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LER A 2/2 ALER – LITERACIA(S) E COMUNICAÇÃO MATEMÁTICA | Florinda Fialho Almeida
“Ler a 2/2 a ler – Literacia(s) e comunicação matemática” – Um projeto Ideias com
Mérito
When school librarians and teachers work together, “students
achieve higher levels of literacy, reading, learning, problem-
solving and information and communication technology skills.
Todd, Ross (2002)
Como nasce um projeto? E, concretamente, como nasceu este projeto? Como qualquer
outro, nasceu a partir de um problema, que gerou uma necessidade, que se transformou
num desafio. O problema? Os resultados da avaliação externa dos nossos alunos a
português e a matemática. Uma análise longitudinal dos resultados dos exames
nacionais revelou algumas oscilações e permitiu-nos constatar que os resultados a
matemática se situavam, por vezes, abaixo da média nacional. Nesta disciplina, alguns
alunos do 3º ciclo aplicavam conhecimentos em situações de resolução imediata, mas
não tinham o domínio suficiente desses conhecimentos para a sua aplicabilidade noutras
situações. Quanto aos resultados de português, a nível da leitura, verificava-se que os
alunos eram capazes de estabelecer relações diretas, mas não possuíam capacidade de
análise para interpretar e inferir. Distanciavam-se, assim da capacidade de compreender
e usar a informação, de modo a desenvolverem os seus próprios conhecimentos.
Questionou-se, portanto, o nível de literacia dos nossos alunos, a sua capacidade de
processamento de informações, que deveriam ser usadas nas suas aprendizagens nas
diferentes disciplinas, em suma, a competência de “ler para aprender”. As provas de
aferição de 4º ano (os exames nacionais não tinham sido implementados), confirmavam
esta tendência quanto ao nível de literacia dos nossos alunos, pelo que se constatou a
clara necessidade de se desenvolver um projeto que capacitasse os alunos para o
desenvolvimento da competência de leitura. De acordo com Serrazina (2012)
“Desenvolver a capacidade de resolução de problemas, nos alunos, (…) está, hoje,
associada ao desenvolvimento da capacidade de comunicação. Entendendo-se por
comunicação um processo social onde os intervenientes interagem, trocando
informações, influenciando-se reciprocamente na construção de significados”. Da
centralidade da competência leitora, transversal a todas as aprendizagens, resulta o
óbvio: a necessidade de tornar os nossos alunos leitores mais competentes, visando a
melhoraria os resultados em português e em matemática. Encontrado o cerne da nossa
problemática, colocou-se o desafio de encontrar estratégias passíveis de implementar o
LER A 2/2 ALER – LITERACIA(S) E COMUNICAÇÃO MATEMÁTICA | Florinda Fialho Almeida
projeto, que se situassem a dois níveis de intervenção: o da prática pedagógica e da
prática formativa, possibilitando, deste modo, a instituição de momentos de reflexão ao
nível da planificação e sobre as práticas. Esta complementaridade a nível dos
procedimentos tem como objetivo facilitar a adoção de estratégias pedagógicas e a
rentabilização coerente dos recursos existentes na biblioteca escolar (BE), integrando as
disciplinas curriculares, sua implementação e aperfeiçoamento científico. Esta
dimensão, possibilita a otimização das práticas de ensino-aprendizagem e a melhoria na
correlação direta entre avaliação dos estudantes, metodologias de ensino e objetivos
propostos para as aprendizagens, que facilitará a verificação e mensuração dos
resultados que os alunos, futuramente, obterão.
Uma outra questão com que nos confrontámos, foi a definição do público-alvo.
Inicialmente, considerou-se que deveríamos dar resposta aos alunos nos anos terminais
de ciclo, por serem os que estariam, no presente ano, sujeitos à avaliação externa. A
reflexão entre os docentes implicados no projeto remeteu-nos para o facto de, um só
ano, ser muito escasso para se desenvolverem competências que se situam a nível da
interpretação do texto e a tomada de decisão consciente ao nível do desenvolvimento do
raciocínio, facilitador da resolução de problemas. Como resultado, redefiniu-se o
público-alvo a dois níveis: por um lado os alunos de 3º, 5º e 8º ano, ficando assim uma
margem de dois anos para trabalhar com os alunos e, por outro, por via da implicação
dos docentes na formação em contexto, os docentes de português e matemática dos
diferentes anos de escolaridade mencionados.
Apresentada a candidatura Ideias com Mérito, e uma vez aprovado o projeto, procedeu-
se à implementação do mesmo. Nas diferentes atividades tem-se privilegiado o trabalho
articulado entre a BE e a sala de aula com os docentes de português e matemática. Com
os alunos privilegia-se o trabalho colaborativo, que facilita a comunicação entre pares.
Os docentes e a equipa da BE trabalham em colaboração, preparando tarefas nas quais
os alunos experimentam as capacidades de comunicação, escrita e/ou oral, a partir de
diferentes registos, eg: gráficos, tabelas, esquemas ou interpretação de dados das
notícias, de horários de transporte, receitas de culinárias, bulas e outros.
A aprovação do projeto permitiu-nos adquirir tablets e software educativo.
Considerando que o acesso à informação em dispositivos móveis é, cada vez mais
facilitado, a sua utilização no contexto escolar torna-se, cada vez mais, incontornável. A
geração multi-task (Wood et al., 2012), que supostamente domina do uso da tecnologia,
LER A 2/2 ALER – LITERACIA(S) E COMUNICAÇÃO MATEMÁTICA | Florinda Fialho Almeida
ao contrário do que frequentemente se advoga, nem sempre domina as competências
necessárias ao bom uso das mesmas. A internet facilita o acesso rápido a conteúdos
essenciais e atuais, mas o trabalho de localização e seleção de informação pertinente, o
tratamento, que pressupõe a reflexão sobre a informação e comunicação da mesma são,
em contexto escolar, as competências que interessam desenvolver. Um dos princípios
fundamentais do projeto é a mudança de práticas pedagógicas de modo a articulá-las
com as tecnologias digitais, deslocando a ação pedagógica do professor para o aluno.
Na prática, nos diferentes níveis de ensino, procuram-se promover e adotar hábitos de
aprendizagem que sejam úteis ao longo da vida. Na biblioteca escolar é possível
desenvolver processos de aprendizagem que “fogem” ao trabalho tradicional da sala de
aula, por exemplo, uma dinâmica de grupos, a partir de uma atividade que incide na
oralidade (intencionalidade e adequação comunicativa) e nos lugares geométricos. Nesta
atividade os alunos deverão comunicar oralmente, tendo em conta a situação e, para
isso, deverão utilizar corretamente o vocabulário científico na comunicação matemática;
representar figuras geométricas de acordo com dados apreendidos oralmente; refletir
sobre a pertinência do discurso científico nas diferentes áreas disciplinares através da
avaliação do trabalho e, finalmente, utilizar autonomamente ambientes tradicionais e
ferramentas web para partilhar as aprendizagens realizadas, através da utilização dos
tablets e do quadro interativo. Como trabalho preparatório, a planificação entre a
professora bibliotecária e a docente, nomeadamente, a definição de conteúdos, metas,
metodologias a estratégias; a seleção e construção de materiais/recursos (ficheiros, blog,
guiões, bases de dados, filmes…); a criação de blog e publicação de conteúdos para o
desenvolvimento do trabalho. A ação desenvolve-se em dois espaços da escola: na BE
proporcionam-se momentos de reflexão sobre a importância da comunicação oral e
escrita nas diferentes áreas do saber e sobre a necessidade de adequação do discurso em
função das diferentes intencionalidades/ contextos de comunicação; visiona-se um filme
sobre a história da matemática e a importância do diálogo entre a matemática e a língua;
realiza-se um exercício, a pares, sobre a pertinência de uma comunicação adequada
(vocabulário adequado, saber falar, saber ouvir) com recurso a ficha de trabalho; reflete-
se sobre os resultados do trabalho, que se registam e partilham com a turma; efetua-se
um primeiro registo com conclusões gerais e recomendações; visiona-se um excerto do
filme ‘Os substitutos’, que aborda a importância da leitura. Considerando as conclusões
e recomendações sugeridas pelos alunos, procede-se a uma pesquisa sobre recursos que
abordem articulação entre os saberes para uma aprendizagem com sucesso. Procede-se,
LER A 2/2 ALER – LITERACIA(S) E COMUNICAÇÃO MATEMÁTICA | Florinda Fialho Almeida
então, à análise dos recursos e à elaboração de uma apresentação sobre as aprendizagens
realizadas e, de seguida, publica-se a apresentação no blog “Ler a 2/ 2 a ler – literacia e
comunicação matemática”. Na sala de aula e na BE, alunos e professores procedem à
avaliação do trabalho realizado e planifica-se a continuidade dos trabalhos.
In an increasingly networked environment, school librarians
must be competent in planning and teaching different
information-handling skills to both teachers and students.
Therefore they must continue their professional training and
development.
Todd, R. (2002)
Finalmente, este tipo de procedimento, sugere a prática reflexiva docente, na
modalidade lesson study, que veiculará a formação em contexto, através do
desenvolvimento de ações de formação cuja finalidade é a melhoria dos resultados dos
alunos, em português e matemática.
Em suma, o desafio global é promover com os alunos e os docentes uma ação holística
que otimize a inter e transdisciplinaridade na construção significativa de aprendizagens.
O final do presente ano letivo será o momento de avaliação e reflexão sobre os
resultados e (re)definição do percurso.
Bibliografia
Serrazina, M., & Ribeiro, D. (2012). As interações na atividade de resolução de
problemas e o desenvolvimento da capacidade de comunicar no ensino básico. Bolema:
Boletim de Educação Matemática, 26(44), 1367-1394. Retrieved May 03, 2014, from
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
636X2012000400012&lng=en&tlng=pt. 10.1590/S0103-636X2012000400012.
Todd, R.(2002). School librarian as teachers: learning outcomes and evidence-based
practice. 68th IFLA Council and GeneralConferenceAugust. Retrieved May 03, 2014,
from: http://www.scribd.com/doc/15601833/Ross-Todd-School-Librarian.
Wood, E., et al. (2012). Examining the impact of off-task multi-tasking with technology
on real-time classroom learning. Computers & Education, 58(1):365–374.

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Melhoria da Literacia e Comunicação Matemática

  • 1. LER A 2/2 ALER – LITERACIA(S) E COMUNICAÇÃO MATEMÁTICA | Florinda Fialho Almeida “Ler a 2/2 a ler – Literacia(s) e comunicação matemática” – Um projeto Ideias com Mérito When school librarians and teachers work together, “students achieve higher levels of literacy, reading, learning, problem- solving and information and communication technology skills. Todd, Ross (2002) Como nasce um projeto? E, concretamente, como nasceu este projeto? Como qualquer outro, nasceu a partir de um problema, que gerou uma necessidade, que se transformou num desafio. O problema? Os resultados da avaliação externa dos nossos alunos a português e a matemática. Uma análise longitudinal dos resultados dos exames nacionais revelou algumas oscilações e permitiu-nos constatar que os resultados a matemática se situavam, por vezes, abaixo da média nacional. Nesta disciplina, alguns alunos do 3º ciclo aplicavam conhecimentos em situações de resolução imediata, mas não tinham o domínio suficiente desses conhecimentos para a sua aplicabilidade noutras situações. Quanto aos resultados de português, a nível da leitura, verificava-se que os alunos eram capazes de estabelecer relações diretas, mas não possuíam capacidade de análise para interpretar e inferir. Distanciavam-se, assim da capacidade de compreender e usar a informação, de modo a desenvolverem os seus próprios conhecimentos. Questionou-se, portanto, o nível de literacia dos nossos alunos, a sua capacidade de processamento de informações, que deveriam ser usadas nas suas aprendizagens nas diferentes disciplinas, em suma, a competência de “ler para aprender”. As provas de aferição de 4º ano (os exames nacionais não tinham sido implementados), confirmavam esta tendência quanto ao nível de literacia dos nossos alunos, pelo que se constatou a clara necessidade de se desenvolver um projeto que capacitasse os alunos para o desenvolvimento da competência de leitura. De acordo com Serrazina (2012) “Desenvolver a capacidade de resolução de problemas, nos alunos, (…) está, hoje, associada ao desenvolvimento da capacidade de comunicação. Entendendo-se por comunicação um processo social onde os intervenientes interagem, trocando informações, influenciando-se reciprocamente na construção de significados”. Da centralidade da competência leitora, transversal a todas as aprendizagens, resulta o óbvio: a necessidade de tornar os nossos alunos leitores mais competentes, visando a melhoraria os resultados em português e em matemática. Encontrado o cerne da nossa problemática, colocou-se o desafio de encontrar estratégias passíveis de implementar o
  • 2. LER A 2/2 ALER – LITERACIA(S) E COMUNICAÇÃO MATEMÁTICA | Florinda Fialho Almeida projeto, que se situassem a dois níveis de intervenção: o da prática pedagógica e da prática formativa, possibilitando, deste modo, a instituição de momentos de reflexão ao nível da planificação e sobre as práticas. Esta complementaridade a nível dos procedimentos tem como objetivo facilitar a adoção de estratégias pedagógicas e a rentabilização coerente dos recursos existentes na biblioteca escolar (BE), integrando as disciplinas curriculares, sua implementação e aperfeiçoamento científico. Esta dimensão, possibilita a otimização das práticas de ensino-aprendizagem e a melhoria na correlação direta entre avaliação dos estudantes, metodologias de ensino e objetivos propostos para as aprendizagens, que facilitará a verificação e mensuração dos resultados que os alunos, futuramente, obterão. Uma outra questão com que nos confrontámos, foi a definição do público-alvo. Inicialmente, considerou-se que deveríamos dar resposta aos alunos nos anos terminais de ciclo, por serem os que estariam, no presente ano, sujeitos à avaliação externa. A reflexão entre os docentes implicados no projeto remeteu-nos para o facto de, um só ano, ser muito escasso para se desenvolverem competências que se situam a nível da interpretação do texto e a tomada de decisão consciente ao nível do desenvolvimento do raciocínio, facilitador da resolução de problemas. Como resultado, redefiniu-se o público-alvo a dois níveis: por um lado os alunos de 3º, 5º e 8º ano, ficando assim uma margem de dois anos para trabalhar com os alunos e, por outro, por via da implicação dos docentes na formação em contexto, os docentes de português e matemática dos diferentes anos de escolaridade mencionados. Apresentada a candidatura Ideias com Mérito, e uma vez aprovado o projeto, procedeu- se à implementação do mesmo. Nas diferentes atividades tem-se privilegiado o trabalho articulado entre a BE e a sala de aula com os docentes de português e matemática. Com os alunos privilegia-se o trabalho colaborativo, que facilita a comunicação entre pares. Os docentes e a equipa da BE trabalham em colaboração, preparando tarefas nas quais os alunos experimentam as capacidades de comunicação, escrita e/ou oral, a partir de diferentes registos, eg: gráficos, tabelas, esquemas ou interpretação de dados das notícias, de horários de transporte, receitas de culinárias, bulas e outros. A aprovação do projeto permitiu-nos adquirir tablets e software educativo. Considerando que o acesso à informação em dispositivos móveis é, cada vez mais facilitado, a sua utilização no contexto escolar torna-se, cada vez mais, incontornável. A geração multi-task (Wood et al., 2012), que supostamente domina do uso da tecnologia,
  • 3. LER A 2/2 ALER – LITERACIA(S) E COMUNICAÇÃO MATEMÁTICA | Florinda Fialho Almeida ao contrário do que frequentemente se advoga, nem sempre domina as competências necessárias ao bom uso das mesmas. A internet facilita o acesso rápido a conteúdos essenciais e atuais, mas o trabalho de localização e seleção de informação pertinente, o tratamento, que pressupõe a reflexão sobre a informação e comunicação da mesma são, em contexto escolar, as competências que interessam desenvolver. Um dos princípios fundamentais do projeto é a mudança de práticas pedagógicas de modo a articulá-las com as tecnologias digitais, deslocando a ação pedagógica do professor para o aluno. Na prática, nos diferentes níveis de ensino, procuram-se promover e adotar hábitos de aprendizagem que sejam úteis ao longo da vida. Na biblioteca escolar é possível desenvolver processos de aprendizagem que “fogem” ao trabalho tradicional da sala de aula, por exemplo, uma dinâmica de grupos, a partir de uma atividade que incide na oralidade (intencionalidade e adequação comunicativa) e nos lugares geométricos. Nesta atividade os alunos deverão comunicar oralmente, tendo em conta a situação e, para isso, deverão utilizar corretamente o vocabulário científico na comunicação matemática; representar figuras geométricas de acordo com dados apreendidos oralmente; refletir sobre a pertinência do discurso científico nas diferentes áreas disciplinares através da avaliação do trabalho e, finalmente, utilizar autonomamente ambientes tradicionais e ferramentas web para partilhar as aprendizagens realizadas, através da utilização dos tablets e do quadro interativo. Como trabalho preparatório, a planificação entre a professora bibliotecária e a docente, nomeadamente, a definição de conteúdos, metas, metodologias a estratégias; a seleção e construção de materiais/recursos (ficheiros, blog, guiões, bases de dados, filmes…); a criação de blog e publicação de conteúdos para o desenvolvimento do trabalho. A ação desenvolve-se em dois espaços da escola: na BE proporcionam-se momentos de reflexão sobre a importância da comunicação oral e escrita nas diferentes áreas do saber e sobre a necessidade de adequação do discurso em função das diferentes intencionalidades/ contextos de comunicação; visiona-se um filme sobre a história da matemática e a importância do diálogo entre a matemática e a língua; realiza-se um exercício, a pares, sobre a pertinência de uma comunicação adequada (vocabulário adequado, saber falar, saber ouvir) com recurso a ficha de trabalho; reflete- se sobre os resultados do trabalho, que se registam e partilham com a turma; efetua-se um primeiro registo com conclusões gerais e recomendações; visiona-se um excerto do filme ‘Os substitutos’, que aborda a importância da leitura. Considerando as conclusões e recomendações sugeridas pelos alunos, procede-se a uma pesquisa sobre recursos que abordem articulação entre os saberes para uma aprendizagem com sucesso. Procede-se,
  • 4. LER A 2/2 ALER – LITERACIA(S) E COMUNICAÇÃO MATEMÁTICA | Florinda Fialho Almeida então, à análise dos recursos e à elaboração de uma apresentação sobre as aprendizagens realizadas e, de seguida, publica-se a apresentação no blog “Ler a 2/ 2 a ler – literacia e comunicação matemática”. Na sala de aula e na BE, alunos e professores procedem à avaliação do trabalho realizado e planifica-se a continuidade dos trabalhos. In an increasingly networked environment, school librarians must be competent in planning and teaching different information-handling skills to both teachers and students. Therefore they must continue their professional training and development. Todd, R. (2002) Finalmente, este tipo de procedimento, sugere a prática reflexiva docente, na modalidade lesson study, que veiculará a formação em contexto, através do desenvolvimento de ações de formação cuja finalidade é a melhoria dos resultados dos alunos, em português e matemática. Em suma, o desafio global é promover com os alunos e os docentes uma ação holística que otimize a inter e transdisciplinaridade na construção significativa de aprendizagens. O final do presente ano letivo será o momento de avaliação e reflexão sobre os resultados e (re)definição do percurso. Bibliografia Serrazina, M., & Ribeiro, D. (2012). As interações na atividade de resolução de problemas e o desenvolvimento da capacidade de comunicar no ensino básico. Bolema: Boletim de Educação Matemática, 26(44), 1367-1394. Retrieved May 03, 2014, from http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103- 636X2012000400012&lng=en&tlng=pt. 10.1590/S0103-636X2012000400012. Todd, R.(2002). School librarian as teachers: learning outcomes and evidence-based practice. 68th IFLA Council and GeneralConferenceAugust. Retrieved May 03, 2014, from: http://www.scribd.com/doc/15601833/Ross-Todd-School-Librarian. Wood, E., et al. (2012). Examining the impact of off-task multi-tasking with technology on real-time classroom learning. Computers & Education, 58(1):365–374.