1. Geopolítica é um campo de conhecimento multidisciplinar, que não se identifica com uma única
disciplina, mas se utiliza principalmente da Teoria Política e da Geografia ligado às Ciências
Humanas, Ciências Sociais aplicadas e Geociências.A geopolítica considera a relação entre os
processos políticos e as características geográficas como localização, território, posse de recursos
naturais como o petroleo.
Nas relações de poder internacionais entre os Estados e entre Estado e Sociedade. A geopolítica
do petróleo significa a disputa pelo controle das regiões petrolíferas.
Desde os anos 1930 do Século XX que ouvimos dizer, com frequência, que o petróleo é 10 por
cento de economia e 90 por cento de política. O choque petrolífero dos inícios dos anos de 1970,
várias guerras levadas a cabo pelo e para o petróleo, assim como o preço que, desde 2004
incendeia, sobretudo sob a pressão dos tensões geopolíticas, parecem confirmar esta fórmula.
O petróleo assumiu-se no século XX com a relevância que o carvão teve para o início da
revolução industrial. A sua utilização disseminou-se pelos mais diversos sectores de actividade:
quer se trate de carburantes, plásticos ou matérias sintéticas, tem hoje uma presença
incontornável. Daí se compreende a importância que o petróleo assume. No início do século XXI
(2003), o petróleo correspondia a 35% do consumo mundial de energia primária. Juntamente com
o gás natural (21,1% da energia primária consumida), ilustra o domínio dos hidrocarbonetos no
consumo mundial de energia.
Por longos anos, as nações poderosas, ajudadas em seus objetivos pelos trustes de petróleo,
apossaram-se de grandes áreas petrolíferas, através de draconianos contratos de concessões.
Tais atividades constituíam ilhas estrangeiras sobre as quais os governos locais tinham controle
precário. Henri Berenger, comissário-geral de petróleo da França, referindo-se à Primeira Grande
Guerra, afirmou que petróleo foi o verdadeiro sangue da vitória. Uma vitória será denominada, por
séculos e séculos, a vitória do petróleo. E que ainda hoje, sem petróleo o mundo para. Petróleo é
benção, é progresso para os países que dominam e controlam as atividades petrolíferas.
Em Dezembro de 2012, a China tomou o lugar dos Estados Unidos como o maior importador de
Petróleo do mundo. Nesse mês, de acordo com dados preliminares da US Energy Information
Administration, a China importou o correspondente a 6,12 b/d enquanto os Estados Unidos
importaram 5,98 b/d. Os americanos lideravam o ranking dos importadores desde meados dos
anos 1970 e, apesar dos dados se referirem apenas ao mês Dezembro e no consolidado do ano
os EUA seguirem liderando, analistas acreditam que essa ultrapassagem mensal sinaliza
claramente a tendência de longo prazo de supremacia chinesa nas importações mundiais de
petróleo.
O petróleo, para além de suas capacidades e potencias energéticas, se consolida como uma
ferramenta politica e econômica. Por ser uma fonte energética não renovável, a possibilidade de
esgotamento e de escassez iria desestruturar todo o sistema ora erguido. Muitos cenários e
previsões sobre a escassez deste recurso vêm sendo construídos desde a década de 50, mas
desde então novas reservas vem sendo encontradas permitindo, assim, o uso continuo desta
mercadoria. A descoberta do Pré Sal no Brasil é um exemplo disto.
Um dos maiores desafios que o Brasil enfrentará será a legitimação e a consolidação de sua
soberania dentro da área que ultrapassa a faixa de 12 até 200 milhas da costa como pertencente
ao domínio econômico exclusivo do país. Apesar de muitos países já terem ratificado este
Tratado, os EUA ainda não o fizeram. Os países mais desenvolvidos são, atualmente, os que mais
se fazem valer do uso do petróleo seja para movimentação de sua economia e indústria nacional.
Neste sentido, o não reconhecimento deste tratado, se consolida como uma questão que podem
gerar dilemas de segurança e crises que necessitarão ser gerenciadas pelo Brasil. Apesar de uma
ferramenta estratégica, o petróleo pode gerar um retrocesso econômico para os seus países
produtores e, ainda, trazer grande vulnerabilidades devidos aos crescentes interesses pela
dominação da região.