3. A escolarização dos
corpos e da mente
“O prédio escolar informa a
todos/as a sua razão de
existir. Suas marcas, seus
símbolos e arranjos
arquitetônicos “fazem
sentido”, instituem múltiplos
sentidos, constituem distintos
sujeitos” (p. 79)
7. Escola, lugar de ganhar
(ou perder) tempo:
Lazer, laser, neg(ócio),
aprendizagem,
namorados/as,
mudanças,
(in)exclusões, eles/elas,
vidas que se
8. “Gestos, movimentos, sentidos
são produzidos no espaço
escolar e incorporados por
meninos e meninas. Tornam-
se, portanto, parte de seus
corpos. Ali se aprende a olhar
e a se olhar; a ouvir e a se
ouvir; a falar e a se calar; se
aprende a preferir. Todos os
sentidos são treinados,
13. É tão lindo (A Turma do Balão
Mágico).
Se tem bigodes de foca
Nariz de tamanduá
Parece meio estranho, hein?
Também um bico de pato
E um jeitão de sabiá
Mas se é amigo
Não precisa mudar
E é tão lindo
Deixa assim como está
E eu adoro, adoro
Difícil é a gente explicar
Que é tão lindo!
Se tem bigodes de foca
Nariz de tamanduá
E orelhas de camelo, né tio!
Mas se é amigo de fato
A gente deixa como ele está
É tão lindo, não precisa mudar
É tão lindo é tão bom de se
gostar
E eu adoro
É claro
Bom mesmo é a gente
encontrar
Um bom amigo
São os sonhos verdadeiros
Quando existe amor
Somos grandes companheiros
Os três mosqueteiros
Como eu vi no filme
É tão lindo, não precisa mudar
É tão lindo deixa assim como
está
E eu adoro e agora
Eu quero poder lhe falar
Dessa amizade que nasceu
Você e eu
Nós e você
Vocês e eu
E é tão lindo
- Tio
- Hein?
- É legal ter um amigo, né?
- É maravilhoso
Mesmo que ele tenha
Bigodes de foca e até um nariz
de tamanduá
- E orelhas de camelo tio,
lembra?
- Orelhas de camelo?
- É tio
- É mesmo, orelhas de camelo!
Mas é um amigo, né?
- É
- Então não se deve mudar.
14. quase imperceptível” (p.
82)”.
“Olhar atento às
práticas cotidianas nas
quais os sujeitos são
construídos. (...)
Desconfie do que é
tomado como natural”
15. Gênero e sexualidade
1.A partir da compreensão
sobre as diferenças
corporais e sexuais,
culturalmente se cria na
sociedade, ideias e valores
sobre o que é ser homem ou
mulher. Esta diferenciação se
denomina representações de
gênero.
16. gênero e sexualidade na
escola
1. Escola - Extensão da
sociedade, uma instituição
“formadora” de opiniões.
2. Reflexão sobre as
diferenças na escola,
especialmente no que se
17. Gênero
1.“[...]uma operação de classificação cultural[...]”
(ALBEERNAZ e LONGHI, 2009, p.83), significa reafirmar
que através da cultura usamos o gênero para pensar o
que é ser homem e o que é ser mulher, sendo que a
educação desempenha importante papel nesse sentido.
2.Gramaticalmente, designa o meio de classificar
fenômenos, fazer diferenças entre masculino e
feminino.
3.Em uma perspectiva acadêmica, o termo abrange a
importância dos grupos humanos e os simbolismos de
cada época.
4.A formação histórica do conceito está diretamente
relacionada à adoção do termo pelas feministas
americanas que almejavam uma forma de qualificar as
diferenças presentes no sexo, antes trabalhadas nas
academias como “questões de mulher” ou “estudos
sobre mulher” e passam a usar a expressão no seu
sentido literal “[...]como uma maneira de referir-se à
18. 6. São relações construídas a
partir de inúmeros fatores, entre
eles, a educação no que tange a
separação de meninos e meninas
em mundos distintos. É a partir de
uma perspectiva diferenciada que
o masculino se sobrepõe ao
feminino e gradativamente vai
transformando meninos em
sujeitos dominadores ou em
“machos”.
7. Segundo Louro (1997) e Braga
19. Identidade de gênero
O psicólogo John Money (1921-2006) nos
diz que esta vai além do sexo como marca
genital englobando o ser masculino e
feminino. Para ele a criança aprenderia a ser
menino ou menina como aprendia a falar. A
natureza faria apenas a criação e a
sociedade estabeleceria as normas, ou seja,
ele inverte o sinal sexual, e estampa no
corpo de meninos a noção de que “não se
nasce homem” (TORRES, 2010).
20. Identidade sexual
Neste contexto, a formação da identidade
pessoal serve como base para a formação de
uma identidade sexual (GUIMARÃES, 1995),
visto que esta se fundamenta na percepção
individual sobre o próprio sexo, evidenciado no
papel de gênero assumido nas relações sexuais
como pontua Heilborn (2004, p. 43) “[...] essa
identidade opera motivada por uma orientação
erótica espontânea [...] ”. Já os papéis sexuais
vêm a ser as formas de agir, pensar, padrões de
comportamento criados e regulados pela
sociedade e suas instituições.
21. Observamos então que, a identidade
de gênero compreende os papéis
sexuais, bem como tende a defini-los
de acordo com o modelo social. Para
Louro (1999), é “através do
aprendizado de papéis” que “[...]
cada um/ a deveria conhecer o que é
considerado adequado (inadequado)
para um homem ou para uma mulher
[...]”, o que não levaria em conta as
diferentes formas de masculinidade e
de feminilidade e as “complexas
redes de poder” que constituem
22. Os estereótipos sociais na constituiçãos das
identidades de gênero
Na identidade de gênero são estabelecidos pela
sociedade diferentes valores, padrões de
comportamento, características ditas como “naturais”
ao sexo feminino. Esses estereótipos são histórico e
culturalmente formados e modificados. Tudo que foge
a essas características consideradas “ideais” sofre um
processo, às vezes oculto, de discriminação.
Os estereótipos são crenças socialmente
compartilhadas a respeito dos membros de uma
categoria social, que se referem às suposições sobre a
homogeneidade grupal e aos padrões comuns de
comportamento dos indivíduos que pertencem a um
mesmo grupo social.
23. Então, expressões como “é típico
de mulher esse sentimento”, “isto
é para homem”, revelam o mais
genuíno sexismo expresso na
mais cabal forma estereotipada.
Existem também estereótipos que
são reforçados pelo senso
comum, constituídos sobre
imagens rotuladas, símbolos
pejorativos, na maioria das vezes
explicitando situações de
violência e de desprezo, de forma
24. Sexualidade
O conjunto de processos sociais que produzem e organizam a
expressão do desejo e o gozo dos prazeres corporais, orientados a
sujeitos do sexo oposto, do mesmo sexo, de ambos os sexos, ou a si
mesmo (a). Este vem a ser também um conceito cultural que diz
respeito à forma como cada ser vivencia e significa o sexo, indo
além do determinismo naturalista como defende Foucault (1997,
p.100).
[...] não se deve conceber [a sexualidade] como uma espécie de
dado da natureza que o poder é tentado a pôr em xeque, ou como
um domínio obscuro que o saber tentaria, pouco a pouco, desvelar.
A sexualidade é o nome que se pode dar a um dispositivo histórico:
não a uma realidade subterrânea que se apreende com dificuldade,
mas à grande rede da superfície em que a estimulação dos corpos,
a intensificação dos prazeres, a incitação ao discurso, a formação
do conhecimento, o reforço dos controles e das resistências,
encadeiam-se uns aos outros, segundo algumas grandes estratégias
de saber e de poder.
25. A sexualidade é considerada, neste
contexto, como um “fato social” no
sentido de condutas, como origem da
identidade além de ser um campo a
ser explorado cientificamente. É
deste ponto de vista, em que as
relações de gênero têm
fundamentação em categorizações
impregnadas na ordem social, que se
permite relacionar não só a posição
das mulheres, de maneira
subordinada, mas também a relação
entre sexualidade e poder.