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ANO VELHO, VIDA VELHA: balanço de um mandato,
                          por Rui Valada em 31 de Dezembro de 2009
                            (documento enviado aos militantes da Amadora no dia 31/12/2009)

        Poucos o sabem, mas fui o principal redactor do Programa com que a actual Comissão Política da
Secção da Amadora se apresentou a eleições internas, há dois anos atrás.
        A versão original que redigi sofreu apenas pequenos cortes e alguns acrescentos da habitual
retórica política para consumo interno. O essencial das ideias e do texto ficou intacto. E foi com
indesmentível agrado que vi a maioria das ideias por mim propostas ser acolhida sem resistências nem
obstruções. Acreditei que isso significava um ponto de viragem na vida interna da Secção.
        Os últimos dois anos e o que neles se passou tornaram insustentável tal ilusão. E o choque com a
realidade começou cedo. O tempo foi rapidamente passando numa completa letargia, sem que nada de
relevante se passasse, até à vizinhança da sequência de eleições que o PSD teve de enfrentar. E o balanço
final é desolador.
        Para o fazer, parece-me legítimo recorrer à mesma técnica de campanha que foi utilizada para
desacreditar a governação do Partido Socialista no concelho da Amadora: confrontar o texto do Programa
difundido com o grau de realização das propostas apresentadas. Cada um tirará, no final, as suas
conclusões. Mas uma é inescapável: um programa político que não foi cumprido em quase toda a sua
extensão revela incapacidade ou embuste. Pura incapacidade, se os candidatos estavam de boa fé; puro
embuste, se não estavam; um misto das duas coisas, se não se empenharam o suficiente para cumprir as
promessas que fizeram. Eu optaria de bom grado pela hipótese mais benévola, se ao menos houvesse
vestígios de o terem tentado.
        Examinemos, um a um, os tópicos e as promessas de há dois anos.


1. Abertura e participação
Um partido tem de ser mais do que apenas uma instituição que de vez em quando vai a votos ou onde se realizam
eventos esporádicos. Para isso, é indispensável, antes de mais, abrir a sede aos militantes, identificá-la no
exterior, torná-la um espaço de reflexão, de debate, de trabalho e de formação.

A sede está agora minimamente identificada no exterior, mas permaneceu quase sempre fechada aos próprios
militantes. Não houve iniciativas de reflexão, de debate ou de formação e não se fez qualquer trabalho digno de menção,
fora o que se relacionou com as campanhas eleitorais ou com as responsabilidades dos autarcas.

Pretendemos que passe a existir uma relação mais próxima e permanente entre a Comissão Política e os seus
militantes, através da realização regular de reuniões, conferências e debates, os quais constituirão um veículo de
divulgação de informação sobre aquilo que se passa no nosso Partido e Concelho e um espaço onde todos
expressem livremente as suas opiniões.

Não houve qualquer relação próxima entre a Comissão Política e os militantes, exceptuando talvez um punhado de
colaboradores fiéis; e também não houve realização regular de reuniões, excepto as da própria Comissão Política e dos
autarcas. A maioria dos militantes permaneceu desmobilizada e desinformada. Quanto a conferências e debates, nada
se fez (apenas a JSD os promoveu, e com bastante qualidade, no âmbito do “Clube da Política”).



2. Dinamização das estruturas internas

A Comissão Política não se pode fechar em si mesma, devendo distribuir tarefas, criar órgãos, delegar
responsabilidades, permitir autonomias, atrair e criar competências.

Connosco, o PSD Amadora terá Estruturas na dependência da Comissão Política:

Um Conselho Estratégico, que prepare e apoie a acção politica do PSD Amadora;

Um Conselho Autárquico, que analise temas de interesse para o Município e produza informação relevante de
apoio à tomada de decisão, contribuindo para uma melhor acção política dos nossos autarcas;
Uma Estrutura Formativa, com o objectivo de aperfeiçoar capacidades e competências técnicas e políticas dos
nossos militantes.
Nada disso houve: nem distribuição de tarefas (excepto entre os fiéis mais próximos), nem delegação de
responsabilidades (idem), nem criação de órgãos, nem atracção de competências. E as novas estruturas ficaram por
criar: continua a não haver Conselho Estratégico, nem Conselho Autárquico, nem estrutura formativa.


3. Interactividade e inovação

Não se pode continuar a tratar a maioria dos militantes como cartas fora do baralho, apenas solicitados para apoios,
votos e jantares. Todos fazem parte de uma mesma comunidade política que deve ser coesa, informada e
interactiva.
É necessário romper barreiras, facilitar contactos e criar vínculos e solidariedades.

Para tal, vamos proporcionar os meios que permitam um debate permanente entre os militantes, nomeadamente
através da criação de um Fórum na Internet, acessível a todos, e da distribuição de um Boletim Informativo
periódico.

Nada mudou. Continua a haver barreiras à divulgação dos contactos, à participação política, à coesão e ao lançamento
de iniciativas autónomas. A interactividade é quase nula, e se alguma existe, deriva do relacionamento privado dos
militantes. O PSD da Amadora continua a não ter um Fórum de discussão na Internet, nem um Boletim Informativo
periódico (newsletter), nem tão pouco um “site” ou uma página.

4. Intervenção local
Em política não há milagres. E só um partido definhado fica à espera de ganhar eleições ou conquistar lugares por
desgaste dos adversários.

É imprescindível divulgar junto da população e das organizações locais os nossos programas, projectos e propostas,
bem como dar a conhecer os nossos autarcas e o seu trabalho.

Excepto em período de campanha eleitoral, nenhuma divulgação se fez. Nas eleições europeias e legislativas, a nossa
movimentação foi exígua. E nas eleições autárquicas, foi maior o esforço de divulgação dos candidatos que das
propostas, com resultados decepcionantes. Pagou-se caro a inércia anterior.



Adenda ao programa
A nossa Candidatura, através de uma liderança forte suportada numa equipa prestigiada e nas suas novas estruturas
orgânicas, lutará para preparar a Secção para as batalhas eleitorais que se avizinham, fazendo chegar a nossa
mensagem e influência aos munícipes da Amadora, nomeadamente, à juventude, aos grupos profissionais e aos
movimentos associativos.
Nem liderança forte, nem equipa prestigiada, nem novas estruturas orgânicas. Tudo se ficou pela retórica. E a
mensagem, se chegou tardiamente a alguns munícipes, a poucos convenceu. Como, aliás, o voto demonstrou. Também
não se vislumbra qualquer influência conseguida junto da juventude, dos grupos profissionais ou dos movimentos
associativos.

É com esse intuito que iremos promover as seguintes iniciativas:

    •   começar a gizar desde já a estratégia e os programas eleitorais autárquicos para 2009, bem como os
        respectivos planos de campanha e pré-campanha, e influenciar a elaboração do programa metropolitano;
        (os programas eleitorais autárquicos, alguns nitidamente feitos à pressa e em cima do joelho, só surgiram a
        escassas semanas do início da campanha eleitoral, sem qualidade gráfica e com redacção pouco aliciante)
    •   acautelar os interesses municipais da Amadora nas soluções comuns que venham a ser debatidas para a
        Área Metropolitana de Lisboa ou para o distrito em geral; (quais as soluções e interesses defendidos?)
    •   fazer um levantamento das necessidades e infra-estruturas concelhias no domínio da protecção e apoio à
        terceira idade e promover a criação de um programa municipal de voluntariado na assistência a idosos, em
        possível articulação com Igrejas e movimentos associativos do distrito; (nada disto se fez)
    •   diagnosticar os problemas de segurança, educação e ambiente no concelho e coordenar com os nossos
        autarcas a apresentação de um conjunto de soluções adequadas em Assembleia Municipal e em Assembleia
        Distrital; (quais os problemas diagnosticados e quais as soluções apresentadas?)
•   estudar novas soluções para os problemas dos bairros degradados, da imigração clandestina e da integração
        dos imigrantes legais; (quais se estudaram?)
    •   estreitar relacionamentos com escritores e artistas do nosso concelho e dos concelhos limítrofes, na óptica
        de futuras colaborações, e apoiar actividades de natureza cultural com relevante interesse público e
        mediático; (nada disto se fez)
    •   estudar um plano conjunto de aproveitamento do Rio Jamor para actividades de lazer e diversão; (não se
        fez)
    •   lançar no concelho um fórum de discussão sobre políticas de educação, envolvendo professores, autarcas,
        associações de pais, conselhos executivos das escolas e representantes dos alunos do ensino secundário;
        (não se fez)
    •   manter um relacionamento saudável e regular com os órgãos de comunicação social, propiciando a
        cobertura jornalística das actividades da Secção, a denúncia das carências do concelho, a divulgação de
        estudos e propostas de solução e o reforço da projecção política dos nossos autarcas e candidatos (que
        conste, também não se fez; e o que eventualmente se tenha feito não teve eco nem deixou vestígios).


Estaremos, desta forma, com o envolvimento e empenho de todos, na primeira linha de combate à hegemonia da
política socialista, que paulatinamente, vem asfixiando a Amadora.
(Se é assim que se combate a hegemonia socialista, mais valia ter assinado logo a rendição… E se há algo mais asfixiado
do que a própria Amadora, é o dinamismo interno da nossa Secção.)



        Depois do balanço analítico, o balanço sintético.
        O Programa da actual Comissão Política, na sua generalidade, não foi cumprido. Nem se viu
sequer qualquer tentativa séria para o cumprir. O reconhecimento destes factos não envolve qualquer
tentativa de descrédito ou de agravo. Factos são factos. E contra factos não há argumentos.
        Não basta alegar que os dirigentes também têm a sua vida familiar e as suas ocupações privadas,
que a disponibilidade pessoal é escassa, que houve vontade de realizar mas não houve tempo. Na minha
concepção das coisas, quando se promete algo é para cumprir. Quando se apresenta um programa político
é para o levar a cabo. E quem quis dar o passo maior que a perna deve remeter-se a ambições mais
modestas. O que não pode continuar a prevalecer é um ambiente onde os “egos” se sobrepõem à
racionalidade e ao realismo. Há demasiadas coisas em jogo.
        Pela parte que me toca, prefiro até não pôr em causa a capacidade e a honestidade das pessoas
envolvidas. Um balanço não é um julgamento público. Além disso, muitos falhanços resultam de ter as
pessoas certas no lugar errado, podendo elas fazer muito melhor noutros pelouros ou noutras equipas. E
acima de tudo, deve tentar preservar-se um espírito de colaboração e convergência, sem que isso implique
iludir ou escamotear responsabilidades pelas tarefas não realizadas e pelos objectivos não cumpridos.
Num aspecto, pelo menos, um partido político é como uma empresa: precisa de conseguir resultados.
        Mais do que responsabilidades ou falhanços pessoais, o que é preciso trazer à praça pública é uma
certa forma ligeira e descomprometida de fazer política, onde o que se promete não é para cumprir, mas
apenas para ganhar. Não é decerto esse o partido que queremos. Nem queremos que nos confundam com
outros.
        Quem não pode assumir cabalmente certas responsabilidades, porque a sua vida pessoal o impede,
deve ceder o lugar a outros militantes. Deve assumir apenas as tarefas a que pode dar concretização. Deve
encontrar o lugar adequado para si na engrenagem colectiva. Não podem alguns, por ambição, empatar o
empenho de muitos. Estas são algumas das regras pelas quais nos devemos reger, se queremos ganhar
maior relevância no espaço público.
        Não é também sustentável que a esmagadora maioria dos militantes da Secção ignore o que se faz,
o que se defende, o que se preconiza. Se a informação e a divulgação não chegam sequer aos militantes
em dose satisfatória, como poderá chegar aos restantes eleitores? Qualquer boa campanha política começa
sempre por dentro da organização. Um exército impreparado e indisciplinado não ganha batalhas.

       Tradicionalmente, na passagem do ano fazem-se votos. Os meus, no que ao PSD concerne, é que
um número cada vez mais significativo de militantes compreenda que os atalhos que temos escolhido não
são o caminho a seguir e que é imprescindível mudar de rumo.
       Haja, pois, algum bom senso para nos servir de bússola.

        Para todos, um Bom Ano Novo. Rui Valada (militante PSD Amadora)

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Balanço da acção política do psd amadora rui valada

  • 1. ANO VELHO, VIDA VELHA: balanço de um mandato, por Rui Valada em 31 de Dezembro de 2009 (documento enviado aos militantes da Amadora no dia 31/12/2009) Poucos o sabem, mas fui o principal redactor do Programa com que a actual Comissão Política da Secção da Amadora se apresentou a eleições internas, há dois anos atrás. A versão original que redigi sofreu apenas pequenos cortes e alguns acrescentos da habitual retórica política para consumo interno. O essencial das ideias e do texto ficou intacto. E foi com indesmentível agrado que vi a maioria das ideias por mim propostas ser acolhida sem resistências nem obstruções. Acreditei que isso significava um ponto de viragem na vida interna da Secção. Os últimos dois anos e o que neles se passou tornaram insustentável tal ilusão. E o choque com a realidade começou cedo. O tempo foi rapidamente passando numa completa letargia, sem que nada de relevante se passasse, até à vizinhança da sequência de eleições que o PSD teve de enfrentar. E o balanço final é desolador. Para o fazer, parece-me legítimo recorrer à mesma técnica de campanha que foi utilizada para desacreditar a governação do Partido Socialista no concelho da Amadora: confrontar o texto do Programa difundido com o grau de realização das propostas apresentadas. Cada um tirará, no final, as suas conclusões. Mas uma é inescapável: um programa político que não foi cumprido em quase toda a sua extensão revela incapacidade ou embuste. Pura incapacidade, se os candidatos estavam de boa fé; puro embuste, se não estavam; um misto das duas coisas, se não se empenharam o suficiente para cumprir as promessas que fizeram. Eu optaria de bom grado pela hipótese mais benévola, se ao menos houvesse vestígios de o terem tentado. Examinemos, um a um, os tópicos e as promessas de há dois anos. 1. Abertura e participação Um partido tem de ser mais do que apenas uma instituição que de vez em quando vai a votos ou onde se realizam eventos esporádicos. Para isso, é indispensável, antes de mais, abrir a sede aos militantes, identificá-la no exterior, torná-la um espaço de reflexão, de debate, de trabalho e de formação. A sede está agora minimamente identificada no exterior, mas permaneceu quase sempre fechada aos próprios militantes. Não houve iniciativas de reflexão, de debate ou de formação e não se fez qualquer trabalho digno de menção, fora o que se relacionou com as campanhas eleitorais ou com as responsabilidades dos autarcas. Pretendemos que passe a existir uma relação mais próxima e permanente entre a Comissão Política e os seus militantes, através da realização regular de reuniões, conferências e debates, os quais constituirão um veículo de divulgação de informação sobre aquilo que se passa no nosso Partido e Concelho e um espaço onde todos expressem livremente as suas opiniões. Não houve qualquer relação próxima entre a Comissão Política e os militantes, exceptuando talvez um punhado de colaboradores fiéis; e também não houve realização regular de reuniões, excepto as da própria Comissão Política e dos autarcas. A maioria dos militantes permaneceu desmobilizada e desinformada. Quanto a conferências e debates, nada se fez (apenas a JSD os promoveu, e com bastante qualidade, no âmbito do “Clube da Política”). 2. Dinamização das estruturas internas A Comissão Política não se pode fechar em si mesma, devendo distribuir tarefas, criar órgãos, delegar responsabilidades, permitir autonomias, atrair e criar competências. Connosco, o PSD Amadora terá Estruturas na dependência da Comissão Política: Um Conselho Estratégico, que prepare e apoie a acção politica do PSD Amadora; Um Conselho Autárquico, que analise temas de interesse para o Município e produza informação relevante de apoio à tomada de decisão, contribuindo para uma melhor acção política dos nossos autarcas;
  • 2. Uma Estrutura Formativa, com o objectivo de aperfeiçoar capacidades e competências técnicas e políticas dos nossos militantes. Nada disso houve: nem distribuição de tarefas (excepto entre os fiéis mais próximos), nem delegação de responsabilidades (idem), nem criação de órgãos, nem atracção de competências. E as novas estruturas ficaram por criar: continua a não haver Conselho Estratégico, nem Conselho Autárquico, nem estrutura formativa. 3. Interactividade e inovação Não se pode continuar a tratar a maioria dos militantes como cartas fora do baralho, apenas solicitados para apoios, votos e jantares. Todos fazem parte de uma mesma comunidade política que deve ser coesa, informada e interactiva. É necessário romper barreiras, facilitar contactos e criar vínculos e solidariedades. Para tal, vamos proporcionar os meios que permitam um debate permanente entre os militantes, nomeadamente através da criação de um Fórum na Internet, acessível a todos, e da distribuição de um Boletim Informativo periódico. Nada mudou. Continua a haver barreiras à divulgação dos contactos, à participação política, à coesão e ao lançamento de iniciativas autónomas. A interactividade é quase nula, e se alguma existe, deriva do relacionamento privado dos militantes. O PSD da Amadora continua a não ter um Fórum de discussão na Internet, nem um Boletim Informativo periódico (newsletter), nem tão pouco um “site” ou uma página. 4. Intervenção local Em política não há milagres. E só um partido definhado fica à espera de ganhar eleições ou conquistar lugares por desgaste dos adversários. É imprescindível divulgar junto da população e das organizações locais os nossos programas, projectos e propostas, bem como dar a conhecer os nossos autarcas e o seu trabalho. Excepto em período de campanha eleitoral, nenhuma divulgação se fez. Nas eleições europeias e legislativas, a nossa movimentação foi exígua. E nas eleições autárquicas, foi maior o esforço de divulgação dos candidatos que das propostas, com resultados decepcionantes. Pagou-se caro a inércia anterior. Adenda ao programa A nossa Candidatura, através de uma liderança forte suportada numa equipa prestigiada e nas suas novas estruturas orgânicas, lutará para preparar a Secção para as batalhas eleitorais que se avizinham, fazendo chegar a nossa mensagem e influência aos munícipes da Amadora, nomeadamente, à juventude, aos grupos profissionais e aos movimentos associativos. Nem liderança forte, nem equipa prestigiada, nem novas estruturas orgânicas. Tudo se ficou pela retórica. E a mensagem, se chegou tardiamente a alguns munícipes, a poucos convenceu. Como, aliás, o voto demonstrou. Também não se vislumbra qualquer influência conseguida junto da juventude, dos grupos profissionais ou dos movimentos associativos. É com esse intuito que iremos promover as seguintes iniciativas: • começar a gizar desde já a estratégia e os programas eleitorais autárquicos para 2009, bem como os respectivos planos de campanha e pré-campanha, e influenciar a elaboração do programa metropolitano; (os programas eleitorais autárquicos, alguns nitidamente feitos à pressa e em cima do joelho, só surgiram a escassas semanas do início da campanha eleitoral, sem qualidade gráfica e com redacção pouco aliciante) • acautelar os interesses municipais da Amadora nas soluções comuns que venham a ser debatidas para a Área Metropolitana de Lisboa ou para o distrito em geral; (quais as soluções e interesses defendidos?) • fazer um levantamento das necessidades e infra-estruturas concelhias no domínio da protecção e apoio à terceira idade e promover a criação de um programa municipal de voluntariado na assistência a idosos, em possível articulação com Igrejas e movimentos associativos do distrito; (nada disto se fez) • diagnosticar os problemas de segurança, educação e ambiente no concelho e coordenar com os nossos autarcas a apresentação de um conjunto de soluções adequadas em Assembleia Municipal e em Assembleia Distrital; (quais os problemas diagnosticados e quais as soluções apresentadas?)
  • 3. estudar novas soluções para os problemas dos bairros degradados, da imigração clandestina e da integração dos imigrantes legais; (quais se estudaram?) • estreitar relacionamentos com escritores e artistas do nosso concelho e dos concelhos limítrofes, na óptica de futuras colaborações, e apoiar actividades de natureza cultural com relevante interesse público e mediático; (nada disto se fez) • estudar um plano conjunto de aproveitamento do Rio Jamor para actividades de lazer e diversão; (não se fez) • lançar no concelho um fórum de discussão sobre políticas de educação, envolvendo professores, autarcas, associações de pais, conselhos executivos das escolas e representantes dos alunos do ensino secundário; (não se fez) • manter um relacionamento saudável e regular com os órgãos de comunicação social, propiciando a cobertura jornalística das actividades da Secção, a denúncia das carências do concelho, a divulgação de estudos e propostas de solução e o reforço da projecção política dos nossos autarcas e candidatos (que conste, também não se fez; e o que eventualmente se tenha feito não teve eco nem deixou vestígios). Estaremos, desta forma, com o envolvimento e empenho de todos, na primeira linha de combate à hegemonia da política socialista, que paulatinamente, vem asfixiando a Amadora. (Se é assim que se combate a hegemonia socialista, mais valia ter assinado logo a rendição… E se há algo mais asfixiado do que a própria Amadora, é o dinamismo interno da nossa Secção.) Depois do balanço analítico, o balanço sintético. O Programa da actual Comissão Política, na sua generalidade, não foi cumprido. Nem se viu sequer qualquer tentativa séria para o cumprir. O reconhecimento destes factos não envolve qualquer tentativa de descrédito ou de agravo. Factos são factos. E contra factos não há argumentos. Não basta alegar que os dirigentes também têm a sua vida familiar e as suas ocupações privadas, que a disponibilidade pessoal é escassa, que houve vontade de realizar mas não houve tempo. Na minha concepção das coisas, quando se promete algo é para cumprir. Quando se apresenta um programa político é para o levar a cabo. E quem quis dar o passo maior que a perna deve remeter-se a ambições mais modestas. O que não pode continuar a prevalecer é um ambiente onde os “egos” se sobrepõem à racionalidade e ao realismo. Há demasiadas coisas em jogo. Pela parte que me toca, prefiro até não pôr em causa a capacidade e a honestidade das pessoas envolvidas. Um balanço não é um julgamento público. Além disso, muitos falhanços resultam de ter as pessoas certas no lugar errado, podendo elas fazer muito melhor noutros pelouros ou noutras equipas. E acima de tudo, deve tentar preservar-se um espírito de colaboração e convergência, sem que isso implique iludir ou escamotear responsabilidades pelas tarefas não realizadas e pelos objectivos não cumpridos. Num aspecto, pelo menos, um partido político é como uma empresa: precisa de conseguir resultados. Mais do que responsabilidades ou falhanços pessoais, o que é preciso trazer à praça pública é uma certa forma ligeira e descomprometida de fazer política, onde o que se promete não é para cumprir, mas apenas para ganhar. Não é decerto esse o partido que queremos. Nem queremos que nos confundam com outros. Quem não pode assumir cabalmente certas responsabilidades, porque a sua vida pessoal o impede, deve ceder o lugar a outros militantes. Deve assumir apenas as tarefas a que pode dar concretização. Deve encontrar o lugar adequado para si na engrenagem colectiva. Não podem alguns, por ambição, empatar o empenho de muitos. Estas são algumas das regras pelas quais nos devemos reger, se queremos ganhar maior relevância no espaço público. Não é também sustentável que a esmagadora maioria dos militantes da Secção ignore o que se faz, o que se defende, o que se preconiza. Se a informação e a divulgação não chegam sequer aos militantes em dose satisfatória, como poderá chegar aos restantes eleitores? Qualquer boa campanha política começa sempre por dentro da organização. Um exército impreparado e indisciplinado não ganha batalhas. Tradicionalmente, na passagem do ano fazem-se votos. Os meus, no que ao PSD concerne, é que um número cada vez mais significativo de militantes compreenda que os atalhos que temos escolhido não são o caminho a seguir e que é imprescindível mudar de rumo. Haja, pois, algum bom senso para nos servir de bússola. Para todos, um Bom Ano Novo. Rui Valada (militante PSD Amadora)