SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 32
Baixar para ler offline
 
   
AUDIT  
IFRS em destaque 02/14:
First Impressions
IFRS 15 - Receita de contratos com
clientes
kpmg.com/BR 
Índice
Uma nova estrutura global para a receita 2
1 Principais fatos 3
2 Principais impactos 4
3 Quando aplicar a nova norma 6
4 Como aplicar o modelo de cinco etapas 7
Etapa 1 – Identificar o contrato com um cliente 7
Etapa 2 – Identificar as obrigações de
desempenho estabelecidas no contrato 9
Etapa 3 – Determinar o preço da transação 11
Etapa 4 – Alocar o preço da transação às
obrigações de desempenho 14
Etapa 5 – Reconhecer a receita no momento em que (ou à medida
em que) a entidade cumprir uma obrigação de desempenho 16
5 Custos do contrato 20
6 Modificações nos contratos 22
7 Apresentação e divulgação 24
8 Data de vigência e transição 26
9 Sobre esta publicação 28
Conteúdo 28
Mantendo-o informado 28
Reconhecimentos 30
First Impressions: Receita de contratos com clientes |2 
 
Uma nova norma global para a
receita
Em 28 de maio de 2014, o IASB e o FASB publicaram uma nova norma conjunta sobre o
reconhecimento de receitas, que substitui a maior parte da orientação detalhada sobre o
reconhecimento de receita que existe atualmente em IFRS e U.S. GAAP. A publicação de uma única
norma sobre o reconhecimento de receitas é uma grande conquista para os órgãos normativos, mas
para as entidades que reportam o trabalho está apenas começando.
A nova norma vem mais de cinco anos após o IASB e o FASB publicarem a primeira versão de suas
propostas de reconhecimento de receitas conjuntamente. O longo prazo do projeto fez com que
muitas entidades adiassem a avaliação de como seriam afetadas. É natural que alguns tenham
tomado a abordagem “só acredito vendo” ao receberem a notícia de que os requisitos de
contabilidade estavam prestes a mudar. Mas aconteceu, temos uma nova norma sobre um dos mais
importantes indicadores financeiros - receitas - e será aplicável a quase todas as empresas que
preparam relatórios em IFRS e U.S. GAAP.
As novas exigências afetarão diferentes entidades de maneiras diferentes. Entidades que vendem
produtos e serviços em um pacote só, ou aquelas envolvidos em grandes projetos - por exemplo, nas
indústrias de telecomunicações, software, engenharia, construção e imobiliária - podem sofrer
mudanças significativas no momento do reconhecimento da receita. Para outras entidades, os
impactos podem não ser tão relevantes.
No entanto, todas as entidades precisam avaliar os impactos para que possam lidar com as
implicações nos seus negócios. Em particular, os novos requisitos de divulgação são extensos e
podem exigir mudanças nos sistemas e processos para coletar os dados necessários - mesmo se não
houver alteração nos números nas demonstrações financeiras.
A nova norma entra em vigor em janeiro de 2017, embora entidades que reportam em IFRS pode
optar por aplicá-la mais cedo, o que não está disponível para entidades que reportam de acordo com
as práticas contábeis adotadas no Brasil. Enquanto a data de vigência pode parecer muito distante,
certas decisões precisam ser tomadas em breve - por exemplo, quando e como fazer a transição para
a nova norma. Uma decisão antecipada permitirá que as empresas desenvolvam um plano de
implementação eficiente e informem os seus principais stakeholders.
3 |First Impressions: Receita de contratos com clientes 
 
 
 
1 Principais fatos
A nova norma fornece uma estrutura que substitui a orientação existente sobre reconhecimento de
receita nos U.S. GAAP e IFRSs. Ela afasta-se dos requisitos específicos por indústria e tipo de
transações com base nos U.S. GAAP, que atualmente também são usados por algumas entidades que
reportam em IFRSs na ausência de orientação específica nas IFRSs.
As novas exigências de divulgação qualitativa e quantitativa visam ajudar os usuários das
demonstrações financeiras a entender a natureza, o montante, o momento e a incerteza em relação à
receita e aos fluxos de caixa decorrentes de contratos com clientes.
As entidades aplicarão um modelo de cinco etapas para determinar quando reconhecer a receita, e por
qual valor. O modelo especifica que a receita deve ser reconhecida quando (ou conforme) uma
entidade transfere o controle de bens ou serviços para os clientes, pelo valor que a entidade espera ter
direito a receber. Dependendo se determinados critérios são cumpridos, a receita é reconhecida:
 com o passar do tempo, de uma forma a refletir o desempenho da entidade da melhor maneira
possível; ou
 em um determinado momento, quando o controle do bem ou serviço é transferido para o cliente.
Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 4  Etapa 5
A nova norma fornece orientação de implementação em diversos tópicos, incluindo garantias e
licenças. Ela também oferece orientação sobre quando capitalizar custos de obtenção e cumprimento
de um contrato, a menos que já exista orientação em outra norma contábil – por exemplo, para
estoques.
Para algumas entidades, pode haver pouca mudança no momento e no montante da receita
reconhecida. No entanto, chegar a esta conclusão exigirá um entendimento do novo modelo e uma
análise da sua aplicação a determinadas transações.
A nova norma entra em vigor para exercícios iniciados em ou após 1o
de janeiro de 2017 para as
entidades que aplicam as IFRSs e exercícios iniciados após 15 de dezembro de 2016 para entidades
abertas que aplicam os U.S. GAAP1
. A adoção antecipada é permitida apenas para fins das IFRSs. No
entanto, a adoção antecipada não está disponível para entidades que divulgam suas demonstrações
financeiras de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.
O impacto da nova norma irá variar de acordo com a indústria da entidade. As etapas do modelo que
são mais suscetíveis a afetar a prática atual de indústrias específicas são resumidas abaixo.2
  Etapa
  1 2 3 4 5
Aeroespacial e defesa          
Administradores de fundos          
Montagem e construção          
Fabricantes sob contrato          
Saúde (EUA)          
Licenciadores (Mídia, Ciências Biológicas, Franqueadores) 2
         
Bens Imóveis          
Softwares          
Telecomunicações (Redes móveis, Cabo)          
                                                            
1 As entidades fechadas têm a opção de diferir a aplicação por mais um ano, mas podem usar a mesma data.
2 Ciências biológicas, em especial. 
Identificar o
contrato 
Identificar as
obrigações
de desem-
penho
Determinar
o preço da
transação 
Alocar o
preço da
transação 
Reconhecer
a receita 
First Impressions: Receita de contratos com clientes |4 
 
2 Principais impactos
 A receita pode ser reconhecida em um determinado momento ou com o passar do
tempo. As entidades que atualmente utilizam os métodos de fase de conclusão/porcentagem
de conclusão precisarão reavaliar se reconhecerão a receita com o passar do tempo ou em
um determinado momento. Se elas continuarem a reconhecer a receita com o passar do
tempo, a maneira na qual o progresso para a conclusão é mensurado pode mudar. Outras
entidades que atualmente reconhecem a receita em um determinado momento podem
passar a reconhecê-la com o passar do tempo. Baseado nos novos critérios, uma entidade
precisará avaliar a natureza das suas obrigações de desempenho e efetuar uma revisão
detalhada dos termos contratuais, considerando o que é legalmente aplicável na sua
jurisdição.
 Possível aceleração ou diferimento do reconhecimento da receita. Em comparação com
a contabilidade atual, o reconhecimento de receita pode ser acelerado ou diferido para
transações com múltiplos elementos, valores de contraprestação variável ou licenças. As
principais métricas e índices financeiros podem ser afetados, afetando as expectativas dos
analistas, precificações contingentes, acordos de remuneração e cláusulas contratuais de
“covenants”.
 Revisões podem ser necessárias para o planejamento tributário, cumprimento das
cláusulas de “covenants” e planos de incentivo de vendas. O momento dos pagamentos
de impostos, capacidade de pagar dividendos em algumas jurisdições e cumprimento das
cláusulas de “covenants” podem ser afetados. Mudanças tributárias causadas pelos ajustes
no momento e valor de reconhecimento das receitas, despesas e custos capitalizados podem
exigir a revisão do planejamento tributário. As entidades podem precisar reconsiderar os
bônus e os planos de incentivo para
funcionários visando garantir que eles
permaneçam alinhados com as metas
corporativas.
 Os processos de vendas e contratação
podem precisar ser reconsiderados.
Reavaliação dos termos contratuais e
práticas comerciais atuais – como canais
de distribuição – poderá ser necessário
para algumas entidades.
 Os sistemas de TI podem precisar ser
atualizados. Poderá ser necessário para
as entidades capturar dados adicionais
exigidos pela nova norma – por exemplo,
dados utilizados para fazer estimativas de
transações de receita e corroborar
divulgações. A aplicação da nova norma
retrospectivamente pode significar a introdução antecipada de novos sistemas e processos, e,
potencialmente, uma necessidade de manter registros paralelos durante o período de
transição.
 Novas estimativas e julgamentos serão exigidos. A nova norma introduz novas
estimativas e limites que necessitam alto grau de julgamento, o que pode afetar o valor e/ou
momento de reconhecimento de receita. Os julgamentos e estimativas precisarão ser
atualizados, levando potencialmente a mais ajustes nas demonstrações financeiras para
mudanças de estimativas em períodos subsequentes.
 Os processos contábeis e controles internos precisarão ser revisados. As entidades
precisarão de processos para capturar novas informações na sua origem – por exemplo, a
administração executiva, operações de vendas, marketing e desenvolvimento de negócios – e
para documentá-las de forma adequada, especialmente quanto a estimativas e julgamentos.
As entidades também precisarão considerar os controles internos necessários para assegurar
a integridade e precisão das informações – especialmente se elas não foram levantadas
previamente.
 Novas divulgações extensivas serão exigidas. Preparar novas divulgações pode ser uma
5 |First Impressions: Receita de contratos com clientes 
 
 
 
tarefa demorada, e capturar as informações necessárias pode exigir esforço incremental ou
mudanças nos sistemas. Não foi apresentada nenhuma isenção para omitir divulgações no
caso de informações sensíveis do ponto de vista comercial.
 As entidades precisarão se comunicar com as partes interessadas. Os investidores e
outras partes interessadas vão querer compreender o impacto da nova norma no negócio
como um todo – provavelmente antes da sua vigência. Pode haver interesse a respeito do
efeito sobre os resultados financeiros, os custos de implementação, quaisquer mudanças
propostas nas práticas de negócios, a abordagem de transição selecionada e, para os que
reportam em IFRSs, e certas entidades reportando em U.S. GAAP - se pretendem fazer uma
adoção antecipada. No entanto, a adoção antecipada não está disponível para entidades que
divulgam suas demonstrações financeiras de acordo com as práticas contábeis adotadas no
Brasil.
First Impressions: Receita de contratos com clientes |6 
 
3 Quando aplicar a nova norma
A nova norma aplica-se a contratos de entrega de bens ou serviços para um cliente, exceto quando tais
contratos envolvem:
 arrendamentos mercantis;
 seguros3
;
 direitos ou obrigações que estão no âmbito da orientação de determinados instrumentos
financeiros – por exemplo, contratos de derivativos;
 garantias, exceto garantias de produtos ou serviços (somente para U.S. GAAP4
); ou
 trocas não monetárias entre entidades na mesma linha de negócios que facilitam as vendas
para clientes que não são parte desta troca.
Um contrato com um cliente pode estar parcialmente no alcance da nova norma e parcialmente no
alcance de outra orientação contábil – por exemplo, um contrato de arrendamento de um ativo e
manutenção de equipamentos arrendados ou um contrato de serviços financeiros com um depósito
em dinheiro e serviços de tesouraria.
Partes da nova norma – por exemplo, identificar o contrato com o cliente, determinar o preço da
transação, determinação de quando o controle é transferido – também se aplicam às vendas de ativos
intangíveis e imobilizado, inclusive imóveis, que não são resultado das atividades ordinárias de uma
entidade. Os contratos com um colaborador ou sócio estão no alcance da nova norma apenas na
medida em que a contraparte for um cliente ou se a entidade determina que não existem orientações
existentes mais relevantes a aplicar.
A nova norma também inclui um expediente prático permitindo que as entidades apliquem seus
requisitos a uma carteira de contratos com características semelhantes se não é esperado que o
resultado seja materialmente diferente da contabilização dos contratos individualmente.
                                                            
3 Na versão da norma emitida pelo FASB, a exclusão do alcance é só para excluir contratos de seguro emitidas pelas entidades seguradoras que
estão dentro do alcance de FASB ASC Topic 944 Financial Services – Insurance.
4 Na versão da norma emitida pelo FASB, a norma exclui garantias que estão dentro do alcance de FASB ASC Topic 460 Guarantees.     
Não está claro que nível de isenção a abordagem de carteira oferecerá
Embora a abordagem de carteira possa ser mais efetiva economicamente do que a aplicação da
nova norma em uma base de contrato individual, não está claro que nível de esforço será
necessário para avaliar quais características semelhantes constituem uma carteira – por
exemplo, o impacto de diferentes ofertas, períodos de tempo ou localizações geográficas –
além de avaliar se a abordagem de carteira é apropriada, desenvolvendo o processo e os
controles necessários para contabilização da carteira.
O contrato está plenamente no alcance
de outras normas contábeis?
Aplicar essas outras normas
Aplicar nova norma sobre
reconhecimento de receitas
O contrato está parcialmente no alcance
de outras normas contábeis? 
Essa norma possui uma orientação
específica aplicável? 
Primeiramente, aplique a outra norma e,
em seguida, para o residual... 
Sim 
Sim 
Não 
Não  Sim 
Quais são as implicações?
Não 
7 |First Impressions: Receita de contratos com clientes 
 
 
 
4 Como aplicar o modelo de cinco
etapas
O princípio fundamental do modelo de cinco etapas da nova norma é que as entidades devem
reconhecer a receita para representar a transferência dos bens ou serviços prometidos aos clientes – e
o montante da receita reconhecida deve refletir a contraprestação que elas esperam receber em troca
desses bens ou serviços.
Etapa 1 – Identificar o contrato com o cliente
A nova norma define um contrato como um acordo entre duas ou mais partes que cria direitos e
obrigações exigíveis e especifica que exigibilidade é uma questão da lei. Os contratos podem ser
escritos, orais ou implícitos por práticas comerciais usuais de uma entidade. Em alguns casos, dois ou
mais contratos são combinados e contabilizados como um único contrato com um cliente. Um contrato
com um cliente também precisa atender todos os seguintes critérios.
Etapa 1
Identificar o
contrato com o
cliente
Etapa 3
Determinar o preço
da transação
Etapa 2
Identificar as
obrigações de
desempenho
estabelecidas
no contrato
Contrato (ou contratos
combinados) 
Preço da transação
para o contrato 
Obrigação de
desempenho
1 
Obrigação de
desempenho
2 
Alocar o
preço da
transação à
obrigação de
desempenho
1 
Alocar o
preço da
transação à
obrigação de
desempenho
2 
Etapa 4
Alocar o preço da
transação às
obrigações de
desempenho no
contrato
Etapa 5
Reconhecer a receita
no momento em que
(ou à medida em que)
a entidade cumprir
uma obrigação de
desempenho
Reconhecer
a receita 
Reconhecer
a receita 
... o recebimento da
contraprestação é
provável
... ele possui
substância comercial 
... os direitos aos bens ou
serviços e condições de
pagamento podem ser
identificados 
... ele é aprovado e as
partes estão comprometidas
com as suas obrigações
 
Um contrato
existe se...
Setores que poderão ser mais significativamente afetados: aeroespacial e defesa, saúde
(EUA), ciências biológicas, imobiliário
First Impressions: Receita de contratos com clientes |8 
 
Se um contrato atende todos os critérios descritos acima no inicio do contrato, uma entidade não
precisa reavaliar esses critérios a menos que haja uma mudança significativa nos fatos e
circunstâncias.
5
Próximos passos
As entidades precisarão rever os termos de todos os seus contratos em detalhes e avaliar se existe
um contrato sob a nova norma, considerando o que é legalmente aplicável em sua jurisdição.
Elas também podem querer montar uma equipe de projeto interdepartamental – por exemplo,
contabilidade, jurídico e financeiro – para analisar os contratos e estabelecer políticas para avaliar o
risco de crédito.
                                                            
5
  O limite varia entre IFRSs e U.S. GAAP devido a diferentes significados do termo ”provável”. 
Expectativa de recebimento direcionará a aplicação do novo modelo de receita
Atualmente, as entidades geralmente avaliam a possibilidade de recebimento ao determinar se
reconhecem a receita. Com a nova norma, as entidades aplicam o modelo de reconhecimento
da receita se, no início de um contrato, for “provável”5
que elas receberão a contraprestação à
qual têm direito. Nessa avaliação, as entidades consideram a capacidade e a intenção do
cliente, que inclui avaliar sua capacidade de pagar esse valor de contraprestação quando ele for
devido. O critério é desenhado para evitar que as entidades apliquem o modelo de receita para
contratos problemáticos e reconheçam a receita e uma grande perda por redução ao valor
recuperável ao mesmo tempo. Para a maioria dos setores, esta questão provavelmente não terá
um efeito significativo sobre a prática atual.
Quais são as implicações?
Em um acordo para vender um imóvel, a Entidade X avalia a existência de um contrato,
considerando fatores como:
 os recursos financeiros disponíveis do comprador;
 o compromisso do comprador com o contrato, que pode ser determinado com base na
importância da propriedade para as operações do comprador;
 a experiência prévia do vendedor com contratos e compradores semelhantes em
circunstâncias semelhantes;
 a intenção do vendedor de fazer valer os seus direitos contratuais; e
 as condições de pagamento do acordo.
Se a Entidade X conclui que não é provável que receberá o valor ao qual espera ter direito, então
nenhuma receita é reconhecida. Em vez disso, a Entidade X aplica a nova orientação sobre a
contraprestação recebida antes da existência de um contrato, e provavelmente contabiliza
inicialmente qualquer valor recebido como um depósito no passivo.
Exemplo – Avaliar a existência de um contrato para vender um imóvel
9 |First Impressions: Receita de contratos com clientes 
 
 
 
Etapa 2 – Identificar as obrigações de desempenho
estabelecidas no contrato
As entidades identificam cada promessa de entregar um bem ou prestar um serviço em um contrato
com um cliente. Uma promessa constitui uma obrigação de desempenho se o bem ou serviço
prometido for distinto. Um bem ou serviço prometido é distinto se preencher os dois critérios a seguir.
A nova norma inclui orientações adicionais para ajudar a determinar se os critérios acima são
cumpridos. Os indicadores que uma obrigação de desempenho é identificável separadamente incluem
o seguinte.
 A entidade não fornece um serviço significativo de integração do bem ou serviço com outros bens
ou serviços prometidos no contrato.
 O bem ou serviço não modifica significativamente ou customiza um outro bem ou serviço
prometido no contrato.
 O bem ou serviço não é altamente dependente ou altamente inter-relacionado com outros bens ou
serviços prometidos no contrato.
Uma série de produtos ou serviços distintos que são substancialmente os mesmos e que têm o
mesmo padrão de transferência para o cliente – por exemplo, um contrato de fornecimento fixo de
energia – constitui uma obrigação de desempenho única.
Critério 1
O cliente pode se beneficiar do
bem ou serviço por conta própria
ou juntamente com outros
recursos que estão prontamente
disponíveis para ele
Critério 2
A promessa da entidade de
transferir o bem ou serviço para o
cliente é identificável separada-
mente de outras promessas no
contrato
Não distinta – combinar com
outros bens e serviços 
Obrigação de desempenho distinta
e
Sim  Não 
Setores que poderão ser mais significativamente afetados: licenciadores, imóveis, software,
telecomunicações
First Impressions: Receita de contratos com clientes |10 
 
6
Próximos passos
As entidades precisarão identificar todos os seus contratos para entregar diversos bens ou serviços, e
avaliar quais bens ou serviços prometidos podem ser contabilizados separadamente sob o novo
modelo. As entidades podem, portanto, querer desenvolver indicadores para avaliar o grau de
integração, personalização ou inter-relação necessária para um contrato ser contabilizado como uma
obrigação de desempenho única.
                                                            
6 FASB ASC Subtopic 985-605 Software Revenue Recognition 
Os bens ou serviços prometidos podem ser desagregados (ou agregados) com maior
frequência
Algo próximo do Critério 1 já é amplamente utilizado atualmente. O Critério 2 por sua vez é um
novo conceito que exigirá que as entidades reflitam de forma diferente sobre os bens ou
serviços prometidos. Comparado com a prática atual, ele pode resultar em mais bens ou
serviços sendo desagregados dos outros em um contrato. Alternativamente, uma entidade
pode agrupar os bens ou serviços prometidos que possuem valor independente para o cliente
hoje, porque eles são altamente inter-relacionados com outros bens ou serviços prometidos no
contrato.
Para as entidades que preparam as demonstrações financeiras com base nos U.S. GAAP que
atualmente aplicam o requisito de evidência objetiva específica do fornecedor (VSOE) para
separar elementos de software não entregues dos elementos entregues, será mais fácil de
separar e reconhecer a receita antecipadamente para os elementos já entregues do acordo.
A promessa não é identificável separadamente
Atualmente, a orientação de reconhecimento da receita de software com base nos U.S. GAAP
especifica que, se elementos não entregues são essenciais para a funcionalidade do elemento
entregue, então o software e serviços relacionados são tratados como uma única unidade de
contabilidade 6
. Não está claro se os termos ”altamente dependentes” ou ”altamente
inter-relacionados”, conforme utilizados na nova norma são o mesmo que ”essencial para a
funcionalidade”, conforme utilizado conforme os U.S. GAAP atuais para contratos de software. 
Quais são as implicações?
A Entidade Y tem um contrato para construir uma casa, um processo que exige diversos bens e
serviços diferentes. Geralmente, esses bens atenderiam o Critério 1, visto que o cliente poderá
se beneficiar de cada tijolo individualmente ou janela juntamente com outros recursos
prontamente disponíveis. No entanto, o Critério 2 não é atendido para cada tijolo e janela, pois a
Entidade Y fornece um serviço de integração desses produtos em um resultado combinado. Os
bens e serviços utilizados para a construção da casa são, portanto, combinados e contabilizados
como uma obrigação de desempenho única.
Por outro lado, a Entidade Z compra uma máquina e contrata sua instalação da Entidade Y. A
instalação não é especializada e também é oferecida por outros fornecedores, sem implicações
para o adequado funcionamento da máquina. A máquina é um item distinto já que o cliente
pode se utilizar dela com o uso de serviços de instalação que estão prontamente disponíveis no
mercado sem que isso afete o seu funcionamento. Consequentemente, os dois critérios são
atendidos e tanto a máquina quanto o serviço de instalação são considerados obrigações de
desempenho separadas.
Exemplo – Identificação das obrigações de desempenho
11 |First Impressions: Receita de contratos com clientes 
 
 
 
Etapa 3 – Determinar o preço da transação
O preço da transação é o montante da contraprestação que uma entidade tem direito em troca da
transferência de bens ou serviços para um cliente. Para determinar esse montante, uma entidade
considera vários fatores.
Há uma exceção para remunerações baseadas em volumes de venda e de utilização – por exemplo,
royalties – decorrentes de licenças de propriedade intelectual. De acordo com a nova norma, as
entidades não podem incluir estimativas dessas remunerações no preço da transação; em vez disso, a
receita proveniente dessas remunerações é reconhecida somente quando o último dos eventos abaixo
ocorrer:
 venda e utilização subsequente; e
 satisfação ou satisfação parcial da obrigação de desempenho a que os royalties estão
relacionados.
No entanto, essa exceção aplica-se apenas a licenças de propriedade intelectual distintas.
Duas áreas chave a serem consideradas para determinar o preço da transação são o valor de
contraprestação variável e a existência de um componente de financiamento significativo.
Valor de contraprestação variável (e o fator limitante)
Itens como descontos, créditos, concessões de preços, devoluções ou bônus/penalidades de
desempenho poderão resultar em um valor de contraprestação variável. Dependendo dos fatos e
circunstâncias, as entidades estimam o valor de contraprestação variável usando o valor esperado ou o
valor mais provável.
No entanto, uma entidade pode ter de restringir o valor de contraprestação variável que inclui no preço
da transação. Quando esse ”fator limitante” é aplicável, as entidades incluem o valor de
contraprestação variável no preço da transação apenas na medida em que seja ”altamente provável”7
que um estorno significativo – ou seja, um ajuste para baixo significativo no valor da receita acumulada
reconhecida – não ocorrerá posteriormente.
Para avaliar se – e até que ponto – deveria aplicar esse fator limitante, as entidades considerarão:
 a probabilidade de um estorno da receita resultante de um acontecimento futuro incerto; e
 a magnitude do estorno se esse evento futuro incerto ocorresse.
                                                            
7 IFRS 15 utiliza o termo ”altamente provável” – que é um limite significativamente mais alto do que ”mais provável do que não” – com a intenção
de convergir com o significado do termo ”provável”, conforme usado nos U.S. GAAP.
Valor de contraprestação variável (e o fator
limitante)
Consideração do risco de estorno da receita ao
determinar que nível de valor de contraprestação
variável incluir no preço da transação.
Componente de financiamento significativo
Para contratos com um componente de
financiamento significativo, a entidade ajusta o
valor prometido da contraprestação para refletir o
valor do dinheiro no tempo.
Contraprestação não monetária
A contraprestação não monetária é mensurada ao
valor justo, se razoavelmente estimável. Caso
contrário, uma entidade utiliza o preço de venda
independente do bem ou serviço que foi prometido
em troca da contraprestação não monetária. 
Contraprestação a pagar a um cliente
Determinação se a contraprestação devida a um
cliente representa uma redução do preço da
transação, um pagamento de um bem ou serviço
distinto, ou uma combinação de ambos. 
Preço da
transação
Setores que poderão ser mais significativamente afetados: aeroespacial e defesa,
administradores de fundos, construção civil.
First Impressions: Receita de contratos com clientes |12 
 
Essa avaliação precisa ser atualizada a cada data de apresentação de relatório. O fluxograma a seguir
define a forma na qual as entidades vão determinar o valor de contraprestação variável a ser incluído no
preço da transação, exceto para royalties baseados no volume de vendas ou uso de licenças de
propriedade intelectual distintas.
Existe um valor de contraprestação variável?
Estimar o valor usando o valor esperado ou
valor mais provável 
Determinar o valor pelo qual é altamente pro-
vável que um estorno de receita significativo
não irá ocorrer 
Incluir o valor no preço da transação
Sim  Não 
Estimar o valor de contraprestação variável pode afetar o momento do reconhecimento
de receita
Atualmente, as entidades determinam se o valor de contraprestação variável pode ser
mensurado de forma confiável, ou é fixo ou determinável – ou seja, o reconhecimento da
contraprestação é vedado ou permitido. Por outro lado, a nova norma estabelece um teto, que
limita em vez de impedir o reconhecimento da receita. Consequentemente, estimar o valor de
contraprestação variável e aplicar a limitação pode acelerar o reconhecimento em algumas
entidades.
Quais são as implicações?
A Entidade R possui um contrato para vender produtos por meio de um distribuidor onde:
 o distribuidor tem um direito de devolução se não puder revender os produtos
(consignação); e
 a receita é atualmente reconhecida pela Entidade R somente quando o distribuidor
revende os produtos para usuários finais – ou seja, quando conclui a venda
anteriormente em consignação.
De acordo com a nova norma, a receita pode ser reconhecida pela entidade antecipadamente
na venda para o distribuidor – ou seja, na venda em consignação – com base na experiência
histórica do número de produtos que é altamente provável que não serão devolvidos.
Por outro lado, a Entidade M tem um contrato de administração de fundos sob o qual tem
direito a bônus de desempenho. A Entidade M pode concluir que quaisquer bônus baseados no
desempenho de um contrato de administração de fundos comparado com um índice de
mercado estariam sujeito a um risco de estorno significativo, em função da volatilidade do
mercado durante o período de desempenho. Nesse caso, a receita não pode ser reconhecida
pela Entidade M até o final do período de desempenho – a menos que o administrador de ativos
determinou antes do final do período de desempenho que é altamente provável que um estorno
significativo no valor da receita acumulada reconhecida não irá ocorrer. 
Exemplo – Momento do reconhecimento da contraprestação variável
13 |First Impressions: Receita de contratos com clientes 
 
 
 
Componente de financiamento significativo
Para estimar o preço da transação em um contrato, uma entidade ajusta o valor prometido da
contraprestação se o contrato contém um componente de financiamento significativo. O objetivo é
reconhecer a receita por um valor que reflita qual teria sido o preço de venda à vista do bem ou serviço
prometido se o cliente tivesse feito o pagamento quando da obtenção de controle desse bem ou
serviço, “a vista”. A taxa de desconto utilizada é a taxa que seria usada em uma transação de
financiamento separada entre a entidade e o cliente. A orientação aplica-se a pagamentos recebidos
antecipadamente e postecipadamente.
A nova norma adota uma abordagem de indicadores para avaliar se um contrato contém um
componente de financiamento significativo ou não – por exemplo, quando a diferença entre a
contraprestação prometida e o preço de venda surge por motivos diferentes do financiamento. Como
um expediente prático, uma entidade não precisa ajustar o preço da transação em um contrato para
fins de uma componente de financiamento significativo se espera receber o pagamento no prazo de
até 12 meses após a transferência dos bens ou serviços prometidos.
Próximos passos
As entidades precisarão avaliar os contratos com valores de contraprestação variável e analisar os fatos
relevantes para determinar se – e em que medida – o fator limitante se aplica. Elas também precisarão
de processos para atualizar a estimativa dos valores de contraprestação variável e a aplicação do fator
limitante durante todo o período do contrato.
Após avaliar se os seus contratos contêm um componente de financiamento significativo e decidir se o
expediente prático é aplicável, as entidades precisarão avaliar se os sistemas existentes podem
identificar esse componente e calcular os ajustes necessários.
Os cálculos para componentes de financiamento significativos podem ser complexos
Avaliar todos os contratos para determinar se eles contêm um elemento de financiamento pode
afetar o valor da receita reconhecida para contratos que têm um componente significativo de
financiamento – por exemplo, contratos de construção e manufatura de longo prazo. Muitas
entidades considerarão pela primeira vez se pagamentos antecipados representam uma
componente de financiamento significativo. Os cálculos podem ser complexos, particularmente
para contratos de longo prazo que são cumpridos ao longo do tempo ou contratos com
múltiplos componentes. As entidades com contratos de longo prazo que incluem retenção – ou
seja, uma parte do preço do contrato é retida até a conclusão ou até um determinado evento
previamente acordado – podem concluir que as condições de pagamento foram estruturadas
por motivos diferentes de financiamento e, portanto, que os valores de retenção não requerem
que essas entidades concluam que seus contratos incluem um componente de financiamento
significativo.
Quais são as implicações?
A Entidade M possui um contrato para entregar um equipamento para um cliente por um valor
de 100. Sob os termos do contrato, o pagamento é feito dois anos antes de o equipamento ser
entregue para o cliente. Na aplicação dos indicadores na nova norma, a Entidade M conclui que
o contrato inclui um componente de financiamento significativo. Um passivo contratual de 100
é reconhecido quando a contraprestação for recebida, e a despesa de juros, por exemplo, de
10, é reconhecida ao longo do período de dois anos com base na taxa que seria usada em uma
transação de financiamento separada entre a Entidade M e o cliente. A receita pela venda de
110 é reconhecida quando o controle do equipamento é transferido para o cliente.
Exemplo – Ajuste para um componente de financiamento significativo
First Impressions: Receita de contratos com clientes |14 
 
Etapa 4 – Alocar o preço da transação às obrigações
de desempenho
Em geral, as entidades alocam o preço de transação para cada obrigação de desempenho na proporção
do seu preço de venda independente.
A melhor evidência do preço de venda independente é um preço observável de vendas independentes
desse bem ou serviço para clientes em situação semelhante. No entanto, se o preço de venda
independente não for diretamente observável, as entidades devem usar uma das seguintes formas
para estimá-lo:
 avaliar o mercado no qual elas vendem bens ou serviços e estimar o preço que os clientes
estariam dispostos a pagar; ou
 prever os custos esperados, acrescidos de uma margem adequada; ou
 em circunstâncias limitadas, subtrair a soma dos preços de venda independentes observáveis
de outros bens ou serviços no contrato do valor total da transação.
A nova norma fornece orientação sobre a determinação do preço de venda independente, conforme
ilustrado abaixo.
Quando certos critérios são atendidos, um desconto ou valor de contraprestação variável poderá ser
alocado a um ou mais bens ou serviços distintos (obrigações de desempenho) mas não a todos.
Alocar com base nos preços de venda independentes relativos
Obrigação de desempenho 1 Obrigação de desempenho 2 Obrigação de desempenho 3
Determinar os preços de venda independentes
O preço observável está disponível?
Utilizar preço observável Estimar preço 
Abordagem de avaliação de
mercado ajustada 
Abordagem de custo esperado
mais uma margem 
Abordagem residual
Sim  Não 
Setores que poderão ser os mais significativamente afetados: software e telecomunicações
15 |First Impressions: Receita de contratos com clientes 
 
 
 
Próximos passos
As entidades devem considerar se possuem preços de venda independentes observáveis para seus
bens ou serviços. Se não tiverem, elas devem começar a pensar em como vão estimar os preços de
venda independentes e desenvolver os processos necessários para calcular essas estimativas – por
exemplo, levantamento de dados de mercado e de custos. As entidades também poderão precisar
avaliar as mudanças necessárias em seus sistemas e processos existentes para alocar o preço da
transação com base nos preços de venda independentes.
Estimar o preço de venda independente pode ser um desafio
As entidades podem identificar obrigações de desempenho para as quais os preços de venda
independentes não foram determinados previamente. A nova norma permitirá uma maior
flexibilidade no estabelecimento dos preços de venda independentes do que está atualmente
disponível para entidades que utilizam VSOE com base nos U.S. GAAP. Porém, na ausência de
um preço observável, se informações confiáveis para estimar o preço de venda independente
não estão disponíveis – por exemplo, para fornecedores de software, cujos preços podem variar
muito para licenças – a abordagem residual pode fornecer a melhor estimativa do preço da
venda independente. A obrigação de desempenho altamente variável ou incerta para a qual a
abordagem residual pode ser aplicada não está limitada aos itens entregues – ou seja, a
abordagem residual reversa pode ser apropriada.
Quais são as implicações?
A Entidade S possui um contrato para vender um software e suporte ao cliente pós-contrato
(PCS). O preço de venda independente do PCS é observável com base nos serviços vendidos
separadamente em circunstâncias semelhantes para clientes similares e, muito embora eles
não tenham atendam a necessária faixa de preços de pequena volatilidade requerida para VSOE
no U.S. GAAP atual, os preços observáveis não são altamente variáveis. No entanto, o software
não é vendido separadamente e, com base em transações passadas, seu preço de venda é
altamente variável. Portanto, a Entidade S aplica a abordagem residual, estimando o preço de
venda independente do software usando o preço total da transação menos o preço de venda
independente do PCS. Neste caso, qualquer desconto do contrato é atribuído ao software.
Exemplo – Aplicação da abordagem residual
First Impressions: Receita de contratos com clientes |16 
 
Etapa 5 – Reconhecer a receita no momento em
que (ou à medida em que) a entidade cumprir uma
obrigação de desempenho
Uma entidade reconhece a receita no momento em que (ou à medida em que) atende uma obrigação
de desempenho ao transferir o controle de um bem ou serviço para um cliente. O controle pode ser
transferido em um determinado momento ou ao longo do tempo.
Primeiramente, a entidade avalia se transfere o controle ao longo do tempo, utilizando os seguintes
critérios.
Critério Exemplo
1 O cliente recebe e consome simultaneamente os
benefícios fornecidos pelo desempenho da entidade
conforme ela atua.
Serviços de rotina ou
recorrentes.
2 O desempenho da entidade cria ou aprimora um ativo que
o cliente controla conforme o ativo é criado ou aprimorado.
Construir um ativo no terreno do
cliente.
3 O desempenho da entidade não cria um ativo com um uso
alternativo para a entidade e a entidade tem o direito
executável de exigir o pagamento pela execução concluída
até o momento.
Construir um ativo especializado
que só o cliente pode usar, ou
construir um ativo a pedido de
um cliente.
Se um ou mais destes critérios for atendido, a entidade reconhece a receita ao longo do tempo,
utilizando um método que melhor reflita o seu desempenho. Ele pode ser um método de saída (por
exemplo, unidades produzidas) ou um método de entrada (por exemplo, custos incorridos ou horas de
trabalho). O objetivo é mostrar o desempenho da entidade durante a transferência do controle de bens
ou serviços para o cliente.
Se o desempenho de uma entidade produziu um volume de trabalho em andamento significativo ou
produtos acabados que são controlados pelo cliente, então um método de saída, como unidades
entregues ou unidades produzidas não retratará fielmente o progresso. Isto porque nem todo o
trabalho já realizado estará incluído na medição da saída.
Se uma entidade utiliza um método de entrada com base nos custos incorridos, ela deve considerar a
necessidade de se ajustar os efeitos de bens ainda não instalados e/ou ineficiências significativas no
seu desempenho que não foram refletidas no preço do contrato – por exemplo, materiais, mão de obra
ou outros recursos desperdiçados. Se a entidade transfere para o cliente o controle de um bem que é
significativo para o contrato, mas que somente será instalado mais tarde, e, se determinados critérios
forem cumpridos, então a entidade reconhece a receita de venda desse bem com margem zero.
Se nenhum dos três critérios para o reconhecimento da receita ao longo do tempo for atendido, a
entidade reconhece a receita no momento em que transfere o controle do bem ou serviço para o
cliente.
Indicadores de que o controle foi transferido incluem um cliente tendo...
... uma obrigação
presente de
pagar
... posse física ... titularidade
... riscos e
benefícios da
propriedade 
... aceitou o
ativo 
Setores que poderão ser mais significativamente afetados: aeroespacial e defesa, construção
civil, fabricantes sob contrato, licenciadores, imobiliário, software
17 |First Impressions: Receita de contratos com clientes 
 
 
 
Licenças
Orientações específicas são fornecidas no que tange a avaliar se a receita de uma licença de
propriedade intelectual é reconhecida em um determinado momento ou ao longo do tempo. Se a
licença não é distinta de outras promessas no contrato, então o modelo geral da Etapa 5 é aplicado.
Caso contrário, a entidade aplica diferentes critérios para determinar o que uma licença distinta das
outras promessas oferece ao cliente e, portanto, quando reconhecer a receita.
O que é fornecido pela licença Quando a receita é reconhecida
Um direito de uso à propriedade intelectual tal
como ela existe no momento em que a licença é
concedida
Em um determinado momento
Acesso à propriedade intelectual, tal como ela
existe durante todo o período da licença (ou seja,
sujeita a mudanças no prazo do contrato)
Ao longo do tempo
Se a propriedade intelectual licenciada para o cliente muda ao longo do período da licença porque a
entidade continua envolvida com sua propriedade intelectual e realiza atividades que afetam
significativamente tal propriedade intelectual, então a licença é transferida para o cliente ao longo do
tempo. Se a propriedade intelectual não muda, um cliente obtém o controle no momento em que a
licença é concedida.
Uma licença fornece acesso à propriedade intelectual da entidade se:
 o contrato exige, ou o cliente espera razoavelmente, que a entidade realize atividades que
afetem significativamente a propriedade intelectual à qual o cliente tem direitos;
 os direitos concedidos pela licença expõem o cliente diretamente a quaisquer efeitos positivos
ou negativos das atividades da entidade; e
 essas atividades não resultam na transferência de um bem ou serviço para o cliente conforme
elas ocorram.
O momento do reconhecimento da receita pode mudar
Diferenças sutis nos termos contratuais podem resultar em diferentes resultados da avaliação –
e, portanto, diferenças significativas no momento de reconhecimento da receita.
Particularmente, o Critério 3 para a transferência de controle ao longo do tempo será relevante
para alguns incorporadores imobiliários em alguns países que atualmente aplicam a IFRIC 15
/ICPC 02 Contrato de Construção do Setor Imobiliário e também para fabricantes sob medida e
entidades do setor aeroespacial e de defesa.
Quais são as implicações?
O padrão de reconhecimento da receita de licenças pode mudar
A exigência de se avaliar se uma licença fornece um direito de usar a propriedade intelectual ou
ter acesso à propriedade intelectual é um conceito novo. As entidades precisarão refletir de
forma diferente sobre quais características da licença se concentrar ao determinar o padrão
apropriado de reconhecimento da receita. Avaliar os critérios pode ser altamente crítico – e
pode resultar na receita que atualmente é reconhecida ao longo do tempo ser reconhecida em
um determinado momento, ou vice-versa.
Quais são as implicações?
First Impressions: Receita de contratos com clientes |18 
 
Próximos passos
As entidades precisam reconsiderar se a receita será reconhecida ao longo do tempo ou em um
determinado momento com base nos novos critérios e orientações específicas para licenças.
Sistemas, processos e controles podem precisar ser alterados para atender aos novos critérios e
qualquer eventual mudança no momento do reconhecimento da receita.
As entidades também precisarão decidir quais mudanças são necessárias para os sistemas contábeis,
reprojetando-os ou por meio de uma solução alternativa, como ajustes manuais no encerramento do
período.
Orientações para aplicação
A nova norma também fornece orientações para itens específicos sobre a forma de aplicação dos
requisitos gerais do modelo. Além das licenças (discutidas acima), orientações sobre os seguintes
tópicos são fornecidas:
Vendas com
direito de
devolução
As entidades reconhecem a receita pelo valor que esperam receber, aplicando a
orientação sobre contraprestação variável e fator limitante que necessitam alto
grau de julgamento, estabelecida na Etapa 3 do modelo.
As entidades também devem reconhecer um passivo de reembolso e ativo para
quaisquer produtos que esperam que seja devolvido.
A Entidade X possui um contrato de licença de software com um cliente, em uma base não
exclusiva, durante três anos.
O direito de uso do cliente sobre o software é resultado da propriedade intelectual da Entidade
X – ou seja, o programa de software – semelhante a um bem tangível. O cliente pode
determinar como e quando usar o direito sem desempenho adicional da Entidade X e não
espera que a Entidade X vá realizar quaisquer atividades que afetam significativamente a
propriedade intelectual à qual o cliente tem direito. Portanto, a licença de software fornece um
direito de usar a propriedade intelectual da Entidade X da forma que ela existe no momento em
que ela é fornecida. A receita é, portanto, reconhecida nesse momento. 
Exemplo – Licença para o direito de uso de propriedade intelectual
Por outro lado, o Franqueador Y licencia o direito de abrir uma loja em um local especificado
para um franqueado. A loja levará o nome comercial do Franqueador Y e o franqueado terá o
direito de vender os produtos do Franqueador Y por 10 anos. O franqueado se compromete a
pagar um honorário fixo antecipadamente.
O franqueado licenciou o acesso à propriedade intelectual do Franqueador Y, conforme ela
existir, ou seja, sujeita a mudanças no prazo do contrato, em qualquer momento durante o
período da licença, porque:
 o contrato de franquia exige que o Franqueador Y mantenha a marca por meio de
melhorias de produtos, campanhas de marketing, etc.;
 qualquer ação do Franqueador Y pode ter um efeito direto positivo ou negativo sobre o
cliente; e
 essas atividades não transferem um bem ou serviço para o cliente.
O honorário fixo antecipado é, portanto, reconhecido ao longo do prazo de direito de franquia
(10 anos).
Exemplo – Licença para acesso à propriedade intelectual
19 |First Impressions: Receita de contratos com clientes 
 
 
 
8
                                                            
8
  FASB ASC Topic 460 Guarantees para U.S. GAAP e IAS 37/CPC 25 Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes para IFRSs. 
Garantias As garantias são contabilizadas como uma obrigação de desempenho se:
 o cliente tem uma opção de adquirir a garantia separadamente; ou
 serviços adicionais são prestados como parte da garantia.
Caso contrário, as garantias continuarão sendo contabilizadas de acordo com as
normas existentes 8
.
A nova norma fornece alguns indicadores para ajudar na avaliação se uma
garantia oferece um serviço adicional ao cliente, incluindo:
 se a garantia é exigida por lei;
 a duração do período de cobertura da garantia; e
 a natureza dos serviços que a entidade promete realizar.
Considerações
de principal
versus agente
Se a entidade obtém o controle dos bens ou serviços da outra parte antes de
transferir o controle para o cliente, então sua obrigação de desempenho é
fornecer os próprios bens ou serviços. Portanto, nesses casos, a entidade está
agindo como principal.
A nova norma fornece uma lista de indicadores para avaliar quando a obrigação
de desempenho de uma entidade não é fornecer os próprios bens ou serviços
e, portanto, a entidade estaria atuando como agente.
Acordos de
recompra
Dependendo da sua natureza e termos, um contrato de venda que inclui um
acordo de recompra pode ser contabilizado como uma venda com um direito de
devolução, um arrendamento ou um financiamento.
Para determinar o tratamento do acordo de recompra, as entidades devem
considerar:
 se o acordo de recompra é:
- uma opção de venda, em que o cliente pode ter o controle; ou
- uma opção de compra ou forward, em que a entidade mantém
o controle; e
 a probabilidade de o cliente exercer sua opção de venda, que deverá
considerar o preço de exercício e se o cliente possui um incentivo
econômico significativo para o exercício.
Outros tópicos
de aplicação
Orientações de aplicação também são fornecidas sobre os seguintes tópicos:
 obrigações de desempenho cumpridas ao longo de um período;
 métodos para medir o progresso em direção ao total cumprimento de
uma obrigação de desempenho;
 contratos do tipo bill-and-hold (faturado e não embarcado);
 contratos de consignação;
 aceitação do cliente;
 opções do cliente para bens ou serviços adicionais;
 direitos não exercidos pelos clientes;
 honorários iniciais não reembolsáveis; e
 desagregação das divulgações de receita.
First Impressions: Receita de contratos com clientes |20 
 
5 Custos do contrato
A nova norma fornece orientações sobre a contabilização de custos incrementais de obtenção de um
contrato e certos custos para cumprir um contrato.
Custos para obtenção de um contrato
Uma entidade só capitaliza os custos incrementais incorridos como resultado da obtenção de um
contrato – por exemplo, comissões de vendas – se a entidade espera recuperar esses custos. No
entanto, um expediente prático permite que uma entidade lance esses custos como despesas
conforme incorridos se o período de amortização do ativo for igual ou inferior a um ano.
Custos para cumprir um contrato
Se os custos incorridos no cumprimento de um contrato não estão no escopo de outras orientações –
por exemplo, estoques, ativos intangíveis ou imobilizado – então uma entidade reconhece um ativo
somente se os custos de cumprimento atenderem os seguintes critérios:
 eles se relacionam diretamente a um contrato existente ou um contrato específico previsto;
 eles geram ou incrementam os recursos da entidade que serão usados para atender as obrigações
de desempenho no futuro; e
 espera-se que eles sejam recuperados.
Apresentamos a seguir exemplos de custos que podem e não podem ser capitalizados quando esses
critérios forem cumpridos.

Custos diretos que seriam elegíveis
para capitalização se outros critérios
forem atendidos
 Custos a serem lançados como des-
pesas quando incorridos
Mão-de-obra direta – por exemplo, salários
Custos gerais e administrativos – a menos que
explicitamente exigíveis nos termos do contrato
Materiais diretos – por exemplo, suprimentos
Custos que se relacionam com obrigações de
desempenho já cumpridas
Alocação de custos que se relacionem dire-
tamente ao contrato – por exemplo, despesas
de depreciação e amortização
Custos de desperdício de materiais, mão de obra,
ou outros
Custos que estão explicitamente a cargo do
cliente nos termos do contrato
Custos que não estão direitamente relacionados
às obrigações de desempenho remanescentes,
ainda não cumpridas
Outros custos incorridos somente porque a
entidade celebrou o contrato – por exemplo,
custos de subcontratados
Amortizações e redução ao valor recuperável de custos capitalizados
Os custos capitalizados são amortizados em uma base sistemática, de acordo com o padrão de
transferência do bem ou serviço ao qual o ativo se refere, e estão sujeitos a testes de redução ao valor
recuperável. O período de amortização inclui os períodos esperados por renovação de contratos.
21 |First Impressions: Receita de contratos com clientes 
 
 
 
Próximos passos
As entidades precisam avaliar se existem diferenças entre suas práticas atuais e a orientação de
custos na nova norma. As entidades que historicamente não acompanhavam os custos para adquirir
um contrato e os lançaram como despesas conforme incorridos podem ter que desenvolver novos
sistemas, processos e controles para começar a determinar o valor dos custos capitalizáveis após a
adoção da norma, assim como na determinação dos ajustes na sua adoção inicial.
O valor dos custos capitalizados pode mudar
A exigência de capitalizar os custos de obtenção de um contrato será uma mudança para as
entidades que atualmente lançam esses custos como despesas. Ela também pode ser de
aplicação complexa, especialmente para entidades com muitos contratos e diversos termos
contratuais e estruturas de comissão.
A nova norma fornece orientação – embora não abrangente – sobre que tipos de custos para
cumprir um contrato são capitalizáveis. A orientação sobre custos nos IFRSs e U.S. GAAP
permanece substancialmente inalterada, embora as entidades que já fizeram uma escolha de
política contábil no U.S. GAAP para lançar certos custos para cumprir um contrato como
despesa – por exemplo, custos de set-up, poderão ser requeridas a capitalizar esses custos
com a aplicação da nova norma.
Quais são as implicações?
First Impressions: Receita de contratos com clientes |22 
 
6 Modificações nos contratos
Uma modificação contratual é qualquer alteração no escopo ou no preço de um contrato (ou ambos).
Ela acontece quando as partes de um contrato aprovam uma modificação que cria novos direitos e
obrigações das partes ou alteram os existentes.
Consistente com a identificação de um contrato, uma modificação contratual deve ser legalmente
executável. Uma modificação pode ser aprovada:
 por escrito;
 por acordo verbal; ou
 de forma implícita pelas práticas comerciais habituais.
O fluxograma a seguir ilustra como as modificações do contrato são contabilizadas de acordo com a
nova norma.
A modificação do contrato é
aprovada?
Não contabilizar a modificação do
contrato até que ela seja aprovada
Ela acrescenta bens ou serviços
distintos que são precificados de
acordo com os seus preços de venda
independentes? 
Os bens ou serviços remanescen-
tes são diferentes daqueles já
transferidos? 
Contabilizar com um
contrato separado
Contabilizar como uma
rescisão do contrato
existente e criação de
novo contrato
Contabilizar como
parte do contrato
original
Não 
Não 
Não 
Sim 
Sim 
Sim 
O momento do reconhecimento da receita pode mudar
Atualmente existe orientação sobre modificações contratuais para contratos do tipo de
construção e produção, mas, sob a nova norma, isso se aplica a todos os tipos de contratos
com clientes. Quando modificações são feitas nos contratos existentes, as entidades precisam
avaliar se a modificação foi aprovada, e se será contabilizada como um contrato separado.
Dependendo dessa avaliação, o momento de reconhecimento da receita pode ser afetado.
Quais são as implicações?
23 |First Impressions: Receita de contratos com clientes 
 
 
 
9
Próximos passos
As entidades precisam avaliar se existem diferenças entre a sua prática atual e a orientação sobre
modificações contratuais na nova norma. As entidades também podem identificar que mudanças nos
sistemas e processos existentes são necessárias para identificar e rastrear modificações nos contratos
em uma base contínua.
                                                            
9 Parágrafos 35-25-28 do FASB ASC Topic 605, Revenue Recognition.
A Entidade C concorda em construir um navio de cruzeiro específico para um cliente. No meio
do projeto, o cliente decide modificar os planos originais para acomodar passageiros adicionais.
A mudança é comunicada oralmente e nenhuma solicitação de mudança por escrito para os
materiais, serviços de projeto ou mão de obra adicional é assinada. A Entidade C já construiu
navios para o cliente anteriormente e o cliente está disposto a pagar pelos serviços e materiais
incrementais, juntamente com uma margem, desde que a Entidade C consiga demonstrar que
os custos são razoáveis considerando as mudanças solicitadas.
Embora não tenha havido nenhum acordo formal com o cliente sobre a mudança de escopo, a
Entidade C pode de acordo com a norma vigente reconhecer a receita para os contratos de
construção e alguns contratos de produção na medida dos custos incorridos acrescidos de uma
margem razoável, desde que seja provável que os custos serão recuperados por meio de uma
mudança no preço do contrato 9
.
No entanto, de acordo com a nova norma, a receita não seria reconhecida até que a Entidade C
fosse capaz de demonstrar que a modificação contratual foi aprovada ou é legalmente execu-
tável. Esse pode ou não ser o caso quando o cliente fez a comunicação oral de mudança no
projeto.
Exemplo – Modificação do contrato para planos de construção
First Impressions: Receita de contratos com clientes |24 
 
7 Apresentação e divulgação
Apresentação dos ativos e passivos contratuais
Um ativo ou passivo contratual é reconhecido quando:
 a entidade age por meio da transferência de bens ou serviços; ou
 o cliente age pagando a contraprestação para a entidade.
Um direito incondicional à contraprestação é apresentado como um valor a receber e contabilizado
como um instrumento financeiro.
Requisitos de divulgação
Resumidamente, o objetivo das exigências de divulgação na nova norma é permitir aos usuários
entender a natureza, valor, tempo e incerteza da receita e fluxos de caixa decorrentes de contratos
com clientes.
A nova norma exige que as divulgações qualitativas e quantitativas enquadrem-se nas seguintes
categorias:
 contratos com clientes:
- desagregação da receita;
- mudanças nos ativos, passivos e custos contratuais;
- obrigações de desempenho; e
- preço da transação alocado às obrigações de desempenho remanescentes;
 julgamentos significativos, e mudanças nos julgamentos, na aplicação dos requerimentos de:
- determinar o momento do cumprimento das obrigações de desempenho; e
- determinar o preço da transação e valores alocados às obrigações de desempenho; e
 ativos reconhecidos a partir dos custos para obter ou cumprir um contrato com um cliente.
A nova norma permite que as entidades que não são entidades abertas ou certas entidades sem fins
lucrativos façam divulgações reduzidas no U.S. GAAP.
Requisitos nas demonstrações financeiras intermediárias
As entidades abertas e certas entidades sem fins lucrativos que divulgam seus relatórios de acordo
com o U.S. GAAP precisam realizar todas as divulgações quantitativas da nova norma em cada período
intermediário. No entanto, quem reporta em IFRSs só precisa fornecer uma desagregação da receita
em períodos intermediários, e seguir a IAS 34/CPC 21 Demonstração Intermediária para determinar se
quaisquer outras divulgações são necessárias. As entidades fechadas ou certas entidades sem fins
lucrativos que divulgam seus relatórios de acordo com o U.S. GAAP estão isentas de quaisquer
exigências de divulgação específicas da receita para períodos intermediários.
Ativo contratual
(líquido)
se direitos > obrigações 
Passivo contratual
(líquido)
se obrigações > direitos 
Direitos e obrigações
25 |First Impressions: Receita de contratos com clientes 
 
 
 
Próximos passos
As entidades devem identificar faltas de informação entre o que está atualmente disponível e o que
será necessário para as divulgações na nova norma. Uma boa maneira de uma entidade fazer isso pode
ser preparar um esboço (modelo) antecipado das suas demonstrações financeiras. Se houver
informações que não estão disponíveis a partir dos sistemas existentes, então isso deverá ficar
evidente por meio desse exercício, e deve ajudar a definir o escopo de um projeto para modificar os
sistemas e processos para capturar as informações necessárias.
Informações adicionais requeridas
As entidades terão que divulgar mais e outras informações sobre contratos com clientes para
cumprir a nova norma.
Embora grande parte do esforço de divulgação ser qualitativo, há várias divulgações
quantitativas – por exemplo, receita desagregada e obrigações de desempenho remanescentes
– que podem exigir mudanças significativas nos processos de levantamento de dados e
sistemas de TI. Ao planejar como levantar as informações adicionais, as entidades abertas e
certas entidades sem fins lucrativos precisarão considerar o fato de que algumas divulgações
também são exigidas em períodos intermediários.
A divulgação da desagregação visa mostrar como os fatores econômicos afetam a natureza, o
valor, o momento e incertezas da receita e fluxos de caixa. Embora exemplos sejam fornecidos
na orientação de aplicação, a nova norma não estabelece as categorias de desagregação
necessárias para atingir esse objetivo, de maneira que a administração precisará usar seu
julgamento. O número de categorias exigidas para atingir o objetivo da norma dependerá da
natureza do negócio da entidade e de seus contratos.
Quais são as implicações?
First Impressions: Receita de contratos com clientes |26 
 
8 Data de vigência e transição
Para as entidades que aplicam as IFRSs, a nova norma entra em vigor para períodos anuais iniciados
em ou após 1º de janeiro de 2017, com adoção antecipada permitida. No entanto, a adoção antecipada
não está disponível para entidades que divulgam suas demonstrações financeiras de acordo com as
práticas contábeis adotadas no Brasil.
Para as entidades que aplicam U.S. GAAP, as datas de adoção são:
 Para as entidades abertas e certas entidades sem fins lucrativos10
, a norma entra em vigor
para períodos anuais iniciados após 15 de dezembro de 2016 e períodos interinos dentro de
tais períodos anuais.
 Para o restante das entidades, a norma entra em vigor para períodos anuais iniciados após 15
de dezembro de 2017, com um prazo adicional de um ano para períodos interinos. No entanto,
essas entidades podem escolher adotar simultaneamente as entidades abertas.
A norma poderá ser adotada de forma retrospectiva ou por meio de um ajuste de efeito cumulativo a
partir do início do primeiro período para o qual a nova norma se aplica.
Abordagem retrospectiva
Uma entidade pode adotar a nova norma em uma base retrospectiva completa, embora todos os
expedientes práticos a seguir estejam disponíveis:
 para os contratos concluídos antes da data de aplicação inicial, uma entidade não precisa
reapresentar os contratos que começam e terminam durante o mesmo período anual de
apresentação;
 para os contratos com contraprestação variável que são concluídos na ou antes da data de
aplicação inicial, uma entidade pode usar o preço da transação na data de conclusão em vez
de estimar o valor de contraprestação variável; e
 para os períodos apresentados antes da data de aplicação inicial, uma entidade pode optar por
não divulgar:
- o valor do preço da transação alocado às obrigações de desempenho remanescentes; ou
- quando essa receita será reconhecida.
Se uma entidade aplica um ou mais expedientes práticos, então ela precisa fazer isso de forma
consistente para todos os períodos apresentados e fornecer divulgações sobre as opções que tomou.
Se uma entidade aplica a abordagem retrospectiva, ela deve fornecer as divulgações requeridas no
GAAP atual para uma mudança de princípio ou políticas contábeis11
.
Abordagem de efeito cumulativo
Uma entidade pode optar por não ajustar retrospectivamente os períodos comparativos e, em vez
disso, adotar a nova norma a partir da data de aplicação, ajustando os lucros acumulados. Nesse caso,
ele só teria que ajustar os contratos em aberto segundo o GAAP antigo na data da aplicação inicial.
Se uma entidade optar por esta abordagem, ela deve divulgar o valor pelo qual cada item da
demonstração financeira é afetado na adoção como resultado da aplicação da nova norma, juntamente
com uma explicação das mudanças significativas em relação ao GAAP anterior.
                                                            
10 Aplica-se a entidades sem fins lucrativos que emitiram, ou são um conduit bond obligor de títulos de dívida ou patrimoniais que são negociados,
listados ou cotados numa bolsa ou mercado de balcão.
11 FASB ASC Topic 250 Accounting Changes and Error Corrections para U.S. GAAP e IAS 8/ CPC 23 Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e
Retificação de Erro para IFRS. Os preparadores em IFRSs podem optar por apresentar apenas as informações quantitativas exigidas pelo parágrafo
28(f) da IAS 8/CPC 23 para o período anual imediatamente anterior. 
27 |First Impressions: Receita de contratos com clientes 
 
 
 
Resumo das abordagens de transição
Abordagem  Exercício
comparativo
Exercício
atual
Dados do ajuste no
patrimônio líquido   
*Se uma entidade com exercício findo em 31 de dezembro divulga dois anos de valores
correspondentes, a data do ajuste do patrimônio liquido deverá ser 1º de janeiro de 2015.
Próximos passos
As entidades devem considerar as diferentes abordagens de transição disponíveis e selecionar a opção
que é a mais adequada para a entidade. Pode ser útil considerar que abordagem outras entidades em
sua indústria estão planejando tomar.
Muitas entidades terão de realizar uma análise histórica dos seus contratos. No caso da aplicação
retrospectiva, elas podem precisar desenvolver um plano de transição para execuções em paralelo,
incluindo reconciliações, para rastrear os dados necessários para fornecer informações comparativas.
Os investidores e outros stakeholders desejarão entender o impacto da nova norma no negócio como
um todo. As entidades devem considerar planos de comunicação para as principais áreas interessadas,
como: a abordagem de transição selecionada, o efeito sobre os resultados financeiros, os custos de
implementação, quaisquer mudanças propostas nas práticas de negócios e, para os preparadores em
IFRSs e entidades fechadas ou certas entidades sem fins lucrativos reportando sob U.S. GAAP, se elas
pretendem realizar uma adoção antecipada.
Retrospectiva completa
– sem expedientes
práticos 
Retrospectiva parcial –
expedientes práticos 
Efeito cumulativo 
Novo
GAAP 
Novo
GAAP 
Novo
GAAP 
Novo
GAAP 
Requisitos
variados
GAAP
anteriores 
1º de janeiro de
2016* 
1º de janeiro de
2016* 
1º de janeiro de
2017 
Quais são as implicações?
A aplicação retrospectiva fornece comparabilidade, mas pode ser um desafio
A aplicação retrospectiva fornece informação financeira comparável para os períodos
apresentados. No entanto, apesar dos expedientes práticos, isso pode exigir análise histórica
significativa, e pode ser caro e difícil – especialmente para entidades com contratos de longo
prazo. As entidades que optarem pela aplicação retrospectiva – incluindo o uso de expedientes
práticos – precisarão atualizar as outras seções de seus filings, incluindo o MD&A para refletir
esse fato. Os registrantes da Comissão de Valores Mobiliários (SEC) dos EUA que optarem pela
aplicação retrospectiva precisarão considerar a exigência de apresentação de cinco anos de
dados financeiros anuais selecionados. A equipe da SEC está avaliando se emite orientação ou
isenção da aplicação da nova norma no resumo de cinco anos; no entanto, ela ainda não
anunciou qualquer decisão sobre essa questão.
Analistas e investidores precisarão estar alertas para os expedientes práticos selecionados por
diferentes entidades, uma vez que o número de opções de transição disponível pode afetar a
comparabilidade entre as jurisdições e setores.
First Impressions: Receita de contratos com clientes |28 
 
9 Sobre esta publicação
Esta publicação foi produzida pela KPMG International Standards Group (part of KPMG IFRG Limited) e
adaptada ao contexto brasileiro pela KPMG Auditores Independentes.
Conteúdo
Nossas publicações “First Impressions” são preparadas para divulgação de uma nova IFRS,
interpretação ou outra alteração significativa aos requerimentos de IFRS. As publicações incluem uma
discussão dos pontos-chave dos novos requerimentos e chamam a atenção para áreas que poderão
resultar em mudanças na prática. Exemplos são fornecidos para ajudar a avaliação da implementação.
Esta edição de First Impressions considera os requerimentos do IFRS 15 Receita de Contratos com
Clientes e outros IFRSs em vigor em 31 de maio de 2014.
Em muitos casos, poderá ser necessário uma análise mais aprofundada e interpretação, a fim de que
a entidade possa aplicar a IFRS aos seus próprios fatos, circunstâncias e transações individuais. Alem
disso, algumas das informações nesta publicação são baseadas em observações iniciais
desenvolvidas pela KPMG International Standards Group, e essas observações poderão mudar à
medida que a prática se desenvolve.
Mantendo-o informado
Visite kpmg.com/ifrs para manter-se atualizado sobre os últimos acontecimentos nas IFRSs e navegue
pelo nosso conjunto de publicações em inglês no site de KPMG International Standards Group. Se
você é novo no ambiente das IFRSs ou um usuário atual das IFRSs, poderá achar resumos práticos
dos desenvolvimentos recentes, orientações detalhadas sobre requisitos complexos e ferramentas
práticas, como divulgações ilustrativas e listas de verificação. Para uma perspectiva local, veja as
publicações sobre IFRS disponíveis em nossa página na internet – KPMG no Brasil.
Estas publicações são relevantes para aqueles envolvidos em relatórios IFRSs externos. A série In the
Headlines e a publicação Insights into IFRS: An overview fornecem um resumo geral para comitês de
auditoria e conselhos. Estas publicações estão disponíveis em inglês no site do KPMG International
Standards Group na forma de PDF ou por encomenda.
Sua necessidade Séria de publicações Objetivo
Resumo
In the Headlines
Fornece um resumo geral das mudanças
contábeis, de auditoria e governança
significativas, juntamente com o seu impacto
sobre as entidades.
IFRS Newsletters
Destaca as discussões recentes do IASB e do
FASB sobre os projetos de instrumentos
financeiros, seguros e arrendamento mercantil.
Inclui uma visão geral, uma análise do impacto
potencial das decisões, a situação atual e o
cronograma previsto para conclusão.
The Balancing Items
Foca nas alterações de escopo limitado nas
IFRSs.
New on the Horizon
Considera os requisitos de documentos de
consulta pública, como exposure drafts e fornece
as opiniões da KPMG. Também disponível para
setores específicos.
First Impressions
Considera os requisitos de novos
pronunciamentos e destaca as áreas que podem
resultar em uma mudança na prática.
29 |First Impressions: Receita de contratos com clientes 
 
 
 
Sua necessidade Séria de publicações Objetivo
Questões de
aplicação
Insights into IFRS
Enfatiza a aplicação das IFRSs na prática e
explica as conclusões a que chegamos em
muitas questões interpretativas. A versão
resumida fornece um resumo geral para os
comitês de auditoria e conselhos.
IFRS Practice Issues
Aborda questões de aplicação práticas que uma
entidade pode enfrentar ao aplicar as IFRSs.
Também disponível para setores específicos.
IFRS Handbooks
Inclui ampla orientação interpretativa e exemplos
ilustrativos para elaborar ou esclarecer a
aplicação prática de uma norma.
Relatórios
intermediários e
anuais 13
Guia para as
demonstrações
financeiras – Divulgações
ilustrativas
Ilustra um formato possível para as
demonstrações financeiras preparadas de acordo
com as IFRSs, com base em uma empresa
multinacional fictícia. Disponível para períodos
anuais e intermediários, e para setores
específicos.
Guia para as
demonstrações
financeiras – Lista de
verificação de divulgação
Identifica as divulgações exigidas para os
requisitos vigentes atualmente para períodos
anuais e intermediários.
Comparação dos
GAAP
IFRSs compared to U.S.
GAAP
Destaca as diferenças significativas entre as IFRS
e U.S. GAAP. A versão resumida fornece um
resumo geral para os comitês de auditoria e
conselhos.
Questões
específicas dos
setores
IFRS Sector Newsletters
Fornece uma atualização regular sobre os
acontecimentos contábeis e regulatórios que
afetam diretamente setores específicos.
Application of IFRSs
Ilustra como as entidades contabilizam e
divulgam questões específicas do setor em suas
demonstrações financeiras.
Impact of IFRSs
Fornece uma introdução geral para as principais
questões contábeis das IFRSs para setores
específicos e discute como a transição para as
IFRSs afetará uma entidade que atua nesse
setor.
12
                                                            
12
  Essas publicações também estão disponíveis em português no site www.kpmg.com.br.     
First Impressions: Receita de contratos com clientes |30 
 
Para a nova norma de reconhecimento de receita, também pretendemos emitir Falando sobre Receita
(Talking about Revenue), que vai focar nos pontos-chave que surgirem no processo de implementação
e Assuntos em Profundidade (Issues In-Depth), que fornecerá uma análise detalhada e observações
da nova norma.
Para ter acesso a uma ampla gama de orientações e literatura contábil, de auditoria e relatórios
financeiros, visite o Accounting Research Online da KPMG. Esse serviço online de assinatura pode ser
uma ferramenta valiosa para quem deseja se manter informado no atual ambiente dinâmico. Para
uma avaliação gratuita de 15 dias, visite aro.kpmg.com e inscreva-se hoje mesmo.
Reconhecimento
Gostaríamos de reconhecer os esforços dos principais autores desta publicação: Glenn D´souza, Katja
van der Kiuj-Groenberg, Amy Luchkovich, Brian O´Donovan, Henrik Parker e Anthony Voigt do KPMG
International Standards Group e Michael P. Breen, Paul H. Munter e Arturis I. Spencer III do
Departamento de Práticas Contábeis, KPMG nos Estados Unidos.
Também gostaríamos de agradecer aos membros do KPMG Global IFRS revenue recognition and
provisions topic team pelas suas contribuições:
Brian K. Allen Estados Unidos
Riaan Davel África do Sul
Phil Dowad (Líder) Canadá
Kim Heng Austrália
Prabhabar Kalavacherla Estados Unidos
Katja van der Kuij-Groenberg Holanda
Graciela Laso Argentina
Vijay Mathur Índia
Annie Mersereau França
Catherine Morley (Vice-Líder) Hong Kong
Brian O´Donovan (Vice-Líder) Inglaterra
Carmel O´Rouke República Tcheca
Thomas Schmid Suíça
Sachiko Tsujino Japão
31 |First Impressions: Receita de contratos com clientes 
 
 
 
Contato
Coordenação Técnica no Brasil
Danilo S. Simões e Ramon D. Jubels
Sócios do Departamento de Práticas Profissionais
+55 (11) 3245-8211
dpp@kpmg.com.br
Equipe Técnica no Brasil
Jennifer Anne Martin
Renata de Souza Gasparetto
Tiago Senger Bernert
kpmg.com/BR
 
 
 
 
 
 
 
 
 
© 2014 KPMG Auditores Independentes, uma sociedade simples brasileira e firma-membro da rede KPMG de firmas-membro independentes e
afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados.
O nome KPMG, o logotipo e “cutting through complexity” são marcas registradas ou comerciais da KPMG International.
Todas as informações apresentadas neste documento são de natureza genérica e não têm por finalidade abordar as circunstâncias de uma pessoa
ou entidade específica. Embora tenhamos nos empenhado em prestar informações precisas e atualizadas, não há garantia de sua exatidão na data
em que forem recebidas nem de que tal exatidão permanecerá no futuro. Essas informações não devem servir de base para se empreenderem ações
sem orientação profissional qualificada, precedida de um exame minucioso da situação em pauta. 

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Regularidade fiscal e a sua percepção de valor
Regularidade fiscal e a sua percepção de valorRegularidade fiscal e a sua percepção de valor
Regularidade fiscal e a sua percepção de valorRoberto Goldstajn
 
3. cpc 26 r1 apresentação das demonstrações contábeis
3. cpc 26 r1 apresentação das demonstrações contábeis3. cpc 26 r1 apresentação das demonstrações contábeis
3. cpc 26 r1 apresentação das demonstrações contábeisProfacp
 
Balanço patrimonial parte 1
Balanço patrimonial   parte 1Balanço patrimonial   parte 1
Balanço patrimonial parte 1Marcos Teixeira
 
PRONUNCIAMENTO TÉCNICO PME - CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
PRONUNCIAMENTO TÉCNICO PME - CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESASPRONUNCIAMENTO TÉCNICO PME - CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
PRONUNCIAMENTO TÉCNICO PME - CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESASRoberto Dias Duarte
 
Mudanças nas práticas contábeis, nas estimativas e correção de erros
Mudanças nas práticas contábeis, nas estimativas e correção de errosMudanças nas práticas contábeis, nas estimativas e correção de erros
Mudanças nas práticas contábeis, nas estimativas e correção de erroszeramento contabil
 
Capítulo 1 introdução a contabilidade gerencial
Capítulo 1   introdução a contabilidade gerencialCapítulo 1   introdução a contabilidade gerencial
Capítulo 1 introdução a contabilidade gerencialLIVIA SANTOS DE MIRANDA
 
15 - CPC 26 - Apresentação das Demonstrações Contábeis
15 - CPC 26 - Apresentação das Demonstrações Contábeis15 - CPC 26 - Apresentação das Demonstrações Contábeis
15 - CPC 26 - Apresentação das Demonstrações ContábeisMoore Stephens Brasil
 
Contabilidade gerencial capitulo i
Contabilidade gerencial capitulo iContabilidade gerencial capitulo i
Contabilidade gerencial capitulo iAriovaldo Silva
 
Estrutura das demonstraçoes
Estrutura das demonstraçoesEstrutura das demonstraçoes
Estrutura das demonstraçoeskleber_yvan
 
O básico da contabilidade para do direito comercial angolano
O básico da contabilidade para do direito comercial angolanoO básico da contabilidade para do direito comercial angolano
O básico da contabilidade para do direito comercial angolanoJoel Almeida
 
NBC TG 26 - APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
NBC TG 26-APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEISNBC TG 26-APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
NBC TG 26 - APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEISKarla Carioca
 
Sistemas de análise e apoio à decisão ppt
Sistemas de análise e apoio à decisão pptSistemas de análise e apoio à decisão ppt
Sistemas de análise e apoio à decisão pptNuno Tasso de Figueiredo
 
NBC TG Estrutura Conceitual
NBC TG Estrutura ConceitualNBC TG Estrutura Conceitual
NBC TG Estrutura ConceitualKarla Carioca
 
Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas e erros
Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas e errosPolíticas contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas e erros
Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas e errosUniversidade Pedagogica
 
Adoção das IFRS no Brasil - Palestra UFERSA
Adoção das IFRS no Brasil - Palestra UFERSAAdoção das IFRS no Brasil - Palestra UFERSA
Adoção das IFRS no Brasil - Palestra UFERSAKarla Carioca
 
Transacções em me e transposição das d fs em me – ias 21
Transacções em me e transposição das d fs em me – ias 21Transacções em me e transposição das d fs em me – ias 21
Transacções em me e transposição das d fs em me – ias 21Universidade Pedagogica
 
01 fundamentos de auditoria - 1
01   fundamentos de auditoria - 101   fundamentos de auditoria - 1
01 fundamentos de auditoria - 1jsrodolfo
 

Mais procurados (20)

Regularidade fiscal e a sua percepção de valor
Regularidade fiscal e a sua percepção de valorRegularidade fiscal e a sua percepção de valor
Regularidade fiscal e a sua percepção de valor
 
3. cpc 26 r1 apresentação das demonstrações contábeis
3. cpc 26 r1 apresentação das demonstrações contábeis3. cpc 26 r1 apresentação das demonstrações contábeis
3. cpc 26 r1 apresentação das demonstrações contábeis
 
Balanço patrimonial parte 1
Balanço patrimonial   parte 1Balanço patrimonial   parte 1
Balanço patrimonial parte 1
 
PRONUNCIAMENTO TÉCNICO PME - CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
PRONUNCIAMENTO TÉCNICO PME - CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESASPRONUNCIAMENTO TÉCNICO PME - CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
PRONUNCIAMENTO TÉCNICO PME - CONTABILIDADE PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
 
Mudanças nas práticas contábeis, nas estimativas e correção de erros
Mudanças nas práticas contábeis, nas estimativas e correção de errosMudanças nas práticas contábeis, nas estimativas e correção de erros
Mudanças nas práticas contábeis, nas estimativas e correção de erros
 
Capítulo 1 introdução a contabilidade gerencial
Capítulo 1   introdução a contabilidade gerencialCapítulo 1   introdução a contabilidade gerencial
Capítulo 1 introdução a contabilidade gerencial
 
Reunião COMJOVEM Gestão de Contratos
Reunião COMJOVEM Gestão de ContratosReunião COMJOVEM Gestão de Contratos
Reunião COMJOVEM Gestão de Contratos
 
15 - CPC 26 - Apresentação das Demonstrações Contábeis
15 - CPC 26 - Apresentação das Demonstrações Contábeis15 - CPC 26 - Apresentação das Demonstrações Contábeis
15 - CPC 26 - Apresentação das Demonstrações Contábeis
 
Resumo dos CPCs
Resumo dos CPCsResumo dos CPCs
Resumo dos CPCs
 
Contabilidade gerencial capitulo i
Contabilidade gerencial capitulo iContabilidade gerencial capitulo i
Contabilidade gerencial capitulo i
 
Estrutura das demonstraçoes
Estrutura das demonstraçoesEstrutura das demonstraçoes
Estrutura das demonstraçoes
 
O básico da contabilidade para do direito comercial angolano
O básico da contabilidade para do direito comercial angolanoO básico da contabilidade para do direito comercial angolano
O básico da contabilidade para do direito comercial angolano
 
NBC TG 26 - APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
NBC TG 26-APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEISNBC TG 26-APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
NBC TG 26 - APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
 
Sistemas de análise e apoio à decisão ppt
Sistemas de análise e apoio à decisão pptSistemas de análise e apoio à decisão ppt
Sistemas de análise e apoio à decisão ppt
 
NBC TG Estrutura Conceitual
NBC TG Estrutura ConceitualNBC TG Estrutura Conceitual
NBC TG Estrutura Conceitual
 
Gestão financeira
Gestão financeiraGestão financeira
Gestão financeira
 
Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas e erros
Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas e errosPolíticas contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas e erros
Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas e erros
 
Adoção das IFRS no Brasil - Palestra UFERSA
Adoção das IFRS no Brasil - Palestra UFERSAAdoção das IFRS no Brasil - Palestra UFERSA
Adoção das IFRS no Brasil - Palestra UFERSA
 
Transacções em me e transposição das d fs em me – ias 21
Transacções em me e transposição das d fs em me – ias 21Transacções em me e transposição das d fs em me – ias 21
Transacções em me e transposição das d fs em me – ias 21
 
01 fundamentos de auditoria - 1
01   fundamentos de auditoria - 101   fundamentos de auditoria - 1
01 fundamentos de auditoria - 1
 

Destaque

Film audience
Film audienceFilm audience
Film audienceelbadri96
 
Creative thinking techniques, Part 2
Creative thinking techniques, Part 2Creative thinking techniques, Part 2
Creative thinking techniques, Part 2Dexa Mexa
 
Matthew swinbourne analysis of taken
Matthew swinbourne analysis of takenMatthew swinbourne analysis of taken
Matthew swinbourne analysis of takenMattSwinbourne
 
Joe's question 2
Joe's question 2Joe's question 2
Joe's question 2ja6808
 
Reflexiono sobre mi aprendizaje. Proyecto "Ojos que no ven, corazón que no si...
Reflexiono sobre mi aprendizaje. Proyecto "Ojos que no ven, corazón que no si...Reflexiono sobre mi aprendizaje. Proyecto "Ojos que no ven, corazón que no si...
Reflexiono sobre mi aprendizaje. Proyecto "Ojos que no ven, corazón que no si...Ana Basterra
 
Location recce Somerleyton
Location recce SomerleytonLocation recce Somerleyton
Location recce Somerleytonhannahmai
 
Unit64 land e_checklist_191113
Unit64 land e_checklist_191113Unit64 land e_checklist_191113
Unit64 land e_checklist_191113HaiiEmmaa
 
NIP_Embarq, Mobility Solutions
NIP_Embarq, Mobility SolutionsNIP_Embarq, Mobility Solutions
NIP_Embarq, Mobility SolutionsSensing Local
 
Clinic clerk performance appraisal
Clinic clerk performance appraisalClinic clerk performance appraisal
Clinic clerk performance appraisalrileychaplin12
 

Destaque (19)

Film audience
Film audienceFilm audience
Film audience
 
H
HH
H
 
Creative thinking techniques, Part 2
Creative thinking techniques, Part 2Creative thinking techniques, Part 2
Creative thinking techniques, Part 2
 
2 do examen de diagnostico 2 2014 2015
2 do examen de diagnostico 2 2014   20152 do examen de diagnostico 2 2014   2015
2 do examen de diagnostico 2 2014 2015
 
Christmas
ChristmasChristmas
Christmas
 
Libro informática 3º trimestre
Libro informática 3º trimestreLibro informática 3º trimestre
Libro informática 3º trimestre
 
After hours script
After hours scriptAfter hours script
After hours script
 
Aula 00
Aula 00Aula 00
Aula 00
 
NazarukResumePDF
NazarukResumePDFNazarukResumePDF
NazarukResumePDF
 
Matthew swinbourne analysis of taken
Matthew swinbourne analysis of takenMatthew swinbourne analysis of taken
Matthew swinbourne analysis of taken
 
Joe's question 2
Joe's question 2Joe's question 2
Joe's question 2
 
Co operare aicon
Co operare aiconCo operare aicon
Co operare aicon
 
Поради вчителю
Поради вчителюПоради вчителю
Поради вчителю
 
Reflexiono sobre mi aprendizaje. Proyecto "Ojos que no ven, corazón que no si...
Reflexiono sobre mi aprendizaje. Proyecto "Ojos que no ven, corazón que no si...Reflexiono sobre mi aprendizaje. Proyecto "Ojos que no ven, corazón que no si...
Reflexiono sobre mi aprendizaje. Proyecto "Ojos que no ven, corazón que no si...
 
Location recce Somerleyton
Location recce SomerleytonLocation recce Somerleyton
Location recce Somerleyton
 
Unit64 land e_checklist_191113
Unit64 land e_checklist_191113Unit64 land e_checklist_191113
Unit64 land e_checklist_191113
 
Pat 2011-paper
Pat 2011-paperPat 2011-paper
Pat 2011-paper
 
NIP_Embarq, Mobility Solutions
NIP_Embarq, Mobility SolutionsNIP_Embarq, Mobility Solutions
NIP_Embarq, Mobility Solutions
 
Clinic clerk performance appraisal
Clinic clerk performance appraisalClinic clerk performance appraisal
Clinic clerk performance appraisal
 

Semelhante a Receitas ifrs 15 ifrs em-destaque-02-14-first-impressions kpmg

Ifrs 15 uma abordagem sobre a nova norma - kpmg
Ifrs 15   uma abordagem sobre a nova norma - kpmgIfrs 15   uma abordagem sobre a nova norma - kpmg
Ifrs 15 uma abordagem sobre a nova norma - kpmgavieiracpa
 
IFRSTempos Contabeis 31 5 11 Binder1
IFRSTempos Contabeis 31 5 11 Binder1IFRSTempos Contabeis 31 5 11 Binder1
IFRSTempos Contabeis 31 5 11 Binder1IBGC Chapter Parana
 
Demes britto entrevista mp 627
Demes britto entrevista mp 627Demes britto entrevista mp 627
Demes britto entrevista mp 627dbritto11
 
Atps contabilidade intermediária
Atps   contabilidade intermediáriaAtps   contabilidade intermediária
Atps contabilidade intermediáriadaianeareas
 
Principios contabeis uma construção m4-ar
Principios contabeis   uma construção m4-arPrincipios contabeis   uma construção m4-ar
Principios contabeis uma construção m4-arsan1404
 
Planejamento Estratégico para Empresas em Geral
Planejamento Estratégico para Empresas em GeralPlanejamento Estratégico para Empresas em Geral
Planejamento Estratégico para Empresas em GeralLucasMartins397455
 
HAMONIZAÇÃO CONTABILBooklet ibri-2010
HAMONIZAÇÃO CONTABILBooklet ibri-2010HAMONIZAÇÃO CONTABILBooklet ibri-2010
HAMONIZAÇÃO CONTABILBooklet ibri-2010Luziane Madeira
 
Resenha contabil
Resenha contabilResenha contabil
Resenha contabilReive
 
Sinopse contabil-e-tributaria-2015-versao-final
Sinopse contabil-e-tributaria-2015-versao-finalSinopse contabil-e-tributaria-2015-versao-final
Sinopse contabil-e-tributaria-2015-versao-finalJeferson Alexandre
 
Ifrs Insatisfeitos Podem Reclamar De Regra Contabil Sobre Receita17 6 11
Ifrs Insatisfeitos Podem Reclamar De Regra Contabil Sobre Receita17 6 11Ifrs Insatisfeitos Podem Reclamar De Regra Contabil Sobre Receita17 6 11
Ifrs Insatisfeitos Podem Reclamar De Regra Contabil Sobre Receita17 6 11IBGC Chapter Parana
 
O planejamento tributário e a rentabilidade para empresas movimentadas pelo l...
O planejamento tributário e a rentabilidade para empresas movimentadas pelo l...O planejamento tributário e a rentabilidade para empresas movimentadas pelo l...
O planejamento tributário e a rentabilidade para empresas movimentadas pelo l...Vanessa Ferras
 
Abril e maio 2017
Abril e maio 2017Abril e maio 2017
Abril e maio 2017Aportesol
 
Nbctsp03
Nbctsp03Nbctsp03
Nbctsp03CRC-PI
 
Nbc tsp 03 .
Nbc tsp 03 .Nbc tsp 03 .
Nbc tsp 03 .CRC-PI
 

Semelhante a Receitas ifrs 15 ifrs em-destaque-02-14-first-impressions kpmg (20)

Ifrs 15 uma abordagem sobre a nova norma - kpmg
Ifrs 15   uma abordagem sobre a nova norma - kpmgIfrs 15   uma abordagem sobre a nova norma - kpmg
Ifrs 15 uma abordagem sobre a nova norma - kpmg
 
IFRSTempos Contabeis 31 5 11 Binder1
IFRSTempos Contabeis 31 5 11 Binder1IFRSTempos Contabeis 31 5 11 Binder1
IFRSTempos Contabeis 31 5 11 Binder1
 
Demes britto entrevista mp 627
Demes britto entrevista mp 627Demes britto entrevista mp 627
Demes britto entrevista mp 627
 
Atps contabilidade intermediária
Atps   contabilidade intermediáriaAtps   contabilidade intermediária
Atps contabilidade intermediária
 
Ifrs conference
Ifrs conferenceIfrs conference
Ifrs conference
 
Ifrs conference
Ifrs conferenceIfrs conference
Ifrs conference
 
Principios contabeis uma construção m4-ar
Principios contabeis   uma construção m4-arPrincipios contabeis   uma construção m4-ar
Principios contabeis uma construção m4-ar
 
Planejamento Estratégico para Empresas em Geral
Planejamento Estratégico para Empresas em GeralPlanejamento Estratégico para Empresas em Geral
Planejamento Estratégico para Empresas em Geral
 
HAMONIZAÇÃO CONTABILBooklet ibri-2010
HAMONIZAÇÃO CONTABILBooklet ibri-2010HAMONIZAÇÃO CONTABILBooklet ibri-2010
HAMONIZAÇÃO CONTABILBooklet ibri-2010
 
Resenha contabil
Resenha contabilResenha contabil
Resenha contabil
 
Cpc 11638 sap
Cpc 11638 sapCpc 11638 sap
Cpc 11638 sap
 
Aula 02
Aula 02Aula 02
Aula 02
 
Demes entrevista 627
Demes entrevista 627Demes entrevista 627
Demes entrevista 627
 
Estudo_exercicios_CRC.pdf
Estudo_exercicios_CRC.pdfEstudo_exercicios_CRC.pdf
Estudo_exercicios_CRC.pdf
 
Sinopse contabil-e-tributaria-2015-versao-final
Sinopse contabil-e-tributaria-2015-versao-finalSinopse contabil-e-tributaria-2015-versao-final
Sinopse contabil-e-tributaria-2015-versao-final
 
Ifrs Insatisfeitos Podem Reclamar De Regra Contabil Sobre Receita17 6 11
Ifrs Insatisfeitos Podem Reclamar De Regra Contabil Sobre Receita17 6 11Ifrs Insatisfeitos Podem Reclamar De Regra Contabil Sobre Receita17 6 11
Ifrs Insatisfeitos Podem Reclamar De Regra Contabil Sobre Receita17 6 11
 
O planejamento tributário e a rentabilidade para empresas movimentadas pelo l...
O planejamento tributário e a rentabilidade para empresas movimentadas pelo l...O planejamento tributário e a rentabilidade para empresas movimentadas pelo l...
O planejamento tributário e a rentabilidade para empresas movimentadas pelo l...
 
Abril e maio 2017
Abril e maio 2017Abril e maio 2017
Abril e maio 2017
 
Nbctsp03
Nbctsp03Nbctsp03
Nbctsp03
 
Nbc tsp 03 .
Nbc tsp 03 .Nbc tsp 03 .
Nbc tsp 03 .
 

Receitas ifrs 15 ifrs em-destaque-02-14-first-impressions kpmg

  • 1.       AUDIT   IFRS em destaque 02/14: First Impressions IFRS 15 - Receita de contratos com clientes kpmg.com/BR 
  • 2. Índice Uma nova estrutura global para a receita 2 1 Principais fatos 3 2 Principais impactos 4 3 Quando aplicar a nova norma 6 4 Como aplicar o modelo de cinco etapas 7 Etapa 1 – Identificar o contrato com um cliente 7 Etapa 2 – Identificar as obrigações de desempenho estabelecidas no contrato 9 Etapa 3 – Determinar o preço da transação 11 Etapa 4 – Alocar o preço da transação às obrigações de desempenho 14 Etapa 5 – Reconhecer a receita no momento em que (ou à medida em que) a entidade cumprir uma obrigação de desempenho 16 5 Custos do contrato 20 6 Modificações nos contratos 22 7 Apresentação e divulgação 24 8 Data de vigência e transição 26 9 Sobre esta publicação 28 Conteúdo 28 Mantendo-o informado 28 Reconhecimentos 30
  • 3. First Impressions: Receita de contratos com clientes |2    Uma nova norma global para a receita Em 28 de maio de 2014, o IASB e o FASB publicaram uma nova norma conjunta sobre o reconhecimento de receitas, que substitui a maior parte da orientação detalhada sobre o reconhecimento de receita que existe atualmente em IFRS e U.S. GAAP. A publicação de uma única norma sobre o reconhecimento de receitas é uma grande conquista para os órgãos normativos, mas para as entidades que reportam o trabalho está apenas começando. A nova norma vem mais de cinco anos após o IASB e o FASB publicarem a primeira versão de suas propostas de reconhecimento de receitas conjuntamente. O longo prazo do projeto fez com que muitas entidades adiassem a avaliação de como seriam afetadas. É natural que alguns tenham tomado a abordagem “só acredito vendo” ao receberem a notícia de que os requisitos de contabilidade estavam prestes a mudar. Mas aconteceu, temos uma nova norma sobre um dos mais importantes indicadores financeiros - receitas - e será aplicável a quase todas as empresas que preparam relatórios em IFRS e U.S. GAAP. As novas exigências afetarão diferentes entidades de maneiras diferentes. Entidades que vendem produtos e serviços em um pacote só, ou aquelas envolvidos em grandes projetos - por exemplo, nas indústrias de telecomunicações, software, engenharia, construção e imobiliária - podem sofrer mudanças significativas no momento do reconhecimento da receita. Para outras entidades, os impactos podem não ser tão relevantes. No entanto, todas as entidades precisam avaliar os impactos para que possam lidar com as implicações nos seus negócios. Em particular, os novos requisitos de divulgação são extensos e podem exigir mudanças nos sistemas e processos para coletar os dados necessários - mesmo se não houver alteração nos números nas demonstrações financeiras. A nova norma entra em vigor em janeiro de 2017, embora entidades que reportam em IFRS pode optar por aplicá-la mais cedo, o que não está disponível para entidades que reportam de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. Enquanto a data de vigência pode parecer muito distante, certas decisões precisam ser tomadas em breve - por exemplo, quando e como fazer a transição para a nova norma. Uma decisão antecipada permitirá que as empresas desenvolvam um plano de implementação eficiente e informem os seus principais stakeholders.
  • 4. 3 |First Impressions: Receita de contratos com clientes        1 Principais fatos A nova norma fornece uma estrutura que substitui a orientação existente sobre reconhecimento de receita nos U.S. GAAP e IFRSs. Ela afasta-se dos requisitos específicos por indústria e tipo de transações com base nos U.S. GAAP, que atualmente também são usados por algumas entidades que reportam em IFRSs na ausência de orientação específica nas IFRSs. As novas exigências de divulgação qualitativa e quantitativa visam ajudar os usuários das demonstrações financeiras a entender a natureza, o montante, o momento e a incerteza em relação à receita e aos fluxos de caixa decorrentes de contratos com clientes. As entidades aplicarão um modelo de cinco etapas para determinar quando reconhecer a receita, e por qual valor. O modelo especifica que a receita deve ser reconhecida quando (ou conforme) uma entidade transfere o controle de bens ou serviços para os clientes, pelo valor que a entidade espera ter direito a receber. Dependendo se determinados critérios são cumpridos, a receita é reconhecida:  com o passar do tempo, de uma forma a refletir o desempenho da entidade da melhor maneira possível; ou  em um determinado momento, quando o controle do bem ou serviço é transferido para o cliente. Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 4  Etapa 5 A nova norma fornece orientação de implementação em diversos tópicos, incluindo garantias e licenças. Ela também oferece orientação sobre quando capitalizar custos de obtenção e cumprimento de um contrato, a menos que já exista orientação em outra norma contábil – por exemplo, para estoques. Para algumas entidades, pode haver pouca mudança no momento e no montante da receita reconhecida. No entanto, chegar a esta conclusão exigirá um entendimento do novo modelo e uma análise da sua aplicação a determinadas transações. A nova norma entra em vigor para exercícios iniciados em ou após 1o de janeiro de 2017 para as entidades que aplicam as IFRSs e exercícios iniciados após 15 de dezembro de 2016 para entidades abertas que aplicam os U.S. GAAP1 . A adoção antecipada é permitida apenas para fins das IFRSs. No entanto, a adoção antecipada não está disponível para entidades que divulgam suas demonstrações financeiras de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. O impacto da nova norma irá variar de acordo com a indústria da entidade. As etapas do modelo que são mais suscetíveis a afetar a prática atual de indústrias específicas são resumidas abaixo.2   Etapa   1 2 3 4 5 Aeroespacial e defesa           Administradores de fundos           Montagem e construção           Fabricantes sob contrato           Saúde (EUA)           Licenciadores (Mídia, Ciências Biológicas, Franqueadores) 2           Bens Imóveis           Softwares           Telecomunicações (Redes móveis, Cabo)                                                                        1 As entidades fechadas têm a opção de diferir a aplicação por mais um ano, mas podem usar a mesma data. 2 Ciências biológicas, em especial.  Identificar o contrato  Identificar as obrigações de desem- penho Determinar o preço da transação  Alocar o preço da transação  Reconhecer a receita 
  • 5. First Impressions: Receita de contratos com clientes |4    2 Principais impactos  A receita pode ser reconhecida em um determinado momento ou com o passar do tempo. As entidades que atualmente utilizam os métodos de fase de conclusão/porcentagem de conclusão precisarão reavaliar se reconhecerão a receita com o passar do tempo ou em um determinado momento. Se elas continuarem a reconhecer a receita com o passar do tempo, a maneira na qual o progresso para a conclusão é mensurado pode mudar. Outras entidades que atualmente reconhecem a receita em um determinado momento podem passar a reconhecê-la com o passar do tempo. Baseado nos novos critérios, uma entidade precisará avaliar a natureza das suas obrigações de desempenho e efetuar uma revisão detalhada dos termos contratuais, considerando o que é legalmente aplicável na sua jurisdição.  Possível aceleração ou diferimento do reconhecimento da receita. Em comparação com a contabilidade atual, o reconhecimento de receita pode ser acelerado ou diferido para transações com múltiplos elementos, valores de contraprestação variável ou licenças. As principais métricas e índices financeiros podem ser afetados, afetando as expectativas dos analistas, precificações contingentes, acordos de remuneração e cláusulas contratuais de “covenants”.  Revisões podem ser necessárias para o planejamento tributário, cumprimento das cláusulas de “covenants” e planos de incentivo de vendas. O momento dos pagamentos de impostos, capacidade de pagar dividendos em algumas jurisdições e cumprimento das cláusulas de “covenants” podem ser afetados. Mudanças tributárias causadas pelos ajustes no momento e valor de reconhecimento das receitas, despesas e custos capitalizados podem exigir a revisão do planejamento tributário. As entidades podem precisar reconsiderar os bônus e os planos de incentivo para funcionários visando garantir que eles permaneçam alinhados com as metas corporativas.  Os processos de vendas e contratação podem precisar ser reconsiderados. Reavaliação dos termos contratuais e práticas comerciais atuais – como canais de distribuição – poderá ser necessário para algumas entidades.  Os sistemas de TI podem precisar ser atualizados. Poderá ser necessário para as entidades capturar dados adicionais exigidos pela nova norma – por exemplo, dados utilizados para fazer estimativas de transações de receita e corroborar divulgações. A aplicação da nova norma retrospectivamente pode significar a introdução antecipada de novos sistemas e processos, e, potencialmente, uma necessidade de manter registros paralelos durante o período de transição.  Novas estimativas e julgamentos serão exigidos. A nova norma introduz novas estimativas e limites que necessitam alto grau de julgamento, o que pode afetar o valor e/ou momento de reconhecimento de receita. Os julgamentos e estimativas precisarão ser atualizados, levando potencialmente a mais ajustes nas demonstrações financeiras para mudanças de estimativas em períodos subsequentes.  Os processos contábeis e controles internos precisarão ser revisados. As entidades precisarão de processos para capturar novas informações na sua origem – por exemplo, a administração executiva, operações de vendas, marketing e desenvolvimento de negócios – e para documentá-las de forma adequada, especialmente quanto a estimativas e julgamentos. As entidades também precisarão considerar os controles internos necessários para assegurar a integridade e precisão das informações – especialmente se elas não foram levantadas previamente.  Novas divulgações extensivas serão exigidas. Preparar novas divulgações pode ser uma
  • 6. 5 |First Impressions: Receita de contratos com clientes        tarefa demorada, e capturar as informações necessárias pode exigir esforço incremental ou mudanças nos sistemas. Não foi apresentada nenhuma isenção para omitir divulgações no caso de informações sensíveis do ponto de vista comercial.  As entidades precisarão se comunicar com as partes interessadas. Os investidores e outras partes interessadas vão querer compreender o impacto da nova norma no negócio como um todo – provavelmente antes da sua vigência. Pode haver interesse a respeito do efeito sobre os resultados financeiros, os custos de implementação, quaisquer mudanças propostas nas práticas de negócios, a abordagem de transição selecionada e, para os que reportam em IFRSs, e certas entidades reportando em U.S. GAAP - se pretendem fazer uma adoção antecipada. No entanto, a adoção antecipada não está disponível para entidades que divulgam suas demonstrações financeiras de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.
  • 7. First Impressions: Receita de contratos com clientes |6    3 Quando aplicar a nova norma A nova norma aplica-se a contratos de entrega de bens ou serviços para um cliente, exceto quando tais contratos envolvem:  arrendamentos mercantis;  seguros3 ;  direitos ou obrigações que estão no âmbito da orientação de determinados instrumentos financeiros – por exemplo, contratos de derivativos;  garantias, exceto garantias de produtos ou serviços (somente para U.S. GAAP4 ); ou  trocas não monetárias entre entidades na mesma linha de negócios que facilitam as vendas para clientes que não são parte desta troca. Um contrato com um cliente pode estar parcialmente no alcance da nova norma e parcialmente no alcance de outra orientação contábil – por exemplo, um contrato de arrendamento de um ativo e manutenção de equipamentos arrendados ou um contrato de serviços financeiros com um depósito em dinheiro e serviços de tesouraria. Partes da nova norma – por exemplo, identificar o contrato com o cliente, determinar o preço da transação, determinação de quando o controle é transferido – também se aplicam às vendas de ativos intangíveis e imobilizado, inclusive imóveis, que não são resultado das atividades ordinárias de uma entidade. Os contratos com um colaborador ou sócio estão no alcance da nova norma apenas na medida em que a contraparte for um cliente ou se a entidade determina que não existem orientações existentes mais relevantes a aplicar. A nova norma também inclui um expediente prático permitindo que as entidades apliquem seus requisitos a uma carteira de contratos com características semelhantes se não é esperado que o resultado seja materialmente diferente da contabilização dos contratos individualmente.                                                              3 Na versão da norma emitida pelo FASB, a exclusão do alcance é só para excluir contratos de seguro emitidas pelas entidades seguradoras que estão dentro do alcance de FASB ASC Topic 944 Financial Services – Insurance. 4 Na versão da norma emitida pelo FASB, a norma exclui garantias que estão dentro do alcance de FASB ASC Topic 460 Guarantees.      Não está claro que nível de isenção a abordagem de carteira oferecerá Embora a abordagem de carteira possa ser mais efetiva economicamente do que a aplicação da nova norma em uma base de contrato individual, não está claro que nível de esforço será necessário para avaliar quais características semelhantes constituem uma carteira – por exemplo, o impacto de diferentes ofertas, períodos de tempo ou localizações geográficas – além de avaliar se a abordagem de carteira é apropriada, desenvolvendo o processo e os controles necessários para contabilização da carteira. O contrato está plenamente no alcance de outras normas contábeis? Aplicar essas outras normas Aplicar nova norma sobre reconhecimento de receitas O contrato está parcialmente no alcance de outras normas contábeis?  Essa norma possui uma orientação específica aplicável?  Primeiramente, aplique a outra norma e, em seguida, para o residual...  Sim  Sim  Não  Não  Sim  Quais são as implicações? Não 
  • 8. 7 |First Impressions: Receita de contratos com clientes        4 Como aplicar o modelo de cinco etapas O princípio fundamental do modelo de cinco etapas da nova norma é que as entidades devem reconhecer a receita para representar a transferência dos bens ou serviços prometidos aos clientes – e o montante da receita reconhecida deve refletir a contraprestação que elas esperam receber em troca desses bens ou serviços. Etapa 1 – Identificar o contrato com o cliente A nova norma define um contrato como um acordo entre duas ou mais partes que cria direitos e obrigações exigíveis e especifica que exigibilidade é uma questão da lei. Os contratos podem ser escritos, orais ou implícitos por práticas comerciais usuais de uma entidade. Em alguns casos, dois ou mais contratos são combinados e contabilizados como um único contrato com um cliente. Um contrato com um cliente também precisa atender todos os seguintes critérios. Etapa 1 Identificar o contrato com o cliente Etapa 3 Determinar o preço da transação Etapa 2 Identificar as obrigações de desempenho estabelecidas no contrato Contrato (ou contratos combinados)  Preço da transação para o contrato  Obrigação de desempenho 1  Obrigação de desempenho 2  Alocar o preço da transação à obrigação de desempenho 1  Alocar o preço da transação à obrigação de desempenho 2  Etapa 4 Alocar o preço da transação às obrigações de desempenho no contrato Etapa 5 Reconhecer a receita no momento em que (ou à medida em que) a entidade cumprir uma obrigação de desempenho Reconhecer a receita  Reconhecer a receita  ... o recebimento da contraprestação é provável ... ele possui substância comercial  ... os direitos aos bens ou serviços e condições de pagamento podem ser identificados  ... ele é aprovado e as partes estão comprometidas com as suas obrigações   Um contrato existe se... Setores que poderão ser mais significativamente afetados: aeroespacial e defesa, saúde (EUA), ciências biológicas, imobiliário
  • 9. First Impressions: Receita de contratos com clientes |8    Se um contrato atende todos os critérios descritos acima no inicio do contrato, uma entidade não precisa reavaliar esses critérios a menos que haja uma mudança significativa nos fatos e circunstâncias. 5 Próximos passos As entidades precisarão rever os termos de todos os seus contratos em detalhes e avaliar se existe um contrato sob a nova norma, considerando o que é legalmente aplicável em sua jurisdição. Elas também podem querer montar uma equipe de projeto interdepartamental – por exemplo, contabilidade, jurídico e financeiro – para analisar os contratos e estabelecer políticas para avaliar o risco de crédito.                                                              5   O limite varia entre IFRSs e U.S. GAAP devido a diferentes significados do termo ”provável”.  Expectativa de recebimento direcionará a aplicação do novo modelo de receita Atualmente, as entidades geralmente avaliam a possibilidade de recebimento ao determinar se reconhecem a receita. Com a nova norma, as entidades aplicam o modelo de reconhecimento da receita se, no início de um contrato, for “provável”5 que elas receberão a contraprestação à qual têm direito. Nessa avaliação, as entidades consideram a capacidade e a intenção do cliente, que inclui avaliar sua capacidade de pagar esse valor de contraprestação quando ele for devido. O critério é desenhado para evitar que as entidades apliquem o modelo de receita para contratos problemáticos e reconheçam a receita e uma grande perda por redução ao valor recuperável ao mesmo tempo. Para a maioria dos setores, esta questão provavelmente não terá um efeito significativo sobre a prática atual. Quais são as implicações? Em um acordo para vender um imóvel, a Entidade X avalia a existência de um contrato, considerando fatores como:  os recursos financeiros disponíveis do comprador;  o compromisso do comprador com o contrato, que pode ser determinado com base na importância da propriedade para as operações do comprador;  a experiência prévia do vendedor com contratos e compradores semelhantes em circunstâncias semelhantes;  a intenção do vendedor de fazer valer os seus direitos contratuais; e  as condições de pagamento do acordo. Se a Entidade X conclui que não é provável que receberá o valor ao qual espera ter direito, então nenhuma receita é reconhecida. Em vez disso, a Entidade X aplica a nova orientação sobre a contraprestação recebida antes da existência de um contrato, e provavelmente contabiliza inicialmente qualquer valor recebido como um depósito no passivo. Exemplo – Avaliar a existência de um contrato para vender um imóvel
  • 10. 9 |First Impressions: Receita de contratos com clientes        Etapa 2 – Identificar as obrigações de desempenho estabelecidas no contrato As entidades identificam cada promessa de entregar um bem ou prestar um serviço em um contrato com um cliente. Uma promessa constitui uma obrigação de desempenho se o bem ou serviço prometido for distinto. Um bem ou serviço prometido é distinto se preencher os dois critérios a seguir. A nova norma inclui orientações adicionais para ajudar a determinar se os critérios acima são cumpridos. Os indicadores que uma obrigação de desempenho é identificável separadamente incluem o seguinte.  A entidade não fornece um serviço significativo de integração do bem ou serviço com outros bens ou serviços prometidos no contrato.  O bem ou serviço não modifica significativamente ou customiza um outro bem ou serviço prometido no contrato.  O bem ou serviço não é altamente dependente ou altamente inter-relacionado com outros bens ou serviços prometidos no contrato. Uma série de produtos ou serviços distintos que são substancialmente os mesmos e que têm o mesmo padrão de transferência para o cliente – por exemplo, um contrato de fornecimento fixo de energia – constitui uma obrigação de desempenho única. Critério 1 O cliente pode se beneficiar do bem ou serviço por conta própria ou juntamente com outros recursos que estão prontamente disponíveis para ele Critério 2 A promessa da entidade de transferir o bem ou serviço para o cliente é identificável separada- mente de outras promessas no contrato Não distinta – combinar com outros bens e serviços  Obrigação de desempenho distinta e Sim  Não  Setores que poderão ser mais significativamente afetados: licenciadores, imóveis, software, telecomunicações
  • 11. First Impressions: Receita de contratos com clientes |10    6 Próximos passos As entidades precisarão identificar todos os seus contratos para entregar diversos bens ou serviços, e avaliar quais bens ou serviços prometidos podem ser contabilizados separadamente sob o novo modelo. As entidades podem, portanto, querer desenvolver indicadores para avaliar o grau de integração, personalização ou inter-relação necessária para um contrato ser contabilizado como uma obrigação de desempenho única.                                                              6 FASB ASC Subtopic 985-605 Software Revenue Recognition  Os bens ou serviços prometidos podem ser desagregados (ou agregados) com maior frequência Algo próximo do Critério 1 já é amplamente utilizado atualmente. O Critério 2 por sua vez é um novo conceito que exigirá que as entidades reflitam de forma diferente sobre os bens ou serviços prometidos. Comparado com a prática atual, ele pode resultar em mais bens ou serviços sendo desagregados dos outros em um contrato. Alternativamente, uma entidade pode agrupar os bens ou serviços prometidos que possuem valor independente para o cliente hoje, porque eles são altamente inter-relacionados com outros bens ou serviços prometidos no contrato. Para as entidades que preparam as demonstrações financeiras com base nos U.S. GAAP que atualmente aplicam o requisito de evidência objetiva específica do fornecedor (VSOE) para separar elementos de software não entregues dos elementos entregues, será mais fácil de separar e reconhecer a receita antecipadamente para os elementos já entregues do acordo. A promessa não é identificável separadamente Atualmente, a orientação de reconhecimento da receita de software com base nos U.S. GAAP especifica que, se elementos não entregues são essenciais para a funcionalidade do elemento entregue, então o software e serviços relacionados são tratados como uma única unidade de contabilidade 6 . Não está claro se os termos ”altamente dependentes” ou ”altamente inter-relacionados”, conforme utilizados na nova norma são o mesmo que ”essencial para a funcionalidade”, conforme utilizado conforme os U.S. GAAP atuais para contratos de software.  Quais são as implicações? A Entidade Y tem um contrato para construir uma casa, um processo que exige diversos bens e serviços diferentes. Geralmente, esses bens atenderiam o Critério 1, visto que o cliente poderá se beneficiar de cada tijolo individualmente ou janela juntamente com outros recursos prontamente disponíveis. No entanto, o Critério 2 não é atendido para cada tijolo e janela, pois a Entidade Y fornece um serviço de integração desses produtos em um resultado combinado. Os bens e serviços utilizados para a construção da casa são, portanto, combinados e contabilizados como uma obrigação de desempenho única. Por outro lado, a Entidade Z compra uma máquina e contrata sua instalação da Entidade Y. A instalação não é especializada e também é oferecida por outros fornecedores, sem implicações para o adequado funcionamento da máquina. A máquina é um item distinto já que o cliente pode se utilizar dela com o uso de serviços de instalação que estão prontamente disponíveis no mercado sem que isso afete o seu funcionamento. Consequentemente, os dois critérios são atendidos e tanto a máquina quanto o serviço de instalação são considerados obrigações de desempenho separadas. Exemplo – Identificação das obrigações de desempenho
  • 12. 11 |First Impressions: Receita de contratos com clientes        Etapa 3 – Determinar o preço da transação O preço da transação é o montante da contraprestação que uma entidade tem direito em troca da transferência de bens ou serviços para um cliente. Para determinar esse montante, uma entidade considera vários fatores. Há uma exceção para remunerações baseadas em volumes de venda e de utilização – por exemplo, royalties – decorrentes de licenças de propriedade intelectual. De acordo com a nova norma, as entidades não podem incluir estimativas dessas remunerações no preço da transação; em vez disso, a receita proveniente dessas remunerações é reconhecida somente quando o último dos eventos abaixo ocorrer:  venda e utilização subsequente; e  satisfação ou satisfação parcial da obrigação de desempenho a que os royalties estão relacionados. No entanto, essa exceção aplica-se apenas a licenças de propriedade intelectual distintas. Duas áreas chave a serem consideradas para determinar o preço da transação são o valor de contraprestação variável e a existência de um componente de financiamento significativo. Valor de contraprestação variável (e o fator limitante) Itens como descontos, créditos, concessões de preços, devoluções ou bônus/penalidades de desempenho poderão resultar em um valor de contraprestação variável. Dependendo dos fatos e circunstâncias, as entidades estimam o valor de contraprestação variável usando o valor esperado ou o valor mais provável. No entanto, uma entidade pode ter de restringir o valor de contraprestação variável que inclui no preço da transação. Quando esse ”fator limitante” é aplicável, as entidades incluem o valor de contraprestação variável no preço da transação apenas na medida em que seja ”altamente provável”7 que um estorno significativo – ou seja, um ajuste para baixo significativo no valor da receita acumulada reconhecida – não ocorrerá posteriormente. Para avaliar se – e até que ponto – deveria aplicar esse fator limitante, as entidades considerarão:  a probabilidade de um estorno da receita resultante de um acontecimento futuro incerto; e  a magnitude do estorno se esse evento futuro incerto ocorresse.                                                              7 IFRS 15 utiliza o termo ”altamente provável” – que é um limite significativamente mais alto do que ”mais provável do que não” – com a intenção de convergir com o significado do termo ”provável”, conforme usado nos U.S. GAAP. Valor de contraprestação variável (e o fator limitante) Consideração do risco de estorno da receita ao determinar que nível de valor de contraprestação variável incluir no preço da transação. Componente de financiamento significativo Para contratos com um componente de financiamento significativo, a entidade ajusta o valor prometido da contraprestação para refletir o valor do dinheiro no tempo. Contraprestação não monetária A contraprestação não monetária é mensurada ao valor justo, se razoavelmente estimável. Caso contrário, uma entidade utiliza o preço de venda independente do bem ou serviço que foi prometido em troca da contraprestação não monetária.  Contraprestação a pagar a um cliente Determinação se a contraprestação devida a um cliente representa uma redução do preço da transação, um pagamento de um bem ou serviço distinto, ou uma combinação de ambos.  Preço da transação Setores que poderão ser mais significativamente afetados: aeroespacial e defesa, administradores de fundos, construção civil.
  • 13. First Impressions: Receita de contratos com clientes |12    Essa avaliação precisa ser atualizada a cada data de apresentação de relatório. O fluxograma a seguir define a forma na qual as entidades vão determinar o valor de contraprestação variável a ser incluído no preço da transação, exceto para royalties baseados no volume de vendas ou uso de licenças de propriedade intelectual distintas. Existe um valor de contraprestação variável? Estimar o valor usando o valor esperado ou valor mais provável  Determinar o valor pelo qual é altamente pro- vável que um estorno de receita significativo não irá ocorrer  Incluir o valor no preço da transação Sim  Não  Estimar o valor de contraprestação variável pode afetar o momento do reconhecimento de receita Atualmente, as entidades determinam se o valor de contraprestação variável pode ser mensurado de forma confiável, ou é fixo ou determinável – ou seja, o reconhecimento da contraprestação é vedado ou permitido. Por outro lado, a nova norma estabelece um teto, que limita em vez de impedir o reconhecimento da receita. Consequentemente, estimar o valor de contraprestação variável e aplicar a limitação pode acelerar o reconhecimento em algumas entidades. Quais são as implicações? A Entidade R possui um contrato para vender produtos por meio de um distribuidor onde:  o distribuidor tem um direito de devolução se não puder revender os produtos (consignação); e  a receita é atualmente reconhecida pela Entidade R somente quando o distribuidor revende os produtos para usuários finais – ou seja, quando conclui a venda anteriormente em consignação. De acordo com a nova norma, a receita pode ser reconhecida pela entidade antecipadamente na venda para o distribuidor – ou seja, na venda em consignação – com base na experiência histórica do número de produtos que é altamente provável que não serão devolvidos. Por outro lado, a Entidade M tem um contrato de administração de fundos sob o qual tem direito a bônus de desempenho. A Entidade M pode concluir que quaisquer bônus baseados no desempenho de um contrato de administração de fundos comparado com um índice de mercado estariam sujeito a um risco de estorno significativo, em função da volatilidade do mercado durante o período de desempenho. Nesse caso, a receita não pode ser reconhecida pela Entidade M até o final do período de desempenho – a menos que o administrador de ativos determinou antes do final do período de desempenho que é altamente provável que um estorno significativo no valor da receita acumulada reconhecida não irá ocorrer.  Exemplo – Momento do reconhecimento da contraprestação variável
  • 14. 13 |First Impressions: Receita de contratos com clientes        Componente de financiamento significativo Para estimar o preço da transação em um contrato, uma entidade ajusta o valor prometido da contraprestação se o contrato contém um componente de financiamento significativo. O objetivo é reconhecer a receita por um valor que reflita qual teria sido o preço de venda à vista do bem ou serviço prometido se o cliente tivesse feito o pagamento quando da obtenção de controle desse bem ou serviço, “a vista”. A taxa de desconto utilizada é a taxa que seria usada em uma transação de financiamento separada entre a entidade e o cliente. A orientação aplica-se a pagamentos recebidos antecipadamente e postecipadamente. A nova norma adota uma abordagem de indicadores para avaliar se um contrato contém um componente de financiamento significativo ou não – por exemplo, quando a diferença entre a contraprestação prometida e o preço de venda surge por motivos diferentes do financiamento. Como um expediente prático, uma entidade não precisa ajustar o preço da transação em um contrato para fins de uma componente de financiamento significativo se espera receber o pagamento no prazo de até 12 meses após a transferência dos bens ou serviços prometidos. Próximos passos As entidades precisarão avaliar os contratos com valores de contraprestação variável e analisar os fatos relevantes para determinar se – e em que medida – o fator limitante se aplica. Elas também precisarão de processos para atualizar a estimativa dos valores de contraprestação variável e a aplicação do fator limitante durante todo o período do contrato. Após avaliar se os seus contratos contêm um componente de financiamento significativo e decidir se o expediente prático é aplicável, as entidades precisarão avaliar se os sistemas existentes podem identificar esse componente e calcular os ajustes necessários. Os cálculos para componentes de financiamento significativos podem ser complexos Avaliar todos os contratos para determinar se eles contêm um elemento de financiamento pode afetar o valor da receita reconhecida para contratos que têm um componente significativo de financiamento – por exemplo, contratos de construção e manufatura de longo prazo. Muitas entidades considerarão pela primeira vez se pagamentos antecipados representam uma componente de financiamento significativo. Os cálculos podem ser complexos, particularmente para contratos de longo prazo que são cumpridos ao longo do tempo ou contratos com múltiplos componentes. As entidades com contratos de longo prazo que incluem retenção – ou seja, uma parte do preço do contrato é retida até a conclusão ou até um determinado evento previamente acordado – podem concluir que as condições de pagamento foram estruturadas por motivos diferentes de financiamento e, portanto, que os valores de retenção não requerem que essas entidades concluam que seus contratos incluem um componente de financiamento significativo. Quais são as implicações? A Entidade M possui um contrato para entregar um equipamento para um cliente por um valor de 100. Sob os termos do contrato, o pagamento é feito dois anos antes de o equipamento ser entregue para o cliente. Na aplicação dos indicadores na nova norma, a Entidade M conclui que o contrato inclui um componente de financiamento significativo. Um passivo contratual de 100 é reconhecido quando a contraprestação for recebida, e a despesa de juros, por exemplo, de 10, é reconhecida ao longo do período de dois anos com base na taxa que seria usada em uma transação de financiamento separada entre a Entidade M e o cliente. A receita pela venda de 110 é reconhecida quando o controle do equipamento é transferido para o cliente. Exemplo – Ajuste para um componente de financiamento significativo
  • 15. First Impressions: Receita de contratos com clientes |14    Etapa 4 – Alocar o preço da transação às obrigações de desempenho Em geral, as entidades alocam o preço de transação para cada obrigação de desempenho na proporção do seu preço de venda independente. A melhor evidência do preço de venda independente é um preço observável de vendas independentes desse bem ou serviço para clientes em situação semelhante. No entanto, se o preço de venda independente não for diretamente observável, as entidades devem usar uma das seguintes formas para estimá-lo:  avaliar o mercado no qual elas vendem bens ou serviços e estimar o preço que os clientes estariam dispostos a pagar; ou  prever os custos esperados, acrescidos de uma margem adequada; ou  em circunstâncias limitadas, subtrair a soma dos preços de venda independentes observáveis de outros bens ou serviços no contrato do valor total da transação. A nova norma fornece orientação sobre a determinação do preço de venda independente, conforme ilustrado abaixo. Quando certos critérios são atendidos, um desconto ou valor de contraprestação variável poderá ser alocado a um ou mais bens ou serviços distintos (obrigações de desempenho) mas não a todos. Alocar com base nos preços de venda independentes relativos Obrigação de desempenho 1 Obrigação de desempenho 2 Obrigação de desempenho 3 Determinar os preços de venda independentes O preço observável está disponível? Utilizar preço observável Estimar preço  Abordagem de avaliação de mercado ajustada  Abordagem de custo esperado mais uma margem  Abordagem residual Sim  Não  Setores que poderão ser os mais significativamente afetados: software e telecomunicações
  • 16. 15 |First Impressions: Receita de contratos com clientes        Próximos passos As entidades devem considerar se possuem preços de venda independentes observáveis para seus bens ou serviços. Se não tiverem, elas devem começar a pensar em como vão estimar os preços de venda independentes e desenvolver os processos necessários para calcular essas estimativas – por exemplo, levantamento de dados de mercado e de custos. As entidades também poderão precisar avaliar as mudanças necessárias em seus sistemas e processos existentes para alocar o preço da transação com base nos preços de venda independentes. Estimar o preço de venda independente pode ser um desafio As entidades podem identificar obrigações de desempenho para as quais os preços de venda independentes não foram determinados previamente. A nova norma permitirá uma maior flexibilidade no estabelecimento dos preços de venda independentes do que está atualmente disponível para entidades que utilizam VSOE com base nos U.S. GAAP. Porém, na ausência de um preço observável, se informações confiáveis para estimar o preço de venda independente não estão disponíveis – por exemplo, para fornecedores de software, cujos preços podem variar muito para licenças – a abordagem residual pode fornecer a melhor estimativa do preço da venda independente. A obrigação de desempenho altamente variável ou incerta para a qual a abordagem residual pode ser aplicada não está limitada aos itens entregues – ou seja, a abordagem residual reversa pode ser apropriada. Quais são as implicações? A Entidade S possui um contrato para vender um software e suporte ao cliente pós-contrato (PCS). O preço de venda independente do PCS é observável com base nos serviços vendidos separadamente em circunstâncias semelhantes para clientes similares e, muito embora eles não tenham atendam a necessária faixa de preços de pequena volatilidade requerida para VSOE no U.S. GAAP atual, os preços observáveis não são altamente variáveis. No entanto, o software não é vendido separadamente e, com base em transações passadas, seu preço de venda é altamente variável. Portanto, a Entidade S aplica a abordagem residual, estimando o preço de venda independente do software usando o preço total da transação menos o preço de venda independente do PCS. Neste caso, qualquer desconto do contrato é atribuído ao software. Exemplo – Aplicação da abordagem residual
  • 17. First Impressions: Receita de contratos com clientes |16    Etapa 5 – Reconhecer a receita no momento em que (ou à medida em que) a entidade cumprir uma obrigação de desempenho Uma entidade reconhece a receita no momento em que (ou à medida em que) atende uma obrigação de desempenho ao transferir o controle de um bem ou serviço para um cliente. O controle pode ser transferido em um determinado momento ou ao longo do tempo. Primeiramente, a entidade avalia se transfere o controle ao longo do tempo, utilizando os seguintes critérios. Critério Exemplo 1 O cliente recebe e consome simultaneamente os benefícios fornecidos pelo desempenho da entidade conforme ela atua. Serviços de rotina ou recorrentes. 2 O desempenho da entidade cria ou aprimora um ativo que o cliente controla conforme o ativo é criado ou aprimorado. Construir um ativo no terreno do cliente. 3 O desempenho da entidade não cria um ativo com um uso alternativo para a entidade e a entidade tem o direito executável de exigir o pagamento pela execução concluída até o momento. Construir um ativo especializado que só o cliente pode usar, ou construir um ativo a pedido de um cliente. Se um ou mais destes critérios for atendido, a entidade reconhece a receita ao longo do tempo, utilizando um método que melhor reflita o seu desempenho. Ele pode ser um método de saída (por exemplo, unidades produzidas) ou um método de entrada (por exemplo, custos incorridos ou horas de trabalho). O objetivo é mostrar o desempenho da entidade durante a transferência do controle de bens ou serviços para o cliente. Se o desempenho de uma entidade produziu um volume de trabalho em andamento significativo ou produtos acabados que são controlados pelo cliente, então um método de saída, como unidades entregues ou unidades produzidas não retratará fielmente o progresso. Isto porque nem todo o trabalho já realizado estará incluído na medição da saída. Se uma entidade utiliza um método de entrada com base nos custos incorridos, ela deve considerar a necessidade de se ajustar os efeitos de bens ainda não instalados e/ou ineficiências significativas no seu desempenho que não foram refletidas no preço do contrato – por exemplo, materiais, mão de obra ou outros recursos desperdiçados. Se a entidade transfere para o cliente o controle de um bem que é significativo para o contrato, mas que somente será instalado mais tarde, e, se determinados critérios forem cumpridos, então a entidade reconhece a receita de venda desse bem com margem zero. Se nenhum dos três critérios para o reconhecimento da receita ao longo do tempo for atendido, a entidade reconhece a receita no momento em que transfere o controle do bem ou serviço para o cliente. Indicadores de que o controle foi transferido incluem um cliente tendo... ... uma obrigação presente de pagar ... posse física ... titularidade ... riscos e benefícios da propriedade  ... aceitou o ativo  Setores que poderão ser mais significativamente afetados: aeroespacial e defesa, construção civil, fabricantes sob contrato, licenciadores, imobiliário, software
  • 18. 17 |First Impressions: Receita de contratos com clientes        Licenças Orientações específicas são fornecidas no que tange a avaliar se a receita de uma licença de propriedade intelectual é reconhecida em um determinado momento ou ao longo do tempo. Se a licença não é distinta de outras promessas no contrato, então o modelo geral da Etapa 5 é aplicado. Caso contrário, a entidade aplica diferentes critérios para determinar o que uma licença distinta das outras promessas oferece ao cliente e, portanto, quando reconhecer a receita. O que é fornecido pela licença Quando a receita é reconhecida Um direito de uso à propriedade intelectual tal como ela existe no momento em que a licença é concedida Em um determinado momento Acesso à propriedade intelectual, tal como ela existe durante todo o período da licença (ou seja, sujeita a mudanças no prazo do contrato) Ao longo do tempo Se a propriedade intelectual licenciada para o cliente muda ao longo do período da licença porque a entidade continua envolvida com sua propriedade intelectual e realiza atividades que afetam significativamente tal propriedade intelectual, então a licença é transferida para o cliente ao longo do tempo. Se a propriedade intelectual não muda, um cliente obtém o controle no momento em que a licença é concedida. Uma licença fornece acesso à propriedade intelectual da entidade se:  o contrato exige, ou o cliente espera razoavelmente, que a entidade realize atividades que afetem significativamente a propriedade intelectual à qual o cliente tem direitos;  os direitos concedidos pela licença expõem o cliente diretamente a quaisquer efeitos positivos ou negativos das atividades da entidade; e  essas atividades não resultam na transferência de um bem ou serviço para o cliente conforme elas ocorram. O momento do reconhecimento da receita pode mudar Diferenças sutis nos termos contratuais podem resultar em diferentes resultados da avaliação – e, portanto, diferenças significativas no momento de reconhecimento da receita. Particularmente, o Critério 3 para a transferência de controle ao longo do tempo será relevante para alguns incorporadores imobiliários em alguns países que atualmente aplicam a IFRIC 15 /ICPC 02 Contrato de Construção do Setor Imobiliário e também para fabricantes sob medida e entidades do setor aeroespacial e de defesa. Quais são as implicações? O padrão de reconhecimento da receita de licenças pode mudar A exigência de se avaliar se uma licença fornece um direito de usar a propriedade intelectual ou ter acesso à propriedade intelectual é um conceito novo. As entidades precisarão refletir de forma diferente sobre quais características da licença se concentrar ao determinar o padrão apropriado de reconhecimento da receita. Avaliar os critérios pode ser altamente crítico – e pode resultar na receita que atualmente é reconhecida ao longo do tempo ser reconhecida em um determinado momento, ou vice-versa. Quais são as implicações?
  • 19. First Impressions: Receita de contratos com clientes |18    Próximos passos As entidades precisam reconsiderar se a receita será reconhecida ao longo do tempo ou em um determinado momento com base nos novos critérios e orientações específicas para licenças. Sistemas, processos e controles podem precisar ser alterados para atender aos novos critérios e qualquer eventual mudança no momento do reconhecimento da receita. As entidades também precisarão decidir quais mudanças são necessárias para os sistemas contábeis, reprojetando-os ou por meio de uma solução alternativa, como ajustes manuais no encerramento do período. Orientações para aplicação A nova norma também fornece orientações para itens específicos sobre a forma de aplicação dos requisitos gerais do modelo. Além das licenças (discutidas acima), orientações sobre os seguintes tópicos são fornecidas: Vendas com direito de devolução As entidades reconhecem a receita pelo valor que esperam receber, aplicando a orientação sobre contraprestação variável e fator limitante que necessitam alto grau de julgamento, estabelecida na Etapa 3 do modelo. As entidades também devem reconhecer um passivo de reembolso e ativo para quaisquer produtos que esperam que seja devolvido. A Entidade X possui um contrato de licença de software com um cliente, em uma base não exclusiva, durante três anos. O direito de uso do cliente sobre o software é resultado da propriedade intelectual da Entidade X – ou seja, o programa de software – semelhante a um bem tangível. O cliente pode determinar como e quando usar o direito sem desempenho adicional da Entidade X e não espera que a Entidade X vá realizar quaisquer atividades que afetam significativamente a propriedade intelectual à qual o cliente tem direito. Portanto, a licença de software fornece um direito de usar a propriedade intelectual da Entidade X da forma que ela existe no momento em que ela é fornecida. A receita é, portanto, reconhecida nesse momento.  Exemplo – Licença para o direito de uso de propriedade intelectual Por outro lado, o Franqueador Y licencia o direito de abrir uma loja em um local especificado para um franqueado. A loja levará o nome comercial do Franqueador Y e o franqueado terá o direito de vender os produtos do Franqueador Y por 10 anos. O franqueado se compromete a pagar um honorário fixo antecipadamente. O franqueado licenciou o acesso à propriedade intelectual do Franqueador Y, conforme ela existir, ou seja, sujeita a mudanças no prazo do contrato, em qualquer momento durante o período da licença, porque:  o contrato de franquia exige que o Franqueador Y mantenha a marca por meio de melhorias de produtos, campanhas de marketing, etc.;  qualquer ação do Franqueador Y pode ter um efeito direto positivo ou negativo sobre o cliente; e  essas atividades não transferem um bem ou serviço para o cliente. O honorário fixo antecipado é, portanto, reconhecido ao longo do prazo de direito de franquia (10 anos). Exemplo – Licença para acesso à propriedade intelectual
  • 20. 19 |First Impressions: Receita de contratos com clientes        8                                                              8   FASB ASC Topic 460 Guarantees para U.S. GAAP e IAS 37/CPC 25 Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes para IFRSs.  Garantias As garantias são contabilizadas como uma obrigação de desempenho se:  o cliente tem uma opção de adquirir a garantia separadamente; ou  serviços adicionais são prestados como parte da garantia. Caso contrário, as garantias continuarão sendo contabilizadas de acordo com as normas existentes 8 . A nova norma fornece alguns indicadores para ajudar na avaliação se uma garantia oferece um serviço adicional ao cliente, incluindo:  se a garantia é exigida por lei;  a duração do período de cobertura da garantia; e  a natureza dos serviços que a entidade promete realizar. Considerações de principal versus agente Se a entidade obtém o controle dos bens ou serviços da outra parte antes de transferir o controle para o cliente, então sua obrigação de desempenho é fornecer os próprios bens ou serviços. Portanto, nesses casos, a entidade está agindo como principal. A nova norma fornece uma lista de indicadores para avaliar quando a obrigação de desempenho de uma entidade não é fornecer os próprios bens ou serviços e, portanto, a entidade estaria atuando como agente. Acordos de recompra Dependendo da sua natureza e termos, um contrato de venda que inclui um acordo de recompra pode ser contabilizado como uma venda com um direito de devolução, um arrendamento ou um financiamento. Para determinar o tratamento do acordo de recompra, as entidades devem considerar:  se o acordo de recompra é: - uma opção de venda, em que o cliente pode ter o controle; ou - uma opção de compra ou forward, em que a entidade mantém o controle; e  a probabilidade de o cliente exercer sua opção de venda, que deverá considerar o preço de exercício e se o cliente possui um incentivo econômico significativo para o exercício. Outros tópicos de aplicação Orientações de aplicação também são fornecidas sobre os seguintes tópicos:  obrigações de desempenho cumpridas ao longo de um período;  métodos para medir o progresso em direção ao total cumprimento de uma obrigação de desempenho;  contratos do tipo bill-and-hold (faturado e não embarcado);  contratos de consignação;  aceitação do cliente;  opções do cliente para bens ou serviços adicionais;  direitos não exercidos pelos clientes;  honorários iniciais não reembolsáveis; e  desagregação das divulgações de receita.
  • 21. First Impressions: Receita de contratos com clientes |20    5 Custos do contrato A nova norma fornece orientações sobre a contabilização de custos incrementais de obtenção de um contrato e certos custos para cumprir um contrato. Custos para obtenção de um contrato Uma entidade só capitaliza os custos incrementais incorridos como resultado da obtenção de um contrato – por exemplo, comissões de vendas – se a entidade espera recuperar esses custos. No entanto, um expediente prático permite que uma entidade lance esses custos como despesas conforme incorridos se o período de amortização do ativo for igual ou inferior a um ano. Custos para cumprir um contrato Se os custos incorridos no cumprimento de um contrato não estão no escopo de outras orientações – por exemplo, estoques, ativos intangíveis ou imobilizado – então uma entidade reconhece um ativo somente se os custos de cumprimento atenderem os seguintes critérios:  eles se relacionam diretamente a um contrato existente ou um contrato específico previsto;  eles geram ou incrementam os recursos da entidade que serão usados para atender as obrigações de desempenho no futuro; e  espera-se que eles sejam recuperados. Apresentamos a seguir exemplos de custos que podem e não podem ser capitalizados quando esses critérios forem cumpridos.  Custos diretos que seriam elegíveis para capitalização se outros critérios forem atendidos  Custos a serem lançados como des- pesas quando incorridos Mão-de-obra direta – por exemplo, salários Custos gerais e administrativos – a menos que explicitamente exigíveis nos termos do contrato Materiais diretos – por exemplo, suprimentos Custos que se relacionam com obrigações de desempenho já cumpridas Alocação de custos que se relacionem dire- tamente ao contrato – por exemplo, despesas de depreciação e amortização Custos de desperdício de materiais, mão de obra, ou outros Custos que estão explicitamente a cargo do cliente nos termos do contrato Custos que não estão direitamente relacionados às obrigações de desempenho remanescentes, ainda não cumpridas Outros custos incorridos somente porque a entidade celebrou o contrato – por exemplo, custos de subcontratados Amortizações e redução ao valor recuperável de custos capitalizados Os custos capitalizados são amortizados em uma base sistemática, de acordo com o padrão de transferência do bem ou serviço ao qual o ativo se refere, e estão sujeitos a testes de redução ao valor recuperável. O período de amortização inclui os períodos esperados por renovação de contratos.
  • 22. 21 |First Impressions: Receita de contratos com clientes        Próximos passos As entidades precisam avaliar se existem diferenças entre suas práticas atuais e a orientação de custos na nova norma. As entidades que historicamente não acompanhavam os custos para adquirir um contrato e os lançaram como despesas conforme incorridos podem ter que desenvolver novos sistemas, processos e controles para começar a determinar o valor dos custos capitalizáveis após a adoção da norma, assim como na determinação dos ajustes na sua adoção inicial. O valor dos custos capitalizados pode mudar A exigência de capitalizar os custos de obtenção de um contrato será uma mudança para as entidades que atualmente lançam esses custos como despesas. Ela também pode ser de aplicação complexa, especialmente para entidades com muitos contratos e diversos termos contratuais e estruturas de comissão. A nova norma fornece orientação – embora não abrangente – sobre que tipos de custos para cumprir um contrato são capitalizáveis. A orientação sobre custos nos IFRSs e U.S. GAAP permanece substancialmente inalterada, embora as entidades que já fizeram uma escolha de política contábil no U.S. GAAP para lançar certos custos para cumprir um contrato como despesa – por exemplo, custos de set-up, poderão ser requeridas a capitalizar esses custos com a aplicação da nova norma. Quais são as implicações?
  • 23. First Impressions: Receita de contratos com clientes |22    6 Modificações nos contratos Uma modificação contratual é qualquer alteração no escopo ou no preço de um contrato (ou ambos). Ela acontece quando as partes de um contrato aprovam uma modificação que cria novos direitos e obrigações das partes ou alteram os existentes. Consistente com a identificação de um contrato, uma modificação contratual deve ser legalmente executável. Uma modificação pode ser aprovada:  por escrito;  por acordo verbal; ou  de forma implícita pelas práticas comerciais habituais. O fluxograma a seguir ilustra como as modificações do contrato são contabilizadas de acordo com a nova norma. A modificação do contrato é aprovada? Não contabilizar a modificação do contrato até que ela seja aprovada Ela acrescenta bens ou serviços distintos que são precificados de acordo com os seus preços de venda independentes?  Os bens ou serviços remanescen- tes são diferentes daqueles já transferidos?  Contabilizar com um contrato separado Contabilizar como uma rescisão do contrato existente e criação de novo contrato Contabilizar como parte do contrato original Não  Não  Não  Sim  Sim  Sim  O momento do reconhecimento da receita pode mudar Atualmente existe orientação sobre modificações contratuais para contratos do tipo de construção e produção, mas, sob a nova norma, isso se aplica a todos os tipos de contratos com clientes. Quando modificações são feitas nos contratos existentes, as entidades precisam avaliar se a modificação foi aprovada, e se será contabilizada como um contrato separado. Dependendo dessa avaliação, o momento de reconhecimento da receita pode ser afetado. Quais são as implicações?
  • 24. 23 |First Impressions: Receita de contratos com clientes        9 Próximos passos As entidades precisam avaliar se existem diferenças entre a sua prática atual e a orientação sobre modificações contratuais na nova norma. As entidades também podem identificar que mudanças nos sistemas e processos existentes são necessárias para identificar e rastrear modificações nos contratos em uma base contínua.                                                              9 Parágrafos 35-25-28 do FASB ASC Topic 605, Revenue Recognition. A Entidade C concorda em construir um navio de cruzeiro específico para um cliente. No meio do projeto, o cliente decide modificar os planos originais para acomodar passageiros adicionais. A mudança é comunicada oralmente e nenhuma solicitação de mudança por escrito para os materiais, serviços de projeto ou mão de obra adicional é assinada. A Entidade C já construiu navios para o cliente anteriormente e o cliente está disposto a pagar pelos serviços e materiais incrementais, juntamente com uma margem, desde que a Entidade C consiga demonstrar que os custos são razoáveis considerando as mudanças solicitadas. Embora não tenha havido nenhum acordo formal com o cliente sobre a mudança de escopo, a Entidade C pode de acordo com a norma vigente reconhecer a receita para os contratos de construção e alguns contratos de produção na medida dos custos incorridos acrescidos de uma margem razoável, desde que seja provável que os custos serão recuperados por meio de uma mudança no preço do contrato 9 . No entanto, de acordo com a nova norma, a receita não seria reconhecida até que a Entidade C fosse capaz de demonstrar que a modificação contratual foi aprovada ou é legalmente execu- tável. Esse pode ou não ser o caso quando o cliente fez a comunicação oral de mudança no projeto. Exemplo – Modificação do contrato para planos de construção
  • 25. First Impressions: Receita de contratos com clientes |24    7 Apresentação e divulgação Apresentação dos ativos e passivos contratuais Um ativo ou passivo contratual é reconhecido quando:  a entidade age por meio da transferência de bens ou serviços; ou  o cliente age pagando a contraprestação para a entidade. Um direito incondicional à contraprestação é apresentado como um valor a receber e contabilizado como um instrumento financeiro. Requisitos de divulgação Resumidamente, o objetivo das exigências de divulgação na nova norma é permitir aos usuários entender a natureza, valor, tempo e incerteza da receita e fluxos de caixa decorrentes de contratos com clientes. A nova norma exige que as divulgações qualitativas e quantitativas enquadrem-se nas seguintes categorias:  contratos com clientes: - desagregação da receita; - mudanças nos ativos, passivos e custos contratuais; - obrigações de desempenho; e - preço da transação alocado às obrigações de desempenho remanescentes;  julgamentos significativos, e mudanças nos julgamentos, na aplicação dos requerimentos de: - determinar o momento do cumprimento das obrigações de desempenho; e - determinar o preço da transação e valores alocados às obrigações de desempenho; e  ativos reconhecidos a partir dos custos para obter ou cumprir um contrato com um cliente. A nova norma permite que as entidades que não são entidades abertas ou certas entidades sem fins lucrativos façam divulgações reduzidas no U.S. GAAP. Requisitos nas demonstrações financeiras intermediárias As entidades abertas e certas entidades sem fins lucrativos que divulgam seus relatórios de acordo com o U.S. GAAP precisam realizar todas as divulgações quantitativas da nova norma em cada período intermediário. No entanto, quem reporta em IFRSs só precisa fornecer uma desagregação da receita em períodos intermediários, e seguir a IAS 34/CPC 21 Demonstração Intermediária para determinar se quaisquer outras divulgações são necessárias. As entidades fechadas ou certas entidades sem fins lucrativos que divulgam seus relatórios de acordo com o U.S. GAAP estão isentas de quaisquer exigências de divulgação específicas da receita para períodos intermediários. Ativo contratual (líquido) se direitos > obrigações  Passivo contratual (líquido) se obrigações > direitos  Direitos e obrigações
  • 26. 25 |First Impressions: Receita de contratos com clientes        Próximos passos As entidades devem identificar faltas de informação entre o que está atualmente disponível e o que será necessário para as divulgações na nova norma. Uma boa maneira de uma entidade fazer isso pode ser preparar um esboço (modelo) antecipado das suas demonstrações financeiras. Se houver informações que não estão disponíveis a partir dos sistemas existentes, então isso deverá ficar evidente por meio desse exercício, e deve ajudar a definir o escopo de um projeto para modificar os sistemas e processos para capturar as informações necessárias. Informações adicionais requeridas As entidades terão que divulgar mais e outras informações sobre contratos com clientes para cumprir a nova norma. Embora grande parte do esforço de divulgação ser qualitativo, há várias divulgações quantitativas – por exemplo, receita desagregada e obrigações de desempenho remanescentes – que podem exigir mudanças significativas nos processos de levantamento de dados e sistemas de TI. Ao planejar como levantar as informações adicionais, as entidades abertas e certas entidades sem fins lucrativos precisarão considerar o fato de que algumas divulgações também são exigidas em períodos intermediários. A divulgação da desagregação visa mostrar como os fatores econômicos afetam a natureza, o valor, o momento e incertezas da receita e fluxos de caixa. Embora exemplos sejam fornecidos na orientação de aplicação, a nova norma não estabelece as categorias de desagregação necessárias para atingir esse objetivo, de maneira que a administração precisará usar seu julgamento. O número de categorias exigidas para atingir o objetivo da norma dependerá da natureza do negócio da entidade e de seus contratos. Quais são as implicações?
  • 27. First Impressions: Receita de contratos com clientes |26    8 Data de vigência e transição Para as entidades que aplicam as IFRSs, a nova norma entra em vigor para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2017, com adoção antecipada permitida. No entanto, a adoção antecipada não está disponível para entidades que divulgam suas demonstrações financeiras de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. Para as entidades que aplicam U.S. GAAP, as datas de adoção são:  Para as entidades abertas e certas entidades sem fins lucrativos10 , a norma entra em vigor para períodos anuais iniciados após 15 de dezembro de 2016 e períodos interinos dentro de tais períodos anuais.  Para o restante das entidades, a norma entra em vigor para períodos anuais iniciados após 15 de dezembro de 2017, com um prazo adicional de um ano para períodos interinos. No entanto, essas entidades podem escolher adotar simultaneamente as entidades abertas. A norma poderá ser adotada de forma retrospectiva ou por meio de um ajuste de efeito cumulativo a partir do início do primeiro período para o qual a nova norma se aplica. Abordagem retrospectiva Uma entidade pode adotar a nova norma em uma base retrospectiva completa, embora todos os expedientes práticos a seguir estejam disponíveis:  para os contratos concluídos antes da data de aplicação inicial, uma entidade não precisa reapresentar os contratos que começam e terminam durante o mesmo período anual de apresentação;  para os contratos com contraprestação variável que são concluídos na ou antes da data de aplicação inicial, uma entidade pode usar o preço da transação na data de conclusão em vez de estimar o valor de contraprestação variável; e  para os períodos apresentados antes da data de aplicação inicial, uma entidade pode optar por não divulgar: - o valor do preço da transação alocado às obrigações de desempenho remanescentes; ou - quando essa receita será reconhecida. Se uma entidade aplica um ou mais expedientes práticos, então ela precisa fazer isso de forma consistente para todos os períodos apresentados e fornecer divulgações sobre as opções que tomou. Se uma entidade aplica a abordagem retrospectiva, ela deve fornecer as divulgações requeridas no GAAP atual para uma mudança de princípio ou políticas contábeis11 . Abordagem de efeito cumulativo Uma entidade pode optar por não ajustar retrospectivamente os períodos comparativos e, em vez disso, adotar a nova norma a partir da data de aplicação, ajustando os lucros acumulados. Nesse caso, ele só teria que ajustar os contratos em aberto segundo o GAAP antigo na data da aplicação inicial. Se uma entidade optar por esta abordagem, ela deve divulgar o valor pelo qual cada item da demonstração financeira é afetado na adoção como resultado da aplicação da nova norma, juntamente com uma explicação das mudanças significativas em relação ao GAAP anterior.                                                              10 Aplica-se a entidades sem fins lucrativos que emitiram, ou são um conduit bond obligor de títulos de dívida ou patrimoniais que são negociados, listados ou cotados numa bolsa ou mercado de balcão. 11 FASB ASC Topic 250 Accounting Changes and Error Corrections para U.S. GAAP e IAS 8/ CPC 23 Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro para IFRS. Os preparadores em IFRSs podem optar por apresentar apenas as informações quantitativas exigidas pelo parágrafo 28(f) da IAS 8/CPC 23 para o período anual imediatamente anterior. 
  • 28. 27 |First Impressions: Receita de contratos com clientes        Resumo das abordagens de transição Abordagem  Exercício comparativo Exercício atual Dados do ajuste no patrimônio líquido    *Se uma entidade com exercício findo em 31 de dezembro divulga dois anos de valores correspondentes, a data do ajuste do patrimônio liquido deverá ser 1º de janeiro de 2015. Próximos passos As entidades devem considerar as diferentes abordagens de transição disponíveis e selecionar a opção que é a mais adequada para a entidade. Pode ser útil considerar que abordagem outras entidades em sua indústria estão planejando tomar. Muitas entidades terão de realizar uma análise histórica dos seus contratos. No caso da aplicação retrospectiva, elas podem precisar desenvolver um plano de transição para execuções em paralelo, incluindo reconciliações, para rastrear os dados necessários para fornecer informações comparativas. Os investidores e outros stakeholders desejarão entender o impacto da nova norma no negócio como um todo. As entidades devem considerar planos de comunicação para as principais áreas interessadas, como: a abordagem de transição selecionada, o efeito sobre os resultados financeiros, os custos de implementação, quaisquer mudanças propostas nas práticas de negócios e, para os preparadores em IFRSs e entidades fechadas ou certas entidades sem fins lucrativos reportando sob U.S. GAAP, se elas pretendem realizar uma adoção antecipada. Retrospectiva completa – sem expedientes práticos  Retrospectiva parcial – expedientes práticos  Efeito cumulativo  Novo GAAP  Novo GAAP  Novo GAAP  Novo GAAP  Requisitos variados GAAP anteriores  1º de janeiro de 2016*  1º de janeiro de 2016*  1º de janeiro de 2017  Quais são as implicações? A aplicação retrospectiva fornece comparabilidade, mas pode ser um desafio A aplicação retrospectiva fornece informação financeira comparável para os períodos apresentados. No entanto, apesar dos expedientes práticos, isso pode exigir análise histórica significativa, e pode ser caro e difícil – especialmente para entidades com contratos de longo prazo. As entidades que optarem pela aplicação retrospectiva – incluindo o uso de expedientes práticos – precisarão atualizar as outras seções de seus filings, incluindo o MD&A para refletir esse fato. Os registrantes da Comissão de Valores Mobiliários (SEC) dos EUA que optarem pela aplicação retrospectiva precisarão considerar a exigência de apresentação de cinco anos de dados financeiros anuais selecionados. A equipe da SEC está avaliando se emite orientação ou isenção da aplicação da nova norma no resumo de cinco anos; no entanto, ela ainda não anunciou qualquer decisão sobre essa questão. Analistas e investidores precisarão estar alertas para os expedientes práticos selecionados por diferentes entidades, uma vez que o número de opções de transição disponível pode afetar a comparabilidade entre as jurisdições e setores.
  • 29. First Impressions: Receita de contratos com clientes |28    9 Sobre esta publicação Esta publicação foi produzida pela KPMG International Standards Group (part of KPMG IFRG Limited) e adaptada ao contexto brasileiro pela KPMG Auditores Independentes. Conteúdo Nossas publicações “First Impressions” são preparadas para divulgação de uma nova IFRS, interpretação ou outra alteração significativa aos requerimentos de IFRS. As publicações incluem uma discussão dos pontos-chave dos novos requerimentos e chamam a atenção para áreas que poderão resultar em mudanças na prática. Exemplos são fornecidos para ajudar a avaliação da implementação. Esta edição de First Impressions considera os requerimentos do IFRS 15 Receita de Contratos com Clientes e outros IFRSs em vigor em 31 de maio de 2014. Em muitos casos, poderá ser necessário uma análise mais aprofundada e interpretação, a fim de que a entidade possa aplicar a IFRS aos seus próprios fatos, circunstâncias e transações individuais. Alem disso, algumas das informações nesta publicação são baseadas em observações iniciais desenvolvidas pela KPMG International Standards Group, e essas observações poderão mudar à medida que a prática se desenvolve. Mantendo-o informado Visite kpmg.com/ifrs para manter-se atualizado sobre os últimos acontecimentos nas IFRSs e navegue pelo nosso conjunto de publicações em inglês no site de KPMG International Standards Group. Se você é novo no ambiente das IFRSs ou um usuário atual das IFRSs, poderá achar resumos práticos dos desenvolvimentos recentes, orientações detalhadas sobre requisitos complexos e ferramentas práticas, como divulgações ilustrativas e listas de verificação. Para uma perspectiva local, veja as publicações sobre IFRS disponíveis em nossa página na internet – KPMG no Brasil. Estas publicações são relevantes para aqueles envolvidos em relatórios IFRSs externos. A série In the Headlines e a publicação Insights into IFRS: An overview fornecem um resumo geral para comitês de auditoria e conselhos. Estas publicações estão disponíveis em inglês no site do KPMG International Standards Group na forma de PDF ou por encomenda. Sua necessidade Séria de publicações Objetivo Resumo In the Headlines Fornece um resumo geral das mudanças contábeis, de auditoria e governança significativas, juntamente com o seu impacto sobre as entidades. IFRS Newsletters Destaca as discussões recentes do IASB e do FASB sobre os projetos de instrumentos financeiros, seguros e arrendamento mercantil. Inclui uma visão geral, uma análise do impacto potencial das decisões, a situação atual e o cronograma previsto para conclusão. The Balancing Items Foca nas alterações de escopo limitado nas IFRSs. New on the Horizon Considera os requisitos de documentos de consulta pública, como exposure drafts e fornece as opiniões da KPMG. Também disponível para setores específicos. First Impressions Considera os requisitos de novos pronunciamentos e destaca as áreas que podem resultar em uma mudança na prática.
  • 30. 29 |First Impressions: Receita de contratos com clientes        Sua necessidade Séria de publicações Objetivo Questões de aplicação Insights into IFRS Enfatiza a aplicação das IFRSs na prática e explica as conclusões a que chegamos em muitas questões interpretativas. A versão resumida fornece um resumo geral para os comitês de auditoria e conselhos. IFRS Practice Issues Aborda questões de aplicação práticas que uma entidade pode enfrentar ao aplicar as IFRSs. Também disponível para setores específicos. IFRS Handbooks Inclui ampla orientação interpretativa e exemplos ilustrativos para elaborar ou esclarecer a aplicação prática de uma norma. Relatórios intermediários e anuais 13 Guia para as demonstrações financeiras – Divulgações ilustrativas Ilustra um formato possível para as demonstrações financeiras preparadas de acordo com as IFRSs, com base em uma empresa multinacional fictícia. Disponível para períodos anuais e intermediários, e para setores específicos. Guia para as demonstrações financeiras – Lista de verificação de divulgação Identifica as divulgações exigidas para os requisitos vigentes atualmente para períodos anuais e intermediários. Comparação dos GAAP IFRSs compared to U.S. GAAP Destaca as diferenças significativas entre as IFRS e U.S. GAAP. A versão resumida fornece um resumo geral para os comitês de auditoria e conselhos. Questões específicas dos setores IFRS Sector Newsletters Fornece uma atualização regular sobre os acontecimentos contábeis e regulatórios que afetam diretamente setores específicos. Application of IFRSs Ilustra como as entidades contabilizam e divulgam questões específicas do setor em suas demonstrações financeiras. Impact of IFRSs Fornece uma introdução geral para as principais questões contábeis das IFRSs para setores específicos e discute como a transição para as IFRSs afetará uma entidade que atua nesse setor. 12                                                              12   Essas publicações também estão disponíveis em português no site www.kpmg.com.br.     
  • 31. First Impressions: Receita de contratos com clientes |30    Para a nova norma de reconhecimento de receita, também pretendemos emitir Falando sobre Receita (Talking about Revenue), que vai focar nos pontos-chave que surgirem no processo de implementação e Assuntos em Profundidade (Issues In-Depth), que fornecerá uma análise detalhada e observações da nova norma. Para ter acesso a uma ampla gama de orientações e literatura contábil, de auditoria e relatórios financeiros, visite o Accounting Research Online da KPMG. Esse serviço online de assinatura pode ser uma ferramenta valiosa para quem deseja se manter informado no atual ambiente dinâmico. Para uma avaliação gratuita de 15 dias, visite aro.kpmg.com e inscreva-se hoje mesmo. Reconhecimento Gostaríamos de reconhecer os esforços dos principais autores desta publicação: Glenn D´souza, Katja van der Kiuj-Groenberg, Amy Luchkovich, Brian O´Donovan, Henrik Parker e Anthony Voigt do KPMG International Standards Group e Michael P. Breen, Paul H. Munter e Arturis I. Spencer III do Departamento de Práticas Contábeis, KPMG nos Estados Unidos. Também gostaríamos de agradecer aos membros do KPMG Global IFRS revenue recognition and provisions topic team pelas suas contribuições: Brian K. Allen Estados Unidos Riaan Davel África do Sul Phil Dowad (Líder) Canadá Kim Heng Austrália Prabhabar Kalavacherla Estados Unidos Katja van der Kuij-Groenberg Holanda Graciela Laso Argentina Vijay Mathur Índia Annie Mersereau França Catherine Morley (Vice-Líder) Hong Kong Brian O´Donovan (Vice-Líder) Inglaterra Carmel O´Rouke República Tcheca Thomas Schmid Suíça Sachiko Tsujino Japão
  • 32. 31 |First Impressions: Receita de contratos com clientes        Contato Coordenação Técnica no Brasil Danilo S. Simões e Ramon D. Jubels Sócios do Departamento de Práticas Profissionais +55 (11) 3245-8211 dpp@kpmg.com.br Equipe Técnica no Brasil Jennifer Anne Martin Renata de Souza Gasparetto Tiago Senger Bernert kpmg.com/BR                   © 2014 KPMG Auditores Independentes, uma sociedade simples brasileira e firma-membro da rede KPMG de firmas-membro independentes e afiliadas à KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados. O nome KPMG, o logotipo e “cutting through complexity” são marcas registradas ou comerciais da KPMG International. Todas as informações apresentadas neste documento são de natureza genérica e não têm por finalidade abordar as circunstâncias de uma pessoa ou entidade específica. Embora tenhamos nos empenhado em prestar informações precisas e atualizadas, não há garantia de sua exatidão na data em que forem recebidas nem de que tal exatidão permanecerá no futuro. Essas informações não devem servir de base para se empreenderem ações sem orientação profissional qualificada, precedida de um exame minucioso da situação em pauta.