1. Reprodução dos seres vivos
A reprodução nos seres vivos é fundamental para a manutenção da espécie, uma vez
que, nas atuais condições da Terra, os seres vivos só surgem a partir de outros seres
vivos iguais a eles por meio da reprodução. No nível molecular, a reprodução está
relacionada com a capacidade do DNA de se duplicar, ou seja, de sofrer replicação.
São vários os tipos de reprodução que os seres vivos apresentam, mas todos eles podem
ser agrupados em duas grandes categorias: a reprodução assexuada e a sexuada.
Reprodução assexuada
Os indivíduos que surgem por reprodução assexuada são geneticamente
idênticos entre si, formando o que se chama clone. Esses indivíduos só terão patrimônio
genético diferente se sofrem mutação gênica, ou seja, alteração nas sequências de bases
nitrogenadas de uma ou mais moléculas de DNA.
Reprodução sexuada
A reprodução sexuada está relacionada com processos que envolvem troca e mistura
de material genético entre indivíduos de uma mesma espécie. Os indivíduos que surgem
por reprodução sexuada assemelham-se aos pais, mas não são idênticos a eles.
Esse modo de reprodução, apesar de mais complexo e energicamente mais custoso do
que a reprodução assexuada, traz grandes vantagens aos seres vivos e é o mais amplamente
empregado pelos diferentes grupos. Mesmo organismos que apresentam reprodução assexuada
podem também se reproduzir sexuadamente, embora existam algumas espécies em que a
reprodução sexuada não ocorre.
Se o nosso ambiente fosse completamente estável, sem sofrer alterações ao longo do
tempo, a reprodução assexuada seria muito vantajosa, pois preservaria, sem modificações, as
características dos organismos para certa condição ecológica. Essa, entretanto, não é realidade.
O meio ambiente sempre pode apresentar alterações. Sobreviver a elas depende em grande
parte de o patrimônio genético conter soluções as mais variadas possíveis.
Reprodução assexuada nas bactérias
A reprodução mais comum nas bactérias é a reprodução assexuada por bipartição.
Neste tipo de reprodução ocorre a duplicação do DNA bacteriano e uma posterior divisão em
duas células. As bactérias multiplicam-se por este processo muito rapidamente quando dispõe
de condições favoráveis (duplica-se em torno de 20 minutos).
2. Reprodução sexuada nas bactérias
Para as bactérias, considera-se reprodução sexuada qualquer processo de
transferência de fragmentos de DNA de uma célula para outra. Depois de transferido, o
DNA da bactéria doadora se recombina com o da receptora, produzindo cromossomos com
novas misturas de genes. Esses cromossomos recombinados serão transmitidos às células-filhas
quando a bactéria se dividir.
A transferência de DNA de uma bactéria para outra pode ocorrer de três maneiras: por
conjugação, transdução e por transformação.
1) Conjugação
Na conjugação bacteriana, pedaços de DNA passam de uma bactéria doadora para uma
bactéria receptora. Esta transferência do material genético ocorre através da formação de uma
ponte citoplasmática entre as duas bactérias. O fragmento de DNA transferido se recombina
com o cromossomo da bactéria receptora, produzindo novas misturas genéticas, que serão
transmitidas às células-filhas na próxima divisão celular.
2) Transdução
Na transdução, moléculas de DNA são transferidas de uma bactéria a outra usando vírus
como vetores (bactériófagos). Estes vírus ao serem formados dentro das bactérias, podem
eventualmente incluir pedaços de DNA da bactéria que lhes serviu de hospedeira. Ao infectar
outra bactéria, o vírus que leva o DNA bacteriano o transfere junto com o seu. Se a
bactéria sobreviver à infecção viral, pode passar a incluir os genes de outra bactéria em seu
genoma.
3) Transformação
Na transformação, a bactéria absorve moléculas de DNA dispersas no meio e são
incorporados à cromatina. Esse DNA pode ser proveniente, por exemplo, de bactérias mortas.
Esse processo ocorre espontaneamente na natureza.
Bactéria absorvendo fragmento de DNA presente no meio
3. Esporulação
Algumas espécies de bactérias, sob certas condições ambientais, formam estruturas
resistentes denominadas esporos. A célula que origina o esporo se desidrata, forma uma
parede grossa e sua atividade metabólica torna-se muito reduzida. Certos esporos são capazes
de se manter em estado de dormência por dezenas de anos. Ao encontrar um ambiente
adequado, o esporo se reidrata e origina uma bactéria ativa, que passa a se reproduzir por
bipartição.
Os esporos são muito resistentes ao calor e, em geral, não morrem quando expostos à
água em ebulição. Por isso os laboratórios, que necessitam trabalhar em condições de absoluta
assepsia, costumam usar um processo especial chamado autoclavagem para esterilizar
soluções e matérias de laboratório. O aparelho onde é feita a esterilização, a autoclave, utiliza
vapor de água a temperaturas da ordem de 120ºC, sob uma pressão que é o dobro da
atmosférica. Após 1 hora nessas condições, mesmo os esporos mais resistentes morrem.
A indústria de enlatados toma medidas rigorosas na esterilização dos alimentos para
eliminar os esporos da bactéria Clostridium botulinum. Essa bactéria produz o botulismo,
infecção frequentemente fatal.
As Cianobactérias
Extremamente parecidas com as bactérias, as cianobactérias são também procariontes.
São todas autótrofas fotossintetizantes, mas suas células não possuem cloroplastos. A clorofila
do tipo a fica dispersa pelo citoplasma e em lamelas fotossintetizantes, que são ramificações da
membrana plasmática.
Além da clorofila, possuem outros pigmentos acessórios, como
os carotenóides (pigmentos semelhantes ao caroteno da cenoura), ficoeritrina (um pigmento de
cor vermelha, típico das cianobactérias encontradas no Mar vermelho) e aficocianina (um
pigmento de cor azulada, que originou o nome das cianobactérias, anteriormente denominadas
"algas azuis"). Elas vivem no mar, na água doce e em meio terrestre úmido.
Há espécies que possuem células isoladas e outras que formam colônias de diferentes
formatos.
A reprodução nas cianobactérias
Nas cianobactérias unicelulares, a reprodução assexuada dá-se por bipartição. Nas
espécies filamentosas, é comum a ocorrência de fragmentação do filamento, produzindo-se
vários descendentes semelhantes geneticamente uns aos outros. A esses fragmentos contendo
muitas células dá-se o nome de homogônios.