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1Sintonia da Saúde - Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2018
Otites são comuns
no verão
Cozinhar é
arma contra o
stress
Sintonia da Saúde - Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2018
Página 2
Página 5
Ginástica
na praia
Q
uem está de férias não precisa descuidar
da saúde e do condicionamento físico. O
mar e a areia são bons locais para manter
a forma e praticar atividades físicas.
Nos municípios de Arroio do Silva e
Balneário Gaivota, os veranistas contam com aula de
ginástica a beira mar. As vantagens dessa atividade na
praia é não ficar parado, conhecer pessoas e se divertir
ao ar livre, em um cenário bonito e inspirador.
2 Sintonia da Saúde - Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2018
Otitessãocomunsnoverão
A
inflamação do ouvido, conhecida
também como otite, pode se tornar um
pesadelo nas férias da criançada. Isso
por que o período de recesso escolar
coincide com o verão e a alta tempo-
rada de piscinas, rios e praias. Os resquícios de água
na orelha após a diversão criam um ambiente úmido
propício para o crescimento de bactérias ou fungos,
podendo causar a otite externa.
Sofrer com a dor é uma das partes mais difíceis para
as crianças quando são acometidas pela otite. Além
da vermelhidão na área, a dor é intensa e pode ser
agravada até mesmo ao encostar ou apertar a orelha,
o que resulta frequentemente em choro e um grande
incômodo para os pequenos.
Em crianças menores pode ser um pouco mais difícil
identificar a otite, já que elas não conseguem falar
que sentem dor. “Os pais devem observar o compor-
tamento. Por exemplo, quando for mamar ou comer,
em um quadro de otite, na hora de engolir pode doer e
a criança exprimir isto chorando, principalmente nos
casos de otite média – que é da timpânica para dentro”,
explica o médico Jairo Barros do Instituto Brasiliense
de Otorrinolaringologia (IBORL).
Nos casos de otite externa, os pais vão notar verme-
lhidão e inchaço na orelha, acompanhados de muita
dor quando tocada mesmo que levemente. Além disso,
a criança passa a levar a mão ao ouvido várias vezes,
como se algo estivesse errado. Antes de ir ao médico,
para amenizar a dor, pode-se fazer uma compressa
morna e colocá-la no ouvido externamente.
Quando percebido o incômodo na orelha, um dos
erros comuns é usar cotonetes para limpar dentro
do ouvido no intuito de melhorar. Porém, esta ação é
altamente contraindicada, já que, tanto em crianças
quanto em adultos, isto pode causar perfuração da
membrana timpânica. “Cotonetes, grampos, pontas
de caneta... nada disso deve ser introduzido no ouvido.
Além de ferir, pode ser porta de entrada para diversas
infecções”, alerta.
Como não há prevenção para a inflamação, a orien-
tação médica é cuidar do ouvido após o contato com a
água. “Às vezes, no consultório, quando examinamos
a orelha da criança é comum encontrarmos grãos de
areia dentro. Esses corpos estranhos podem machucar
o ouvido e trazer infecções”, explica o otorrinolarin-
gologista. Por isso, depois da brincadeira na água,
durante o banho, é importante lavar a parte externa
da orelha com água corrente para tirar o excesso de
areia ou até mesmo de cloro, geralmente encontrado
em piscinas.
Identificados os sintomas, os pais devem procurar
imediatamente um pronto-socorro pois, se não trata-
da, a otite pode comprometer até mesmo a audição.
Uma vez com otite, as crianças não podem ter nenhum
contato do ouvido com a água até serem examinadas
adequadamente por um médico para que o tratamento
seja iniciado corretamente.
Mas calma! Não precisa privar os pequenos da
diversão. “Algumas crianças são mais propensas a
terem otite, outras não. Caso ela não apresente nenhum
sintoma e não haja nenhum outro motivo que impeça a
brincadeira, ele não deve ser afastado das atividades
comuns das férias”, finaliza o doutor Jairo.
Verão favorece a candidíaseCalor e umidade cau-
sam alteração do pH da
região íntima, reduzindo a
defesa da flora de proteção
Com a temporada de
verão, praia, rios, lagoas e
piscina passam a fazer par-
te dos dias de lazer. Apesar
de todas as belezas da es-
tação, é nesse período que
a aumenta a incidência da
candidíase - infecção na
região vaginal causada,
principalmente, pelo fun-
go Candida Albicans.
“O fungo que causa a
candidíase está presente
no corpo humano desde
o nascimento, no entan-
to, quando há queda de
imunidade ou aumento da
agressão externa, com o
uso excessivo de roupas de
banhomolhadaspormuito
tempo ou calça que aper-
te a região genital, pode
ocorrer a proliferação dos
fungos, desencadeando
coceira na região íntima,
corrimento de cor esbran-
quiçada e ardor ao urinar”,
explica Renato de Oliveira,
ginecologista.
Para evitar o incômodo
e aproveitar os dias de ca-
lor com a saúde em dia, é
necessário seguir algumas
recomendações. “Além de
trocar a roupa de banho
molhada assim que sair
do mar ou piscina, se pos-
sível, lave e seque a região
Íntima.Evitetambémsubs-
tâncias que podem gerar
um processo alérgico ou
um desequilíbrio da flora
vaginal como protetores
diários, papéis higiênicos
perfumados e uso de sabão
em pó e amaciantes para a
lavagem das calcinhas e,
se possível, durma sem a
peça íntima para ventilar
a região”, aconselha.
3Sintonia da Saúde - Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2018
Saúde forma
cuidadores de idoso
L
uana da Rosa é formada em enfermagem
há três anos e sempre busca mais conhe-
cimento, Marinês Coelho Goldinho esta-
va desempregada e aproveitava o tempo
em busca de alternativas, Nair Adriana
da Silva cuidava da sogra acamada. As três estavam
entre os cerca de 30 alunos do curso de cuidador de
idosos que foi realizado no ano passado em Sombrio.
A qualificação foi oferecida pela Escola de Forma-
ção em Saúde do estado, sem custos, a participantes
de toda a região.
A secretária de Saúde de Sombrio. Gislaine Dias da
Cunha, afirma que a falta de cuidadores profissionais
é sentida em todos os municípios, por isso, foi feito
o pedido por um curso no setor. “Em uma reunião do
Colegiado de Secretários de Saúde discutimos onde as
aulas seriam e ofereci a nossa parceria para que fosse
aqui”, conta. Também foi o colegiado que indicou a
enfermeira Sandra da Rosa como coordenadora e as
enfermeiras Aline da Cunha Almeida e Élida Silveira
da Rosa como professoras. A elas, ao longo das 110
horas de curso, se juntaram nutricionista,assistente
social, dentista e outros especialistas que abordaram
os cuidados necessários com o idoso, em suas áreas
de atuação.
Sandra lembra que a população brasileira está
envelhecendo e a necessidade de cuidadores é cada
vez maior. Assim como tem aumentado a quantidade
de casas de repouso e asilos.
Muitos alunos do curso que aconteceu duas vezes
por semana no auditório da prefeitura de Sombrio,
já trabalham na saúde pública ou são cuidadores e
aproveitaram para se aperfeiçoar, alguns vindos de
Arroio do Silva, Meleiro e outras cidades.
É o caso das três mulheres citadas no início da
reportagem. A enfermeira Luana acredita que o mer-
cado de trabalho para atender o idoso tende a crescer
e quer estar preparada, Marinês disse que a oferta de
uma qualificação gratuita deve sempre ser aprovei-
tada, ainda mais no seu caso. Ela veio do Rio Grande
do Sul para morar em Sombrio em 2017 e procurava
emprego. “Como gosto de cuidar de pessoas, é uma
opção, e chegar para preencher uma vaga mostrando
que tenho conhecimento específico ajuda bastante”,
justificou. Nair tem a experiência prática, pois cui-
dava na época da sogra e de uma sobrinha especial,
e garante que gosta de cuidar de velhinhos. As três
esperavam abrir portas para novas oportunidades
profissionais aproveitando uma demanda que só faz
crescer.
4 Sintonia da Saúde - Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2018
Odontofobia - Medo de ir ao dentista
Sem dúvida, o mal que mais atinge
os pacientes que chegam ao consul-
tório odontológico. Às vezes por um
trauma vivenciado, outras por medo
do desconhecido... mas quase todo o
paciente que precisa de uma consulta
odontológica sofre medo ou pânico de
sentar na cadeira do dentista.
Algunsaorigemdomedovemdeum
tratamento traumático, com histórico de
doroudeumproblemadedifícilsolução. 
Outros apresentam medo do barulho do
motor, o qual associam com vivências
passadas.Muitaspessoastambém rela-
tammedodaanestesia,sendodaagulha
ou da sensação de dormência que a
medicação anestésica causa.
Os sintomas destes traumas variam entre leves como: evitar a consulta, ficar falando sem parar, criar problemas que
dificultem o atendimento, suor nas mãos e nervosismo. Em casos mais graves, podemos ter também: crises de pânico,
tontura, desmaios, taquicardia, falta de ar e insônia.
O que fazer?
Bem, o primeiro passo é encontrar um local de atendimento odontológico que você se sinta bem, que se sinta acolhido.
Desde que montei a clínica procurei criar um ambiente descontraído com uma recepção colorida que remete ao paciente a
sensação de acolhimento e bem estar.
Este acolhimento também depende dos profissionais que irão atendê-lo. É de suma importância que você confie em quem
irá fazer o tratamento. Portanto, muitas vezes, antes de começar um tratamento, é necessário que   você faça consultas para
conversar, conhecer bem seu dentista e a equipe que ficará responsável por você.
Em alguns casos mais graves, pode ser necessário o uso de medicações prévias as consultas, que possibilitem que o
paciente tenha a experiência de uma consulta confortável, isto é, substituir antigas ideias ruins por uma nova, bem sucedida.
Outra situação importante, é marcar as consultas pelo período da manhã, depois de uma boa noite de sono... Assim a
gente sempre se encontra mais tranquilo do que depois de um dia inteiro de trabalho.
É fato que a Odontologia evoluiu, e que hoje se têm equipamentos mais silenciosos, anestesia sem agulha, medicações
potentes e tratamentos indolores e efetivos. Com certeza o tratamento odontológico atual não é como antigamente. E isto já
é um estímulo para criar coragem! Experimentar o novo!
Além disto, é importante lembrar que, um problema pequeno hoje, pode se tornar um problema mais sério amanhã,
portanto, não deixe de lado sua saúde bucal. Até porquê a prevenção é o tratamento mais fácil de ser realizado.
Vou te contar um segredinho! Tenho pacientes que morriam de medo de vir consultar e que agora adoram! É a mudança
de paradigma com a odontologia atual fazendo você sorrir!
5Sintonia da Saúde - Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2018
M
orando a quase 20 anos na Alemanha, o sombriense Enedir
Fabiano da Cunha Miguel, conhecido como Fábio, mais por
necessidade do que por gosto, começou a fazer bolo para ven-
der e assim conseguir pagar as aulas de alemão. O bolo era
a tradicional ‘nega maluca’,uma novidade para seus colegas
de aula, mas muito conhecido dos brasileiros. O sucesso foi
imediato e logo ele se viu aperfeiçoando a receita, inventando
novidades e descobrindo-se apaixonado pela cozinha.
Hoje Fábio é dono de dois restaurantes em Hamburgo e co-
meça
a espalhar frutos do seu trabalho através
de franquias. Para ele, a gastronomia é
mais do que uma forma de ganhar di-
nheiro, é um prazer e uma boa forma de
enfrentar o stress.
No Brasil, cada vez mais pessoas têm
descoberto este poder terapêutico da
culinária e se dedicado a fazer os próprios
alimentos. Quem quiser entrar nessa boa
onda também, aqui vão duas receitas do
chef Fábio.
Divirta-se e bom apetite!
Cozinhar é arma
contra o stress
6 Sintonia da Saúde - Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2018
Aumento da
sífilis preocupa
O
s ca so s
de sífilis
vêm au-
mentan-
do ano a
ano no mundo. A esti-
mativa da Organização
Mundial da Saúde é que
937 mil pessoas são in-
fectadas a cada ano no
Brasil. Em Santa Catarina,
foram registrados 1.963
novos casos em 2014, um
crescimento em torno de
30% em relação aos casos
notificados no ano ante-
rior. Em 2015, entre janeiro
e julho, 1.461 pessoas con-
traíram a doença. Foram
também notificados casos
em 654 gestantes. Entre
2010 e 2014, 6.344 pessoas
foram diagnosticadas com
sífilis no Estado.
A sífilis congênita –
transmissão da doença
da mãe para o bebê – é
ainda mais preocupante,
considerando que a crian-
ça nasce livre da sífilis
se houver o tratamento
adequado da gestante
infectada e do seu parceiro
sexual. O último levanta-
mento do Ministério da
Saúde, realizado em 2013,
apontou que 21.382 ges-
tantes contraíram sífilis
e 13.705 bebês nasceram
com a doença. Desses, 161
morreram.
Em Santa Catarina, fo-
ram registrados 248 novos
casos em bebês somente
no primeiro semestre de
2015 – um crescimento de
43% em relação ao mesmo
período do ano passado.
De janeiro a dezembro de
2014, foram 268 casos e
sífilis congênita, com 20
abortos e 16 natimortos.
Nos últimos 10 anos, hou-
ve um progressivo aumen-
to na taxa de incidência de
sífilis congênita no Brasil:
a taxa passou de 1,7 casos
a cada 1.000 nascidos
vivos em 2004 para 4,7
em 2013.
Por isso, são as mu-
lheres grávidas que re-
querem maior atenção no
diagnóstico e tratamento
da sífilis, uma doença
infecciosa sexualmente
transmissível causada
pela bactéria treponema
pallidum. A infecção pode
provocar má formação do
feto e aborto. Quando nas-
ce, o bebê com sífilis apre-
senta graves sequelas que
podem variar entre pneu-
monia, feridas no corpo,
cegueira, problemas ós-
seos, surdez ou deficiência
mental. Se as gestantes
fizerem o diagnóstico em
tempo apropriado e o tra-
tamento correto, realizado
com a administração de
três doses de penicilina,
as chances de infecção do
bebê caem consideravel-
mente.
“É importante solicitar
o teste também ao parcei-
ro dessa gestante, e incluí-
-lo no tratamento. Somen-
te assim reduziremos a
quantidade da bactéria
circulando no Estado”,
afirma o médico infectolo-
gista Filipe de Barros Pe-
rini, da Gerência de DSTs/
Aids e Hepatites Virais da
Diretoria de Vigilância
Epidemiológica de Santa
Catarina (Dive/SC). Todas
as pessoas sexualmente
ativas devem realizar o
teste para diagnosticar
a sífilis, independente de
apresentarem sintomas.
O teste rápido é um exame
realizado a partir de uma
gota de sangue, disponibi-
lizado nas Unidades Bási-
cas de Saúde - gratuito e
sigiloso. “Em menos de 30
minutos, o paciente tem o
resultado do teste rápido
para sífilis e pode iniciar
o tratamento de forma
imediata”, explica Filipe.
A transmissão
A sífilis é transmitida
principalmente nas rela-
ções sexuais sem prote-
ção. A doença também
pode ser transmitida de
forma vertical ou congê-
nita, ou seja, a partir da
mãe contaminada para
o bebê. Pode ser, ainda,
transmitida na transfusão
de sangue contaminado e
pelo contato com lesões
ativas de pele ou mucosas.
“Numa relação sexual,
a chance de infecção da
Treponema pallidum é de
60%”, enfatiza o médico
infectologista. É preciso
se prevenir, usando pre-
servativos em todas as
relações sexuais. “E tam-
bém para o sexo oral, que
é altamente infectante”,
reforça.
Sinais e sintomas
O primeiro sintoma da
doença é surgimento de
uma pequena ferida nos
órgãos sexuais, a úlcera
ou cancro, que na maio-
ria das vezes é única, e
nódulos nas virilhas (ín-
guas), aproximadamente
três semanas, após o
sexo desprotegido com
alguém infectado. A feri-
da e as ínguas não doem,
não coçam, não ardem
e não apresentam pus.
Mesmo sem tratamen-
to, essas feridas podem
desaparecer sem deixar
cicatriz. Mas a pessoa
continua infectada e a
doença se desenvolven-
do, mesmo sem causar
sintomas. Ao alcançar
o segundo estágio, po-
dem surgir manchas em
várias partes do corpo
(inclusive mãos e pés) e
queda dos cabelos, simu-
lando uma alergia.
Após algum tempo,
que varia de pessoa para
pessoa, as manchas tam-
bém desaparecem, dan-
do a ideia de melhora. A
doença pode ficar sem
apresentar sintomas por
meses ou anos, até o
momento em que surgem
complicações graves
como cegueira, parali-
sia, doença cerebral e
problemas cardíacos,
podendo, inclusive, le-
var à morte. Importan-
te lembrar que a sífilis
cursa com períodos sin-
tomáticos e assintomá-
ticos intercalados, e o
indivíduo permanece
contaminante caso não
seja tratado.
A Fisioterapia é
utilizada no tratamento de
incontinência urinária
Mais de 10% das queixas nos ambulatórios
de ginecologia refere-se à perda involuntária de
urina, chamada de incontinência urinária (IU).
Esta patologia afeta entre 30 e 60% das mulhe-
res. Tendo importância, portanto, pela sua alta
incidência e pelo impacto negativo na qualidade
de vida de suas portadoras.
As causas da incontinência urinária são inú-
meras, como problemas anatômicos, distúrbios
neuropáticos, disfunções neuromusculares,
distúrbios psicológicos. Ela também pode estar
relacionada com gravidez, tipo de parto, stress,
fumo e higiene. O tratamento pode ser cirúrgico
ou conservador fisioterapia. Atualmente, opta-se
mais pelo tratamento conservador, como a Fisio-
terapia Uroginecológica, por ser menos invasivo
e de baixo custo.
A conduta tem como objetivos melhorar a força
de contração das fibras musculares do períneo e
do assoalho pélvico, reeducar esta musculatura,
coordenar a atividade abdominal e promover
um rearranjo estático lombopélvico. Para isso,
utiliza-se de exercícios específicos, aparelhos de
eletroestimulação e biofeedback e técnicas que
promovem o fortalecimento dos músculos neces-
sários para manter a continência urinária. A fisio-
terapia também pode e deve ser usada de forma
preventiva, evitando disfunções neuromusculares.
O tratamento fisioterapêutico, neste caso, pode
ser utilizado em qualquer idade. Embora este fator
possa influenciar no tempo e no grau de melhora,
não é determinante. A severidade da disfunção,
o nível de consciência corporal e cognitiva, a
assiduidade nos atendimentos, bem como a per-
severança e o comprometimento da paciente com
o tratamento, principalmente fora do consultório,
são fatores que contribuem de forma decisiva no
sucesso do tratamento. Sabe-se que em 85% dos
casos a fisioterapia tem apresentado resultados
expressivos de melhora da sintomatologia da
incontinência urinária, promovendo qualidade de
vida para inúmeras mulheres.
A REABILITAR FISIOTERAPIA DISPÕE
DE UM AMBIENTE CLIMATIZADO E
DE FISIOTERAPEUTAS FORMADOS E
CAPACITADOS PARA MELHOR ATENDE-
LOS. VENHA NOS CONHECER E AGENDAR
SEU TRATAMENTO.
Dra. Gizele Micheletto
7Sintonia da Saúde - Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2018
Leiincentivadoaçãodemedula
A
a n g ú s -
tia e o
sofrimen-
t o d a s
famílias
que tentam encontrar
um doador compatível
de medula óssea são
grandes, uma vez que a
possibilidade é pequena,
principalmente quando o
doador não é aparentado.
Em Santa Catarina
essa é a realidade para
63 pessoas que aguar-
dam por um transplante,
segundo dados do SC
Transplantes. Além da
dificuldade de encontrar
um doador compatível
(1 a cada 100 mil), há
também a redução de
doadores, pois caiu nos
últimos anos a quanti-
dade de pessoas cadas-
tradas, fazendo com que
o Estado não atingisse a
cota anual em 2017.
Pensando na realida-
de destas famílias cata-
rinenses e na necessidade
de aumentar o número de
doadores para ampliar
a chance de se encon-
trar um doador compatí-
vel, foi sancionada pelo
governador Raimundo
Colombo, no dia 12 de
janeiro, a alteração da
lei 10.567/97, proposta
pelo deputado estadu-
al Zé Milton, que dispõe
da isenção das taxas de
inscrição de concursos
públicas aos doadores de
sangue para incluir os do-
adores de medula óssea,
que é a única esperança
de cura para milhares de
portadores de leucemia
e de outras doenças do
sangue.
“Nosso objetivo está
em expandir de forma
consistente o número de
doadores, para que pos-
samos diminuir a fila de
pessoas que aguardam
o transplante. O projeto
oferece mais uma alter-
nativa para ampliar o
cadastro e a captação
de doadores de medula”,
defendeu Zé Milton.
Para o deputado som-
briense, a medida resul-
tará num aumento sig-
nificativo no cadastro e,
assim, crescendo a pos-
sibilidade de encontrar
doadores compatíveis.
“Há uma queda nas doa-
ções. O órgão responsável
quer atingir até 250 mil
novos doadores de me-
dula óssea este ano. Isto
demonstra a necessidade
de mobilizarmos e incenti-
varmos as pessoas a doa-
rem”, informou Zé Milton.
Em 2016, a cota foi su-
perada e chegou a 10.535.
No ano passado, não foi
atingida. O estado teve
somente 7.851 pessoas re-
alizando os exames para o
cadastro
A Secretaria de Saú-
de e o Centro de Aten-
ção Psicossocial (Caps)
de Sombrio, continu-
am levando informa-
ção sobre a campanha
Janeiro Branco aos
agentes comunitários
e demais servidores da
saúde.
Na semana passada,
teve encontro no Ati-
vidade hoje em saúde
mental na Secretaria
de Saúde e ESF Central.
A mobilização tem à
frente a psicóloga Leo-
nete Pereira de Souza, a
Netinha, coordenadora
do Caps.
Trechos do Manifes-
to do Janeiro Branco:
Sombrio segue com Janeiro BrancoEstamos
nos matando
Apesar de toda nova
tecnologia que nos cer-
ca de forma crescente
e onipresente – e talvez
até mesmo por causa
disso -, os seres humanos
continuam se perdendo
em ignorâncias e desco-
nhecimentos sobre si mes-
mos, a respeito das suas
condições emocionais e
das suas estruturas sub-
jetivas. Vivemos a era da
Ditadura das Tecnologias,
mas, também, a Era das
Violências Reais e Sim-
bólicas Entre as Pessoas;
vivemos a Era da Virtua-
lidade, mas, também, a
Era da Falta do Diálogo
Entre Os Que Estão Pró-
ximos; vivemos a Era dos
Aplicativos Que Resolvem
Tudo, mas, também, a Era
da Intolerância a Frustra-
ções da Vida Real. E esta-
mos nos matando, como
nunca antes na história
da humanidade.
Chegamos a um ponto
da história da humani-
dade em que nenhum
desafio material se opõe
aos homens: dominamos
os mares, dominamos os
céus, dominamos as ter-
ras e até mesmo robôs já
possuímos instalados em
planetas vizinhos – como
o Curiosity, em Marte.
No entanto, bilhões e bi-
lhões de seres humanos
ainda vivem sem saber
reconhecer, compreender
e processar, de forma
saudável e adequada, em
si mesmos, o ciúmes, a
inveja, a solidão, o medo,
o tesão, a angústia, o luto,
a raiva ou a saudade.
Bilhões e bilhões de seres
humanos ainda vivem
sem saberem os sentidos e
motivos subjetivos pelos
quais vivem, limitando-
-se, como se resumissem
à carne e aos ossos que
possuem, a lutarem pela
reprodução objetiva da
vida.
Isso precisa ser muda-
do. Somos analfabetos
emocionais, mas experts
em tecnologia bluetooth,
wireless, freios abs, pisos
antiderrapantes ou tintas
impermeáveis. Sabemos
tudo sobre prédios à pro-
va de terremotos, mas
quase nada sobre a im-
portância, a validade, a
pertinência e a utilidade
do autoconhecimento,
do autocontrole, da au-
torealização. Em termos
de educação emocional,
sentimental e compor-
tamental, ainda somos
bastante primitivos.
Cultura da
Saúde Mental
Precisamos psicoedu-
car nas ruas, nas esco-
las, nas empresas, nas
igrejas, no trânsito, nos
clubes, nos shoppings,
nos metrôs, nos terminais
de ônibus, nas praças,
nas prefeituras, nos de-
mais órgãos públicos,
nos hospitais, nas mí-
dias…em todas as mí-
dias. Precisamos falar
sobre psicoeducação e a
importância da subjetivi-
dade humana aonde quer
que os homens estejam.
Precisamos chamar a
atenção para as emoções
humanas, os sentimentos
das pessoas, os compor-
tamentos das pessoas.
Precisamos falar so-
bre o que sabemos – a
partir de todas as óticas,
de todas as abordagens,
de todos os fundamentos.
De forma multidiscipli-
nar, transversal e trans-
disciplinar. Precisamos
falar. Todos querem ou-
vir, até os que não sabem
que querem. Let’s talk.
Talk is healthy. And ne-
cessary.
O Janeiro Branco nas-
ceu para isso. Todo profis-
sional da Saúde e todo(a)
psicólogo(a) também.
Cada um ao seu estilo,
psicoeducando, em casa,
na rua, no trabalho, na
vida pública ou priva-
da. Mas psicoeducando
sempre. Sempre, sempre,
sempre!
8 Sintonia da Saúde - Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2018

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Ginástica na praia e otite: cuidados no verão

  • 1. 1Sintonia da Saúde - Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2018 Otites são comuns no verão Cozinhar é arma contra o stress Sintonia da Saúde - Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2018 Página 2 Página 5 Ginástica na praia Q uem está de férias não precisa descuidar da saúde e do condicionamento físico. O mar e a areia são bons locais para manter a forma e praticar atividades físicas. Nos municípios de Arroio do Silva e Balneário Gaivota, os veranistas contam com aula de ginástica a beira mar. As vantagens dessa atividade na praia é não ficar parado, conhecer pessoas e se divertir ao ar livre, em um cenário bonito e inspirador.
  • 2. 2 Sintonia da Saúde - Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2018 Otitessãocomunsnoverão A inflamação do ouvido, conhecida também como otite, pode se tornar um pesadelo nas férias da criançada. Isso por que o período de recesso escolar coincide com o verão e a alta tempo- rada de piscinas, rios e praias. Os resquícios de água na orelha após a diversão criam um ambiente úmido propício para o crescimento de bactérias ou fungos, podendo causar a otite externa. Sofrer com a dor é uma das partes mais difíceis para as crianças quando são acometidas pela otite. Além da vermelhidão na área, a dor é intensa e pode ser agravada até mesmo ao encostar ou apertar a orelha, o que resulta frequentemente em choro e um grande incômodo para os pequenos. Em crianças menores pode ser um pouco mais difícil identificar a otite, já que elas não conseguem falar que sentem dor. “Os pais devem observar o compor- tamento. Por exemplo, quando for mamar ou comer, em um quadro de otite, na hora de engolir pode doer e a criança exprimir isto chorando, principalmente nos casos de otite média – que é da timpânica para dentro”, explica o médico Jairo Barros do Instituto Brasiliense de Otorrinolaringologia (IBORL). Nos casos de otite externa, os pais vão notar verme- lhidão e inchaço na orelha, acompanhados de muita dor quando tocada mesmo que levemente. Além disso, a criança passa a levar a mão ao ouvido várias vezes, como se algo estivesse errado. Antes de ir ao médico, para amenizar a dor, pode-se fazer uma compressa morna e colocá-la no ouvido externamente. Quando percebido o incômodo na orelha, um dos erros comuns é usar cotonetes para limpar dentro do ouvido no intuito de melhorar. Porém, esta ação é altamente contraindicada, já que, tanto em crianças quanto em adultos, isto pode causar perfuração da membrana timpânica. “Cotonetes, grampos, pontas de caneta... nada disso deve ser introduzido no ouvido. Além de ferir, pode ser porta de entrada para diversas infecções”, alerta. Como não há prevenção para a inflamação, a orien- tação médica é cuidar do ouvido após o contato com a água. “Às vezes, no consultório, quando examinamos a orelha da criança é comum encontrarmos grãos de areia dentro. Esses corpos estranhos podem machucar o ouvido e trazer infecções”, explica o otorrinolarin- gologista. Por isso, depois da brincadeira na água, durante o banho, é importante lavar a parte externa da orelha com água corrente para tirar o excesso de areia ou até mesmo de cloro, geralmente encontrado em piscinas. Identificados os sintomas, os pais devem procurar imediatamente um pronto-socorro pois, se não trata- da, a otite pode comprometer até mesmo a audição. Uma vez com otite, as crianças não podem ter nenhum contato do ouvido com a água até serem examinadas adequadamente por um médico para que o tratamento seja iniciado corretamente. Mas calma! Não precisa privar os pequenos da diversão. “Algumas crianças são mais propensas a terem otite, outras não. Caso ela não apresente nenhum sintoma e não haja nenhum outro motivo que impeça a brincadeira, ele não deve ser afastado das atividades comuns das férias”, finaliza o doutor Jairo. Verão favorece a candidíaseCalor e umidade cau- sam alteração do pH da região íntima, reduzindo a defesa da flora de proteção Com a temporada de verão, praia, rios, lagoas e piscina passam a fazer par- te dos dias de lazer. Apesar de todas as belezas da es- tação, é nesse período que a aumenta a incidência da candidíase - infecção na região vaginal causada, principalmente, pelo fun- go Candida Albicans. “O fungo que causa a candidíase está presente no corpo humano desde o nascimento, no entan- to, quando há queda de imunidade ou aumento da agressão externa, com o uso excessivo de roupas de banhomolhadaspormuito tempo ou calça que aper- te a região genital, pode ocorrer a proliferação dos fungos, desencadeando coceira na região íntima, corrimento de cor esbran- quiçada e ardor ao urinar”, explica Renato de Oliveira, ginecologista. Para evitar o incômodo e aproveitar os dias de ca- lor com a saúde em dia, é necessário seguir algumas recomendações. “Além de trocar a roupa de banho molhada assim que sair do mar ou piscina, se pos- sível, lave e seque a região Íntima.Evitetambémsubs- tâncias que podem gerar um processo alérgico ou um desequilíbrio da flora vaginal como protetores diários, papéis higiênicos perfumados e uso de sabão em pó e amaciantes para a lavagem das calcinhas e, se possível, durma sem a peça íntima para ventilar a região”, aconselha.
  • 3. 3Sintonia da Saúde - Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2018 Saúde forma cuidadores de idoso L uana da Rosa é formada em enfermagem há três anos e sempre busca mais conhe- cimento, Marinês Coelho Goldinho esta- va desempregada e aproveitava o tempo em busca de alternativas, Nair Adriana da Silva cuidava da sogra acamada. As três estavam entre os cerca de 30 alunos do curso de cuidador de idosos que foi realizado no ano passado em Sombrio. A qualificação foi oferecida pela Escola de Forma- ção em Saúde do estado, sem custos, a participantes de toda a região. A secretária de Saúde de Sombrio. Gislaine Dias da Cunha, afirma que a falta de cuidadores profissionais é sentida em todos os municípios, por isso, foi feito o pedido por um curso no setor. “Em uma reunião do Colegiado de Secretários de Saúde discutimos onde as aulas seriam e ofereci a nossa parceria para que fosse aqui”, conta. Também foi o colegiado que indicou a enfermeira Sandra da Rosa como coordenadora e as enfermeiras Aline da Cunha Almeida e Élida Silveira da Rosa como professoras. A elas, ao longo das 110 horas de curso, se juntaram nutricionista,assistente social, dentista e outros especialistas que abordaram os cuidados necessários com o idoso, em suas áreas de atuação. Sandra lembra que a população brasileira está envelhecendo e a necessidade de cuidadores é cada vez maior. Assim como tem aumentado a quantidade de casas de repouso e asilos. Muitos alunos do curso que aconteceu duas vezes por semana no auditório da prefeitura de Sombrio, já trabalham na saúde pública ou são cuidadores e aproveitaram para se aperfeiçoar, alguns vindos de Arroio do Silva, Meleiro e outras cidades. É o caso das três mulheres citadas no início da reportagem. A enfermeira Luana acredita que o mer- cado de trabalho para atender o idoso tende a crescer e quer estar preparada, Marinês disse que a oferta de uma qualificação gratuita deve sempre ser aprovei- tada, ainda mais no seu caso. Ela veio do Rio Grande do Sul para morar em Sombrio em 2017 e procurava emprego. “Como gosto de cuidar de pessoas, é uma opção, e chegar para preencher uma vaga mostrando que tenho conhecimento específico ajuda bastante”, justificou. Nair tem a experiência prática, pois cui- dava na época da sogra e de uma sobrinha especial, e garante que gosta de cuidar de velhinhos. As três esperavam abrir portas para novas oportunidades profissionais aproveitando uma demanda que só faz crescer.
  • 4. 4 Sintonia da Saúde - Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2018 Odontofobia - Medo de ir ao dentista Sem dúvida, o mal que mais atinge os pacientes que chegam ao consul- tório odontológico. Às vezes por um trauma vivenciado, outras por medo do desconhecido... mas quase todo o paciente que precisa de uma consulta odontológica sofre medo ou pânico de sentar na cadeira do dentista. Algunsaorigemdomedovemdeum tratamento traumático, com histórico de doroudeumproblemadedifícilsolução.  Outros apresentam medo do barulho do motor, o qual associam com vivências passadas.Muitaspessoastambém rela- tammedodaanestesia,sendodaagulha ou da sensação de dormência que a medicação anestésica causa. Os sintomas destes traumas variam entre leves como: evitar a consulta, ficar falando sem parar, criar problemas que dificultem o atendimento, suor nas mãos e nervosismo. Em casos mais graves, podemos ter também: crises de pânico, tontura, desmaios, taquicardia, falta de ar e insônia. O que fazer? Bem, o primeiro passo é encontrar um local de atendimento odontológico que você se sinta bem, que se sinta acolhido. Desde que montei a clínica procurei criar um ambiente descontraído com uma recepção colorida que remete ao paciente a sensação de acolhimento e bem estar. Este acolhimento também depende dos profissionais que irão atendê-lo. É de suma importância que você confie em quem irá fazer o tratamento. Portanto, muitas vezes, antes de começar um tratamento, é necessário que   você faça consultas para conversar, conhecer bem seu dentista e a equipe que ficará responsável por você. Em alguns casos mais graves, pode ser necessário o uso de medicações prévias as consultas, que possibilitem que o paciente tenha a experiência de uma consulta confortável, isto é, substituir antigas ideias ruins por uma nova, bem sucedida. Outra situação importante, é marcar as consultas pelo período da manhã, depois de uma boa noite de sono... Assim a gente sempre se encontra mais tranquilo do que depois de um dia inteiro de trabalho. É fato que a Odontologia evoluiu, e que hoje se têm equipamentos mais silenciosos, anestesia sem agulha, medicações potentes e tratamentos indolores e efetivos. Com certeza o tratamento odontológico atual não é como antigamente. E isto já é um estímulo para criar coragem! Experimentar o novo! Além disto, é importante lembrar que, um problema pequeno hoje, pode se tornar um problema mais sério amanhã, portanto, não deixe de lado sua saúde bucal. Até porquê a prevenção é o tratamento mais fácil de ser realizado. Vou te contar um segredinho! Tenho pacientes que morriam de medo de vir consultar e que agora adoram! É a mudança de paradigma com a odontologia atual fazendo você sorrir!
  • 5. 5Sintonia da Saúde - Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2018 M orando a quase 20 anos na Alemanha, o sombriense Enedir Fabiano da Cunha Miguel, conhecido como Fábio, mais por necessidade do que por gosto, começou a fazer bolo para ven- der e assim conseguir pagar as aulas de alemão. O bolo era a tradicional ‘nega maluca’,uma novidade para seus colegas de aula, mas muito conhecido dos brasileiros. O sucesso foi imediato e logo ele se viu aperfeiçoando a receita, inventando novidades e descobrindo-se apaixonado pela cozinha. Hoje Fábio é dono de dois restaurantes em Hamburgo e co- meça a espalhar frutos do seu trabalho através de franquias. Para ele, a gastronomia é mais do que uma forma de ganhar di- nheiro, é um prazer e uma boa forma de enfrentar o stress. No Brasil, cada vez mais pessoas têm descoberto este poder terapêutico da culinária e se dedicado a fazer os próprios alimentos. Quem quiser entrar nessa boa onda também, aqui vão duas receitas do chef Fábio. Divirta-se e bom apetite! Cozinhar é arma contra o stress
  • 6. 6 Sintonia da Saúde - Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2018 Aumento da sífilis preocupa O s ca so s de sífilis vêm au- mentan- do ano a ano no mundo. A esti- mativa da Organização Mundial da Saúde é que 937 mil pessoas são in- fectadas a cada ano no Brasil. Em Santa Catarina, foram registrados 1.963 novos casos em 2014, um crescimento em torno de 30% em relação aos casos notificados no ano ante- rior. Em 2015, entre janeiro e julho, 1.461 pessoas con- traíram a doença. Foram também notificados casos em 654 gestantes. Entre 2010 e 2014, 6.344 pessoas foram diagnosticadas com sífilis no Estado. A sífilis congênita – transmissão da doença da mãe para o bebê – é ainda mais preocupante, considerando que a crian- ça nasce livre da sífilis se houver o tratamento adequado da gestante infectada e do seu parceiro sexual. O último levanta- mento do Ministério da Saúde, realizado em 2013, apontou que 21.382 ges- tantes contraíram sífilis e 13.705 bebês nasceram com a doença. Desses, 161 morreram. Em Santa Catarina, fo- ram registrados 248 novos casos em bebês somente no primeiro semestre de 2015 – um crescimento de 43% em relação ao mesmo período do ano passado. De janeiro a dezembro de 2014, foram 268 casos e sífilis congênita, com 20 abortos e 16 natimortos. Nos últimos 10 anos, hou- ve um progressivo aumen- to na taxa de incidência de sífilis congênita no Brasil: a taxa passou de 1,7 casos a cada 1.000 nascidos vivos em 2004 para 4,7 em 2013. Por isso, são as mu- lheres grávidas que re- querem maior atenção no diagnóstico e tratamento da sífilis, uma doença infecciosa sexualmente transmissível causada pela bactéria treponema pallidum. A infecção pode provocar má formação do feto e aborto. Quando nas- ce, o bebê com sífilis apre- senta graves sequelas que podem variar entre pneu- monia, feridas no corpo, cegueira, problemas ós- seos, surdez ou deficiência mental. Se as gestantes fizerem o diagnóstico em tempo apropriado e o tra- tamento correto, realizado com a administração de três doses de penicilina, as chances de infecção do bebê caem consideravel- mente. “É importante solicitar o teste também ao parcei- ro dessa gestante, e incluí- -lo no tratamento. Somen- te assim reduziremos a quantidade da bactéria circulando no Estado”, afirma o médico infectolo- gista Filipe de Barros Pe- rini, da Gerência de DSTs/ Aids e Hepatites Virais da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC). Todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar o teste para diagnosticar a sífilis, independente de apresentarem sintomas. O teste rápido é um exame realizado a partir de uma gota de sangue, disponibi- lizado nas Unidades Bási- cas de Saúde - gratuito e sigiloso. “Em menos de 30 minutos, o paciente tem o resultado do teste rápido para sífilis e pode iniciar o tratamento de forma imediata”, explica Filipe. A transmissão A sífilis é transmitida principalmente nas rela- ções sexuais sem prote- ção. A doença também pode ser transmitida de forma vertical ou congê- nita, ou seja, a partir da mãe contaminada para o bebê. Pode ser, ainda, transmitida na transfusão de sangue contaminado e pelo contato com lesões ativas de pele ou mucosas. “Numa relação sexual, a chance de infecção da Treponema pallidum é de 60%”, enfatiza o médico infectologista. É preciso se prevenir, usando pre- servativos em todas as relações sexuais. “E tam- bém para o sexo oral, que é altamente infectante”, reforça. Sinais e sintomas O primeiro sintoma da doença é surgimento de uma pequena ferida nos órgãos sexuais, a úlcera ou cancro, que na maio- ria das vezes é única, e nódulos nas virilhas (ín- guas), aproximadamente três semanas, após o sexo desprotegido com alguém infectado. A feri- da e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus. Mesmo sem tratamen- to, essas feridas podem desaparecer sem deixar cicatriz. Mas a pessoa continua infectada e a doença se desenvolven- do, mesmo sem causar sintomas. Ao alcançar o segundo estágio, po- dem surgir manchas em várias partes do corpo (inclusive mãos e pés) e queda dos cabelos, simu- lando uma alergia. Após algum tempo, que varia de pessoa para pessoa, as manchas tam- bém desaparecem, dan- do a ideia de melhora. A doença pode ficar sem apresentar sintomas por meses ou anos, até o momento em que surgem complicações graves como cegueira, parali- sia, doença cerebral e problemas cardíacos, podendo, inclusive, le- var à morte. Importan- te lembrar que a sífilis cursa com períodos sin- tomáticos e assintomá- ticos intercalados, e o indivíduo permanece contaminante caso não seja tratado. A Fisioterapia é utilizada no tratamento de incontinência urinária Mais de 10% das queixas nos ambulatórios de ginecologia refere-se à perda involuntária de urina, chamada de incontinência urinária (IU). Esta patologia afeta entre 30 e 60% das mulhe- res. Tendo importância, portanto, pela sua alta incidência e pelo impacto negativo na qualidade de vida de suas portadoras. As causas da incontinência urinária são inú- meras, como problemas anatômicos, distúrbios neuropáticos, disfunções neuromusculares, distúrbios psicológicos. Ela também pode estar relacionada com gravidez, tipo de parto, stress, fumo e higiene. O tratamento pode ser cirúrgico ou conservador fisioterapia. Atualmente, opta-se mais pelo tratamento conservador, como a Fisio- terapia Uroginecológica, por ser menos invasivo e de baixo custo. A conduta tem como objetivos melhorar a força de contração das fibras musculares do períneo e do assoalho pélvico, reeducar esta musculatura, coordenar a atividade abdominal e promover um rearranjo estático lombopélvico. Para isso, utiliza-se de exercícios específicos, aparelhos de eletroestimulação e biofeedback e técnicas que promovem o fortalecimento dos músculos neces- sários para manter a continência urinária. A fisio- terapia também pode e deve ser usada de forma preventiva, evitando disfunções neuromusculares. O tratamento fisioterapêutico, neste caso, pode ser utilizado em qualquer idade. Embora este fator possa influenciar no tempo e no grau de melhora, não é determinante. A severidade da disfunção, o nível de consciência corporal e cognitiva, a assiduidade nos atendimentos, bem como a per- severança e o comprometimento da paciente com o tratamento, principalmente fora do consultório, são fatores que contribuem de forma decisiva no sucesso do tratamento. Sabe-se que em 85% dos casos a fisioterapia tem apresentado resultados expressivos de melhora da sintomatologia da incontinência urinária, promovendo qualidade de vida para inúmeras mulheres. A REABILITAR FISIOTERAPIA DISPÕE DE UM AMBIENTE CLIMATIZADO E DE FISIOTERAPEUTAS FORMADOS E CAPACITADOS PARA MELHOR ATENDE- LOS. VENHA NOS CONHECER E AGENDAR SEU TRATAMENTO. Dra. Gizele Micheletto
  • 7. 7Sintonia da Saúde - Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2018 Leiincentivadoaçãodemedula A a n g ú s - tia e o sofrimen- t o d a s famílias que tentam encontrar um doador compatível de medula óssea são grandes, uma vez que a possibilidade é pequena, principalmente quando o doador não é aparentado. Em Santa Catarina essa é a realidade para 63 pessoas que aguar- dam por um transplante, segundo dados do SC Transplantes. Além da dificuldade de encontrar um doador compatível (1 a cada 100 mil), há também a redução de doadores, pois caiu nos últimos anos a quanti- dade de pessoas cadas- tradas, fazendo com que o Estado não atingisse a cota anual em 2017. Pensando na realida- de destas famílias cata- rinenses e na necessidade de aumentar o número de doadores para ampliar a chance de se encon- trar um doador compatí- vel, foi sancionada pelo governador Raimundo Colombo, no dia 12 de janeiro, a alteração da lei 10.567/97, proposta pelo deputado estadu- al Zé Milton, que dispõe da isenção das taxas de inscrição de concursos públicas aos doadores de sangue para incluir os do- adores de medula óssea, que é a única esperança de cura para milhares de portadores de leucemia e de outras doenças do sangue. “Nosso objetivo está em expandir de forma consistente o número de doadores, para que pos- samos diminuir a fila de pessoas que aguardam o transplante. O projeto oferece mais uma alter- nativa para ampliar o cadastro e a captação de doadores de medula”, defendeu Zé Milton. Para o deputado som- briense, a medida resul- tará num aumento sig- nificativo no cadastro e, assim, crescendo a pos- sibilidade de encontrar doadores compatíveis. “Há uma queda nas doa- ções. O órgão responsável quer atingir até 250 mil novos doadores de me- dula óssea este ano. Isto demonstra a necessidade de mobilizarmos e incenti- varmos as pessoas a doa- rem”, informou Zé Milton. Em 2016, a cota foi su- perada e chegou a 10.535. No ano passado, não foi atingida. O estado teve somente 7.851 pessoas re- alizando os exames para o cadastro A Secretaria de Saú- de e o Centro de Aten- ção Psicossocial (Caps) de Sombrio, continu- am levando informa- ção sobre a campanha Janeiro Branco aos agentes comunitários e demais servidores da saúde. Na semana passada, teve encontro no Ati- vidade hoje em saúde mental na Secretaria de Saúde e ESF Central. A mobilização tem à frente a psicóloga Leo- nete Pereira de Souza, a Netinha, coordenadora do Caps. Trechos do Manifes- to do Janeiro Branco: Sombrio segue com Janeiro BrancoEstamos nos matando Apesar de toda nova tecnologia que nos cer- ca de forma crescente e onipresente – e talvez até mesmo por causa disso -, os seres humanos continuam se perdendo em ignorâncias e desco- nhecimentos sobre si mes- mos, a respeito das suas condições emocionais e das suas estruturas sub- jetivas. Vivemos a era da Ditadura das Tecnologias, mas, também, a Era das Violências Reais e Sim- bólicas Entre as Pessoas; vivemos a Era da Virtua- lidade, mas, também, a Era da Falta do Diálogo Entre Os Que Estão Pró- ximos; vivemos a Era dos Aplicativos Que Resolvem Tudo, mas, também, a Era da Intolerância a Frustra- ções da Vida Real. E esta- mos nos matando, como nunca antes na história da humanidade. Chegamos a um ponto da história da humani- dade em que nenhum desafio material se opõe aos homens: dominamos os mares, dominamos os céus, dominamos as ter- ras e até mesmo robôs já possuímos instalados em planetas vizinhos – como o Curiosity, em Marte. No entanto, bilhões e bi- lhões de seres humanos ainda vivem sem saber reconhecer, compreender e processar, de forma saudável e adequada, em si mesmos, o ciúmes, a inveja, a solidão, o medo, o tesão, a angústia, o luto, a raiva ou a saudade. Bilhões e bilhões de seres humanos ainda vivem sem saberem os sentidos e motivos subjetivos pelos quais vivem, limitando- -se, como se resumissem à carne e aos ossos que possuem, a lutarem pela reprodução objetiva da vida. Isso precisa ser muda- do. Somos analfabetos emocionais, mas experts em tecnologia bluetooth, wireless, freios abs, pisos antiderrapantes ou tintas impermeáveis. Sabemos tudo sobre prédios à pro- va de terremotos, mas quase nada sobre a im- portância, a validade, a pertinência e a utilidade do autoconhecimento, do autocontrole, da au- torealização. Em termos de educação emocional, sentimental e compor- tamental, ainda somos bastante primitivos. Cultura da Saúde Mental Precisamos psicoedu- car nas ruas, nas esco- las, nas empresas, nas igrejas, no trânsito, nos clubes, nos shoppings, nos metrôs, nos terminais de ônibus, nas praças, nas prefeituras, nos de- mais órgãos públicos, nos hospitais, nas mí- dias…em todas as mí- dias. Precisamos falar sobre psicoeducação e a importância da subjetivi- dade humana aonde quer que os homens estejam. Precisamos chamar a atenção para as emoções humanas, os sentimentos das pessoas, os compor- tamentos das pessoas. Precisamos falar so- bre o que sabemos – a partir de todas as óticas, de todas as abordagens, de todos os fundamentos. De forma multidiscipli- nar, transversal e trans- disciplinar. Precisamos falar. Todos querem ou- vir, até os que não sabem que querem. Let’s talk. Talk is healthy. And ne- cessary. O Janeiro Branco nas- ceu para isso. Todo profis- sional da Saúde e todo(a) psicólogo(a) também. Cada um ao seu estilo, psicoeducando, em casa, na rua, no trabalho, na vida pública ou priva- da. Mas psicoeducando sempre. Sempre, sempre, sempre!
  • 8. 8 Sintonia da Saúde - Quarta-feira, 23 de Janeiro de 2018