estadual do Rio...
Biodiversidade de Baetidae (Insecta: Ephemeroptera) no Parque Estadual do Rio...
 
Livro de resumos
Livro de resumosLivro de resumos
Livro de resumos
 

Defensive strategies of neonate nurse sharks

  • 1.
  • 2. 1. INTRODUÇÃO  Predação é a maior causa da mortalidade de neonatos de tubarões (HELFMAN et al. 2009).  Estratégias de defesas primárias: ANACORESE, CAMUFLAGEM, MIMETISMO e COLORAÇÃO APOSEMÁTICA.  Estratégias de defesa secundárias: FUGA, TANATOSE e COMPORTAMENTO DEIMÁTICO (RANDALL 2005; MARSHALL e JOHNSEN, 2011).  Estratégias de defesa em tubarões (HEITHAUS,2004).  Canibalismo entre tubarões (predação de neonatos) e por teleósteos carnívoros cetáceos (odontocete), pinípedes e aves marinhas (HEITHAUS, 2004; MARTIN, 2004)  Segregação espacial: tamanho, idade, uso de habitats de águas rasas – mecanismos anti-predação (SPRINGER 1967)  Áreas de berçário são locais alvos de predação com níveis de mortalidade que variam de 45 a 90% (GRUBER et al., 2001; HEUPEL E SIMPFENDORFER, 2002).  Ginglymostoma cirratum (cação-lixa) é um grande tubarão (> de 3,60 m CT) bentônico e costeiro encontrado nas plataformas continentais e insulares em águas tropicais e subtropicais do Oceano Atlântico, e em parte do leste do Pacífico (COMPAGNO,1984).  Dados insuficientes - as suas populações são consideradas vulneráveis fora da América do Sul (ROSA et al., 2006; ROSA e GADIG, 2008)  Áreas de berçário são próximas da costa - jovens e adultos vivem em profundidades semelhantes (CASTRO, 2000).  O objetivo deste trabalho foi de aumentar o conhecimento sobre os cações-lixa na natureza, e descrever duas táticas defensivas de neonatos como estratégia para evitar os predadores.
  • 3. 2. MATERIAIS E MÉTODOS  Contagem de indivíduos - Gravações diurnas de neonatos de cação-lixa no período de 1997- 2007.  As sessões de observação foram feitas através da técnica de "ad libitum” no mergulho autônomo (Scuba diving) e snorkelling em profundidades variando de 1 a 20 m.  A temperatura média da água é de 26 ° C, e a média da salinidade é de 36 ‰.  Os neonatos de cação-lixa - indivíduos de 28-35 cm de comprimento com pequenas manchas pretas cobrindo o corpo com manchas alternadas com pigmentação de tons mais claros à escuros (Castro 2000).  Método de amostragem, e os dados foram registados numa lousa de plástico (MARTIN e BATESON 1986).  O tamanho dos indivíduos observados foi estimado usando objetos de tamanho conhecido próximos aos animais a fim de avaliar o seu comprimento total.  A descrição de Habitat foi baseada no tipo de ambiente, profundidade, morfologia do substrato, fauna séssil dominante e flora.  Fotografias digitais foram tiradas e gravações de vídeo foram feitas para validar as observações visuais.
  • 4. Fig. 1 Localização geográfica do arquipélago de Fernando de Noronha (indicado por uma estrela), 345 km longe da costa brasileira. Os números indicam locais do arquipélago, onde os neonatos de Ginglymostoma cirratum foram registrados entre 1997 e 2007. 2. MATERIAIS E MÉTODOS
  • 5. Profundidade: Nº de Mergulhos: Hora: Snorkelling 10 m 493 785 Scuba diving 11-20 m 391 571 Total: 20 (máxima) 884 1356 Tab.1 – Técnicas de mergulho, profundidade e o tempo em horas de observação subaquática. 3. RESULTADOS
  • 6.  Seis encontros com neonatos resultaram na observação de dois comportamentos defensivos não descritos para o G. cirratum.  1º "escondendo-se“  2º "semelhante ao substrato"  1º e 2º foram descritos a partir do habitat predominante em que os indivíduos foram encontrados e sobre o tipo de postura exibida na presença do observador. 3. RESULTADOS
  • 7. Comportamentos descritos: Mês / ano: Local de observação dos indivíduos: Mês / ano: Local de observação dos indivíduos: CT (cm) Profundida de (m): Tempo (min.): Tipo de substrato: Julho (1997) Fevereiro (2003): Escondendo-se N = 2 Sob rochas N = 1 Fenda 30- 35 1, 5 , 13 10 Fundo rochoso em recifes de corais Semelhante ao substrato Setembro (2006) Agosto (2007) 30-35 2 até 6 5 N = 1 Bancos de algas N = 1 recifes de corais Sob frondes de Setembro (2007) octocorais algas marrons N = 1 (gênero Carijoa) Ou sob as pedras localizadas na praia Tab.2 – Duas estratégias defensivas descritas para G. cirratum. 3. RESULTADOS
  • 8. 3. RESULTADOS Fig. 2 Neonato de Ginglymostoma cirratum no Fernando de Noronha Arquipélago.
  • 9. 3. RESULTADOS Fig. 3 Neonato de Ginglymostoma cirratum (30 cm TL - comprimento total do corpo) exibindo o comportameto "Semelhante ao substrato" no topo de uma pedra de 3 m de diâmetro em uma praia de areia em Fernando de Noronha.
  • 10. 4. DISCUSSÃO  A maioria das táticas defensivas de tubarões registradas têm sido relacionadas com “exibições de comportamentos agonísticos” (MARTIN, 2007).  Esses “comportamentos agonísticos” podem enfatizar a habilidade de luta ou posição hierárquica colocando o comunicador em uma posição de luta ou fuga (BRADBURY e VEHRENCAMP, 1998)  Martin (2007) descreveu a ocorrência de comportamentos agonísticos em 23 espécies de tubarão-cobre (Carcharhinus brachyurus) e de tubarões martelo (Sphyrna sp.).  Os três registros do comportamento “escondendo-se" indicam que os indivíduos jovens de G. cirratum provavelmente usam abrigos em recifes e substratos rochosos durante o dia para evitar a predação por adultos, tubarões maiores ou teleósteos carnívoros, diminuindo o seu tempo de exposição.
  • 11.  Sua coloração críptica associado aos hábitos bentônicos das espécies oferecem a habilidade de camuflagem em ambientes diferentes (WILSON e MARTIN, 2004).  G. cirratum é globalmente descrito com “dados insuficientes” e considerado como vulnerável na porção sul de sua área de vida no Atlântico ocidental devido a redução extrema da população e as extinções locais (ROSA et al 2006; ROSA e GADIG, 2008).  Neonatos de cação-lixa possuem preferência por águas rasas até 15 m, onde eles podem encontrar substratos estruturados e / ou cobertos, onde é possível esconder-se e evitar predadores.  Fernando de Noronha tem extensas áreas protegidas e representa uma das mais importantes áreas de reprodução de G. cirratum no Atlântico Ocidental (GARLA et al., 2009).  A atividade turística em FEN aumentou substancialmente desde 1998 (BRASIL, 2004), nas áreas mais rasas consideradas críticas para os neonatos.  Destaca-se a importância de gerenciar adequadamente esses habitats para assegurar a conservação das fases iniciais de vida das espécies nesta parte do Atlântico ocidental. 4. DISCUSSÃO
  • 12.
  • 13. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GARLA, Ricardo Clapis; GARRONE-NETO, Domingos; GADIG, Otto Bismarck Fazzano. (2014) Defensive strategies of neonate nurse sharks, Ginglymostoma cirratum, in an oceanic archipelago of the Western Central Atlantic. Acta ethologica. p 167-171. DOI 10.1007/s10211-014-0200-x Received: 18 December 2013 /Revised: 16 June 2014 /Accepted: 6 July 2014 # Springer-Verlag Berlin Heidelberg and ISPA 2014. Disponível em:<http://link.springer.com/article/10.1007%2Fs10211-014-0200-x#> Acesso em 27 Set, 2015.