O estudo mostrou que a suplementação nutricional oral melhorou
significativamente o estado nutricional de pacientes com Alzheimer, aumentando
o peso, IMC, circunferência do braço e área muscular em comparação com os
grupos de controle e educação. A suplementação também melhorou os níveis de
proteínas e linfócitos no sangue. Os autores concluíram que a suplementação
deve fazer parte da dieta desses pacientes.
Suplementação melhora estado nutricional em pacientes com Alzheimer
1. Suplementação nutricional melhora estado nutricional de pacientes com
Alzheimer
Data: 28/10/2011
Autor(a): Rita de Cássia Borges de Castro
Fotógrafo: Rita C. B. Castro
Pesquisadores brasileiros da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
publicaram na revista Nutrition Journal estudo demonstrando que a
suplementação nutricional via oral é mais eficaz do que apenas a educação
nutricional para melhorar o estado nutricional de pacientes com doença de
Alzheimer (DA).
O estudo foi prospectivo e randomizado que avaliou, durante seis meses, 90
indivíduos (≥ 65 anos) com doença de Alzheimer, divididos em três grupos:
grupo controle (n=27), grupo educação (n=25) e grupo suplementação (n=26).
Os participantes do grupo controle foram monitorados por avaliações
nutricionais mensais e não receberam nenhuma intervenção nutricional. A
intervenção no grupo educação consistiu de um programa educacional voltado
para os cuidadores de cada paciente, em que participaram de 10 aulas
interativas entre os profissionais e cuidadores. As aulas foram desenvolvidas
com temas relevantes para as necessidades de intervenção nutricional, tais
como: a importância da nutrição na doença, mudanças de comportamento
durante as refeições, refeições atraentes, constipação, hidratação,
administração de medicamentos, deglutição, suplementação nutricional, falta
de apetite e esclarecimento de dúvidas. Os pacientes do grupo suplementação
receberam suplementação nutricional via oral (em pó diluída em água), duas
vezes ao dia (totalizando 680 kcal) durante seis meses, além da dieta habitual.
Todos os participantes foram avaliados mensalmente quanto ao estado clínico
e nutricional.
O déficit cognitivo de pacientes com Doença de Alzheimer é considerado como
fator de risco para perda de peso e desnutrição, aumentando o risco de
infecções, desenvolvimento de úlcera de pressão e má cicatrização, o que
pode prejudicar a qualidade de vida.
O grupo suplementação apresentou aumento significativo nas medidas
antropométricas, como peso (p ≤ 0,001), índice de massa corporal (IMC, p ≤
0,001), circunferência do braço (p ≤ 0,002) e área muscular do braço (p ≤
0,013), em comparação com o grupo controle e educação. Ao final do estudo, o
IMC do grupo educação foi significativamente maior em comparação com o
grupo controle. O grupo suplementação também se mostrou superior a todos
os outros grupos em relação aos níveis sanguíneos de proteínas totais que
2. foram significativamente maiores (p =< 0,046) e na contagem total de linfócitos
(p = 0,019).
“No Brasil, não existem estudos de pacientes ambulatoriais com qualquer tipo
de suplementos nutricionais por via oral. No entanto, este estudo indica
claramente que é importante que todos os profissionais de saúde, envolvidos
no tratamento de pacientes com Doença de Alzheimer, sejam capazes de
detectar a presença de déficits nutricionais. Isso permite que os profissionais
de saúde encaminhem o paciente para um profissional de saúde qualificado,
que possa instituir a intervenção nutricional adequada”, destacam os autores.
“A suplementação nutricional oral deve ser parte da dieta usual desses
pacientes, como forma de fornecer nutrientes adicionais e, assim, contribuir
para a melhoria do estado nutricional de pacientes com Doença de Alzheimer”,
concluem.