1. O documento discute o capítulo 53 de Isaías, que fala sobre o sofrimento do servo de Deus.
2. Isaías 53 descreve como o servo sofreria e morreria pelos pecados de outros, embora fosse inocente, cumprindo a vontade de Deus de salvar a humanidade.
3. A passagem revela que Jesus, o Messias, escolheu sofrer e morrer na cruz para alcançar os pecadores e resgatá-los, pagando o preço de sua redenção.
2. Lição 10
“Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e
moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos
traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras
fomos sarados.”
Isaías 53:5
Fazendo o
impensável
3. Jesus alcançou os inalcançáveis – cada um de
nós e todo o mundo afundado e perdido no
abismo do pecado.
Nesta semana, examinaremos esse evento
maravilhoso, profetizado centenas de anos
antes de acontecer.
4. Ênfases da semana
1. O Senhor como servo
2. O Messias, o Servo sofredor
3. O Messias, o Redentor e o
Rei
6. Se Isaías tivesse a intenção de transmitir somente informações, ele
teria apresentado todos os detalhes sobre o Messias de uma só vez.
Mas, a fim de ensinar, persuadir e oferecer ao seu público-alvo um
encontro com o Servo do Senhor, ele desenvolveu, de maneira
sinfônica, uma rica estrutura de temas recorrentes. O profeta
revelou a mensagem de Deus em etapas para que cada aspecto
pudesse ser compreendido em relação ao restante do quadro. Isaías
foi um artista cuja tela era o coração de seu ouvinte.
7. Leia Isaías 50:4-10. Resuma o que esses versos dizem. Como você
vê Jesus nessa passagem?
PERGUNTA PARA A UNIDADE
8. Em Isaías 49:7 vimos que o Servo de Deus seria
desprezado, detestado e “servo dos
dominadores”, mas que os reis O veriam, e os
príncipes se inclinariam; e eles O adorariam. Em
Isaías 50, descobrimos que o vale seria mais
profundo para o gentil Mestre, cujas palavras
sustentam o cansado (Is 50:4). O caminho para a
vindicação passaria pela violência física (Is 50:6).
9. Essa violência parece ruim para nós das
culturas ocidentais modernas. Mas, numa
cultura antiga do Oriente Próximo, a honra
era uma questão de vida ou morte para
uma pessoa e seu grupo. Se alguém
insultasse e maltratasse uma pessoa dessa
maneira, era melhor estar bem protegido;
se a vítima ou seu grupo tivessem a
mínima chance, certamente retaliariam.
10. O rei Davi atacou e conquistou Amom (2Sm 10:1-12) porque o rei deles havia
tomado os servos de Davi, rapado metade da barba deles, cortado metade de suas
vestes, até às nádegas, e os despedido (2Sm 10:4; ARC). Porém, em Isaías 50, as
pessoas golpeiam o Servo, Lhe arrancam dolorosamente os cabelos e cospem Nele.
O que torna essas ações um incidente intercósmico é que a Vítima era um enviado
do divino Rei dos reis. Ao compararmos Isaías 9:6, 7 e Isaías 11:1-16 com outras
passagens sobre “servos”, descobrimos que esse Servo é o Rei, o poderoso
Libertador! Mas com todo esse poder e honra, por alguma razão impensável, Ele
não Se salvou! Essa situação era tão estranha que o povo não creu. Na cruz de -
Jesus, os líderes zombavam Dele: “Salvou os outros. Que salve a Si mesmo, se é,
de fato, o Cristo de Deus, o escolhido” (Lc 23:35); “Desça da cruz, e então
creremos Nele” (Mt 27:42).
12. A passagem de Isaías 52:13–53:12,
conhecida como “o poema do
Servo sofredor”, confirma a
reputação de Isaías como “o
profeta do evangelho”. Em
harmonia com a excelência do
evangelho, o poema se eleva
acima de outras literaturas.
Embora seja surpreendentemente
curto, cada frase tem um
significado profundo que revela a
essência da busca impensável de
Deus para salvar a humanidade
mergulhada e perdida no pecado.
13. Esse não é o “leite” espiritual de Isaías, mas algo profundo. Ele já
vinha preparando sua audiência ao desenvolver o tema messiânico
desde o início de seu livro. Seguindo o curso geral da vida do Messias
na Terra, o profeta havia começado com Sua concepção e
nascimento (Is 7:14), apresentado Sua identidade como Rei da
descendência de Davi (Is 9:6, 7), detalhado Sua obra da restauração
de Israel (Is 11:1-16) e o pacífico ministério de libertação da
injustiça e do sofrimento (Is 42:1-7). Em seguida, Isaías tinha
revelado que o drama do Messias incluía o contraste da tragédia
antes da exaltação (Is 49:1-12; Is 50:6-10). O poema do Servo
sofredor então sonda as profundezas dessa tragédia.
14. Releia as seções do slide anterior. O que elas revelam sobre
Jesus, o Messias? Como elas nos preparam para o que é
apresentado em Isaías 52 e 53?
PERGUNTA PARA A UNIDADE
15. Isaías 52:13–53:1 introduz o poema com uma prévia contendo um
contraste impressionante: o Servo prosperaria e seria exaltado,
mas Sua aparência seria desfigurada a ponto de não ser
reconhecida. Quem creria?
Isaías 53:2, 3 inicia um doloroso declínio da origem do Servo e de
Sua aparência comum até Seu sofrimento e rejeição. Isaías 53:4-6
faz uma pausa para explicar que Seu sofrimento era realmente o
nosso castigo, que Ele suportaria a fim de nos curar. Isaías 53:7-9
continua o declínio do inocente Servo rumo ao túmulo.
16. Em Isaías 53:10-12, o Servo ascende à exaltada recompensa prevista
no início do poema (Is 52:13), com a percepção adicional de que Seu
sacrifício para salvar os outros era da vontade de Deus.
Compare esse poema com a estrutura de “vale” de Filipenses 2:5-11,
na qual Jesus começa na forma de Deus, mas desce ao Se esvaziar
para assumir a escravidão da forma humana, humilhando-Se até a
morte de cruz (a mais humilhante das mortes). Portanto, Deus O
exalta sobremaneira, para que todos O reconheçam como Senhor
(Is 49:7).
17. Em Isaías 52:13, o Servo de Deus é grandemente exaltado; porém, de
repente, o verso seguinte descreve Sua aparência como tão
desfigurada que Ele não podia ser reconhecido como um dos “filhos
dos homens”. O Novo Testamento descreve os fatores que fizeram
com que a aparência de Jesus ficasse desfigurada, incluindo
açoitamento, a coroa de espinhos, a crucifixão, mas, acima de tudo,
o fato de Ele ter carregado os pecados da humanidade. O plano
nunca foi que o pecado fosse natural para o ser humano; o ato de
carregá-lo fez com que o “Filho do Homem” tivesse uma aparência
sub-humana.
18. Compare isso com a história de Jó,
que subitamente despencou de uma
posição de grande riqueza, honra e
poder a um miserável e infeliz lugar
entre as cinzas no chão, raspando
suas feridas dolorosas com um caco
(Jó 1; 2). O contraste foi tão
grande que nem os amigos de Jó o
reconheceram a princípio (Jó 2:12).
A pergunta é: por que Jó sofreu?
Por que o Messias de Deus deveria
sofrer? Nenhum deles merecia isso.
Ambos eram inocentes. Por que,
então, o sofrimento?
19. Leia Isaías 52:13–53:12 e anote as partes em que aparece o tema
do sofrimento do inocente pelos culpados. Qual é a mensagem
essencial para nós nessa passagem?
PERGUNTA PARA A UNIDADE
20. Examine as perguntas em Isaías 53:1. Essas
perguntas enfatizam o desafio de crer no
inacreditável (compare com Jo 12:37-41) e nos
advertem a aguardar o restante da história. Mas as
perguntas também sugerem um apelo. Nesse
contexto, o paralelo entre as duas perguntas
sugere que o braço ou o poder de salvação do
Senhor (compare com Is 52:10) é revelado àqueles
que creem no relato. Você deseja experimentar o
poder salvífico de Deus? Então creia no relato.
21. Leia atentamente Isaías 53:6. Qual é a mensagem específica desse
texto? Como essas palavras podem lhe dar esperança, apesar de
seus pecados e falhas do passado, de modo que você possa levar
esperança a outras pessoas?
PERGUNTA PARA A UNIDADE
23. O Servo sofredor é retratado aqui como
um “renovo” vulnerável, aparentemente
sem valor especial, e desprezado (Is
53:2, 3). Isaías rapidamente nos leva por
meio da juventude inocente à beira do
abismo. Mesmo com o pano de fundo
apresentado anteriormente, não
estamos preparados para nos conformar
com o destino do Servo. Pelo contrário!
Isaías nos ensinou a estimar o Filho
nascido a nós, o supremo Príncipe da
Paz. Outros o desprezam, mas sabemos
quem Ele realmente é.
24. Alguém disse: “Encontramos o inimigo, e o inimigo somos nós”. O
Servo não foi o primeiro a ser desprezado, rejeitado ou a ser
homem de dores. O rei Davi foi considerado tudo isso quando
fugiu de seu filho Absalão (2Sm 15:30). Mas o sofrimento
suportado por esse Servo não era Dele e não resultava de Seu
próprio pecado. Ele também não o levou apenas por uma pessoa;
“o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de todos nós” (Is 53:6).
A resposta para o “Por quê?” é a difícil verdade de Isaías: por
causa do amor de Deus, Seu Messias escolheria sofrer. Mas por
quê? Isaías colocou o último elemento que faltava para completar
a verdade impensável: Ele escolheria sofrer para alcançar o
inalcançável, e o inalcançável somos nós!
25. Os que não entendem consideram o Servo como “ferido de Deus”
(Is 53:4). Os amigos de Jó pensaram que o sofrimento dele devia
ter sido causado por seu pecado, e os discípulos de Jesus Lhe
perguntaram: “Quem pecou para que este homem nascesse cego?
Ele ou os pais dele?” (Jo 9:2). Assim também, os que viram Jesus
na cruz pensaram o pior. Moisés não havia dito que “o que for
pendurado no madeiro é maldito de Deus” (Dt 21:23; compare com
Nm 25:4)?
No entanto, tudo isso foi da vontade de Deus (Is 53:10). Por quê?
Porque “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-Se Ele
próprio maldição em nosso lugar” (Gl 3:13). “Aquele que não
conheceu pecado, Deus O fez pecado por nós, para que, Nele,
fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5:21).
26. “Que preço elevadíssimo foi esse que Deus pagou por nós!
Olhem para a cruz e para a Vítima nela pendurada. Olhem
para aquelas mãos traspassadas de cravos e para aqueles pés
pregados no madeiro. Cristo levou em Seu próprio corpo o
nosso pecado. Aquele sofrimento, aquela agonia, representa o
preço de nossa redenção”
(Ellen G. White, A Maravilhosa Graça de Deus, p. 172).
27. O que significa o fato de que a vida do Servo é uma
“oferta pelo pecado” (Is 53:10)?
PERGUNTA PARA A UNIDADE
28. A palavra hebraica se refere a uma oferta de expiação pela
culpa ou oferta de reparação (Lv 5:14–6:7; Lv 7:1-7), que
poderia expiar pecados deliberados cometidos contra outras
pessoas (Lv 6:2, 3). Esses pecados foram destacados por
Isaías (Is 1–3; Is 10:1, 2; Is 58). Além disso, o pecador devia
devolver à pessoa prejudicada o que havia sido tomado,
além de uma multa, antes de oferecer o sacrifício para
receber o perdão de Deus (Lv 6:4-7; compare com Mt 5:23,
24). No caso de involuntário uso indevido de algo que
pertencia a Deus, a reparação iria para Ele (Lv 5:16).
29. Agora podemos entender Isaías 40:2, em que Deus conforta Seu povo
exilado, ao dizer-lhe que ele havia feito restituição suficiente por
seus pecados.
Mas após a reparação, devia haver um sacrifício. Esse sacrifício se
encontra em Isaías 53: em vez de um carneiro, o Servo de Deus seria
levado como uma ovelha ao matadouro (Is 53:7) em prol de pessoas
que haviam se desviado (Is 53:6).
Embora fosse “cortado da terra dos viventes” (Is 53:8; compare com
Dn 9:26), completamente consumido no sacrifício que nos acende a
chama da esperança, o Servo ressurgiria da morte, a terra sem
retorno, a fim de receber exaltação, ver Sua “posteridade” e
prolongar Seus dias (Is 53:10-12).
30. Examine os seguintes versos. Como cada um deles reflete
a mensagem básica de Isaías 53?
Sl 32:1, 2Rm 5:8, Gl 2:16,
Fp 3:9, Hb 2:9, 1Pe 2:24
PERGUNTA PARA A UNIDADE
31. “Cristo levou nossos pecados em Seu corpo sobre o madeiro.
[...] Que seria do pecado, uma vez que nenhum ser finito
podia fazer expiação? Qual seria sua maldição, se só a
Divindade a podia dissipar? A cruz de Cristo testifica a todo
homem de que a pena do pecado é a morte. [...] Oh! tem que
haver algum fascinante poder que prende as sensibilidades
morais, adormecendo-as quanto às impressões do Espírito de
Deus!”
(Ellen G. White, Nossa Alta Vocação, p. 44).
32. “A lei do governo de Deus devia ser engrandecida pela morte do
unigênito Filho de Deus. Cristo arcou com a culpa dos pecados do
mundo. Nossa suficiência só se encontra na encarnação e na morte do
Filho de Deus. Ele pôde sofrer, porque foi sustentado pela Divindade.
Ele pôde suportar, porque era sem uma mancha de deslealdade ou
pecado. Cristo triunfou em favor do homem, ao assim suportar a
justiça da punição. Ele assegurou aos homens a vida eterna, exaltando
a lei e fazendo-a gloriosa”
(Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 302).
33. A última citação acima afirma
que a morte de Cristo exaltou
a lei. O que Ellen White quis
dizer com isso? Como
entendemos Sua morte como
prova da perpetuidade da lei?