O documento discute o processo de tomada de decisão, apresentando conceitos como árvores de decisão, programação matemática e teoria dos jogos. Também aborda os vieses cognitivos que limitam a racionalidade humana e elementos importantes para boas decisões como emoções, visão de longo prazo e ambiente.
2. Bruno S. Pimentel
Engenheiro Mecânico,
Mestre e Doutor em
Ciência da Computação.
Fellow, Sloan School of
Management MIT.
Experiência em inovação,
tecnologia e estratégia.
Gestor de programas e
projetos e equipes,
consultor.
br.linkedin.com/in/brunosantospimentelbruno.pimentel@gmail.com
6. Quantas decisões tomamos a cada dia?
±35.000(crianças tomam ±3.000 decisões por dia)
(pesquisadores da Universidade de Cornell apontam que
tomamos 227 decisões diárias apenas sobre o que comer)
7. Dentre elas, boas e más decisões...
en.wikipedia.org
www.thetimes.co.uk
9. ... mas a incerteza pode dificultar
Ao final deste evento,
você volta pra casa, e no
caminho fica na dúvida
se hoje é ou não é o seu
aniversário de
casamento. Comprar
flores poderia ter
diferentes efeitos caso
você acerte ou erre a
data especial...
D. Warner North (1968). A Tutorial Introduction to Decision Theory. IEEE
Transactions on Systems Science and Cybernetics 4(3):200-210.
10. E para piorar, decisões importantes
costumam ser mais complexas...
www.nytimes.com
11. E para piorar, decisões importantes
costumam ser mais complexas...
footage.framepool.com yochicago.com
13. (nada mais que a formalização do bom senso...)
A Teoria da Decisão sugere procedimentos que levam
em consideração toda a informação disponível para
nos indicar a melhor decisão racional possível.
A Matemática provê uma linguagem sem
ambiguidade para a representação do problema.
O valor é representado pela Teoria da Utilidade.
A informação vem por Teoria da Probabilidade.
14. Decidindo racionalmente
Você precisa dar uma
passada rápida no Diamond
Mall, e não quer parar no
estacionamento. O jeito é
arriscar parar na rua, mas aí
você fica na dúvida se
coloca ou não o Faixa Azul...
Uma folha do Rotativo custa
R$4,10. Já a multa, caso
você seja “pego”, é de
R$127,69, além de 5 pontos
na carteira.
Vale a pena arriscar?
“Todos os dias, 259 pessoas, em média, são
multadas em Belo Horizonte por agentes da
Guarda Municipal e por policiais militares, por
desrespeitar (...) condições estabelecidas pela
sinalização na hora de estacionar o carro.” (EM)
15. Decidindo racionalmente
Se você tem aversão ao
risco, coloque o Faixa
Azul.
Se você tem apetite por
risco, não coloque o
Faixa Azul.
Se você é risco-neutro,
faça as contas...
16. Decidindo racionalmente
Ser risco-neutro implica em não ter preferências
específicas quanto aos resultados de uma decisão,
sempre que esses resultados gerarem a mesma
utilidade esperada.
Por exemplo, suponha que você queira apostar R$10
jogando a moeda no “cara ou coroa”:
𝑅$10 × 50% + −𝑅$10 × 50% = 0
Da mesma forma, para você tanto faz ganhar R$10
sem fazer nada, ou apostar R$20 jogando a moeda:
𝑅$20 × 50% + 𝑅$0 × 50% = 𝑅$10
17. Decidindo racionalmente
Supondo que a chance de a fiscalização de trânsito
aparecer é de 50%, a utilidade esperada de arriscar
não colocar o Faixa Azul seria igual a:
−𝑅$127,69 × 50% = −𝑅$63,85
valor bastante superior aos R$4,10 do talão... Mas se
levarmos a estatística do jornal à sério, poderíamos
repensar a probabilidade da multa:
−𝑅$127,69 ×
1
259
= −𝑅$0,49
e ver que a utilidade esperada seria quase dez vezes
menor que o preço do talão...
18. Decidindo racionalmente
Quanto essa simples decisão depende da probabilidade
de que a fiscalização apareça justamente quando o seu
carro está estacionado na rua sem o talão de Faixa Azul?
Em outras palavras... qual a probabilidade que torna a
utilidade esperada da multa igual à utilidade esperada
(preço) do talão?
−𝑅$127,69 × 𝑝 = −𝑅$4,10
𝑝 = 3,21%
Se você acredita que a chance de que a fiscalização
apareça é maior que 3,21%, é melhor não arriscar...
19. Árvores de decisão
Coloca Faixa Azul
Não coloca Faixa Azul
Fiscalização aparece
Fiscalização não aparece
Fiscalização aparece
Fiscalização não aparece
-R$4,10
-R$4,10
-R$127,69
R$0,00
𝑝
1 − 𝑝
𝑝
1 − 𝑝
−4,10 × 𝑝 + −4,10 × 1 − 𝑝 = −4,10
−127,69 × 𝑝 + 0 × 1 − 𝑝 = −127,69 × 𝑝
20. Dados, modelos e decisões
Árvores de decisão são
um exemplo de modelo
que, apoiado em dados
(utilidade e
probabilidade)
consistentes, formalizam
o rigor necessário para
avaliação de decisões
simples, como a anterior,
ou complexas, como a
seguinte...
“Todos os modelos estão errados; mas alguns são úteis.”
- George Box, estatístico britânico, 1976
21. Árvores de Decisão
A árvore de decisão ao
lado representa a
estratégia da startup
BioImaging, nascida no
MIT em 2009,
envolvendo decisões e
incertezas relacionadas
ao desenvolvimento de
tecnologia, ao sucesso
na captação de
investimentos, e à
aceitação do seu
produto no mercado.
www.dynamic-ideas.com/Books/097591460/DataModDec.html
22. Modelos um pouco mais complexos:
Programação Matemática
Desenvolvidos ao longo da
2ª Grande Guerra,
modelos de programação
matemática podem ser
úteis para representar
decisões individuais
estratégicas, táticas ou
operacionais,
possibilitando a
determinação de soluções
e políticas ótimas para os
cenários considerados.
25. Quando as decisões dos outros
também importam: Teoria dos Jogos
Cena clássica de “Uma Mente Brilhante”(2001)
26. Quando as decisões dos outros
também importam: Teoria dos Jogos
Um exemplo clássico (e
simplório): O Dilema do
Prisioneiro
Dois ladrões foram presos pela
polícia, com algumas evidências
circunstanciais, mas nada muito
definitivo. A polícia então os isola,
incomunicáveis, e os oferece
oportunidades de confessar o crime.
Caso os dois confessem, a pena de
ambos será de 2 anos; caso apenas
um confesse, o delator sai livre e o
delatado recebe uma pena de 4
anos; caso ambos se mantenham em
silêncio, as provas serão insuficientes
para condená-los por crimes graves,
resultando em penas de 1 ano.
Confessa Não confessa
Confessa -2; -2 0; -4
Não confessa -4; 0 -1; -1
Ladrão 2
Ladrão1
O Equilíbrio de Nash não
necessariamente representa o melhor
resultado individual...
lagosconvo.com
31. Compreendendo a dinâmica de
sistemas complexos
O Modelo de Bass para a
Difusão representa tanto a
progressão de epidemias,
quanto de novos produtos (ou
ideias) num mercado...
www.anylogic.com/free-simulation-book-and-modeling-tutorials
32. Limites ao Crescimento
Em 1972, Donella
Meadows e o “Clube de
Roma” publicaram o livro
“Limits to Growth”,
descrevendo um modelo
para simulação de
crescimento exponencial
populacional e
econômico... com
perspectivas nada
animadoras.
www.donellameadows.org
36. O principal problema com o mundo é que os idiotas e
fanáticos são tão certos de si mesmos, enquanto
pessoas sábias são tão cheias de dúvidas.
- Bertrand Russell
www.quotationof.com
37. Nossa racionalidade é limitada...
Viés de sobrevivência
Temos uma tendência de
só lembrar dos sucessos
em uma determinada
área – e tentar
aprender com eles –, e
esquecer completamente
dos fracassos que se
basearam na mesma
estratégia.
jamesclear.com
38. Nossa racionalidade é limitada...
Aversão à perda
Temos uma tendência de
preferir fortemente evitar
perdas do que obter
ganhos (ou sofrermos
muito mais com perdas do
que ficarmos felizes com
ganhos da mesma
magnitude).
Daí supervalorizamos o
que já temos e ignoramos
outras (boas) opções...
jamesclear.com
39. Nossa racionalidade é limitada...
A Heurística da
Disponibilidade
Nosso cérebro tem uma
tendência de assumir que os
exemplos que são lembrados
com facilidade (os primeiros
que vêm à mente) são
também os mais importantes,
ou prevalentes.
Nós superestimamos o
impacto das coisas de que
lembramos, e subestimamos
a importância dos eventos
que desconhecemos.
jamesclear.com
40. Nossa racionalidade é limitada...
Ancoragem
Temos uma tendência de
confiar demasiadamente
na primeira informação
que nos é apresentada
sobre determinado
assunto, e fazer
julgamentos
subsequentes restritos e
limitados.
jamesclear.com
41. Nossa racionalidade é limitada...
Viés de Confirmação
Temos uma tendência de
buscar e favorecer
informações que
confirmam nossas
crenças e, ao mesmo
tempo, ignorar ou
desvalorizar informações
que as contradizem.
jamesclear.com
42. (além disso, não é fácil compreender
decisões com efeitos de longo prazo...)
43. Elementos para uma boa decisão
O médico e autor Deepak Chopra destaca os principais
elementos humanos que influenciam boas decisões...
Emoções: Sua escolha deve se alinhar com suas emoções
mais positivas, e evitar emoções negativas.
Ser: Sua decisão deve combinar com a pessoa que você é.
Visão: Sua decisão deve estar de acordo com seus
objetivos de longo prazo.
Ambiente: Sua decisão deve ser
compatível com a situação na qual você
está imerso.
Esses quatro elementos requerem que sejamos (ao
mesmo tempo) conscientes, alertas e flexíveis...
44. “You'll see I wear only gray or blue
suits,” [Obama] said. “I'm trying to
pare down decisions. I don't want to
make decisions about what I’m
eating or wearing. Because I have
too many other decisions to make.”
Fadiga de Decisão
“Você verá que eu uso apenas
ternos cinza ou azuis,” disse
[Obama]. “Estou tentanto cortar
decisões. Não quero ter quer decidir
sobre o que comer ou vestir. Porque
há muitas outras decisões a serem
tomadas.”
www.fastcompany.com
45. A Matriz de Eisenhower
“O que é importante
raramente é urgente, e o
que é urgente raramente
é importante.”
- Dwight Eisenhower, 34º
Presidente dos Estados
Unidos
46. A Matriz de Eisenhower
Fazer
Faça agora.
Preparar (esta)
palestra.
Decidir
Defina quando fazer.
Exercício físico.
Estudar.
Família.
Delegar
Quem pode fazer?
Planejar viagens.
Organizar visitas.
Eliminar
Jogar fora!
Ver televisão.
Grupos de Whatsapp.
É urgente Não é urgente
ÉimportanteNãoéimportante