Este documento discute como os parques empresariais podem promover o desenvolvimento econômico local através da criação de empregos. Apesar dos governos locais terem um papel no desenvolvimento, eles não podem transformar a economia sozinhos. Os parques empresariais atraem e apoiam empresas, melhorando a infraestrutura e permitindo expansão, o que gera mais empregos e crescimento econômico local. Parques públicos oferecem vantagens às empresas ao reduzirem custos de instalação, incentivando o emp
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
Parques Empresariais solução criação emprego local
1. Parques Empresariais: uma solução qualificada para a criação local de emprego
A nível nacional como a nível local o que é absolutamente prioritário e que deve
preocupar em primeiríssima mão os governantes é a problemática do desenvolvimento,
no fundo a questão que subjaz e predetermina a resolução dos problemas sociais e
económicos, a elevação dos níveis de bem-estar das populações e da sociedade no seu
conjunto.
É claro que o principal responsável pela performance económica do país e pelos seus
patamares de progresso e competitividade é o governo que manuseia os maiores
recursos e os variados instrumentos de política económica e social. Dispõe anualmente
do Orçamento de Estado, influi directamente na esfera económica através das empresas
que dirige e controla (sector empresarial do Estado), lança as grandes infra-estruturas
(auto-estradas, portos, ferrovias, barragens, aeroportos), é o protagonista nas áreas da
educação, formação profissional, saúde, justiça, segurança, ordenamento e planeamento
do território, usufrui do poder de assegurar maior justiça fiscal e social, controla e gere
o sector público administrativo (administração central, administração regional e local,
segurança social), legisla e regula, etc, etc. As grandes opões macroeconómicas, o
modelo de desenvolvimento, os compromissos externos e a inserção do país no processo
da globalização dependem das políticas e das orientações ideológicas dos governos
centrais.
É preciso ter tudo isto presente por forma a situarmos na exacta medida o papel das
autarquias na concepção e incremento das estratégias de desenvolvimento local que
embora relevante à escala micro-territorial não estão em condições de transformar
radicalmente e de um momento para o outro a realidade social, mormente, no plano do
aparelho produtivo e do emprego, até porque o modelo de desenvolvimento português –
sobretudo, desde a integração europeia - tem “privilegiado” a destruição progressiva da
agricultura, pescas e indústria. Por outro lado, boa parte das autarquias locais ainda não
almejou entrar no patamar superior da sua intervenção, virada essencialmente, para as
questões estratégicas do desenvolvimento, mantendo-se, ao invés, no nível da criação
das infra-estruturas básicas e pouco mais.
A maior pecha da intervenção municipal e esgotada que está a primeira geração dos
Planos Directores Municipais (10 anos de vigência largamente ultrapassados) reside na
inexistência incrível de visão estratégica dos dirigentes autárquicos que não apostaram
enérgica e decisivamente na criação de parques empresariais, designadamente, um de
natureza pública, no que ao nosso concelho se reporta. Os parques empresariais são
2. entendidos como instrumentos de ordenamento do território e como instrumentos
indutores da competitividade e do desenvolvimento económico e social das regiões.
Atraem a fixação de empresas e a deslocalização de outras que se encontram muitas
vezes dispersas no tecido urbano sem as adequadas infra-estruturas, metidas num
“colete de forças” e impedidas de se modernizarem e expandirem. Este tipo superior de
investimento alteraria positivamente o estado de coisas em termos de tecido
empresarial, criação e fixação de emprego, sendo que o seu efeito multiplicador na
comunidade local, melhor se projectaria, na razão directa da maior participação de
empresas portadoras de elevado valor acrescentado e conteúdo tecnológico. As
vantagens do parque empresarial de natureza pública são óbvias: proporciona aos
empresários (re)instalarem-se com baixos custos – evitando o endividamento excessivo
em (re)início de actividade - e não são mais que um estímulo do Estado ao
empreendedorismo que a sociedade “cobrará” por intermédio da criação de emprego e
da redistribuição da riqueza gerada no futuro.
Francisco Martins
Economista, Professor do Ensino Secundário