2. 3.1 Mediadores e multiplicadores
É comum se pensar que a educação é transmissão de informação, mas,
como revela a experiência de sala de aula ou da atuação dos mediadores em
museus, ela implica sempre em transformações. O intermediário (aquele que
está entre o emissor e o destinatário da mensagem) tem vários nomes:
educador, intérprete, tradutor, explicador, comunicador, mediador. Em
museus e exposições, ele recebe também outros nomes: guia, monitor,
animador. Essas várias denominações estão relacionadas a diferentes
papéis que o mediador pode desempenhar.
Às vezes o papel de mediação é conjugado com a função de recepcionista e
de zelador. Essas duas funções parecem menos nobres, mas se pensarmos
na figura do anfitrião podemos ver a multiplicidade de suas habilidades.
4. 3.1 Mediadores e multiplicadores
Um bom anfitrião está preocupado em acolher, em fazer com que o visitante
tenha bons momentos, se sinta bem naquele lugar e que aquele momento
seja significativo para todos os envolvidos, cuida para que tudo funcione bem,
e para tanto tem que atentar para muitas coisas ao mesmo tempo, desde o
ambiente (limpeza, frio, calor, etc) até a dinâmica e interação da pessoa com a
proposta da exposição
Sobre a inexorável transformação das informações, alguns autores falam em
transposição didática, transposição museógrafa, outros em translação.
Academicamente, ela se insere nos processos de educação não formal e em
especial a educação museal, tem se tornado uma área emergente, com
fóruns, congressos e linhas de pesquisa especificas. Se você tiver interesse
por essa área do conhecimento dê uma olhada no Plano Nacional de
Educação Museal: http://pnem.museus.gov.br/
5. 3.1 Mediadores e multiplicadores
No campo de conhecimento que aborda as relações entre educação e
espaços culturais, em especial sobre educação e museus, tem-se
preocupado muito com o processo de mediação cultural e mediação da
informação, pautando-se na idéia de construção coletiva do conhecimento.
A mediação humana presencial tem sido uma ferramenta importante no
processo de diálogo entre o público e os objetos expositivos. Provocar
diálogos entre visitantes e o conteúdo da exposição é um objetivo da
mediação em museu e o risco a ser evitado seria o de transformar a
mediação em um processo de mão única, sem diálogo.
6. 3.1 Mediadores e multiplicadores
A mediação numa exposição ou museu envolve vários tipos de diálogos: ela
é a grande promotora de interação. Da exposição com o público, entre os
diferentes visitantes, na troca de experiências.
Para isso, devemos entender que o diálogo vai muito além de uma
interação face a face com alternância das falas. Ele implica em
deslocamento, reflexão e reconsideração.
8. 3.1 Mediadores e multiplicadores
Na prática, os mediadores comumente podem se dedicar a variadas
tarefas no museu, relacionadas ao atendimento ao público: dialogam com
os visitantes e orientam o uso de aparatos interativos nas exposições;
fazem o papel de anfitriões, recebendo os visitantes tentando fazê-los se
sentir bem.
Fazem também o papel de zeladores: evitando que visitantes façam mal
uso dos equipamentos (crianças com um pilot na mão são um perigo!) ou
incomodem outros visitantes. De multiplicador e mobilizador:
compartilhando experiências e comentários sobre essas experiências
nas redes sociais. Mas devem provocar a reflexão e estimular a
participação.
9. 3.1 Mediadores e multiplicadores
Para tanto, é preciso entender que o diálogo que nos interessa deve ser
fruto de vários encontros, não apenas entre o mediador e o visitante, mas
também entre este e as diferentes vozes que permeiam o conteúdo de
uma exposição.
Garantir que o visitante tenha oportunidade de vivenciar a exposição à
sua maneira é também uma tarefa do mediador. Isso muitas vezes implica
em diminuir a ansiedade de querer apresentar os atrativos das exibições
de modo a permitir que o visitante faça o seu percurso e construa
significados a partir das suas experiências pessoais.
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