Este documento apresenta uma metodologia de estudo denominada "Arquitetura Reversa", que parte da observação e análise detalhada de um exemplar de arquitetura ou urbanismo. A metodologia propõe a identificação e descrição das principais características do objeto de estudo, seguida de pesquisa e análise crítica para ampliar o entendimento sobre o mesmo. É apresentado um cronograma para o desenvolvimento do método e referências que podem auxiliar no trabalho.
2. ARQUITETURA REVERSA
A opção pela descrição a partir do fato
arquitetônico observado, seguida de
pesquisa exploratória(1) e análise crítica,
oportuniza o exercício da capacidade de
organização de dados e a conversão
destes em informações e permite a
ampliação de repertório.
Como desafio cada equipe deverá
identificar as principais particularidades
inerentes ao exemplar de arquitetura e
urbanismo a ela atribuída, buscando
reconhecer o que é mais relevante como
objeto de análise e traduzir os resultados
em informações sintetizadas
preferencialmente em diagramas e
também com textos, fotografias,
infográficos e desenhos.
(1) “... procedimento racional e sistemático que tem como
objetivo proporcionar respostas aos problemas que são
propostos. A pesquisa desenvolve-se por um processo
constituído de várias fases, desde a formulação do problema
até a apresentação e discussão dos resultados.” (Gil, 2007)
A pesquisa faz sentido em si mesma, convive com lacunas e
aparentes insucessos. É importante entender que a dedicação e
aplicação correta de métodos podem não ser suficientes para
atingir os objetivos formulados, mas ainda assim há ganhos
relevantes nesse processo de busca.
3. ARQUITETURA REVERSA
Arquitetura Reversa parte de uma
metodologia de estudo(2) aplicada sobre
um determinado “evento arquitetônico”,
do qual são extraídas informações
específicas e inerentes a ele que em
seguida são organizadas e analisadas
para benefício do entendimento
holístico do objeto.
A “desmontagem” permite o estudo dos
pormenores e das relações entre as
partes, a ponto de promover
descobertas que dificilmente seriam
conseguidas pela observação do todo e,
a partir do que é aprendido, buscar
replicar acertos e corrigir eventuais
equívocos ou considerá-lo simplesmente
um exercício de reflexão e crítica.
(2) - Essa metodologia pode ser comparada ao estudo pela
dissecação, onde abre-se o organismo a ser estudado,
separam-se suas partes e estuda-se sua composição
química, a lógica dos sistemas, formatos de órgãos e
diversos outros itens, com o intuito de descobrir como
aquele organismo funciona.
4. ARQUITETURA REVERSA
CRONOGRAMA
APOIO
As equipes deverão buscar orientações
complementares junto aos professores
vinculados ao Projeto Consultoria, que
atenderão às equipes mediante agendamento
prévio. Os outros professores do curso
poderão auxiliar a dissipar eventuais dúvidas
em seus respectivos campos de conhecimento,
desde que seja em horários extra aula e em
acordo com a disponibilidade de cada um.
A professora Patrícia Ribeiro de Abreu será a
“orientadora de referência” nessa primeira
edição do DAc do curso de Arquitetura e
Urbanismo.
Etapa Atividades do DAc Prazos
1 Lançamento do DAc no SINEF 19/09/2016
2 Cadastro de equipes no SINEF 19/09/2016 a 26/09/2016
3 Lançamento do tema do DAc 20/09/2019
4 Desenvolvimento do DAc 20/09/2016 a 31/10/2016
5 Entrega dos trabalhos no SINEF 31/10/2016
6 Avaliação dos resultados 31/10/2016 a 14/11/2016
7 Divulgação das notas 14/11/2016
5. A seguir a lista dos principais aspectos a
serem identificados e analisados e uma
série de exemplos de desenhos
diagramáticos similares aos que deverão
ser elaborados pelas equipes.
IDENTIFICAÇÃO
CIDADE
LEIS
CONDICIONANTES NATURAIS
IMPLANTAÇÃO
LINGUAGEM ARQUITETÔNICA
DINÂMICA DOS ESPAÇOS
CONSTRUÇÃO
APROPRIAÇÃO
Vale destacar que a cada ação descritiva
deverá haver uma ação analítica
DESCRIÇÃO + ANÁLISE
ARQUITETURA REVERSA
6. IENTIIAO
Nome da obra
Uso
Localização
• Cidade
• Endereço
Autor (res)
Ano do projeto
Período de execução
Relevância histórica (quando for o caso)
• Data da construção
• Função original
• Contexto urbano na época
• Influências estilísticas
• Tecnologia construtiva empregada
Levantamento fotográfico preferencialmente
elaborado pelos autores do DAc
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3
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7. IAE
Geomorfologia – como se apresenta o relevo no local
onde a (s) edificação (ções) está implantada, incluindo
sua vizinhança e em escala urbana, como essa porção
da cidade se relaciona com o todo (vale, encosta,
colina, crista, relevo mais ou menos acidentado, etc)
• Topografia
• Características locais em relação à cidade
Morfologia urbana – descrição da disposição e o
traçado das vias e quarteirões
Uso e ocupação – relativo à predominância das
modalidades de uso no imóvel estudado (atualmente
e anteriormente) e dos imóveis do entorno
• Residencial
• Comercial
• Serviço
• Institucional
• Misto
Mobilidade – caracterização dos meios de transporte
disponíveis e opções de acesso à região estudada
• Modais de transporte
• Estações e paradas
• Vias pedonais
• Passeios públicos
• Passarelas
• Cruzamentos em nível com vias ferroviárias
• Vias / transposição de rios
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8. IAE
Sistema viário e fluxos – caracterização das vias locais
e do entorno segundo os seguintes aspectos
• Proporções das vias
• Quantidade de pistas carroçáveis
• Estacionamento
• Volume do tráfego
• Sentido do fluxo
• Sinalização
• Classificação viária (LUOS)
• Tipo de pavimentação / relação com drenagem
Tipologia – proporções volumétricas (especialmente
altura) e padrão construtivo
• Altimetria (em relação ao entorno)
• Padrão construtivo (alto, médio ou baixo)
Vegetação – elementos de vegetação mais relevantes
• Ocorrência
• Porte
• Estado de manutenção
• Espécies (quando for possível identificar)
Mobiliário urbano – coletivo de construções, objetos
e equipamentos presentes nas vias e espaços públicos,
superpostos ou adicionados aos elementos da
urbanização ou da edificação
• Ocorrência / listagem
• Caracterização / tipo
• Quantidade e localização
Artigos sobre o mobiliário urbano
http://www.revistas.usp.br/gestaodeprojetos/article/viewFile
/50991/55064
http://www.usjt.br/biblioteca/mono_disser/mono_diss/096.p
df
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9. LEIS
Lei de uso e ocupação do solo – legislação vigente
que regra o solo urbano
• Zoneamento
• Parâmetros urbanísticos
• ADEs (áreas de diretrizes especiais)
• Análise crítica que permita comparar a condição do
edifício e da região desde a época da construção
até hoje(3)
Código de obras – legislação vigente que regra as
características físicas e dimensionais das edificações
Legislação ambiental- legislação vigente que regra os
limites a serem respeitados em benefício de bens
naturais presentes no ambiente urbano
Normatização / ABNT – normas vigentes elaboradas e
editadas pela ABNT – Associação Brasileira de Normas
Técnicas
• Acessibilidade
• Segurança predial
• Outras
(3) Comparar as características da edificação no âmbito da
LUOS(à época da construção) com as condições atuais
inerentes à LUOS em vigor
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10. ONIIONANTES NATURAIS
Orientação - relações estabelecidas pela posição da
edificação e os pontos cardeais
Insolação - níveis de incidência dos raios solares em
relação ao posicionamento do sítio analisado no
planeta (coordenadas)
Temperaturas - médias máximas e médias mínimas
nos períodos mais relevantes do ano
Ventilação - direção e sentido dos ventos dominantes,
níveis de incidência e velocidade, etc
Materiais - descrição e análise das características
físicas dos materiais empregados na construção da
(as) edificação (ões), cores, condutibilidade térmica,
espessura, reflexibilidade, etc
Formas arquitetônicas - elementos construídos ou
implantados (vãos, brises, marquises, beirais, recuos,
avanços, “peles”, etc) na edificação e suas relações
com o conforto ambiental interno
Topografia - características da topografia do sítio que
possam estar relacionadas ao nível de incidência dos
raios solares ou mesmo à incidência de ventilação
Vegetação - ocorrência de elementos de vegetação
que possam estar relacionados aos níveis de conforto
térmico, desde áreas cobertas com forração rasteira
até árvores de maior porte
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11. IMLANTAO
Topografia - principais características da topografia e
as relações estabelecidas a partir da implantação da
(as) edificação (ções), dos acessos, caminhos e outras
ações sobre o terreno natural.
Acessos - indicação dos acessos ao sítio (terreno)
desde a(s) via(s), com atribuição de valor hierárquico
(principal, secundário, público, geral, serviço, carga e
descarga, etc.).
Vistas e visadas - como o (s) edifício (os) é percebido
visualmente dos diversos pontos do entorno e
também, quando for o caso, as possibilidades de
percepção da paisagem circundante a partir da (s)
edificação (ões).
Entorno – caracterização do entorno com ênfase nos
aspectos que mais diretamente podem ser
relacionados às estratégias de implantação (posição
de destaque na paisagem, condição de mimetização
com o entorno, correspondências, contraposições,
etc.).
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12. LINUAEM ARQUITETNIA
Elementos formais básicos
• Volumes
• Superfícies
• Linhas
• Texturas
• Cheios e vazios
Estratégias de organização
• Linear
• Aglomerada
• Centralizada
• Radial
• Simétrica
Proporções – atributos dimensionais passíveis de
valoração quantitativa absoluta e comparativa
Hierarquia – valoração relativa entre elementos de
composição formal
Efeitos – aspectos menos físicos e mais
interpretativos, geralmente causados pela relação
única estabelecida pelo observador com a obra
• Ritmo
• Peso
• Leveza
• Estabilidade
• Instabilidade
Artigos sobre linguagem arquitetônica
http://www.usjt.br/arq.urb/numero_01/artigo_06_18
0908.pdf
http://www.fau.ufrj.br/apostilas/aforma/NEX2.pdf
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13. INMIA ESAOS
Programa – relação de espaços contemplados no
projeto arquitetônico, urbanístico e paisagístico
Dimensionamento – quantidade e área em metros
quadrados (m2)
Exemplo: 4 salas de aula com 48 m2 cada
Setorização – agrupamentos dos itens do programa
Fluxograma – tipificação de fluxo nas áreas de
circulação e nos pontos de acessos
Circulação – partes das edificações e áreas livres
destinadas ao trânsito de pessoas, máquinas e
equipamentos
Acessos – pontos de entrada e saída
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14. ONSTRUO
Sistemas construtivos – identificação das principais
técnicas e materiais empregados
• Contenções
• Fundações
• Estrutura portante
• Vedações
• Cobertura
Revestimentos – especificação dos principais
materiais utilizados nas superfícies visíveis
• Materiais
• Técnicas de aplicação ou instalação (colagem,
parafusamento, encaixe, injeção, etc)
• Sistemas (parede ventilada, “pele arquitetônica”,
etc)
Esquadrias – tipos e materiais
• Tipo de abertura (abrir, correr, retrátil, etc)
• Quantidade de “folhas”
• Películas
• Tipo de vidro (cristal, martelado, fosco, etc)
Instalações – descrição diagramática dos sistemas de
alimentação e esgotamento
• Hidráulico (caixa d´água exposta ou embutida,
castelo d´água, reservatório subterrâneo, etc)
• Esgotamento (rede, fossa séptica, estação de
tratamento, etc)
• Energia (elétrica, eólica, solar)
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15. ARORIAO
Analisar as transformações ocorridas na linha do
tempo desde a concepção do projeto até os dias de
hoje, buscando apontar as principais relações entre a
proposta inicial e as apropriações a partir de:
• Usos (permanecem os originais ou sofreram
alterações)
• Flexibilidade da edificação ao abarcar mudanças de
uso
• Integridade física da (as) edificação (ções)
ocorrência de patologias
16. REERNIAS
ZEVI, Bruno. Saber ver a Arquitetura - São Paulo: Ed.
Martins Fontes – 6ª. Edição, 2011
BAKER, Geoffrey H. Análisis de la Forma – Urbanismo e
Arquitetura – Barcelona: Ed. Gustavo Gili, 1998
CHING, Francis D. K. Arquitetura: Forma, Ordem e Espaço –
São Paulo: Ed. Martins Fontes, 1998
SANTA CECILIA, Bruno L. C. Éolo Maia: Complexidade e
Contradição na Arquitetura Brasileira – Belo Horizonte: Ed.
UFMG, 2006
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. São
Paulo: ed. Atlas, 2007.
JULIÃO, Raquel M. - Análise da forma e do sentido em
Arquitetura – O caso do Memorial da América Latina
Cadernos de Arquitetura e Urbanismo, V.15, N.16, 2008 –
em http://periodicos.pucminas.br
BUENO, Laura; OKRETIC, Gabrielle A. V. W. Análise da
arquitetura, inserção urbana e impacto ambiental de
conjunto habitacional do Programa Minha Casa Minha
Vida em Campinas. III Seminário APP Urbana, UFPA –
Belém-PA, 2014 – em http://anpur.org.br/app-urbana-
2014/anais
HERTZBERGER, Herman. Lições de Arquitetura. São Paulo:
ed. Martins Fontes, 2015
Sítios eletrônicos
http://www.climatempo.com.br/brasil
https://www.arcoweb.com.br
http://www.vitruvius.com.br/
17. IARAMAS - RITOS
1- GRANBEL
http://www.granbel.com.br
2- GOOGLE MAPS
http://www.google.com.br/maps/place/Brumadinho
3- GOOGLE MAPS / FOTO AÉREA
https://www.google.com.br/maps/place/Brumadinho
4- Plano urbano de Barcelona
https://fr.123rf.com/photo_13002150_une-partie-du-
plan-urbain-d-une-ville-de-barcelone-noir-et-blanc-
motif.html
5- AIKOS
http://www.arq_chronos.com/archive.html
6- Diagrama de Paul Baran
http://cocriandovalor.com
7- ABA Architects
http://www.alisonbrooksarchitects.com/project/audi-
urban-futures
8- NORD Architects
http://www.archello.com/en/project/urban-hospice
9- TREDJE NATUR
https://worldlandscapearchitect.com
10- Barcelona international workshop
https://loadahl.wordpress.com
11- LUOS de Belo Horizonte-Folha 51 da
http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh
12- SEEG Brasil
http://seeg.eco.br/mudanca-de-uso-da-terra
13- BUENO, Laura; OKRETIC, Gabrielle A. V. W.
http://anpur.org.br/app-urbana-2014/anais
14- KRAUSE, Cláudia Barroso
http://www.fau.ufrj.br/apostilas/conforto
15- BERTACCHINI, Patricia; PADOVANO, BRUNO R.
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos
18. IARAMAS - RITOS
16- YAMATO, Newton; PARMA, Tânia R.
http://wwwo.metalica.com.br/arquitetura
17- FGMF Arquitetos
http://www.archdaily.com.br/br/01-10115/studio-
kaze-paulista
18- N8 studio - Concurso Sede ISSEM
https://concursosdeprojeto.org/2012/03/26
19 e 20 - Arquitetos associados
http://www.arquitetosassociados.arq.br
21- FGMF Arquitetos
https://arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura
22- CHING, Francis
Ilustração: Arquitetura, Forma Ordem e espaço
23- DINIZ,Yane
http://docplayer.com.br/8243013-Yane-almeida-diniz-
a-forma-do-edificio-alto-analise-de-edificios-
residenciais-em-joao-pessoa-pb-joao-pessoa-
2013.html
24- SIAA Arquitetura
https://concursosdeprojeto.org/2013/08/09/primeiro-
lugar-sesc-ribeirao-preto-sao-paulo/
25- NANI, Daniel
https://www.behance.net/gallery/8507359/Infografic
os-de-setorizacao-para-arquitetura
26- ARCHINECT
http://media-cache-ak0.pinimg.com
27- FGMF Arquitetos
http://www.archdaily.com.br/casa-grelha-fgmf
28- BLOS Arquitetos
http://www.archdaily.com.br/casa-bso-blos-
arquitectos
29- OFIS Arquitetos
http://www.archdaily.com-ofis-arhitekti