1. Os tempos mudaram. Estamos quase na virada do século e ainda há quem
resista às mudanças quando se fala em Educação.
Não podemos começar a falar em educação sem antes mencionarmos o
sistema em que a mesma está inserido, como não podemos falar em
educação sem mencionarmos avaliação.
O nosso sistema capitalista estratifica o ensino, pois elitiza o saber. A
pseudo-avaliação escolar é um”mito” que está inserido em toda sociedade,
desde alunos até o próprio sistema como garantia de uma apreensão desse
saber. Esse mito vem sido passado pelo senso comum. Está enraizado em
alunos, professores, sociedade como um todo. É como um câncer que corrói
aos poucos até matar de vez o que o aluno tem de mais belo “ a vontade
de aprender sua capacidade de construir”. Por que pseudo-avaliação?
Pressupõe-se que professores saibam o que é avaliar. Na verdade, ao
usarem a avaliação como fim do processo, o professor abre uma chaga
enorme do processo tão belo que é o de observar o seu aluno, fazê-lo
crescer e construir o seu saber. Analogicamente se falando o sistema age
como um engenheiro de segurança, que cria equipamentos para evitar
acidentes e não instrui os trabalhadores a usarem. O professor avalia a
todo tempo e não se dá conta disso.
Aí entra o mito de saudosismo autoritário. Há pressão da sociedade em
relação a mudanças pedagógicas. É notório que escolas inovadoras são
discriminadas, pois fica no ar um certo receio que ninguém quer nada.
Professor não tem autoridade nem compromisso porque não precisa mais de
nota, não precisa avaliar; aluno não tem quem cobre,... enfim, os métodos
mudaram e a sociedade não tem tanta certeza que vai dar certo. Questão
de desinformação.Com isso dar-se mais valor às escolas tradicionais pois
não fogem à regra de terem alunos modelos tábulas rasas, passivos e
dóceis sem a capacidade de questionar,de criticar e de no exercício de sua
cidadania reivindicar por “escolas de qualidade” em lugar das tradicionais,
que é o que precisamos para sair desse atoleiro de idéias errôneas sobre a
“Educação”.