4. Nós, jovens, sempre fomos protagonistas na história do Brasil, na militância do PT e na
construção de uma sociedade justa e igualitária. No período eleitoral não poderia ser
diferente. Temos grande capacidade de mobilização, característica desse segmento, mas
precisamos intensificar nossa organização. Cabe a cada jovem petista e a JPT debater o
plano de governo nas questões que tangem a juventude e elaborar uma estratégia de
campanha para nosso segmento em cada município. Precisamos mesmo é ocupar funções
destacadas de secretarias, prefeituras, ministérios, mandatos parlamentares, quadro de
assessoramento superior ou de carreira, porque o grande desafio estratégico é dar
continuidade às transformações iniciadas no Brasil, o que exige formar uma nova geração
de líderes em todos os níveis, que só se materializará com a participação dos jovens nos
espaços de poder político. Não queremos só uma escola de jovens líderes, queremos um
celeiro de quadros da esquerda para a República. Não queremos só um dirigente juvenil,
mas um jovem dirigente. Sendo assim, no período eleitoral devemos ter jovens compondo
a equipe de coordenação das campanhas majoritárias.
O período eleitoral é muito mais que uma disputa entre os candidatos do nosso campo e a
oposição. É uma oportunidade de debatermos com a sociedade, apresentarmos o modo
petista de governar e os avanços que nossos governos tem feito pelo Brasil. Para isso
precisamos estar com o discurso afinado. É necessário fazer uma plataforma com a qual
todos os jovens se identifiquem e com forte conteúdo político em relação ao futuro. Mas,
para isso, é fundamental que as discussões sejam pautadas por temas de abrangência
nacional, com conteúdo político e programático. A partir daí, é hora de irmos para as ruas,
com garra e determinação do jovem contribuindo para construção da hegemonia do
pensamento da esquerda.
Enganam-se aqueles que pensam que tudo sabem sobre a realidade da juventude em seus
municípios. Precisamos abranger os jovens das mais diversas tribos: movimento hip-hop,
skatistas, jovens da periferia, universitários, estudantes secundaristas, movimento negro,
movimentos culturais, esportivos, religiosos, dentre outros. Este é o momento da JPT
5. mobilizar a juventude e, a partir daí, ampliar o nosso grupo, filiar a galera. É hora de os
jovens do PT começarem a alargar seus horizontes – para conduzir o partido de fato e
também para ampliar o diálogo com parcelas importantes da juventude brasileira que se
identificam com nosso projeto geral, mas não se reconhecem no dia-a-dia da militância
partidária ou da intervenção política organizada.
No 4º Congresso do Partido dos Trabalhadores, foi deliberado que todas as instâncias do
partido, sejam no âmbito municipal, estadual ou nacional, obrigatoriamente terão de ter
20% de jovens em suas direções. O que isso significa? Renovação! Nosso partido está
envelhecendo e é hora de fazer uma transição geracional. Nas eleições de 2012, o PT
reconhece a importância dos jovens, como o ex-presidente Lula já havia pedido em 2010.
É preciso institucionalizar o papel da juventude e, ao mesmo tempo, não permitir que isso
se transforme num gueto.
juventude, além de saber onde eles se
encontram. Não adianta forçar um
Um espaço onde os jovens irão definir e discurso da década de 80 ou 90 e tentar
criar estratégias de como fazer uma
campanha jovem. Lá serão elaboras fazer com que ele “pegue” no nosso
materiais de campanha, o direcionamento segmento, a juventude merece uma
do perfil do/da candidato/da para uma campanha específica, que dialogue com a
campanha jovem, planejamento da nova linguagem e com um modo
campanha em nosso segmento e os locais específico de comportamento.
onde devemos fazer campanha visando
atingir a juventude.
Simples, são os jovens que sabem sobre os
jovens. Conhecemos nossa forma de
comunicar, de se relacionar com a
6. Precisamos estar nas ruas, não dentro de um Comitê. O ideal seria um espaço dentro do
Comitê Geral, onde possamos realizar encontros com jovens, tendo autonomia nas nossas
tomadas de decisões, não ficando excluídos das decisões políticas. Experiências nos
mostram que um Comitê de Juventude separado, nos isola das maiores partes de decisões
dos rumos das campanhas. Nós temos capacidade de ajudar a definir e orientar uma
campanha na nossa perspectiva jovem, que significa cerca de ¼ da população brasileira.
Para muito além disso, não discutindo apenas a juventude, mas todos os eixos que
perpassam pelo pleito eleitoral, garantir nosso espaço na equipe de coordenação geral da
campanha é fundamental.
Empolgação não nos falta, irreverência muito menos, criatividade temos de sobra. Esses
elementos que fazem parte da essência jovem devem ser potencializadas. Chega do
mesmo, precisamos criar e inovar. Temos a capacidade de nos reinventar durante o
processo. A nossa campanha deve ser assim, de massas, criando uma onda jovem. Uma
onda que arraste a juventude por onde a gente passa. Organizar atividades específicas em
cada segmento, panfletagem com materiais e uma linguagem diferente, dialogar com a
juventude no simbólico e no concreto. O imaginário jovem é repleto de um misto do
presente com o futuro. Essa deve ser nossa ideia: “construir o futuro, fazendo o presente”.
Somos a geração da Internet, conhecemos a maior parte das ferramentas e militamos
cotidianamente nas redes sociais. Então precisamos qualificar a campanha de nossos
candidatos nesses espaços. Devemos fazer tuitaços, reproduções massivas no facebook e
Orkut. Além de produzirmos vídeos que serão bombardeardos no youtube, com os rostos,
7. slogan e propostas dos nossos/as candidatos/as. Podemos
filmar atividades de campanha, entrevistar jovens sobre o que
eles querem para seu município, mostrar que a nossa galera
dialoga com a população. Aproveitar as redes sociais significa
dominar um dos mais importantes mecanismos de comunicações
da atualidade, uma tarefa difícil, mas que está longe de ser
impossível.
Pré-campanha: período que antecede a campanha eleitoral, pode começar a
partir do último trimestre do ano anterior até a data de convenção (Outubro a Junho)
Características:
Organização e consolidação da rede de apoio; Proibição de campanha aberta;
Definição da coordenação da campanha; Organização da documentação;
Amarração dos multiplicadores de voto; Preparação do escritório político.
Ampliação da visibilidade do/da candidato/da;
Campanha: Período liberado pela justiça eleitoral para que os/as candidatos/as
realizem sua campanha (Julho a Outubro)
Período autorizado pela justiça eleitoral; Busca do voto difuso;
Prestação de contas mensal dos recursos; Visibilidade da candidatura;
Organização da semana e do dia da eleição; Ampliação dos multiplicadores.
Amarração do voto em sua base;
8. • Logo após a escolha em convenção oficial, o/a candidato/a é obrigado a abrir uma conta
bancária específica para registrar todo o movimento financeiro da respectiva campanha.
Só estão dispensados os candidatos a vereadores onde os municípios tenham menos de
20 mil eleitores.
• Os/as candidatos/as devem dar importância máxima à prestação de contas da
campanha a ser apresentada ao Juiz Eleitoral, já que as exigências legais são bastante
rigorosas.
• Comícios eleitorais e carreatas são • Organizar atividades culturais ou
permitidos e não precisam de licença esportivas que caracterize campanha. Ou
prévia. O que precisa ser feito é um seja, o/a candidato/a fazer discurso nesse
comunicado à policia, para reservar o local, local ou distribuir materiais de campanha.
garantindo o seu funcionamento, como ter A visita e a conversa (campanha boca a
um controle de tráfego, no caso de uma boca) com as pessoas é permitida.
carreata, para que o evento não atrapalhe a • Distribuir materiais de campanha dentro
população. Em alguns municípios existe de espaços públicos, como colégios,
uma lista de locais permitidos para a universidades e dentro de terminais. Em
realização de eventos públicos, o indicado contra partida, realizar uma panfletagem
é que se pergunte na delegacia sobre a do lado de fora desses espaços é
existência desta lista. permitido. Então “bora” pro portão dos
• Criar vídeos e divulgar na web. Mostrando espaços estudantis entregar materiais de
a cara das pessoas que apoiam o candidato nossos candidatos, o ideal é que isso seja
e falando sobre as suas propostas. Isso, feito na entrada da aula, pois assim os
após o dia 6 de julho. alunos levam o material para dentro do
• Ter um blog da juventude do PT , estabelecimento criando um visual.
publicando as agendas e atividades da •Antes de 6 de julho é proibida qualquer
campanha, além de divulgar a plataforma propaganda eleitoral na Internet. Blogs e
política e notícias relacionadas ao/a sites de pessoas físicas são permitidos
candidato/a. desde que não divulguem propaganda
• Frequentar aulas e espaços públicos com eleitoral, nem associem a imagem do pré-
propaganda eleitoral individual, adesivo de candidato/a ao ano de 2012 ou ao cargo a
peito ou camisetas do partido. ser disputado.
9. É importante que o partido tenha claro que a entrada de jovens nos espaços políticos
representa a oxigenação do PT. Isso significa a esperança de uma política renovada,
sem corrupção ou abuso de poder.
•As plataformas dos/das candidatos/as jovens não
devem ser segmentadas demais, devemos construir
propostas para toda a sociedade. Elaborar uma
campanha em torno da militância do movimento
estudantil, defendendo apenas a educação não
resolve. Precisamos pautar as principais necessidades
do município que não se resumem apenas a um eixo.
•A juventude significa renovação, o período eleitoral é propício para explorar isso.
Reinvente, fuja da forma convencional de pedir voto, uma campanha jovem significa
inovação.
• A Juventude do PT não é apenas “campanheira”, tem formulação para
contribuir, e muito, com todas as candidaturas.
PT
• No geral, os jovens não tem a experiência nos processos burocráti-
cos do período eleitoral, por isso necessitam do apoio da direção do
partido. Erros são naturais e acontecem com todos, então não seja rígido
demais com eles, atitudes como estas podem afastar em vez de aproximar os
jovens. Em contrapartida tem muito mais disposição, inclusive de estudar e se
formar no processo eleitoral. Dar autonomia para as questões que lhes tangem é
fundametal para a formação e a capacitação política da juventude.
• Os/as candidatos/as jovens são uma boa novidade, na maioria das vezes são o
diferencial. Mesmo que sua trajetória não seja longa é, preciso respeito. O discurso que
“fundamos esse partido e sabemos muito mais que vocês” não passa de demagogia, pois
no período em que vivemos, da tecnologia e da diversificação, os jovens conhecem muito
mais a realidade do que a maior parte das pessoas. Se você acha que sabe tudo sobre a
juventude você está enganado, pois ela se reinventa a cada minuto.
10. A primeira coisa a se fazer é definir qual o objetivo da sua candidatura. Isso não significa
necessariamente se eleger, pode ser a busca por uma representatividade de um grupo as
margens da política local, formar um grupo consistente com espaço político, afirmar um
nome na política municipal ou representar um determinado movimento. Nesse momento
é importante ter os pés no chão em busca de um bom desempenho eleitoral, não se deve
cair no imaginário do “achismo”, vislumbrando um número de votos que você ainda não
tem. Uma análise realista desempenha uma melhor possibilidade de exploração de
crescimento eleitoral. Nem todas as campanhas podem ser vitoriosas no primeiro
momento, mas podem construir uma vitória futura. Como disse Che Guevara: “derrota
após derrota, até a vitória final”. Isso não significa que já saímos derrotados deste período
eleitoral, significa que nosso fim não deve ser apenas a eleição. Mas é lógico que um bom
trabalho acompanhado de uma estrutura mínima pode significar uma vitória, mas o
caminho é mais árduo do que se pensa.
Agora é hora de definirmos quantos votos precisamos, para isso temos de
analisar nossa coligação, a média de corte para a eleição de um vereador e a
potencialidade de voto dos nossos adversários. Neste caso, não devemos
apenas levar em consideração quanto votos o candidato pode fazer, mas
sim, a de todo o grupo que o cerca. A partir desta meta estabelecida é
hora de perseguir este objetivo até o ultimo dia da eleição.
A partir dos seus apoios de campanha, chega o momento de mapear a base a ser
acessada. Isso significa listar as regiões e grupos onde você deve conquistar eleitores.
Nessa lista entram os bairros, movimentos sociais, lideranças regionais, grupos da
sociedade civil organizada, dentre outros.
A partir do mapa já feito é hora de ampliar. É possível que a listagem feita não seja
suficiente para sua eleição, então planeje outras frentes de campanha. Este é o
momento de elencar prioridades, quais segmentos (grupos) ainda restam, espaços para
conquista de votos e quanto o perfil da sua candidatura se enquadra neles.
11. É a divisão do número de eleitores pelo número de vagas em disputa.
O partido tem que alcançar o quociente eleitoral, que é o cálculo feito pela justiça eleitoral,
que define o número mínimo de votos necessários para o partido eleger um vereador.
Exemplo: Se determinada cidade tem 1000.000 de eleitores e serão 35 vagas em disputa,
logo a conta será 1000.000/35 cadeira na câmara municipal= 28571 votos. Para um partido
eleger um vereador precisa ter no mínimo 28.571 votos. Para eleger o segundo, precisaria
de no mínimo 42.856 votos.
Tem candidato que sai “atirando pra tudo
quanto é lado”. Acha que assim acertará o
alvo. Hoje, quanto mais você focar a
campanha, mais chances de se eleger
você terá. Focar não significa diminuir a
campanha, e sim saber qual o seu público
alvo. A partir daí, é agendar com os
diversos grupos de jovens e não-jovens identificados
como a base eleitoral da candidatura e construir
democraticamente atividades de visibilidade nos nichos
de atuação escolhidos e, se for o caso, pela força da
candidatura ou tamanho do município, que projete o/a
candidato/a à toda a população.
Ele é o passo para identificar seus pontos fortes e
fracos, você poderá potencializar os primeiros e
corrigir os seguintes. No planejamento você vai
identificar a área de atuação, meta eleitoral,
cenários que podem “detonar” a candidatura, e
organizar o dia “D”, que é o dia da eleição.
12. A partir das suas características e do perfil dos seus apoiadores, você deve elaborar
propostas para a população. A partir desse programa, serão feitos seus materiais de
campanha e boa parte do seu discurso que irá dialogar com a sociedade. O programa deve
ser simples, direto e objetivo. Deve fornecer argumentos para os/as apoiadores/as
conquistarem votos e para o eleitor se identificar com seu projeto político.
Se você já tem os componentes ideológicos e as propostas é hora de ter
uma marca. Um slogan e logotipo que simbolizem sua proposta. Quanto
mais criativa a marca, mais os/as eleitores/as se identificarão com ela. Se
nós, jovens, significamos renovação, isso pode estar proposto na sua
marca, mas não podemos achar que isso basta, é preciso relacionar a
marca ao seu projeto.
Um panfleto não pode ser feito de qualquer jeito, ter fotos malfeitas. Isso é desperdício de
tempo e dinheiro. É também voto perdido. Se possível, se aproxime de quem entenda de
comunicação, como free lancer, cedido por um estrutura maior ou contratado para se
responsabilizar para definir qual a melhor foto, em que caso e como usar. E mais, de que
forma deve ser produzida (no trabalho? Com a família? de paletó? roupa esportiva? Com
criança? Caricatura?). Um material bem produzido passa credibilidade e informação
correta para quem vai ler.
O tempo na TV e no rádio pode ser potencializado se for utilizado de forma profissional e
com competência. Um candidato que grita na TV, usa linguagem de TV no rádio, com certeza
não estará se comunicando. Comunicação não é o que dizemos, mas sim o que as pessoas
entendem. Esta é a máxima que todas as pessoas deveriam entender quando acham que
estão se comunicando. Com base no seu foco, produza as inserções no rádio e televisão,
dialogando com “eles”. Na TV, a linguagem é de um jeito. No rádio é totalmente diferente.
13. No período eleitoral, você, candidata/o deve se preocupar o
mínimo possível com problemas que surgiram durante o
pleito. Para isso você deve ter uma boa equipe de
coordenação de campanha. O que isso significa?
Existem três perfis de coordenadores/as, os quadros
(pessoas com perfil de) elaboradores, de massas e
operacional.
O elaborador é aquele que irá cuidar da
aplicação do seu projeto na campanha, te
ajudará na orientação do discurso, das
e st raté g i a s e l e i to ra i s e d o
mapeamento dos lugares e
apoiadores. Irá tomar decisões
políticas e administrativas do dia-a-
dia. É um gerenciador de conflitos.
O de massas deve estar em contato
diariamente com a população, ir às ruas, organizar suas atividades de campanha com a
população, visitar a base e estar te acompanhando na campanha. Na verdade ele é um
grande mobilizador.
O operacional deve resolver problemas, cuidar da prestação de contas e aplicar tudo que
for de técnico referente à sua campanha, como a produção de material e os orçamentos.
Muitas vezes numa campanha, por falta de recursos, você coloca seu irmão para cuidar
do marketing, sua esposa como coordenadora, seu melhor amigo como tesoureiro. Pode
até pode dar certo. Porém, se você quer realmente ter uma campanha vitoriosa, deve
cercar-se de pessoas qualificadas. Estes, com certeza, também tem que pertencer a sua
equipe. Todavia, a cientificidade e profissionalismo nas campanhas eleitorais têm sido
cada vez mais utilizados, principalmente pelos candidatos mais preparados.
Tarefas distribuídas, é hora de potencializar a campanha e a fazer crescer a cada dia.
Vamos botar o bloco na rua e mostrar o modo petista de militar com um sorriso no rosto,
daqueles de quem ama a adrenalina política e o discurso afiado. Daí para frente não há
espaço vago para esperar, tudo significa conquista, até último minuto do processo
eleitoral.