Este documento descreve as descobertas de pegadas de dinossáurios em rochas do Jurássico Superior na Praia dos Salgados em Portugal. Foram identificadas pegadas de vários tipos de dinossáurios como terópodes, ornitópodes, saurópodes e estegossaurianos. Pela primeira vez em Portugal, foram encontradas pegadas de mãos e pés de estegossaurianos, permitindo inferir que eram quadrúpedes. As pegadas foram mapeadas, medidas e comparadas com amostras semelhantes
SERRA DE MANGUES – OS DINOSSÁURIOS ANDARAM POR ALI
1. Geologia, Mineralogia, Cristalografia e Matemática
SERRA DE MANGUES – OS DINOSSÁURIOS ANDARAM
POR ALI
Tomás Alvim; Sofia Cruz; Luana Gouveia; Carlos Marques
Agrupamento de Escolas de Paço de Arcos – Grupo de Paleontologia (GP), 9º Ano
INTRODUÇÃO
Em 1996, alunos do GP descobriram pegadas de dinossáurios em rochas
do Jurássico Superior na Praia dos Salgados, na base da arriba. Em 2003,
residentes locais encontram duas pegadas no topo da arriba, perto da sua
casa. A partir dessa data várias saídas de campo têm permitido ampliar o
número de pegadas descobertas.
MATERIAIS E MÉTODOS
A limpeza e remoção de terras e arbustos de cobertura permitiu colocar à
vista mais de seis dezenas de pegadas de dinossáurios, que foram
mapeadas para acetato e sinalizadas por GPS. Pegadas e pistas
individuais foram descritas tendo em conta parâmetros métricos, não
métricos e angulares. Foram identificadas classes de dimensões e
realizadas estimativas das dimensões reais dos autores e da sua
velocidade de progressão. A identificação a nível taxonómico superior dos
produtores dos diferentes tipos de pegadas foi feita com base em
sinapomorfias, iluminantes recíprocos, analise da distribuição espaço-temporal
e construção de previsões de pegadas de mãos e de pés. Estas
amostras foram comparadas com outras idênticas do Jurássico
Superior/Cretácico Inferior.
CONCLUSÕES
• A amostra descoberta até ao momento revela a passagem, num intervalo
de tempo curto, de uma elevada biodiversidade de dinossáurios:
teropodes, ornitopodes, sauropodes e tireoforanos stegossaurianos.
• A amostra de pegadas de teropodes, a mais abundante, apresenta um
amplo espectro de dimensões, revelando com comportamento errático.
• Pela primeira vez em Portugal, surgem neste nível pegadas de mãos e
pés de stegossaurianos, num número significativo.
• Não ocorre uma segregação de herbívoros/carnívoros por áreas distintas
AGRADECIMENTOS - Agradecemos a todos os colegas do GP.
Classes de dimensões para 23
pegadas de dinossáurios carnívoros.
Diagrama da orientação das pegadas
individuais dos dinossáurios carnívoros.
Segmento de pista de teropode, progredindo a uma velocidade
estimada de 7 Km/h.
Impressão de pé de saurópode com 1 metro de
comprimento, produzida por um quadrupede com uma
altura de anca rondando os 5 metros.
Pegada de ornitopode – estes
herbívoros eram em numero
reduzido e de pequenas
dimensões.
Pegadas de dinossáurios carnívoros de
dimensões médias.
Impressão de pé (34) e de mão (39) de dinossáurio
stegossauriano.
Esquema de pares mão-pé de pegadas atribuídas a stegossaurianos (retirado
de Xing L. e colegas 2013). A descoberta de pegadas de mãos permite inferir
que este deviam ser quadrúpedes obrigatórios.
http://www.xinglida.net/pdf/Xing_et_al_2013_Deltapodus_curriei.pdf
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Xing L , Lockley M G, McCrea R T, Gierliński G D, Buckley L G, Zhang J P, Qi L Q,
Jia C K. 2013. First Record of Deltapodus tracks from the Early Cretaceous of
China. Cretaceous Research 42: 55-65