1) O documento descreve a história do Brasil desde a chegada dos portugueses em 1500, incluindo a escravidão dos africanos e a formação de quilombos de resistência.
2) Zumbi foi um líder quilombola nascido em Palmares que lutou contra a escravidão. Ele rejeitou um acordo de rendição com os portugueses e continuou a luta.
3) Zumbi foi traído e capturado em 1695, sendo executado em seguida.
5. A chegada dos portugueses a terras brasileiras
em 1500 colocou em confronto duas culturas
notadamente diversas. A Europa que tinha em
sua base cultural as monarquias, as relações
mercantis e o cristianismo. A indígena
valorizava a vida comunitária, a relação com a
natureza e a pajelança e o xamanismo. Logo
vieram também os africanos sob a condição de
escravos. Formou-se nos trópicos uma
sociedade original. Para os europeus e seus
descendentes, reproduziu-se no Brasil seus
valores e a cristandade. Para os ameríndios, a
destruição quase completa de sua cultura
original e o extermínio de povos inteiros. Para
os africanos e afro-brasileiros, a escravidão, o
racismo e a discriminação.
6. “Para que prestem a utilidade desejada, as
colônias não podem ter o necessário para
subsistir por si, sem dependência da
metrópole.”
(Dom marquês de Pombal, 1776, justificando a política mercantilista e
colonial.)
7. Os interesses econômicos Através do monopólio comercial, as
orientaram a colonização do colônias eram mercados fechados à
Brasil. Os portugueses concorrência estrangeira. Só
aplicaram sua política podiam vender às suas metrópoles
mercantilista baseada em e só podiam comprar dela ou por
certas idéias econômicas. seu intermédio.
Na prática, o sucesso do
mercantilismo dependeu Desenvolveu-se também a teoria
dos mecanismos do pacto colonial. Por esse pacto a
reguladores das relações metrópole tinha posse legal e plena
entre colônia e metrópole. jurisdição sobre suas colônias.
O mais importante desses Essas passavam a ser extensões da
mecanismos foi o metrópole, constituindo com elas
monopólio comercial – o uma unidade políticas e jurídica e
exclusivo, como se dizia na adotando seus objetivos e
época. interesses.
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10. A nau portuguesa do século XVI pode caracterizar-se
como um navio redondo de alto bordo, com uma
relação de 3:1 entre o comprimento e a largura
máxima, três ou quatro cobertas, castelos de popa de
três pavimentos (tolda, alcova e capitel) e proa de
dois (guarita e sobreguarita) cuja arquitetura se
integra perfeitamente no casco; arvorava três
mastros, o grande e o traquete com pano redondo, e
o da mezena com pano latino. É um navio de carga
por excelência, destinado a percorrer longas
distâncias em rotas conhecidas, tirando partido do
aparelho pelo conhecimento prévio dos regimes de
ventos, mas andava armado com peças de grande
calibre: "A nau da Índia era.... um transporte armado
em guerra", como tão bem definiu Oliveira Martins
(Portugal nos Mares, vol. I, reed., 1988, p. 98).
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13. Navios negreiros ou navios tumbeiros eram
os nomes dados aos navios que realizavam
o transporte de escravos, originários
especialmente da África, até o século XIX.
A partir de 1432 quando o navegador
português Gil Eanes levou para Portugal a
primeira carga de escravos negros vindos da
África que os portugueses começaram a
traficar os escravos com as Ilhas das
Madeiras e em Porto-Santo. Mais adiante os
negros foram trazidos para o Brasil.
14. A história dos navios negreiros é das mais comoventes.
Homens, mulheres e crianças eram transportados
amontoados em compartimentos minúsculos dos navios,
escuros e sem nenhuma cuidado com a higiene.
Conviviam no mesmo local, a fome, a sede, as doenças, a
sujeira, os agonizantes e os mortos. Em média
transportava-se 400 negros em cada compartimento
desses.
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16. Sem a menor preocupação com a condição dos negros, os
responsáveis pelos navios negreiros amontoavam negros
acorrentados como animais em seus porões que muitas
vezes advinham de diferentes lugares do continente
africano, causando o encontro de várias etnias e que por
vezes eram também inimigas. Seus corpos eram marcados
pelas correntes que os limitavam nos movimentos, as
fezes e a urina eram feitas no mesmo local onde
permaneciam. Os movimentos das caravelas faziam com
que muitos passassem mal e vomitassem no mesmo local.
Os alimentos simplesmente eram jogados nos
compartimentos uma ou duas vezes por dia, cabendo aos
próprios negros promover a divisa da alimentação. Como
os integrantes do navio não tinham o hábito de entrar no
porão, os mortos permaneciam ao lado dos vivos por
muito tempo.
17. Quando o navio encontrava alguma
dificuldade durante seu trajeto, o
comandante da embarcação
ordenava que os negros moribundos
ou mortos fossem lançados ao mar,
como alternativa para reduzir o peso
do navio. Nestes casos, o mar
acabava se tornando a única saída
dos negros para a luz, antes de
chegarem aos destinatários do
comércio.
18. Somente no século XIX que as leis proibiram o comércio de negros. Entre 1806 e 1807, a
Inglaterra acabou com o tráfico negreiro em seu Império e em 1833 proibiu o trabalho
escravo. No Brasil, mesmo após o tráfico negreiro ter sido proibido, a escravidão
permaneceu até 1888.
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21. Moravam em habitações coletivas, as senzalas
coberta com sapé e feita de madeira e barro,
quase sempre sem privacidade.• Os escravos
começavam o trabalho ao raiar o dia e só
paravam ao escurecer.• Seu principal alimento
era a mandioca.• Os escravos viviam e
trabalhavam vigiados por capatazes e
feitores.• Quando fugiam, eram perseguidos
pelos capitães do mato, que recebiam certa
quantia por cada escravo que era capturado e
devolvido ao senhor.
22. Os principais castigos físicos sofridos pelos
escravos eram:o Tronco – Os escravos ficavam
presos imobilizados por horas e as vezes dias,
o que provocava inchaço das pernas,
formigamento e forte dores;o Bacalhau –
Espécie de chicote de couro cru, que rasgava a
pele; muitas vezes os feitores passavam sal
nos ferimentos, tornando a dor ainda maior;o
Vira-mundo – Instrumento de ferro que
prendia mãos e pés;o Gargalheira – Colar de
ferro com várias hastes em forma de gancho.
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24. Vida do líder negro Zumbi dos
Palmares, os quilombos, resistência
negra no Brasil Colonial, escravidão,
cultura africana.
25. Zumbi dos Palmares é um conhecido líder
Em 1678 o líder de Palmares, Ganga-
quilombola. Sua história começa em 1655
Zumba, é chamado a negociar com o
com seu nascimento em Alagoas, em um
governador da Capitania de Pernambuco
dos mocambos de Palmares. O seu nome
(Pedro de Almeida). A proposta do
vem do quimbundo “nzumbi”, e quer dizer
governador consistia em dar liberdade
“duende” (no Brasil, a tradução também é
para os negros do Quilombo de Palmares
interpretada como “fantasma”). Com
perante a submissão à Coroa Portuguesa.
apenas sete anos, em 1662, Zumbi é
Ganga-Zumba aceita, mas Zumbi vai
capturado por soldados e entregue a um
contra essa decisão alegando que não se
padre (Pe. António Melo) que torna-se
podia dar a liberdade somente ao povo de
responsável por sua formação. Batizado na
Palmares havendo ainda milhares de
igreja Católica como Francisco, ele ajudava
outros negros sendo escravizados. Por
nas missas além de estudar Português e
este ato, Zumbi se torna o novo líder de
Latim.
Palmares.
Aos quinze anos, em 1670, Zumbi foge para
Notando a dificuldade de derrotar o
o Quilombo de Palmares onde obtém
quilombo, contrata-se o bandeirante
reconhecimento pelas suas habilidades
paulistano Domingos Jorge Velho. Com o
marciais. Com apenas vinte anos (1675) já é
apoio do governo, Jorge Velho e seus
um respeitável estrategista militar e
homens rechaçam Palmares e ferem
guerreiro, atuando na luta contra os
Zumbi, que consegue fugir. Um ano
soldados do Sargento-mor Manuel Lopes.
depois, ao dia 20 de novembro de 1695,
1673 é a data do primeiro registro histórico
Zumbi é delatado por um antigo
referente a Zumbi. Seu nome aparece em
companheiro – após localizado, ele é
relatos portugueses sobre uma expedição
preso e degolado.
que foi derrotada pelos quilombolas.