Concurso

1. Comendador Souza Lima
António José de Souza Lima, comendador, nasceu na Vila de Prado, em 1823 e
faleceu na cidade do Porto, em 1908, sendo sepultado no cemitério da mesma vila
onde nasceu.
Com 17 anos emigrou para o Império do Brasil, fixando residência na freguesia da
Candelária, Rio de Janeiro. Dedicou-se à atividade comercial, onde fez fortuna e aí
contraiu matrimónio com Teresa Maria da Rocha Lima, cidadã brasileira descendente
de emigrantes açorianos.
Regressou ao Reino, anos mais tarde, continuando a aplicar as suas economias no
comércio, agora na cidade do Porto, onde viria a falecer com a idade de 85 anos.
Sendo, embora, senhor de abastada fortuna, foi sempre uma pessoa simples,
solidário com os seus semelhantes, apegado à terra que o viu nascer e com
comportamento social recatado e modesto.
Da sua índole tão acessível, beneficiaram as pessoas do seu círculo familiar e
amigos, a quem se dedicava continuamente, mas também à sua terra natal, mandando
construir nela equipamentos sociais de necessidade premente, para aquele tempo,
cuja função jamais perderia o sentido útil pelos anos fora até à atualidade.
Estamos a referir-nos concretamente à construção do cemitério local, com capela, e
das primeiras escolas, para os dois sexos, com residências anexas para os professores,
situadas no centro da Vila, que acolheram alunos durante mais de um século,
praticamente inalteradas.
Em vida, responsabilizou-se pela manutenção do edifício escolar, pelo seu
equipamento e até pelos salários dos professores, tanto os do horário diurno como do
curso de adultos que criou também por sua iniciativa.
Não se esqueceu, por testamento, de deixar pecúlio para socorrer os mais pobres,
tendo o pároco da terra por intermediário; procedeu de igual modo com as Oficinas de
São José de Braga e instituições congéneres no Rio de Janeiro.
Era avesso à visibilidade social gratuita, apesar do prestígio decorrente do grau de
comendador e dos naturais efeitos da sua ação benéfica em prol da comunidade, ao
longo da vida.
Recentemente, foi inaugurada a Biblioteca de Prado com o seu nome. Esta
estrutura ocupa o edifício da antiga escola primária da Vila de Prado e funciona como
polo da Biblioteca Municipal Prof. Machado Vilela, em Vila Verde.