O editorial discute a conexão entre o ser humano e a natureza, e como esta relação vem sendo perdida, prejudicando o equilíbrio de ambos. Uma reportagem mostra que problemas como depressão e ansiedade podem ter aspectos positivos quando enfrentados da maneira certa. Outra matéria fala sobre a importância de trabalhar a autoestima antes de iniciar um novo relacionamento.
BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus, Estrutura Celular de Célula...
Revista bem estar-27-07-14
1.
2. Editorial
A edição deste domingo começa mostrando como o ser
humano e a natureza estão interligados pelas funções que
os regem, e que esta conexão, que vem sendo perdida,
precisa ser preservada para o bem e o equilíbrio de
ambos. Em “O lado bom das coisas ruins”, reportagem de
destaque nesta edição, um apanhado de vários estudos
no mundo que nos ajudam a perceber algumas
dificuldades com um olhar mais otimista. Problemas de
ordem emocional, como depressão, ansiedade e TDAH,
têm potencial transformador quando sabemos
identificá-los e aprendemos com o que têm a ensinar. Não
se trata de fazer a Pollyanna e enxergar tudo “cor de
rosa”. Deve-se enfrentar o lado cinza da vida, porque só
assim é possível reencontrar as cores que fazem tudo
valer a pena. Outra reportagem aborda o que é preciso
trabalhar em nós mesmos (autoestima, autoconfiança...)
antes de abrir a porta para um novo amor. Em “Aqui se
faz, aqui se paga?”, uma análise sobre o que chamamos
de carma, e como é possível “corrigir” a rota ainda nesta
vida. E uma reportagem positiva sobre um assunto que
interessa às mulheres: a chegada da menopausa e o início
desta nova fase, que pode representar algumas
redescobertas. Que sua semana seja de paz até nosso
reencontro, no próximo domingo.
13
Neurocirurgião e coach diz que o
controle efetivo da mente exige
enxergar, sentir, viver no
presente e aceitar a realidade
Divulgação
24
Miami continua divertida e
acolhedora, não apenas
para fazer compras
16
Autor da nova novela das nove,
“Império”, Aguinaldo Silva diz que se
sente como um garoto de 18 anos
Poesia
Aninha e suas pedras
Não te deixes destruir…
Ajuntando novas pedras
e construindo novos poemas.
Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.
Faz de tua vida mesquinha
um poema.
E viverás no coração dos jovens
e na memória das gerações que hão de vir.
Esta fonte é para uso de todos os sedentos.
Toma a tua parte.
Vem a estas páginas
e não entraves seu uso
aos que têm sede.
Cora Coralina
Chris Rudge Leite
Turismo
Guilherme Baffi
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DIÁRIO DA REGIÃO
Enfrente o cinza e
anseie por cores
Eduardo Silva
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2 / São José do Rio Preto, 27 de julho de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
3. Meio ambiente
REINTEGRADO AO VERDE
Relação entre as funções do corpo e os elementos terra, água, fogo e ar mostra uma
ligação do homem com a natureza. Mas esta conexão ancestral vem sendo perdida
Gisele Bortoleto
gisele.bortoleto@diariodaregiao.com.br
Ouniverso está baseado emumprincí-pio
fundamental, o da unicidade e da rela-ção
mútua entre todas as coisas. O ho-mem
moderno necessita resgatar uma an-tiga
visão de si, da natureza e de sua pró-pria
relação com ela para poder sobrevi-ver.
O homem, sendo potencialmente o
agente consciente e transformador do am-biente
onde vive, neste mundo materialis-ta
(cultuador da ciência e do progresso ),
necessita de uma atitude simples e respon-sável
para consigo mesmo, para se conhe-cer
como ser humano integrante de um
cosmos universal e com uma hierarquia.
“A natureza é pródiga em fornecer ao
ser humano os quatro elementos em abun-dância
para sua sobrevivência”, explica o
neurocirurgião e coach Eduardo Silva.
Na selva de concreto das edificações onde
vive, ele fica sujeito a perda de energia,
baixa imunidade e facilidade para doen-ças
de ordem física e mental. No refúgio
da natureza ainda não danificada ou des-truída
é onde ele encontra os elementos
oriundos da terra, da água, do ar e do fo-go,
que são imprescindíveis para manter
sua homeostase, seu equilíbrio, sua har-monia
e sua sobrevivência. A alquimia
que o ser humano deve manter com a na-tureza
é de total respeito, preservação, re-novação
e veneração, porque a natureza
responde conforme sua ação.
Oser humano é totalmente dependen-te
da natureza e não consegue sobreviver
sem ela. Há uma integração total e harmô-nica
quando ele a respeita. “Todos os ele-mentos
da natureza estão representados
no ser humano. A terra, onde se originam
os minerais e as substâncias orgânicas, fa-zem
parte da constituição, da estrutura e
da solidez do corpo”, diz Silva. É repre-sentada
pelos ossos, músculos, cartila-gem,
articulações, ligamentos, pele e de-mais
tecidos e órgãos. A água, que perfaz
três quartos do planeta, tem proporção se-melhante
no corpo humano. “A água flui
no corpo através do sangue, das lágrimas,
do suor, da linfa, dos líquidos sinoviais e
da urina, e serve como meio de transpor-te,
limpeza, lubrificação, desintoxicação e
eliminação de impurezas”, complementa.
Oar da atmosfera penetra no corpo pe-la
inspiração através do nariz e das
vias aéreas, faz a troca ao nível
dos pulmões, aonde leva oxigê-nio
e retira o gás carbônico
que é absorvido e reciclado
pelas plantas.
Oelemento fogo, repre-sentado
na natureza pelo
sol, permite o desencadea-mento
da fotossíntese res-ponsável
pela fabricação
dos alimentos. “No corpo
humano, o fogo torna-se
responsável pelas reações
químicas, pelo metabolis-mo,
pela digestão dos ali-mentos,
pelo aumento da
temperatura e pelos impulsos
elétricos nas membranas das
células”, diz ainda o médico.
No coração e no cérebro, são res-ponsáveis
pela propagação dos im-pulsos
elétricos que criam um campo
eletromagnético responsável por manter
o funcionamento normal desses órgãos.
“Estamos falando sobre um resgate
dessa conexão, que foi perdida”, explica o
coach e iogaterapeuta Salvador Hernan-des.
Ohomem faz parte da natureza. Seus
ciclos biológicos obedecem aos ritmos da
natureza, como, por exemplo, o ciclo cir-cadiano,
que é o ciclo de 24 horas. “Nós
fomos feitos para dormir à noite e estar
acordados pela manhã. Biologicamente,
certas funções só acontecem à noite,
quando dormimos, como a formação de
certos tipos de memória e de funções cere-brais
específicas.”
O hormônio melatonina é produzido
à meia-noite, e se o indivíduo recebeu estí-mulo
de luminosidade solar durante o
dia. Que falar então do ciclo hormonal fe-minino?
Puramente regido pelo ciclo lu-nar
de 28 dias. “Tudo isso mostra que, ori-ginalmente,
éramos integrados à nature-za
e seus ciclos, mas fomos nos afastando
gradualmente, com as múltiplas necessi-dades
da vida moderna”, diz.
Precisamos mais da vitamina V, a vi-tamina
do “verde”, estar diante da na-tureza,
para absorver energia mais pu-ra
dos ambientes verdes. “Todos nós
nos sentimos revigorados quando esta-mos
numa mata, numa cachoeira, nu-ma
praia. Existe, sim, uma energia vi-tal
presente nestes ambientes e que é
diferente da energia dos aglomerados
urbanos. Quando andamos com o
pé no chão, fazemos esse contato
com a terra. Quando nadamos
nas águas de um riacho ou do
mar, nos abastecemos dessa ener-gia”,
diz Hernandes.
“Não necessariamente precisa-mos
estar todos os dias nestes lo-cais,
já que vivemos na cidade, mas
podemos andar descalços na nossa ca-sa,
no nosso jardim, podemos ter nos-sas
plantas em nossa casa, caminhar na
represa...”, reforça.
Stock Images/Divulgação
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 27 de julho de 2014 / 3
4. Especial
O LADO BOM DAS
COISAS RUINS
Depressão, ansiedade, pessimismo, desatenção... Novos estudos mostram
como esses problemas podem nos tornar seres humanos mais fortes
Gisele Bortoleto
gisele.bortoleto@diariodaregiao.com.br
Temos mania de achar que os
problemas só têm lado negativo,
mas se você encará-los de outra for-ma
e decidir ser feliz apesar deles,
dá para passar por tudo com um sor-riso
no rosto e aproveitar o lado
bom. Acredite: tudo tem seu lado
bom, até os problemas. Não se es-queça
que a vida é uma só e depen-de
de nós tirar dela o melhor provei-to.
A verdade é que todos almeja-mos
o máximo da vida, querendo
que seja repleta apenas de bons
acontecimentos, momentos felizes.
Faz parte da natureza humana que-rer
que tudo esteja sob controle. Is-so
dá segurança. Mas, na vida real,
nem é sempre assim, e as coisas fo-gem
da programação: ficamos depri-midos,
ansiosos, temos nossos mo-mentos
de pessimismo, sensação de
fracasso.
Muitas vezes, quando você ten-tar
encontrar soluções, percebe que
a resposta não vem, e sua vida conti-nua
de cabeça para baixo. A questão
é tentar manter o controle da situa-ção.
O escritor David Shenk, no li-vro
“O Gênio em Todos Nós” (ed.
Zahar), lembra que “nosso cérebro
e nosso corpo são aparelhados para
a plasticidade, são construídos para
enfrentar desafios e se adaptar.”
A depressão segundo Darwin
Um pouco difícil conseguir
encontrar um lado bom na de-pressão.
Ela faz com que as pes-soas
fiquem presas ao sofrimen-to
e não tenham forças para to-mar
atitudes que, certamente,
melhorariam sua vida. Mas a
ciência vem se esforçando para
demonstrar que até ela tem seu
lado bom, e que podemos tirar
proveito se percebermos seu po-tencial
transformador.
É o que defendem dois pes-quisadores
evolucionistas nor-te-
americanos, em um estudo
recente publicado no periódico
Psychological Review, no qual
tentam desvendar o que cha-mam
de “o paradoxo da depres-são”.
Guiados pela teoria da se-leção
natural de Charles Da-rwin
(1809-1882), o psiquiatra
J. Anderson Thomson, da Uni-versity
of Virginia, e o psicólo-go
Paul W. Andrews, da Virgi-nia
Commonwealth Universi-ty,
passaram anos tentando en-tender
por que doenças men-tais
como a esquizofrenia afe-tam
apenas de 1% a 2% da popu-lação
mundial, enquanto a de-pressão
já atinge mais de 20%.
Segundo Darwin (um depri-mido,
conforme deixou claro
em cartas ao longo da vida), as
espécies passam por um proces-so
de adaptação em que caracte-rísticas
mais favoráveis a sua
existência acabam sendo passa-das
de geração para geração.
Trata-se de um mecanismo
de seleção e especialização que
garante a permanência de tra-ços
que nos deixam mais aptos
a encarar os obstáculos. Adep-tos
da psicologia evolucionista,
acreditam que a seleção natural
não envolve apenas o corpo. As
características da mente huma-na
também seriam o resultado
de uma jornada de depuração
em nome da sobrevivência e da
reprodução. Se a teoria de Da-rwin
é amplamente acei-ta
até hoje no
meio científico,
argumentam
Thomson e
Andrews, en-tão
a depres-são
não pode
ficar de fora e
seria uma adap-tação
humana
que chegou até
nós com tamanha
incidência não por acidente,
mas porque precisamos dela co-mo
indivíduos.
Por essa perspectiva,
a depressão nada
mais é do que
uma resposta radi-cal
da mente para
que encaremos
nossos dilemas
mais profundos.
“Como a dor físi-ca,
ela serve para
sinalizar que exis-te
um problema a
ser resolvido”, afir-ma
Thomson. “A
depressão, como
a dor, é um
mal necessá-rio.”
(GB)
4 / São José do Rio Preto, 27 de julho de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
5. DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 27 de julho de 2014 / 5
Pode vir, ansiedade
Se você faz parte do grupo
que tem o hábito de ficar com
os pés agitados, roer as unhas,
movimentar as mãos sem pa-rar,
mexer nos cabelos antes de
grandes eventos, encontros,
uma apresentação de trabalho
importante? Então, deve saber
que essas “manias” podem ca-racterizar
a ansiedade.
A estimativa é de que 25%
da população sofra com a ansie-dade
e em algum momento já
tenha experimentado o malefí-cio
de ser ansioso ao querer ter-minar
logo uma tarefa, sofrer
antes de conseguir entregar um
trabalho simples ou perder o so-no
por pensar demais em algo.
A ansiedade é uma sensação
que traz reações de aceleração
no cérebro e no corpo e, depen-dendo
das situações a que o in-divíduo
se expõe, pode se agra-var
e desenvolver problemas co-mo
síndrome do pânico, por
exemplo.
No entanto, toda emoção
tem seu lado positivo, e ansie-dade,
desde que moderada, tam-bém
pode trazer benefícios pa-ra
sua vida. Isso porque essa
sensação funciona como “sinal
de alerta” do nosso organismo,
avisando que precisamos nos
proteger emocionalmente, pois
sua função primária é nos pre-parar
para lutar ou fugir. Isso
vem dos tempos das cavernas,
quando o homem vivia em esta-do
de alerta total, protegendo-se
para sobreviver da fome, dos
animais, do frio.
Na atualidade, os proble-mas
são outros: medo de per-der
o emprego, de terminar um
relacionamento, de não ter di-nheiro...
Tudo isso é interpreta-do
pelo nosso cérebro como
ameaças a nossa sobrevivência.
Agora, cientistas afirmam
que o sentimento pode ser bom
- e até um fator decisivo para a
sobrevivência.
O norte-americano Allan
Horwitz, da Universidade Rut-gers,
defende que não estamos
mais ansiosos do que antes, só
somos mais diagnosticados
com o sintoma. Uma pesquisa
do Suny Downstate Medical
Center, de Nova York, diz que
os ansiosos têm QI mais alto. O
lado bom só aparece se você
mantiver a ansiedade dentro
dos padrões normalidade, co-mo
sentir nervosismo em horas
tensas.
Um estudo da Universida-de
de Bergen, na Noruega, e do
Instituto de Psiquiatria do
King’s College, de Londres, na
Inglaterra, constatou que pes-soas
ansiosas têm altas chances
de se curar de doenças psicoló-gicas
como a depressão. Isso
porque os ansiosos se preocu-pam
mais consigo mesmos e,
consequentemente, procuram
mais ajuda. (GB)
As ‘vantagens’ do pessimismo
É possível que você já tenha
percebido: há indivíduos que
parecem eternamente felizes,
bem dispostos, com um sorriso
prestes a abrir no rosto. Ou-tros,
no entanto, carregam uma
nuvenzinha escura sobre suas
cabeças e estão sempre predis-postos
a pensamentos tristes e
negativos. Mas não pense que é
de todo ruim ter pessimistas
por perto.
O psicólogo norte-america-no
Martin Seligman diz: “Os
visionários, os planejadores, os
desenvolvedores, todos eles pre-cisam
sonhar com coisas que
ainda não existem, explorar
fronteiras. Mas se todas as pes-soas
forem otimistas, será um
desastre”, afirma. “Qualquer
empresa precisa de figuras que
joguem a dura realidade sobre
os otimistas: tesoureiros, vice-presidentes
financeiros, enge-nheiros
de segurança.”
O filósofo alemão Arthur
Schopenhauer (1788-1860) já
dizia que “o otimismo é a causa
de todo sofrimento existen-cial.”
Somos movidos pela von-tade
- um sentimento que nos
leva a agir, a assumir riscos e a
conquistar objetivos. Mas essa
vontade é apenas uma parte de
um ciclo inescapável de desilu-sões:
dela vamos ao sucesso, en-tão
à frustração - e a uma nova
vontade.
O pessimismo também po-de
ser a chave para o sucesso
pessoal e profissional. “Quem
pensa negativo sempre sabe
que tem uma possibilidade de
ser vencido, então trabalha pa-ra
reduzir ao máximo essa pos-sibilidade”,
afirma o treinador
de basquete Bob Knight,
maior vencedor na história da
liga universitária dos Estados
Unidos e autor do livro “O Po-der
Extraordinário do Pensa-mento
Negativo” (ed. Agir).
Para ele, reconhecer nossas
fraquezas é o primeiro passo para
aprender a superá-las.Opessimis-ta
cuidadoso, diz Knight, leva
vantagem sobre o otimista que
acredita que tudo dará certo - e,
por isso, deixa de melhorar. (GB)
6. ‘Escudo’ contra o fracasso
Déficit de atenção
Esquecer alguma coisa de
vez em quando é normal. Não
conseguir se concentrar em al-go
chato é ainda mais comum.
Mas quando esses problemas se
tornam frequentes, podem cau-sar
problemas na vida do indi-víduo.
Se você tem dificuldade
de organização, esquece tarefas
simples do dia a dia, não conse-gue
se concentrar, sente desâni-mo,
impulsividade e inquieta-ção,
há sinais claros de Trans-torno
do Déficit de Atenção e
Hiperatividade (TDAH). Com
origem genética, a doença pode
ser detectada já na infância e,
caso não seja tratada, pode ser
perigosa. No Brasil, estudos
apontam que 5% dos adultos so-frem
do problema. O que se es-quece
não é mais a lição de ca-sa,
mas prazos e reuniões. Tra-balhos
são abandonados pela
metade, ordens são ignoradas.
A impulsividade pode custar o
emprego ou o relacionamento.
Por que isso é tão comum?
A resposta é parecida à da
ansiedade e da depressão - essa
característica já foi uma vanta-gem
adaptativa, até que a cultu-ra
e o ambiente mudaram. Em
sociedades nômades, quem
tem foco de atenção disperso é
capaz de cuidar melhor de seu
gado, explorar áreas desconhe-cidas
e ficar alerta para amea-ças.
Dan Eisenberg, da Nor-thwestern
University, EUA, ob-servou
tribos africanas nôma-des
e sedentárias. Entre os nô-mades,
os que tinham o alelo
7R (ligado ao TDAH) eram
mais bem nutridos do que os
sem. Já nas sedentárias, aconte-cia
o contrário. Em outras pala-vras,
conforme o homem se es-tabeleceu
num só lugar e come-çou
a viver de atividades que
exigem mais foco, a atenção dis-persa
virou desvantagem. Mas
não tanto. Os mesmos genes
que hoje estão associados ao ris-co
são responsáveis por revolu-ções
nas artes, ciência e explora-ção,
acredita o psiquiatra Mi-chael
Fitzgerald, do Trinity
College. Michael, que já tinha
procurado traços de autismo na
biografia de personalidades,
não demorou para fazer o mes-mo
com o TDAH. Segundo
ele, sintomas de déficit de aten-ção
estão presentes em Thomas
Edison, Oscar Wilde e até em
Che Guevara. Quem tem a ca-beça
na Lua pode encontrar
lá em cima coisas que pes-soas
com os pés no
chão não são capazes
de enxergar.
O psiquiatra norte-americano
Edward
Hallowell, autor de “Ten-dência
à distração” (ed. Roc-co),
juntamente com John J. Ra-tey,
aponta outras características
positivas.Emgeral, os portadores
demonstram ter pensamentos ori-ginais
e ideias brilhantes, pos-suem
talentos criativos, tendem a
adotar um jeito diferenciado de
encarar a própria vida e pos-suem
como características
marcantes tanto a persistên-cia
quanto a flexibilidade.
Também podem ser extrema-mente
afetivas e de comporta-mento
generoso, altamente
intuitivas e, com frequência,
demonstram ter inteligência
acima da média. (GB)
Quando alguma coisa sai do
nosso controle, como perder o
emprego, terminar um relaciona-mento,
não poder comprar a casa
dos sonhos, ou vivemos qualquer
outra frustração parecida, não
tem muito jeito: sentimos não só
que um plano deu errado, mas
que falhamos como pessoa. Nos-sa
mente, porém, evoluiu com
uma defesa contra isso: ela ignora
o que não quer saber.
Uma área do cérebro chama-da
córtex cingulado anterior é
ativada quando percebemos
que alguma coisa deu errado.
Com ela, excitamos mais uma
região - o córtex pré-frontral
dorso-lateral. Ele é o “sensor”
da mente, responsável por apa-gar
determinado pensamento.
Esse mecanismo duplo permite
editar nossa consciência confor-me
nossa vontade. Assim, con-seguimos
deixar para trás nos-sos
fracassos.
Se você vive reclamando pe-los
cantos, pode ser que tenha
uma variação genética específi-ca
responsável por esse compor-tamento.
Uma pesquisa mos-trou
que cerca de 32% da popu-lação
nasce com uma mutação
no gene ADRA2B, uma altera-ção
que obriga os afetados a
lembrar as experiências negati-vas
mais vividamente do que as
positivas. Além disso, como
efeito colateral, eles também
têm uma tendência a remoer
suas experiências negativas. É
aquela velha história do copo.
Para essas pessoas, ele sempre
está meio vazio ou provavel-mente
rachado.
Mas se você é pessimista,
acredite numa boa notícia. A
Universidade de Erlangen-Nu-remberg,
na Alemanha, reali-zou
uma pesquisa durante 10
anos com 40 mil pessoas entre
18 e 96 anos, apontando que os
pessimistas vivem mais que os
otimistas. “A pesquisa mostrou
que os riscos de sofrer algum
problema de saúde ou morte
prematura são mais altos nos
otimistas.O pessimismo em re-lação
ao futuro faz com que as
pessoas se cuidem mais emrela-ção
à saúde e à segurança”, afir-mou
Frieder Lang, um dos auto-res
do estudo. Depois de uma dé-cada
de acompanhamento, o re-sultado
mostrou que os pessimis-tas
têm 9,5% de chance a menos
de apresentar algum problema de
saúde, e 10% menos riscos de so-frer
uma morte prematura. (GB)
6 / São José do Rio Preto, 27 de julho de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
7. DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 27 de julho de 2014 / 7
Autoconfiança, autoestima e disponibilidade interna são as chaves para atrair o ‘príncipe encantado’
Gisele Bortoleto
gisele.bortoleto@diariodaregiao.com.br
Encontrar o amor não é al-go
matemático. Também esque-ça
o cupido, a sorte ou mesmo a
união sublime e inexplicável
das almas. É preciso estar dis-posto
a correr riscos e entender
que a convivência também não
é fácil. Requer ação, coragem e
disponibilidade interna. Para o
amor bater à porta, especialis-tas
em relacionamentos afir-mam
que é necessário dar uma
forcinha para a “sorte”.
A autoestima é a chave para
abrir essa porta e permitir que
o amor chegue de fato. Você
tem de se amar primeiro. Nun-ca
conseguirá amar alguém de
maneira desprendida se, antes
de tudo, não amar a si mesmo.
Não vale depositar a respon-sabilidade
da sua felicidade na
mão da pessoa que quer encon-trar.
Se você não se amar, não
conseguirá amá-lo ou se fazer
apaixonante.
Nesta lista também não po-de
faltar a autoconfiança, que
nada mais é que a convicção
que uma pessoa tem de ser ca-paz
de fazer ou realizar alguma
coisa. Confie em você e na capa-cidade
que tem para atrair al-guém,
fazer com que essa pes-soa
se apaixone por você e que
permaneça apaixonada. Mas
tão importante quanto tudo is-so
é colocar os pés no chão e bai-xar
a régua de expectativas.
Fantasiar com Brad Pitt, con-forme
sugere a escritora Joyce
Moisés em seu livro “Mulheres
de Sucesso Querem Poder...
Amar” (ed. Gente), não resolve
nada. Se encarar o homem
atual com os pés fincados no
chão, abrirá o leque de possibi-lidades
na pirâmide dos relacio-namentos.
O mesmo vale para
o sexo oposto.
“Não me parece possível en-contrar
um amor se estivermos
pré-ocupados demais com ou-tras
demandas. Enquanto pré-enchidos
de ‘coisas’, passa a ser
improvável que o amor encon-tre
lugar em nossa vida”, diz o
psicoterapeuta e escritor Rena-to
Dias Martino. Só desejar um
amor não garante a capacidade
de dar manutenção para um
vínculo dessa espécie. Muitas
vezes, o sujeito pode passar
muito tempo voltado para a
conquista material e só se dar
conta da necessidade de encon-trar
um amor verdadeiro e du-rável
em ocasiões isoladas.
E se quer encontrar um
amor, também tem de sair de
casa para encontrar outras pes-soas.
Ninguém vai entregar um
namorado “delivery”. Frequen-tar
lugares aumenta a probabili-dade
de interação com possí-veis
pretendentes e parceiros
em potencial. “É na rua que o
príncipe encantado está”, diz o
psicólogo especialista em rela-cionamentos
amorosos Thia-go
de Almeida, autor do livro
“A arte da paquera - Inspira-ções
à realização afetiva”
(Editora Letras do Brasil). A
paquera é onipresente: “Qual-quer
lugar é um local em poten-cial
pra ela”, diz.
É preciso ainda ter em men-te
que este será só um teste. Na-moro
é pra conhecer o parcei-ro.
“Você não tem a obrigação
de acertar. O dia a dia irá fami-liarizar
e integrar o outro na
sua vida ou tratar de reencami-nhá-
lo para outras possibilida-des”,
diz Almeida. Se não der
certo na primeira tentativa,
não tenha medo de encontrar
outras pessoas.
Outra dica? Não despeje no
outro todas as suas expectati-vas
em relação a sua própria vi-da.
“Quanto mais você se co-nhece
e sente-se bem consigo
mesma, mais tem facilidade de
enxergar as possibilidades”, re-comenda
a psicóloga Gisele Le-lis
Vilela. Claro que se ficar de-sesperado
procurando por um
namorado ou namorada a qual-quer
custo, por medo de estar
só ou mesmo pela baixa autoes-tima,
corre o risco de se envol-ver
em relacionamentos fura-dos.
Quando se tem autoconhe-cimento
e autoestima, melho-res
podem ser suas escolhas. Pa-ra
que isso aconteça, não existe
época certa: vai acontecer quan-do
você se permitir.
Esteja disposto a conhecer
pessoas: “Muitas vezes, ideali-za-
se tanto o futuro namorado
que se perde a chance de conhe-cer
pessoas incríveis”, diz Gise-le.
Os amigos até tentam apre-sentar
alguém, ou mesmo já
existe esse alguém e você nem
nota, pois está cheio de crité-rios
de escolha nos quais nin-guém
se encaixa. “É preciso dei-xar
as coisas acontecerem. Po-de
ser que um amigo ou uma
amiga apresentados sem preten-são
se torne o homem ou a mu-lher
da sua vida.”
Relacionamento
DÊ UMA FORCINHA
PARA O AMOR
Stock Images/Divulgação
8. Entenda o impacto
no presente das
ações ou omissões
praticadas na vida
anterior, o que
muitos chamam de
carma. Estudiosos,
porém, defendem
que nosso destino
não está
100% traçado
8 / São José do Rio Preto, 27 de julho de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
Elen Valereto
elen.valereto@diariodaregiao.com.br
É comum acreditarmos, em de-terminadas
situações, que estamos
em dívida com algo, mesmo em
outra vida, e que, por isso, algu-mas
coisas não estão caminhando
bem ou estamos tendo dificuldade
para conseguir atingir alguns obje-tivos.
Temos até uma frase para is-so:
“Tenho um carma”.
Há algumas explicações para is-so.
A terapeuta energética e espiri-tual
Maiana Lena, de Passo Fun-do,
afirma que, no ocidente, o car-ma
é confundido com um destino
traçado e rígido, com o qual preci-samos
nos conformar. Mas não é
bem assim.
Embora as ações praticadas
possam impactar no futuro, tanto
no campo material quanto psicoló-gico,
há muitas mudanças possí-veis.
A transferência de padrões
negativos provocada em uma exis-tência,
por exemplo, pode passar
para a próxima da mesma forma
ou ter seus efeitos anulados.
Não deixa de ser uma cobrança
por algo feito, a antiga “causa e
efeito”. E esse pagamento, afirma
a terapeuta energética Maiana, ge-ralmente
ocorre da mesma manei-ra
da dívida deixada, que pode ser
o sofrimento. “Na verdade, o gran-de
ensinamento cármico é reen-contramos
as pessoas e situações
as quais geramos padrões cármi-cos
negativos em outras existên-cias
e experimentar o que causa-mos
a elas e, com isso, aprender-mos
por meio do sofrimento a ne-cessidade
de reformularmos a si-tuação”,
ensina.
Umexemplo é provocar amor-te
de alguém em uma existência e,
na outra, ter a reencarnação de um
filho com graves problemas de saú-de.
Isso exigirá cuidados perma-nentes,
sofrimento e frequente me-do
de perdê-lo. É a experiência,
“na mesma moeda”, que ajudará a
resolver esse carma.
“Problema de saúde de grande
extensão sempre está relacionado
a padrões cármicos não resolvidos
em outras encarnações. O mesmo
se pode dizer em relação a proble-mas
emocionais, mentais, profis-sionais
e familiares. A questão cár-mica
é complexa, porque na maio-ria
dos casos há uma incidência da
espiritualidade inferior atuando, o
que induz a um trabalho de maior
profundidade e consciência”, ex-plica
a terapeuta energética e espi-ritual.
Já a vidente e professora apo-sentada
Marina Gold, em um arti-go
escrito por ela, no último mês,
afirma que o carma, embora seja
entendido como uma forma de
consertar alguma coisa no futuro,
não pode ser considerado como
bom ou ruim. Para ela, não signifi-ca
um julgamento, mas o retorno
do que foi plantado anteriormen-te.
“É a colheita de uma semeadu-ra
anterior, que floresce a cada no-va
circunstância vivenciada pelo
ser humano, em que é levado em
conta seu merecimento.”
Uma outra análise sobre o que
se considera carma, porém, está na
leitura sistêmica. Ela observa e es-tuda
os padrões de repetição repas-sados
entre gerações de uma mes-ma
família. Eles podem estar rela-cionados
aos relacionamentos pes-soais
e amorosos, trabalho ou fun-cionamento
e estrutura familiar.
Quem explica esse outro tipo
de interpretação é a psicóloga cor-poral
e sistêmica Renata Terruggi,
de Rio Preto. Segundo ela, pa-drões
repetitivos repassados de
uma geração para outra ou mesmo
entre uma mesma geração são ex-periências
que se repetem, perpe-tuam
e se mantêm presentes na
história familiar.
Podem ser comportamentos
disfuncionais para a evolução co-mum
de uma família. Entre os
exemplos estão vícios, suicídios,
abortos, mortes violentas, separa-ções,
dificuldades financeiras ou
falência, doenças físicas e mentais,
gêneros... Esses são apenas alguns
exemplos mais comuns observa-dos
no diagnóstico do sistema
energético.
“Eles favorecem a formação de
mitos e segredos que interferem
na comunicação entre gerações e
obscurecem o autoconhecimento
das pessoas envolvidas.Oconheci-mento
dos padrões familiares repe-titivos
é fundamental para com-preender
a configuração e a estru-turação
do sistema energético fa-miliar”,
informa a psicóloga corpo-ral
e sistêmica.
Oque favorece essa continuida-de
é um forte desejo inconsciente
de manter uma situação que já
ocorreu, mesmo contrariando a ra-cionalidade.
Um exemplo dado
por Renata é quando alguém rece-be
influências de pessoas impor-tantes
em sua vida desde a infân-cia
- pais, avós, irmãos e tios.
“Eles servirão de modelo ou an-timodelo
para a busca de seus an-seios.
Também consideramos que
muitas decisões e escolhas afeti-vas,
sexuais, profissionais e religio-sas
podem ser reflexo de gerações
anteriores e marcos no tempo, per-petuados
na história familiar por
meio de um de seus membros”,
destaca a psicóloga corporal e
sistêmica.
Espiritualidade
AQUI SE
FAZ, AQUI
SE PAGA?
9. DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 27 de julho de 2014 / 9
Não há carma
que não possa
ser curado
Maiana Lena, terapeuta
energética e espiritual
Primeiro passo
“Não há carma que não
possa ser curado”, define a te-rapeuta
energética e espiri-tual
Maiana Lena. No entan-to,
ela também diz que é pre-ciso
persistência e vontade
de continuar o tratamento.
Esse caminho para a cura in-clui
a vontade ou desejo sin-cero
de iniciar, o que já dire-ciona
para o perdão a situa-ções
ou pessoas envolvidas.
Somente quando a cura e
a compreensão começam a
ser ajustados a vida começa a
ficar mais leve, passando por
um curso mais tranquilo. Is-so
porque a nova consciência
possibilita essa relação reno-vada
com o próximo.
Mas como os carmas são
produzidos a todo momento,
é preciso lembrar que não se
deve fazer ao próximo nada
que não gostaríamos que fi-zéssemos
a nós. É uma regra
simples e muito eficaz, que
muda a posição de pensamen-to
a respeito da vida. Do con-trário,
“toda ação ou omissão
que induz a lesar outra pes-soa
estará incidindo no car-ma”,
informa a terapeuta
energética e espiritual.
No segmento de trabalho
da psicóloga corporal e
sistêmica Renata Terruggi, a
resposta para esse primeiro
passo de reajuste está na apren-dizagem
sobre as próprias
compulsões. Com esse conhe-cimento
e consciência é possí-vel
“encorajar-se para a liberta-ção
de condicionamentos e re-ciclar-
se em um processo de
autocura”, diz. (EV)
Intervenção terapêutica
Prioriza a
aprendizagem de novos
padrões de relação para
que o individuo consiga
operar as próprias
mudanças em seu meio
Valoriza a
comunicação humana em
seus diferentes aspectos,
verbal e não verbal, para a
compreensão e superação
dos efeitos
comportamentais entre os
membros da família
Pode-se fazer uso do
genograma, demonstrando
como cada pessoa ou
família tem a sua
história, suas crenças
e seus padrões
Fonte: Renata Terruggi, psicóloga
corporal e sistêmica
10. 10 / São José do Rio Preto, 27 de julho de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
MENOPAUSA?
DESENCANA!
Mudança hormonal no corpo feminino abre caminho para uma nova
etapa de descobertas, com mais serenidade e autoconfiança
Gisele Bortoleto
gisele.bortoleto@diariodaregiao.com.br
Poucas mulheres gostam de
pensar sobre ela. E é o grande
pavor de envelhecer que leva
muitas a ignorar essa certeza:
todas param um dia de mens-truar.
Só que tentar fingir que
isso não vai acontecer pode tra-zer
dois problemas. Um é ser
surpreendida e não saber lidar
com sintomas que são incômo-dos,
como as ondas de calor
que ensopam a roupa, a irrita-ção,
a falta de concentração e a
insônia, sem contar a secura va-ginal.
Outro problema é desa-fiar
o relógio biológico e adiar
o projeto de ter filhos (se esse
for realmente seu projeto) para
depois da pós-graduação, da
viagem ao exterior, de comprar
uma casa linda. É como se mui-tas
pensassem que os hábitos
saudáveis que aumentaram a
longevidade do ser humano ti-vessem
o poder de retardar a
menopausa e prolongar o perío-do
reprodutivo para quando, fi-nalmente,
achar que está prepa-rada
para ter filhos.
Só que o tempo passa e, um
belo dia, você, que estava no
meio da sua normalidade, acor-da
com o corpo um pouco mais
quadrado e é como se arrancas-sem
de você tudo o que teve co-mo
referência física de si mes-ma.
Sua libido diminui na mes-ma
proporção que aumenta sua
irritabilidade. Os sintomas apa-recem
sem que você se dê con-ta,
em maior ou menor intensi-dade:
ressecamento no corpo,
flacidez, manchas senis, insô-nia
e, como se precisasse de
mais, a lembrança de como era
antes da menopausa.
A menopausa é uma fase da
vida das mulheres (no Brasil
ocorre entre os 40 e 55 anos, em
média) em que a quantidade do
hormônio estrogênio produzi-do
pelo organismo diminui
drasticamente. É aí que come-çam
as alterações. Mas como li-dar
com o envelhecimento do
corpo numa sociedade que pri-vilegia
a juventude eterna?
Não raro, começa uma busca in-cessante
para reduzir esses sin-tomas:
faz reposição hormonal,
come quilos de soja e linhaça,
vai ao cirurgião plástico, coloca
botox...
Mas passada a tempestade,
vem a bonança. Você descobre
que nada disso faz tanta dife-rença
e fica livre de ser bonita,
desejável, fértil, e a menopausa
inaugura a maturidade, que é a
síntese da mulher que você
construiu ao longo de todos es-ses
anos. Sua bagagem é tão
grande que você pode se dar ao
luxo de jogar fora um monte de
coisas supérfluas e pesos mor-tos.
Não é preciso provar mais
nada para ninguém. Não quer
mais mudar o mundo, quer ape-nas
tentar entendê-lo. Torna-se
mais complacente com suas
imperfeições, já não quer mais
agradar as pessoas, quer viver
em paz e ser respeitada.
“Quando uma mulher che-ga
aos 50 anos, ela tem pelo me-nos
mais 30 anos de vida, se-gundo
estimativas do IBGE, en-tão,
de maneira nenhuma é o
fim e sim o começo de uma no-va
vida”, explica Aarão Men-des
Pinto Neto, professor de to-coginecologia,
da Faculdade de
Ciências Médicas da Universi-dade
Estadual de Campinas
(Unicamp). Embora essa preo-cupação
esteja presente na vida
das mulheres, já é coisa do pas-sado,
porque hoje em dia mui-tas
delas se encontram e se reali-zam
após os 50 anos. Esta é a
hora de fazer projetos novos,
ter objetivos e não perder essa
capacidade. “A mulher hoje é
mais independente, trabalha fo-ra
de casa e é chefe de família.
É totalmente diferente daquela
mulher que se sentia inútil. Es-se
período exige uma nova vi-são
da chegada da menopausa.”
Na verdade, é inevitável
que a menopausa seja um mar-co
emocional para o término de
um ciclo e início de outro. Al-gumas
perdas serão enfrenta-das
e as mulheres precisam es-tar
prontas para isso. Se foca-rem
que terão interessantes des-cobertas,
o ônus fica menor, e
elas não sofrerão tanto quanto
os sintomas.
“Essa é uma fase de transfor-mação,
que não é fácil, princi-palmente
o fato de ter de acei-tar
o envelhecimento”, diz a gi-necologista
e sexóloga Carolina
Ambrogini, da Universidade
Federal de São Paulo (Uni-fesp).
“Por outro lado, sexual-mente,
essa fase poderá interfe-rir
apenas com mulheres que ti-nham
alguma dificuldade se-xual
anteriormente, porque
agora terá ainda a vantagem de
não precisar se preocupar com
gravidez indesejada e métodos
contraceptivos”, explica.
O Instituto Nacional de
Sexualidade
11. ? Stock Images/Divulgação
Saúde dos Estados Unidos, por
exemplo, faz desde 1991 campa-nhas
e pesquisas com o mesmo
objetivo: abordar as preocupa-ções
da menopausa e descobrir
as vantagens do período. Os psi-cólogos
estão trabalhando para
entender as atitudes da socieda-de
em relação à menopausa e
ajudar as mulheres a lidar me-lhor
com o significado psicoló-gico
dela.
A psicóloga norte-america-na
Sylvia Gearing ajuda pa-cientes
a ver os benefícios da
menopausa e do envelheci-mento.
Em artigo publicado
no site da American Phycolo-gical
Association, ela diz
que, como as mulheres têm
menos estrogênio nesta fase,
podem ter mais clareza de
pensamento, autocontrole e
determinação.
“Muitas mulheres têm me-do
dessa fase da vida pelo fim
do período reprodutivo e algu-mas
sofrem mais com as perdas
do que outras”, diz a psicóloga
clínica, terapeuta sexual e edu-cadora
sexual Ana Canosa, que
atua como coordenadora do
curso de pós-graduação em edu-cação
sexual do Centro Univer-sitário
Salesiano (Unisal) e mi-nistra
aulas nos cursos de sexua-lidade
da Faculdade de Medici-na
de Rio Preto (Famerp).
Antigamente, essa fase era
vista como um marco social,
mas Ana ressalta que, atual-mente,
já não é bem assim. Não
é raro ver mulheres de 50 anos
com filhos ainda pequenos, e es-sa
mulher está estabilizada fi-nanceiramente
e tem mais segu-rança
com seu corpo. “Sofre-mos
com as perdas hormonais,
mas existem cada dia mais re-cursos
estéticos para compen-sar”,
diz.
“A menopausa faz parte da
biologia da mulher (assim co-mo
a andropausa faz parte da
do homem) e todas que vive-rem
mais vão chegar nela”, diz
a bioquímica Carolina Ynte-rian.
Com o aumento da expec-tativa
de vida, a mulher irá vi-ver
um tempo maior nessa fase.
Por isso é bom ter em mente
que essa é uma outra fase da vi-da
e não deve ser interpretada
de forma alguma como o fim
da vida sexual e sim da reprodu-tiva”,
diz. “Esse autoconheci-mento
se transforma em tran-quilidade
e serenidade a respei-to
a todas as situações que ocor-ram
ao seu redor.”
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 27 de julho de 2014 / 11
12. 12 / São José do Rio Preto, 27 de julho de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
Mitos da menopausa
Embora seja um sinal de envelhecimento,
não há motivo para desespero por causa da
menopausa: é uma fase da vida, o que significa
que é inevitável. Aproveite os aspectos positivos
dessa nova etapa
As relações sexuais com o parceiro podem
se tornar mais prazerosas, uma
vez que não existe mais preocupação
com gravidez
Aproveite para fazer uma análise da sua
vida. Como sua estabilidade financeira já é
maior, curta horas de lazer sozinha ou com
o parceiro
Existe sempre a possibilidade de melhorar.
Para isso, conheça-se melhor
Não é preciso colocar um peso a mais
nessa vivência, apesar de, culturalmente, a
fase ser tratada como ruim. Tenha em mente
que é apenas uma fase diferente e apenas mais
um momento de mudança. Ainda resta muito a
ser vivido
MITO 1
É O FIM DA ATIVIDADE SEXUAL
Esse é o pior dos mitos das mulheres
nesse período: pensar que não é mais
atrativa sexualmente e que a vida sexual
delas acabou. Quase metade das
mulheres neste período leva uma vida
sexual mais ativa do que muitos jovens. O
que vai determinar se a vida sexual será
boa após os 50 anos é como é essa vida
prévia. Se é boa, as chances de continuar
sendo são muito grandes. O grau de
secura vaginal pode atrapalhar, mas
existem tratamentos para isso
MITO 2
REPOSIÇÃO HORMONAL FAZ MAL
Pelo contrário, a reposição hormonal
faz muito bem. É indicada para mulheres
com sintomas de diminuição do hormônio
que causam ondas de calor e secura
vaginal. O temor de que faz mal ressurgiu
em 2002, com um estudo que relacionou
a terapia da reposição hormonal ao maior
risco de câncer de mama e cardiopatias.
Mas, durante dez anos, o trabalho foi
reavaliado e criticado por ter analisado um
esquema único de reposição hormonal
(mas existem muitos) em mulheres idosas
e mais vulneráveis aos tumores e às
doenças do coração. O último consenso
mundial, de 2013, registra que o
tratamento é seguro para mulheres com
menos de 60 anos, nos primeiros dez
anos após o fim da menstruação e
com sintomas
MITO 3
REMÉDIOS NATURAIS SÃO MAIS
CONFIÁVEIS
De jeito nenhum. Não existem
evidências científicas da confiabilidade de
remédios naturais. São medicações
alternativas, mas carecem de estudos
bem produzidos para que mostrem que
são seguros. A isoflavona, por exemplo, é
contraindicada em casos em que a
reposição hormonal não é indicada.
Existem no mercado fitoterápicos como
cimicífuga racemosa, óleo de prímula,
dong quai, ginseng e alcaçuz, que ainda
esperam comprovação científica
MITO 4
DÁ PARA ADIAR A MENOPAUSA
Não dá. Não existe nada que possa
retardar a menopausa, que, no Brasil,
ocorre por volta dos 50 anos. Alimentação
não retarda. Não existe nada que faça
com que os folículos ovarianos vivam mais
tempo do que até os 50 anos
MITO 5
DÁ PARA PREVER O ÚLTIMO CICLO
Não dá, infelizmente. A dosagem de
FSH (hormônio folículo-estimulante), que
detecta a menopausa instalada, não tem
capacidade de estimar para uma mulher
mais jovem quando seus ovários irão se
aposentar. O diagnóstico é clínico. Os
primeiros sintomas são as alterações
menstruais. Se a mulher tem mais de 40
anos e começa a haver alteração no fluxo
em comparação ao que era antes, pode
ser o primeiro sinal da chegada da
menopausa. Mas não posso dizer para
uma mulher com irregularidade menstrual
quando ela irá parar de menstruar. Só é
possível dizer que uma mulher está na
menopausa quando ela tem mais de
40 anos e fica pelo menos um ano
sem menstruar
MITO 6
ESTILO DE VIDA SAUDÁVEL PREVINE
OS CALORÕES
Após os 40 anos, ela tem de se
cuidar mais, alimentar-se bem e fazer
mais exercícios físicos e manter o peso,
mas isso nem sempre impede o
aparecimento de sintomas. O período
mais crítico é a perimenopausa, que
abrange de dois a quatro anos antes da
última menstruação e até dois depois,
quando a queda nas taxas de estrogênio
exige do organismo um esforço de
adaptação. Cerca de 70% das mulheres
apresentam fogachos (calorões),
dificuldade para dormir, oscilações de
humor e falta de lubrificação vaginal
Fonte: Aarão Mendes Pinto Neto, professor da
Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp
Enfrente de forma tranquila
13. Eduardo Carlos da Silva
Neurocirurgião e coach
Controle da mente
Ao aprender a domar sua mente selvagem, você se torna o controlador
de seus pensamentos, sentimentos e comportamentos
A mente pode ser definida
como um campo de extensa re-de
de informação que interage
com cada célula do cérebro e
corpo. Como a mente e o corpo
são um sistema integrado, cada
pensamento e sentimento é re-conhecido
e vivenciado por ca-da
célula do seu corpo.
O controle da mente é desa-fiante,
porque exige uma mu-dança
do mundo ilusório para a
percepção da realidade. Esta
transição nem sempre é almeja-da,
porque leva as pessoas a
abandonar a zona de conforto a
qual estão acostumadas. A maio-ria
das pessoas, na maior parte
do tempo, tem por hábito per-manecer
focadas ou no passado
ou no futuro. Esquecem que é
no momento onde se vive que
as coisas acontecem. O controle
efetivo da mente exige enxer-gar,
sentir, viver no presente e
aceitar a realidade. Para que is-so
aconteça, você precisa estar
consciente, ter atenção e foco
no presente. Ao acionar seu au-to-
observador interno, você con-segue
direcionar pensamentos,
sentimentos, atitudes, hábitos,
crenças e comportamentos. As
crenças criam as percepções e,
ao controlar as emoções, ditam
as escolhas, os comportamentos
e os resultados.
Oque mais prejudica o domí-nio
e o controle da mente é a ig-norância,
a acomodação, a sober-ba,
preguiça, mentira, ansieda-de,
o estresse e julgamento. O
descontrole mental deve-se à
desconexão da realidade, à alie-nação,
ao isolamento, ao vazio, à
frustração, à desilusão, ao desin-teresse,
à desvalorização e à falta
de expectativa.Amente sem con-trole
é perpetuada por pensamen-tos
negativos e recorrentes, sen-sação
de fracasso, autossabota-gem,
baixa autoestima, baixa
energia, dispersão mental, resis-tência
ao novo, autolimitação e
entropia psíquica.
Em decorrência do descon-trole
mental, as frustrações ten-dem
a ocorrer com frequência.
Se quiser domar a mente, apren-da
com as frustrações, decep-ções,
derrotas, erros, desencon-tros
e eleja o passado como mes-tre.
Se você não for apto para ab-sorver
um fracasso, como será
capaz de alcançar o sucesso?
As pessoas podem apresen-tar
até 70 mil pensamentos por
dia, 80% deles costumam ser ne-gativos.
A cada hora você pode
apresentar cerca de 30 diferen-tes
emoções. O subconsciente,
como é responsável por aproxi-madamente
95% dos seus pen-samentos,
sentimentos e ações,
o controla e o aprisiona. Por is-so,
é importante cancelar ve-lhos
padrões, contratos, cren-ças
que o limitam e substituir
por novos que o libertam.
Para conseguir manter as ré-deas,
você deve aprender a apa-gar
as memórias negativas en-raizadas
no subconsciente,
substituí-las e redesenhá-las
por novas. Desta maneira, é
possível apagar as velhas cone-xões
neuronais indesejadas e
ativar novas conexões sinápti-cas
almejadas.
Ao aprender a domar sua
mente selvagem, você torna-se
o controlador de seus pensa-mentos,
sentimentos e compor-tamentos.
A manutenção do
controle mental é um processo
de prática, disciplina e adestra-mento
contínuo. Por isso, você
precisa abandonar comporta-mentos
negativos, reativos e
pessimistas e torná-los positi-vos,
proativos e otimistas.
A diferença do que precisa
ser feito e sua realização passa
pela aquisição de uma nova
consciência.
A conquista do controle
mental necessita de vontade,
disciplina, decisão, planejamen-to,
autoconfiança, atualização e
reprogramação do subconscien-te
e alinhamento com metas
conscientes. Para seu efetivo
controle, torna-se imprescindí-vel
maximização de energia, pa-ciência,
resiliência, aptidão
mental, controle emocional,
introspecção, contemplação, si-lêncio
e meditação.
O controle mental efetivo
se adquire com uma nova cons-ciência
lógica, racional e criati-va
para romper a barreira da
mente analítica e adentrar no
subconsciente com novos pen-samentos,
sentimentos, novos
hábitos, novas percepções, ati-tudes,
crenças e comportamen-tos
para equilibrar e harmoni-zar
o corpo, a mente, as emo-ções
e o espírito.
Em vez de movimentar-se e
ser levado pelo descontrole men-tal
e pelas suas turbulências, vo-cê
pode içar a âncora que o en-carcera,
sair da zona de conforto
que o acomoda e direcionar as
velas para navegar em direção
ao destino almejado. A escolha,
a decisão e a responsabilidade
são, e sempre serão, sua.
Stock Images/Divulgação
Guilherme Baffi
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 27 de julho de 2014 / 13
14. Estreia
Programa comandado por Sandra Annenberg terá a missão de passar conhecimento de forma divertida
Agência Estado
A TV Globo estreia no dia 9
de agosto o programa “Como
Será?”, com apresentação de
Sandra Annenberg. A atração
será exibida aos sábados, das
6h às 8h, com foco na educa-ção,
mas investe em reporta-gens
que tragam conhecimen-to
e diversão ao telespecta-dor.
A proposta é discutir te-mas
de responsabilidade so-cial
e apresentar soluções pa-ra
problemas do país que es-tão
surgindo nas comunida-des,
nas ruas e nas escolas
Essa nova atração não come-çou
agora. Na verdade, é um
projeto da área de responsabili-dade
social da emissora que es-tá
sendo fortalecido e renova-do.
Sua essência surgiu em
2009, junto com a ideia de criar
o “Globo Cidadania”, que es-treou
em 2011 na programação.
“São duas horas dedicadas ao
conhecimento. Hoje em dia, a
ecologia faz parte do dia a dia das
pessoas. O terceiro setor mudou
muito. Como fortalecer, tornar
mais atrativa essa linguagem?
Diante dessas perguntas surgiu a
nossa nova revista eletrônica”,
diz Beatriz Azeredo, diretora de
responsabilidade social da Globo.
O programa pretende explo-rar
palavras e ações que estão em
alta no mundo, como comparti-lhar
e conectar pessoas e ideias.O
espaço vai privilegiar pequenas
iniciativas, como soluções encon-tradas
em comunidades distantes
para problemas daquela região.
Antes, na mesma faixa de horá-rio
e com o mesmo objetivo, a
emissora tinha cinco progra-mas
voltados aos assuntos que
agora fazem parte do guarda-chu-va
do “Como Será?”.
A proposta também visa ti-rar
a “cara” de formalidade que
as atrações anteriores passa-vam
ao telespectador. A educa-ção
continua como tema cen-tral,
mas o programa vai retra-tar
a educação não formal, a
que é passada pela família, pelo
trabalho e pela sociedade. A
educação será discutida como
parte do desenvolvimento do
país. “Tudo está mais articula-do
neste formato. Sandra está
no estúdio recebendo pessoas e
amarrando tudo. Temos uma
vitrine de soluções para apre-sentar,
explorando todo o po-tencial
disso”, afirma Beatriz.
Como o programa é gravado,
o site e as redes sociais se torna-rão
sua extensão e sua porta de en-trada
para o público.Aversão on-line
(www.comosera.com) é justa-mente
para receber ideias.Opor-tal
vai alimentar o conteúdo da
atração. “O programa vai ser gra-vadoemSão
Paulo coma estrutu-ra
do jornalismo. É uma ótima
oportunidade para contar histó-rias
de uma maneira diferente do
que temos no jornalismo feito
nos nossos telejornais, onde não
sobra espaço para essas notícias.
Vamos usar toda a potência da
emissora para construir essas
duas horas de conteúdo”, observa
Cristina Piasentini, diretora de
jornalismo da Globo na capital
paulista.
“Como Será?” poderá ser vis-to
também na GloboNews (6h05,
aos domingos) e no Canal Futura
(15h, aos domingos). Lúcia Araú-jo,
diretora do Futura, acompa-nhou
de perto a criação do proje-to
e explica que agora o programa
oferece um ângulo de 360 graus.
“Tiramos os temas das caixinhas,
mostrando-os sem fronteiras”, fa-la
Lúcia, que ressalta a importân-cia
de experimentar uma narrati-va
diferente nesse contexto. “A
atração vai abrir o fim de semana
propondo como o lazer pode ter
ciência, ecologia, história e inova-ção.
Não vamos só despejar co-nhecimento,
vamos debater is-so”,
declara a diretora do Futura.
Curiosidades
A atração vai apresentar
muitas curiosidades para atrair
o público. Há, por exemplo,
um quadro de profissões que
mostrará que tem gente traba-lhando
como desintoxicador di-gital.
“É um espaço para se ver
e um janela para mostrar essas
novidades”, diz Sandra Annen-berg.
“Boas notícias também
são notícias. Elas contaminam
positivamente a sociedade”,
completa a apresentadora
Na estreia, Sandra conversa
com um professor que utiliza
os cubos mágicos como méto-do
pedagógico para ensinar ló-gica.
“A gente vai descobrir
muitas coisas juntos. Você sa-bia
que a Marisa Orth, atriz, é
uma das fundadoras da Specta-culu
Escola de Arte e Tecnolo-gia?
Eles já formaram 15 mil
alunos para trabalhar nos basti-dores
de peças teatrais”, exem-plifica
Sandra, cujo desafio ago-ra
é divertir o telespectador
sem sair do trilho da educação.
“Sempre delegamos aos ou-tros
fazer acontecer. Delega-mos
ao governo, à escola, ao
pai, à mãe, até o momento em
que descobrimos que essa res-ponsabilidade
não está no ou-tro.
Durante muito tempo fui
espectadora, só esperando. Ago-ra
não sou mais”, confidencia a
apresentadora.
COMO SERÁ?
Divulgação
TV - 14 / São José do Rio Preto, 27 de julho de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
15. Sem parar
Mal acabou “Em Família” (Globo) e Vanessa Ger-belli,
a Juliana da trama, já engatou os ensaios pa-ra
o quadro”Dança dos Famosos”, do “Domingão
do Faustão”. Além dela, Lucélia Santos, Anitta,
Juliana Paiva, Lucas Lucco, Giba, Marcello Melo
Jr., Giovanna Ewbank, Anderson Di Rizzi, Palo-ma
Bernardi, Luiz Carlos Miele e Bruno Gissoni
estão na turma deste ano. A estreia é dia 3.
Sem parar 2
Já Giovanna Antonelli, a Clara de “Em Família”,
vai voltar ao cinema. No início do ano que vem, a
atriz entra em estúdio para gravar a sequência de
“S.O.S. Mulheres ao Mar”, longa de Cris D’Ama-to
que fez sucesso no começo deste ano. Na nove-la
de Manoel Carlos, sua personagem acabou se ca-sando
com a de Tainá Müller, a Marina.
Agenda cheia
Os estúdios da Record, no Rio de Janeiro, já estão
sendo usados para as gravações de “Plano Alto”.
Com estreia prevista para setembro, a nova série
da emissora, escrita por Marcílio Moraes, abor-dará
temas ligados à corrupção e aos recentes
protestos no Brasil. O time de galãs da trama já
foi definido.
Agenda cheia 2
Entre os nomes de destaque estão os de: Victor
Fasano, que retorna à TV na pele de um advoga-do;
Bernardo Falcone, que viverá um rapaz que
será assediado por duas mulheres; e Juan Alba,
cujo personagem sofrerá com a infidelidade da
mulher. Milhem Cortaz será um deputado.
Testes
Depois de muita especulação, Luiz Fernando Car-valho,
que hoje dirige “Meu Pedacinho de Chão”
(Globo), deve começar a produzir a série “Dois Ir-mãos”,
na emissora carioca. Os testes para elenco
devem começar em setembro. Aparentemente,
Wagner Moura, que era dado como certo, poderá
não participar por estar envolvido com a produ-ção
“Narco” (Netflix).
Mais uma
“Cúmplices de um Resgate” é a novela escolhida
pela direção do SBT para substituir “Chiquiti-tas”,
no próximo ano. A nova produção do canal
de Silvio Santos será adaptada pela autora Iris
Abravanel e terá como protagonista a atriz Larissa
Manoela, que dará vida a duas personagens que são
irmãs gêmeas.
Além do SBT
Devem começar em breve as gravações do programa
que Danilo Gentili terá na Fox, paralelamente a seu
trabalho no SBT, em “The Noite”. O roteiro da sé-rie
é baseado no espetáculo de teatro “Politicamente
Incorreto”. Se o calendário seguir como o previsto, a
produção chegará à TV em setembro.
Bom humor
Já com sua participação acertada na nova temporada
da série “Vai que Cola” (Multishow), que estreia em
setembro, Marcelo Médici voltará também a fazer
novelas. Seu novo personagem será um espírito, na
trama de “Alto Astral” (Globo), assinada por Daniel
Ortiz. O folhetim das 19h será lançado em setembro
deste ano.
Gravando
No próximo mês, Claudia Raia, Sergio Guizé, Natha-lia
Dill e Alejandro Claveaux devem fechar as ma-las
rumo a Poços de Caldas, em Minas Gerais. A
turma está escalada para gravar algumas cenas de
“Alto Astral” no local. Enquanto isso, outro grupo
de atores se prepara para rodar algumas imagens no
Rio de Janeiro.
O retorno
Os fãs da personagem Anita, interpretada por Mel
Lisboa na famosa minissérie de Manoel Carlos,
“Presença de Anita”, poderão vê-la de novo na
TV. Isso porque o autor tende a seguir com a
ideia de fazer uma continuação para a trama. O
projeto é relativamente antigo, mas só agora pare-ce
sair do papel.
Para 2015
Ainda nem estreou sua terceira temporada (prevista
para o próximo dia 4) e a série “Sessão de Terapia”
deve ganhar mais uma safra de novos capítulos. Cor-re
nos bastidores a notícia de que os produtores da
atração já estão se preparando para gravar os episó-dios
de 2015. A princípio, as filmagens ocorrerão
neste semestre.
Na gaveta
É antigo o plano de dar um programa para Rachel
Sheherazade, no SBT. A notícia ganhou força no iní-cio
deste ano, quando ela causou polêmica com seus
comentários “ácidos” no “SBT Brasil”. O programa
seria uma estratégia do canal para impedir a ida dela
para a Band. Agora o projeto parece ter sido empur-rado
para 2015. O SBT ainda não divulgou mais in-formações.
Caiu na web
Já está circulando na internet o trailer da série “12
Monkeys” (http://goo.gl/i4v17E), que adaptará o fil-me”
Os Doze Macacos” (1995) para a TV. A produ-ção
da Syfy será lançada em janeiro de 2015, nos Es-tados
Unidos. O protagonista, Cole, que no longa-metragem
foi vivido por Bruce Willis, está a cargo
agora de Aaron Stanford.
Caiu na web 2
Outro filme promocional que foi lançado é o de
“The Driver” (http://goo.gl/qeLWeI), a minis-série
que trará David Morrissey de volta à TV, de-pois
de “The Walking Dead” (Fox). A atração,
produzida pela BBC, mostrará a vida de Vince
McKee (Morrissey), um taxista que se culpa por um
trágico incidente com sua família A data de estreia
ainda não foi divulgada.
Nomes certos
A nova produção de Bryan Singer para a TV já tem
protagonistas definidos. “Battle Creek”, do canal
CBS, terá Dean Winters e Josh Duhamel como dois
detetives com perfis opostos que se unem para com-bater
o crime numa cidade. A estreia será ainda nes-te
ano
Melhor da TV
A dupla Tatá Werneck e Fábio Porchat no Mul-tishow.
À frente do programa “Tudo pela Audiên-cia”,
os humoristas mostram que têm sintonia para
fazer o espectador rir tanto na plateia quanto em ca-sa.
Talvez, se os apresentadores protagonizassem si-tuações
mais divertidas e gritassem menos no micro-fone,
a atração fosse ainda melhor. No entanto, a
ideia de ironizar as outras atrações da TV, sobretu-do
as que apelam para ganhar pontos no ibope, é a
grande sacada.
Pior da TV
A ideia de manter o sotaque americanizado de al-guns
personagens na novela “Geração Brasil” (Glo-bo).
Apesar das críticas no início da trama, a emis-sora
carioca insiste em manter uma fala arrastada
para os personagens de Cláudia Abreu, Lázaro Ra-mos
e Luís Miranda, por exemplo. Em alguns mo-mentos,
é praticamente impossível compreender o
que eles falam.
Fique Ligado
Agência Estado
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 27 de julho de 2014 / 15 - TV
16. Autor Aguinaldo Silva garante iniciar uma nova fase em sua vida com a novela “Império”
Agência Estado
Mesmo já tendo completa-do
70 anos, Aguinaldo Silva es-banja
jovialidade. Desde o jeito
de andar e falar até a forma co-mo
enxerga o mundo. E o autor
de “Império”, novela das 21 ho-ras
da Globo, assume que se
sente “como um garoto de 18
anos”. Por isso, ao começar a
planejar todos os detalhes do fo-lhetim,
decidiu que se trataria
de um início de uma nova fase
em sua vida. “Coloquei mais
ação, pensei em personagens
ainda mais próximos da realida-de
dos telespectadores e escolhi
uma equipe nova”, explica ele,
que depois de uma parceria de
10 anos com Wolf Maya, entre-gou
seu texto à assinatura do di-retor
Rogério Gomes.
Nascido e criado em Carpi-na,
a 45 quilômetros de Recife,
capital de Pernambuco, Agui-naldo
assume que muito do
que acontece na trama é inspira-do
em sua própria realidade. A
começar por contar a saga de
um homem que,mesmo sem
grandes possibilidades, conse-guiu
vencer na vida.
Nesta entrevista, o nove-lista
conta um pouco mais de
sua história e explica qual per-sonagem
foi criado como uma
espécie de alter ego (do latim
“o outro eu”).
Pergunta - Você sempre
definiu “Império” como “um
novelão”. O que vê de diferen-te
na sua história em relação
às outras que vêm sendo exi-bidas
na tevê?
Aguinaldo Silva - O que pos-so
dizer é que, seguramente, tra-ta-
se de uma novela que não
perde tempo, que vai sempre
em frente. A história nunca an-da
para os lados, como gosto de
falar e como detesto fazer. En-tão,
é uma novela que vai man-ter
a atenção do telespectador
sempre muito forte. Bom, pelo
menos é isso que espero.
Pergunta - Em seu históri-co,
você tem novelas de gran-de
sucesso de audiência. Co-mo
“Senhora do Destino”, por
exemplo. Acha que tem condi-ções
agora de chegar aos 50
pontos de média no Ibope?
Silva - Não. Veja bem, as
coisas mudaram. A audiência
mudou. Mas não diminuiu, e
esse é o nosso grande dilema.
Vejo uma parcela do público
vendo a novela por smartpho-nes
e em seus computadores.
Mas essa galera não conta para
efeito de audiência É um erro
dizer que o público não vê mais
novelas. Ele acompanha, mas,
muitas vezes, por meios alterna-tivos.
Hoje, existem várias pla-taformas.
E a gente tem de sa-ber
que isso é válido também.
Tanto que, na internet, os as-suntos
mais discutidos são
sempre sobre novelas. Eu
acredito quea novela bata 50
pontos, mas não do jeito que
calculam. Só somando todas
essas plataformas. E isso, pe-lo
menos por enquanto, não
se consegue fazer.
Pergunta - Um dos traços
de suas novelas é mostrar per-sonagens
sem berço que se
tornam pessoas importantes
e ricas. Por que esse tema fas-cina
você?
Silva - Eu conheço muito
Entrevista
‘Gosto sempre
de recomeços’
Fotos: Divulgação
TV - 16 / São José do Rio Preto, 27 de julho de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
17. bem esse lado. Não quero fazer
demagogia aqui, mas isso é um
pouco a minha história. Nasci
no interior de Pernambuco, em
uma cidade chamada Carpina.
Meu pai era frentista num pos-to
de gasolina. Gastou todo o di-nheiro
que ganhava investindo
na minha educação. E eu tenho
um amigo dessa época que diz
para mim, brincando, que “o
garoto de Carpina foi bem lon-ge”.
Acho que essa realidade
me faz gostar desse tema, da
pessoa que vence na vida. Que
vai e faz. Seja por talento, por
mérito ou porque é mesmo ca-paz
de brigar e vencer essas difi-culdades.
Acho que todo brasi-leiro
quer ver isso na televisão.
Pergunta - E o que mais o
brasileiro quer ver?
Silva - Meus personagens
são muito reconhecíveis pelo
grande público. São pessoas
que você encontra diariamente
nas ruas. Acho que esse é o
grande segredo das novelas: fa-zer
com que o público ache que
aqueles personagens moram ali
na esquina, pertinho de casa.
Pergunta - Você promete
manter uma agilidade diferen-te
em “Império”. Na sua vi-são,
o comportamento do pú-blico
em relação às histórias
mudou?
Silva - Mudou. O telespecta-dor
não precisa mais ser guia-do.
Os brasileiros agora enten-dem
mais de novelas do que os
próprios autores! Ele percebe
tudo, não precisamos ficar repe-tindo
as informações. E o que
ele não sabe, deduz. O segredo
é empurrar, o tempo inteiro, a
história para frente. Acho que
cada cena precisa resultar em al-guma
mudança nos persona-gens.
Sequências de mesa de
jantar, onde as pessoas con-versam
trivialidades, não fun-cionam
mais. Mas também
não dá para fazer uma cena li-mite,
onde alguém tenta ma-tar
o outro e, no dia seguinte,
botar os dois conversando
normalmente. A história pre-cisa
caminhar sempre
Pergunta - Depois de 10
anos, você deixou de traba-lhar
com o Wolf Maya e tem
agora um novo diretor, o Rogé-rio
Gomes. De onde partiu es-sa
mudança?
Silva - Acho que uma parce-ria
é como o casamento: acaba
virando rotina. Gosto sempre
de recomeços. Essa novela, por
exemplo, marca um recomeço.
Como “Senhora do Destino”
marcou para mim. Se você pres-tar
atenção, vai ver que é uma
novela completamente diferen-te
de tudo que já fiz. Completei
70 anos em junho e achei que
estava na hora de fazer 18 de no-vo.
Queria algo novo e com
uma equipe diferente. E esco-lhi
o Papinha. Ou melhor, o Ro-gério
Gomes, porque não gosto
de falar Papinha.
Pergunta - Por que você es-colheu
o Alexandre Nero co-mo
protagonista?
Silva - É um ator de uma in-tensidade
incrível. E eu precisa-va
de um protagonista que fizes-se
um homem de 50 anos, mas
ainda tivesse uma energia dife-rente.
Por isso preferi um ator
que tivesse menos idade. E
acho que o Nero, exatamente
pela intensidade que tem como
ator, merecia um papel de pro-tagonista.
Pergunta - Então ele sem-pre
foi sua primeira opção?
Silva - Sempre. Eu até acha-va
que as pessoas iriam estra-nhar.
Mas quando eu disse na
equipe que queria o Nero, to-dos
foram unânimes e ficaram
muito empolgados com essa es-colha.
Isso só me trouxe ainda
mais segurança nessa decisão.
Pergunta - Você escalou a
Viviane Araújo na mesma épo-ca
em que reservou seus “me-dalhões”
no elenco da Globo.
Por quê?
Silva - Escrevi especialmen-te
para ela. Escalei a Viviane
porque sabia que ela queria in-vestir
na carreira de atriz, mas
estava meio rotulada nessa ima-gem
de rainha de bateria. E eu
acho que ela tem uma história
de vida legal, bem forte. Se ela
queria mesmo, então achei que
deveria fazer isso por ela. E es-tá
muito bem na pele da gosto-sa
ingênua. Já vi algumas cenas
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 27 de julho de 2014 / 17 - TV
É uma novela
completamente
diferente de tudo
que já fiz.
Completei 70
anos em junho e
achei que estava
na hora de fazer
18 de novo
e gostei bastante. Ela vive di-zendo
“não sei por que os ho-mens
olham tanto para
mim”, esse é meio que o bor-dão
dela. Acho que vai ser
bem engraçado.
Pergunta - Outro persona-gem
no qual você sempre de-monstrou
apostar muito é o
do Paulo Betti, que interpreta
uma espécie de “víbora da in-ternet”.
De onde veio a ideia
de criar esse papel?
Silva - Acho engraçada essa
história porque as pessoas fi-cam
me perguntando muito
em quem foi inspirado esse per-sonagem.
Ora, é claro que foi
inspirado em mim! Eu sou o
blogueiro do mal! (gargalha-das).
Vou aproveitar esse perso-nagem
como uma espécie de al-ter
ego, colocar coisas minhas
ali. Acho que a internet é o ter-ritório
dos “freaks” e dos de-sembestados.
E eu sou um de-les.
Queria trabalhar um pouco
em cima disso, de como as pes-soas
conseguem ser corajosas
quando estão sozinhas, na fren-te
do computador. E também
como elas podem destruir repu-tações
por irresponsabilidade.
A novela fala muito sobre o di-reito
à privacidade. E a função
do personagem do José Mayer
é basicamente essa: discutir o
direito que as pessoas têm de
manter sua vida privada. Essa
história de sair do armário é
uma escolha da pessoa. Escan-carar
a vida alheia não é uma
coisa legal.
Pergunta - O beijo gay dei-xou
de ser uma novidade
nas novelas. Já teve no
SBT, em suas novelas da
Globo... Você pretende inse-rir
em “Império”?
Silva - Eu não pensei nisso.
É como você mesmo disse:
“Em Família” teve, a passada
teve e daqui a pouco até o Per-nalonga
vai ter beijo gay. É
uma coisa natural, não precisa
desse estardalhaço todo. Mas,
na televisão, nosso público é
majoritariamente heterosse-xual.
E talvez não esteja muito
interessado em ver um beijo
gay. Existe uma militância que
cobra, mas precisamos respei-tar
a maioria. Quando escreve-mos
uma novela, não é para
meia dúzia de pessoas e sim pa-ra
40 milhões. Então, é preciso
pensar em agradar a todos, sem
deixar ninguém ofendido. E,
olha, essa é uma tarefa bem
complicada.
Pergunta - Você sentiu von-tade
de escrever uma cena de
beijo para o Crô, personagem
do Marcelo Serrado em “Fina
Estampa”?
Silva - Não, nunca foi essa a
minha intenção. Na verdade,
o Crô era um personagem de
desenho animado. Acho que
não ficaria bem um beijo ali,
uma cena tão realista. Tanto
que ele acaba sem ninguém
na novela.
18. TV - 18 / São José do Rio Preto, 27 de julho de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
Drica Moraes vibra com o lado sombrio e as vilanias da
amargurada Cora na nova novela das 21 horas da Globo
Agência Estado
Por mais que fugir dos este-reótipos
faça parte da estratégia
da maior parte dos atoresde televi-são,
é comum que eles trabalhem
intensamente um gênero específi-co
na maior parte do tempo. Tor-na-
se uma espécie de zona de con-forto.
E Drica Moraes sabe que a
sua está no humor. Tanto que a
atriz assume que pretende investir
bastante na comicidade das vila-niasda
perversa Cora, sua persona-gem
em “Império”, novela das 21
horas da Globo. “Ela é completa-mente
maluca. Então, acho que es-se
é o melhor lugar para meempe-nhar”,
entrega Drica, que até en-tão
não tinha atuado nessa faixa
de horário da emissora carioca.
Mesmo assim, a atriz não es-conde
que o convite para o papel
veio com certa surpresa. Afinal,
como a comédia se tornou uma
marca em suas aparições nos fo-lhetins,
essa sempre foi sua princi-pal
vantagem na hora de ter o no-me
escalado para uma produção.
Masinterpretaruma vilã está lon-ge
de ser uma novidade em sua
carreira. Foi pelas mãos de
Walcyr Carrasco que a carioca ex-perimentou
a posição pela primei-ra
vez, quando deu vida à arrogan-te
Violante de “Xica da Silva”, na
extinta Rede Manchete, em 1996.
Curiosamente, esse trabalho
se mostrou um verdadeiro divi-sor
de águas em sua carreira. Ga-nhou
o prêmio de melhor atriz da
Associação Paulista de Críticos
de Arte (APCA) e, de quebra, a va-ga
de mocinha da novela “Era
uma Vez”, que a Globo estreou
emmarço de 1998. “Foiumaépo-ca
muito proveitosa. Serviu como
um embrião para fazer tudo que
faço hoje na pele da Cora”, anali-sa
a atriz.
Na entrevista a seguir, Drica
fala sobre “Império”, sua leitura a
respeito das maldades de Cora e
que já não enfrenta restrições por
conta da batalha que venceu con-tra
o câncer - ela foi diagnostica-da
com leucemia em 2010.
Pergunta - Cora é uma vilã
amarga e você é uma atriz
acostumada a interpretar per-sonagens
cômicas. Como vo-cê
enxerga esse papel?
Drica Moraes - Eu acho que
ela tem o que todos nós temos: o
peso da luta pela sobrevivência.
Só que a Cora sente uma necessi-dade
de poder maior que a das ou-tras
pessoas. No caso dela, isso é
patológico. E é o que você falou:
estou acostumada a viver tipos de
humor na televisão. Essa não foi
uma escalação óbvia. Exatamente
por isso sou muito grata ao Agui-naldo
Silva (autor) e ao Papinha
(Rogério Gomes, diretor). Partiu
deles essa ideia de me ver inter-pretando
essa maluca.
Pergunta - O fato de ser uma
vilã faz você ter algum receio?
Drica - As vilãs do Aguinaldo
são tão perversas e inesperadas
que, ou caem no gosto popular ou
não caem. Não existe muito meio
termo. Bom, eu espero que a Cora
caia. Mas faço tudo com humor.
Atémesmoesse dramalhão da Co-ra
tem muito de humor.
Pergunta - Esse é um traba-lho
mais denso e carregado
de fortes emoções. É fácil dei-xar
esse peso no estúdio e vol-tar
leve para casa?
Drica - Às vezes, sim. Em ou-tras,
não. A gente tenta deixar tu-do
ali, mas nem sempre dá. Se
bem que o trajeto para casa é tão
longo que já vou esquecendo no
caminho. Aproveito para deixar
para trás as coisas que não devo le-var
para casa. É um volume tão
grande de trabalho e de emoção
que, ou você se desgruda disso
completamente ou vai cair
doente. Tem de exercitar essa
facilidade de se desprender do
que foi feito.
Pergunta - E como você
faz para que isso aconteça?
Drica - Já saio da emissora
sem a maquiagem, com a minha
roupa e ligando para um amigo
ou para o meu filho. Vou me co-nectandocom
a minha vida e dei-xando
essa personagem sair aos
poucos.Mas é intenso, dáumcan-saço
na alma.
Pergunta - Chegou a se ins-pirar
em alguém para cons-truir
a personagem?
Drica - Não, a Cora surge de
uma confusão de sentimentos. A
tragédia clássica é a máscara do ri-so
e do choro. As duas estão sem-pre
muito juntas. E essa mulher
tem uma relação estranha, algu-ma
doença afetiva com a irmã.
Queria ser o que ela era, ter o que
ela tinha. Misturo essas sensações
e a Cora vai aparecendo
Pergunta - Pela história,
não aparecem evidências,
mas é possível que exista
uma paixão escondida pelo Jo-sé
Alfredo, personagem do
Alexandre Nero?
Drica - Olha, não tem nada es-crito.
Até temos pistas, mas nada
muito concreto. Mas eu, pessoal-mente,
acho que essa éumainfor-mação
que pode ser revelada
mais para frente. Ela quer o po-der
e o dinheiro dele, porque ela
vai atrás da fortuna através da so-brinha,
Cristina (Leandra Leal).
Pergunta - Com uma carga
de amargura tão forte, onde vo-cê
pretende investir para inserir
mais humor nas suas cenas?
Drica - A Cora se mete em ci-ladas
meio de circo. Ela se vê pre-sa
dentro dos lugares, precisa sair
por cordas, corre no meio das si-tuações,
fala alto e xinga, enfim,
tem um lado meio palhaço aí
Pergunta - Cada vez mais
o público vibra com as vilãs.
Como é a sua relação com as
vilãs de novelas?
Drica -Acho que as pessoas es-tão
exercendo mais as suas peque-nas
vilanias. E as personagens es-critas
para serem más acabam sen-do
mais ricas também. Isso por-que
elas podem muito, têm um
elástico grande de ações e emo-ções.
É uma delícia bancar a pa-lhaça
ou atémesmoa heroína sen-do
uma vilã. É o tipo de persona-gem
que tem um passaporte mais
poderoso.
Pergunta - Você prefere vi-lãs
às boazinhas?
Drica - Gosto é de bons perso-nagens.
E sinto mesmo que te-nho
um nas mãos. A equipe é ex-celente
e todo mundo está muito
empenhadoemfazerumbomtra-balho.
“Império” éumanovela ca-rismática,
que tem pegada e pa-péis
bem estruturados. Todos os
ingredientes do melodrama clás-sico
estão ali: humor, sensualida-de,
crueldade, mistérios e revela-ções
rocambolescas, enfim, tem
tudo para dar certo. Isso é o que
eu prefiro.
Pergunta - Sua primeira no-vela
foi “Top Model”, em
1989. Nesses 25 anos, tem
alguma personagem da qual
guarde mais saudade?
Drica - Ah, eu fico feliz de ter
umatrajetória tão múltipla, varia-da.
É importante para o ator não
ter estereótipos e poder ganhar pa-péis
bem diversificados. Acabei
de fazer “Doce de Mãe”, onde eu
interpretavaumaheroína român-tica.
Gostei muito, foi um traba-lho
que adorei.
Pergunta - E como você
analisa esses 25 anos?
Drica - Apanhei, mas fui bem
abençoada também. Tive uma
boa vida Minha mala é recheada
de coisas bem legais.
Pergunta - Há cinco anos
você adotou um bebê. Está
sendo tranquilo conciliar o rit-mode
gravações de uma nove-la
das 21horas com uma crian-ça
em casa?
Drica - Eu tenho conversado
bastante com o Matheus. Falo
que ele vai ficar pouco comigo
nesse tempo. E ele está revolta-do
porque não vai poder ver a
novela. Mas é muito novinho e
essa não é uma novela para
crianças da idade dele. E ele já
entende. Conseguiu atingir
uma maturidade em relação a is-so.
Quando eu fazia “Guerra
dos Sexos”, ele ficava muito tris-te
porque eu beijava o Fernan-
Entrevista
FORA DA ZONA
DE CONFORTO
19. do Eiras. Chorava,
achava injusto, pergunta-va
por que eu tinha feito isso.
Hoje já sabe que é um trabalho.
Pergunta - Você já manifestou
o interesse em adotar outra crian-ça.
Ainda pensa nisso?
Drica - Acho que não. Vou fazer
45 anos (no dia 29 de julho), penso
que já estou em outra fase da vida.
Pergunta - Você planejou al-guma
coisa diferente para o
gestual, o comportamento da
Cora?
Drica - Eu vejo a Cora como
um ser do reino animal. Uma mu-lher
que quer devorar.Ede alguma
maneira isso está impresso no cor-po
e no visual, sim. Mas não me
programo para isso, acho que aca-ba
aparecendo na hora de gravar.
Não sei exatamente qual foi o pro-blema
dela, mas alguma coisa acon-teceu.
Pode ter sido deixada de la-do
pela família ou ter sofrido uma
pressão religiosa forte que a deixou
reprimida sexualmente, mas existe
um desvio. Aos poucos ele vai apa-recendo
e eu vou absorvendo isso
para a personagem.Asequência da
morte da irmã dela, por exemplo,
foibem forte. Ali, era o balançar do
rabo da serpente dela. Ela não ma-ta
a irmã,mas... Bom, ela mata a ir-mã!
De uma certa maneira, porque
tem a tortura psicológica.Umlado
de ir deglutindo e se divertindo.
Eu estou aprendendo a fazer essa
Estou acostumada a
viver tipos de humor
na televisão. Essa
não foi uma
escalação óbvia.
Exatamente por isso
sou muito grata ao
Aguinaldo Silva
outra ca-mada
dela,
menos sensível
e mais observadora
do drama do outro.
Pergunta - A morte
foi em função de um cân-cer.
Como lidou com isso, já
que você passou pela mesma
situação?
Drica - Isso é parte da minha
bagagem. Estou na vida e quem es-tá
na chuva é para se molhar mes-mo.
Mas não é a minha história, é a
história de uma pessoa. A doença
faz parte da vida, é claro. Os perso-nagens
lidam comisso. Talvez eu
tenha tido mais elementos para lan-çar
mão na hora do “gravando”.
Pergunta - Hoje, como vo-cê
está? Há pouco tempo você
comentou que tinha algumas
restrições...
Drica - Estou ótima. Não te-nho
mais nenhuma restrição. Mas
preciso falar baixo, porque podem
ouvir e querer me botar para gra-var
de madrugada, até cinco da ma-nhã!
Olha, as vilãs do Aguinaldo
têm de estar saudáveis ou não
aguentam.
Divulgação
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 27 de julho de 2014 / 19 - TV
20. TV - 20 / São José do Rio Preto, 27 de julho de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO
Entrevista
‘GOSTO DE SER
DESAFIADA’
Agência Estado
A atriz Sophie Charlotte, de 25
anos, encara mais um desafio na tele-dramaturgia.
Ela interpreta Maria
Eduarda Mahler, a Duda, filha adoti-va
de Angela Mahler, protagonizada
por Patrícia Pillar, na novela “O Re-bu”
(Globo). A história gira em tor-no
de um misterioso assassinato, que
acontece durante uma festa promovi-da
por Angela. A personagem de So-phie,
assim como todos os convida-dos
do evento, é uma das suspeitas
do crime. “Tenho a sensação de que
essa personagem é tudo o que eu sem-pre
quis fazer”, diz ela, não esconden-do
o entusiasmo.
No folhetim, Sophie faz par com
seu atual namorado, o ator Daniel de
Oliveira, intérprete de Bruno, um
ambicioso profissional de tecnologia
da informação. Os dois iniciaram o
relacionamento durante filmagens
na cidade de Buenos Aires, na Argen-tina,
onde o elenco passou um mês.
Para dar vida a Duda, na novela
escrita por George Moura e Sergio
Goldenberg, e dirigida por José Luiz
Villamarim, Sophie fez workshop de
etiqueta e teve de mudar radicalmen-te
o visual. Fez um corte
“joãozinho” e disse que achou ótimo
abandonar os cabelos longos. “Hou-ve
um diálogo para entender a perso-nagem
e saber o que o Villamarim es-perava
dela. A Duda tinha um perfil
diferente do meu e eu dei espaço pa-ra
acontecer”, conta.
Sophie estreou na TV em 2006,
quando fez uma participação espe-cial
na atração infantil “Sítio do Pica-pau
Amarelo” (Globo). Dois anos de-pois
veio sua primeira protagonista,
a Angelina, na trama adolescente
“Malhação”, também na Globo. Ho-je,
sente-se mais tranquila quando o
assunto é realização profissional. “A
essência do entusiasmo é a mesma. A
maturidade mudou. Para lá dos
meus 70 espero trabalhar com isso
ainda”, sonha.
Pergunta - “O Rebu” foi ao ar ori-ginalmente
em 1974. Você já tinha
ouvido falar sobre a trama?
Sophie Charlotte - Sim. E como
sou muito curiosa, fui pesquisar na
internet. Corri atrás para ver quem
ia escrever e dirigir dessa vez. É uma
cronologia inovadora que me estimu-lou
bastante, tem uma nova lingua-gem,
novas propostas. E também é
uma homenagem à trama original,
mas tem a liberdade de ser diferente
Pergunta - A começar por
sua personagem. Não havia
uma Duda...
Sophie - Pois é. Digamos que ela
existia de outra maneira. Na época
era o Cauê, interpretado por Buza
Ferraz.
Pergunta - E esta mudança radi-cal
no visual, você gostou?
Sophie - Sim. Foi ótimo mudar,
principalmente porque se trata de
uma mudança para a personagem. O
trabalho é de transformação. Não
houve uma negociação, porque eu es-tava
disponível para a proposta e o
trabalho do diretor Zé Villamarim.
Eu queria muito trabalhar com ele e
confiava em suas propostas. Houve
um diálogo para entender a persona-gem
e saber o que o Villamarim espe-rava
dela. A Duda tinha um perfil di-ferente
do meu e eu dei espaço para
acontecer.
Pergunta - Já se acostumou
com o cabelo curtinho?
Sophie - É uma sensualidade dife-rente
do que é a brasileira, ou a cario-ca,
por exemplo. A Duda é uma mu-lher
de atitude, que tem sua feminili-dade.
Tem uma força feminina.
Pergunta - Fazer uma mudança
de visual um pouco mais drástica
por causa de uma personagem te
estimula mais?
Sophie - Eu acredito que as mu-danças
não tem que ser severas, mas
necessárias. Quando são necessárias
e importantes, não há questão. Você
faz, e é simples assim. Se o persona-gem
te comove e te estimula, não
tem diferença. São mudanças impor-tantes,
mais do que drásticas.
Pergunta - O elenco chegou a
gravar fora do País. Como foi essa
experiência para você?
Sophie - Gravamos na Argenti-na
e foi maravilhoso. Acho que faz
toda a diferença sair da rotina para
encontrar com toda a equipe da no-vela
e começar esse processo mara-vilhoso.
É um trabalho muito dife-renciado.
Já gravamos até cenas do
final. Daí tem uma tensão gigante,
e existe uma concentração diferen-te
por isso também. Foi maravilho-so
experimentar isso.
Pergunta - Você fez algum tipo
de preparação para a personagem?
Sohpie - Fiz um ‘workshop’ de
etiqueta e foi ótimo. Na minha famí-lia,
sempre tomamos muito cuidado
com isso. A elegância é uma questão
Sophie Charlotte comemora as mudanças radicais (no visual e
na personalidade) propostas por sua personagem em “O Rebu”
Fotos: Divulgação
21. de cidadania, de respeito ao
próximo, de cordialidade e deli-cadeza.
A minha família sem-pre
se importou com isso.
Pergunta - “O Rebu” é uma
trama de suspense, com in-vestigação
policial. Gosta
deste estilo?
Sophie - Eu gosto de tra-mas
surpreendentes, mas na
trama os personagens têm que
ser humanos e, de certa manei-ra,
me desafiar como atriz. O
que eu gosto é de ser desafiada,
gosto de receber personagens
complexos e humanos. Eu não
sei se tenho gênero específico
de preferência, gosto de histó-rias
boas. Tipo música: ou é
boa ou não.
Pergunta - Você rodou um
filme independente chamado
“Tamo Junto”. Já tem previ-são
de lançamento?
Sophie - Terminamos de ro-dar
antes de começar “O Re-bu”.
O Matheus Souza (diretor
e roteirista do filme) é meu ami-go
há muitos anos e o roteiro é
muito divertido, bem carioca,
jovem. Eu achei incrível. A pre-visão
de estreia é ainda neste
ano. Não vi o filme pronto, es-tou
curiosa, mas posso dizer
que me diverti muito fazendo.
Pergunta - Ele chegou a di-zer
que você é a atriz mais ca-rismática
do Brasil Acha que
carisma é um dos seus princi-pais
trunfos?
Sophie - Trunfo é uma pala-vra
meio complicada, mas caris-ma
tem a sua força, a sua impor-tância
nesse trabalho. As pes-soas
precisam se identificar
com o que você está dizendo
através dos personagens. Fi-co
feliz por ele dizer isso. É
um diretor em quem eu acre-dito
e respeito muito. O que
tento fazer é me dedicar ao
máximo a cada projeto que
eu entro e isso aparece tam-bém.
Eu sou muito feliz fazen-do
o que faço. Isso eu sei.
Pergunta - “Serra Pelada”
foi um grande sucesso de críti-ca
e também seu primeiro tra-balho
no cinema. Acha que foi
um marco?
Sophie - Foi muito impor-tante,
um divisor de águas na
minha vida A gente sempre
espera que momentos maravi-lhosos
se repitam e sejam ca-da
vez melhores e maiores.
Se nada me inquietasse, eu
pararia de trabalhar. Eu te-nho
muita coisa para fazer. Es-tou
só começando.
Pergunta - Há o mesmo en-tusiasmo
Foi ótimo mudar,
principalmente
porque se trata de
uma mudança para
a personagem. A
Duda tinha perfil
diferente do meu e
eu dei espaço para
acontecer
em “O Rebu”?
Sophie - Em “O Rebu” te-nho
a sensação de que essa
personagem é tudo o que eu
sempre quis fazer. É um te-são
de trabalhar, de viver es-te
projeto com estas pessoas.
É um momento de muito entu-siasmo,
sim.
Pergunta - Qual a diferen-ça
entre a Sophie, protago-nista
de “Malhação”, e a de
hoje?
Sophie - A essência do entu-siasmo
é a mesma. A maturida-de
mudou, sim. Eu tinha 18
anos quando fiz “Malhação” e
agora estou com 25 Para mim,
já é um tempinho. Consigo
ter uma tranquilidade um
pouco maior de que as coisas
estão indo na direção que eu
queria, em termos de realiza-ção
profissional. Para lá dos
meus 70, eu espero trabalhar
com isso ainda.
Pergunta - O que mudou pa-ra
você?
Sophie - Sempre tive uma
vontade de dar o meu melhor,
desde nova. De dar o melhor e
aproveitar as oportunidades.
As ferramentas vão mudando.
Eu aprendo muito com cada
diretor, com cada ator. É um
grande aprendizado. Os dire-tores
Domingos de Oliveira,
Dennis Carvalho e José Luiz
Villamarim, por exemplo; e
as atrizes Lília Cabral, Patri-cia
Pillar, Cassia Kis (Ma-gro),
que são mulheres que
me inspiraram demais no
meu caminhar.
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 27 de julho de 2014 / 21 - TV
22. MALHAÇÃO - 17H45
Segunda-feira - Maria Marta se es-conde
e espera José Alfredo ir embo-ra
da caverna. Cristina recebe a notí-cia
do incêndio no quiosque. Elivaldo
é preso e Cristina vai à delegacia. Vi-cente
conta para Xana e Naná que
conseguiu um emprego. Maria Marta
consegue voltar para o acampamen-to.
João Lucas se assusta com os
presos. Téo exige que Érika descu-bra
um segredo sobre Cláudio.
Terça-feira - Fernando chega exata-mente
no momento em que Cristi-na
está prestes a ler a suposta car-ta
de Eliane. Reginaldo não deixa
Tuane procurar Victor. Cora arru-ma
o quarto de Eliane e o assume
como seu. Du observa José Alfre-do
chegar à delegacia. Ismael ten-ta
convencer Lorraine a desistir de
chantagear Maria Marta. Danielle
garante a José Pedro que ele será
o sucessor de José Alfredo.
GERAÇÃO BRASIL - 19H30
Quarta-feira - Cristina fica atordoada
com o conteúdo do álbum de recor-tes.
José Alfredo discute com José
Pedro. Maria Marta deixa Lorraine es-perando
na piscina. Elivaldo é trans-ferido
para um presídio. Lorraine
chantageia Maria Marta. Enrico deci-de
os detalhes sobre sua festa de ca-samento.
Cláudio marca um encon-tro
secreto. Téo manda Érika investi-gar
o caso que envolve o filho mais
velho de José Alfredo.
Quinta-feira - José Alfredo percebe o
nervosismo de Maria Ísis e finge
acreditar no que ela diz. Os agentes
de polícia encontram quadros falsifi-cados
no armário de Orville. Maria
Marta e sua comitiva chegam à man-são
do Comendador. Robertão en-contra
José Alfredo no elevador e Ma-ria
Ísis se apavora. Vicente enfrenta
Enrico e Antônio no restaurante. Enri-co
convida Maria Clara para jantar.
Sexta-feira - Cristina mente para Jo-sé
Alfredo. Maria Ísis pede para Se-vero
e Magnólia impedirem Robertão
de voltar à sua casa. Maria Marta pa-rabeniza
Silvano pela organização
da casa. Helena implora que Josué a
deixe ficar em sua casa. José Alfre-do
chega à casa de Maria Ísis. Cristi-na
vai ao camelódromo. Maria Clara
gosta da comida de Vicente.
Sábado - Vicente enfrenta os ho-mens
que atacavam Cristina. Lorrai-ne
acusa Ismael de ter roubado seu
dinheiro. Cora vê Cristina conversan-do
com Vicente. Cláudio vê uma notí-cia
no blog de Téo e fica desconfia-do.
José Pedro fica nervoso ao des-cobrir
que Téo divulgou uma notícia
insinuando que ele teria atropelado
uma pessoa. Lorraine acredita que
Érika esteja com o seu dinheiro.
Segunda-feira - Herval e Jonas se
enfrentam e Verônica intervém. Er-nesto
pensa em investir sua inde-nização
no site de Boccardi. Mari-sa
sonha com Brian. Verônica con-ta
para Edna sobre a visita de Jo-nas.
Davi questiona Jonas sobre
o seu projeto secreto. Jonas pede
para Murphy pesquisar sobre Her-val.
Verônica agradece a Herval
por ajudar Vicente.
Terça-feira - Davi tenta acalmar
Manuela. Megan se prepara para
ir à Califórnia. Começa o segundo
episódio do Geração Nem-Nem.
Ernesto não consegue falar com
Boccardi e confessa que pegou di-nheiro
de Iracema. Lara e Brian
desenvolvem uma grande afinida-de.
Pamela entrega para Megan
um colar com um perfume espe-cial.
Davi pede para Jonas deixar
Manuela ir a São Francisco em
seu lugar.
Quarta-feira - Megan reclama com
Jonas de ter que viajar com Ma-nuela.
Iracema expulsa Ernesto
de sua casa. Megan e Pamela se
surpreendem com o número de
pessoas pedindo para participar
do programa Geração Nem-Nem.
Davi convida Vicente para traba-lhar
com ele na Marra e Verônica
e Herval desconfiam. Tatiana ten-ta
consolar Ernesto. Iracema pen-sa
em alugar sua cobertura.
Quinta-feira - Débora decide levar
Verônica para falar com o repórter
que entrevistou Gláucia. Pamela
e Dorothy criticam Brian por ten-tar
reprogramar Barata. Davi men-te
para Jonas sobre Manuela. Ba-rata
descobre um segredo de Do-rothy.
Barata convida Luene para
jantar Gláucia tenta alugar a co-bertura
de Iracema. Herval se sur-preende
ao ver Pamela na Plugar.
Sexta-feira - Rita tenta acalmar
Davi. Barata fala de Verônica para
Luene. Davi não consegue dormir
e decide contar a verdade para Jo-nas.
Todos na Marra assistem a
um documentário sobre Brian.
Shin entrevista Lara e Matias. Ba-rata
fica arrasado ao ver Verônica
com Herval na inauguração do Re-genera.
Pamela e Rita descobrem
que Manuela não apareceu para
falar com o possível investidor do
Júnior.
Sábado - Herval percebe Verônica
abalada com a apresentação de Jo-nas.
Jonas pede para Davi ajudá-lo
em seu novo projeto. Edna filma
Brian fugindo de Marisa. Aconselha-do
por Luene, Barata convida Edna
para sair e Verônica se incomoda.
Jonas dá notícias de Manuela para
Davi. Vander e Mosca pedem para
Ernesto ajudá-los a participar do Ge-ração
Nem-Nem.
MEU PEDACINHO DE CHÃO - 18H15
Segunda-feira - Mãe Benta diz pa-ra
Zelão que Juliana não foi feita
para ele. Juliana diz para Gina
que pensa em Zelão o tempo in-teiro.
Renato passa uma lista
enorme para o Prefeito das An-tas
com o material que precisa-rá
em seu posto de saúde.
Zelão adverte Giácomo que não
se meta com Rosinha pois Izido-ro
não está gostando nada dela
trabalhar na venda com ele.
Terça-feira - Renato garante a
Epaminondas que não apoiará
a candidatura do prefeito e afir-ma
que ficará fora da política.
Zelão impede que Izidoro brigue
com Giácomo por causa de Rosi-nha.
Juliana se entende com
Mãe Benta. Giácomo e Rosinha
se abraçam com afeto. Giácomo
recebe uma carta de Milita.
Quarta-feira - Giácomo fica como-vido
com a carta de Milita e Vira-mundo.
Ferdinando entrega a
Epaminondas o discurso que es-creveu
para o pai falar à popula-ção
da vila. Epaminondas conta a
Zelão que construirá uma casa
pra ele. Giácomo assume Rosi-nha
como sua noiva. O pai de Re-nato
aparece na vila, surpreen-dendo
o médico.
Quinta-feira - A emissora
não divulgou o resumo.
Sexta-feira - A emissora
não divulgou o resumo.
Sábado - Reprise do último
capítulo.
Segunda-feira - Fabi conta para
Bianca que Karina é apaixonada
por Duca. Dalva comemora a vitó-ria
do neto. Gael paga Sol por ter
cuidado de Dalva. Lobão avisa a
Gael que Cobra treinará com ele.
Gael afirma que Cobra pode conti-nuar
treinando em sua academia,
mas o rapaz escolhe Lobão. Dan-dara
se preocupa com o comporta-mento
de João. Karina confessa
para Bianca que gosta de Duca.
Terça-feira - Cobra desabafa com
Gael, que o acolhe. Sol conta de
seu emprego para Bete. Bianca
se preocupa com Karina. Lucrécia
repreende Jade por agir com inve-ja
de Bianca. Nando descobre
que o sofá onde dorme foi rouba-do
e vai deitar na academia. Gael
e Karina o veem dormindo no tata-me
e jogam água nele. Bianca con-versa
com Duca sobre Karina.
Quarta-feira - Duca explica para
Karina que a considera como uma
irmã. Cobra comanda a aula a pe-dido
de Duca. Pedro tenta conso-lar
Karina, mas ela o repele. Duca
convence Bianca a contar para Ka-rina
sobre o namoro dos dois. Ed-gard
e Lucrécia pregam mais uma
peça em Nando. Sol paga sua ma-trícula
na Ribalta. Sol e Pedro fi-nalmente
tocam juntos na banda
montada por Nando.
Quinta-feira - Dandara convida
Gael para jantar e eles conversam
sobre seus relacionamentos ante-riores.
João vê a novela antiga de
seu pai na TV e logo muda de ca-nal.
Dalva elogia René Spinelli.
Sol canta com Pedro no Perfeitão.
Lucrécia critica Jade, que se pune
por seu suposto mau comporta-mento.
Gael e Dandara combi-nam
de repetir o encontro e Del-ma
e Marcelo torcem pelos dois.
Sexta-feira - Duca e Bianca com-binam
de continuar namorando
escondidos. Gael beija Danda-ra
e Bianca vê. João tenta tirar
satisfações com Dandara, que
o repreende. Sol tenta conven-cer
Jeff a estudar na Ribalta,
mas Lincoln encerra o assunto.
Lucrécia e Edgard insinuam pa-ra
Nando que Gael pode ter rou-bado
sua guitarra. Karina é rís-pida
com Duca e Bianca se
preocupa.
Resumo das novelas
GLOBO
IMPÉRIO - 21H00
TV - 22 / São José do Rio Preto, 27 de julho de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO