SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 24
Lacunas e possibilidades na articulação entre
juventudes e relações raciais no campo de
estudo e de pesquisa
Fernanda Vasconcelos Dias
Pedagoga, Mestre em Educação pela
FaE/UFMG
Programa Observatório da Juventude da
UFMG
23.08.2013
Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade
Federal de Minas Gerais
Disciplina: Juventude e Relações Raciais
Para iniciar a discussão…
• Observatório da Juventude
• Parceria ObservAções e experiências na
militância estudantil;
• Pesquisa de Mestrado: “Sem querer você
mostra o seu preconceito!”: um estudo
sobre as relações raciais entre jovens estudantes
de uma escola de Ensino Médio.
A dissertação
• Objetivo Geral:
Compreender como se estabelecem as relações
raciais entre jovens negros (pardos e pretos) e
brancos estudantes de uma escola pública de
Ensino Médio, verificando como estes jovens
significam estas relações no interior da sala de
aula e elaboram suas concepções a respeito da
questão racial.
Sujeitos e contexto de pesquisa
• Escola Abdias Nascimento, bairro Cachoeirinha, BH/MG
• 1 sala de aula de 3º ano do Ensino Médio (Turma 3B)
• Faixa etária entre 15 e 20 anos
• Autodeclaração racial (conforme categorias do IBGE) somando 28
negros (16 pardos e 12 pretos), 10 brancos e 2 indígenas
• 12 jovens do sexo masculino e 28 jovens do sexo feminino
• 40 jovens estudantes responderam o Questionário de Perfil
Socioeconômico
• 34 jovens participaram dos Grupos de Discussão
• 4 jovens foram entrevistados individualmente (Autodeclaração
racial: 1 preto/ 1 preta / 1 branca / 1 parda
Das Lacunas e Possibilidades na articulação
entre juventudes e relações raciais no
campo de estudo e de pesquisa
Organização do trabalho
• Introdução
• Capítulo 1- Breve contextualização sobre Juventude,
Relações Raciais e a Escola de Ensino Médio
• Capítulo 2 - O campo da pesquisa e seus sujeitos
• Capítulo 3 - As relações raciais na Turma 3B
• Capítulo 4 - A sutileza das relações raciais e suas
repercussões no cotidiano escolar da Turma 3B
• Considerações Finais
Da definição do objeto de pesquisa ao
percurso metodológico: lacunas e
possibilidades
• Construção objeto de pesquisa: problema, objetivos e a necessidade de
questionar o que parece “dado”.
• Definição da amostra: quem são os sujeitos da pesquisa? Qual escola?
Qual/quantas turmas? Como definir esses sujeitos e escola?
• Tensões a cerca do objeto de estudo: entraves relacionados a estudar o
tema “raça” e “relações raciais” – negação da interferência da temática
na realidade escolar , estranhamento, resistências e artifícios do/a
pesquisador/a.
• Destaque:
▫ A investigação tem caráter qualitativo e figura-se como um
Estudo de Caso. O processo de escolha da escola específica
partiu da análise de dados do PROEB (Programa de
Avaliação da Educação Básica) - 2007.
Do Referencial Teórico e definição de
conceitos principais: lacunas e
possibilidades
• Juventudes(s)
• Raça e Relações Raciais
• Ensino Médio, Desigualdades Educacionais e
Raciais
• Destaques:
▫ Necessidade de definição conceitual;
conceitos envoltos em tensões acadêmicas
e sociais; posicionamento político do/a
pesquisador/a
Do campo de pesquisa: lacunas e
possibilidades
• Tempo de “acomodação” e consciência da
condição permanente de “não igual”;
• Relacionar-se para pesquisar “relações”, sem
deixar de “estranhar”;
• Vigilância contínua diante das situações
envolvendo as concepções raciais dos sujeitos
pesquisados;
• Experimentações de instrumentos
metodológicos e auto-crítica diante dessas
iniciativas.
Percurso Metodológico
• Na pesquisa de campo foram utilizados como escopo metodológico,
os seguintes instrumentos:
 Observação Participante em sala de aula
 Aplicação de Questionário de Perfil Socioeconômico direcionado aos
jovens
 Aplicação de questionário sobre a opinião docente a respeito da
turma investigada
 Realização de Grupos de Discussão com jovens dos diferentes
grupos raciais e de cor
 Realização de Entrevistas Semiestruturadas
 Utilização de documentos e dados relacionados à escola e aos jovens
estudantes
• PONDERAÇÕES/DESCARTES: Questionário sociométrico; cautela
relacionada aos falas posteriores ao segundo trecho de filme; GD-
Piloto e GD-6 (GDs realizados e GDs analisados.
Bate o sinal para o primeiro horário de aula. Subindo as largas escadas que dão acesso ao
segundo andar do prédio escolar, me dirigi para o lado direito do corredor. Algumas
meninas se aproximaram para me dar aquele abraço e beijinho no rosto de “Bom Dia”,
mas, na maioria das vezes, eu era recepcionada com um leve aceno ou um sorriso ou
parecia nem ser notada. Meu olhar sonolento, devido à mudança de rotina imposta pela
ida diária à escola, cruzava com os olhares curiosos que partiam dos jovens de outras
turmas que não me conheciam e pareciam estranhar minha familiaridade com os alunos
da Turma 3B e minha cotidiana presença na Sala 11. Engraçado que já me perguntaram
até se eu era mais uma aluna. Claro que eu sorri. Logo, alguém se apressou em dizer o
que eu fazia ali e que a melhor turma havia sido escolhida por mim, por isso eu ia para a
aula todos os dias. Em seguida, vinham os risos. Como de costume, parei na frente da
sala ampla, com janelas grandes ao fundo e ambiente iluminado. Observei quem estava
lá dentro e logo a adentrei. Atravessei a porta e, andando em direção ao fundo, fui
escolhendo ao lado de quem me sentaria. A turma estava agitada, situação recorrente
naquele cenário. Entrei no clima, puxando conversa com um jovem aluno negro ao lado
do qual sentara, enquanto a professora não chegava. Comecei a notar que minha
permanência na sala de aula já estava se tornando, digamos, mais comum. Eu já me
sentia mais à vontade e acho que os jovens também. Ri por dentro quando uma jovem
“puxou minha orelha” pelo leve atraso daquele dia, dizendo que tiraria pontos de mim se
eu faltasse. Sorri para ela também. Os jovens foram muito legais comigo e até um apelido
eu ganhei! Algumas vezes, o corinho puxado por algumas meninas entoava: “Tia Nanda!
Tia Nanda!”. Eu ria bastante. Ficava envergonhada, mas tocada pelo carinho. Naquela
turma cheia, me aproximar de todos seria um desafio, mas, aos poucos, fui percebendo
que o segredo poderia estar em me deixar conhecer para conseguir conhecê-los melhor.
Diário de Campo - 2010
Do desenvolvimento
• Necessidade de conhecer o histórico discente da
Turma B
▫ Naquele contexto específico, independente do
quesito raça/cor, a sala de aula contava com
jovens oriundos de camadas populares, que
vivenciaram percalços no seu percurso escolar,
demonstrando rendimento escolar mediano no 3º
ano e que geralmente, mantinham relações
tensionadas com boa parte de seus professores
• A heteroatribuição racial entre os jovens estudantes e seus
apontamentos
MICHELE: Então, negro mesmo na nossa sala, só o Perícles e
a Patrícia!
MARINA: É, mas isso não é uma questão assim de branco,
negro, as pessoas mais branquinhas da sala são quem?
Maísa, Bruna, Betina, Brigite e acho que só, né?
MARIANA: E Betânia também é branquinha.
MARINA: A Betânia e a... A Beth também é!
MAÍSA: É, é a... Beth.
MARINA: Tipo, o resto, todo mundo assim, não é negro, mas
tipo, como diz a Patrícia, tem o pé na senzala! [risos] (GD:
A.D – Misto: parte do Segmento 636-652; grifo nosso
indicando falas entre risos)
• Para explicar sua percepção quanto à presença de muitos negros na Turma 3B, a jovem Mariana
(18 anos, parda) contou-nos sobre um comentário feito por um aluno da escola, que estudava em
outra sala de aula. Na narração de Mariana, este jovem teria comentado sobre a existência de um
“lado escuro na sala”, referindo-se à presença de estudantes negros. Conforme a jovem, ainda,
esta fala surgiu em tom de crítica, com referência àqueles que estavam mais ao fundo da sala de
aula investigada. (DIAS, 2011, p. 174-175)
• De fato, a jovem não esconde que seus colegas que se sentavam mais próximos ficavam “zuando”,
justificando que isso ocorria “porque geralmente no grupo de trás todas eram negras. Todas,
todas!” Nesse sentido a jovem diz o seguinte:
Não tinha ninguém branca ali [As Amigas de Angola] e tinha os meninos
também [Os Amigos da África do Sul], mas eu tô falando do grupo em si, assim!
Quando alguém entrava na sala, via que aquele meio, tudo assim né? Aí os
meninos brincava, tipo assim, cantava: “a macacada reunida...” [risos] Eles
brincavam muito assim, e também quando elas falavam, faziam alguma
gracinha, todo mundo: “Só podia, só podia não entendo isso, só podia ser...”
[negras] Eles brincavam assim, sabe? (Beatriz, 17anos, branca – Entrevista
Individual)
• Destaque:
▫ O campo colocou-me diante de diversas discussões novas, com por exemplo,
mesmo trabalhando com o conceito social de raça as falas dos jovens apontavam
para uma representação social do negro ainda racialista, com representações
demonstrando ainda um racismo vinculado ao racialismo – da existência de
raças.
• A heteroatribuição racial entre os jovens estudantes e seus
apontamentos
MICHELE: Então, negro mesmo na nossa sala, só o Perícles e
a Patrícia!
MARINA: É, mas isso não é uma questão assim de branco,
negro, as pessoas mais branquinhas da sala são quem?
Maísa, Bruna, Betina, Brigite e acho que só, né?
MARIANA: E Betânia também é branquinha.
MARINA: A Betânia e a... A Beth também é!
MAÍSA: É, é a... Beth.
MARINA: Tipo, o resto, todo mundo assim, não é negro, mas
tipo, como diz a Patrícia, tem o pé na senzala! [risos] (GD:
A.D – Misto: parte do Segmento 636-652; grifo nosso
indicando falas entre risos)
• As brincadeiras de cunho racial, sua incidência e suas
repercussões no cotidiano escolar
Hoje, na aula de Português, a Poliane emprestou o seu lápis para
o Péricles. Eu estava sentada próxima deste jovem e o
empréstimo foi feito sem maiores comentários entre os dois, que
apareciam envolvidos com a atividade escolar. O Paulo virou
para trás e fez o seguinte comentário: “Tem macumba aí!” Num
tom de riso, referindo-se ao lápis emprestado, que já estava nas
mãos de Péricles. E ele acrescentou, olhando para Poliane: “Essa
raça maldita!” e em seguida riu. Poliane voltou um olhar de
desdém para Paulo e Péricles balançou a cabeça, emitindo um
leve sorriso. Fiquei com a impressão de que as jovens sentadas
no fundo escutaram a brincadeira, pois estavam sentadas perto
de Paulo, que falou em tom de voz mediano. Não houve reação de
Poliane nem comentários das meninas próximas. Acho que elas
fizeram de conta que não ouviram. (Diário de Campo – Dia
06.07.2010, terça-feira)
O que nós acabamos de ver?
Trechos de falas de estudantes – Grupos de Discussão – Pesquisa de Campo – DIAS, 2011)
• Discursos sobre a beleza no ponto de vista dos jovens e
suas vinculações com as relações raciais
O Caso do Orgulho Branco
MARINA: Eu acho também, não é que faz a pessoa ser bonita, mas
às vezes até assim, mais valorizada, entre aspas, assim! Porque
tipo assim, cê olha lá na revista, aí tá aquela mulher, aquela
loirona, aquela coisa assim. Aí eu falo assim: “Nossa, a Maísa
parece com aquela mulher!” Aí falo: “Nó, a Maísa é bonita!” Sei lá
o que. Não deixa de ser uma coisa assim de padrão, entendeu?
MICHEL: E a Maísa vai sentir orgulho!
MARIANA: É!
MICHEL: Vai falar: “Nossa, eu pareço com aquela mulher!” [risos].
(GD: A.D – Misto: Segmento 379-386)
• Discursos sobre a beleza no ponto de vista dos jovens e
suas vinculações com as relações raciais
O Caso da Feiúra Negra
MICHELE: Nossa sala não tem isso não, preconceito, questão de
cor, não. Às vezes eu comento que o Péricles ele é negro, mas tem
os traços bonitos, não é? [afirmação entre risos diante das
expressões de “zoação” de Michel e Maísa]
MICHELE: Não, é sério!
MICHEL: Cê tá entregando! [risos]
MICHELE: Ele tem os traços bonitos, ele é simpático. (GD: A.D –
Misto: parte do Segmento 669-681)
• Discursos sobre a beleza no ponto de vista dos jovens e
suas vinculações com as relações raciais
O Caso do Valor da Mestiçagem
MARINA: E uma coisa também, tipo assim, tem um casal, um negro
e outro branco, aí sai aquele filho assim... Pode ser branquinho,
só que com aqueles traços negros, aí fica aquela coisa linda,
porque tipo a Bruna, ela é branquinha do olho claro e ela tem os
traços fortes e ela é bonita. Eu não sei, porque eu não conheço a
família dela, mas acho que isso não vem só da pessoa branca,
entendeu? Só que o povo vai falar assim: “Não! É branco!” Que
sei lá o que, só que tipo, ele tem alguma coisa negra, entendeu?
PESQUISADORA: E ele é bonito? É isso?
MARINA: É! A Bruna, ela é branquinha, olho verde, azul, sei lá. E
tipo assim, ela tem os traços muito fortes, entendeu? E ela é
muito bonita! (GD: A.D – Misto: Parte do Segmento 279-301)
Breves observações sobre outros desdobramentos
relacionados à questão racial presentes no discurso dos
jovens e apontamentos de um amplo campo de estudos a ser
explorado
• “Negro é feio” – discutido nos casos
• “Negro é ladrão”
• “Negro é incompetente”.
• “Negro é punição”,
• “Negro é preconceituoso”.
Considerações Finais
• “Sem querer você mostra o seu preconceito!”: fala nativa e a
existência do preconceito e mesmo do racismo nos desdobramentos
de sua aparente não existência.
• Confirmação da possibilidade de tratar das relações entre os jovens
pretos, pardos e brancos da turma investigada, visto que a categoria
raça mostrou-se significativa no processo de percepções de si e do
outro na dinâmica das interações sociais experimentadas pelos
jovens, internas e externas à escola.
Referência bibliográfica
• DIAS, Fernanda Vasconcelos. “Sem querer você
mostra o seu preconceito!” : um estudo sobre as
relações raciais entre jovens estudantes de uma
escola de Ensino Médio / Fernanda Vasconcelos
Dias. - UFMG/FaE, 2011.

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Lacunas e possibilidades na articulação entre juventudes e relações raciais no campo de estudo e de pesquisa

Dissertação - crítica a partir de vestido de noiva.pdf
Dissertação - crítica a partir de vestido de noiva.pdfDissertação - crítica a partir de vestido de noiva.pdf
Dissertação - crítica a partir de vestido de noiva.pdfcarlosaldo2
 
Dissertação - crítica a partir de vestido de noiva.pdf
Dissertação - crítica a partir de vestido de noiva.pdfDissertação - crítica a partir de vestido de noiva.pdf
Dissertação - crítica a partir de vestido de noiva.pdfcarlosaldo2
 
"Prô dia nascer feliz" - Suzana de castro e a "Escola do Mundo" de Carlos Al...
"Prô dia nascer feliz"  - Suzana de castro e a "Escola do Mundo" de Carlos Al..."Prô dia nascer feliz"  - Suzana de castro e a "Escola do Mundo" de Carlos Al...
"Prô dia nascer feliz" - Suzana de castro e a "Escola do Mundo" de Carlos Al...Conspiração Mineira pela Educação
 
Cleosimarina maia de lima professor inovador
Cleosimarina maia de lima   professor inovadorCleosimarina maia de lima   professor inovador
Cleosimarina maia de lima professor inovadorSimoneHelenDrumond
 
A escola é para poucos? Marilda Gonçalves Dias Facci
A escola é para poucos? Marilda Gonçalves Dias FacciA escola é para poucos? Marilda Gonçalves Dias Facci
A escola é para poucos? Marilda Gonçalves Dias Faccicefaidreguaianases
 
A escola é para poucos - Facci
A escola é para poucos - Facci A escola é para poucos - Facci
A escola é para poucos - Facci cefaidreguaianases
 
Discurso de Formatura
Discurso de FormaturaDiscurso de Formatura
Discurso de FormaturaJuliana Gulka
 
Discriminação uma face da violência nas escolas linha direta junho 2009 (1)
Discriminação uma face da violência nas escolas  linha direta junho 2009 (1)Discriminação uma face da violência nas escolas  linha direta junho 2009 (1)
Discriminação uma face da violência nas escolas linha direta junho 2009 (1)bbetocosta77
 
Educação e diversidade
Educação e diversidadeEducação e diversidade
Educação e diversidadeGeize Ronilson
 
Direitos humanos e pluralidade cultural
Direitos humanos e pluralidade culturalDireitos humanos e pluralidade cultural
Direitos humanos e pluralidade culturalElaine Krauze
 
AGORA ESTAMOS AQUI - Um olhar sobre as cotas raciais da UFF
AGORA ESTAMOS AQUI - Um olhar sobre as cotas raciais da UFFAGORA ESTAMOS AQUI - Um olhar sobre as cotas raciais da UFF
AGORA ESTAMOS AQUI - Um olhar sobre as cotas raciais da UFFElenaWesley1
 
Relações de gênero e história das mulheres na
Relações de gênero e história das mulheres naRelações de gênero e história das mulheres na
Relações de gênero e história das mulheres naNatália Barros
 
Professores educação alunos_asiáticos
Professores educação alunos_asiáticosProfessores educação alunos_asiáticos
Professores educação alunos_asiáticosNewton C Braga
 
Projeto integralizador menina bonita
Projeto integralizador menina bonitaProjeto integralizador menina bonita
Projeto integralizador menina bonitaDiulha Colombo
 
Estudo - Educação antirracista e anti misogina.pptx
Estudo - Educação antirracista e anti misogina.pptxEstudo - Educação antirracista e anti misogina.pptx
Estudo - Educação antirracista e anti misogina.pptxKarineNascimentoSilv
 

Semelhante a Lacunas e possibilidades na articulação entre juventudes e relações raciais no campo de estudo e de pesquisa (20)

Educação não tem cor
Educação não tem corEducação não tem cor
Educação não tem cor
 
Dissertação - crítica a partir de vestido de noiva.pdf
Dissertação - crítica a partir de vestido de noiva.pdfDissertação - crítica a partir de vestido de noiva.pdf
Dissertação - crítica a partir de vestido de noiva.pdf
 
Dissertação - crítica a partir de vestido de noiva.pdf
Dissertação - crítica a partir de vestido de noiva.pdfDissertação - crítica a partir de vestido de noiva.pdf
Dissertação - crítica a partir de vestido de noiva.pdf
 
"Prô dia nascer feliz" - Suzana de castro e a "Escola do Mundo" de Carlos Al...
"Prô dia nascer feliz"  - Suzana de castro e a "Escola do Mundo" de Carlos Al..."Prô dia nascer feliz"  - Suzana de castro e a "Escola do Mundo" de Carlos Al...
"Prô dia nascer feliz" - Suzana de castro e a "Escola do Mundo" de Carlos Al...
 
Cleosimarina maia de lima professor inovador
Cleosimarina maia de lima   professor inovadorCleosimarina maia de lima   professor inovador
Cleosimarina maia de lima professor inovador
 
Ativi 4 mariajosels
Ativi 4 mariajoselsAtivi 4 mariajosels
Ativi 4 mariajosels
 
A escola é para poucos? Marilda Gonçalves Dias Facci
A escola é para poucos? Marilda Gonçalves Dias FacciA escola é para poucos? Marilda Gonçalves Dias Facci
A escola é para poucos? Marilda Gonçalves Dias Facci
 
A escola é para poucos - Facci
A escola é para poucos - Facci A escola é para poucos - Facci
A escola é para poucos - Facci
 
Discurso de Formatura
Discurso de FormaturaDiscurso de Formatura
Discurso de Formatura
 
Perfil - JoBásico
Perfil - JoBásicoPerfil - JoBásico
Perfil - JoBásico
 
Tese de denise maria antunes cordeiro na educação da uff em 2008
Tese de denise maria antunes cordeiro na educação da uff em 2008Tese de denise maria antunes cordeiro na educação da uff em 2008
Tese de denise maria antunes cordeiro na educação da uff em 2008
 
SLIDES BISA BIA, BISA BEL.pptx
SLIDES BISA BIA, BISA BEL.pptxSLIDES BISA BIA, BISA BEL.pptx
SLIDES BISA BIA, BISA BEL.pptx
 
Discriminação uma face da violência nas escolas linha direta junho 2009 (1)
Discriminação uma face da violência nas escolas  linha direta junho 2009 (1)Discriminação uma face da violência nas escolas  linha direta junho 2009 (1)
Discriminação uma face da violência nas escolas linha direta junho 2009 (1)
 
Educação e diversidade
Educação e diversidadeEducação e diversidade
Educação e diversidade
 
Direitos humanos e pluralidade cultural
Direitos humanos e pluralidade culturalDireitos humanos e pluralidade cultural
Direitos humanos e pluralidade cultural
 
AGORA ESTAMOS AQUI - Um olhar sobre as cotas raciais da UFF
AGORA ESTAMOS AQUI - Um olhar sobre as cotas raciais da UFFAGORA ESTAMOS AQUI - Um olhar sobre as cotas raciais da UFF
AGORA ESTAMOS AQUI - Um olhar sobre as cotas raciais da UFF
 
Relações de gênero e história das mulheres na
Relações de gênero e história das mulheres naRelações de gênero e história das mulheres na
Relações de gênero e história das mulheres na
 
Professores educação alunos_asiáticos
Professores educação alunos_asiáticosProfessores educação alunos_asiáticos
Professores educação alunos_asiáticos
 
Projeto integralizador menina bonita
Projeto integralizador menina bonitaProjeto integralizador menina bonita
Projeto integralizador menina bonita
 
Estudo - Educação antirracista e anti misogina.pptx
Estudo - Educação antirracista e anti misogina.pptxEstudo - Educação antirracista e anti misogina.pptx
Estudo - Educação antirracista e anti misogina.pptx
 

Mais de Fernanda Vasconcelos Dias

Mini-Research on Single Methodology & Study: The Case Study
Mini-Research on Single Methodology & Study: The Case StudyMini-Research on Single Methodology & Study: The Case Study
Mini-Research on Single Methodology & Study: The Case StudyFernanda Vasconcelos Dias
 
Mini-research: Pierre BOURDIEU’S THEORIES in relation to organizational behav...
Mini-research: Pierre BOURDIEU’S THEORIES in relation to organizational behav...Mini-research: Pierre BOURDIEU’S THEORIES in relation to organizational behav...
Mini-research: Pierre BOURDIEU’S THEORIES in relation to organizational behav...Fernanda Vasconcelos Dias
 
Dos alcances e limites da utilização do Grupo de Discussão
Dos alcances e limites da  utilização do Grupo de DiscussãoDos alcances e limites da  utilização do Grupo de Discussão
Dos alcances e limites da utilização do Grupo de DiscussãoFernanda Vasconcelos Dias
 
Os Estabelecidos e os Outsiders de Norbert Elias
Os Estabelecidos e os Outsiders de Norbert EliasOs Estabelecidos e os Outsiders de Norbert Elias
Os Estabelecidos e os Outsiders de Norbert EliasFernanda Vasconcelos Dias
 
Formação para professores prefeitura municipal de pará de minas - mg 2010
Formação para professores   prefeitura municipal de pará de minas - mg 2010Formação para professores   prefeitura municipal de pará de minas - mg 2010
Formação para professores prefeitura municipal de pará de minas - mg 2010Fernanda Vasconcelos Dias
 
Juventudes e relações etnico raciais - projeto juventudes em debate - 2010
Juventudes e relações etnico raciais - projeto juventudes em debate - 2010Juventudes e relações etnico raciais - projeto juventudes em debate - 2010
Juventudes e relações etnico raciais - projeto juventudes em debate - 2010Fernanda Vasconcelos Dias
 

Mais de Fernanda Vasconcelos Dias (6)

Mini-Research on Single Methodology & Study: The Case Study
Mini-Research on Single Methodology & Study: The Case StudyMini-Research on Single Methodology & Study: The Case Study
Mini-Research on Single Methodology & Study: The Case Study
 
Mini-research: Pierre BOURDIEU’S THEORIES in relation to organizational behav...
Mini-research: Pierre BOURDIEU’S THEORIES in relation to organizational behav...Mini-research: Pierre BOURDIEU’S THEORIES in relation to organizational behav...
Mini-research: Pierre BOURDIEU’S THEORIES in relation to organizational behav...
 
Dos alcances e limites da utilização do Grupo de Discussão
Dos alcances e limites da  utilização do Grupo de DiscussãoDos alcances e limites da  utilização do Grupo de Discussão
Dos alcances e limites da utilização do Grupo de Discussão
 
Os Estabelecidos e os Outsiders de Norbert Elias
Os Estabelecidos e os Outsiders de Norbert EliasOs Estabelecidos e os Outsiders de Norbert Elias
Os Estabelecidos e os Outsiders de Norbert Elias
 
Formação para professores prefeitura municipal de pará de minas - mg 2010
Formação para professores   prefeitura municipal de pará de minas - mg 2010Formação para professores   prefeitura municipal de pará de minas - mg 2010
Formação para professores prefeitura municipal de pará de minas - mg 2010
 
Juventudes e relações etnico raciais - projeto juventudes em debate - 2010
Juventudes e relações etnico raciais - projeto juventudes em debate - 2010Juventudes e relações etnico raciais - projeto juventudes em debate - 2010
Juventudes e relações etnico raciais - projeto juventudes em debate - 2010
 

Último

5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasJogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasSocorro Machado
 
Projeto Nós propomos! Sertã, 2024 - Chupetas Eletrónicas.pptx
Projeto Nós propomos! Sertã, 2024 - Chupetas Eletrónicas.pptxProjeto Nós propomos! Sertã, 2024 - Chupetas Eletrónicas.pptx
Projeto Nós propomos! Sertã, 2024 - Chupetas Eletrónicas.pptxIlda Bicacro
 
praticas experimentais 1 ano ensino médio
praticas experimentais 1 ano ensino médiopraticas experimentais 1 ano ensino médio
praticas experimentais 1 ano ensino médiorosenilrucks
 
Antero de Quental, sua vida e sua escrita
Antero de Quental, sua vida e sua escritaAntero de Quental, sua vida e sua escrita
Antero de Quental, sua vida e sua escritaPaula Duarte
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaHELENO FAVACHO
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxTailsonSantos1
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfHELENO FAVACHO
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfWagnerCamposCEA
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSOLeloIurk1
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfHELENO FAVACHO
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...HELENO FAVACHO
 
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...Francisco Márcio Bezerra Oliveira
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médiorosenilrucks
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Maria Teresa Thomaz
 

Último (20)

5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasJogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
 
Projeto Nós propomos! Sertã, 2024 - Chupetas Eletrónicas.pptx
Projeto Nós propomos! Sertã, 2024 - Chupetas Eletrónicas.pptxProjeto Nós propomos! Sertã, 2024 - Chupetas Eletrónicas.pptx
Projeto Nós propomos! Sertã, 2024 - Chupetas Eletrónicas.pptx
 
praticas experimentais 1 ano ensino médio
praticas experimentais 1 ano ensino médiopraticas experimentais 1 ano ensino médio
praticas experimentais 1 ano ensino médio
 
Antero de Quental, sua vida e sua escrita
Antero de Quental, sua vida e sua escritaAntero de Quental, sua vida e sua escrita
Antero de Quental, sua vida e sua escrita
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
 
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
 

Lacunas e possibilidades na articulação entre juventudes e relações raciais no campo de estudo e de pesquisa

  • 1. Lacunas e possibilidades na articulação entre juventudes e relações raciais no campo de estudo e de pesquisa Fernanda Vasconcelos Dias Pedagoga, Mestre em Educação pela FaE/UFMG Programa Observatório da Juventude da UFMG 23.08.2013 Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais Disciplina: Juventude e Relações Raciais
  • 2. Para iniciar a discussão… • Observatório da Juventude • Parceria ObservAções e experiências na militância estudantil; • Pesquisa de Mestrado: “Sem querer você mostra o seu preconceito!”: um estudo sobre as relações raciais entre jovens estudantes de uma escola de Ensino Médio.
  • 3. A dissertação • Objetivo Geral: Compreender como se estabelecem as relações raciais entre jovens negros (pardos e pretos) e brancos estudantes de uma escola pública de Ensino Médio, verificando como estes jovens significam estas relações no interior da sala de aula e elaboram suas concepções a respeito da questão racial.
  • 4. Sujeitos e contexto de pesquisa • Escola Abdias Nascimento, bairro Cachoeirinha, BH/MG • 1 sala de aula de 3º ano do Ensino Médio (Turma 3B) • Faixa etária entre 15 e 20 anos • Autodeclaração racial (conforme categorias do IBGE) somando 28 negros (16 pardos e 12 pretos), 10 brancos e 2 indígenas • 12 jovens do sexo masculino e 28 jovens do sexo feminino • 40 jovens estudantes responderam o Questionário de Perfil Socioeconômico • 34 jovens participaram dos Grupos de Discussão • 4 jovens foram entrevistados individualmente (Autodeclaração racial: 1 preto/ 1 preta / 1 branca / 1 parda
  • 5. Das Lacunas e Possibilidades na articulação entre juventudes e relações raciais no campo de estudo e de pesquisa
  • 6. Organização do trabalho • Introdução • Capítulo 1- Breve contextualização sobre Juventude, Relações Raciais e a Escola de Ensino Médio • Capítulo 2 - O campo da pesquisa e seus sujeitos • Capítulo 3 - As relações raciais na Turma 3B • Capítulo 4 - A sutileza das relações raciais e suas repercussões no cotidiano escolar da Turma 3B • Considerações Finais
  • 7. Da definição do objeto de pesquisa ao percurso metodológico: lacunas e possibilidades • Construção objeto de pesquisa: problema, objetivos e a necessidade de questionar o que parece “dado”. • Definição da amostra: quem são os sujeitos da pesquisa? Qual escola? Qual/quantas turmas? Como definir esses sujeitos e escola? • Tensões a cerca do objeto de estudo: entraves relacionados a estudar o tema “raça” e “relações raciais” – negação da interferência da temática na realidade escolar , estranhamento, resistências e artifícios do/a pesquisador/a. • Destaque: ▫ A investigação tem caráter qualitativo e figura-se como um Estudo de Caso. O processo de escolha da escola específica partiu da análise de dados do PROEB (Programa de Avaliação da Educação Básica) - 2007.
  • 8. Do Referencial Teórico e definição de conceitos principais: lacunas e possibilidades • Juventudes(s) • Raça e Relações Raciais • Ensino Médio, Desigualdades Educacionais e Raciais • Destaques: ▫ Necessidade de definição conceitual; conceitos envoltos em tensões acadêmicas e sociais; posicionamento político do/a pesquisador/a
  • 9. Do campo de pesquisa: lacunas e possibilidades • Tempo de “acomodação” e consciência da condição permanente de “não igual”; • Relacionar-se para pesquisar “relações”, sem deixar de “estranhar”; • Vigilância contínua diante das situações envolvendo as concepções raciais dos sujeitos pesquisados; • Experimentações de instrumentos metodológicos e auto-crítica diante dessas iniciativas.
  • 10. Percurso Metodológico • Na pesquisa de campo foram utilizados como escopo metodológico, os seguintes instrumentos:  Observação Participante em sala de aula  Aplicação de Questionário de Perfil Socioeconômico direcionado aos jovens  Aplicação de questionário sobre a opinião docente a respeito da turma investigada  Realização de Grupos de Discussão com jovens dos diferentes grupos raciais e de cor  Realização de Entrevistas Semiestruturadas  Utilização de documentos e dados relacionados à escola e aos jovens estudantes • PONDERAÇÕES/DESCARTES: Questionário sociométrico; cautela relacionada aos falas posteriores ao segundo trecho de filme; GD- Piloto e GD-6 (GDs realizados e GDs analisados.
  • 11. Bate o sinal para o primeiro horário de aula. Subindo as largas escadas que dão acesso ao segundo andar do prédio escolar, me dirigi para o lado direito do corredor. Algumas meninas se aproximaram para me dar aquele abraço e beijinho no rosto de “Bom Dia”, mas, na maioria das vezes, eu era recepcionada com um leve aceno ou um sorriso ou parecia nem ser notada. Meu olhar sonolento, devido à mudança de rotina imposta pela ida diária à escola, cruzava com os olhares curiosos que partiam dos jovens de outras turmas que não me conheciam e pareciam estranhar minha familiaridade com os alunos da Turma 3B e minha cotidiana presença na Sala 11. Engraçado que já me perguntaram até se eu era mais uma aluna. Claro que eu sorri. Logo, alguém se apressou em dizer o que eu fazia ali e que a melhor turma havia sido escolhida por mim, por isso eu ia para a aula todos os dias. Em seguida, vinham os risos. Como de costume, parei na frente da sala ampla, com janelas grandes ao fundo e ambiente iluminado. Observei quem estava lá dentro e logo a adentrei. Atravessei a porta e, andando em direção ao fundo, fui escolhendo ao lado de quem me sentaria. A turma estava agitada, situação recorrente naquele cenário. Entrei no clima, puxando conversa com um jovem aluno negro ao lado do qual sentara, enquanto a professora não chegava. Comecei a notar que minha permanência na sala de aula já estava se tornando, digamos, mais comum. Eu já me sentia mais à vontade e acho que os jovens também. Ri por dentro quando uma jovem “puxou minha orelha” pelo leve atraso daquele dia, dizendo que tiraria pontos de mim se eu faltasse. Sorri para ela também. Os jovens foram muito legais comigo e até um apelido eu ganhei! Algumas vezes, o corinho puxado por algumas meninas entoava: “Tia Nanda! Tia Nanda!”. Eu ria bastante. Ficava envergonhada, mas tocada pelo carinho. Naquela turma cheia, me aproximar de todos seria um desafio, mas, aos poucos, fui percebendo que o segredo poderia estar em me deixar conhecer para conseguir conhecê-los melhor. Diário de Campo - 2010
  • 12. Do desenvolvimento • Necessidade de conhecer o histórico discente da Turma B ▫ Naquele contexto específico, independente do quesito raça/cor, a sala de aula contava com jovens oriundos de camadas populares, que vivenciaram percalços no seu percurso escolar, demonstrando rendimento escolar mediano no 3º ano e que geralmente, mantinham relações tensionadas com boa parte de seus professores
  • 13.
  • 14. • A heteroatribuição racial entre os jovens estudantes e seus apontamentos MICHELE: Então, negro mesmo na nossa sala, só o Perícles e a Patrícia! MARINA: É, mas isso não é uma questão assim de branco, negro, as pessoas mais branquinhas da sala são quem? Maísa, Bruna, Betina, Brigite e acho que só, né? MARIANA: E Betânia também é branquinha. MARINA: A Betânia e a... A Beth também é! MAÍSA: É, é a... Beth. MARINA: Tipo, o resto, todo mundo assim, não é negro, mas tipo, como diz a Patrícia, tem o pé na senzala! [risos] (GD: A.D – Misto: parte do Segmento 636-652; grifo nosso indicando falas entre risos)
  • 15. • Para explicar sua percepção quanto à presença de muitos negros na Turma 3B, a jovem Mariana (18 anos, parda) contou-nos sobre um comentário feito por um aluno da escola, que estudava em outra sala de aula. Na narração de Mariana, este jovem teria comentado sobre a existência de um “lado escuro na sala”, referindo-se à presença de estudantes negros. Conforme a jovem, ainda, esta fala surgiu em tom de crítica, com referência àqueles que estavam mais ao fundo da sala de aula investigada. (DIAS, 2011, p. 174-175) • De fato, a jovem não esconde que seus colegas que se sentavam mais próximos ficavam “zuando”, justificando que isso ocorria “porque geralmente no grupo de trás todas eram negras. Todas, todas!” Nesse sentido a jovem diz o seguinte: Não tinha ninguém branca ali [As Amigas de Angola] e tinha os meninos também [Os Amigos da África do Sul], mas eu tô falando do grupo em si, assim! Quando alguém entrava na sala, via que aquele meio, tudo assim né? Aí os meninos brincava, tipo assim, cantava: “a macacada reunida...” [risos] Eles brincavam muito assim, e também quando elas falavam, faziam alguma gracinha, todo mundo: “Só podia, só podia não entendo isso, só podia ser...” [negras] Eles brincavam assim, sabe? (Beatriz, 17anos, branca – Entrevista Individual) • Destaque: ▫ O campo colocou-me diante de diversas discussões novas, com por exemplo, mesmo trabalhando com o conceito social de raça as falas dos jovens apontavam para uma representação social do negro ainda racialista, com representações demonstrando ainda um racismo vinculado ao racialismo – da existência de raças.
  • 16. • A heteroatribuição racial entre os jovens estudantes e seus apontamentos MICHELE: Então, negro mesmo na nossa sala, só o Perícles e a Patrícia! MARINA: É, mas isso não é uma questão assim de branco, negro, as pessoas mais branquinhas da sala são quem? Maísa, Bruna, Betina, Brigite e acho que só, né? MARIANA: E Betânia também é branquinha. MARINA: A Betânia e a... A Beth também é! MAÍSA: É, é a... Beth. MARINA: Tipo, o resto, todo mundo assim, não é negro, mas tipo, como diz a Patrícia, tem o pé na senzala! [risos] (GD: A.D – Misto: parte do Segmento 636-652; grifo nosso indicando falas entre risos)
  • 17. • As brincadeiras de cunho racial, sua incidência e suas repercussões no cotidiano escolar Hoje, na aula de Português, a Poliane emprestou o seu lápis para o Péricles. Eu estava sentada próxima deste jovem e o empréstimo foi feito sem maiores comentários entre os dois, que apareciam envolvidos com a atividade escolar. O Paulo virou para trás e fez o seguinte comentário: “Tem macumba aí!” Num tom de riso, referindo-se ao lápis emprestado, que já estava nas mãos de Péricles. E ele acrescentou, olhando para Poliane: “Essa raça maldita!” e em seguida riu. Poliane voltou um olhar de desdém para Paulo e Péricles balançou a cabeça, emitindo um leve sorriso. Fiquei com a impressão de que as jovens sentadas no fundo escutaram a brincadeira, pois estavam sentadas perto de Paulo, que falou em tom de voz mediano. Não houve reação de Poliane nem comentários das meninas próximas. Acho que elas fizeram de conta que não ouviram. (Diário de Campo – Dia 06.07.2010, terça-feira)
  • 18. O que nós acabamos de ver? Trechos de falas de estudantes – Grupos de Discussão – Pesquisa de Campo – DIAS, 2011)
  • 19. • Discursos sobre a beleza no ponto de vista dos jovens e suas vinculações com as relações raciais O Caso do Orgulho Branco MARINA: Eu acho também, não é que faz a pessoa ser bonita, mas às vezes até assim, mais valorizada, entre aspas, assim! Porque tipo assim, cê olha lá na revista, aí tá aquela mulher, aquela loirona, aquela coisa assim. Aí eu falo assim: “Nossa, a Maísa parece com aquela mulher!” Aí falo: “Nó, a Maísa é bonita!” Sei lá o que. Não deixa de ser uma coisa assim de padrão, entendeu? MICHEL: E a Maísa vai sentir orgulho! MARIANA: É! MICHEL: Vai falar: “Nossa, eu pareço com aquela mulher!” [risos]. (GD: A.D – Misto: Segmento 379-386)
  • 20. • Discursos sobre a beleza no ponto de vista dos jovens e suas vinculações com as relações raciais O Caso da Feiúra Negra MICHELE: Nossa sala não tem isso não, preconceito, questão de cor, não. Às vezes eu comento que o Péricles ele é negro, mas tem os traços bonitos, não é? [afirmação entre risos diante das expressões de “zoação” de Michel e Maísa] MICHELE: Não, é sério! MICHEL: Cê tá entregando! [risos] MICHELE: Ele tem os traços bonitos, ele é simpático. (GD: A.D – Misto: parte do Segmento 669-681)
  • 21. • Discursos sobre a beleza no ponto de vista dos jovens e suas vinculações com as relações raciais O Caso do Valor da Mestiçagem MARINA: E uma coisa também, tipo assim, tem um casal, um negro e outro branco, aí sai aquele filho assim... Pode ser branquinho, só que com aqueles traços negros, aí fica aquela coisa linda, porque tipo a Bruna, ela é branquinha do olho claro e ela tem os traços fortes e ela é bonita. Eu não sei, porque eu não conheço a família dela, mas acho que isso não vem só da pessoa branca, entendeu? Só que o povo vai falar assim: “Não! É branco!” Que sei lá o que, só que tipo, ele tem alguma coisa negra, entendeu? PESQUISADORA: E ele é bonito? É isso? MARINA: É! A Bruna, ela é branquinha, olho verde, azul, sei lá. E tipo assim, ela tem os traços muito fortes, entendeu? E ela é muito bonita! (GD: A.D – Misto: Parte do Segmento 279-301)
  • 22. Breves observações sobre outros desdobramentos relacionados à questão racial presentes no discurso dos jovens e apontamentos de um amplo campo de estudos a ser explorado • “Negro é feio” – discutido nos casos • “Negro é ladrão” • “Negro é incompetente”. • “Negro é punição”, • “Negro é preconceituoso”.
  • 23. Considerações Finais • “Sem querer você mostra o seu preconceito!”: fala nativa e a existência do preconceito e mesmo do racismo nos desdobramentos de sua aparente não existência. • Confirmação da possibilidade de tratar das relações entre os jovens pretos, pardos e brancos da turma investigada, visto que a categoria raça mostrou-se significativa no processo de percepções de si e do outro na dinâmica das interações sociais experimentadas pelos jovens, internas e externas à escola.
  • 24. Referência bibliográfica • DIAS, Fernanda Vasconcelos. “Sem querer você mostra o seu preconceito!” : um estudo sobre as relações raciais entre jovens estudantes de uma escola de Ensino Médio / Fernanda Vasconcelos Dias. - UFMG/FaE, 2011.