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A ideia do Dia Internacional da Mulher foi proposta inicialmente na metade do
século XIX, durante o processo de industrialização e expansão econômica que
levou aos protestos pelas más condições de trabalho e redução de salários. Um
desses protestos foi realizado em oito de março de 1857 em Nova Iorque, por
empregadas em fábricas de vestuário e indústria têxtil, trancadas no interior de
uma fábrica pelos patrões e pela polícia, que atearam fogo no prédio, quando
130 trabalhadoras morreram carbonizadas. Outros protestos se seguiram, como
em 1908, quando na cidade de Nova Iorque 15 mil mulheres marcharam
exigindo a redução de horário, melhores salários e direito ao voto. Em 28 de
fevereiro de 1909, nos Estados Unidos da América, após uma declaração do
Partido Socialista da América, observou-se o primeiro Dia Internacional da
Mulher.
Em 1910 ocorreu na Dinamarca a primeira conferência internacional sobre a
mulher, dirigida pela Internacional Socialista, quando foi decidido comemorar-
se o dia 8 de março como o Dia Internacional da Mulher.
O primeiro grande passo para o reconhecimento da importância da mulher foi
dado por Jesus. Muitas foram as mulheres que o seguiram e contribuíram, ao
lado dos seus discípulos, para o engrandecimento do Cristianismo. Até a vinda
de Jesus à Terra, a mulher era considerada simplesmente um “zero à esquerda”,
classificação pejorativa dada àqueles que nada representam. O Mestre, no
entanto, dispensou-lhe tratamento nobre, em igualdade com o homem. Apesar
do exemplo dado por Jesus, a mulher continuou a ser discriminada.
Enquanto o feminismo ainda nem existia como expressão social, mas somente
através de poucas vozes isoladas no mundo, Allan Kardec, ao expor a Doutrina
Espírita, torna-se um dos primeiros feministas a consagrar a igualdade de
direitos entre homens e mulheres.
Na Revista Espírita de janeiro de 1866 ele faz uma leitura histórica das
discussões em torno do valor da mulher, abordando desde os debates que
ocorreram nos concílios religiosos sobre a existência ou não da alma nas
mulheres, até os debates políticos e econômicos atestando a incapacidade
intelectual e moral atribuídas a elas. Cita um antigo escritor que definiu e
qualificou a mulher como “instrumento de prazer do homem”.
Desse preconceito nasceu sua inferioridade legal, ainda não apagada
definitivamente em nossos códigos. Nesse artigo, Kardec explica: “Pode-se
considerá-la como emancipada moralmente, se não o é legalmente. É a este
último resultado que ela chegará um dia, pela força das coisas”.
O progresso das luzes, aos poucos, resgatou a mulher dessa condição,
emancipando-a não só moralmente, mas também legalmente, fatos que
aconteceram ao longo do século XX, apesar de hoje ainda existirem regiões e
religiões que continuam a colocá-la como um ser inferior, abaixo do homem.
Em plena França do fim do século XIX, os jornais de Paris se agitavam em um
debate em torno do ato legal de diplomar ou não uma jovem bacharela de 20
anos que acabara de se formar, somente por causa da sua condição feminina.
Allan Kardec comenta o fato: “Depois de terem reconhecido que ela tinha
alma, lhe reconheceram o direito à conquista dos graus de ciência, o que já é
alguma coisa”. O Codificador afirma que os direitos das mulheres não são
concessões dos homens, como atestavam alguns intelectuais, mas resultado da
própria Natureza, que não fez nenhum superior ao outro. As Almas ou Espíritos
não têm sexo. Quando elas encarnam, ou seja, revestem-se temporariamente de
envoltório carnal, este lhes é uma pesada vestimenta que a morte as
desembaraça. Mas é nesse invólucro material, em contato com o mundo
material, que ocorre o progresso individual e material do mundo que habitam.
A cada encarnação a alma chega mais desenvolvida, traz novas ideias e
conhecimento adquirido nas existências anteriores.
Assim se efetivou o progresso dos povos; os homens civilizados de hoje são os
mesmos que viveram na Idade Média e nos tempos de barbárie e que
progrediram.
Em 1857 n’O Livro dos Espíritos², questiona-se aos Espíritos Superiores se o
homem e a mulher são iguais perante Deus e se têm os mesmos direitos, ao que
respondem os sábios da espiritualidade: Deus outorgou a ambos a inteligência
do bem e do mal e a faculdade de progredir, sendo esse o maior sinal da
igualdade entre ambos. Não existe, portanto, diferenças entre o homem e a
mulher senão no organismo material (que se extingue com a morte), dando por
lei natural a igualdade de direitos, mas com funções diferentes, apropriadas às
características intrínsecas de cada sexo.
As injustiças e desigualdades são temporárias, sendo todo privilégio dado a um
ou a outro contrário à justiça. A emancipação feminina segue o progresso da
civilização, sendo a sua subjugação ainda resquícios da barbárie.
Afirma Kardec¹: “Com a Doutrina Espírita, a igualdade da mulher não é mais
uma simples teoria especulativa; já não é uma concessão de força à fraqueza,
mas direito fundado nas próprias leis da Natureza. Dando a conhecer essas leis,
o Espiritismo abre a era da emancipação legal da mulher, como abre a da
igualdade e da fraternidade”.
A pretensa inferioridade entre o homem e a mulher, considerada em
determinadas regiões, como acontece em países africanos, é próprio do
domínio que o homem sempre exerceu sobre ela.
As funções conferidas à mulher têm tanta importância quanto as funções
conferidas ao homem e até maior; “é ela quem dá as primeiras noções da vida”.
Perante a lei humana este deve ser o primeiro princípio de justiça: “Não façais
aos outros o que não quereis que os outros vos façam”. Para que se tenha uma
legislação justa, deve-se consagrar a igualdade de direitos entre o homem e a
mulher. Marido e mulher não são senhor e escrava, mas companheiros que
desempenham uma tarefa comum, com a mesma responsabilidade pela sua
realização. O feminismo adquire um novo aspecto à luz deste princípio. A
mulher não deve ser a imitadora e a competidora do homem, mas a sua
companheira de vida, ambos mutuamente se completando na manutenção do
lar, que é a célula básica da estrutura social”.
O feminismo exacerbado é tão insensato quanto o machismo. Ambos
representam posições extremas que revelam incompreensão do problema. O
homem que escraviza a mulher diminui a si mesmo, e a mulher que pretende
sobrepor-se ao homem nada mais faz do que aviltar-se. Quando a mulher
assume na vida social uma função masculina, o seu dever não é competir com o
homem, mas dar-lhe o exemplo de desempenho equilibrado dessa função em
que o homem, pelo seu machismo ridículo, em geral se desmanda.
Exaltando as funções redentoras da alma feminina, Victor Hugo fez
comparações significativas entre o homem e a mulher:
“O homem é a mais elevada das criaturas; a mulher, o mais sublime dos ideais.
Deus fez para o homem um trono; para a mulher, um altar. O trono exalta; o
altar santifica. O homem é o cérebro; a mulher, o coração. O cérebro produz a
luz; o coração o amor. A luz fecunda; o coração ressuscita. O homem é um
gênio; a mulher, um anjo. O gênio é imensurável; o anjo é indefinível. A
aspiração do homem é a suprema glória; a aspiração da mulher, a virtude
extrema. A glória traz grandeza; a virtude traz divindade. O homem tem a
supremacia; a mulher, a preferência. A supremacia representa a força; a
preferência, o direito. O homem é forte pela razão; a mulher é invencível pela
lágrima. A razão convence, a lágrima comove. O homem é capaz de todos os
heroísmos; a mulher, de todos os martírios.
O homem é o código; a mulher, o evangelho. O código corrige; o evangelho
aperfeiçoa. O homem é um templo; a mulher, um sacrário. Ante o templo, nós
nos descobrimos; ante o sacrário, ajoelhamo-nos. O homem pensa; a mulher
sonha. Pensar é ter cérebro; sonhar é ter na fronte uma auréola. O homem é
uma águia que voa; a mulher, um rouxinol que canta. Voar é dominar os
espaços; cantar é conquistar a alma. O homem tem um fanal: a consciência. A
mulher tem uma estrela: a esperança. O fanal guia e a esperança salva. Enfim, o
homem está colocado onde termina a Terra. A mulher, onde começa o Céu”.
Está mais do que provado que lugar de mulher não é somente na cozinha, ou
cuidando dos filhos. Lugar de mulher é em todo lugar. Nos mais diversos
setores, ela tem ocupado seu espaço, com garra e determinação.
A emancipação da mulher é sinal de progresso
Muita Paz!
Visite meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br
A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados de O Livro dos
Espíritos, de O Livro dos Médiuns, e de O Evangelho Segundo o Espiritismo.

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A igualdade de direitos entre homens e mulheres segundo Allan Kardec

  • 1.
  • 2. A ideia do Dia Internacional da Mulher foi proposta inicialmente na metade do século XIX, durante o processo de industrialização e expansão econômica que levou aos protestos pelas más condições de trabalho e redução de salários. Um desses protestos foi realizado em oito de março de 1857 em Nova Iorque, por empregadas em fábricas de vestuário e indústria têxtil, trancadas no interior de uma fábrica pelos patrões e pela polícia, que atearam fogo no prédio, quando 130 trabalhadoras morreram carbonizadas. Outros protestos se seguiram, como em 1908, quando na cidade de Nova Iorque 15 mil mulheres marcharam exigindo a redução de horário, melhores salários e direito ao voto. Em 28 de fevereiro de 1909, nos Estados Unidos da América, após uma declaração do Partido Socialista da América, observou-se o primeiro Dia Internacional da Mulher.
  • 3. Em 1910 ocorreu na Dinamarca a primeira conferência internacional sobre a mulher, dirigida pela Internacional Socialista, quando foi decidido comemorar- se o dia 8 de março como o Dia Internacional da Mulher. O primeiro grande passo para o reconhecimento da importância da mulher foi dado por Jesus. Muitas foram as mulheres que o seguiram e contribuíram, ao lado dos seus discípulos, para o engrandecimento do Cristianismo. Até a vinda de Jesus à Terra, a mulher era considerada simplesmente um “zero à esquerda”, classificação pejorativa dada àqueles que nada representam. O Mestre, no entanto, dispensou-lhe tratamento nobre, em igualdade com o homem. Apesar do exemplo dado por Jesus, a mulher continuou a ser discriminada.
  • 4. Enquanto o feminismo ainda nem existia como expressão social, mas somente através de poucas vozes isoladas no mundo, Allan Kardec, ao expor a Doutrina Espírita, torna-se um dos primeiros feministas a consagrar a igualdade de direitos entre homens e mulheres. Na Revista Espírita de janeiro de 1866 ele faz uma leitura histórica das discussões em torno do valor da mulher, abordando desde os debates que ocorreram nos concílios religiosos sobre a existência ou não da alma nas mulheres, até os debates políticos e econômicos atestando a incapacidade intelectual e moral atribuídas a elas. Cita um antigo escritor que definiu e qualificou a mulher como “instrumento de prazer do homem”.
  • 5. Desse preconceito nasceu sua inferioridade legal, ainda não apagada definitivamente em nossos códigos. Nesse artigo, Kardec explica: “Pode-se considerá-la como emancipada moralmente, se não o é legalmente. É a este último resultado que ela chegará um dia, pela força das coisas”. O progresso das luzes, aos poucos, resgatou a mulher dessa condição, emancipando-a não só moralmente, mas também legalmente, fatos que aconteceram ao longo do século XX, apesar de hoje ainda existirem regiões e religiões que continuam a colocá-la como um ser inferior, abaixo do homem. Em plena França do fim do século XIX, os jornais de Paris se agitavam em um debate em torno do ato legal de diplomar ou não uma jovem bacharela de 20 anos que acabara de se formar, somente por causa da sua condição feminina.
  • 6. Allan Kardec comenta o fato: “Depois de terem reconhecido que ela tinha alma, lhe reconheceram o direito à conquista dos graus de ciência, o que já é alguma coisa”. O Codificador afirma que os direitos das mulheres não são concessões dos homens, como atestavam alguns intelectuais, mas resultado da própria Natureza, que não fez nenhum superior ao outro. As Almas ou Espíritos não têm sexo. Quando elas encarnam, ou seja, revestem-se temporariamente de envoltório carnal, este lhes é uma pesada vestimenta que a morte as desembaraça. Mas é nesse invólucro material, em contato com o mundo material, que ocorre o progresso individual e material do mundo que habitam. A cada encarnação a alma chega mais desenvolvida, traz novas ideias e conhecimento adquirido nas existências anteriores.
  • 7. Assim se efetivou o progresso dos povos; os homens civilizados de hoje são os mesmos que viveram na Idade Média e nos tempos de barbárie e que progrediram. Em 1857 n’O Livro dos Espíritos², questiona-se aos Espíritos Superiores se o homem e a mulher são iguais perante Deus e se têm os mesmos direitos, ao que respondem os sábios da espiritualidade: Deus outorgou a ambos a inteligência do bem e do mal e a faculdade de progredir, sendo esse o maior sinal da igualdade entre ambos. Não existe, portanto, diferenças entre o homem e a mulher senão no organismo material (que se extingue com a morte), dando por lei natural a igualdade de direitos, mas com funções diferentes, apropriadas às características intrínsecas de cada sexo.
  • 8. As injustiças e desigualdades são temporárias, sendo todo privilégio dado a um ou a outro contrário à justiça. A emancipação feminina segue o progresso da civilização, sendo a sua subjugação ainda resquícios da barbárie. Afirma Kardec¹: “Com a Doutrina Espírita, a igualdade da mulher não é mais uma simples teoria especulativa; já não é uma concessão de força à fraqueza, mas direito fundado nas próprias leis da Natureza. Dando a conhecer essas leis, o Espiritismo abre a era da emancipação legal da mulher, como abre a da igualdade e da fraternidade”. A pretensa inferioridade entre o homem e a mulher, considerada em determinadas regiões, como acontece em países africanos, é próprio do domínio que o homem sempre exerceu sobre ela.
  • 9. As funções conferidas à mulher têm tanta importância quanto as funções conferidas ao homem e até maior; “é ela quem dá as primeiras noções da vida”. Perante a lei humana este deve ser o primeiro princípio de justiça: “Não façais aos outros o que não quereis que os outros vos façam”. Para que se tenha uma legislação justa, deve-se consagrar a igualdade de direitos entre o homem e a mulher. Marido e mulher não são senhor e escrava, mas companheiros que desempenham uma tarefa comum, com a mesma responsabilidade pela sua realização. O feminismo adquire um novo aspecto à luz deste princípio. A mulher não deve ser a imitadora e a competidora do homem, mas a sua companheira de vida, ambos mutuamente se completando na manutenção do lar, que é a célula básica da estrutura social”.
  • 10. O feminismo exacerbado é tão insensato quanto o machismo. Ambos representam posições extremas que revelam incompreensão do problema. O homem que escraviza a mulher diminui a si mesmo, e a mulher que pretende sobrepor-se ao homem nada mais faz do que aviltar-se. Quando a mulher assume na vida social uma função masculina, o seu dever não é competir com o homem, mas dar-lhe o exemplo de desempenho equilibrado dessa função em que o homem, pelo seu machismo ridículo, em geral se desmanda. Exaltando as funções redentoras da alma feminina, Victor Hugo fez comparações significativas entre o homem e a mulher:
  • 11. “O homem é a mais elevada das criaturas; a mulher, o mais sublime dos ideais. Deus fez para o homem um trono; para a mulher, um altar. O trono exalta; o altar santifica. O homem é o cérebro; a mulher, o coração. O cérebro produz a luz; o coração o amor. A luz fecunda; o coração ressuscita. O homem é um gênio; a mulher, um anjo. O gênio é imensurável; o anjo é indefinível. A aspiração do homem é a suprema glória; a aspiração da mulher, a virtude extrema. A glória traz grandeza; a virtude traz divindade. O homem tem a supremacia; a mulher, a preferência. A supremacia representa a força; a preferência, o direito. O homem é forte pela razão; a mulher é invencível pela lágrima. A razão convence, a lágrima comove. O homem é capaz de todos os heroísmos; a mulher, de todos os martírios.
  • 12. O homem é o código; a mulher, o evangelho. O código corrige; o evangelho aperfeiçoa. O homem é um templo; a mulher, um sacrário. Ante o templo, nós nos descobrimos; ante o sacrário, ajoelhamo-nos. O homem pensa; a mulher sonha. Pensar é ter cérebro; sonhar é ter na fronte uma auréola. O homem é uma águia que voa; a mulher, um rouxinol que canta. Voar é dominar os espaços; cantar é conquistar a alma. O homem tem um fanal: a consciência. A mulher tem uma estrela: a esperança. O fanal guia e a esperança salva. Enfim, o homem está colocado onde termina a Terra. A mulher, onde começa o Céu”. Está mais do que provado que lugar de mulher não é somente na cozinha, ou cuidando dos filhos. Lugar de mulher é em todo lugar. Nos mais diversos setores, ela tem ocupado seu espaço, com garra e determinação.
  • 13. A emancipação da mulher é sinal de progresso Muita Paz! Visite meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados de O Livro dos Espíritos, de O Livro dos Médiuns, e de O Evangelho Segundo o Espiritismo.