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Renata Savastano R. Jardini
Patrícia Thimóteo S. Gomes
Alfabetização
com as
Boquinhas
Método fono-vísuo-articulatório
Manual do Educador
O produto “Carimbo das Boquinhas Pró-Fono” é
um método vísuopictográfico (MVP) idealizado por
Mirna R. Marchiori Tedesco e Soraya Abbes C. Margall,
distribuído pela Pró-Fono Produtos Especializados para
Fonoaudiologia desde 1993, contendo desenhos
representativos dos órgãos fonoarticulatórios.
Esse produto não tem nenhuma relação com o
Método das Boquinhas desenvolvido neste livro.
contato@metododasboquinhas.com.br
www.metododasboquinhas.com.br
Renata Savastano R. Jardini
Patrícia Thimóteo S. Gomes
Alfabetização
com as
Boquinhas
Método fono-vísuo-articulatório
Manual do Educador
Boquinhas Aprendizagem e Assessoria
Bauru
2011
Boquinhas Aprendizagem e Assessoria
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Rua Maurílio Luiz Vieira 5-62
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Impresso no Brasil/Printed in Brazil, com depósito legal na Biblioteca Nacional
conforme Decreto n 1.825, de 20 de dezembro de 1907.
Todos os direitos reservados – É proibida a reprodução total ou parcial de qualquer
parte desta edição, por qualquer meio, sem a expressa autorização da editora. A
violação dos direitos de autor (Lei n 5.988/73) é crime estabelecido pelo artigo 184 do
Código Penal.
Editor responsável: Renata Jardini
Diagramação: Evandro Moisés de Cayres Muniz
Capa: Eduardo Rodrigues da Silva
Impressão e acabamento: Graphset
Modelo das boquinhas
Livro: Laís Maria Lucas de Souza
Filme: Sílvia Lopes de Oliveira
Ilustrações do miolo
Tato e Tutu
Revisão
Renata Jardini; Alexandra Moteka e Andréia Lopes
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
J37	 Jardini, Renata Savastano Ribeiro					
	 Alfabetização com as boquinhas : método fono-vísuo-articulatório : 	
	 manual do educador / Patrícia Thimóteo de Souza Gomes. - - Bauru, SP:
	 Boquinhas Aprendizagem e Assessoria, 2011.
		 167 p.
		 Bibliografia: p. 163.
	 1. Transtornos da Comunicação 2. Transtornos da Aprendizagem 	
	 3. Alfabetização – Fonoaudiologia – Psicopedagogia I. Gomes, Patrícia 	
	 Thimóteo de Souza II. Título.
									
CDD 616.855
Sumário
Apresentação da edição do Manual do Educador........................................ 07
Apresentação para professores................................................................. 09
Sobre o Método das Boquinhas..................................................................12
Agradecimentos pessoais ......................................................................... 15
Dedicatória................................................................................................. 17
Informações preliminares .......................................................................... 19
Fotos das Boquinhas - articulemas............................................................ 21
Descrição dos Fonemas e seus Articulemas ........................................... 22
Vogais......................................................................................................... 23
Letra L........................................................................................................ 34
Letra P........................................................................................................ 39
Confronto entre L e P................................................................................. 43
Letra V........................................................................................................ 46
Letra T........................................................................................................ 50
Confronto entre L,P,V,T ............................................................................. 53
Letra M....................................................................................................... 55
Letra B........................................................................................................ 60
Confronto entre B e P................................................................................ 63
Letra N........................................................................................................ 65
Confronto entre M e N ............................................................................... 67
Letra F........................................................................................................ 70
Confronto entre F e V................................................................................. 74
Letra D........................................................................................................ 76
Confronto entre T e D................................................................................. 79
Letras C e QU, som de /K/......................................................................... 82
Letras QUA................................................................................................ 87
Confronto entre b e d................................................................................. 87
Letra R, som de garganta........................................................................... 91
Letras RR................................................................................................... 93
Letra G, som de /G/ ................................................................................... 95
Letras GUE e GUI...................................................................................... 97
Letras GUA................................................................................................ 99
Confronto entre /K/ e /G/.......................................................................... 100
Letra r, som de ponta de língua .............................................................. 102
Confronto entre ARRA e ARA................................................................. 104
Letra J...................................................................................................... 107
Letras GE GI , ......................................................................................... 109
Letra S...................................................................................................... 112
Letras CE e CI.......................................................................................... 114
Letra Ç...................................................................................................... 115
Letras X e Ch............................................................................................ 117
Confronto entre J e CH............................................................................ 122
Letra Z...................................................................................................... 123
Letras ASA, som de /Z/............................................................................ 125
Confronto entre ASSA e ASA.................................................................. 127
Letras AR................................................................................................. 129
Confronto entre RA e AR......................................................................... 131
Letras AS................................................................................................. 132
Confronto entre AR e AS......................................................................... 133
Letras AN................................................................................................. 135
Letras AM................................................................................................. 136
Confronto entre AM e AN ........................................................................ 138
Confronto entre CE-CI e QUE-QUI.......................................................... 141
Confronto entre GE-GI e GUE-GUI.......................................................... 142
Letra H ..................................................................................................... 143
Letras CH ................................................................................................ 144
Letras LH.................................................................................................. 146
Letras NH................................................................................................. 148
Confronto entre CH, LH e NH ................................................................. 150
Letras PRA............................................................................................... 152
Letras PLA............................................................................................... 154
Confronto entre PRA e PLA..................................................................... 155
Confronto entre PAR e PRA..................................................................... 156
Confronto entre AM e ÃO........................................................................ 158
Letras AL.................................................................................................. 160
Letras AZ.................................................................................................. 161
Letras K, W, Y.......................................................................................... 162
Bibliografia ............................................................................................... 163
Sobre as autoras ..................................................................................... 167
7
Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
Apresentação da edição do Manual do Educador
É com satisfação que amadurecemos os livros Alfabetização pelo Método das
Boquinhas, depois de agradecer, acolher e registrar os comentários e sugestões de seus
usuários e as tão valiosas contribuições dos Multiplicadores do Método das Boquinhas.
Agora nesse novo formato, separamos o Livro Atividades do Aluno, do Manual do
Educador, que foi totalmente direcionado à explicação detalhada da metodologia, com
mais exemplos de como utilizar cada exercício.
O Método das Boquinhas tem se consagrado cada vez mais como um aliado do
educador que alfabetiza e media as dificuldades da leitura e escrita de seus alunos. A
forma clara, simples e coerente com que é apresentado tem encantado professores de
todo Brasil e alcança hoje, âmbitos internacionais, pela facilidade de aplicação, aceitação
e rápidos resultados que proporciona. A educação brasileira tem buscado alicerçar-se em
conceitos necessários à sua prática alfabetizante, onde a Fonoaudiologia Articulatória lhe
dá suporte e estímulo, formando uma aliança imprescindível para produzir a conversão
fonema (som)/grafema (letra), viabilizada pelo articulema (boquinha), com mais eficácia,
segurança e prazer.
Dessa perspectiva vimos com grande alegria o crescimento do Fonoaudiólogo na
Educação, que contribui, dá suporte e inova o planejamento e a prática educacional. E
estimulados por essa demanda, crescem os materiais Boquinhas de apoio à rotina de
sala de aula, trazendo ao ato de educar, mais confiabilidade, ludicidade e sobretudo,
resultados na aprendizagem, fator inerente à continuidade do processo educacional.
Essa nova edição consagra a metodologia Boquinhas como editora de seus próprios
materiais, estando mais livre para a inovação e proatividade, características inerentes de
sua autora. A separação entre os livros, agora no formato Manual do Educador e Livro de
Atividades do Aluno, dá liberdade à exploração e conceituação do material, permitindo
ao educador mais segurança e confiança em sua prática, bem como propiciando e
estimulando maior reflexão e estudo nos conceitos aqui envolvidos.
Também o clínico fonoaudiólogo, psicopedagogo e demais envolvidos com
a educação tem nessa nova proposta, maior flexibilidade e consistência, podendo
ainda desenvolver seus próprios exercícios e materiais, partindo das explicações aqui
apresentadas.
E ainda, inicialmente com ressalvas, mas atualmente com compreensão, vimos
aumentar o interesse de pais e interessados diversos, não necessariamente envolvidos
com as práticas pedagógicas, mas sedentos de aprender como se dá a aquisição da
leitura e escrita e, porventura, poder auxiliar num desvio durante esse processo. Os
motivos iniciais dessa busca estiveram, na sua grande maioria, atrelados à inquietação
frente ao fracasso de seus familiares, amigos, ou ainda, seus próprios, mas atualmente,
com alegria, recebemos dúvidas, questionamentos e sugestões de interessados e leigos,
buscando apenas, maior aprendizagem de sua Língua Portuguesa.
Assim, apresentamos essa nova edição com a convicção plena de estarmos no
caminho de uma contribuição significativa à educação inclusiva, onde todos os seres
possam desfrutar do aprendizado e aperfeiçoamento de sua leitura e escrita, e, porque
não dizer, de si próprios, conscientes de sermos cidadãos.
8 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
9
Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
Apresentação
Escrever este livro da série do Método das Boquinhas foi para mim algo inesperado
e totalmente irresistível.
Quando desenvolvi o Método, tinha certeza de sua urgente necessidade, dada a
carência, no mercado pedagógico atual, de obras que se reportassem exclusivamente
à técnica de se ensinar a ler e escrever. Assim, o Método das Boquinhas, em seus
primórdios, foi desenvolvido na intenção de reabilitar aquelas crianças que não davam
conta de se alfabetizar por meio do conteúdo apresentado em suas salas de aula.
Portanto, a motivação inicial que levou a criação do Método das Boquinhas ,foi a
reabilitação, ou seja, recuperar uma aprendizagem que não estava se consolidando como
os demais alunos da classe. As causas que levavam a esse descompasso, se distúrbios
patológicos ou simples dificuldades, não importavam para a utilização do método, sendo
suficiente a sintomatologia de que, apesar dos esforços, aquela criança não obtinha
sucesso, ou persistia em inúmeros erros.
Mas qual não foi nossa surpresa ao nos depararmos com professores interessados
em aplicar o Método com todos os alunos, desde o princípio, ou seja, com a intenção
de habilitá-los na aquisição da leitura e escrita, a despeito de errarem ou não, obtendo
sucesso!
Esses professores, sensíveis, davam sinais de sua aflição ao contribuírem para as
estatísticas da taxa de analfabetismo funcional, que em 1993 era de 36,0% da população
e em 2003 se mantinha em 24,8%, uma taxa ainda muito alta quando comparada
aos inúmeros programas de recuperação adotados pelo governo. Esses professores
começaram a utilizar os exercícios prontos, descritos no Caderno de Exercícios e
obtinham sucesso, sentiam-se cada vez mais seguros com os resultados encorajadores
que presenciavam. Passaram a ser divulgadores do Método das Boquinhas , que lhes
conferia autonomia em seu processo de ensino-aprendizagem.
Atualmente, os índices de IDEB (2009) apontaram para uma melhora significativa
na aprendizagem dos anos iniciais do ensino fundamental, que pulou de 4,2 para 4,6, mas
ainda contamos com uma cifra de 15% de analfabetismo funcional. Portanto, devemos
nos alegrar com os ganhos obtidos, que são o resultado de pesquisas e práticas eficazes,
mas, por outro lado, ainda há bastante terreno a ser combatido.
Assim, a cada dia com maior intensidade, deparava-me com solicitações de novos
exercícios, que atendessem à aquisição da leitura e escrita propriamente dita, e não
somente sua reabilitação. Eram educadores que se encontravam despreparados para
o seu ofício de alfabetizar, que pareciam ter “desaprendido” como ensinar a criança a
conduzir-se no caminho inicial das letras, principalmente aquelas crianças mais resistentes
à aprendizagem convencional.
Sabiam contar histórias, inventar “musiquinhas”, contextualizar o material oferecido,
enriquecê-lo com poemas, fábulas, parlendas, provérbios e, todo tipo de criatividade que
a linguagem escrita de nossos iminentes autores nos oferece.
Mas se esqueciam de um detalhe muito importante: a técnica, a ferramenta mais
adequada para se decifrar o código escrito: ensinar a ler.
A oferta de múltiplas alternativas de ensino-aprendizagem, a oportunidade de o
aluno escolher o seu caminho, criar o seu aprendizado, acrescida à contínua perda da
10 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
autoridade como educador, conferiu ao professor uma grande insegurança, uma enorme
confusão entre o que deveria usar, como e quando fazê-lo. Fez o aluno e professor
acreditarem que, copiando, exaustivamente, seriam beneficiados com o decifrar mágico
da leitura. Mas nem sempre isso funcionava...
Confesso que fui “rendida” a produzir este material, totalmente pronto, finalizado,
que o professor pode simplesmente “adotar”. Sempre acreditei que elaborar o seu próprio
material é o que mais motiva o educador, que faz dos seres coautores, que lhes confere
autonomia e crescimento. Mas observei, talvez infelizmente, que o educador não tem
tempo, disposição, motivação, capacitação, ou outro motivo qualquer, que o faça dar
continuidade, com suas próprias mãos, à coerência do caminho que iniciou, passando a
mesclar metodologias. E juntos, aluno e professor, acumulam incertezas e insucessos.
Sendo assim, resolvi juntar todo o material por nós desenvolvido nesses 13
anos de Método das Boquinhas, muitos outros de clínica e sugestões de educadores,
e compor o Alfabetização com as Boquinhas . Este novo livro não tem a pretensão de
reverter o quadro nacional de analfabetismo funcional, mas tem o sonho e a ousadia, de
contribuir para que esse aprendizado seja menos penoso, mais natural e simples, como
o foi um dia. A parceria com a autora e amiga Patrícia se estreitou e, juntas, pudemos
desenvolver novos e aperfeiçoar velhos exercícios, sempre no crescente caminho que
tem levado nossas crianças a serem prazerosas leitoras. E hoje com as contribuições dos
Multiplicadores de Boquinhas, podemos rever e adequar novos exercícios e explicações,
de tal modo que possam estar na prática diária daquele que almeja sucesso em sua
trajetória alfabetizante.
Aqui o professor vai encontrar os passos da alfabetização do início ao fim, podendo
aplicá-la e sentir-se seguro e responsável pelo que faz. Este livro Manual do Educador foi
desenvolvido para consulta e estudo de cada exercício que compõe o Livro de Atividades
doAluno, que pode ser adotado pela escola ou para grupos de alunos. Todos os exercícios
foram testados e comprovados como um guia prático, um roteiro, para que o aluno possa
vir a alfabetizar-se com sucesso. Os livros Alfabetização com Boquinhas têm sido usados
e adotados por inúmeros Municípios brasileiros, escolas públicas e particulares, bem como
APAEs e escolas especiais de todos os estados, com alto grau de sucesso, tendo sido
alvo de investigação e aprovado pelo MEC, como Tecnologia Educacional em 2009.
Como já ressaltado e embasado teoricamente no Livro Fundamentação Teórica do
Método das Boquinhas, acreditamos que o processo de alfabetizar-se está mais ligado
à leitura do que a escrita, caracterizando-se mais como um processo mental do que
manual. Encaramos a leitura como um “decifrar” o código, ou seja, decodificar regras, e
com esse enfoque, o trabalho aqui apresentado, foi desenvolvido. A escrita, propriamente
dita, é a “tradução” das idéias, em um código comum, ou seja, codificação em letras que
transmitem uma mensagem, expressando o seu pensamento.
Desta forma, Alfabetização com as Boquinhas procurou priorizar exercícios que
promovam a leitura, deixando a critério do professor o treino da prática da escrita. Ele
poderá fazer uso de cadernos de classe, ou de tarefas, onde a criança, efetivamente,
treinará e consolidará suas aquisições. Fazemos um apelo ao professor, para que não
restrinja esse processo, da escrita propriamente dita, às incessantes cópias, sejam da
lousa, ou de textos, procurando oferecer material para a criança que a estimule a criar, a
escrever espontaneamente, desenvolvendo o seu raciocínio e sentindo-se autora de seus
11
Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
relatos. Dessa forma, certificar-se-á dos resultados do trabalho, promovendo crescimento
aos seus alunos.
Paralelamente, todo e qualquer material paradidático, com temas transversais que
enriqueçam a aprendizagem, são aconselháveis e úteis na configuração do pensar. O
mercado didático é muito rico na oferta desse tipo de material e certamente ali o professor
vai encontrar subsídios para desenvolver todo o conteúdo da grade curricular exigida
no decorrer do ensino fundamental. Portanto, este novo livro do Método das Boquinhas
contém exercícios para a técnica da aprendizagem da leitura e escrita, sem preocupar-se
em enriquecer o repertório literário de nossas crianças com poesias, fábulas, parlendas
e obras consagradas de nossos escritores nacionais, tão necessárias ao processo da
construção de novos leitores.
Finalizando, gostaria de agradecer a receptividade que o Método das Boquinhas
tem tido por todos os lugares onde temos a oportunidade de conhecer pessoas e fazer
novos contatos, novas amizades. O educador está caminhando a passos largos em
busca de resgatar o que lhe é de direito, ou seja, educar com resultados, recuperando
sua estima e competência neste rico e indispensável ato.
Desejo sucesso a todos, e muitas e muitas boquinhas, que sorriam, que articulem,
que bradem por sentir-se cumpridoras de suas missões.
Renata
Este livro é resultado de uma busca incansável de novas formas de ensino que
permitam uma alfabetização simples e eficiente, para que os conceitos já cristalizados na
educação possam ser revistos e reavaliados pelos professores alfabetizadores, dando
um novo rumo ao processo de alfabetização.
Para isso, buscamos novas formas de ensino, já que as existentes muitas vezes
não davam conta desta tarefa; criando novos exercícios, diante de cada dificuldade que
recebíamos na clínica, como também na escola onde eu trabalhava.
Essas atividades foram se avolumando, permitindo desse modo que pudéssemos
fazer este livro com estratégias voltadas para a alfabetização, numa abordagem
multissenssorial, diferenciada das que os professores estão habituados a utilizar em sala
de aula, mas que se mostraram eficientes dentro do contexto escolar.
Minha experiência como coordenadora pedagógica de uma escola de ensino
fundamental e médio demonstrou que essa abordagem permite atingir aqueles alunos que
no decorrer do ano letivo são gradativamente excluídos do processo de aprendizagem,
devido ao seu fraco desempenho frente à alfabetização, o que muitas vezes leva à evasão
escolar; e ainda, faz o professor, por vezes, sentir-se frustrado em não conseguir resgatar
esses alunos.
No meu trabalho, como educadora, percebo que a educação deve abrir seu leque
de conhecimentos e criar parcerias com outras áreas do conhecimento, permitindo que
a prática torne-se muito mais consciente e eficaz na solução dos problemas do processo
de ensino-aprendizagem.
Aalfabetização com as Boquinhas é um trabalho agradável para as crianças, já que
elas passam a reconhecer em sua boca uma ferramenta pessoal de auxílio no processo
de aquisição da leitura e escrita, o que o torna algo mais lúdico no universo infantil.
Patrícia
12 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
Sobre o Método das Boquinhas
O Método das Boquinhas, indicado inicialmente para alfabetizar e reabilitar os
distúrbios da leitura e escrita foi idealizado em meados de 1985 e desenvolvido em
parceria entre a Fonoaudiologia e a Pedagogia em 1995, partindo de pressupostos na
aquisição de conhecimento e da linguagem, com crianças normais e outras com distúrbios
de aprendizagem. As bases multissensoriais fonovisuoarticulatórias foram tomadas como
ênfase para a criação e desenvolvimento desse trabalho, que permitisse melhor e mais
rápido rendimento escolar, na medida em que a criança era submetida simultaneamente
a vários inputs neurossensoriais, favorecendo, dessa forma, a que maiores áreas
cerebrais recebessem estímulos. A partir daí, entendeu-se que sua aplicabilidade era
muito eficaz e rápida para qualquer tipo de alunos, crianças, adolescentes e adultos,
contribuindo sobremaneira nos processos de inclusão, em que se ensina para todos,
de preferência, usando a mesma metodologia. Ainda, possibilitar ganhos na autoestima
e autoconfiança do educador e do aprendiz, que se tornam coautores do processo de
ensino/aprendizagem tem sido a maior bênção alcançada. Assim, em 2009, Boquinhas foi
inserida como Tecnologia Educacional aprovada pelo MEC, utilizada em muitos estados
e municípios brasileiros.
	 O Método Fonovisuoarticulatório, carinhosamente apelidado de Método das
Boquinhas, utiliza-se além das estratégias fônicas (fonema/som) e visuais (grafema/
letra), as articulatórias (articulema/Boquinhas). Seu desenvolvimento foi alicerçado na
Fonoaudiologia, em parceria com a Pedagogia, que o sustenta, sendo indicado para
alfabetizar quaisquer crianças e mediar/reabilitar os distúrbios da leitura e escrita.
Parte das reflexões deste método foi proporcionada pelo contato com o “Programa de
Mejoramiento de la Calidad y Equidad de la Educación” (MECE) – “Programa das 900
Escolas”, desenvolvido no Chile desde 1990, indicado pela UNESCO e estendido a
outros países (Guttman, 1993). Sua fundamentação encontra-se também nos estudos
de Dewey (1938), Vygotsky (1984, 1989), Ferreiro (1986), Watson (1994), entre outros,
cujas ideias são resumidas numa percepção holística frente à alfabetização, tendo a
visão da linguagem – em especial a fala -, como ponto focal da aprendizagem.
É sabido que o ponto de partida do ser humano na aquisição de conhecimento
reside na boca, inicialmente exercendo a função de respirar, seguida de se alimentar e
paulatinamente na produção de sons – fonemas, que são transformados em fala, meio
de comunicação inerente ao ser humano. Assim, partindo-se do pressuposto de que as
habilidades de falar e escutar, no que concerne aos sons da língua, já estariam dominadas
pelascrianças,pelomenosemtermosdepossibilidadesneurogenéticas,essashabilidades
poderiam nortear o universo a ser descoberto, isto é, a leitura e escrita.
Muitas pesquisas e metodologias para reeducação de surdos foram propostas
com bases articulatórias e fônicas, como Fernald (1943); Fernald e Keller (1921) que
descrevera um método de decodificação cinestésico, em que a chave da aprendizagem
residia no movimento da boca, e usava o traçado das letras aliado aos sons, enfatizando
a memória da sequência visual. Hegge, Kirk e Kirk (1936) apresentaram o fono-grafo-
vocal; Pittman (1963) o ITA (Initial Teaching Alphabet), e Gilingham e Stillman (1973) o
13
Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
VAK (visual-auditivo-cinestésico), em que há a associação do som ao nome das letras,
usado em programas de educação especial para surdos. Mas em todos eles, a conotação
pautava-se nas pistas cinestésicas, isto é, o movimento da boca. Essas metodologias
tiveram a intenção de complementar a aquisição da leitura e escrita de indivíduos com
algum tipo de perda sensorial, geralmente a auditiva, por isso, pistas visuocinestésicas.
Também encontramos na literatura proposições de se pautar a alfabetização
em pressupostos essencialmente fônicos, onde o aprendizado das letras/grafemas era
associado aos sons/fonemas das mesmas. Essa metodologia é utilizada em muitos
países e explicitada com muita propriedade no livro Alfabetização Infantil (Cardoso-
Martins et al, 2005). Encontramos alguns exemplos do método fônico no Brasil, como
Meirelles e Meirelles (Casinha Feliz e Tempo de Despertar, meados de 1960); Silva,
Pinheiro e Cardoso (A Abelinha, 1973); Capovilla e Capovilla, (Alfabetização Fônica,
2002), e outros que aliam fonemas, mas dentro de concepções multissensoriais, como
Montessori (1948); Nico e Gonçalves (Facilitando a Alfabetização, 2008); e abordagens
fônicas contextualizadas, Oliveira (Alfa e Beto, 2003), além de outras obras.
Mas, apesar de fortes contribuições e ganhos na alfabetização, tanto de crianças
comousemnecessidades especiais,acreditamosqueapistafônicaaindaémuitoabstrata,
exigindo alto grau de atenção e percepção auditiva, que, por vezes, não corresponde a
totalidade dos aprendentes. Também encontramos relatos por parte dos educadores,
de que sua aplicabilidade carece de realismo prático, quando dirigida a salas de aula
numerosas, ruidosas e os exercícios podem não atingir o interesse do aluno, pois são
muito abstratos e complexos. Acrescenta-se a isso, a falta de preparo da maioria dos
educadores em utilizar de sua voz para dar aulas e, aqui, para produzir fonemas, o que
pode acarretar equívocos fonológicos, sobrecarga e exageros na fonação, trazendo
consequências negativas às cordas vocais, como disfonias e/ou alterações mais graves.
Também é considerável a porcentagem de educadores que desconhecem os verdadeiros
fonemas, distorcendo-os, produzindo equívocos e, consequentemente, trazendo mais
malefícios do que benefícios, por uma ensinagem duvidosa, insegura e distante do treino
e preparo teórico que deveriam acompanhar uma nova abordagem.
Posto isso, e motivados por essas queixas, acrescentamos a este processo
abstrato de produção de fonemas – o método fônico puro-, os pontos de articulação
de cada letra ao ser pronunciada isoladamente (articulemas, ou boquinhas). Desta
forma, focalizamos a aprendizagem em uma boca concreta que produz o som, que está
inserido dentro de palavras significativas, que por sua vez, estarão imersas em frases e
textos. Essa abordagem foi baseada nos princípios da Fonologia Articulatória – FAR, que
preconiza a unidade fonético-fonológica, por excelência, o gesto articulatório (Browman
e Goldstein, 1986, 1990; Albano, 2001) como a unidade mínima de fala. Assim, o Método
das Boquinhas é multissensorial, oralista, fônico e articulatório.
Mas passados anos de sua aplicabilidade e com as evidências apontadas pela
visão longitudinal de nosso trabalho, compreendemos que o Método das Boquinhas,
sendo multissensorial, se utiliza do termo sinestésico para se referir às sensações, que
a consciência fonovisuoarticulatória promove, isto é, que provém dos sentidos. Difere do
termo cinestésico, em que o movimento é a base da aprendizagem. Assim, adquirir essa
consciência é muito mais profundo do que apenas observar o movimento que a boca faz
ao articular os fonemas. É dar-se conta desse movimento, utilizando-o como ferramenta
14 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
de aprendizado da leitura e escrita, ou seja, viabilizar o conversor grafema-fonema
por meio de sua boca, que é o único instrumento de que necessita para alfabetizar-
se. A experiência desse aprendizado nos tem mostrado se tratar de algo além do que
apenas uma ferramenta de apoio para decodificação/codificação da leitura e escrita e sim
como um forte apoio da autoestima como leitor/escritor, coautor de sua aprendizagem e
crescimento como ser humano.
	 A proposição do Método das Boquinhas viabiliza e favorece a alfabetização a partir
de um método oralista, que além de viabilizar a aquisição da leitura e escrita pela fala,
fortalece a correta articulação, propiciando uma mediação pedagógica e preventiva das
alterações fonológicas de fala e processamento auditivo, reforçado nas orientações de
atuação da Fonoaudiologia na Educação (CRFa- 2ª região, 2010).
	 A concepção de educação que se pauta nossa proposição se aproxima da posição
teórica rotulada por distintos autores como “construtivismo” (Bednar et al., 1993), Coll et
al. (1990; 1993), Ferreiro (1986), enquanto definem a aprendizagem como um processo
ativo no qual o significado se desenvolve sobre a base da experiência - que aqui se
apresenta como a consciência fonoarticulatória (Boquinhas), uma ferramenta segura e
concreta para o aprendizado da leitura e escrita -, e o aluno construiria uma representação
interna do conhecimento e estaria aberto à troca, uma vez que todos aprenderiam pela
mesma ferramenta, ou seja, a boca. Com esta ferramenta atinge-se seguramente, e de
maneira rápida e eficaz, a conversão fonema/grafema, viabilizando a compreensão e
utilização do princípio alfabético da Língua Portuguesa. Mas é importante que se frise,
que este é apenas o passo inicial, a compreensão do processo, que ele dará continuidade,
construindo gradativamente o seu letramento.
	 Na trajetória literária e científica do Método das Boquinhas, artigos, entrevistas,
livros, jogos e materiais de apoio têm sido criados pela autora, na intenção de respaldar
a metodologia e contribuir para sua prática sistemática, quer seja em sala de aula, como
em consultórios. Os materiais são direcionados a qualquer tipo de aluno, de crianças
a adultos e em breve com livros específicos para o público EJA. Inúmeros municípios
de todo território nacional têm adotado a metodologia, obtendo ganhos significativos na
aprendizagem e elevados índices de aproveitamento escolar. A cada ano, cerca de 5.000
educadores, profissionais clínicos e interessados têm sido capacitados pela Equipe
Boquinhas a utilizar a metodologia, tanto de forma íntegra, como uma ferramenta inserida
em sua rotina didática.
Maiores informações no site www.metododasboquinhas.com.br
15
Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
Agradecimentos pessoais
Agradeço ao Deus de meu coração pela grande oportunidade de servir e desfrutar
•	
dos resultados;
Agradeço à AMORC pela sustentação e conforto durante as madrugadas;
•	
Agradeço ao meu querido Ailson pelo incentivo e extrema paciência em ser presente,
•	
silenciosamente;
Agradeço aos filhões Gabriel e Rodrigo pela incansável torcida;
•	
Agradeço o carinho e incentivo recebido pelos inúmeros professores, pais e pacientes,
•	
que motivaram esta revisão e sua complementação;
Agradeço à Laís, nossa Boquinha-modelo das fotos, que a todos encanta;
•	
Agradeço à Silvinha, por ter sido tão generosa e paciente em nos “abrir” sua boquinha,
•	
para fotos e filmes.
Agradeço aos Multiplicadores de Boquinhas, que com sua entrega, confiaram
•	
incondicionalmente em minhas ideias, contagiando-se e motivando-me para o
crescimento gradual e ponderado;
Agradeço a inestimável parceria de minha irmã Lydia, que com seus conhecimentos,
•	
afeto e resignação, têm feito com que Boquinhas alcance estágios além de minhas
possibilidades.
Renata
Agradeço a Deus pela sua bondade incondicional, pela coragem e discernimento para
•	
enfrentar os obstáculos do caminho.
Agradeço ao meu pai e minha mãe pelo apoio e compreensão.
•	
Agradeço ao meu marido Moacir por todos os momentos compartilhados com carinho,
•	
amor e pela sua compreensão infinita e incentivo ao meu trabalho.
Patrícia
16 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
17
Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
Dedicatória
Dedico este livro à memória de minha mãe, Clotilde, que através de seu silencioso
•	
pensar, me ensinou que os livros nos trazem conforto e sabedoria.
Dedico este trabalho às crianças e professores que possibilitaram o seu desabrochar,
•	
fazendo da parceria o trabalho maior.
Renata
Dedico este livro aos meus alunos, que me levaram a buscar formas inovadoras
•	
e transformadoras de aprendizagem, a partir de seus questionamentos, dúvidas,
dificuldades e descobertas.
Patrícia
18 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
19
Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
Informações Preliminares
Esse livro Manual do Educador deve ser estudado e familiarizado antes de ser utilizado
•	
com as crianças. Deve ser associado, cada exercício, ao exemplar de Atividades do
Aluno, pois oferece maior compreensão e aproveitamento.
Para iniciar o trabalho com as vogais, o professor deve esclarecer o aluno que na
•	
Língua Portuguesa, todas as sílabas (pedacinhos das palavras) têm, pelo menos, uma
vogal. Portanto, são letras indispensáveis para falarmos e escrevermos as palavras.
Optamos por não utilizar figuras de associação à letra trabalhada (ex.: a - de abelha;
•	
e -de elefante; b - de bola; m - de macaco, etc.), na intenção de se evitar fixações de
memorização, isto é associações fechadas. Em nossa prática, observamos que este
recurso, amplamente utilizado, causa mais confusão e dificuldades para a criança,
no lugar de auxiliá-la. Assim, as letras serão associadas, neste livro, à boquinha
correspondente e, posteriormente ao seu uso real nas palavras. Para alunos com
necessidades especiais, os professores têm adaptado as Boquinhas aos alfabetos
usuais destas crianças. Assim, para os deficientes visuais apresentam-se Boquinhas
com Braile e para os deficientes auditivos, Boquinhas com Libras.
Serão trabalhadas as 5 vogais simultaneamente, isto é, juntas. Para crianças, com
•	
grandes dificuldades escolares e cognitivas, é aconselhável apresentar-se inicialmente
as vogais - A - I - O -. Depois de treinadas e fixadas, introduzir as vogais - E - U -.
Porém a grande maioria das crianças é capaz de, com o auxílio das boquinhas,
aprender as 5 vogais dadas ao mesmo tempo.
Apresentaremos, inicialmente, todas as letras de forma, maiúsculas, que usualmente
•	
são nomeadas de letras bastão, ou caixa alta, ou seja: A - E - I - O - U. Em seguida
apresentaremos as letras manuscritas minúsculas, que usualmente são nomeadas
de letras cursivas, ou seja: . As letras manuscritas maiúsculas, usadas
para nomes próprios e início de frases, -serão apresentadas e treinadas
somente depois da quarta consoante. Isto evita o excesso de memorização no início
do aprendizado, que deve se restringir ao processo de leitura/escrita e não à sua
forma.
Como o Método das Boquinhas é multissensorial, isto é, que se utiliza de várias
•	
“entradas”neuropsicológicasparaaaprendizagem,daremos,juntocomaapresentação
das letras, sua orientação espacial, oralmente (ex.: letra A - sobe, desce, corta). Este
é mais um recurso que pode ser utilizado no auxílio de muitas crianças, sem, no
entanto, treinar exaustivamente a sua memorização. Com o passar da aprendizagem,
este recurso torna-se dispensável.
Todos os exercícios aqui apresentados foram testados por crianças sem e com
•	
dificuldades de aprendizagem, conferindo-lhes sucesso em curto espaço de tempo. No
20 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
entanto, as crianças que necessitarem de mais exercícios, por manter erros e trocas
de letras sistematicamente, mesmo tendo feito o livro todo, poderão ser treinadas com
os exercícios do Caderno de Exercícios -livro 2 -do Método das Boquinhas. Este
material foi desenvolvido especialmente para as dificuldades e os distúrbios da leitura
e escrita, que se consolidarão, para algumas raras crianças, ao final do processo de
alfabetização.
Este material é para ser utilizado como recurso de alfabetização e ensino da Língua
•	
Portuguesa em anos iniciais. Para tanto, deve ser trabalhado em um tempo parcial
da carga horária diária. Sugerimos não ultrapassar 60 minutos diários de Boquinhas,
para evitar o desgaste do aluno e do professor.
Procuramos inserir confronto entre as letras, ou seja, apresentar em oposição, letras
•	
passíveis de serem confundidas. Acreditamos que o seu treino em confrontação
traz maior segurança e consistência na aprendizagem. Tratam-se de apenas alguns
exercícios, que devem ser oferecidos a todas as crianças, uma vez que todo início
de aprendizagem leva a dúvidas e erros normais para o processo inicial. Porém, se
as dificuldades não forem sanadas com o passar dos meses, ou intensificarem-se,
é aconselhável que esta criança seja observada pelo coordenador pedagógico e,
posteriormente, encaminhada para uma avaliação específica.
Este livro não possui o treino gráfico de cada letra, por não ser este o objetivo desta
•	
obra. Recomenda-se, no entanto, que o professor faça treinos de coordenação motora
e escrita das letras, em um caderno à parte, para fixação e memorização do traçado
espacial de cada grafema.
O professor deve treinar a pronúncia e o som de cada letra, ou seja, o articulema e o
•	
fonema de cada grafema. Os filmes do DVD anexo podem ser muito úteis para este
treino. Deve dizer às crianças que as letras têm nomes e sons, como os animais e
que aprenderemos o som das letras, que é como as utilizamos para falar e escrever.
Deve desestimular na sala de aula e no lar o uso frequente da verbalização do nome
das letras (ex.: cê, jota, éfe, etc.) para evitar- se uma escrita soletrada que dificultará
o processo de aquisição alfabética.
21
Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
Fotos das Boquinhas
22 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
Descrição dos Fonemas e seus Articulemas
FONEMA (som) ARTICULEMA (Boquinha) GRAFEMA (LETRA)
/a/ Boca bem aberta, mostrando-se os dentes.
Sonoro.
A
/e/ Boca entreaberta. Sonoro. E
/i/ Dentes à mostra, lábios esticados. Sonoro. I
/o/ Boca entreaberta, lábios arredondados. Sonoro. O
/u/ Boca semifechada, lábios em bico. Sonoro. U
/b/ Lábios fechados, som explosivo - vibração,
sonoro.
B
/k/ Boca entreaberta, som brusco na garganta - sem
vibração, surdo.
CA, CO, CU,
QUE, QUI, QUA
/d/ Boca semifechada, a língua toca os dentes
superiores – vibração, sonoro.
D
/f/ Dentes superiores tocam o lábio inferior,
soltando o ar - sem vibração, surdo.
F
/g/ Boca entreaberta, som brusco na garganta - com
vibração, sonoro.
GA, GO, GU,
GUE, GUI, GUA
/j/ Lábios em bico, língua elevada - com vibração,
sonoro.
JA, JE, JI, JO, JU,
GE, GI
/l/ Boca aberta, a língua toca atrás dos dentes
superiores, sonoro.
L
/m/ Boca fechada, som nasal, sonoro. M
/n/ Boca aberta, língua atrás dos dentes superiores,
som nasal, sonoro.
N
/p/ Boca fechada, som explosivo - sem vibração,
surdo.
P
/rr/ Boca entreaberta, garganta raspada, sonoro. R, ARRA
/r/ Boca entreaberta, língua toca no céu da boca. AR, ARA
/s/ Dentes à mostra, lábios esticados, sopro
contínuo, língua toca os dentes inferiores - sem
vibração, surdo.
SA, SE, SI, SO, SU,
ÇA, ÇO, ÇU, SS,
CE, CI
/t/ Boca semifechada, língua toca atrás dos dentes
superiores - sem vibração, surdo.
T
/v/ Dentes superiores tocam o lábio inferior,
soltando o ar - com vibração, sonoro.
V
/x/ Lábios em bico, língua elevada - sem vibração,
surdo.
X, CH
/z/ Dentes à mostra, lábios esticados, sopro
contínuo, língua toca os dentes inferiores - com
vibração, sonoro.
Z, ASA
23
Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
VOGAIS
Ainda alguns educadores têm optado por desenhar a boquinha, em lugar de
usar as fotos. Mas é bastante aconselhável que a articulação seja baseada em uma
“boca de verdade”, para que a associação fonema/grafema, seja efetivamente apoiada
no articulema que a produz.
Como sugestão, você poderia tirar fotos da boca de cada aluno, pronunciando
cada letra, para que se configure o seu álbum de boquinhas.
Você pode ter crianças com alterações ou omissões de fonemas/pronúncia, que
em nada impedirão o uso da metodologia, ao contrário, a reforçarão como estímulo de
uma fala melhor articulada.
VOGAL A
1- O nome da letra é - A - e seu som (fonema) também é /A/ (boca bem aberta).
2- Treine sua pronúncia na frente de um espelho.
Você deve estimular cada criança a observar a sua boquinha em um espelho (individual
ou coletivo), comparando-a ao desenho e à foto. Estimule também cada criança a
usar o espelhinho de boquinha, que acompanha o Livro de Atividades do Aluno, pois
sendo lúdico, pode contribuir para sua fixação.
24 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
3- Observe a boquinha do - A - (articulema) no desenho e na foto e desenhe-a no
quadro.
Você pode estimular o desenho da boquinha, ou, se for o caso, colar a foto da boca
da criança. Aqui, evite o registro da letra, que ainda não foi introduzida, mesmo que a
criança já a conheça.
4- Treine a grafia (grafema) da letra -A- de forma maiúscula, inicialmente com os
dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra.
Explique a sequência: sobe, desce e corta.
5- Treine a grafia (grafema) da letra - - manuscrita minúscula, inicialmente com
os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra.
Explique a sequência: desce, fecha a bolinha, e desce novamente.
Trabalhe para que fixação do traçado se dê por memória espacial do movimento
(engrama), exercitando-a também com os olhos fechados. Isso faz com que a letra se
internalize mais facilmente.
VOGAL E
6- O nome da letra é - E - e seu som (fonema) também é /E/ (boca entreaberta, porém
menos do que o /a/).
25
Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
Aqui poderemos, como no caso da vogal /O/, ter diferentes pronúncias devido a
regionalismos, como /É/ e /E/. Não importa, pois ambos pertencem ao mesmo
grafema. Evite fazer associações com palavras acentuadas, o que induziria com que
a criança gravasse que toda vez que ouvir /é/, o acento seja necessário, escrevendo
equivocadamente /bonéca/, com acento.
7- Treine sua pronúncia na frente de um espelho.
Estimule cada criança a observar a sua boquinha em um espelho (individual ou
coletivo), comparando-a ao desenho e à foto.
8- Observe a boquinha do - E - (articulema) no desenho e na foto e desenhe-a no
quadro.
9- Treine a grafia (grafema) da letra - E - de forma maiúscula, inicialmente com os
dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra.
Explique o movimento: desce, vai, vai e vai.
Explique que este “vai” está relacionado ao sentido da escrita, que no português, é
feito da esquerda para a direita. Isso evitará e corrigirá os desvios e equívocos com
espelhamento de letras e números, do tipo: 3 e E. Pois no caso do número três, o risco
“volta”.
10- Treine a grafia (grafema) da letra - - manuscrita minúscula, inicialmente
com os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra.
Exemplo: sobe, faz uma voltinha, volta, desce e vai.
26 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
VOGAL i
A vogal - I - de fôrma maiúscula é usualmente escrita sem “pingo”. No entanto,
em nossa prática, observamos que apenas um “risquinho”, tem muito pouco significado
para as crianças em fase de alfabetização, dificultando sua memorização. Então optamos
por apresentá-lo grafado com “pingo”, para facilitar a aprendizagem. Entendemos que
esse recurso é “uma distorção” do grafema, mas que não prejudica o processo, muito ao
contrário, o beneficia. Muito brevemente ele não será mais necessário e a criança por si
só deixa de utilizá-lo.
11- O nome da letra é - I - e seu som (fonema) também é /I/ (dentes fechados,
lábios em sorriso).
12- Treine sua pronúncia na frente de um espelho.
Você deve estimular cada criança a observar a sua boquinha em um espelho
(individual ou coletivo), comparando-a ao desenho e à foto.
13- Observe a boquinha do - I - (articulema) no desenho e na foto e desenhe-a no
quadro.
14- Treine a grafia (grafema) da letra - I - de forma maiúscula, inicialmente com os
dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra.
Explique o movimento assim: desce um risquinho.
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Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
15- Treine a grafia (grafema) da letra - - manuscrita minúscula, inicialmente
com os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra.
VOGAL O
16- O nome da letra é - O - e seu som (fonema) também é /O/ (boca com lábios
arredondados).
Aqui poderemos, como no caso da vogal /E/, ter diferentes pronúncias devido
a regionalismos, como /Ó/ e /O/. Não importa, pois ambos pertencem ao mesmo
grafema. Evite fazer associações com palavras acentuadas, o que induziria com que
a criança gravasse que toda vez que ouvir /ó/, o acento seja necessário, escrevendo
equivocadamente /bolóta/, com acento.
17- Treine sua pronúncia na frente de um espelho.
Você deve estimular cada criança a observar a sua boquinha em um espelho
(individual ou coletivo), comparando-a ao desenho e à foto.
18- Observe a boquinha do -O- (articulema) no desenho e na foto e desenhe-a no
quadro.
19-Treine a grafia (grafema) da letra - O - de forma maiúscula, inicialmente com os
dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra.
Explique os movimentos: desce, sobe, fecha a bolinha
28 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
20- Treine a grafia (grafema) da letra - - manuscrita minúscula, inicialmente
com os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra.
Mostre os movimentos: sobe, desce, volta, sobe, faz uma laçada para cima.
VOGAL U
21- O nome da letra é - U - e seu som (fonema) também é /U/ (boca bem
fechadinha, com lábios arredondados, fazendo um “biquinho”).
22- Treine a pronúncia na frente de um espelho.
Você deve estimular cada criança a observar a sua boquinha em um espelho
(individual ou coletivo), comparando-a ao desenho e à foto.
23- Observe a boquinha do - U - (articulema) no desenho e na foto e desenhe-a no
quadro.
24- Treine a grafia (grafema) da letra - U - de forma maiúscula, inicialmente com
os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra.
Exemplo: desce, sobe, sem fechar.
29
Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
25- Treine a grafia (grafema) da letra - - manuscrita minúscula, inicialmente com
os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra.
Ex: sobe, desce, sobe, desce
Treine várias vezes a escrita das vogais -A-E-I-O-U- tanto de forma como
manuscrita, no caderno e na lousa.
Esse trabalho de fixação do grafema deve durar até que todos tenham dominado a
coordenação e orientação espacial das vogais.
Estimule as crianças a treinarem de olhos fechados, escrevendo no ar, com argila,
pintura a dedo, massinha, barbante, areia, passando o dedo na lixa, etc., para que a
fixação seja obtida.
26- Pinte um quadradinho abaixo da vogal que ouvir.
Exemplo: A, O, O, I, A, E, U, E, A, etc., sendo faladas uma de cada vez.
Você pode optar por exercícios mais dinâmicos, como pular sobre as vogais/bocas,
colá-las na parede para bater as mãos, ou jogar bolinhas em baldes com letras e
bocas. Ou ainda, escrevê-las em um papel.
30 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
27- Pinte os quadradinhos abaixo das vogais que ouvir.
Exemplo: A-I, I-U, O-E, U-A, O-U-I, A-E-O, U-U-E, etc., sendo faladas de duas em
duas. Você já pode inserir palavras formadas por duas vogais, como /eu, oi, ai/, e
estimular sua compreensão por meio de dramatizações e/ou desenhos.
28- Pinte um quadradinho embaixo da vogal inicial da palavra que ouvir.
O educador pode pedir que as crianças falem palavras que iniciem com as vogais,
anotá-las e depois utilizá-las no exercício.
Exemplos de palavras: elefante, ovo, igreja, irmã, amor, amora, abacate, urubu,
último, oração, ema, elevador, acerola, abacate, índio, estudo, incêndio, unha, avião,
ave, ímã, indústria, animal, inteligente, esforço, escorregador, apontador, etc.
29- As vogais em letra de imprensa são exclusivamente para leitura.
Você não deve treinar a escrita desse tipo de letra, pois além de ser muito complexo,
nunca será usado manuscritamente.
Aqui o treino deve ser feito objetivando-se a associação entre os 3 tipos de letras.
O uso da letra manuscrita maiúscula será apresentado posteriormente a partir da
quarta consoante.
30- Associe os três tipos de letras, ligando as vogais que são iguais.
31- Desenhe dois objetos iniciados com cada vogal.
Você deve dar exemplos na lousa, estimular as crianças a criar outros, registrando-os
todos, na forma de desenhos, na lousa. Evite que todas as crianças escolham o mesmo
desenho para registrar em seu caderno, a fim de evitar uma única associação.
Você também pode trabalhar com nomes de pessoas, ou das crianças da sala. Note
que o solicitado é que se DESENHE objetos e não escreva-os. Isso tem a intenção
de se reforçar o componente de consciência fonológica envolvido na alfabetização,
em lugar de se grafar e memorizar a escrita das palavras.
O professor pode, caso ache necessário, exemplificar na lousa, escrevendo alguns
desses nomes.
31
Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
Exemplos:
A = avião, abelha, amarelo, alface, avental, apito, amor, acerola, amora, abacate, etc.
E = elefante, ema, elevador, escada, espingarda, ervilha, escola, estrela, esmeralda,
etc.
I = índio, igreja, irmão, irmã, igual, ímã, inglês, iglu, etc.
O = ovo, ônibus, óculos, ovelha, orelha, ouvido, ouriço, etc.
U = unha, uva, uniforme, urso, último, urubu, urucum, um, etc.
32- Observe duas vogais juntas e associe-as às boquinhas. Fale o que leu.
Exemplo: eu, oi, ai, ei, au.
33- Ligue as vogais iniciais às figuras.
Ulitize o componente de aprendizagem pelo erro, dando exemplos errados, como:
Se eu ligasse a figura da /uva/ à letra /a/, qual palavra teríamos?
A resposta é /ava/ e estaria errada.
34- Associe a boquinha das vogais à fala. Complete figuras com as vogais,
observando-as durante a fala das palavras.
Esse é um exercício de consciência fonológica e fonêmica associada à consciência
articulatória. É muito importante que a criança o domine, portanto, deve ser treinado
com muitos exemplos, tanto concretos, como os objetos da sala, nomes dos alunos,
etc., além das figuras aqui apresentadas.
Ele marca a compreensão do processo fonológico atrelado à conversão fonema/
grafema e é tido como preditor do sucesso na alfabetização. Por isso deve ser muito
exercitado, com variações.
Aqui a criança está na etapa de aquisição da hipótese silábica de escrita, com valor
sonoro (para vogais), ou seja, reconhece auditivamente uma letra para cada sílaba.
Você pode solicitar à criança que escreva as vogais das palavras somente, sem
ter as consoantes. Isso não vai fazê-la “memorizar o erro”, como alguns julgam.
Gradativamente, ela aprenderá as demais letras.
Aqui temos envolvidas as consciência fonológica (qual letra) e a consciência fonêmica
(qual o lugar da letra), que serão a base da alfabetização segura.
Estimule a aprendizagem pela problematização e análise do erro. Por exemplo:
escreva na lousa errado de propósito /RITO/ e com o auxílio das boquinhas, leia
junto das crianças: /RITO/. Problematize se estaria certo e o que deveria ser corrigido
(RATO).
Nunca dê a resposta correta simplesmente sem trabalhar o erro. Você perderia uma
grande oportunidade de aprendizagem. Também nunca apenas corrija os cadernos,
pela colocação da letra certa sobre a errada. Isso só enfatiza que o educador sabe e
a criança não, abaixando sua autoestima.
32 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
35- Risque na cartela de bingo as vogais que estão presentes nas palavras
faladas. Quem primeiro completar uma linha ou uma coluna grite: BINGO!
Você deve dar vários exemplos do exercício, orais e na lousa, certificando-se de
que a instrução foi compreendida. Exemplifique na lousa o que é uma linha e uma
coluna.
Exemplos de palavras: alfinete (A-I-E-E), bola (O-A), cabeça (A-E-A), mole (O-E),
perigo, elevador, dicionário, caneta, pipa, mamadeira, telefone, sabonete, coração,
livro, etc.
Esse exercício deve ter muitas variações, para que a criança o faça de maneira
automática e rápida, apenas pelo canal auditivo, auxiliado pela pista articulatória. Se
julgar necessário confirmar as vogais, com a escrita na lousa, apenas o faça DEPOIS
da criança ter dado a sua resposta.
36- Ligue as palavras que começam com a mesma vogal, escrevendo a vogal na
frente de cada palavra. Nunca se esqueça de usar sua boquinha para certificar-
se da letra.
37- As vogais podem ser nasais: Ã - ÃO - ÃE - ÕES, grafadas com o “til”. Copie
embaixo dos desenhos ÃO ou Ã.
É importante que se frise que a nasal grafada pelo uso do diacrítico “til” somente
pode estar nas vogais /A/ e /O/ e que agora será enfatizada apenas na letra /A/, pela
ocorrência de palavras mais abundantes para esta faixa etária.
Evite ensinar apenas pela memorização de palavras a ocorrência /ÃO/, que não
permite com que a criança compreenda o processo de nasalização.
Enquanto pronuncia a vogal tampe suavemente o nariz, para que a criança
compreenda o que é um som nasal.
Você deve reproduzir os desenhos na lousa, escrevendo embaixo: ÃO ou Ã.
Exemplos de ÃO: pão, macarrão, sabão, mão, avião, caminhão, coração, etc.
Exemplos de Ã: maçã, anã, irmã, lã, rã, etc.
Em alguns plurais de - ÃO - teremos a vogal nasal - Õ - seguido de es (caminhões,
aviões, etc.). Porém, nesse início de alfabetização, não é recomendado trabalhar
com essas ocorrências.
38- Escreva embaixo de cada figura /Ã/ ou /ÃO/, conforme o caso.
33
Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
39- Ligue as figuras à sequência de vogais correspondente. Nunca se esqueça de
usar sua boquinha para certificar-se da letra.
Você deve dar vários exemplos desse exercício na lousa, antes de apresentá-lo às
crianças.
SEMPRE deve treiná-lo oralmente, antes de realizá-lo no caderno. Como nos
exemplos: fruta com as vogais /A-Ã/; /O-Ã-O/; e outras categorias.
40- Descubra a sequência de vogais das palavras ditas pelo professor e desenhe-
as abaixo. Nunca se esqueça de usar sua boquinha para certificar-se da letra.
Você deve realizar o exercício na lousa, juntamente com as crianças para
acompanhamento dos acertos sem, no entanto, dar as respostas antecipadamente.
Palavras a serem faladas: pipa, macarrão, unha, goiabada, coração, copo, pipoca,
bala. Você pode estimular desenhos diversificados, que contenham a mesma
sequência.
Você pode pedir outras palavras que tenham essa sequência de vogais e estimular
que os desenhos sejam diferentes.
Isso levará ao conflito de que SOMENTE as vogais não bastam para lermos as
palavras e abre precedentes para a hipótese seguinte de escrita: silábico-alfabética.
41- Ligue as figuras que têm a mesma sequência de vogais.
Você deve exemplificar na lousa, escrevendo as vogais na frente da palavra e
estimulando a criança a fazer o mesmo em seu caderno.
Mas também deve tentar com que a realização seja feita SEM a escrita das letras, ou
seja, somente pela pista fonêmica.
Isto requer um grau de complexidade maior e exige além da abstração do processo,
atenção e memória auditivas.
AVALIAÇÃO DO CAPÍTULO
Você deve explicar às crianças que esse espaço será utilizado para sua avaliação, isto é,
como elas realizaram as atividades do capítulo. Esse material é de suma importância para
você e também para o aluno, pois pode contribuir para possíveis revisões e adequações
do conteúdo. Não deve ser negligenciado e sim conscientizado de sua importância.
O espaço livre deve ser aproveitado para criações pessoais, reservando um tempo livre
para o seu preenchimento, que pode ser na sala de aula, ou no lar.
34 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
LETRA L
1- O nome da letra é -éle- mas seu som (fonema) é /L/ (mostre a língua para cima,
sem pronunciar a vogal). Evite o treino dos nomes das letras e dê preferência aos
sons e articulemas.
2- Treine sua pronúncia na frente de um espelho.
Você deve estimular cada criança a observar a sua boquinha em um espelho
(individual ou coletivo), comparando-a ao desenho e à foto. Estimule-a a utilizar a
boquinha espelhada que acompanha o livro do Aluno.
3- Compare sua boquinha ao desenho e à foto da boquinha do -L- (articulema) e,
depois desenhe-a no quadro.
Estimule o desenho com os detalhes da boquinha. A grafia da letra deverá ser dada
posteriormente, mesmo que a criança conheça-a.
4- Treine a grafia (grafema) da letra -L- de forma maiúscula, inicialmente com os
dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra.
Mostre para os alunos: desce e vira para direita. Isso é “vai”, pois acompanha o
sentido da escrita. Mostre que se fizesse no outro sentido, seria “volta”, o que estaria
errado. Isso é importante para fixação do grafema, evitando-se e corrigindo-se
espelhamentos.
35
Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
5- Treine a grafia (grafema) da letra - l - manuscrita minúscula, inicialmente com
os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra.
6- A letra -L- vai se ligar às vogais, formando a família LA-LE-LI-LO-LU
Associe a boquinha -L- a todas as vogais.
Com isso, induz-se a hipótese de escrita silábico-alfabética, pela compreensão e
comprovação concreta de que a sílaba é formada por mais de um som, mais de uma
boquinha, e, consequentemente, mais de uma letra.
Esta é uma maneira simples e eficaz de se compreender que nossa língua é alfabética
e que CADA som corresponde a uma letra, que é pronunciada por uma boca.
Portanto, evite associações fechadas de /LA/ de /laranja/, ou ainda /L+A=LA/.
Apenas diga e mostre que a boca faz L____A, quando vai falar algumas palavras, e
que se formos escrevê-las, basta codificar o que nossa boca está pronunciando.
Você deve explicar que sílabas são pedacinhos de palavras e que não têm significado
isoladamente. Elas têm sentido quando fazem parte de uma palavra inteira. Exceção
às palavras monossílabas, como pé, dá, etc. Porém esse conceito não deve ser
trabalhado agora.
Exemplo: LA, que está no começo das palavras laranja, Laura, lata, etc.
36 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
7- Escreva e fale a família LA-LE-LI-LO-LU
8- Treine a escrita da família.
9- Pinte um quadradinho abaixo da sílaba que ouvir. Olhe bem para sua boquinha
antes de pintar.
Exemplo: LA, LO, LO, LI, LA, LE, LU, LE, LA, etc.
10- Pinte um quadradinho abaixo das sílabas que ouvir.
Exemplo: LA-LI, LO-LO, LO-LA, LI-LU, LA-LE, LE-LO-LA, LU-LA-LI, LE-LE-LU, LA-
LO-LA, etc.
11- Pinte um quadradinho abaixo da sílaba inicial da palavra que ouvir. Olhe bem
para sua boquinha antes de pintar.
Exemplos de palavras: luta (LU), lápis (LA), lágrima (LA), leque, loto, lata, latão,
Lúcia, Luana, Luís, limão, lava, lama, lábio, leme, lobo, levado, letra, legal, lado, livro,
livre, lupa, lebre, leme, lagartixa, lapiseira, etc.
Você pode procurar objetos da sala ou da escola que porventura possuam o som
da letra /L/, certificando-se de que sua boca faz o movimento de subir a língua ao
pronunciá-lo.
12- Complete a tabela de acordo com a sílaba da família - L - das figuras que
pode estar no início, meio ou final da palavra.
Coloque ênfase na pronúncia da sílaba em estudo e exemplifique na lousa para
ampla compreensão do exercício. Peça também para preencher o quadro fora de
sequência, para que seja treinada a posição espacial do desenho, correspondente à
sílaba na tabela.
37
Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
13- Pinte o quadradinho denominado começo, meio ou fim, caso a sílaba da
família - L - esteja no começo, meio ou fim da palavra ouvida.
Mostre na lousa a associação entre começo, meio ou fim da sílaba na palavra,
dando vários exemplos. Não use palavras polissílabas e nem palavras com sílabas
complexas da família -L-, como alface, bolsa, etc. Esse conceito será trabalhado no
final desse livro. Caso surjam palavras que contenham essa ocorrência, escreva-as
corretamente e diga que estudaremos esse caso em lições mais avançadas.
Exemplos de palavras: lápis (começo), lobo (começo), melado (meio), bolo (fim),
mole, cabelo, ele, pelado, pelo, bolo, pele, limão, calada, palito, malinha, mela, tela,
sala, salada, peludo, camelo, cavalo, relógio, aluno, maluco, etc.
Esse é o conceito da consciência fonêmica, ou seja, a compreensão “do lugar” do
fonema “dentro” da palavra. Portanto, o “tempo” ouvido se transforma em “espaço”
grafado.
Se sua criança tiver muita dificuldade, recomendamos a associação com uma
“formiga”, que possui /cabeça - início/, /barriga - meio/ e /bumbum - final/, como
trabalhado em Boquinhas na Educação Infantil.
14-	 Pinte um quadradinho do certo ( ) se a palavra ouvida tiver a sílaba da
família - L - ou um quadradinho do errado ( X ) se não tiver certo.
Ou seja, presença/ausência do som da letra na palavra. Isto é a pura compreensão da
consciência fonológica, que viabilizada pela boquinha, torna-se bastante simples.
Exemplos de palavras: leite (certo), caneta (errado), luta (certo), limão, casaco,
bicicleta, boneca, lata, pelo, caderno, cadeira, lápis, legal, letra, telefone, palito,
jornal, parede, colorido, pirulito, sofá, madeira, criança, livro, dela, relógio, etc.
15- Ligue a figura à sílaba de seu início.
16- Escreva embaixo da figura a sílaba de início da palavra.
Embora tenhamos exemplos de figuras com sílabas complexas, como /lanche/,
/lâmpada/, o trabalho aqui restringe-se à compreensão apenas da sílaba formada
pela letra /L/ e sua vogal. Mas o educador pode grafar na lousa a sílaba correta e
solicitar que a criança apenas copie, caso sinta que essa seja a melhor opção.
17- Escreva embaixo da figura a sílaba -LA-LE-LI-LO-LU- e as vogais da palavra.
Embora nesse exercício ocorram sílabas complexas da família -L-, como /LÍNGUA/ e
/LÂMPADA/, esse conceito não deve ser abordado agora.
38 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
18- Escreva a sílaba da família -L- abaixo das figuras que a possuam e depois
conte e marque quantas palavras com cada sílaba você encontrou.
19- Pinte, no texto, todas as sílabas LA de amarelo, LE de azul, LI de
verde, LO de vermelho e LU de rosa.
Depois conte quantas sílabas de cada cor você encontrou.
Explique que um texto é composto de muitas palavras, que transmitem ideias em
sequência. Diga que, por enquanto, o texto será lido por você e que, aos poucos, as
crianças conseguirão fazê-lo sozinhas.
Você deve colocar o texto na lousa e ir lendo junto com as crianças, mostrando cada
palavra que pronuncia. Ao final, discuta as idéias do texto.
LÚCIA FOI VIAJAR PARA SÃO PAULO E LEVOU UMA MALA AMARELA.
SUA IRMÃ MAIS VELHA FOI COM UMA MALETA LARANJA E LILÁS E AS
DUAS ESTAVAM FELIZES OLHANDO PELA JANELA DO CARRO.
LÁ FORA A LUA E AS ESTRELAS LUZIAM NO CÉU DE SÃO PAULO.
FOI UMA VIAGEM MUITO LEGAL.
20- Faça um desenho da história que você ouviu.
Aqui é importante que se mostre que um texto possui ideias já escritas e que fazer
uma interpretação do mesmo, seja na forma de desenho, texto ou oral, é reproduzir
as ideias já escritas, sem inventar ou criar nada. Essa é melhor maneira de ensinar
às crianças como se adequar à proposta solicitada, sem perder-se nas ideias.
Com isso não estamos deixando de estimular e/ou atender à criatividade das crianças,
que deverá ser trabalhada nas produções livres, não agora. Não aceite elementos
discordantes do texto, ensinando as crianças a entender o enunciado.
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Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
LETRA P
1- O nome da letra é - pê -, mas seu som (fonema) é /P/ (lábios fechados, som
explosivo, surdo, sem pronunciar a vogal e sem vibração nas cordas vocais).
2- Treine sua pronúncia na frente de um espelho.
Estimule cada criança a observar a sua boquinha em um espelho (individual ou
coletivo), comparando-a ao desenho e à foto.
3- Compare sua boquinha ao desenho e à foto da boquinha do - P – (articulema)
e, depois desenhe-a no quadro.
4- Treine a grafia (grafema) da letra - P - de forma maiúscula, inicialmente com
os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra.
5- Treine a grafia (grafema) da letra - - manuscrita minúscula, inicialmente com
os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra.
As letras têm a sua orientação de traçado correto, que se não treinadas e
“cobradas” de maneira correta, desde o início de seu aprendizado, poderão ser
memorizadas e criados engramas do erro, causando prejuízos futuros, como uma
disgrafia ou transtornos no processamento da coordenação, dificultando a leitura e
compreensão.
40 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
6- A letra -P- vai se ligar às vogais, formando a família PA- PE- PI- PO- PU
Associe a boquinha -P- a todas as vogais.
Alguns educadores não familiarizados ainda com a metodologia fônica e os fonemas
podem se equivocar, acreditando que a sílaba /PA/ (ou outra da mesma família)
fazem um ÚNICO som, pois observam somente a abertura dos lábios.
Esse equívoco se dá pela característica plosiva do articulema /P/, ou seja, sua
emissão é feita pelo acúmulo de ar dentro da boca, que sai forçadamente, fazendo
o som do /P/.
Para estes educadores, recomenda-se que tentem pronunciar a sílaba /PA/, SEM
FECHAR os lábios. Verão que é impossível e sairá apenas /A/. Portanto, concretiza-
se o som /P/, observando-se sua boquinha.
7- Escreva a família PA-PE-PI-PO-PU
8- Treine a escrita da família.
9- Pinte um quadradinho abaixo da sílaba que ouvir. Não se esqueça de
observar se seus lábios se fecham, para descobrir a presença dessa letra/
fonema. Fale bem lentamente.
Exemplo: PA, PO, PO, PI, PA, PE, PU, PE, PA, etc.
10- Pinte um quadradinho abaixo das sílabas que ouvuir
ExemploS: PA-PI, PO-PO, PO-PA, PI-PU, PA-PE, PI-PE-PO, PE-PU-PA, PA-PE-PE,
PU-PA-PO, etc.
11- Pinte um quadradinho abaixo da sílaba inicial da palavra que ouvir. Não se
esqueça de observar se seus lábios se fecham, para descobrir a presença
dessa letra/fonema. Fale bem lentamente.
Fale as palavras, dando ênfase na sílaba em estudo.
Você também pode encontrar objetos da sala, ou da escola e nomes de alunos que
41
Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
se iniciam com esta sílaba.
Aqui também você pode utilizar palavras com sílabas complexas envolvendo a família
da letra /P/, pois o objetivo agora é induzir à compreensão da ocorrência do fonema
/P/ e associá-lo à sua boquinha. Porém, o educador pode optar por não escolher
palavras que possuam tais ocorrências, ou apenas mostrá-las na lousa, caso decida
ou resolva grafá-las.
Exemplos de palavras: pato (PA), papai (PA), pipoca, peru, pipa, polícia, peruca,
pijama, pulo, palito, palhaço, papel, peixe, pedaço, pilha, piada, pena, pesado, peludo,
punho, povo, pote, policial, pomada, paca, pata, etc.
12- Pinte na cartela de bingo a sílaba da palavra que ouvir, que pode estar no
início, no meio ou final. Quando completar uma linha ou coluna, grite: BINGO!
Você deve exemplificar na lousa o que é uma linha e o que é uma coluna.
Exemplos de palavras: papai (PA), lápis (PI), pelado, pelo, palhaço, campo, tapete,
pipoca, carpete, piolho, capuchinho, político, computador, copo, pijama, pirulito,
pimenta, policial, capa, mapa, polícia, pia, penico, parede, pagamento, tipo, apito,
pulo, patins, panela, etc.
13- Pinte o quadradinho denominado começo, meio ou final, caso a sílaba da
família - P- esteja no começo, no meio ou no fim das palavras que você ouvir.
Exemplos de palavras: pato (começo), tapete (meio), palhaço (começo), capô (final),
pijama, pincel, tapado, tampa, apito, pelado, pomada, capa, pimenta, mapa, polícia,
piolho, apelo, capote, pilha, etc.
14- Pinte um quadradinho do certo ( ) se a palavra ouvida tiver a sílaba da
família -P- ou um quadradinho do errado ( X ) se não tiver.
Exemplos de palavras: peruca (certo), caneta (errado), copo (certo), parede, pincel,
lâmpada, palhaço, anel, avião, machado, pipoca, papai, mamãe, polícia, caderno,
telefone, piada, livro, papel, bicho, piano, etc.
15- Ligue a figura à sílaba de seu início.
Para acrescentar maior grau de interesse ao exercício, você pode solicitar que a
criança ligue e pinte cada sílaba e seu desenho correspondente com a mesma cor
de lápis.
42 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
16- Escreva embaixo da figura a sílaba de seu início.
17- Escreva embaixo da figura a sílaba -PA-PE-PI-PO-PU- e as vogais da palavra.
Embora nesse exercício ocorram sílabas complexas da família -P-, esse conceito
não deve ser abordado agora.
18- Circule somente as figuras que tenham a sílaba da família -P- e escreva
quantas palavras de cada sílaba você encontrou:
Aqui o conceito de “aprendizagem pelo erro” deve ser trabalhado. Caso alguma
criança tenha assinalado palavras que não possuam sílabas dessa família, como
/ovelha/ ou /tartaruga/, traga a ocorrência na lousa, sem expor a criança.
Diga que se caso a palavra /OVELHA/ fosse escrita com /P/, deveria ser lida como
/POVELHA/, dando-se muita ênfase no fechamento dos lábios.
19- Pinte as sílabas que encontrar no texto: PA, de amarelo; PE, de azul; PI, de
verde; PO, de vermelho; e PU de rosa. Depois conte quantas sílabas de cada
cor encontrou.
Você deve retomar a explicação sobre texto, dada na família do -L- e ler o texto
junto com as crianças.
PAPAI E FELIPE SAEM PARA SOLTAR PIPA E VER O SAPO PULAR NA
LAGOA.
ELES PASSEIAM PELA PRAÇA, COMEM PIPOCA E NÃO LIGAM PARA AS
PICADAS DOS PERNILONGOS.
SUA IRMÃ PAULA TAMBÉM GOSTA DE PASSEAR, MAS PREFERE PEGAR
PEIXES E ESPERAR SENTADA NO CAMPO, COM OS PÉS APOIADOS EM UMA
PEDRA.
20- Ligue as figuras da história, às palavras escritas da família -P
Leia junto com as crianças as palavras escritas abaixo, auxiliado pelas sílabas já
trabalhadas e a sequência das vogais, pois essas palavras contêm sílabas ainda
não ensinadas.
Aqui temos um exemplo de “leitura induzida”, ou seja, decodificação parcial, devido
ao conhecimento de apenas algumas letras da palavra. Porém o fechamento lexical
da palavra se dá pela associação ao desenho e à história lida.
43
Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
CONFRONTO ENTRE L P
1- Pinte um quadradinho de vermelho quando ouvir uma sílaba da família da
letra /L/ e de azul quando a sílaba for da família /P/.
O objetivo de se confrontar letras é o de checar a aprendizagem e dar subsídios
ao educador de monitorar sua aula, podendo mediar a intervenção. Para que isto
aconteça, o educador deve ter um olhar individualizado de cada criança.
No caso entre /L/ e /P/, a observação deve ser feita se a criança está usando a pista
articulatória para acertar, ou seja, se olha e sente sua boca ao ouvir uma palavra.
Ela também pode olhar apenas a boca do educador.
O educador pode solicitar que a opção marcada esteja apenas do lado certo, ou seja,
/L/ ou /P/, ou ainda, solicitar que o quadradinho corresponda à sílaba correta, que
envolve o uso da vogal correspondente.
44 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
2- 	 Marque um X no quadradinho abaixo da sílaba inicial da palavra que você
escutar.
Da mesma forma que os anteriores, use o erro como aprendizagem por exemplo:
se a palavra falada for /PIANO/ e a criança marcar a sílaba /LI/, estimule que leia o
erro, ou seja, /LIANO/, chamando bastante atenção para sua boca. Desta forma vai
perceber que não corresponde à palavra ditada e que para acertar deverá refletir e
trocar para /PI/, que fecha a boca.
Embora nesse exercício ocorram sílabas complexas da família -P-, esse conceito
não deve ser abordado agora.
Quando a palavra possuir as duas sílabas -P- e -L-, marque nas duas famílias.
Exemplos de palavras: peixe, papai, lua, lápis, lata, piano, pia, pipoca, luta, luva,
livro, loto, polícia, lei, leite, Lúcia, Paulo, Patrícia, Laís, Letícia, piloto, pelado, pica-
pau, pomada, lava, etc.
3- Escreva a sílaba inicial de cada figura.
4- Ligue a sequência de boquinhas à palavra correspondente, depois a desenhe.
Nessa atividade temos a escrita na forma de “boquês”, ou seja, codificada por
símbolos fotos das bocas. Embora seja extremamente interessante e as crianças
e educadores simpatizem muito com este tipo de exercícios, deve ser feito com
cautela e moderação.
Essa observação deve-se ao fato de que os visemas (boquinhas) têm o propósito
de viabilizar, auxiliar e favorecer a conversão fonema/grafema - leitura, não
substituir a escrita de letras por bocas.
Esse cuidado deve ser observado.
45
Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
5- Ligue as palavras às figuras e copie o nome das figuras embaixo de cada
uma delas. Você deve ensinar a cópia das letras que ainda não foram
ensinadas.
6- Ligue as frases escritas aos seus desenhos.
Explique às crianças que frases são várias palavras em ordem, que nos passam
uma ideia. Exemplifique com as ações dos desenhos, dando ênfase na mímica da
frase, que é representada pelo gestual do verbo, classe gramatical que determina e
sustenta uma frase.
7- Copie as frases anteriores.
Incentive as crianças a copiar as frases, com letra de forma maiúscula, mas
lembre-se de que elas ainda não aprenderam todas as letras contidas nessas
frases, podendo ficar inseguras ou cometer vários erros.
A opção por esse tipo de letra deve-se ao fato de que priorizamos, nesta fase inicial,
a compreensão da decodificação/codificação (conversão do fonema em grafema e
vice-versa), deixando mais para frente (a partir da quarta consoante dada) a escrita
e leitura com os demais tipos de letras.
No entanto, se os alunos já dominam o uso das letras manuscritas minúsculas,
recomenda-se que façam a cópia com esse tipo de letra.
8- Descubra quais famílias têm mais sílabas no texto abaixo, pintando a família
-L- de azul e a família -P- de vermelho.
Leia o texto junto com as crianças, pois há letras que ainda não foram aprendidas.
Aqui, apesar do exercício ser de percepção visual do grafema, o educador deve
sempre reforçar e atrelar à pista auditiva e articulatória (boquinhas), para que a
criança faça o fechamento na leitura.
Lembre-se que uma criança se alfabetiza quando compreende e consegue traduzir
letras em sons (rota fonológica de leitura) e não quando apenas reconhece as letras
46 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
visualmente. Obviamente que após fazer a decodificação, deverá atrelar o significado
às palavras, acessando a rota lexical de leitura.
PAULO É O PILOTO DA POLÍCIA. ELE PILOTA AVIÃO, JATO E PULA DE
PARAQUEDAS.
OUTRO DIA ELE PASSOU POR CIMA DE SÃO PAULO E PODE VER
PESSOAS PULANDO NO TRAMPOLIM DE UMA PISCINA.
ELE LEVA SUA FAMÍLIA PARA PASSEAR DE AVIÃO E TODOS PEDEM
PARA ELE POUSAR E LEVANTAR BEM LIGEIRO.
PAULO ACHA MUITO LEGAL SER PILOTO DA POLÍCIA.
9- Faça um desenho da história que você ouviu.
A interpretação do texto deve ser feita por dramatização ou recontagem oral,
lembrando-se que o texto já foi escrito, portanto não deve ser (nessa atividade)
modificado.
Após isto, realize o exercício por meio de representação em desenhos da história.
Caso tenha uma turma com crianças mais maduras, poderá já nessa fase, desenvolver
desenhos em quadrinhos, inserindo o componente temporal da história.
LETRA V
1- O nome da letra é -vê- mas seu som (fonema) é /V/ (dentes superiores encostam
no lábio inferior, sem pronunciar a vogal, som soprado, sonoro, que vibra as cordas
vocais. Faça as crianças sentirem com as costas das mãos a vibração no pescoço).
Caso tenha alguma criança com dificuldades nessa percepção, poderá usar do
recurso da amplificação, encostando um microfone no pescoço, enquanto pronuncia
o fonema.
2- Treine sua pronúncia, várias vezes, só o som da letra, bem sonoro.
Estimule cada criança a observar a sua boquinha em um espelho (individual ou
coletivo), comparando-a ao desenho e à foto.
47
Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
3- Compare sua boquinha ao desenho e à foto da boquinha do -V- (articulema) e,
depois desenhe-a no quadro.
4- Treine a grafia (grafema) da letra -V- de forma maiúscula, inicialmente com os
dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra.
Exemplo: desce e sobe.
5- Treine a grafia (grafema) da letra - - manuscrita minúscula, inicialmente com
os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial, da letra.
Nesse quesito, é recomendável salientar que alguns educadores grafam a letra/V/
manuscrita minúscula com uma “laçadinha” no seu final. Isso é arbitrário e não
desaconselhado, porém, deve-se atentar para que esta laçada não seja grande
demais, comprometendo o próprio traçado da letra.
Ainda, faz-se necessário ressaltar que a “voltinha” inicial, do grafema manuscrito
minúsculo, deve ser grafada arredondada, para minimizarmos uma disgrafia e/ou
problemas de decodificação futuros.
6- A letra -V- vai se ligar às vogais, formando a família VA-VE-VI-VO-VU
Associe a boquinha -V- a todas as vogais.
Novamente vale ressaltar que essas sílabas se constituem de duas letras, dois sons
e duas bocas. Evite o treino exaustivo e repetitivo, de /VA-VE-VI-VO-VU/, que apenas
leva à memorização, sem compreensão do processo da hipótese silábica-alfabtética
adjacente.
48 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
7- Escreva a família VA-VE-VI-VO-VU.
8- 	 Treine a escrita da família.
9- 	 Escreva a sílaba ditada embaixo de seu quadradinho.
Exemplo: VA, VI, VO, VA, VU, VE, etc.
10- 	Pinte as sílabas na ordem em que você ouvir.
Exemplo: VA - VI - etc.
11- 	Pinte de azul quando escutar uma sílaba da família VA-VE-VI-VO-VU, de
vermelho a família LA-LE-LI-LO-LU e de amarelo a família PA-PE-PI-PO-PU
Você pode facilitar esse exercício fazendo essa marcação na lousa, ou estimulando
as crianças a pintarem, no caderno, as famílias com estas cores.
12- Ligue os desenhos às palavras.
As cores do exercício anterior podem ser mantidas aqui.
13- Escreva as palavras ditadas e faça seus desenhos.
Exemplos de palavras: pelo, pé, vela, papai, Paula, violão, pão, lupa, pipa, lua,
pião, peão, etc.
14- Leia as frases e complete com o nome dos desenhos.
Leia as frases com as crianças, pois elas ainda contêm letras que não foram
trabalhadas. Explique que uma frase contém uma ideia com significado, portanto,
para completar as frases, devem escolher palavras que deem sentido e tenham
concordância nominal, evitando repetições.
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Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
VOVÔ VIU O ..............................................................
PAPAI TEM UM .........................................................
A .................. E O .................... SÃO BRINQUEDOS
O BOLO TEM UMA ...................................................
VOVÓ TOCA ..............................................................
O .....................................................................É BOM
PAULA LAVOU O ....................... NA ........................
15- Complete com uma das palavras da lista, sem repeti-las.
Apesar desse exercício ser atrelado à percepção visual das sílabas, deve também
ser fechado com as pistas auditivas e articulatórias.
Começa com LA: LA..................
Termina com LO: ..................LO
Começa com VE: VE..................
Começa com VO: VO.................
Termina com LÃO: ...............LÃO
Começa com PA: PA..................
Termina com AO: ..................ÃO
Tem li no meio: ..........LI..........
PELO - VELA - LÁPIS - VIOLÃO - LEÃO - PALITO - PAPAI - VOVÓ
16- Ligue as figuras que começam com a mesma sílaba.
Nessa atividade não se recomenda que as crianças primeiro escrevam a sílaba inicial
de cada figura antes de realizar o exercício, pois isso alteraria o objetivo principal,
que é fazer o fechamento auditivo e aliteração pela análise auditiva da sílaba inicial.
Caso o educador queira formalizar o acerto, poderá pedir que escrevam a sílaba
depois de acharem a resposta.
Caso julgue que os riscos poderão levar a confusões, solicite que os desenhos sejam
pintados com cores iguais para cada sílaba repetida.
50 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
LETRA T
1- O nome da letra é -tê-, mas seu som (fonema) é /T/ (língua dá uma batidinha
atrás dos dentes superiores)
2- Treine sua pronúncia, na frente de um espelho.
Você deve estimular cada criança a observar a sua boquinha em um espelho
(individual ou coletivo), comparando-a ao desenho e à foto.
3- Compare sua boquinha ao desenho e à foto da boquinha do -T- (articulema) e,
depois desenhe-a no quadro.
4- Treine a grafia (grafema) da letra -T- de forma maiúscula, inicialmente com os
dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra, associando o corte
do T com a batida da língua nos dentes.
Mostre o movimento: desce, corta.
5- Treine a grafia (grafema) da letra - - manuscrita minúscula, inicialmente com
os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra, associando o
corte do T com a batida da língua nos dentes.
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Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
6- A letra -T- vai se ligar às vogais, formando a família TA-TE-TI-TO-TU
Associe a boquinha /T/ a todas as vogais.
7- Escreva a família TA-TE-TI-TO-TU
8- Treine a escrita da família.
9- Reconhecimento das letras manuscritas, maiúsculas.
Até agora foram trabalhadas apenas 2 tipos de letras, a de forma maiúscula -A- e a
manuscrita minúscula - -. Daremos, sequência na introdução da letra manuscrita
maiúscula - -, que é usada para início de frases e nomes próprios. Esse treino só
deve ser iniciado agora, porque após 9 letras aprendidas (5 vogais e 4 consoantes),
a maioria das crianças já compreendeu o processo da leitura e escrita, e pode
ser submetida a um novo aprendizado, sem se confundir nem sobrecarregar com
informações simultâneas.
Temos observado alguns regionalismos na grafia das letras manuscritas maiúsculas.
No entanto, o educador deve pautar-se na literatura, em fontes seguras, e ensinar
o traçado que mais favorece a escrita e leitura. Sempre deve estimular o aluno a
realizar o traçado de maneira regular e idêntica à ensinada, sem aceitar variações,
que levam à equívocos e disgrafias desnecessárias.
A fase de individuação do caractere, onde ocorrerá a inserção de características da
personalidade do indivíduo em sua caligrafia (grafologia) iniciará por volta dos 11
anos de idade e não na alfabetização, quando ele deveria aprender como as letras
foram desenvolvidas em sua origem. Portanto, agora não é hora de se criar sobre as
letras e sim de grafá-las corretamente.
Observação deve ser feita em relação aos alunos de inclusão, que porventura
possam apresentar prejuízos na coordenação motora fina e/ou visuoespacial. Para
esses casos, o profissional responsável deverá orientar como o trabalho deve ser
desenvolvido, traçando-se um plano de atendimento individualizado para este
aluno.
52 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
10- Ligue os 4 tipos de letras já ensinados.
11- Treine a coordenação das letras manuscritas maiúsculas já trabalhadas. Copie
as letras, várias vezes, no caderno, na lousa, treinando o seu traçado com
auxílio da orientação espacial.
12- Escreva alguns nomes próprios que contenham essas letras.
As crianças podem querer aprender a escrever os seus próprios nomes com esse
tipo de letra, mas é preferível manter os nomes das crianças com letras de forma
maiúsculas. Explique que, aos poucos, à medida que forem aprendendo novas letras,
esse tipo de letra será também aprendido e treinado.
Diga às crianças que quando usarmos essa letra será somente na primeira letra
de uma palavra. As demais deverão ser escritas com letra manuscrita minúscula.
Exemplo: Laís, Paula, Paulo, Túlio, Titio, Eli, Alípio, Olavo, Olívia, Otávio, Vítor, Lívia,
Leiva, Neila etc.
13- Faça um círculo somente em volta das sílabas TA-TE-TI-TO-TU quando ouvi-
las.
14- Quantos TA-TE-TI-TO-TU têm o exercício anterior?
15- Quais palavras começadas com a família TA-TE-TI-TO-TU você consegue
escrever? Faça o desenho de cada uma delas, e escreva embaixo.
Você deve auxiliar as crianças a escrever as palavras iniciadas com -T-, pois
podem conter letras ainda não ensinadas.
16 - Ligue os desenhos começados com a mesma sílaba e escreva essa sílaba.
Desconsidere a sílaba complexa, aceite que a criança ligue TAR (tartaruga) a TA
(taça), no entanto estimule-as a grafar a sílaba correta /TAR/, que pode ser escrita e
copiada da lousa, sem entrar em detalhes, por enquanto, de sua complexidade. Em
tempo oportuno, essas sílabas complexas serão trabalhadas.
Aqui o trabalho direciona-se à compreensão da conversão do fonema inicial ao
grafema, viabilizado pela pista articulatória de se bater a língua, de leve, atrás dos
dentes superiores, sem vibração das cordas vocais.
53
Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
AVALIAÇÃO DO CAPÍTULO
Você deve explicar às crianças que esse espaço será utilizado para sua avaliação,
isto é, como elas realizaram as atividades do capítulo. Esse material é de
suma importância para você e também para o aluno, pois pode contribuir para
possíveis revisões e adequações do conteúdo. Não deve ser negligenciado e sim
conscientizado da sua importância.
O espaço livre deve ser aproveitado para criações pessoais, reservando um tempo
livre para seu preenchimento, que pode ser na sala de aula, ou no lar.
CONFRONTO ENTRE L P V T
1- 	 Escreva a primeira sílaba das palavras ditadas, embaixo da sua família,
escolhendo letras de forma ou manuscrita.
Não se esqueça de sempre ressaltar a boquinha da sílaba.
Exemplos: vale, vagalume, telefone, tábua, vidro, pijama, leque, limão, litro, pequeno,
peru, palhaço, passagem, tesoura, televisão, livre, lataria, louco, lousa, taturana, tatu,
vitória, palito, time, lágrima, leme, pau, vovô, pássaro, tesouro, vaca, veleiro, etc.
2- 	Ditado de palavras que contenham as famílias estudadas L . P . T . V.
Exemplo de palavras: voto, tapete, palito, vovô, tulipa, pipa, tatu, pé, lua, vovó, lula,
lata, lava, paletó, violão, pião, tipo, tela, pão, ló, etc.
Você também pode optar por ditar palavras aleatórias, que contenham ou não esses
fonemas ou outras letras que ainda não tenham sido trabalhadas. No entanto, se for
esse o caso, forneça as letras não trabalhadas escrevendo-as na lousa e certifique-
se da aprendizagem das letras ensinadas.
3- Classifique as palavras da lista anterior de acordo com o número de sílabas.
Explique, com exemplos, na lousa, como se percebe o número de sílabas de uma
palavra, auditivamente.
Treine auditivamente várias palavras monossílabas, como pé, pá, só, dó, vô; várias
dissílabas, como ve-la, mo-la, ca-ma, so-fá; e várias trissílabas, como ca-mi-sa, di-ta-
54 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
do, me-sa-da, pi-po-ca. Evitar usar, por enquanto, palavras que contenham ditongos
ou sílabas complexas.
O trabalho com divisão silábica deve ser feito objetivando-se a compreensão da
estrutura das palavras, porém, deve ficar bem claro que as sílabas são compostas
por uma ou mais de uma letra/som e boca. Isso é imprescindível para que os alunos
entendam a hipótese alfabética de escrita, tendo condições de escrever sílabas
complexas com autonomia.
Não faça treinos exaustivos de divisão silábica, pois os alunos tendem a ouvir
sílabas no lugar de palavras, não atingindo a rota lexical e, consequentemente, não
compreendendo o que escrevem ou copiam quando acabam de fazê-lo.
É preciso que se ouça palavras, que se escreva palavras completas e esse treino deve
ser ensinado. Outra consequencia drástica deste treino de divisão silábica exaustivo
e irrefletido está na abundância de ocorrências de segmentações e aglutinações de
palavras na escrita.
Mais à frente, trabalharemos com exercícios que favorecerão a palavração e a
leitura.
4- Forme novas palavras com as sílabas do quadro.
O educador deve além de solicitar a escrita dessas palavras, checar sua compreensão,
na forma de desenho ou explicação oral.
Crianças decoram palavras que são feitas apenas pela junção de sílabas, sem
refletirem sobre a análise de suas letras.
Uma boa forma de se evitar isso seria o trabalho com logatomos (palavras inventadas),
onde existiria apenas a decodificação/codificação, mas o significado não.
5- Copie as frases dos desenhos.
Você deve explicar para as crianças que uma frase representa uma ideia completa,
com uma ação, composta por palavras com uma sequência lógica. Exemplifique com
várias frases diferentes entre si, com a mesma palavra. Mostre a diferença entre
palavra e frase.
Crie dramatizações para fazer a mímica do verbo da frase, que é a parte mais
importante, que determina uma oração. Evite o uso de verbos de ligação, como “O
papai é bonito, ou A pipa está na mão do menino”. Verbos de ligação são muito
abstratos para uma criança iniciante compreender o significado de uma ação.
Estimule a criança a copiar as frases como estão escritas, isto é, com letra de forma
maiúscula. Lembre-se que nessas frases aparecem letras que ainda não foram
trabalhadas, por isso as crianças poderão sentir-se inseguras ou desestimuladas.
Diga que aprenderão todas as letras, em breve.
6- Descubra quais são as palavras pedidas.
Esse é um exercício que envolve orientações espaciais de linha (horizontal), coluna
55
Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
(vertical) e sua interseção. O educador deve mostrar e treinar o controle visuoespacial
da linha e da coluna, sem usar de artifícios como seguir com os dedos, ou colocar
uma régua de apoio.
Esse domínio se dá pelo processamento visual que o cérebro faz das imagens
recebidas pelos olhos e deve ser treinado e dominado para que a leitura se proceda
de maneira segura e eficaz. Seu treino e desempenho deve ser feito com o domínio
dos movimentos sacádicos (pendulares dos olhos), realizados pelos músculos
oculares, onde a cabeça permanece parada.
Um exemplo desse treino é o jogo de “Batalha Naval”, onde estão envolvidas as
coordenadas do navio.
7- Silabação com os dedos, sem falar os nomes das letras. Siga as sílabas
conforme as palavras forem faladas.
Você deve dar vários exemplos na lousa, chamando uma criança por vez para
mostrar a sequência de sílabas das palavras faladas. Somente utilize palavras com
as 4 sílabas trabalhadas. As palavras podem estar escritas para serem sorteadas e
lidas por outra criança, que deverá corrigir, caso o colega cometa erros.
Apesar dessa atividade induzir a leitura silabada, que não é recomendável e, aos
poucos deve ser retirada, aqui nesse momento da aprendizagem deve ser treinada
para se aumentar a velocidade de decodificação. Sabe-se que a leitura silabada
dificulta a via da rota lexical de leitura, ou seja, acesso ao significado, mas, mais
adiante trabalharemos para que a leitura silabada seja eliminada e a rota lexical
estabelecida.
Exemplos de palavras: pato, tapete, tulipa, pula, pelo, voto, valeta, Talita, pipa, vela,
pulava, viva, loto, lapela, Lolita, palito, luva, leve, luta, paleta, lavava, tipo, piloto,
vovô, etc.
8- Descubra algumas palavras silabando com os dedos. Escreva-as depois
abaixo.
Faça como no exercício anterior, mas não diga qual é a palavra e sim mostre a
sequência de suas sílabas. Repita até que a criança acerte qual é a palavra.
LETRA M
1- O nome da letra é -eme- mas seu som (fonema) é /M/ (lábios fechados, som
nasal)
56 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
2- Treine sua pronúncia na frente de um espelho.
Você deve estimular cada criança a observar a sua boquinha em um espelho
(individual ou coletivo), comparando-a ao desenho e à foto.
3- Compare sua boquinha ao desenho e à foto da boquinha do -M- (articulema).
Use 3 dedos sobre os lábios, lembrando que o 3° dedo é para mostrar que os lábios
se fecham, associando às 3 “pernas” da letra /m/.
Note que a letra /M/ tem articulação bilabial, ou seja, os lábios se fecham ao ser
pronunciada. Isso é particularmente importante de ser ensinado e conscientizado,
pois dará a chave da correção de suas possíveis trocas pela letra /N/.
Assim, saliente que esse 3º dedo mostra exatamente o fechamento dos lábios,
enquanto que o dedo de cima seria o lábio superior e o dedo de baixo o lábio
inferior.
4- Treine a grafia (grafema) da letra -M- de forma maiúscula, inicialmente com os
dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra, mostrando as “3
pernas da letra”.
Exemplo: sobe e desce, sobe e desce.
5- Treine a grafia (grafema) da letra - - manuscrita minúscula, inicialmente
com os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra, mostrando as
“3 pernas da letra”.
57
Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
6- Treine a grafia (grafema) da letra - - manuscrita maiúscula, inicialmente com
os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra, mostrando as “3
pernas da letra”.
Explique às crianças que esta letra é somente usada no início de frases ou palavras
de nomes próprios. O restante das letras e minúsculo.
7- A letra -M- vai se ligar às vogais, formando a família MA-ME-MI-MO-MU
Associe a boquinha -M- a todas as vogais.
8- Escreva a família MA-ME-MI-MO-MU
9- Treine a escrita da família.
10- Escreva os nomes das figuras na cruzadinha.
Faça com que as crianças percebam que na cruzadinha devemos colocar UMA letra
por casa. Isso facilita a automatização do processo alfabético de escrita, enquanto
diminui o uso das sílabas de maneira decorada.
Provoque as crianças, cometendo erros na lousa, escrevendo uma sílaba por casa e
problematizando que a cruzadinha não dará certo.
58 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
11- Leia o texto e responda com “sim’ ou “não”.
Você deve explicar que um texto é uma sequência de frases, isto é, várias idéias
completas, que são divididas em pedaços maiores, os parágrafos. Para facilitar a
compreensão, dramatize a história, usando as crianças. Dando ênfase em cada parte
(ideia) da história.
O uso da palavra /miau/ no lugar de /gato/ deveu-se ao fato do grafema /G/ não ter
sido apresentado ainda. Observe ainda que de agora em diante, os textos serão
grafados com letra de imprensa e não mais com letra bastão (caixa alta). Auxilie, a
criança caso não consiga ler o texto sozinha, e também na interpretação
O miau toma leite e deita no tapete da vovó. (1ª ideia)
Ele mia muito, tem 4 patas pretas e o peito marrom. (2ª ideia)
A Paula o leva para passear, mas ele pula e vai embora. Paula tem medo
que ele não volte mais. (3ª ideia)
Mas lá vem o miau de novo, leve e mole. (4ª ideia)
12- Desenhe a sequência de ideias que o texto descreve.
Você deve estimular a criança a desenhar as ideias enumeradas no texto, sem inserir
elementos não pertinentes.
Caso você possua crianças que já estão produzindo frases escritas espontaneamente,
proponha que reescrevam a história desenhada.
Também poderá trabalhar, em outro momento, como esse final da história poderia
ser modificado, registrando-o em desenho e/ou em escrita.
13- Escreva 3 palavras começadas com as sílabas abaixo.
Sempre estimule que surjam várias palavras começadas com aquela sílaba, para
que a aprendizagem vá apresentando traços de autoria, em lugar de simplesmente
dar uma resposta e todos apenas copiam da lousa.
14- Encontre as palavras abaixo no caça-palavras.
15- Copie as palavras do caça-palavras e coloque O, se for uma palavra masculina
e A, se for uma palavra feminina.
Explique o significado de masculino e feminino. Use como exemplos o nome dos
alunos e outros objetos: a lua, o pato, a mamãe, o papai, a lata, o Paulo, a Laís, o
Olavo, a Paula, etc.
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Alfabetizacao com boquinhas_-_professor_-_edicao_2011

  • 1.
  • 2. Renata Savastano R. Jardini Patrícia Thimóteo S. Gomes Alfabetização com as Boquinhas Método fono-vísuo-articulatório Manual do Educador
  • 3. O produto “Carimbo das Boquinhas Pró-Fono” é um método vísuopictográfico (MVP) idealizado por Mirna R. Marchiori Tedesco e Soraya Abbes C. Margall, distribuído pela Pró-Fono Produtos Especializados para Fonoaudiologia desde 1993, contendo desenhos representativos dos órgãos fonoarticulatórios. Esse produto não tem nenhuma relação com o Método das Boquinhas desenvolvido neste livro.
  • 4. contato@metododasboquinhas.com.br www.metododasboquinhas.com.br Renata Savastano R. Jardini Patrícia Thimóteo S. Gomes Alfabetização com as Boquinhas Método fono-vísuo-articulatório Manual do Educador Boquinhas Aprendizagem e Assessoria Bauru 2011
  • 5. Boquinhas Aprendizagem e Assessoria Copyright © 2011 by Boquinhas Aprendizagem e Assessoria Ltda Rua Maurílio Luiz Vieira 5-62 17.060-560 - Bauru/SP Telefone: (14) 3206.2541 - (12) 8828.2877 e-mail: contato@metododasboquinhas.com.br home-page: http://www.metododasboquinhas.com.br Impresso no Brasil/Printed in Brazil, com depósito legal na Biblioteca Nacional conforme Decreto n 1.825, de 20 de dezembro de 1907. Todos os direitos reservados – É proibida a reprodução total ou parcial de qualquer parte desta edição, por qualquer meio, sem a expressa autorização da editora. A violação dos direitos de autor (Lei n 5.988/73) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal. Editor responsável: Renata Jardini Diagramação: Evandro Moisés de Cayres Muniz Capa: Eduardo Rodrigues da Silva Impressão e acabamento: Graphset Modelo das boquinhas Livro: Laís Maria Lucas de Souza Filme: Sílvia Lopes de Oliveira Ilustrações do miolo Tato e Tutu Revisão Renata Jardini; Alexandra Moteka e Andréia Lopes Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) J37 Jardini, Renata Savastano Ribeiro Alfabetização com as boquinhas : método fono-vísuo-articulatório : manual do educador / Patrícia Thimóteo de Souza Gomes. - - Bauru, SP: Boquinhas Aprendizagem e Assessoria, 2011. 167 p. Bibliografia: p. 163. 1. Transtornos da Comunicação 2. Transtornos da Aprendizagem 3. Alfabetização – Fonoaudiologia – Psicopedagogia I. Gomes, Patrícia Thimóteo de Souza II. Título. CDD 616.855
  • 6. Sumário Apresentação da edição do Manual do Educador........................................ 07 Apresentação para professores................................................................. 09 Sobre o Método das Boquinhas..................................................................12 Agradecimentos pessoais ......................................................................... 15 Dedicatória................................................................................................. 17 Informações preliminares .......................................................................... 19 Fotos das Boquinhas - articulemas............................................................ 21 Descrição dos Fonemas e seus Articulemas ........................................... 22 Vogais......................................................................................................... 23 Letra L........................................................................................................ 34 Letra P........................................................................................................ 39 Confronto entre L e P................................................................................. 43 Letra V........................................................................................................ 46 Letra T........................................................................................................ 50 Confronto entre L,P,V,T ............................................................................. 53 Letra M....................................................................................................... 55 Letra B........................................................................................................ 60 Confronto entre B e P................................................................................ 63 Letra N........................................................................................................ 65 Confronto entre M e N ............................................................................... 67 Letra F........................................................................................................ 70 Confronto entre F e V................................................................................. 74 Letra D........................................................................................................ 76 Confronto entre T e D................................................................................. 79 Letras C e QU, som de /K/......................................................................... 82 Letras QUA................................................................................................ 87 Confronto entre b e d................................................................................. 87 Letra R, som de garganta........................................................................... 91 Letras RR................................................................................................... 93 Letra G, som de /G/ ................................................................................... 95 Letras GUE e GUI...................................................................................... 97 Letras GUA................................................................................................ 99 Confronto entre /K/ e /G/.......................................................................... 100
  • 7. Letra r, som de ponta de língua .............................................................. 102 Confronto entre ARRA e ARA................................................................. 104 Letra J...................................................................................................... 107 Letras GE GI , ......................................................................................... 109 Letra S...................................................................................................... 112 Letras CE e CI.......................................................................................... 114 Letra Ç...................................................................................................... 115 Letras X e Ch............................................................................................ 117 Confronto entre J e CH............................................................................ 122 Letra Z...................................................................................................... 123 Letras ASA, som de /Z/............................................................................ 125 Confronto entre ASSA e ASA.................................................................. 127 Letras AR................................................................................................. 129 Confronto entre RA e AR......................................................................... 131 Letras AS................................................................................................. 132 Confronto entre AR e AS......................................................................... 133 Letras AN................................................................................................. 135 Letras AM................................................................................................. 136 Confronto entre AM e AN ........................................................................ 138 Confronto entre CE-CI e QUE-QUI.......................................................... 141 Confronto entre GE-GI e GUE-GUI.......................................................... 142 Letra H ..................................................................................................... 143 Letras CH ................................................................................................ 144 Letras LH.................................................................................................. 146 Letras NH................................................................................................. 148 Confronto entre CH, LH e NH ................................................................. 150 Letras PRA............................................................................................... 152 Letras PLA............................................................................................... 154 Confronto entre PRA e PLA..................................................................... 155 Confronto entre PAR e PRA..................................................................... 156 Confronto entre AM e ÃO........................................................................ 158 Letras AL.................................................................................................. 160 Letras AZ.................................................................................................. 161 Letras K, W, Y.......................................................................................... 162 Bibliografia ............................................................................................... 163 Sobre as autoras ..................................................................................... 167
  • 8. 7 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo Apresentação da edição do Manual do Educador É com satisfação que amadurecemos os livros Alfabetização pelo Método das Boquinhas, depois de agradecer, acolher e registrar os comentários e sugestões de seus usuários e as tão valiosas contribuições dos Multiplicadores do Método das Boquinhas. Agora nesse novo formato, separamos o Livro Atividades do Aluno, do Manual do Educador, que foi totalmente direcionado à explicação detalhada da metodologia, com mais exemplos de como utilizar cada exercício. O Método das Boquinhas tem se consagrado cada vez mais como um aliado do educador que alfabetiza e media as dificuldades da leitura e escrita de seus alunos. A forma clara, simples e coerente com que é apresentado tem encantado professores de todo Brasil e alcança hoje, âmbitos internacionais, pela facilidade de aplicação, aceitação e rápidos resultados que proporciona. A educação brasileira tem buscado alicerçar-se em conceitos necessários à sua prática alfabetizante, onde a Fonoaudiologia Articulatória lhe dá suporte e estímulo, formando uma aliança imprescindível para produzir a conversão fonema (som)/grafema (letra), viabilizada pelo articulema (boquinha), com mais eficácia, segurança e prazer. Dessa perspectiva vimos com grande alegria o crescimento do Fonoaudiólogo na Educação, que contribui, dá suporte e inova o planejamento e a prática educacional. E estimulados por essa demanda, crescem os materiais Boquinhas de apoio à rotina de sala de aula, trazendo ao ato de educar, mais confiabilidade, ludicidade e sobretudo, resultados na aprendizagem, fator inerente à continuidade do processo educacional. Essa nova edição consagra a metodologia Boquinhas como editora de seus próprios materiais, estando mais livre para a inovação e proatividade, características inerentes de sua autora. A separação entre os livros, agora no formato Manual do Educador e Livro de Atividades do Aluno, dá liberdade à exploração e conceituação do material, permitindo ao educador mais segurança e confiança em sua prática, bem como propiciando e estimulando maior reflexão e estudo nos conceitos aqui envolvidos. Também o clínico fonoaudiólogo, psicopedagogo e demais envolvidos com a educação tem nessa nova proposta, maior flexibilidade e consistência, podendo ainda desenvolver seus próprios exercícios e materiais, partindo das explicações aqui apresentadas. E ainda, inicialmente com ressalvas, mas atualmente com compreensão, vimos aumentar o interesse de pais e interessados diversos, não necessariamente envolvidos com as práticas pedagógicas, mas sedentos de aprender como se dá a aquisição da leitura e escrita e, porventura, poder auxiliar num desvio durante esse processo. Os motivos iniciais dessa busca estiveram, na sua grande maioria, atrelados à inquietação frente ao fracasso de seus familiares, amigos, ou ainda, seus próprios, mas atualmente, com alegria, recebemos dúvidas, questionamentos e sugestões de interessados e leigos, buscando apenas, maior aprendizagem de sua Língua Portuguesa. Assim, apresentamos essa nova edição com a convicção plena de estarmos no caminho de uma contribuição significativa à educação inclusiva, onde todos os seres possam desfrutar do aprendizado e aperfeiçoamento de sua leitura e escrita, e, porque não dizer, de si próprios, conscientes de sermos cidadãos.
  • 9. 8 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
  • 10. 9 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo Apresentação Escrever este livro da série do Método das Boquinhas foi para mim algo inesperado e totalmente irresistível. Quando desenvolvi o Método, tinha certeza de sua urgente necessidade, dada a carência, no mercado pedagógico atual, de obras que se reportassem exclusivamente à técnica de se ensinar a ler e escrever. Assim, o Método das Boquinhas, em seus primórdios, foi desenvolvido na intenção de reabilitar aquelas crianças que não davam conta de se alfabetizar por meio do conteúdo apresentado em suas salas de aula. Portanto, a motivação inicial que levou a criação do Método das Boquinhas ,foi a reabilitação, ou seja, recuperar uma aprendizagem que não estava se consolidando como os demais alunos da classe. As causas que levavam a esse descompasso, se distúrbios patológicos ou simples dificuldades, não importavam para a utilização do método, sendo suficiente a sintomatologia de que, apesar dos esforços, aquela criança não obtinha sucesso, ou persistia em inúmeros erros. Mas qual não foi nossa surpresa ao nos depararmos com professores interessados em aplicar o Método com todos os alunos, desde o princípio, ou seja, com a intenção de habilitá-los na aquisição da leitura e escrita, a despeito de errarem ou não, obtendo sucesso! Esses professores, sensíveis, davam sinais de sua aflição ao contribuírem para as estatísticas da taxa de analfabetismo funcional, que em 1993 era de 36,0% da população e em 2003 se mantinha em 24,8%, uma taxa ainda muito alta quando comparada aos inúmeros programas de recuperação adotados pelo governo. Esses professores começaram a utilizar os exercícios prontos, descritos no Caderno de Exercícios e obtinham sucesso, sentiam-se cada vez mais seguros com os resultados encorajadores que presenciavam. Passaram a ser divulgadores do Método das Boquinhas , que lhes conferia autonomia em seu processo de ensino-aprendizagem. Atualmente, os índices de IDEB (2009) apontaram para uma melhora significativa na aprendizagem dos anos iniciais do ensino fundamental, que pulou de 4,2 para 4,6, mas ainda contamos com uma cifra de 15% de analfabetismo funcional. Portanto, devemos nos alegrar com os ganhos obtidos, que são o resultado de pesquisas e práticas eficazes, mas, por outro lado, ainda há bastante terreno a ser combatido. Assim, a cada dia com maior intensidade, deparava-me com solicitações de novos exercícios, que atendessem à aquisição da leitura e escrita propriamente dita, e não somente sua reabilitação. Eram educadores que se encontravam despreparados para o seu ofício de alfabetizar, que pareciam ter “desaprendido” como ensinar a criança a conduzir-se no caminho inicial das letras, principalmente aquelas crianças mais resistentes à aprendizagem convencional. Sabiam contar histórias, inventar “musiquinhas”, contextualizar o material oferecido, enriquecê-lo com poemas, fábulas, parlendas, provérbios e, todo tipo de criatividade que a linguagem escrita de nossos iminentes autores nos oferece. Mas se esqueciam de um detalhe muito importante: a técnica, a ferramenta mais adequada para se decifrar o código escrito: ensinar a ler. A oferta de múltiplas alternativas de ensino-aprendizagem, a oportunidade de o aluno escolher o seu caminho, criar o seu aprendizado, acrescida à contínua perda da
  • 11. 10 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo autoridade como educador, conferiu ao professor uma grande insegurança, uma enorme confusão entre o que deveria usar, como e quando fazê-lo. Fez o aluno e professor acreditarem que, copiando, exaustivamente, seriam beneficiados com o decifrar mágico da leitura. Mas nem sempre isso funcionava... Confesso que fui “rendida” a produzir este material, totalmente pronto, finalizado, que o professor pode simplesmente “adotar”. Sempre acreditei que elaborar o seu próprio material é o que mais motiva o educador, que faz dos seres coautores, que lhes confere autonomia e crescimento. Mas observei, talvez infelizmente, que o educador não tem tempo, disposição, motivação, capacitação, ou outro motivo qualquer, que o faça dar continuidade, com suas próprias mãos, à coerência do caminho que iniciou, passando a mesclar metodologias. E juntos, aluno e professor, acumulam incertezas e insucessos. Sendo assim, resolvi juntar todo o material por nós desenvolvido nesses 13 anos de Método das Boquinhas, muitos outros de clínica e sugestões de educadores, e compor o Alfabetização com as Boquinhas . Este novo livro não tem a pretensão de reverter o quadro nacional de analfabetismo funcional, mas tem o sonho e a ousadia, de contribuir para que esse aprendizado seja menos penoso, mais natural e simples, como o foi um dia. A parceria com a autora e amiga Patrícia se estreitou e, juntas, pudemos desenvolver novos e aperfeiçoar velhos exercícios, sempre no crescente caminho que tem levado nossas crianças a serem prazerosas leitoras. E hoje com as contribuições dos Multiplicadores de Boquinhas, podemos rever e adequar novos exercícios e explicações, de tal modo que possam estar na prática diária daquele que almeja sucesso em sua trajetória alfabetizante. Aqui o professor vai encontrar os passos da alfabetização do início ao fim, podendo aplicá-la e sentir-se seguro e responsável pelo que faz. Este livro Manual do Educador foi desenvolvido para consulta e estudo de cada exercício que compõe o Livro de Atividades doAluno, que pode ser adotado pela escola ou para grupos de alunos. Todos os exercícios foram testados e comprovados como um guia prático, um roteiro, para que o aluno possa vir a alfabetizar-se com sucesso. Os livros Alfabetização com Boquinhas têm sido usados e adotados por inúmeros Municípios brasileiros, escolas públicas e particulares, bem como APAEs e escolas especiais de todos os estados, com alto grau de sucesso, tendo sido alvo de investigação e aprovado pelo MEC, como Tecnologia Educacional em 2009. Como já ressaltado e embasado teoricamente no Livro Fundamentação Teórica do Método das Boquinhas, acreditamos que o processo de alfabetizar-se está mais ligado à leitura do que a escrita, caracterizando-se mais como um processo mental do que manual. Encaramos a leitura como um “decifrar” o código, ou seja, decodificar regras, e com esse enfoque, o trabalho aqui apresentado, foi desenvolvido. A escrita, propriamente dita, é a “tradução” das idéias, em um código comum, ou seja, codificação em letras que transmitem uma mensagem, expressando o seu pensamento. Desta forma, Alfabetização com as Boquinhas procurou priorizar exercícios que promovam a leitura, deixando a critério do professor o treino da prática da escrita. Ele poderá fazer uso de cadernos de classe, ou de tarefas, onde a criança, efetivamente, treinará e consolidará suas aquisições. Fazemos um apelo ao professor, para que não restrinja esse processo, da escrita propriamente dita, às incessantes cópias, sejam da lousa, ou de textos, procurando oferecer material para a criança que a estimule a criar, a escrever espontaneamente, desenvolvendo o seu raciocínio e sentindo-se autora de seus
  • 12. 11 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo relatos. Dessa forma, certificar-se-á dos resultados do trabalho, promovendo crescimento aos seus alunos. Paralelamente, todo e qualquer material paradidático, com temas transversais que enriqueçam a aprendizagem, são aconselháveis e úteis na configuração do pensar. O mercado didático é muito rico na oferta desse tipo de material e certamente ali o professor vai encontrar subsídios para desenvolver todo o conteúdo da grade curricular exigida no decorrer do ensino fundamental. Portanto, este novo livro do Método das Boquinhas contém exercícios para a técnica da aprendizagem da leitura e escrita, sem preocupar-se em enriquecer o repertório literário de nossas crianças com poesias, fábulas, parlendas e obras consagradas de nossos escritores nacionais, tão necessárias ao processo da construção de novos leitores. Finalizando, gostaria de agradecer a receptividade que o Método das Boquinhas tem tido por todos os lugares onde temos a oportunidade de conhecer pessoas e fazer novos contatos, novas amizades. O educador está caminhando a passos largos em busca de resgatar o que lhe é de direito, ou seja, educar com resultados, recuperando sua estima e competência neste rico e indispensável ato. Desejo sucesso a todos, e muitas e muitas boquinhas, que sorriam, que articulem, que bradem por sentir-se cumpridoras de suas missões. Renata Este livro é resultado de uma busca incansável de novas formas de ensino que permitam uma alfabetização simples e eficiente, para que os conceitos já cristalizados na educação possam ser revistos e reavaliados pelos professores alfabetizadores, dando um novo rumo ao processo de alfabetização. Para isso, buscamos novas formas de ensino, já que as existentes muitas vezes não davam conta desta tarefa; criando novos exercícios, diante de cada dificuldade que recebíamos na clínica, como também na escola onde eu trabalhava. Essas atividades foram se avolumando, permitindo desse modo que pudéssemos fazer este livro com estratégias voltadas para a alfabetização, numa abordagem multissenssorial, diferenciada das que os professores estão habituados a utilizar em sala de aula, mas que se mostraram eficientes dentro do contexto escolar. Minha experiência como coordenadora pedagógica de uma escola de ensino fundamental e médio demonstrou que essa abordagem permite atingir aqueles alunos que no decorrer do ano letivo são gradativamente excluídos do processo de aprendizagem, devido ao seu fraco desempenho frente à alfabetização, o que muitas vezes leva à evasão escolar; e ainda, faz o professor, por vezes, sentir-se frustrado em não conseguir resgatar esses alunos. No meu trabalho, como educadora, percebo que a educação deve abrir seu leque de conhecimentos e criar parcerias com outras áreas do conhecimento, permitindo que a prática torne-se muito mais consciente e eficaz na solução dos problemas do processo de ensino-aprendizagem. Aalfabetização com as Boquinhas é um trabalho agradável para as crianças, já que elas passam a reconhecer em sua boca uma ferramenta pessoal de auxílio no processo de aquisição da leitura e escrita, o que o torna algo mais lúdico no universo infantil. Patrícia
  • 13. 12 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo Sobre o Método das Boquinhas O Método das Boquinhas, indicado inicialmente para alfabetizar e reabilitar os distúrbios da leitura e escrita foi idealizado em meados de 1985 e desenvolvido em parceria entre a Fonoaudiologia e a Pedagogia em 1995, partindo de pressupostos na aquisição de conhecimento e da linguagem, com crianças normais e outras com distúrbios de aprendizagem. As bases multissensoriais fonovisuoarticulatórias foram tomadas como ênfase para a criação e desenvolvimento desse trabalho, que permitisse melhor e mais rápido rendimento escolar, na medida em que a criança era submetida simultaneamente a vários inputs neurossensoriais, favorecendo, dessa forma, a que maiores áreas cerebrais recebessem estímulos. A partir daí, entendeu-se que sua aplicabilidade era muito eficaz e rápida para qualquer tipo de alunos, crianças, adolescentes e adultos, contribuindo sobremaneira nos processos de inclusão, em que se ensina para todos, de preferência, usando a mesma metodologia. Ainda, possibilitar ganhos na autoestima e autoconfiança do educador e do aprendiz, que se tornam coautores do processo de ensino/aprendizagem tem sido a maior bênção alcançada. Assim, em 2009, Boquinhas foi inserida como Tecnologia Educacional aprovada pelo MEC, utilizada em muitos estados e municípios brasileiros. O Método Fonovisuoarticulatório, carinhosamente apelidado de Método das Boquinhas, utiliza-se além das estratégias fônicas (fonema/som) e visuais (grafema/ letra), as articulatórias (articulema/Boquinhas). Seu desenvolvimento foi alicerçado na Fonoaudiologia, em parceria com a Pedagogia, que o sustenta, sendo indicado para alfabetizar quaisquer crianças e mediar/reabilitar os distúrbios da leitura e escrita. Parte das reflexões deste método foi proporcionada pelo contato com o “Programa de Mejoramiento de la Calidad y Equidad de la Educación” (MECE) – “Programa das 900 Escolas”, desenvolvido no Chile desde 1990, indicado pela UNESCO e estendido a outros países (Guttman, 1993). Sua fundamentação encontra-se também nos estudos de Dewey (1938), Vygotsky (1984, 1989), Ferreiro (1986), Watson (1994), entre outros, cujas ideias são resumidas numa percepção holística frente à alfabetização, tendo a visão da linguagem – em especial a fala -, como ponto focal da aprendizagem. É sabido que o ponto de partida do ser humano na aquisição de conhecimento reside na boca, inicialmente exercendo a função de respirar, seguida de se alimentar e paulatinamente na produção de sons – fonemas, que são transformados em fala, meio de comunicação inerente ao ser humano. Assim, partindo-se do pressuposto de que as habilidades de falar e escutar, no que concerne aos sons da língua, já estariam dominadas pelascrianças,pelomenosemtermosdepossibilidadesneurogenéticas,essashabilidades poderiam nortear o universo a ser descoberto, isto é, a leitura e escrita. Muitas pesquisas e metodologias para reeducação de surdos foram propostas com bases articulatórias e fônicas, como Fernald (1943); Fernald e Keller (1921) que descrevera um método de decodificação cinestésico, em que a chave da aprendizagem residia no movimento da boca, e usava o traçado das letras aliado aos sons, enfatizando a memória da sequência visual. Hegge, Kirk e Kirk (1936) apresentaram o fono-grafo- vocal; Pittman (1963) o ITA (Initial Teaching Alphabet), e Gilingham e Stillman (1973) o
  • 14. 13 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo VAK (visual-auditivo-cinestésico), em que há a associação do som ao nome das letras, usado em programas de educação especial para surdos. Mas em todos eles, a conotação pautava-se nas pistas cinestésicas, isto é, o movimento da boca. Essas metodologias tiveram a intenção de complementar a aquisição da leitura e escrita de indivíduos com algum tipo de perda sensorial, geralmente a auditiva, por isso, pistas visuocinestésicas. Também encontramos na literatura proposições de se pautar a alfabetização em pressupostos essencialmente fônicos, onde o aprendizado das letras/grafemas era associado aos sons/fonemas das mesmas. Essa metodologia é utilizada em muitos países e explicitada com muita propriedade no livro Alfabetização Infantil (Cardoso- Martins et al, 2005). Encontramos alguns exemplos do método fônico no Brasil, como Meirelles e Meirelles (Casinha Feliz e Tempo de Despertar, meados de 1960); Silva, Pinheiro e Cardoso (A Abelinha, 1973); Capovilla e Capovilla, (Alfabetização Fônica, 2002), e outros que aliam fonemas, mas dentro de concepções multissensoriais, como Montessori (1948); Nico e Gonçalves (Facilitando a Alfabetização, 2008); e abordagens fônicas contextualizadas, Oliveira (Alfa e Beto, 2003), além de outras obras. Mas, apesar de fortes contribuições e ganhos na alfabetização, tanto de crianças comousemnecessidades especiais,acreditamosqueapistafônicaaindaémuitoabstrata, exigindo alto grau de atenção e percepção auditiva, que, por vezes, não corresponde a totalidade dos aprendentes. Também encontramos relatos por parte dos educadores, de que sua aplicabilidade carece de realismo prático, quando dirigida a salas de aula numerosas, ruidosas e os exercícios podem não atingir o interesse do aluno, pois são muito abstratos e complexos. Acrescenta-se a isso, a falta de preparo da maioria dos educadores em utilizar de sua voz para dar aulas e, aqui, para produzir fonemas, o que pode acarretar equívocos fonológicos, sobrecarga e exageros na fonação, trazendo consequências negativas às cordas vocais, como disfonias e/ou alterações mais graves. Também é considerável a porcentagem de educadores que desconhecem os verdadeiros fonemas, distorcendo-os, produzindo equívocos e, consequentemente, trazendo mais malefícios do que benefícios, por uma ensinagem duvidosa, insegura e distante do treino e preparo teórico que deveriam acompanhar uma nova abordagem. Posto isso, e motivados por essas queixas, acrescentamos a este processo abstrato de produção de fonemas – o método fônico puro-, os pontos de articulação de cada letra ao ser pronunciada isoladamente (articulemas, ou boquinhas). Desta forma, focalizamos a aprendizagem em uma boca concreta que produz o som, que está inserido dentro de palavras significativas, que por sua vez, estarão imersas em frases e textos. Essa abordagem foi baseada nos princípios da Fonologia Articulatória – FAR, que preconiza a unidade fonético-fonológica, por excelência, o gesto articulatório (Browman e Goldstein, 1986, 1990; Albano, 2001) como a unidade mínima de fala. Assim, o Método das Boquinhas é multissensorial, oralista, fônico e articulatório. Mas passados anos de sua aplicabilidade e com as evidências apontadas pela visão longitudinal de nosso trabalho, compreendemos que o Método das Boquinhas, sendo multissensorial, se utiliza do termo sinestésico para se referir às sensações, que a consciência fonovisuoarticulatória promove, isto é, que provém dos sentidos. Difere do termo cinestésico, em que o movimento é a base da aprendizagem. Assim, adquirir essa consciência é muito mais profundo do que apenas observar o movimento que a boca faz ao articular os fonemas. É dar-se conta desse movimento, utilizando-o como ferramenta
  • 15. 14 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo de aprendizado da leitura e escrita, ou seja, viabilizar o conversor grafema-fonema por meio de sua boca, que é o único instrumento de que necessita para alfabetizar- se. A experiência desse aprendizado nos tem mostrado se tratar de algo além do que apenas uma ferramenta de apoio para decodificação/codificação da leitura e escrita e sim como um forte apoio da autoestima como leitor/escritor, coautor de sua aprendizagem e crescimento como ser humano. A proposição do Método das Boquinhas viabiliza e favorece a alfabetização a partir de um método oralista, que além de viabilizar a aquisição da leitura e escrita pela fala, fortalece a correta articulação, propiciando uma mediação pedagógica e preventiva das alterações fonológicas de fala e processamento auditivo, reforçado nas orientações de atuação da Fonoaudiologia na Educação (CRFa- 2ª região, 2010). A concepção de educação que se pauta nossa proposição se aproxima da posição teórica rotulada por distintos autores como “construtivismo” (Bednar et al., 1993), Coll et al. (1990; 1993), Ferreiro (1986), enquanto definem a aprendizagem como um processo ativo no qual o significado se desenvolve sobre a base da experiência - que aqui se apresenta como a consciência fonoarticulatória (Boquinhas), uma ferramenta segura e concreta para o aprendizado da leitura e escrita -, e o aluno construiria uma representação interna do conhecimento e estaria aberto à troca, uma vez que todos aprenderiam pela mesma ferramenta, ou seja, a boca. Com esta ferramenta atinge-se seguramente, e de maneira rápida e eficaz, a conversão fonema/grafema, viabilizando a compreensão e utilização do princípio alfabético da Língua Portuguesa. Mas é importante que se frise, que este é apenas o passo inicial, a compreensão do processo, que ele dará continuidade, construindo gradativamente o seu letramento. Na trajetória literária e científica do Método das Boquinhas, artigos, entrevistas, livros, jogos e materiais de apoio têm sido criados pela autora, na intenção de respaldar a metodologia e contribuir para sua prática sistemática, quer seja em sala de aula, como em consultórios. Os materiais são direcionados a qualquer tipo de aluno, de crianças a adultos e em breve com livros específicos para o público EJA. Inúmeros municípios de todo território nacional têm adotado a metodologia, obtendo ganhos significativos na aprendizagem e elevados índices de aproveitamento escolar. A cada ano, cerca de 5.000 educadores, profissionais clínicos e interessados têm sido capacitados pela Equipe Boquinhas a utilizar a metodologia, tanto de forma íntegra, como uma ferramenta inserida em sua rotina didática. Maiores informações no site www.metododasboquinhas.com.br
  • 16. 15 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo Agradecimentos pessoais Agradeço ao Deus de meu coração pela grande oportunidade de servir e desfrutar • dos resultados; Agradeço à AMORC pela sustentação e conforto durante as madrugadas; • Agradeço ao meu querido Ailson pelo incentivo e extrema paciência em ser presente, • silenciosamente; Agradeço aos filhões Gabriel e Rodrigo pela incansável torcida; • Agradeço o carinho e incentivo recebido pelos inúmeros professores, pais e pacientes, • que motivaram esta revisão e sua complementação; Agradeço à Laís, nossa Boquinha-modelo das fotos, que a todos encanta; • Agradeço à Silvinha, por ter sido tão generosa e paciente em nos “abrir” sua boquinha, • para fotos e filmes. Agradeço aos Multiplicadores de Boquinhas, que com sua entrega, confiaram • incondicionalmente em minhas ideias, contagiando-se e motivando-me para o crescimento gradual e ponderado; Agradeço a inestimável parceria de minha irmã Lydia, que com seus conhecimentos, • afeto e resignação, têm feito com que Boquinhas alcance estágios além de minhas possibilidades. Renata Agradeço a Deus pela sua bondade incondicional, pela coragem e discernimento para • enfrentar os obstáculos do caminho. Agradeço ao meu pai e minha mãe pelo apoio e compreensão. • Agradeço ao meu marido Moacir por todos os momentos compartilhados com carinho, • amor e pela sua compreensão infinita e incentivo ao meu trabalho. Patrícia
  • 17. 16 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
  • 18. 17 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo Dedicatória Dedico este livro à memória de minha mãe, Clotilde, que através de seu silencioso • pensar, me ensinou que os livros nos trazem conforto e sabedoria. Dedico este trabalho às crianças e professores que possibilitaram o seu desabrochar, • fazendo da parceria o trabalho maior. Renata Dedico este livro aos meus alunos, que me levaram a buscar formas inovadoras • e transformadoras de aprendizagem, a partir de seus questionamentos, dúvidas, dificuldades e descobertas. Patrícia
  • 19. 18 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo
  • 20. 19 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo Informações Preliminares Esse livro Manual do Educador deve ser estudado e familiarizado antes de ser utilizado • com as crianças. Deve ser associado, cada exercício, ao exemplar de Atividades do Aluno, pois oferece maior compreensão e aproveitamento. Para iniciar o trabalho com as vogais, o professor deve esclarecer o aluno que na • Língua Portuguesa, todas as sílabas (pedacinhos das palavras) têm, pelo menos, uma vogal. Portanto, são letras indispensáveis para falarmos e escrevermos as palavras. Optamos por não utilizar figuras de associação à letra trabalhada (ex.: a - de abelha; • e -de elefante; b - de bola; m - de macaco, etc.), na intenção de se evitar fixações de memorização, isto é associações fechadas. Em nossa prática, observamos que este recurso, amplamente utilizado, causa mais confusão e dificuldades para a criança, no lugar de auxiliá-la. Assim, as letras serão associadas, neste livro, à boquinha correspondente e, posteriormente ao seu uso real nas palavras. Para alunos com necessidades especiais, os professores têm adaptado as Boquinhas aos alfabetos usuais destas crianças. Assim, para os deficientes visuais apresentam-se Boquinhas com Braile e para os deficientes auditivos, Boquinhas com Libras. Serão trabalhadas as 5 vogais simultaneamente, isto é, juntas. Para crianças, com • grandes dificuldades escolares e cognitivas, é aconselhável apresentar-se inicialmente as vogais - A - I - O -. Depois de treinadas e fixadas, introduzir as vogais - E - U -. Porém a grande maioria das crianças é capaz de, com o auxílio das boquinhas, aprender as 5 vogais dadas ao mesmo tempo. Apresentaremos, inicialmente, todas as letras de forma, maiúsculas, que usualmente • são nomeadas de letras bastão, ou caixa alta, ou seja: A - E - I - O - U. Em seguida apresentaremos as letras manuscritas minúsculas, que usualmente são nomeadas de letras cursivas, ou seja: . As letras manuscritas maiúsculas, usadas para nomes próprios e início de frases, -serão apresentadas e treinadas somente depois da quarta consoante. Isto evita o excesso de memorização no início do aprendizado, que deve se restringir ao processo de leitura/escrita e não à sua forma. Como o Método das Boquinhas é multissensorial, isto é, que se utiliza de várias • “entradas”neuropsicológicasparaaaprendizagem,daremos,juntocomaapresentação das letras, sua orientação espacial, oralmente (ex.: letra A - sobe, desce, corta). Este é mais um recurso que pode ser utilizado no auxílio de muitas crianças, sem, no entanto, treinar exaustivamente a sua memorização. Com o passar da aprendizagem, este recurso torna-se dispensável. Todos os exercícios aqui apresentados foram testados por crianças sem e com • dificuldades de aprendizagem, conferindo-lhes sucesso em curto espaço de tempo. No
  • 21. 20 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo entanto, as crianças que necessitarem de mais exercícios, por manter erros e trocas de letras sistematicamente, mesmo tendo feito o livro todo, poderão ser treinadas com os exercícios do Caderno de Exercícios -livro 2 -do Método das Boquinhas. Este material foi desenvolvido especialmente para as dificuldades e os distúrbios da leitura e escrita, que se consolidarão, para algumas raras crianças, ao final do processo de alfabetização. Este material é para ser utilizado como recurso de alfabetização e ensino da Língua • Portuguesa em anos iniciais. Para tanto, deve ser trabalhado em um tempo parcial da carga horária diária. Sugerimos não ultrapassar 60 minutos diários de Boquinhas, para evitar o desgaste do aluno e do professor. Procuramos inserir confronto entre as letras, ou seja, apresentar em oposição, letras • passíveis de serem confundidas. Acreditamos que o seu treino em confrontação traz maior segurança e consistência na aprendizagem. Tratam-se de apenas alguns exercícios, que devem ser oferecidos a todas as crianças, uma vez que todo início de aprendizagem leva a dúvidas e erros normais para o processo inicial. Porém, se as dificuldades não forem sanadas com o passar dos meses, ou intensificarem-se, é aconselhável que esta criança seja observada pelo coordenador pedagógico e, posteriormente, encaminhada para uma avaliação específica. Este livro não possui o treino gráfico de cada letra, por não ser este o objetivo desta • obra. Recomenda-se, no entanto, que o professor faça treinos de coordenação motora e escrita das letras, em um caderno à parte, para fixação e memorização do traçado espacial de cada grafema. O professor deve treinar a pronúncia e o som de cada letra, ou seja, o articulema e o • fonema de cada grafema. Os filmes do DVD anexo podem ser muito úteis para este treino. Deve dizer às crianças que as letras têm nomes e sons, como os animais e que aprenderemos o som das letras, que é como as utilizamos para falar e escrever. Deve desestimular na sala de aula e no lar o uso frequente da verbalização do nome das letras (ex.: cê, jota, éfe, etc.) para evitar- se uma escrita soletrada que dificultará o processo de aquisição alfabética.
  • 22. 21 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo Fotos das Boquinhas
  • 23. 22 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo Descrição dos Fonemas e seus Articulemas FONEMA (som) ARTICULEMA (Boquinha) GRAFEMA (LETRA) /a/ Boca bem aberta, mostrando-se os dentes. Sonoro. A /e/ Boca entreaberta. Sonoro. E /i/ Dentes à mostra, lábios esticados. Sonoro. I /o/ Boca entreaberta, lábios arredondados. Sonoro. O /u/ Boca semifechada, lábios em bico. Sonoro. U /b/ Lábios fechados, som explosivo - vibração, sonoro. B /k/ Boca entreaberta, som brusco na garganta - sem vibração, surdo. CA, CO, CU, QUE, QUI, QUA /d/ Boca semifechada, a língua toca os dentes superiores – vibração, sonoro. D /f/ Dentes superiores tocam o lábio inferior, soltando o ar - sem vibração, surdo. F /g/ Boca entreaberta, som brusco na garganta - com vibração, sonoro. GA, GO, GU, GUE, GUI, GUA /j/ Lábios em bico, língua elevada - com vibração, sonoro. JA, JE, JI, JO, JU, GE, GI /l/ Boca aberta, a língua toca atrás dos dentes superiores, sonoro. L /m/ Boca fechada, som nasal, sonoro. M /n/ Boca aberta, língua atrás dos dentes superiores, som nasal, sonoro. N /p/ Boca fechada, som explosivo - sem vibração, surdo. P /rr/ Boca entreaberta, garganta raspada, sonoro. R, ARRA /r/ Boca entreaberta, língua toca no céu da boca. AR, ARA /s/ Dentes à mostra, lábios esticados, sopro contínuo, língua toca os dentes inferiores - sem vibração, surdo. SA, SE, SI, SO, SU, ÇA, ÇO, ÇU, SS, CE, CI /t/ Boca semifechada, língua toca atrás dos dentes superiores - sem vibração, surdo. T /v/ Dentes superiores tocam o lábio inferior, soltando o ar - com vibração, sonoro. V /x/ Lábios em bico, língua elevada - sem vibração, surdo. X, CH /z/ Dentes à mostra, lábios esticados, sopro contínuo, língua toca os dentes inferiores - com vibração, sonoro. Z, ASA
  • 24. 23 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo VOGAIS Ainda alguns educadores têm optado por desenhar a boquinha, em lugar de usar as fotos. Mas é bastante aconselhável que a articulação seja baseada em uma “boca de verdade”, para que a associação fonema/grafema, seja efetivamente apoiada no articulema que a produz. Como sugestão, você poderia tirar fotos da boca de cada aluno, pronunciando cada letra, para que se configure o seu álbum de boquinhas. Você pode ter crianças com alterações ou omissões de fonemas/pronúncia, que em nada impedirão o uso da metodologia, ao contrário, a reforçarão como estímulo de uma fala melhor articulada. VOGAL A 1- O nome da letra é - A - e seu som (fonema) também é /A/ (boca bem aberta). 2- Treine sua pronúncia na frente de um espelho. Você deve estimular cada criança a observar a sua boquinha em um espelho (individual ou coletivo), comparando-a ao desenho e à foto. Estimule também cada criança a usar o espelhinho de boquinha, que acompanha o Livro de Atividades do Aluno, pois sendo lúdico, pode contribuir para sua fixação.
  • 25. 24 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo 3- Observe a boquinha do - A - (articulema) no desenho e na foto e desenhe-a no quadro. Você pode estimular o desenho da boquinha, ou, se for o caso, colar a foto da boca da criança. Aqui, evite o registro da letra, que ainda não foi introduzida, mesmo que a criança já a conheça. 4- Treine a grafia (grafema) da letra -A- de forma maiúscula, inicialmente com os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra. Explique a sequência: sobe, desce e corta. 5- Treine a grafia (grafema) da letra - - manuscrita minúscula, inicialmente com os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra. Explique a sequência: desce, fecha a bolinha, e desce novamente. Trabalhe para que fixação do traçado se dê por memória espacial do movimento (engrama), exercitando-a também com os olhos fechados. Isso faz com que a letra se internalize mais facilmente. VOGAL E 6- O nome da letra é - E - e seu som (fonema) também é /E/ (boca entreaberta, porém menos do que o /a/).
  • 26. 25 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo Aqui poderemos, como no caso da vogal /O/, ter diferentes pronúncias devido a regionalismos, como /É/ e /E/. Não importa, pois ambos pertencem ao mesmo grafema. Evite fazer associações com palavras acentuadas, o que induziria com que a criança gravasse que toda vez que ouvir /é/, o acento seja necessário, escrevendo equivocadamente /bonéca/, com acento. 7- Treine sua pronúncia na frente de um espelho. Estimule cada criança a observar a sua boquinha em um espelho (individual ou coletivo), comparando-a ao desenho e à foto. 8- Observe a boquinha do - E - (articulema) no desenho e na foto e desenhe-a no quadro. 9- Treine a grafia (grafema) da letra - E - de forma maiúscula, inicialmente com os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra. Explique o movimento: desce, vai, vai e vai. Explique que este “vai” está relacionado ao sentido da escrita, que no português, é feito da esquerda para a direita. Isso evitará e corrigirá os desvios e equívocos com espelhamento de letras e números, do tipo: 3 e E. Pois no caso do número três, o risco “volta”. 10- Treine a grafia (grafema) da letra - - manuscrita minúscula, inicialmente com os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra. Exemplo: sobe, faz uma voltinha, volta, desce e vai.
  • 27. 26 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo VOGAL i A vogal - I - de fôrma maiúscula é usualmente escrita sem “pingo”. No entanto, em nossa prática, observamos que apenas um “risquinho”, tem muito pouco significado para as crianças em fase de alfabetização, dificultando sua memorização. Então optamos por apresentá-lo grafado com “pingo”, para facilitar a aprendizagem. Entendemos que esse recurso é “uma distorção” do grafema, mas que não prejudica o processo, muito ao contrário, o beneficia. Muito brevemente ele não será mais necessário e a criança por si só deixa de utilizá-lo. 11- O nome da letra é - I - e seu som (fonema) também é /I/ (dentes fechados, lábios em sorriso). 12- Treine sua pronúncia na frente de um espelho. Você deve estimular cada criança a observar a sua boquinha em um espelho (individual ou coletivo), comparando-a ao desenho e à foto. 13- Observe a boquinha do - I - (articulema) no desenho e na foto e desenhe-a no quadro. 14- Treine a grafia (grafema) da letra - I - de forma maiúscula, inicialmente com os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra. Explique o movimento assim: desce um risquinho.
  • 28. 27 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo 15- Treine a grafia (grafema) da letra - - manuscrita minúscula, inicialmente com os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra. VOGAL O 16- O nome da letra é - O - e seu som (fonema) também é /O/ (boca com lábios arredondados). Aqui poderemos, como no caso da vogal /E/, ter diferentes pronúncias devido a regionalismos, como /Ó/ e /O/. Não importa, pois ambos pertencem ao mesmo grafema. Evite fazer associações com palavras acentuadas, o que induziria com que a criança gravasse que toda vez que ouvir /ó/, o acento seja necessário, escrevendo equivocadamente /bolóta/, com acento. 17- Treine sua pronúncia na frente de um espelho. Você deve estimular cada criança a observar a sua boquinha em um espelho (individual ou coletivo), comparando-a ao desenho e à foto. 18- Observe a boquinha do -O- (articulema) no desenho e na foto e desenhe-a no quadro. 19-Treine a grafia (grafema) da letra - O - de forma maiúscula, inicialmente com os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra. Explique os movimentos: desce, sobe, fecha a bolinha
  • 29. 28 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo 20- Treine a grafia (grafema) da letra - - manuscrita minúscula, inicialmente com os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra. Mostre os movimentos: sobe, desce, volta, sobe, faz uma laçada para cima. VOGAL U 21- O nome da letra é - U - e seu som (fonema) também é /U/ (boca bem fechadinha, com lábios arredondados, fazendo um “biquinho”). 22- Treine a pronúncia na frente de um espelho. Você deve estimular cada criança a observar a sua boquinha em um espelho (individual ou coletivo), comparando-a ao desenho e à foto. 23- Observe a boquinha do - U - (articulema) no desenho e na foto e desenhe-a no quadro. 24- Treine a grafia (grafema) da letra - U - de forma maiúscula, inicialmente com os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra. Exemplo: desce, sobe, sem fechar.
  • 30. 29 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo 25- Treine a grafia (grafema) da letra - - manuscrita minúscula, inicialmente com os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra. Ex: sobe, desce, sobe, desce Treine várias vezes a escrita das vogais -A-E-I-O-U- tanto de forma como manuscrita, no caderno e na lousa. Esse trabalho de fixação do grafema deve durar até que todos tenham dominado a coordenação e orientação espacial das vogais. Estimule as crianças a treinarem de olhos fechados, escrevendo no ar, com argila, pintura a dedo, massinha, barbante, areia, passando o dedo na lixa, etc., para que a fixação seja obtida. 26- Pinte um quadradinho abaixo da vogal que ouvir. Exemplo: A, O, O, I, A, E, U, E, A, etc., sendo faladas uma de cada vez. Você pode optar por exercícios mais dinâmicos, como pular sobre as vogais/bocas, colá-las na parede para bater as mãos, ou jogar bolinhas em baldes com letras e bocas. Ou ainda, escrevê-las em um papel.
  • 31. 30 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo 27- Pinte os quadradinhos abaixo das vogais que ouvir. Exemplo: A-I, I-U, O-E, U-A, O-U-I, A-E-O, U-U-E, etc., sendo faladas de duas em duas. Você já pode inserir palavras formadas por duas vogais, como /eu, oi, ai/, e estimular sua compreensão por meio de dramatizações e/ou desenhos. 28- Pinte um quadradinho embaixo da vogal inicial da palavra que ouvir. O educador pode pedir que as crianças falem palavras que iniciem com as vogais, anotá-las e depois utilizá-las no exercício. Exemplos de palavras: elefante, ovo, igreja, irmã, amor, amora, abacate, urubu, último, oração, ema, elevador, acerola, abacate, índio, estudo, incêndio, unha, avião, ave, ímã, indústria, animal, inteligente, esforço, escorregador, apontador, etc. 29- As vogais em letra de imprensa são exclusivamente para leitura. Você não deve treinar a escrita desse tipo de letra, pois além de ser muito complexo, nunca será usado manuscritamente. Aqui o treino deve ser feito objetivando-se a associação entre os 3 tipos de letras. O uso da letra manuscrita maiúscula será apresentado posteriormente a partir da quarta consoante. 30- Associe os três tipos de letras, ligando as vogais que são iguais. 31- Desenhe dois objetos iniciados com cada vogal. Você deve dar exemplos na lousa, estimular as crianças a criar outros, registrando-os todos, na forma de desenhos, na lousa. Evite que todas as crianças escolham o mesmo desenho para registrar em seu caderno, a fim de evitar uma única associação. Você também pode trabalhar com nomes de pessoas, ou das crianças da sala. Note que o solicitado é que se DESENHE objetos e não escreva-os. Isso tem a intenção de se reforçar o componente de consciência fonológica envolvido na alfabetização, em lugar de se grafar e memorizar a escrita das palavras. O professor pode, caso ache necessário, exemplificar na lousa, escrevendo alguns desses nomes.
  • 32. 31 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo Exemplos: A = avião, abelha, amarelo, alface, avental, apito, amor, acerola, amora, abacate, etc. E = elefante, ema, elevador, escada, espingarda, ervilha, escola, estrela, esmeralda, etc. I = índio, igreja, irmão, irmã, igual, ímã, inglês, iglu, etc. O = ovo, ônibus, óculos, ovelha, orelha, ouvido, ouriço, etc. U = unha, uva, uniforme, urso, último, urubu, urucum, um, etc. 32- Observe duas vogais juntas e associe-as às boquinhas. Fale o que leu. Exemplo: eu, oi, ai, ei, au. 33- Ligue as vogais iniciais às figuras. Ulitize o componente de aprendizagem pelo erro, dando exemplos errados, como: Se eu ligasse a figura da /uva/ à letra /a/, qual palavra teríamos? A resposta é /ava/ e estaria errada. 34- Associe a boquinha das vogais à fala. Complete figuras com as vogais, observando-as durante a fala das palavras. Esse é um exercício de consciência fonológica e fonêmica associada à consciência articulatória. É muito importante que a criança o domine, portanto, deve ser treinado com muitos exemplos, tanto concretos, como os objetos da sala, nomes dos alunos, etc., além das figuras aqui apresentadas. Ele marca a compreensão do processo fonológico atrelado à conversão fonema/ grafema e é tido como preditor do sucesso na alfabetização. Por isso deve ser muito exercitado, com variações. Aqui a criança está na etapa de aquisição da hipótese silábica de escrita, com valor sonoro (para vogais), ou seja, reconhece auditivamente uma letra para cada sílaba. Você pode solicitar à criança que escreva as vogais das palavras somente, sem ter as consoantes. Isso não vai fazê-la “memorizar o erro”, como alguns julgam. Gradativamente, ela aprenderá as demais letras. Aqui temos envolvidas as consciência fonológica (qual letra) e a consciência fonêmica (qual o lugar da letra), que serão a base da alfabetização segura. Estimule a aprendizagem pela problematização e análise do erro. Por exemplo: escreva na lousa errado de propósito /RITO/ e com o auxílio das boquinhas, leia junto das crianças: /RITO/. Problematize se estaria certo e o que deveria ser corrigido (RATO). Nunca dê a resposta correta simplesmente sem trabalhar o erro. Você perderia uma grande oportunidade de aprendizagem. Também nunca apenas corrija os cadernos, pela colocação da letra certa sobre a errada. Isso só enfatiza que o educador sabe e a criança não, abaixando sua autoestima.
  • 33. 32 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo 35- Risque na cartela de bingo as vogais que estão presentes nas palavras faladas. Quem primeiro completar uma linha ou uma coluna grite: BINGO! Você deve dar vários exemplos do exercício, orais e na lousa, certificando-se de que a instrução foi compreendida. Exemplifique na lousa o que é uma linha e uma coluna. Exemplos de palavras: alfinete (A-I-E-E), bola (O-A), cabeça (A-E-A), mole (O-E), perigo, elevador, dicionário, caneta, pipa, mamadeira, telefone, sabonete, coração, livro, etc. Esse exercício deve ter muitas variações, para que a criança o faça de maneira automática e rápida, apenas pelo canal auditivo, auxiliado pela pista articulatória. Se julgar necessário confirmar as vogais, com a escrita na lousa, apenas o faça DEPOIS da criança ter dado a sua resposta. 36- Ligue as palavras que começam com a mesma vogal, escrevendo a vogal na frente de cada palavra. Nunca se esqueça de usar sua boquinha para certificar- se da letra. 37- As vogais podem ser nasais: Ã - ÃO - ÃE - ÕES, grafadas com o “til”. Copie embaixo dos desenhos ÃO ou Ã. É importante que se frise que a nasal grafada pelo uso do diacrítico “til” somente pode estar nas vogais /A/ e /O/ e que agora será enfatizada apenas na letra /A/, pela ocorrência de palavras mais abundantes para esta faixa etária. Evite ensinar apenas pela memorização de palavras a ocorrência /ÃO/, que não permite com que a criança compreenda o processo de nasalização. Enquanto pronuncia a vogal tampe suavemente o nariz, para que a criança compreenda o que é um som nasal. Você deve reproduzir os desenhos na lousa, escrevendo embaixo: ÃO ou Ã. Exemplos de ÃO: pão, macarrão, sabão, mão, avião, caminhão, coração, etc. Exemplos de Ã: maçã, anã, irmã, lã, rã, etc. Em alguns plurais de - ÃO - teremos a vogal nasal - Õ - seguido de es (caminhões, aviões, etc.). Porém, nesse início de alfabetização, não é recomendado trabalhar com essas ocorrências. 38- Escreva embaixo de cada figura /Ã/ ou /ÃO/, conforme o caso.
  • 34. 33 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo 39- Ligue as figuras à sequência de vogais correspondente. Nunca se esqueça de usar sua boquinha para certificar-se da letra. Você deve dar vários exemplos desse exercício na lousa, antes de apresentá-lo às crianças. SEMPRE deve treiná-lo oralmente, antes de realizá-lo no caderno. Como nos exemplos: fruta com as vogais /A-Ã/; /O-Ã-O/; e outras categorias. 40- Descubra a sequência de vogais das palavras ditas pelo professor e desenhe- as abaixo. Nunca se esqueça de usar sua boquinha para certificar-se da letra. Você deve realizar o exercício na lousa, juntamente com as crianças para acompanhamento dos acertos sem, no entanto, dar as respostas antecipadamente. Palavras a serem faladas: pipa, macarrão, unha, goiabada, coração, copo, pipoca, bala. Você pode estimular desenhos diversificados, que contenham a mesma sequência. Você pode pedir outras palavras que tenham essa sequência de vogais e estimular que os desenhos sejam diferentes. Isso levará ao conflito de que SOMENTE as vogais não bastam para lermos as palavras e abre precedentes para a hipótese seguinte de escrita: silábico-alfabética. 41- Ligue as figuras que têm a mesma sequência de vogais. Você deve exemplificar na lousa, escrevendo as vogais na frente da palavra e estimulando a criança a fazer o mesmo em seu caderno. Mas também deve tentar com que a realização seja feita SEM a escrita das letras, ou seja, somente pela pista fonêmica. Isto requer um grau de complexidade maior e exige além da abstração do processo, atenção e memória auditivas. AVALIAÇÃO DO CAPÍTULO Você deve explicar às crianças que esse espaço será utilizado para sua avaliação, isto é, como elas realizaram as atividades do capítulo. Esse material é de suma importância para você e também para o aluno, pois pode contribuir para possíveis revisões e adequações do conteúdo. Não deve ser negligenciado e sim conscientizado de sua importância. O espaço livre deve ser aproveitado para criações pessoais, reservando um tempo livre para o seu preenchimento, que pode ser na sala de aula, ou no lar.
  • 35. 34 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo LETRA L 1- O nome da letra é -éle- mas seu som (fonema) é /L/ (mostre a língua para cima, sem pronunciar a vogal). Evite o treino dos nomes das letras e dê preferência aos sons e articulemas. 2- Treine sua pronúncia na frente de um espelho. Você deve estimular cada criança a observar a sua boquinha em um espelho (individual ou coletivo), comparando-a ao desenho e à foto. Estimule-a a utilizar a boquinha espelhada que acompanha o livro do Aluno. 3- Compare sua boquinha ao desenho e à foto da boquinha do -L- (articulema) e, depois desenhe-a no quadro. Estimule o desenho com os detalhes da boquinha. A grafia da letra deverá ser dada posteriormente, mesmo que a criança conheça-a. 4- Treine a grafia (grafema) da letra -L- de forma maiúscula, inicialmente com os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra. Mostre para os alunos: desce e vira para direita. Isso é “vai”, pois acompanha o sentido da escrita. Mostre que se fizesse no outro sentido, seria “volta”, o que estaria errado. Isso é importante para fixação do grafema, evitando-se e corrigindo-se espelhamentos.
  • 36. 35 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo 5- Treine a grafia (grafema) da letra - l - manuscrita minúscula, inicialmente com os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra. 6- A letra -L- vai se ligar às vogais, formando a família LA-LE-LI-LO-LU Associe a boquinha -L- a todas as vogais. Com isso, induz-se a hipótese de escrita silábico-alfabética, pela compreensão e comprovação concreta de que a sílaba é formada por mais de um som, mais de uma boquinha, e, consequentemente, mais de uma letra. Esta é uma maneira simples e eficaz de se compreender que nossa língua é alfabética e que CADA som corresponde a uma letra, que é pronunciada por uma boca. Portanto, evite associações fechadas de /LA/ de /laranja/, ou ainda /L+A=LA/. Apenas diga e mostre que a boca faz L____A, quando vai falar algumas palavras, e que se formos escrevê-las, basta codificar o que nossa boca está pronunciando. Você deve explicar que sílabas são pedacinhos de palavras e que não têm significado isoladamente. Elas têm sentido quando fazem parte de uma palavra inteira. Exceção às palavras monossílabas, como pé, dá, etc. Porém esse conceito não deve ser trabalhado agora. Exemplo: LA, que está no começo das palavras laranja, Laura, lata, etc.
  • 37. 36 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo 7- Escreva e fale a família LA-LE-LI-LO-LU 8- Treine a escrita da família. 9- Pinte um quadradinho abaixo da sílaba que ouvir. Olhe bem para sua boquinha antes de pintar. Exemplo: LA, LO, LO, LI, LA, LE, LU, LE, LA, etc. 10- Pinte um quadradinho abaixo das sílabas que ouvir. Exemplo: LA-LI, LO-LO, LO-LA, LI-LU, LA-LE, LE-LO-LA, LU-LA-LI, LE-LE-LU, LA- LO-LA, etc. 11- Pinte um quadradinho abaixo da sílaba inicial da palavra que ouvir. Olhe bem para sua boquinha antes de pintar. Exemplos de palavras: luta (LU), lápis (LA), lágrima (LA), leque, loto, lata, latão, Lúcia, Luana, Luís, limão, lava, lama, lábio, leme, lobo, levado, letra, legal, lado, livro, livre, lupa, lebre, leme, lagartixa, lapiseira, etc. Você pode procurar objetos da sala ou da escola que porventura possuam o som da letra /L/, certificando-se de que sua boca faz o movimento de subir a língua ao pronunciá-lo. 12- Complete a tabela de acordo com a sílaba da família - L - das figuras que pode estar no início, meio ou final da palavra. Coloque ênfase na pronúncia da sílaba em estudo e exemplifique na lousa para ampla compreensão do exercício. Peça também para preencher o quadro fora de sequência, para que seja treinada a posição espacial do desenho, correspondente à sílaba na tabela.
  • 38. 37 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo 13- Pinte o quadradinho denominado começo, meio ou fim, caso a sílaba da família - L - esteja no começo, meio ou fim da palavra ouvida. Mostre na lousa a associação entre começo, meio ou fim da sílaba na palavra, dando vários exemplos. Não use palavras polissílabas e nem palavras com sílabas complexas da família -L-, como alface, bolsa, etc. Esse conceito será trabalhado no final desse livro. Caso surjam palavras que contenham essa ocorrência, escreva-as corretamente e diga que estudaremos esse caso em lições mais avançadas. Exemplos de palavras: lápis (começo), lobo (começo), melado (meio), bolo (fim), mole, cabelo, ele, pelado, pelo, bolo, pele, limão, calada, palito, malinha, mela, tela, sala, salada, peludo, camelo, cavalo, relógio, aluno, maluco, etc. Esse é o conceito da consciência fonêmica, ou seja, a compreensão “do lugar” do fonema “dentro” da palavra. Portanto, o “tempo” ouvido se transforma em “espaço” grafado. Se sua criança tiver muita dificuldade, recomendamos a associação com uma “formiga”, que possui /cabeça - início/, /barriga - meio/ e /bumbum - final/, como trabalhado em Boquinhas na Educação Infantil. 14- Pinte um quadradinho do certo ( ) se a palavra ouvida tiver a sílaba da família - L - ou um quadradinho do errado ( X ) se não tiver certo. Ou seja, presença/ausência do som da letra na palavra. Isto é a pura compreensão da consciência fonológica, que viabilizada pela boquinha, torna-se bastante simples. Exemplos de palavras: leite (certo), caneta (errado), luta (certo), limão, casaco, bicicleta, boneca, lata, pelo, caderno, cadeira, lápis, legal, letra, telefone, palito, jornal, parede, colorido, pirulito, sofá, madeira, criança, livro, dela, relógio, etc. 15- Ligue a figura à sílaba de seu início. 16- Escreva embaixo da figura a sílaba de início da palavra. Embora tenhamos exemplos de figuras com sílabas complexas, como /lanche/, /lâmpada/, o trabalho aqui restringe-se à compreensão apenas da sílaba formada pela letra /L/ e sua vogal. Mas o educador pode grafar na lousa a sílaba correta e solicitar que a criança apenas copie, caso sinta que essa seja a melhor opção. 17- Escreva embaixo da figura a sílaba -LA-LE-LI-LO-LU- e as vogais da palavra. Embora nesse exercício ocorram sílabas complexas da família -L-, como /LÍNGUA/ e /LÂMPADA/, esse conceito não deve ser abordado agora.
  • 39. 38 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo 18- Escreva a sílaba da família -L- abaixo das figuras que a possuam e depois conte e marque quantas palavras com cada sílaba você encontrou. 19- Pinte, no texto, todas as sílabas LA de amarelo, LE de azul, LI de verde, LO de vermelho e LU de rosa. Depois conte quantas sílabas de cada cor você encontrou. Explique que um texto é composto de muitas palavras, que transmitem ideias em sequência. Diga que, por enquanto, o texto será lido por você e que, aos poucos, as crianças conseguirão fazê-lo sozinhas. Você deve colocar o texto na lousa e ir lendo junto com as crianças, mostrando cada palavra que pronuncia. Ao final, discuta as idéias do texto. LÚCIA FOI VIAJAR PARA SÃO PAULO E LEVOU UMA MALA AMARELA. SUA IRMÃ MAIS VELHA FOI COM UMA MALETA LARANJA E LILÁS E AS DUAS ESTAVAM FELIZES OLHANDO PELA JANELA DO CARRO. LÁ FORA A LUA E AS ESTRELAS LUZIAM NO CÉU DE SÃO PAULO. FOI UMA VIAGEM MUITO LEGAL. 20- Faça um desenho da história que você ouviu. Aqui é importante que se mostre que um texto possui ideias já escritas e que fazer uma interpretação do mesmo, seja na forma de desenho, texto ou oral, é reproduzir as ideias já escritas, sem inventar ou criar nada. Essa é melhor maneira de ensinar às crianças como se adequar à proposta solicitada, sem perder-se nas ideias. Com isso não estamos deixando de estimular e/ou atender à criatividade das crianças, que deverá ser trabalhada nas produções livres, não agora. Não aceite elementos discordantes do texto, ensinando as crianças a entender o enunciado.
  • 40. 39 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo LETRA P 1- O nome da letra é - pê -, mas seu som (fonema) é /P/ (lábios fechados, som explosivo, surdo, sem pronunciar a vogal e sem vibração nas cordas vocais). 2- Treine sua pronúncia na frente de um espelho. Estimule cada criança a observar a sua boquinha em um espelho (individual ou coletivo), comparando-a ao desenho e à foto. 3- Compare sua boquinha ao desenho e à foto da boquinha do - P – (articulema) e, depois desenhe-a no quadro. 4- Treine a grafia (grafema) da letra - P - de forma maiúscula, inicialmente com os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra. 5- Treine a grafia (grafema) da letra - - manuscrita minúscula, inicialmente com os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra. As letras têm a sua orientação de traçado correto, que se não treinadas e “cobradas” de maneira correta, desde o início de seu aprendizado, poderão ser memorizadas e criados engramas do erro, causando prejuízos futuros, como uma disgrafia ou transtornos no processamento da coordenação, dificultando a leitura e compreensão.
  • 41. 40 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo 6- A letra -P- vai se ligar às vogais, formando a família PA- PE- PI- PO- PU Associe a boquinha -P- a todas as vogais. Alguns educadores não familiarizados ainda com a metodologia fônica e os fonemas podem se equivocar, acreditando que a sílaba /PA/ (ou outra da mesma família) fazem um ÚNICO som, pois observam somente a abertura dos lábios. Esse equívoco se dá pela característica plosiva do articulema /P/, ou seja, sua emissão é feita pelo acúmulo de ar dentro da boca, que sai forçadamente, fazendo o som do /P/. Para estes educadores, recomenda-se que tentem pronunciar a sílaba /PA/, SEM FECHAR os lábios. Verão que é impossível e sairá apenas /A/. Portanto, concretiza- se o som /P/, observando-se sua boquinha. 7- Escreva a família PA-PE-PI-PO-PU 8- Treine a escrita da família. 9- Pinte um quadradinho abaixo da sílaba que ouvir. Não se esqueça de observar se seus lábios se fecham, para descobrir a presença dessa letra/ fonema. Fale bem lentamente. Exemplo: PA, PO, PO, PI, PA, PE, PU, PE, PA, etc. 10- Pinte um quadradinho abaixo das sílabas que ouvuir ExemploS: PA-PI, PO-PO, PO-PA, PI-PU, PA-PE, PI-PE-PO, PE-PU-PA, PA-PE-PE, PU-PA-PO, etc. 11- Pinte um quadradinho abaixo da sílaba inicial da palavra que ouvir. Não se esqueça de observar se seus lábios se fecham, para descobrir a presença dessa letra/fonema. Fale bem lentamente. Fale as palavras, dando ênfase na sílaba em estudo. Você também pode encontrar objetos da sala, ou da escola e nomes de alunos que
  • 42. 41 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo se iniciam com esta sílaba. Aqui também você pode utilizar palavras com sílabas complexas envolvendo a família da letra /P/, pois o objetivo agora é induzir à compreensão da ocorrência do fonema /P/ e associá-lo à sua boquinha. Porém, o educador pode optar por não escolher palavras que possuam tais ocorrências, ou apenas mostrá-las na lousa, caso decida ou resolva grafá-las. Exemplos de palavras: pato (PA), papai (PA), pipoca, peru, pipa, polícia, peruca, pijama, pulo, palito, palhaço, papel, peixe, pedaço, pilha, piada, pena, pesado, peludo, punho, povo, pote, policial, pomada, paca, pata, etc. 12- Pinte na cartela de bingo a sílaba da palavra que ouvir, que pode estar no início, no meio ou final. Quando completar uma linha ou coluna, grite: BINGO! Você deve exemplificar na lousa o que é uma linha e o que é uma coluna. Exemplos de palavras: papai (PA), lápis (PI), pelado, pelo, palhaço, campo, tapete, pipoca, carpete, piolho, capuchinho, político, computador, copo, pijama, pirulito, pimenta, policial, capa, mapa, polícia, pia, penico, parede, pagamento, tipo, apito, pulo, patins, panela, etc. 13- Pinte o quadradinho denominado começo, meio ou final, caso a sílaba da família - P- esteja no começo, no meio ou no fim das palavras que você ouvir. Exemplos de palavras: pato (começo), tapete (meio), palhaço (começo), capô (final), pijama, pincel, tapado, tampa, apito, pelado, pomada, capa, pimenta, mapa, polícia, piolho, apelo, capote, pilha, etc. 14- Pinte um quadradinho do certo ( ) se a palavra ouvida tiver a sílaba da família -P- ou um quadradinho do errado ( X ) se não tiver. Exemplos de palavras: peruca (certo), caneta (errado), copo (certo), parede, pincel, lâmpada, palhaço, anel, avião, machado, pipoca, papai, mamãe, polícia, caderno, telefone, piada, livro, papel, bicho, piano, etc. 15- Ligue a figura à sílaba de seu início. Para acrescentar maior grau de interesse ao exercício, você pode solicitar que a criança ligue e pinte cada sílaba e seu desenho correspondente com a mesma cor de lápis.
  • 43. 42 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo 16- Escreva embaixo da figura a sílaba de seu início. 17- Escreva embaixo da figura a sílaba -PA-PE-PI-PO-PU- e as vogais da palavra. Embora nesse exercício ocorram sílabas complexas da família -P-, esse conceito não deve ser abordado agora. 18- Circule somente as figuras que tenham a sílaba da família -P- e escreva quantas palavras de cada sílaba você encontrou: Aqui o conceito de “aprendizagem pelo erro” deve ser trabalhado. Caso alguma criança tenha assinalado palavras que não possuam sílabas dessa família, como /ovelha/ ou /tartaruga/, traga a ocorrência na lousa, sem expor a criança. Diga que se caso a palavra /OVELHA/ fosse escrita com /P/, deveria ser lida como /POVELHA/, dando-se muita ênfase no fechamento dos lábios. 19- Pinte as sílabas que encontrar no texto: PA, de amarelo; PE, de azul; PI, de verde; PO, de vermelho; e PU de rosa. Depois conte quantas sílabas de cada cor encontrou. Você deve retomar a explicação sobre texto, dada na família do -L- e ler o texto junto com as crianças. PAPAI E FELIPE SAEM PARA SOLTAR PIPA E VER O SAPO PULAR NA LAGOA. ELES PASSEIAM PELA PRAÇA, COMEM PIPOCA E NÃO LIGAM PARA AS PICADAS DOS PERNILONGOS. SUA IRMÃ PAULA TAMBÉM GOSTA DE PASSEAR, MAS PREFERE PEGAR PEIXES E ESPERAR SENTADA NO CAMPO, COM OS PÉS APOIADOS EM UMA PEDRA. 20- Ligue as figuras da história, às palavras escritas da família -P Leia junto com as crianças as palavras escritas abaixo, auxiliado pelas sílabas já trabalhadas e a sequência das vogais, pois essas palavras contêm sílabas ainda não ensinadas. Aqui temos um exemplo de “leitura induzida”, ou seja, decodificação parcial, devido ao conhecimento de apenas algumas letras da palavra. Porém o fechamento lexical da palavra se dá pela associação ao desenho e à história lida.
  • 44. 43 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo CONFRONTO ENTRE L P 1- Pinte um quadradinho de vermelho quando ouvir uma sílaba da família da letra /L/ e de azul quando a sílaba for da família /P/. O objetivo de se confrontar letras é o de checar a aprendizagem e dar subsídios ao educador de monitorar sua aula, podendo mediar a intervenção. Para que isto aconteça, o educador deve ter um olhar individualizado de cada criança. No caso entre /L/ e /P/, a observação deve ser feita se a criança está usando a pista articulatória para acertar, ou seja, se olha e sente sua boca ao ouvir uma palavra. Ela também pode olhar apenas a boca do educador. O educador pode solicitar que a opção marcada esteja apenas do lado certo, ou seja, /L/ ou /P/, ou ainda, solicitar que o quadradinho corresponda à sílaba correta, que envolve o uso da vogal correspondente.
  • 45. 44 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo 2- Marque um X no quadradinho abaixo da sílaba inicial da palavra que você escutar. Da mesma forma que os anteriores, use o erro como aprendizagem por exemplo: se a palavra falada for /PIANO/ e a criança marcar a sílaba /LI/, estimule que leia o erro, ou seja, /LIANO/, chamando bastante atenção para sua boca. Desta forma vai perceber que não corresponde à palavra ditada e que para acertar deverá refletir e trocar para /PI/, que fecha a boca. Embora nesse exercício ocorram sílabas complexas da família -P-, esse conceito não deve ser abordado agora. Quando a palavra possuir as duas sílabas -P- e -L-, marque nas duas famílias. Exemplos de palavras: peixe, papai, lua, lápis, lata, piano, pia, pipoca, luta, luva, livro, loto, polícia, lei, leite, Lúcia, Paulo, Patrícia, Laís, Letícia, piloto, pelado, pica- pau, pomada, lava, etc. 3- Escreva a sílaba inicial de cada figura. 4- Ligue a sequência de boquinhas à palavra correspondente, depois a desenhe. Nessa atividade temos a escrita na forma de “boquês”, ou seja, codificada por símbolos fotos das bocas. Embora seja extremamente interessante e as crianças e educadores simpatizem muito com este tipo de exercícios, deve ser feito com cautela e moderação. Essa observação deve-se ao fato de que os visemas (boquinhas) têm o propósito de viabilizar, auxiliar e favorecer a conversão fonema/grafema - leitura, não substituir a escrita de letras por bocas. Esse cuidado deve ser observado.
  • 46. 45 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo 5- Ligue as palavras às figuras e copie o nome das figuras embaixo de cada uma delas. Você deve ensinar a cópia das letras que ainda não foram ensinadas. 6- Ligue as frases escritas aos seus desenhos. Explique às crianças que frases são várias palavras em ordem, que nos passam uma ideia. Exemplifique com as ações dos desenhos, dando ênfase na mímica da frase, que é representada pelo gestual do verbo, classe gramatical que determina e sustenta uma frase. 7- Copie as frases anteriores. Incentive as crianças a copiar as frases, com letra de forma maiúscula, mas lembre-se de que elas ainda não aprenderam todas as letras contidas nessas frases, podendo ficar inseguras ou cometer vários erros. A opção por esse tipo de letra deve-se ao fato de que priorizamos, nesta fase inicial, a compreensão da decodificação/codificação (conversão do fonema em grafema e vice-versa), deixando mais para frente (a partir da quarta consoante dada) a escrita e leitura com os demais tipos de letras. No entanto, se os alunos já dominam o uso das letras manuscritas minúsculas, recomenda-se que façam a cópia com esse tipo de letra. 8- Descubra quais famílias têm mais sílabas no texto abaixo, pintando a família -L- de azul e a família -P- de vermelho. Leia o texto junto com as crianças, pois há letras que ainda não foram aprendidas. Aqui, apesar do exercício ser de percepção visual do grafema, o educador deve sempre reforçar e atrelar à pista auditiva e articulatória (boquinhas), para que a criança faça o fechamento na leitura. Lembre-se que uma criança se alfabetiza quando compreende e consegue traduzir letras em sons (rota fonológica de leitura) e não quando apenas reconhece as letras
  • 47. 46 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo visualmente. Obviamente que após fazer a decodificação, deverá atrelar o significado às palavras, acessando a rota lexical de leitura. PAULO É O PILOTO DA POLÍCIA. ELE PILOTA AVIÃO, JATO E PULA DE PARAQUEDAS. OUTRO DIA ELE PASSOU POR CIMA DE SÃO PAULO E PODE VER PESSOAS PULANDO NO TRAMPOLIM DE UMA PISCINA. ELE LEVA SUA FAMÍLIA PARA PASSEAR DE AVIÃO E TODOS PEDEM PARA ELE POUSAR E LEVANTAR BEM LIGEIRO. PAULO ACHA MUITO LEGAL SER PILOTO DA POLÍCIA. 9- Faça um desenho da história que você ouviu. A interpretação do texto deve ser feita por dramatização ou recontagem oral, lembrando-se que o texto já foi escrito, portanto não deve ser (nessa atividade) modificado. Após isto, realize o exercício por meio de representação em desenhos da história. Caso tenha uma turma com crianças mais maduras, poderá já nessa fase, desenvolver desenhos em quadrinhos, inserindo o componente temporal da história. LETRA V 1- O nome da letra é -vê- mas seu som (fonema) é /V/ (dentes superiores encostam no lábio inferior, sem pronunciar a vogal, som soprado, sonoro, que vibra as cordas vocais. Faça as crianças sentirem com as costas das mãos a vibração no pescoço). Caso tenha alguma criança com dificuldades nessa percepção, poderá usar do recurso da amplificação, encostando um microfone no pescoço, enquanto pronuncia o fonema. 2- Treine sua pronúncia, várias vezes, só o som da letra, bem sonoro. Estimule cada criança a observar a sua boquinha em um espelho (individual ou coletivo), comparando-a ao desenho e à foto.
  • 48. 47 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo 3- Compare sua boquinha ao desenho e à foto da boquinha do -V- (articulema) e, depois desenhe-a no quadro. 4- Treine a grafia (grafema) da letra -V- de forma maiúscula, inicialmente com os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra. Exemplo: desce e sobe. 5- Treine a grafia (grafema) da letra - - manuscrita minúscula, inicialmente com os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial, da letra. Nesse quesito, é recomendável salientar que alguns educadores grafam a letra/V/ manuscrita minúscula com uma “laçadinha” no seu final. Isso é arbitrário e não desaconselhado, porém, deve-se atentar para que esta laçada não seja grande demais, comprometendo o próprio traçado da letra. Ainda, faz-se necessário ressaltar que a “voltinha” inicial, do grafema manuscrito minúsculo, deve ser grafada arredondada, para minimizarmos uma disgrafia e/ou problemas de decodificação futuros. 6- A letra -V- vai se ligar às vogais, formando a família VA-VE-VI-VO-VU Associe a boquinha -V- a todas as vogais. Novamente vale ressaltar que essas sílabas se constituem de duas letras, dois sons e duas bocas. Evite o treino exaustivo e repetitivo, de /VA-VE-VI-VO-VU/, que apenas leva à memorização, sem compreensão do processo da hipótese silábica-alfabtética adjacente.
  • 49. 48 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo 7- Escreva a família VA-VE-VI-VO-VU. 8- Treine a escrita da família. 9- Escreva a sílaba ditada embaixo de seu quadradinho. Exemplo: VA, VI, VO, VA, VU, VE, etc. 10- Pinte as sílabas na ordem em que você ouvir. Exemplo: VA - VI - etc. 11- Pinte de azul quando escutar uma sílaba da família VA-VE-VI-VO-VU, de vermelho a família LA-LE-LI-LO-LU e de amarelo a família PA-PE-PI-PO-PU Você pode facilitar esse exercício fazendo essa marcação na lousa, ou estimulando as crianças a pintarem, no caderno, as famílias com estas cores. 12- Ligue os desenhos às palavras. As cores do exercício anterior podem ser mantidas aqui. 13- Escreva as palavras ditadas e faça seus desenhos. Exemplos de palavras: pelo, pé, vela, papai, Paula, violão, pão, lupa, pipa, lua, pião, peão, etc. 14- Leia as frases e complete com o nome dos desenhos. Leia as frases com as crianças, pois elas ainda contêm letras que não foram trabalhadas. Explique que uma frase contém uma ideia com significado, portanto, para completar as frases, devem escolher palavras que deem sentido e tenham concordância nominal, evitando repetições.
  • 50. 49 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo VOVÔ VIU O .............................................................. PAPAI TEM UM ......................................................... A .................. E O .................... SÃO BRINQUEDOS O BOLO TEM UMA ................................................... VOVÓ TOCA .............................................................. O .....................................................................É BOM PAULA LAVOU O ....................... NA ........................ 15- Complete com uma das palavras da lista, sem repeti-las. Apesar desse exercício ser atrelado à percepção visual das sílabas, deve também ser fechado com as pistas auditivas e articulatórias. Começa com LA: LA.................. Termina com LO: ..................LO Começa com VE: VE.................. Começa com VO: VO................. Termina com LÃO: ...............LÃO Começa com PA: PA.................. Termina com AO: ..................ÃO Tem li no meio: ..........LI.......... PELO - VELA - LÁPIS - VIOLÃO - LEÃO - PALITO - PAPAI - VOVÓ 16- Ligue as figuras que começam com a mesma sílaba. Nessa atividade não se recomenda que as crianças primeiro escrevam a sílaba inicial de cada figura antes de realizar o exercício, pois isso alteraria o objetivo principal, que é fazer o fechamento auditivo e aliteração pela análise auditiva da sílaba inicial. Caso o educador queira formalizar o acerto, poderá pedir que escrevam a sílaba depois de acharem a resposta. Caso julgue que os riscos poderão levar a confusões, solicite que os desenhos sejam pintados com cores iguais para cada sílaba repetida.
  • 51. 50 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo LETRA T 1- O nome da letra é -tê-, mas seu som (fonema) é /T/ (língua dá uma batidinha atrás dos dentes superiores) 2- Treine sua pronúncia, na frente de um espelho. Você deve estimular cada criança a observar a sua boquinha em um espelho (individual ou coletivo), comparando-a ao desenho e à foto. 3- Compare sua boquinha ao desenho e à foto da boquinha do -T- (articulema) e, depois desenhe-a no quadro. 4- Treine a grafia (grafema) da letra -T- de forma maiúscula, inicialmente com os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra, associando o corte do T com a batida da língua nos dentes. Mostre o movimento: desce, corta. 5- Treine a grafia (grafema) da letra - - manuscrita minúscula, inicialmente com os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra, associando o corte do T com a batida da língua nos dentes.
  • 52. 51 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo 6- A letra -T- vai se ligar às vogais, formando a família TA-TE-TI-TO-TU Associe a boquinha /T/ a todas as vogais. 7- Escreva a família TA-TE-TI-TO-TU 8- Treine a escrita da família. 9- Reconhecimento das letras manuscritas, maiúsculas. Até agora foram trabalhadas apenas 2 tipos de letras, a de forma maiúscula -A- e a manuscrita minúscula - -. Daremos, sequência na introdução da letra manuscrita maiúscula - -, que é usada para início de frases e nomes próprios. Esse treino só deve ser iniciado agora, porque após 9 letras aprendidas (5 vogais e 4 consoantes), a maioria das crianças já compreendeu o processo da leitura e escrita, e pode ser submetida a um novo aprendizado, sem se confundir nem sobrecarregar com informações simultâneas. Temos observado alguns regionalismos na grafia das letras manuscritas maiúsculas. No entanto, o educador deve pautar-se na literatura, em fontes seguras, e ensinar o traçado que mais favorece a escrita e leitura. Sempre deve estimular o aluno a realizar o traçado de maneira regular e idêntica à ensinada, sem aceitar variações, que levam à equívocos e disgrafias desnecessárias. A fase de individuação do caractere, onde ocorrerá a inserção de características da personalidade do indivíduo em sua caligrafia (grafologia) iniciará por volta dos 11 anos de idade e não na alfabetização, quando ele deveria aprender como as letras foram desenvolvidas em sua origem. Portanto, agora não é hora de se criar sobre as letras e sim de grafá-las corretamente. Observação deve ser feita em relação aos alunos de inclusão, que porventura possam apresentar prejuízos na coordenação motora fina e/ou visuoespacial. Para esses casos, o profissional responsável deverá orientar como o trabalho deve ser desenvolvido, traçando-se um plano de atendimento individualizado para este aluno.
  • 53. 52 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo 10- Ligue os 4 tipos de letras já ensinados. 11- Treine a coordenação das letras manuscritas maiúsculas já trabalhadas. Copie as letras, várias vezes, no caderno, na lousa, treinando o seu traçado com auxílio da orientação espacial. 12- Escreva alguns nomes próprios que contenham essas letras. As crianças podem querer aprender a escrever os seus próprios nomes com esse tipo de letra, mas é preferível manter os nomes das crianças com letras de forma maiúsculas. Explique que, aos poucos, à medida que forem aprendendo novas letras, esse tipo de letra será também aprendido e treinado. Diga às crianças que quando usarmos essa letra será somente na primeira letra de uma palavra. As demais deverão ser escritas com letra manuscrita minúscula. Exemplo: Laís, Paula, Paulo, Túlio, Titio, Eli, Alípio, Olavo, Olívia, Otávio, Vítor, Lívia, Leiva, Neila etc. 13- Faça um círculo somente em volta das sílabas TA-TE-TI-TO-TU quando ouvi- las. 14- Quantos TA-TE-TI-TO-TU têm o exercício anterior? 15- Quais palavras começadas com a família TA-TE-TI-TO-TU você consegue escrever? Faça o desenho de cada uma delas, e escreva embaixo. Você deve auxiliar as crianças a escrever as palavras iniciadas com -T-, pois podem conter letras ainda não ensinadas. 16 - Ligue os desenhos começados com a mesma sílaba e escreva essa sílaba. Desconsidere a sílaba complexa, aceite que a criança ligue TAR (tartaruga) a TA (taça), no entanto estimule-as a grafar a sílaba correta /TAR/, que pode ser escrita e copiada da lousa, sem entrar em detalhes, por enquanto, de sua complexidade. Em tempo oportuno, essas sílabas complexas serão trabalhadas. Aqui o trabalho direciona-se à compreensão da conversão do fonema inicial ao grafema, viabilizado pela pista articulatória de se bater a língua, de leve, atrás dos dentes superiores, sem vibração das cordas vocais.
  • 54. 53 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo AVALIAÇÃO DO CAPÍTULO Você deve explicar às crianças que esse espaço será utilizado para sua avaliação, isto é, como elas realizaram as atividades do capítulo. Esse material é de suma importância para você e também para o aluno, pois pode contribuir para possíveis revisões e adequações do conteúdo. Não deve ser negligenciado e sim conscientizado da sua importância. O espaço livre deve ser aproveitado para criações pessoais, reservando um tempo livre para seu preenchimento, que pode ser na sala de aula, ou no lar. CONFRONTO ENTRE L P V T 1- Escreva a primeira sílaba das palavras ditadas, embaixo da sua família, escolhendo letras de forma ou manuscrita. Não se esqueça de sempre ressaltar a boquinha da sílaba. Exemplos: vale, vagalume, telefone, tábua, vidro, pijama, leque, limão, litro, pequeno, peru, palhaço, passagem, tesoura, televisão, livre, lataria, louco, lousa, taturana, tatu, vitória, palito, time, lágrima, leme, pau, vovô, pássaro, tesouro, vaca, veleiro, etc. 2- Ditado de palavras que contenham as famílias estudadas L . P . T . V. Exemplo de palavras: voto, tapete, palito, vovô, tulipa, pipa, tatu, pé, lua, vovó, lula, lata, lava, paletó, violão, pião, tipo, tela, pão, ló, etc. Você também pode optar por ditar palavras aleatórias, que contenham ou não esses fonemas ou outras letras que ainda não tenham sido trabalhadas. No entanto, se for esse o caso, forneça as letras não trabalhadas escrevendo-as na lousa e certifique- se da aprendizagem das letras ensinadas. 3- Classifique as palavras da lista anterior de acordo com o número de sílabas. Explique, com exemplos, na lousa, como se percebe o número de sílabas de uma palavra, auditivamente. Treine auditivamente várias palavras monossílabas, como pé, pá, só, dó, vô; várias dissílabas, como ve-la, mo-la, ca-ma, so-fá; e várias trissílabas, como ca-mi-sa, di-ta-
  • 55. 54 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo do, me-sa-da, pi-po-ca. Evitar usar, por enquanto, palavras que contenham ditongos ou sílabas complexas. O trabalho com divisão silábica deve ser feito objetivando-se a compreensão da estrutura das palavras, porém, deve ficar bem claro que as sílabas são compostas por uma ou mais de uma letra/som e boca. Isso é imprescindível para que os alunos entendam a hipótese alfabética de escrita, tendo condições de escrever sílabas complexas com autonomia. Não faça treinos exaustivos de divisão silábica, pois os alunos tendem a ouvir sílabas no lugar de palavras, não atingindo a rota lexical e, consequentemente, não compreendendo o que escrevem ou copiam quando acabam de fazê-lo. É preciso que se ouça palavras, que se escreva palavras completas e esse treino deve ser ensinado. Outra consequencia drástica deste treino de divisão silábica exaustivo e irrefletido está na abundância de ocorrências de segmentações e aglutinações de palavras na escrita. Mais à frente, trabalharemos com exercícios que favorecerão a palavração e a leitura. 4- Forme novas palavras com as sílabas do quadro. O educador deve além de solicitar a escrita dessas palavras, checar sua compreensão, na forma de desenho ou explicação oral. Crianças decoram palavras que são feitas apenas pela junção de sílabas, sem refletirem sobre a análise de suas letras. Uma boa forma de se evitar isso seria o trabalho com logatomos (palavras inventadas), onde existiria apenas a decodificação/codificação, mas o significado não. 5- Copie as frases dos desenhos. Você deve explicar para as crianças que uma frase representa uma ideia completa, com uma ação, composta por palavras com uma sequência lógica. Exemplifique com várias frases diferentes entre si, com a mesma palavra. Mostre a diferença entre palavra e frase. Crie dramatizações para fazer a mímica do verbo da frase, que é a parte mais importante, que determina uma oração. Evite o uso de verbos de ligação, como “O papai é bonito, ou A pipa está na mão do menino”. Verbos de ligação são muito abstratos para uma criança iniciante compreender o significado de uma ação. Estimule a criança a copiar as frases como estão escritas, isto é, com letra de forma maiúscula. Lembre-se que nessas frases aparecem letras que ainda não foram trabalhadas, por isso as crianças poderão sentir-se inseguras ou desestimuladas. Diga que aprenderão todas as letras, em breve. 6- Descubra quais são as palavras pedidas. Esse é um exercício que envolve orientações espaciais de linha (horizontal), coluna
  • 56. 55 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo (vertical) e sua interseção. O educador deve mostrar e treinar o controle visuoespacial da linha e da coluna, sem usar de artifícios como seguir com os dedos, ou colocar uma régua de apoio. Esse domínio se dá pelo processamento visual que o cérebro faz das imagens recebidas pelos olhos e deve ser treinado e dominado para que a leitura se proceda de maneira segura e eficaz. Seu treino e desempenho deve ser feito com o domínio dos movimentos sacádicos (pendulares dos olhos), realizados pelos músculos oculares, onde a cabeça permanece parada. Um exemplo desse treino é o jogo de “Batalha Naval”, onde estão envolvidas as coordenadas do navio. 7- Silabação com os dedos, sem falar os nomes das letras. Siga as sílabas conforme as palavras forem faladas. Você deve dar vários exemplos na lousa, chamando uma criança por vez para mostrar a sequência de sílabas das palavras faladas. Somente utilize palavras com as 4 sílabas trabalhadas. As palavras podem estar escritas para serem sorteadas e lidas por outra criança, que deverá corrigir, caso o colega cometa erros. Apesar dessa atividade induzir a leitura silabada, que não é recomendável e, aos poucos deve ser retirada, aqui nesse momento da aprendizagem deve ser treinada para se aumentar a velocidade de decodificação. Sabe-se que a leitura silabada dificulta a via da rota lexical de leitura, ou seja, acesso ao significado, mas, mais adiante trabalharemos para que a leitura silabada seja eliminada e a rota lexical estabelecida. Exemplos de palavras: pato, tapete, tulipa, pula, pelo, voto, valeta, Talita, pipa, vela, pulava, viva, loto, lapela, Lolita, palito, luva, leve, luta, paleta, lavava, tipo, piloto, vovô, etc. 8- Descubra algumas palavras silabando com os dedos. Escreva-as depois abaixo. Faça como no exercício anterior, mas não diga qual é a palavra e sim mostre a sequência de suas sílabas. Repita até que a criança acerte qual é a palavra. LETRA M 1- O nome da letra é -eme- mas seu som (fonema) é /M/ (lábios fechados, som nasal)
  • 57. 56 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo 2- Treine sua pronúncia na frente de um espelho. Você deve estimular cada criança a observar a sua boquinha em um espelho (individual ou coletivo), comparando-a ao desenho e à foto. 3- Compare sua boquinha ao desenho e à foto da boquinha do -M- (articulema). Use 3 dedos sobre os lábios, lembrando que o 3° dedo é para mostrar que os lábios se fecham, associando às 3 “pernas” da letra /m/. Note que a letra /M/ tem articulação bilabial, ou seja, os lábios se fecham ao ser pronunciada. Isso é particularmente importante de ser ensinado e conscientizado, pois dará a chave da correção de suas possíveis trocas pela letra /N/. Assim, saliente que esse 3º dedo mostra exatamente o fechamento dos lábios, enquanto que o dedo de cima seria o lábio superior e o dedo de baixo o lábio inferior. 4- Treine a grafia (grafema) da letra -M- de forma maiúscula, inicialmente com os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra, mostrando as “3 pernas da letra”. Exemplo: sobe e desce, sobe e desce. 5- Treine a grafia (grafema) da letra - - manuscrita minúscula, inicialmente com os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra, mostrando as “3 pernas da letra”.
  • 58. 57 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo 6- Treine a grafia (grafema) da letra - - manuscrita maiúscula, inicialmente com os dedinhos no ar, seguindo a orientação espacial da letra, mostrando as “3 pernas da letra”. Explique às crianças que esta letra é somente usada no início de frases ou palavras de nomes próprios. O restante das letras e minúsculo. 7- A letra -M- vai se ligar às vogais, formando a família MA-ME-MI-MO-MU Associe a boquinha -M- a todas as vogais. 8- Escreva a família MA-ME-MI-MO-MU 9- Treine a escrita da família. 10- Escreva os nomes das figuras na cruzadinha. Faça com que as crianças percebam que na cruzadinha devemos colocar UMA letra por casa. Isso facilita a automatização do processo alfabético de escrita, enquanto diminui o uso das sílabas de maneira decorada. Provoque as crianças, cometendo erros na lousa, escrevendo uma sílaba por casa e problematizando que a cruzadinha não dará certo.
  • 59. 58 Renata Jardini e Patrícia Thimóteo 11- Leia o texto e responda com “sim’ ou “não”. Você deve explicar que um texto é uma sequência de frases, isto é, várias idéias completas, que são divididas em pedaços maiores, os parágrafos. Para facilitar a compreensão, dramatize a história, usando as crianças. Dando ênfase em cada parte (ideia) da história. O uso da palavra /miau/ no lugar de /gato/ deveu-se ao fato do grafema /G/ não ter sido apresentado ainda. Observe ainda que de agora em diante, os textos serão grafados com letra de imprensa e não mais com letra bastão (caixa alta). Auxilie, a criança caso não consiga ler o texto sozinha, e também na interpretação O miau toma leite e deita no tapete da vovó. (1ª ideia) Ele mia muito, tem 4 patas pretas e o peito marrom. (2ª ideia) A Paula o leva para passear, mas ele pula e vai embora. Paula tem medo que ele não volte mais. (3ª ideia) Mas lá vem o miau de novo, leve e mole. (4ª ideia) 12- Desenhe a sequência de ideias que o texto descreve. Você deve estimular a criança a desenhar as ideias enumeradas no texto, sem inserir elementos não pertinentes. Caso você possua crianças que já estão produzindo frases escritas espontaneamente, proponha que reescrevam a história desenhada. Também poderá trabalhar, em outro momento, como esse final da história poderia ser modificado, registrando-o em desenho e/ou em escrita. 13- Escreva 3 palavras começadas com as sílabas abaixo. Sempre estimule que surjam várias palavras começadas com aquela sílaba, para que a aprendizagem vá apresentando traços de autoria, em lugar de simplesmente dar uma resposta e todos apenas copiam da lousa. 14- Encontre as palavras abaixo no caça-palavras. 15- Copie as palavras do caça-palavras e coloque O, se for uma palavra masculina e A, se for uma palavra feminina. Explique o significado de masculino e feminino. Use como exemplos o nome dos alunos e outros objetos: a lua, o pato, a mamãe, o papai, a lata, o Paulo, a Laís, o Olavo, a Paula, etc.