Maria Marta era uma mulher pobre do Ceará que sofreu maus-tratos de seu marido alcoólatra. Em 1955, ele a assassinou com três golpes de madeira na cabeça após chegar em casa embriagado e furioso. Sua morte violenta três dias após dar à luz comoveu a população local, que passou a venerá-la como mártir e santa popular, pedindo sua intercessão em momentos difíceis. Seu túmulo tornou-se local de romarias e milagres são atribuídos a
2. Maria Marta de Sousa, natural de Hidrolândia CE, filha de uma família muito
humilde, casou-se muito jovem com Júlio Vital da Penha, com quem teve
três filhos e, experimentava na sua família, uma vida bastante sofrida e
necessitada.
Sua mãe era conhecida por todas como Mãe Bela.
3. Júlio, seu esposo, era um homem ríspido e
costumava ter atitudes grosseiras, principalmente
com ela. Ele era viciado em bebida alcoólica e assim
empregava todo o dinheiro que recebia como
pagamento pelo trabalho esporádico realizado, pois
não tinha um emprego fixo.
Na época, o distrito de Cajazeiras não oferecia
oportunidade de emprego, se tratava de um lugar
com todas as características da zona rural. Dada a
necessidade da família, os vizinhos e amigos
ajudavam bastante, mesmo porque Maria Marta
costumava trabalhar nas casas das famílias mais
abastadas e, assim, receber como pagamento,
alimentos para os filhos.
4. De acordo com depoimentos de Júlio Vital da Penha, ele dissera que bebia muito e que tinha
muito ciúmes de Maria Marta e, por esta razão chegava a maltratá-la.
Passando pela rua na noite de 24 de dezembro de 1955, Júlio embriagado, teria sido xingado
e chamado de “corno”.
5. Maria Marta, tinha dado à luz ao seu terceiro
filho, há três dias e, estava em casa com seus
filhos e sua mãe.
Júlio, indignado com o que havia acontecido,
chegou em casa furioso e, mãe Bela
apavorada achando que ele pudesse causar
algum mal a sua filha, foi correndo à casa da
vizinha , dona Quiterinha, em busca de
socorro.
6. As vizinhas chegaram, mas não impediram Júlio de assassinar Maria Marta com uma
tora de pau, quando lhe deu três pancadas na cabeça.
7. A população ficou indignada com a
crueldade do acontecido e o motivo
muito banal. Este fato pode influenciar a
imaginação das pessoas, que ficaram
comovidas pelo fato dela ser mãe, um
dos filhos ter apenas três dias de nascido,
ser morta com tamanha violência, e ainda
na véspera da noite de Natal.
Maria Marta passou pela experiência do
martírio, tornando-se uma mártir. Assim,
as pessoas começaram a crer que podiam
pedir a intercessão dela nos momentos
difíceis, como desunião e dificuldades
familiares, doenças, problemas
financeiros e muitos outros.
8. O número de pessoas que passaram a
frequentar o local do assassinato foi
aumentando cada vez mais e, surgiam
sempre rumores e depoimentos de pessoas
que tinham conseguido alguma graça.
Inclusive, como agradecimento por uma
graça alcançada, uma família mandou
construir um pequeno espaço, onde são
colocados flores, velas, imagens de santos,
bilhetinhos, agradecimentos e, como prova
dos milagres as pessoas beneficiadas
deixam também lá os “ex-votos”, como
fotos, e miniaturas de algum órgão ou
alguma parte do corpo confeccionados em
madeira,
barro e outros.
9. Em décadas passadas, a crença esteve no auge, mas ainda hoje
diariamente pode-se ver pessoas visitarem o local, para pedir ajuda
ou agradecer, acendendo velas e rezando o terço, como também,
podem externar a alegria e a gratidão de ter alcançado alguma
graça, soltando fogos.
10. Segundo depoimentos de quem a conheceu, Maria Marta era de estatura mediana,
morena clara e de uma simples beleza.
Era uma mulher formosa, alegre e com longos cabelos pretos.
“ Marta não vai não! O Júlio quer te pegar!”
Marta não vai não! O Júlio quer é te matar!”
Estas foram as últimas palavras de Dona Alba Timbó para sua amiga,
três dias antes de Marta ser assassinada.