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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA 
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO-SENSU EM NÍVEL DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 
ROGÉRIO GAMA DE ABREU MACEDO 
- A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NAS ARTES MARCIAIS - 
Santos – SP 
Julho / 2010
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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA 
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO-SENSU EM NÍVEL DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 
ROGÉRIO GAMA DE ABREU MACEDO 
- A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NAS ARTES MARCIAIS - 
- UMA ANÁLISE DA SEGURAÇA DO TRABALHO NOS ESPORTES, ARTES MARCIAIS, CULTURA E LAZER - 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção do título de Engenheiro de Segurança do Trabalho ao Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Engenharia de Segurança do Trabalho da Universidade Santa Cecília 
Orientador: Professor Mestre Élio Lopes dos Santos 
Santos – SP 
Julho / 2010
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ROGÉRIO GAMA DE ABREU MACEDO 
- A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NAS ARTES MARCIAIS - 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção do título de Pós-Graduado (Lato Sensu) em Engenharia de Segurança do Trabalho à Universidade Santa Cecília, sob a orientação do Prof. Ms/Dr/Dra. ___________________________. 
Data da aprovação: ___ / ____ / 2010. 
______________________________________________________________________ 
Prof. Mestre _______________________ (Orientador) 
COMENTÁRIO DO(S) AVALIADOR(ES): 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________
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DEDICATÓRIA 
A todos que quiserem seguir um novo caminho de corpo, 
mente e espírito; em um novo despertar!
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AGRADECIMENTOS 
Aos meus Pais: 
Pedro Macedo e Marília Macedo; 
por tudo até hoje! Sem vocês, 
nada seria possível! 
Aos meus Senseis: 
Aikidô – Santos Aikikai – Nelson Wagner; 
Kendô – Shinto-Ryu Batto-Do Tsukimoto-Há – Adriano Pereira; 
E a todos que fizeram parte desta jornada!
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EPÍGRAFE 
"O Aikidô não é uma técnica para lutar contra um inimigo ou derrotá-lo. É uma maneira de conciliar as diferenças que existem no mundo e fazer dos 
seres humanos uma família. Significa que o segredo do Aikidô 
é a busca da harmonia com o Universo, é tornar-nos unos 
com o Universo. Seus praticantes devem buscar esse 
entendimento por meio de treinamento diário" 
Ô Sensei – Morihei Ueshiba – Criador do Aikidô.
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RESUMO 
Através deste trabalho, visa-se à importância de se implantar este novo Nicho de Mercado dentro dos Esportes, das Artes Marciais, da Cultura e Lazer; pois dentro delas não existem amparos legais trabalhistas, tanto a acidentes, como em algum respaldo a quem as leciona. O trabalho se desenrola com uma pequena parte histórica das artes praticadas pelo autor com grau de instrutor, dando maior conhecimento ao leitor dos pontos abordados, dentre sua cultura, e suas comparativas à segurança do trabalho e suas aplicações. Não se esquecendo de associar aos outros esportes em geral, cultura e lazer; comparativamente, onde os pontos abordados também se enquadram. Para cada capítulo, se destacarão analises correspondentes as suas devidas questões e os problemas encontrados. Em final, como proposta para análises futuras de controle, para melhor qualidade. Para algumas, existem Federações, e para outras, um reconhecimento como Cultura. Como já foi vencida esta etapa em lei (Lei do Governador Fleury Nº 7370 de 2002), em âmbito principal da Segurança do Trabalho realmente, não existem profissionais qualificados para tal, seja um Técnico de Segurança, um Enfermeiro do Trabalho, ou Auxiliar de Enfermagem do Trabalho, ou até mesmo um Engenheiro de Segurança do Trabalho. Em sua maioria, isso é visto apenas como um Hobbie ou Lazer, sendo que a verdade não é o caso. Nesse sentido, para quem as pratica, caso algum acidente ou lesão venha a ocorrer, ou alguma discriminação (pessoal ou profissional), faz-se necessária uma parte Legal para garantir sua integridade física, moral e intelectual de todos, para que isso não ocorra fora sua existência no lado Cívil, e sim, Trabalhista. Dar-se-ia, mais qualidade para todos! Acreditando que realmente é uma grande oportunidade de trabalho e de suma importância para que sejam reconhecidas e legalizadas realmente pelo Estado ou Governo, e não só de suas federações, associações, sejam elas grandes ou pequenas, associados ou independentes. 
PALAVRAS-CHAVE: Nicho, Segurança, Legal, Moral, Trabalhista.
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ABSTRACT 
Through this work, the purpose of the importance of deploying this new niche market within the Sports, Martial Arts, Culture and Recreation, because within them there are no legal protections labor, both the casualties, as in some support for those who teaches. The work if uncurls with a small historical part of the arts practised for the author with degree of instructor, giving bigger knowledge to the reader of the boarded points, amongst its culture, and its comparative to the security of the work and its applications. Not forgetting to associate in general with the other sports, culture and leisure; comparativily, where the boarded points also are fit. For each chapter, its due questions and the joined problems will be distinguished analyze correspondents. In end, as proposal for future analyses of control, better quality. For some, Federacies exist, and for others, a recognition as Culture. As already this stage in law was won (Law of Governor Fleury Nº 7370 of 2002), in main scope of the Security of the Work really, does not exist professional qualified for such, either one Technician of Security, a Nurse of the Work, or Nurse aid of the Work, or even though an Engineer of Security of the Work. In its majority, this is seen only as a Hobbies or Relax, being that the truth is not this well. E also, for who practices them, in case that some accident or injury comes to occur, or some discrimination (personal or professional), becomes necessary a Legal part to guarantee its physical, moral and intellectual integrity of all, so that this does not occur except its existence in the Civil side, and yes, Member of labor party. It would be given, more quality for all! Believing that really it is a great chance of work and utmost importance so that recognized and the State or Government is legalized really by, and not only of its federacy’s, associations, they are great or small they, independent associates or. 
KEYWORDS: Niche, Security, Legal, Moral, Labor.
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LISTA DE FIGURAS 
FIGURA I – Ō-Sensei - Morihei Ueshiba.......................................................................16 
FIGURA II – Ōtake Risuke Shihan – Fundador do Kashima Shinto..............................18 
FIGURA III – Diagrama de Ishikaw...............................................................................46 
FIGURA IV – Árvore de Falhas......................................................................................46 
FIGURA V – REIGI - Etiqueta.......................................................................................47 
FIGURA VI – Hombu Dojo – Tókio – JP.......................................................................58 
FIGURA VII – Instituto Takemussu – São Paulo – SP...................................................58 
FIGURA VIII – Dojo Tradicional de Kendô...................................................................58 
FIGURA IX – Dojo Tradicional de Kyu-Dô...................................................................58 
FIGURA X – Organização do Dojo................................................................................59 
FIGURA XI – Nikyo.......................................................................................................61 
FIGURA XII – Sankyo....................................................................................................62 
FIGURA XIII – Yonkyo..................................................................................................63 
FIGURA XIV – Kote......................................................................................................63 
FIGURA XV – Men........................................................................................................64 
FIGURA XVI – Do.........................................................................................................64 
FIGURA XVII – Shoiako Suburi....................................................................................65 
FIGURA XVIII – Saiá.....................................................................................................84 
FIGURA XIX – Tsuba para Katana................................................................................85 
FIGURA XX – Tsuba para Bokuto.................................................................................85 
FIGURA XXI – Bogu (a)................................................................................................86 
FIGURA XXII – Bogu (b)...............................................................................................86 
FIGURA XXIII – Yoroi – Armadura Samurai (a)..........................................................86 
FIGURA XXIV – Yoroi – Armadura Samurai (b)..........................................................86 
FIGURA XXV – Tatames Sintéticos..............................................................................87 
FIGURA XXVI – Tatames Orientais em Dojo...............................................................87 
FIGURA XXVII – Tatame de Palha de Arroz................................................................87 
FIGURA XXVIII – Sala de Chá......................................................................................88 
FIGURA XXIX – Obis....................................................................................................89 
FIGURA XXX – Embainhando o Katana.......................................................................89
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FIGURA XXXI – Koshi Nage........................................................................................90 
FIGURA XXXII – Shiko – O Andar do Samurai...........................................................91 
FIGURA XXXIII – Mobiliário Oriental para Sala de Estudos.......................................91 
FIGURA XXXIV – Kamizá – Altar do Dojo..................................................................92 
FIGURA XXXV – Shinais – Espadas de Bambu............................................................93 
FIGURA XXXVI – Bokutos ou Bokkens.......................................................................94 
FIGURA XXXVII – Bastão............................................................................................95 
FIGURA XXXVIII – Suporte de Mesa para Katanas.....................................................95 
FIGURA XXXIX – Suporte de Parede para Bokutos e Jôs............................................95 
FIGURA XXXX – Bokuros – Sacos para Armas...........................................................95 
FIGURA XXXXI – Shurikens – Armas de Arremesso...................................................96 
FIGURA XXXXII – Kyu-Do – Arco e Flecha Japonês..................................................96 
FIGURA XXXXIII – Flechas Japonesas.........................................................................96 
FIGURA XXXXIV – Matto – Alvo................................................................................97 
FIGURA XXXXV – Suporte e Protetores para Kyu-Do................................................97 
FIGURA XXXXVI – Outras Armas...............................................................................97 
FIGURA XXXXVII – Kimonos – Vestimenta Oriental.................................................98 
FIGURA XXXXVIII – Hakama......................................................................................98 
FIGURA XXXXIX – Dogi – Roupa de Treino...............................................................98 
FIGURA L – Zouris – Chinelos Japoneses.....................................................................99 
FIGURA LI – Bogu e Shinai – Descrição das Partes......................................................99 
FIGURA LII – Hombu Dojo – Área para Dogis...........................................................104 
FIGURA LIII – Exemplo de Etiqueta com Zouris........................................................104 
FIGURA LIV – Banheiros Japoneses...........................................................................105 
FIGURA LV – Forja......................................................................................................106 
FIGURA LVI – Método Tradicional para Amolar Katanas..........................................106 
FIGURA LVII – Desenvolvimento e Polimento do Bokuto com Lixa.........................107 
FIGURA LVIII – Cera de Abelha em Pedra.................................................................108 
FIGURA LIX – Cera de Carnaúba em Pedra................................................................108 
FIGURA LX – Polimento e Acabamento do Bokuto com Cera...................................108
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LISTA DE QUADROS 
QUADRO I – Graduações do Aikidô..............................................................................26 
QUADRO II – Tempo Mínimo para Exames..................................................................28 
QUADRO III – Pirâmide Tradicional Hierárquica.........................................................28 
QUADRO IV – Hierarquia Horizontal............................................................................29 
QUADRO V – Quadro Oficial de Graduações...............................................................30 
QUADRO VI – Pirâmide de Maslow..............................................................................76 
QUADRO VII – Comparativo de Evolução que Caracteriza os Danos Específicos Físicos e Psicológicos......................................................................................................80 
LISTA DE TABELAS 
TABELA I - Tabela Oficial de Normas e Classificações do Shinai pela IKF................93 
LISTA DE GRÁFICOS 
GRÁFICO I: Shoiako Suburi..........................................................................................66
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SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO...............................................................................................................14 
CAPÍTULO 1 – HISTÓRIA............................................................................................16 
1.1 Aikidô...............................................................................................................16 
1.2 Kendô...............................................................................................................18 
1.3 Aos Iniciantes...................................................................................................20 
1.4 As Artes Hoje em Dia......................................................................................22 
1.5 Federações e Associações................................................................................23 
1.6 O “KI”, Ciência e Física Quântica...................................................................31 
1.7 Esportes, Lazer e Cultura.................................................................................33 
CAPÍTULO 2 – SOBRE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO.....35 
2.1 O Profissional e o Mercado de Trabalho..........................................................36 
2.2 Acidentes e Doenças Ocupacionais.................................................................37 
2.3 Técnicas de Identificação.................................................................................42 
2.4 Ética..................................................................................................................47 
2.5 Legislação........................................................................................................47 
2.6 Ministério do Trabalho.....................................................................................55 
2.7 Ministério da Previdência Social.....................................................................55 
CAPÍTULO 3 – ANÁLISES...........................................................................................57 
3.1 Locais de Treino...............................................................................................57 
3.2 Riscos de Acidentes.........................................................................................59 
3.3 Ruídos, Calor e Frio.........................................................................................59 
3.4 Lesões...............................................................................................................60 
3.5 Exemplos de Exercícios...................................................................................61 
3.6 O Psicológico: Professores e Alunos...............................................................66 
3.6.1 Medo.........................................................................................................66 
3.6.2 Medo Dentro das Artes Marciais..............................................................69 
3.6.3 As Pessoas nos Dojos...............................................................................75
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3.6.4 O Pós Acidente.........................................................................................78 
3.7 Análises das NR’s e as Artes Marciais Abordadas..........................................80 
3.7.1 Norma Regulamentadora Nº 2 – Inspeção Prévia....................................80 
3.7.2 Norma Regulamentadora Nº 4 – SESMT.................................................81 
3.7.3 Norma Regulamentadora Nº 5 – Cipa......................................................82 
3.7.4 Norma Regulamentadora Nº 6 - Equipamentos de Proteção Individual..83 
3.7.5 Norma Regulamentadora Nº 17 – Ergonomia..........................................88 
3.7.6 Norma Regulamentadora Nº 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção........................................................................102 
3.7.7 Norma Regulamentadora Nº 21 - Trabalhos a Céu Aberto....................103 
3.7.8 Norma Regulamentadora Nº 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho....................................................................................................103 
3.7.9 Norma Regulamentadora Nº 26 - Sinalização de Segurança.................108 
3.7.10 Norma Regulamentadora Nº 28 - Fiscalização e Penalidades..............109 
CAPÍTULO 4 – PROPOSTA........................................................................................110 
4.1 Nova Norma Regulamentadora (MTe) ou Portaria (ME)..............................110 
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................115 
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................116 
ANEXO A – GLOSSÁRIO...........................................................................................118 
ANEXO B – DIPLOMAS E CERTIFICADOS............................................................130 
ANEXO C – TABELA COMPARATIVA DENTRE O QUESTIONÁRIO EXECUTADO AOS SENSEIS E ALUNOS................................................................131
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INTRODUÇÃO 
Você já se imaginou fazendo o que mais gosta, e de repente ficar impossibilitado para tal de uma hora para outra? Ou pior... Ficar impossibilitado para a vida toda e não ter nenhum amparo Legal trabalhista? 
Você já se imaginou não ser reconhecido naquilo que mais gosta? Sendo este reconhecimento tanto pessoal como profissional? 
Ou você já se imaginou também, estar num lugar e ser desmoralizado sem nenhum lugar para poder recorrer e se resguardar? 
Hoje, sabemos que a maioria dos espores são regidos por Federações ou Associações. Mas, e aqueles que são pequenos? Ou, uma aula de Dança ou Yoga em uma academia? 
E mais... Nem mencionando ainda, sobre os deficientes de qualquer espécie! Onde toda atenção seria redobrada! 
Mesmo em grandes como a Formula1 ou a paixão nacional, o Futebol, é necessário um acompanhamento. 
Na Formula1 ou no Futebol, estes possuem seus profissionais qualificados, e até empresas que trabalham justamente com este nicho de mercado. Onde fornecem aparelhagens, equipamentos e vestimentas com alta tecnologia para quem os pratica. 
Porém, em outros espores, até mesmo olímpicos, é muito difícil um patrocínio ou um incentivo do governo ou empresas particulares, e até mesmo das federações ou associações. Outro porém, quando estas federações ou associações não existem? Os atletas ou tentam se desempenhar e investir por conta própria, ou literalmente ficam esquecidos e/ou sem serem reconhecidos. 
Algumas federações ou associações incentivam atletas mais conhecidos, ou que conseguiram algum destaque, mas estes já têm que ter uma história de sangue e suor independentes, seja em eventos, campeonatos ou afins; pois por nossa própria cultura, é muito difícil realmente vencer nestas áreas. 
Mas a pergunta principal: quem cuida da segurança do trabalho nestes?
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Num time grande de futebol, pode existir essa parte, pois são estes atletas Registrados como Profissionais, mas mesmo assim. É raro você ouvir falar de um Engenheiro de Segurança da área, ou um Técnico de Segurança, ou um Enfermeiro do Trabalho ou Auxiliar de Enfermagem no local. Sim a existência do Profissional de Educação Física e um Fisioterapeuta. Mas algumas análises precisam ser estipuladas por outros profissionais qualificados da segurança do trabalho em si. 
Num time grande ou pequeno de futebol, por exemplo, os atletas ficam a Céu aberto constantemente. E mesmo com o acompanhamento dos profissionais existente, estes podem nunca terem ouvido falar de NR 21, NR 17 ou NR 24. Ou ao menos saberem do que se trata. Ou, vestiários até dos grandes esportes podem ter uma ótima condição de higiene, mas seus projetos podem não estar de acordo com a própria NR correspondente. Teria alguém com fiscalização e acompanhamento para tal? 
Até mesmo ao se projetar estas áreas, profissionais que os fazem acabam desconhecendo normas ou leis que estipulariam as medidas ou normas para tais projetos. 
Pois bem, estes são os pontos que serão abordados neste trabalho. De se criar não somente um novo Nicho de mercado, mas também de respaldo para qualquer infortúnio que venhamos a sofrer. De se legalizar e se organizar a parte de Segurança dos profissionais já existentes e dos alunos, onde estes estejam agindo ou interagindo como profissionais, ganhando mais qualidade e moralidade para todos. 
Boa leitura!
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FIGURA 1 - O Sensei - Morihei Ueshiba – Fonte: www.aikikai.or.jp 
CAPÍTULO 1 
HISTÓRIA 
Segue uma breve história das duas artes marciais que serão abordadas, praticadas por minha pessoa, e de alguns esportes em geral, onde nestes já se possuem para alguns, mais infra-estrutura que as artes marciais, dependendo de onde elas se enquadrem. 
1.1 Aikidô () 
O Aikidô foi criado no Japão em 1942, pelo grande mestre Morihei Ueshiba. A arte tem suas origens no Daito-Ryu Aikijiujitsu criado por Yoshimitsu Saburo Shinja o sexto filho do imperador Seiwa (850-880 DC), pertencente à família Minamoto. 
O-Sensei (Figura I) também estudou outras artes marciais, como o Judô, Arte da Lança, etc. e, seguindo sua linha espiritual, e pelo pós 2ª guerra mundial, seu nome se tornou muito conhecido no mundo das artes marciais, dentro e fora do Japão. Lecionou no exercito japonês, e para instituições governamentais secretas, mas sua real preocupação sempre foi a união do espírito, da mente e do corpo; o chamado Aiki. Onde de nome inicial a arte, lhe foi concedida como Aiki-Budô. Mais tarde, com influencia de Onissaburu Degushi, líder da seita O-Omoto Kyo, e sua elevação espiritual, atingindo a iluminação em um desafio real a um militar da marinha japonesa, denominou o nome final da arte para Aikidô, segundo alguns princípios de Kotodama – “O Caminho da Harmonia e Amor”. 
Mas o que é o Aikidô?
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Aikidô é uma arte marcial japonesa baseada no principio da não resistência e da não violência ativa. É totalmente eficiente como defesa pessoal, pois não requer força física, nem altura, para aplicá-lo, pois a força do agressor é usada contra ele mesmo. 
No Aikidô, ao invés de resistirmos, nós redirecionamos e neutralizamos o ataque inicial através de movimentos circulares dinâmicos para desorientar e desequilibrar o agressor, que é então subjugado usando-se uma variedade de técnicas de projeção ou torções de articulações ao invés dos destrutivos socos e pontapés. 
No Aikidô não existe nenhum tipo de competição, o praticante aprende de maneira cooperativa ora atacando ora defendendo-se numa atmosfera enérgica e compenetrada sem violência. 
A prática do Aikidô melhora não somente o condicionamento físico, a flexibilidade e a coordenação motora, a lateralidade, mas também desenvolve o condicionamento mental, a autoconfiança, o equilíbrio físico e emocional, a concentração, os reflexos, a intuição e o altruísmo. 
Os princípios do Aikidô podem e devem ser praticados dentro e fora do Dojo (local onde se pratica a iluminação). Usamos como filosofia de vida para lidarmos com o estresse da vida diária e os conflitos que encaramos neste mundo de constante transformação. Ensina a manter-se em seu caminho, a evitar confrontos desnecessários e a permanecer calmo e centrado em meio à adversidade. 
- Cronologia de Ô-Sensei, o fundador do Aikidô, segundo Shihan Wagner Bull, 1994: 
1883 – 14 de Dezembro. Nascimento em Tanabe, província de Wakayama, filho de Yoroku e Yuki Ueshiba; 
1890 – Freqüenta a partir de setembro a escola de um templo da seita Shingon; 
1893 – Prática Zen em Homanji; 
1895 – Ao ver seu pai membro do conselho municipal ser combatido por adversários, decide estudar artes marciais; 
1897 – Ensina ábaco em uma escola local. Acometido de doença, para de estudar, mas seu interesse pelo Budo continua. 
1901 – Vai a Tókio pretendendo se tornar comerciante. Pratica ao mesmo tempo Kito-Ryu com Tobari Takisaburo. Volta brevemente para casa acometido de problemas cardíacos; 
1902 – Se exercita todos os dias na Montanha, casa-se com Hatsu Itogawa; 
1903 – Agora com uma consistência robusta, presta o serviço militar em Wakayama e torna parte em combates na guerra russo-japonesa; 
1903 – 1906 – Em seu tempo livre prática artes marciais; 
1906 – Volta ao Japão; 
1908 – Estuda Jiujutsu da escola Yagyu sob a direção de Tsuboi Masanosuke; 
1911 – Participa de uma missão em Hokkaido como chefe de grupo; 
1912 – Encontra pela primeira vez Sokaku Takeda, é agora conselheiro municipal de Shirataki; 
1916 – Recebe o Menkyo de Daito-ryu das mãos de Sokaku Takeda, o grande mestre; 
1917 – Nascimento de seu filho Takemori Ueshiba;
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FIGURA 2 – Ōtake Risuke Shihan – Fundador do Kashima Shinto - Ryu - Fonte: http://tenshinsho- den-katori-shinto-ryu.org/ 
1919 – Seu pai fica gravemente efêmero, e ele encontra pela primeira vez com o reverendo Dogushi; 
1920 – Morte de seu pai. Inicia a prática do Budo com um sentimento espiritual; 
1921 – Nascimento de seu filho Kishomaru; 
1922 – Utilização do termo “Aiki Bujutsu” ensinando o seu Budo para uma comunidade agrícola. Sua escola é conhecida como Ueshiba-Ryu Aikibujutsu; 
1924 – Ida a Mongólia com Degushi para fundar uma comunidade ideal “Um paraíso” liderado por Degushi. A expedição é um fracasso quase morrendo por fuzilamento; 
1925 – Recebe a iluminação espiritual dentro do Budo. Pratica intensamente a arte da lança no estilo Hozoin; 
1927 – Muda para Tókio com a família e abre um Dojo ensinando a família Imperial. Neste mesmo ano é visitado por Jigoro Kano, o fundador do Judô, que impressionado com a arte lhe envia três de seus melhores alunos para aprender a arte; 
1931 – Se instala definitivamente no bairro de Shinjuku em Tókio. Seu Dojo recebe o apelido de “Jigoku Dojo” (“Academia do Inferno”); 
1936 – Os nomes de Aikibudo e Aikibujutsu são utilizados, e muitos Dojos são abertos no Japão e na Manchúria; 
1940 – A Kobukai se torna “Zaidanhojin Kobukai”, ou fundação Kobukai. O Aikidô penetra nos meios militares e na elite dos comerciantes e das universidades; 
1941 – Começo da guerra do Pacífico; 
1942 – Todas as artes marciais do Japão são agrupadas na Botoku Kai. O-Sensei se retira a Iwama. Kishomaru Ueshiba, seu filho, dirige o Dojo de Tókio. O nome “Aikidô” é utilizado então pela primeira vez; 
1944 – Fundação do Aiki Jinja (Santuário em Iwama); 
1945 – Fundação do Dojo a céu aberto em Iwama e fim da 2ª Guerra Mundial; 
1948 – O-Sensei volta a praticar em Tókio; 
1952 – A prática do Aikidô se generaliza por todos os lugares do país; 
1956 – Primeira demonstração pública de O-Sensei e seus alunos; 
1960 – Condecorado pelo Imperador por ter criado o Aikidô; 
1961 – Primeira viagem ao exterior após a guerra com demonstrações no Havaí, inaugurando o Dojo local; 
1964 – Condecorado com a Ordem do Mérito Japonês; 
1969- Morre a 26 de Abril às 5 horas da manhã. Seus restos mortais se encontram depositados em cinzas no Kosanji em Tanabe, seus cabelos em Iwama (Aiki Jinja) no Dojo de Kumano em Ayabe (Centro da Omoto-Kyo) e no Dojo de Tókio. 
1.2 Kendô () 
Kendo, o caminho da espada ou esgrima japonesa. Ele faz parte do Budo (coletivo dos caminhos marciais japoneses). Suas origens remontam há mais de 657 anos A.C (Período YAMATO). Também conhecido por “A Era dos Deuses”. Assim pode-se dizer que a Arte do Uso da Espada vem sendo praticada tradicionalmente, e tem longa história e não se limitava somente à defesa pessoal, ou à sua utilização em guerras, mas sempre conteve uma inspiração divina que era a do homem transcender sua condição humana e adquirir
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o dom dos Deuses. Infelizmente este caminho por diversas épocas conturbadas do Japão e da humanidade no geral, acabou se desvirtuando. 
A pratica de espadas sempre foi considerada em diversos países como uma arte nobre, no Japão ela alcançou o status de quase religião e digna de culto e reverência, sendo a espada (TSURUJI) um dos objetos sagrados da Família Imperial (TE NO). 
O Kendo é o conjunto de leis e práticas morais e espirituais que regem a ação do espadachim (KENSHI/KENDOKA), influenciados pelo ZENDO (preceitos do budismo), o SHINTO (preceitos dos Deuses), o CONFUCIONISMO (filosofia Humanista Chinesa) e o BUSHIDO (o código dos Samurais) ele surgiu através da observação de inúmeros mestres que ao praticarem o Kenjutsu sentiram a necessidade de ir além dos ensinamentos físicos, buscando uma formação espiritual e moral. 
As técnicas foram modificadas nos dias atuais diferenciando o Kendo Esportivo e seus centros de aprendizado (GENDAI DOJO), dos estilos tradicionais antigos (KORYU DOJO) que preservaram as técnicas antigas do uso do Shinken (espada real), Nota-se que ambas as formas de ensino são de suma importância para o aprendizado e formação do aluno. É importante frisar que o atual Kendô Esportivo assim como outras formas de Budô modernos (Karatê, Judô, Aikidô, etc.), não são verdadeiras artes Samurai e sim pseudo-samurai, tais formas foram concebidas para serem praticadas pela população no geral como uma forma de esporte, defesa pessoal ou para ajudar a cultivar a saúde. As verdadeiras artes de origem Samurai têm seus princípios calcados no Budo e no Bugei (Artes da Guerra). 
Existem ainda centenas de escolas em atividade nos dias atuais, e cada uma delas praticam uma gama de conhecimentos marciais sobre diversas armas, aspectos mentais, espirituais e culturais que transformariam seu praticante em um verdadeiro Iniciado nos caminhos secretos passados de mestre para discípulo de geração em geração. Outra curiosidade é que muitas vezes uma escola era especializada em combate corpo a corpo (SHITORYU, SHOTOKAN, DAITORYU, TAKENOUCHIRYU, ETC), mas também, praticavam várias formas de uso de armas como a espada, o bastão, a lança entre outras. Portanto é um muito popular achar que uma escola antiga só sabia fazer uma determinada arte ou forma. Para se ter uma idéia a formação do samurai é constituída do aprendizado de no mínimo vinte formas de artes (de combate e culturais).
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Por volta do século XVII, o Kenjutsu já era praticado com espadas de madeira maciças (BOKUTO/BOKEN). Este fato ajudou a estimular e difundir sua prática, pois permitia melhor contato sem causar ferimentos cortantes, mas não evitava totalmente os danos e acidentes mortais. A armadura usada nos dias atuais (BOGU) foi desenvolvida pelos Mestres ONO TADAAKI E TORANISHI KANSHIN, que se inspiraram na armadura dos Samurais chamada YOROI. Estas invenções permitiram finalmente uma forma de combate sem causar ferimentos graves ou letais, pois além da espada ser totalmente flexível e sem pontas ou extremidades aguçadas, o praticante estava totalmente protegido em seus pontos vitais com uma armadura leve, feita de feltro, resina e bambu. Este fato permitiu uma forma de contato a golpear o adversário. 
Os atuais caminhos marciais modernos (esportivos ou não) também tem uma grande importância, pois além de permitirem que todo o tipo de Ser Humano possa treiná-los, são uma excelente introdução e preparo para quem pretende depois, especializar-se nos estilos antigos. Enquanto que o KORYU seria uma espécie de pós- graduação e mestrado. Peço desculpas mais foi a única forma de expressar em termos coloquiais modernos atuais o termo HITO KAMI NO I GEN KORO MICHI (caminho para divinizar os homens). 
O conceito de Kendo ao contrário do que se diz nos dias de hoje, não é uma arte que descende do Kenjutsu, aliás, dizer que Kendo é descendente do Kenjutsu é uma corruptela dos ensinamentos dos mestres antigos que preservaram este caminho para o bem da humanidade. O conceito do Kendo Esportivo é disciplinar o caráter humano através do estudo da aplicação da espada. Promover atividade esportiva e competitiva para fins educacionais da sociedade. 
1.3 Aos Iniciantes 
Ao se ingressar numa atividade física, seja ela uma dança, um esporte, ou uma arte marcial, pense se realmente sua escolha é o seu caminho. Não se autolimite, e vá em frente! Tome certos cuidados, sua escolha será seu modo de vida tanto profissional (às vezes financeiro), como seu particular. Intempéries virão, sejam elas pessoais ou por terceiros. Não desista! Mas lembre-se de escolher um lugar com profissionais
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competentes e reconhecimento de mercado. Afinal, é a sua vida que estará em jogo e, dependendo da situação, literalmente! 
Dentro das artes marciais, você logo ao iniciar receberá influências de todos os lados, seja energética e/ou psíquica, tanto dos alunos novos como os mais experientes, como dos professores, amigos e familiares. Será difícil nos primeiros meses quebrar a barreira da Constância. Pois você estará em sua Zona de Conforto. Seu corpo, seu ritmo antigo, seu psicológico, irão falar mais alto. Pode ser que dentre média de 3 (três) a 6 (seis) meses, estará mais habituado para tal, e seu corpo irá estar mais moldado e preparado. Cada um tem o seu limite, respeite-se acima de tudo! Não faltem as aulas! 
Para o Aikidô, ou Kendô, média de uns 6 (seis) meses você já saberá se este é realmente o seu caminho. 
As dores, a moleza, a falta de dinheiro, etc.; serão trocados automaticamente por perseverança, vontade, ânimo, força física e vigor. Se for fraco, fortalecerás, se for gordo, fortalecerás também, podendo perder alguns quilos se for o caso. O mais importante é que ira ganhar energia vital! Fortalecimento em juntas e ligamentos. E não somente esbelteza por esbelteza. 
- Ponto importante: Não deixe seu Ego falar mais alto logo no inicio! 
Caso isso ocorra, será muito difícil de vencer-se, pois ira pensar que estaria no verdadeiro caminho, e não o estará! Aprendera técnicas, seu corpo ficará mais forte, seu cérebro mais rápido, mas não estará no verdadeiro caminho da arte. Isso poderá lhe levar a um caminho sem volta, e se manifestara no seu cotidiano sem o seu próprio perceber. Será apenas a busca de um Poder, Mas não da Verdade. Amigos, família, trabalho, etc.; irão perceber arrogância e excesso de confiança por sua parte, menos você. Por isso a importância de uma ótima escola, academia, associação ou federação. Estude sua história antes. Perceba que todas elas têm suas vantagens e desvantagens. Não são todos os esportes ou artes marciais que possuem campeonatos ou torneios. Tenham em vista nos seus objetivos. 
Não esqueça!
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1.4 As Artes Hoje em Dia 
- O Aikidô: 
O primeiro Aikidoka reconhecido no Brasil foi Shihan Kawai, onde este a divulgou para praticamente todo o País. 
Porém, existiu outra pessoa vinda direta do Japão; Kenjiro Kasuga (em 1955), aluno direto de O-Sensei; podendo se considerar o primeiro a inserir a arte no país. Mas, ele não a divulgou ou criou Dojos, ou outras formas. 
O Dojo principal do Japão, o Hombu Dojo, liderada pelo Shihan Moriteru Ueshiba, é a sede central da Aikikai, onde praticamente todos os Dojos do mundo estão ligados a ela, com reconhecimento por seus Shihans espalhados dentro e fora do Japão. Seu legado é tradicional japonês, com descendência de pai para filho. Shihan Moriteru Ueshiba é neto de O-Sensei, e seu pai foi Kishomaru Ueshiba, onde teve grande valia na divulgação do Aikido ao mundo. 
Hoje, são inúmeros praticantes da arte no Brasil e no mundo. Sua arte, filosofia e historia se espalharam. Contribuiu-se e levou-se o homem a um novo nível de vida e pensamento. 
Existem escolas com ensinos diferentes, mas no fundo é tudo a mesma essência, a mesma fonte. Como somos seres humanos, cada um a enxerga de sua maneira, e isso é normal. 
Seu estilo tradicional de Budo é mantido. A essência da arte marcial japonesa, sua história e cultura são preservadas e cada qual, adapta-se a seus costumes locais. 
- O Kendô: 
No Brasil, existe tanto o lado esportivo como o tradicional – a arte como era treinada em seus primórdios no Japão, em suas origens. 
Todas elas buscam sua fonte, ao mais próximo possível de sua origem. Variando o tipo de treino ao lado tradicional, que é mais rígido e mais forte, e mais regrado a fonte espiritual.
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1.5 Federações e Associações 
No Brasil, existem associações e federações muito bem estruturadas, cada qual com sua representação oficialmente reconhecida com o Hombu Dojo (sede mundial do Aikidô) de Tókio, dentre elas: 
- Brazil Aikikai – Confederação Brasileira de Aikidô; 
- FEBRAI – Federação Brasileira de Aikidô; 
- FEPAI – Federação Paulista de Aikidô; 
- FIA – Federação Intercultural de Aikidô; 
- Instituto Takemussu; 
- União Sul Americana de Aikidô. 
Existem outras por estados ou cidades, cada qual em sua maioria interligada a estas mencionadas. Pois para cada representação oficial, pelo sistema oriental da arte, é necessária a representação de um Mestre (o Shihan) responsável. 
Segundo a Brasil Aikikai, seguem algumas premissas: 
- Lemas do Aikidô: 
1 – Manter a Disciplina; 
2 – Não se Enervar; 
3 – Não se Entristecer; 
4 – Não Possuir Sentimento Hostil; 
5 – Ser Compreensivo; 
6 – Ser Tranqüilo; 
7 – Ser Pacifico; 
8 – Manter a Ética; 
9 – Fazer Amizade com Todos; 
10 – Respeitar a Deus e as Pessoas; 
11 – Ser Humilde; 
12 – Ser Justo e Honesto; 
13 – Conscientizar-se Que o Aikidô é o Caminho de Deus; 
14 – Conscientizar-se Que a Prática do Aikidô Tem Por Princípio o Autoconhecimento. 
- Comportamentos no DOJO: 1. O DOJO é de responsabilidade de todos que usam seu espaço. Sinta-se em casa para dar informações a visitantes, arrumar o que estiver desarrumado, limpar o que estiver sujo.
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2. Colabore no que puder para a melhoria do espaço da Academia. 3. Mantenha a higiene pessoal e do seu Dogi. 4. Sempre entre no tatame com pés e mãos limpos e unhas bem aparadas. 5. Não use jóias (anéis, brincos, pulseiras, relógios), perfumes muito fortes ou qualquer acessório que prejudique o seu treino ou dos seus parceiros. 6. Traga uma toalhinha para enxugar o suor. 7. Não ande pelo Dojo sem estar completamente vestido. 8. Use zori (chinelos) para andar pelas demais dependências da Academia. 9. Não pise calçado no tatame, na madeira ou nos bancos. 10. Não ande descalço fora do tatame. 11. Ao entrar e sair da área de tatames faça reverência em pé ao local. 12. Se chegar com a aula já iniciada, entre no tatame discretamente, pedindo licença ao professor e iniciando o treino. (Faça uma reverência ao professor, dizendo em voz baixa ONEGAISHIMASSU, de forma a não atrapalhar o treino). 13. Caso precise realmente sair durante, ou antes do fim do treino peça sempre licença ao professor. 14. Ao treinar pratique a humildade. Tenha iniciativa para convidar seus parceiros a treinar, dizendo ONEGAISHIMASSU, não espere que venham chamar você. 15. Não recuse a treinar com nenhum parceiro. 16. Ajude a quem precisa, mas jamais corrija o seu parceiro, a não ser que você seja faixa preta. 17. Nunca pense que estará atrapalhando alguém por não saber executar algum movimento. Todos estamos aprendendo, uns ajudando aos outros. 18. Respeite os alunos mais graduados e jamais discuta se as técnicas estão certas ou erradas. 19. Fale o mínimo possível durante os treinos. 20. Quando o Sensei estiver demonstrando um golpe, fique sentado, em silêncio e atento e depois curve-se diante do Sensei e de um parceiro e inicie o treino. Caso não tenha compreendido bem, observe os outros, execute o pouco que você percebeu e espere ser corrigido pelo professor. 21. Se for absolutamente necessário perguntar algo ao Sensei, vá até ele, não o chame para si. 22. Treine exatamente como orientado pelo professor. 23. Nunca argumente com o Sensei, mesmo que outro instrutor tenha dito algo diferente. Existem várias formas de se executar as técnicas e você deve seguir cada instrutor, em cada aula, no melhor de sua capacidade. 24. Treine com afinco e energia, mas sempre respeitando a integridade física do colega. Durante as aulas há sempre pessoas de diferentes sexos, idades e capacidade física. Enquanto o ideal é sempre treinar tão vigorosamente quanto possível, as capacidades físicas e as metas de treinamento de cada parceiro devem ser levadas em consideração. 25. Ao arremessar seu parceiro, lembre-se de que há outras pessoas treinando no tatame. 26. Esteja consciente do que ocorre ao seu redor. Dose a intensidade dos movimentos à sua condição física. Tenha responsabilidade sobre você mesmo. 27. Não deixe de fazer nenhuma técnica (a não ser que esteja machucado).
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28. Se estiver com alguma lesão ou incapacidade física comunique-a obrigatoriamente ao professor, antes de iniciar o treino. 29. Evite freqüentar as aulas se estiver com alguma doença transmissível por ar ou contato. 30. Sente-se sempre em Seiza; caso tenha algum problema nos joelhos comunique ao professor anteriormente e sente-se com as pernas cruzadas. Não sente encostado na parede ou em outra posição. 31. Mantenha uma boa postura. 32. Antes de entrar na academia, lembre-se de desligar seu celular ou bip. 33. Nunca use o celular dentro da academia durante os horários de treino. 34. É expressamente proibido FUMAR em todas as dependências da academia inclusive vestiários e banheiro. 35. Mesmo estando fora do tatame, mantenha silêncio durante os treinos e não converse com quem está dentro do tatame. 36. Procure participar dos eventos da academia: demonstrações, limpezas gerais, comemorações, etc. 37. Não atrase nem deixe de pagar as mensalidades, se precisar ausentar-se por algum tempo dos treinos por viagens ou doença avise ao professor. 
- Títulos de Ensino: 
- Kyu´s: 
Faixas Coloridas até Marrom. São 5 (cinco) Kyu´s (Portas), até se chegar à faixa preta (Shodan). 
- MuKyu – Faixa Branca (Aluno iniciante): 
É o título ao aluno que acaba de entrar, ou a faixa branca. Na verdade, até a faixa Marrom, todos são considerados faixas brancas, ou outra denominação de algumas escolas, como no Kendô, os Shoshinshas (Alunos Iniciantes). O Quadro I demonstra as graduações do Aikidô:
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QUADRO I – Graduações do Aikidô 
MUKYO Faixa Branca 5º KYO Faixa Amarela 4º KYO Faixa Roxa 3º KYO Faixa Verde 2º KYO Faixa Azul 1º KYO Faixa Marrom SHODAN Faixa Preta (1º Grau) NIDAN Faixa Preta (2º Grau) SANDAN Faixa Preta (3º Grau) YONDAN Faixa Preta (4º Grau) GODAN Faixa Preta (5º Grau) FUKUSHIDOIN Professor Assistente SHIDOIN Professor SHIHAN Mestre 
As três últimas classificações são títulos que são atribuídos aos Yudansha. Além de Godan, as promoções são feitas mais por méritos devidos a trabalhos realizados em prol da arte, amadurecimento técnico e da personalidade. 
Para o Ocidente, foi adotado esta ordem de cores, como as do Arco-Íris; equivaler-se-ão há etapas até se chegar a Shodan (Faixa Preta), o verdadeiro iniciante na arte. 
Geralmente, as graduações são estipuladas de 6 (seis) em 6 (seis) meses. Para algumas escolas, dependendo do Sensei responsável; ser considerado como instrutor os Faixas Marrons. Em outras, no 4º Kyu, este já pode ser considerado. 
- SHODAN – Faixa Preta: 
Este seria na verdade, o primeiro grau da arte, como é treinado no Japão – faixa branca o preta. É nele que se começa a aprender a arte com mais eficácia. Subentende- se que a pessoa já esteja, e tenha passado e adquirido os níveis básicos de todo o seu Kihon (técnicas para exames de faixas mínimas exigidas) até esta etapa. Este passa a ser denominado de SENSEI, mas, não é ainda considerado como Professor Oficialmente pela arte, dependendo de cada escola e arte marcial. 
Pós o Shodan, vem-se as próximas etapas denominadas “Dan’s”, onde seriam etapas da faixa preta, seguindo as denominações e graduações dentro destas a seguir:
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- FUKUSHIDOIN (Professor Assistente): 
Este título é à parte dos exames normais de Dan´s. Ele é concedido mediante um exame de habilitação, onde o candidato deverá não somente comprovar conhecimentos técnicos e teóricos sobre a arte, mas também demonstrar que tem conhecimentos didáticos para esta função. Para se poder candidatar, o interessado deverá ter pelo menos a graduação de Nidan (Faixa Preta 2º Grau). Este Certificado é emitido pela Confederação e assinado pelo diretor Técnico e Presidente. 
- SHIDOIN (Professor Titular): 
Este título é concedido mediante um exame de habilitação onde o candidato deverá não somente comprovar conhecimentos técnicos e teóricos sobre a arte, mas também demonstrar que tem conhecimentos didáticos para esta função, sendo pessoa idônea, com liderança e maturidade no ensino da arte comprovados. Para se poder candidatar, o interessado deverá ter pelo menos a graduação de Yondan (Faixa Preta 4º Grau). Este Certificado é emitido pela Confederação e assinados pelo Diretor Técnico e Presidente. 
- SHIHAN (Mestre Máximo, PHD): 
No passado, até 2002, quando um praticante dava aulas de Aikidô e era promovido para 6º Dan, ele automaticamente era chamado de SHIHAN, pelo Aikikai Hombu Dojo, não havia um Certificado específico para este título, embora algumas pessoas tivessem uns consignados pelo Doshu Kishomaru porque os solicitaram. Após 2002, no entanto, a situação foi regularizada e a partir desta data, foi criado um Certificado de Shihan que é emitido no Japão. Após completar 6 (seis) anos de ensino da arte e ser considerado uma pessoa que comprovadamente está formando alunos de nível internacional. O Aikikai Hombu Dojo, aceita um "application" (pedido) de análise, feito para a pessoa indicada pertencente à organização oficialmente reconhecida no país pelo Hombu Dojo. Nos meses de novembro e dezembro uma comissão de alto nível de confiança do Doshu examina o pedido e o candidato, se aprovado, tem sua graduação anunciada na festa de Kagami Biraki no começo de janeiro. Ou seja, acaba demorando 7 (sete) anos na prática, o tempo mínimo para se ter esta graduação se tudo estiver de acordo. Se o pedido for recusado, então a organização que o recomendou para o título, deve aguardar 2 (dois) anos para entrar com o novo pedido de análise. O candidato aprovado recebe o Certificado emitido pelo Aikikai Hombu Dojo. O Tempo Mínimo para Prestação de Exames obedece como descrito no Quadro II:
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QUADRO II – Tempo Mínimo para Exames 
QUADRO III – Pirâmide Tradicional Hierárquica 
Para Faixa Amarela 30 aulas Para Faixa Roxa 50 aulas Para Faixa Verde 100 aulas Para Faixa Azul 100 aulas Para Faixa Marrom 100 aulas Para Shodan em Diante À Critério do Mestre 
Estes tempos poderão ser abreviados em caráter excepcional a critério do mestre e os exames serão sempre realizados pela Kancho que poderá a seu critério, solicitar a presença de outros Yudansha (Faixa preta) e atribuir notas, aprovando ou não o candidato. 
Seu sistema é hierárquico por sua cultura e costumes, mas hoje na maioria das empresas, seguem um sistema horizontal. É um ponto a se observar, pois para se vencer uma cultura, é um assunto de grande cuidado e atenção. Segue dois quadros comparativos do sistema tradicional e atual, onde estes serão analisados com seus problemas, nas considerações sobre os alunos e professores. Os Quadro III e Quadro IV demonstram estas hierarquias: 
SENSEIS 
KYU´S – FAIXAS COLORIDAS 
SHIDOINS 
FUKOSHIDOINS 
SHIHANS
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QUADRO IV – Hierarquia Horizontal 
Ao Kendo, não existem muitas diferenças por sua derivação a uma escola tradicional, onde os Kyu’s são descritos como no Quadro V: 
VICE- PRESIDENTE 
PRESIDENTE 
DIRETORES 
EMPREGADOS
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QUADRO V – Quadro Oficial de Graduações – Fonte: www.sojobo.biz Grau Pretendido Tempo Min. de Prática Idade Mínima 
1º Kyu 
+ de 1 ano 
Acima de 13 anos 1º Dan (Shodan) + de 6 meses (após 1º Kyu) + de 14 anos 
2º Dan (Nidan) 
+ de 1 ano (após 1º Dan) 
+ de 15 anos 3º Dan (Sandan) - Sensei + de 1 ano (após 2º Dan) + de 18 anos 
4º Dan (Yondan) 
+ de 2 anos (após 3º Dan) 
+ de 20 anos 5º Dan (Godan) + de 3 anos (após 4º Dan) + de 23 anos 
6º Dan (Rokudan) 
+ de 4 anos (após 5º Dan) 
+ de 27 anos 7º Dan (Nanadan) + de 5 anos (após 6º Dan) + de 32 anos 
8º Dan (Hachidan) 
+ de 8 anos (após 7º Dan) 
+ de 48 anos Renshi (professor sênior) Título dado (após 6º Dan) + de 48 anos 
Kyoshi (diretor téc.) 
Título dado (após 6º Dan) 
+ de 55 anos Hanshi (Grão Mestre) Somente (após 7º Dan) + de 65 anos 
Vale salientar que um praticante que iniciou o treino do Kendo após 18 anos, dificilmente será indicado para exame de 1º Kyu, com apenas um ano de prática. Normalmente ele prestará exame após 3(três) anos. 
Para se inscrever no exame de graduação é necessário que o praticante participe de uma Associação (Dojo) que esteja filiada á Confederação Brasileira de Kendo e a Federação oficial de seu Estado. O praticante deverá prestar exame a uma junta de mestres que irão analisar os seguintes tópicos:
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1. - Tempo de Prática; 
2. - Destreza Técnica; 
3. - Conhecimentos Teóricos; 
4. - Etiqueta; 
5. - Elevado Conceito filosófico. 
1.6 O “KI” (), Ciência e Física Quântica 
- O “KI”: 
As pessoas têm uma visão às vezes de algo sobrenatural ou mágico quando dissemos sobre Ki. Existem várias interpretações e sensações desta, e qual seria a certa? Todas elas. 
Seja como energia vital, como energia elétrica, a do átomo, a de Deus para quem crê; etc. Podemos também considerá-lo como a Atividade do Espírito. Mas, Ki é a Vibração do Som de da Luz. Luz, trovão, vento, vibração atômica. 
É a Essência do Universo, a Energia Criativa de Deus. Ele enche o universo e tudo existente, existe desde o início de tudo, e é eterno. 
Os orientais enxergam e usam como sua simbologia (Kanjis), quando um grão de arroz esta pronto para sua colheita. Pois quando ele esta pronto, libera uma pequena fumaça ou vapor, este é o Ki da Vida. 
Um exemplo deste Ki da Vida pode ser observado em um documentário da Discovery Channel sobre artes marciais – Mestres do Combate, onde um dos praticantes se machuca, e mostra seu inchado na mão à câmera, e comenta sobre ele, pois este machucado pode lhe atrapalhar em seu treinamento. No exato momento, o Sifu (Professor Mestre Chinês), ao observar a lesão neste aluno, esfrega suas mãos sem ele ver; e de repente, ele segura a mão acidentada deste praticante, envolvendo-as com as suas. A segura por alguns segundos, e literalmente, o machucado desaparece! Fica-se como se nada tivesse acontecido! Sem nenhum inchaço, ou mancha rocha de sangue pisado no local, nada!
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Outro exemplo para nosso cotidiano, podemos denominar o Ki como uma “Força Oculta”, de onde conseguimos fazer coisas emergenciais em sua maioria sem saber como poderíamos tê-la feito. São atos por instinto, sem pensar, mas que fogem do “normal” ou razão. Não esquecendo que o Medo, já seria outra parte, descrita mais para frente. 
- Ciência: 
O lado mais próximo a se observar este Ki, é o átomo, a luz ou a energia seja ela elétrica, ou como Einstein a descobriu (E = M.C2). 
A vibração das coisas gera energia, o átomo vibra, ou seja, tudo que existe, animado ou inanimado, esta vivo e em movimento. 
A energia pode ser também: Cinética, Solar, Mecânica, Eólica, Térmica, Radiante, Química, Nuclear, A Queima de Um Recurso Natural, o Próprio Pensamento, etc. 
Energia é potencial exato para se gerar trabalho ou ação. 
- Física Quântica: 
A descoberta mais utilizada é a de Einstein, onde “E = M.C2” – Energia é igual à Massa, vezes a Aceleração. Este é o mais próximo do que seria o Ki, ou Energia. 
Porém, os cientistas já estão chegando neste ponto da física quântica, onde eles consideram um paradoxo, um ponto de interrogação, pois pela ciência, as coisas têm que ser provadas, e não apenas pressupostas. 
Mas esta análise baseia-se na descoberta da Energia do Átomo estar Viva. De esta ser a Fonte Vital à Vida, bem como tudo no Universo. E, em como, e o que a faz se mantiver viva de fato! 
Eles estão tendo que aceitar que existe algo a mais, de outro plano ou estado da matéria, que faz tudo isso funcionar. Que faz a vida existir. E, as respostas estão mais para questões religiosas que cientistas. 
Enfim, é essa subdivisão do átomo, como a bomba atômica, ou como um choque elétrico, ou como um elétron que se encaminha de átomo em átomo em um circuito, até se transformar em luz e calor de uma lâmpada. 
Tudo isso, são formas de Ki. E é este Ki que utilizamos dentro da arte marcial. Não é só a técnica, pois chega um momento que a força é que irá vencer igual aos
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estudos de Isaac Newton sobre Vetores por exemplo, onde a força maior em linha reta sempre vencerá a menor. 
É esta explosão vista na física quântica e nos outros dizeres acima, que nos faz meditar, e pensar no que somos e onde podemos chegar e evoluir. 
É ela que nos mantêm vivos. Tudo isso, é Ki. 
1.7 Esportes, Lazer e Cultura 
Em sua maioria nestes três aspectos, Esportes, Lazer e Cultura, as pessoas pagam para obterem os treinamentos e conhecimentos de cada modalidade ou arte. Mas, para algumas como descrito nas artes marciais, cargos são estipulados e responsabilidades são adquiridas, porém, como foco, uma legalização destes postos, realmente não é existente. E se as pessoas sofrerem algum acidente, também nada existe sobre o aspecto, até mesmo para professores de sua maioria, sem nenhum amparo por suas instituições ou federações, dentro destas artes abordadas. Isso ocorre para alguns que possuírem infra-estrutura, enquanto para os pequenos, é muito difícil. 
- Esportes: 
Nos esportes em geral, muitos deles já possuem além de suas Federações e Associações, amparos tanto monetários como uma ótima estrutura física até. Isso vem em questão à cultura local, pois sabemos que em nosso país, o Futebol é o mais conhecido. 
Agora, analisemos se em um time profissional, os jogadores são registrados por CLT, sempre existem profissionais a área da física e mental do atleta, mas da segurança do trabalho nunca se ouve falar. Pois, quando for um time pequeno, onde os jogadores ou o próprio clube não da condição de registro ou respaldo aos atletas, a situação é bem diferente. E/ou, mesmo nos grandes clubes, os profissionais responsáveis não possuem todo o conhecimento da segurança do trabalho. 
Na Fórmula-1 ou em outras, já é o contrário, existe toda uma equipe para tal, fora os subsídios das federações e patrocinadores. Cuidados ergonômicos são tomados por empresas tanto ligadas diretamente à produção dos equipamentos e veículos específicos aos corredores, mas apenas entende-se que seus locais já sejam estruturados
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para tal. E enquanto a pessoa não atinge tal nível, quando ela ainda esta ou num time de várzea, ou numa equipe de cart. por conta própria, a situação é totalmente diferente. 
- Cultura e Lazer: 
Existe uma grande controvérsia da parte dos profissionais de Educação Física, e algumas modalidades. É compreendido que quem poderia cuidar do Físico das pessoas nos esportes, seria o Profissional de Educação Física, e os Fisioterapeutas e/ou Médicos, para algumas intempéries. 
Porem, à cultura ou lazer, dá-se o impasse. Em sua maioria, algumas atividades são consideradas culturais e outras como lazer, e não possuem estes profissionais citados. Algumas por sua infra-estrutura, e outras por justamente, sua cultura em questão, como é o caso das Artes Marciais. 
Alguns exemplos onde vários profissionais estão à ativa, seria também muito difícil de conseguirem um diploma nestas áreas profissionais citadas, pois sua maioria não tem um bom salário, ou até mesmo um local apropriado para lecionarem, fora nossa cultura popular brasileira não reconhecê-los; são eles: Professores de Yoga, de Dança, de Tai Chi Chuan, Cursos Policiais, etc. 
Hoje porem, existe um único amparo legal, para que professores destas atividades consideradas Culturais, como Yoga, Dança e Artes Marciais, possam lecionar, mas quanto a benefícios acidentários ou de aposentadoria, nada consta. É o Projeto de Lei Nº7370 de 2002 do Sr. Luiz Antonio Fleury; que acrescenta em seu segundo parágrafo: “Não estão sujeitos à fiscalização dos Conselhos previstos nesta lei os profissionais de danças, artes marciais e Yoga, seus instrutores, professores e academias”. 
Este acabou existindo e foi aprovada, pois os conselhos de classe estavam com a exigência de somente os profissionais com CREF, poderiam atuar nestas áreas; desprezando a sua própria Cultura, como é o lado destas mencionadas.
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CAPÍTULO 2 
SOBRE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 
O Que é Segurança do Trabalho? 
São conjuntos objetivando a Segurança e a Saúde do Trabalhador. Sua tendência é minimizar os acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Seu ponto de vista é a Integridade do Trabalhador e sua Excelência Humana. 
Algumas disciplinas que ela abrange: 
 Introdução a Segurança; 
 Higiene; 
 Medicina; 
 Prevenção; 
 Engenharia; 
 Métodos e Pesquisas; 
 Doenças; 
 Riscos; 
 Ergonomia; 
 Ambiente de trabalho e Meio Ambiente; 
 Comunicações e Treinamentos 
 Responsabilidades: Civil e Criminal; 
 Normas Regulamentadoras e Padronizações Técnicas. 
A composição da Segurança e Medicina do Trabalho corresponde ao SESMT – Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho – NR 4, composto por profissionais específicos, dentre eles: Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho e Auxiliar de Enfermagem. Por parte dos Empregados da empresa, existe a CIPA – Comissão Interna de Prevenção a Acidentes – NR 5, como auxiliadores nesta área.
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É necessária uma implantação de uma Cultura Trabalhista, onde as pessoas têm que analisar e compreender, que segurança do trabalho não é despesa, é investimento; segurança não é fraqueza pessoal, é cuidado pessoal; não podemos mais analisar que não se pode utilizar este recurso, sendo que já existem legislações, ou falta de fiscalizações; temos que fazer a nossa parte. 
Deve-se ter uma consciência do Todo e não mais do Individual. Tudo é parte do sistema, todas as pessoas e também os maquinários estão envolvidos na produção e desenvolvimento local e intelectual de todos. Todo capital tem que ser analisado e distribuído igualmente, sem mais uma visão econômica escrava, ou mediante apenas ao lucro ou ao fim de um serviço. 
Erros comuns analisados, onde os donos de empresas acham que é somente comprar alguns equipamentos de proteção individual, sem dar algum treinamento se quer, visando apenas à continuidade e execução do trabalho. Cria-se uma ilusão de segurança e proteção, sem realmente haver proteção. 
Não há qualidade sem higiene e segurança, é preciso que o elemento Humano atue. 
2.1 O Profissional e o Mercado de Trabalho 
Engenheiro: “s.m. Profissional de nível universitário que, mediante a aplicação da matemática e ciências afins, projeta, fiscaliza ou supervisiona a construção de obras de grande porte, como estradas, ferrovias, pontes, fortificações, portos, edifícios, máquinas, navios, aviões, a exploração de minas, a instalação de usinas etc.: engenharia civil, militar, naval, aeronáutico” (DICIONÁRIO SIENGE). 
Segurança: “s.f. Ação ou efeito de segurar. Situação do que está seguro; afastamento de todo perigo: viajar com segurança. Certeza, confiança, firmeza: falou com segurança. Garantia, caução: a hipoteca constitui uma segurança real, a caução uma segurança pessoal” (DICIONÁRIO SIENGE).
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Técnico de Segurança do Trabalho: “Aquele que verifica as condições de trabalho de uma empresa, identificando fatores de risco e propondo sua solução” (DICIONÁRIO MICHAELIS). 
O profissional da área de segurança do trabalho é um dos mais requisitados pelo país. Os impactos desta área abrangem não só a área economia, mas até a saúde publica. 
Os profissionais atuam na redução de acidentes, orientando e treinando os empregados sobre os seus riscos existentes, e as doenças ocupacionais possíveis, mediante as funções e locais de trabalho. Devem também saber interpretar as legislações, utilizar instrumentos de avaliação, identificar riscos e condições, identificar contaminantes e funções e responsabilidades, aplicar as normas, orientar visitantes ou clientes, etc. 
A valorização do profissional em alguns estados: 
 São Paulo – É o maior empregador, e maior média salarial; 
 Vale do Paraíba – Grande procura e o número vem aumentado pela grande quantidade de indústrias; 
 Região Sudeste – É uma das que mais registra acidentes e doenças ocupacionais; 
 Rio de Janeiro – Grande receptor de mão de obra, ênfase em escolas técnicas, atuação e petróleo e gás, construção naval e civil; 
 Minas Gerais – Grande parte siderúrgica; 
 Região Sul – Com destaque ao Paraná, principalmente em usinas de álcool e açúcar, papel e celulose e agro-negócio em Londrina e Maringá. (Brasil Profissões / CEFET-RJ / SENAC) 
2.2 Acidentes e Doenças Ocupacionais 
ACIDENTE DO TRABALHO 
Conceito Legal
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“Aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional ou doença que cause a morte ou perda ou redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho; isto diz respeito também à causa que tenha contribuído para o resultado; pode ocorrer no local de trabalho, a serviço da empresa e nos intervalos ou a caminho” (MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL) 
É também considerado acidente de Trabalho: 
Aquele sofrido pelo empregado no local e no horário de trabalho, conseqüente de: 
- Ato de sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro, inclusive companheiro de trabalho; 
- Ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada com o trabalho; 
- Imprudência, negligência ou imperícia de terceiro, inclusive companheiro de trabalho; 
- Ato de pessoa privada do uso da razão; 
- Desabamento, inundação ou incêndio; 
- Outros casos fortuitos (acontecimentos naturais (inundação / tempestade / tremor de terra)) ou de força maior (atos de terceiros (invasão / bloqueio / ordem de autoridade legítima)). 
O acidente sofrido pelo empregado ainda que fora do local e horário de trabalho: 
- Na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; 
- Na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; 
- Em viagem a serviço da empresa, qualquer que seja o meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do empregado; 
- No percurso da residência para o trabalho ou deste para aquela; 
- No percurso para o local de refeição ou de volta dele, em intervalo de trabalho.
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- O acidente sofrido pelo empregado, em período destinado à refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante o horário deste. 
Conceito Prevencionista 
O acidente do trabalho é um acontecimento não desejado, que resulta em dano físico, lesão ou doença, a uma pessoa, ou um dano à propriedade. 
Tipos de Acidentes 
 Acidente sem afastamento: é o que leva o trabalhador a se ausentar da empresa por apenas algumas horas; por exemplo quando o acidente resulta de um pequeno corte no dedo. 
 Acidente com afastamento: é o que pode deixar o trabalhador impedido de realizar suas atividades por dias seguidos, meses ou de forma definitiva, podendo resultar em: 
 Incapacidade temporária, que é a perda da capacidade para o trabalho por um período limitado de tempo, após o qual o trabalhador retorna às suas atividades normais; 
 Incapacidade parcial e permanente, que é a diminuição por toda vida, da capacidade física para o trabalho. Ex. quando ocorre a perda de um dedo ou uma vista; Incapacidade total e permanente, que é a invalidez total e permanente para o trabalho. Nesse caso o trabalhador não tem mais condições para trabalhar. Exemplo: se o trabalhador perde as duas vistas em um acidente do trabalho. Nos casos extremos, o acidente resulta na morte do trabalhador. 
Risco & Perigo 
O termo “risco” é confundido freqüentemente com o “perigo”. Uma fonte de alimentação de alta tensão, uma amostra de metal radioativo, ou um produto químico tóxico podem apresentar um perigo, significando que apresentam um potencial para dano. Os ácidos concentrados por exemplo, representam perigo ao usuário, de queimaduras sérias, se forem transportados incorretamente. 
O risco é a probabilidade ou a possibilidade a que o perigo, pelo produto químico, pode causar. Assim o ácido sulfúrico concentrado é um produto químico
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perigoso, porque é altamente corrosivo. Entretanto, desde que transportado de maneira apropriada o risco pode ser considerado pequeno. 
Os perigos por um ácido concentrado, por uma substância explosiva ou por um contaminante são propriedades inerentes ao material. Já os riscos podem e devem ser minimizados. 
Dano (Damage) 
Dano é a severidade da lesão, ou a perda física, funcional ou econômica, que podem resultar se o controle sobre um risco é perdido. 
Causa 
É a origem de caráter humano ou material relacionada com o evento catastrófico (acidente), pela materialização de um risco, resultando danos. 
Segurança 
Segurança é freqüentemente definida como "isenção de riscos". Entretanto, é praticamente impossível a eliminação completa de todos os riscos. Segurança é, portanto, um compromisso acerca de uma relativa proteção da exposição a riscos. É o antônimo de perigo. 
Dentro das artes marciais, como se decorre de luta propriamente dita, sua probabilidade para existirem acidentes é devidamente acentuada. Cabe-se a atenção redobrada tanto de quem leciona como quem as pratica, pois dependendo da situação, os danos podem ser irreversíveis. Por isso a importância ao assunto, caso alguma das partes, como professor, ou alunos, entrem em alguma desarmonia ou respeito perante os praticantes. É necessário não só uma vigia dos seus responsáveis, como de profissionais da segurança do trabalho, pois alem dos acidentes poderem existir, se estes aumentarem seu propósito por questões pessoais, e em exemplo, se um professor aja de má fé a um aluno prejudicando, este pode ficar sem algum ponto de apoio para resguardo, pois até mesmo alunos mais velhos ou inexperientes podem não entender o fato ocorrido, ou até para quem possa enxergar esta hipótese, mantenham silencio por questão da hierarquia tradicional da arte, achando até que isto seria normal.
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Doença do Trabalho 
Moléstia adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente. 
A higiene é muito importante nos tatames, pois existem academias que fogem da tradição a arte aqui abordada. Pois estas por si só, já possuem sua tradição de limpeza pós treino. O comum, é se passar uma vassoura, antes ou depois dos treinos, tanto como uma pureza espiritual por tradição, como higiênica. Mas, a existência de bactérias ou fungos pelos treinos constantes nas academias, nunca é avaliado ao pé da letra. O que conhecemos e acreditamos se treinamos em uma academia, é que com a mensalidade destas, seus proprietários se encarreguem destas questões. Infelizmente, locais já foram constatados pela região, de isso não ocorrer, e um profissional da área da educação física ou fisioterapêutica, não tem poder algum para qualquer orientação legal a estes problemas serem sanados. 
Doença Profissional 
Moléstia adquirida ou desencadeada em função do exercício de trabalho peculiar a determinada atividade. 
Existem muitos exercícios repetitivos dentro destas atividades esportivas ou tradicionais. Estes estão ligados a golpes nas articulações e/ou partes ósseas, ou nervos. Uma DORT é fácil de adquirir ou oura lesão mais acentuada, se não for observado e controlado pelos seus instrutores e professores. Outro problema é que em sua maioria, eles conhecem a história da arte, ou partes milenares até, mas sem explicações medicinais plausíveis, e sim, ao que diz respeito à própria tradição. Existem também profissionais destas áreas sem cursos mais específicos de primeiros socorros ou até mesmo algum conhecimento sobre a anatomia humana, possibilitando agravar estas condições.
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2.3 Técnicas de Identificação 
Seguem algumas técnicas e competências da profissão à segurança do trabalho: 
Taxa de Freqüência e Índice de Gravidade: 
As taxas de freqüência têm sido utilizadas para se medir o nível de segurança das empresas, isto é, para medir a eficiência dos programas de segurança. 
3.5.1 Taxa de Freqüência: 
É o índice indicativo de acidentes com afastamento, por milhão de horas / homem / trabalhadas, no período de um mês. Deve ser expressa com aproximação de centésimos e calculada pela seguinte expressão: 
Onde: 
 Tf = expressa à taxa de freqüência no mês; 
 N° = acidentados expressa o nº de trabalhadores acidentados no mês; 
 HHT = expressa o número real de horas trabalhadas no mês. 
3.5.2 Índice de Gravidade: 
É o índice indicativo da gravidade dos acidentes (com perda de membros ou funcional) com afastamento, por milhão de horas / homem / trabalhadas, no período de um mês. Deve ser expressa em números inteiros e calculada pela seguinte expressão: 
Onde HHT é o número real de horas trabalhadas no mês. Na impossibilidade absoluta de se conseguir o total de HHT devido à falta de dados, arbitra-se em 2000 horas-homem anuais à exposição ao risco para cada empregado – NBR 14280-2001. 
O número de dias debitados é utilizado para perda de membros ou funcional. 
Tf = n° acidentados x 106 
HHT 
Tg = n° de (dias perdidos + dias debitados) x 106 
HHT
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Exemplos de dias debitados: 
Morte..........................................................6000 
Incapacidade total e permanente...............6000 
Perda da visão dos olhos...........................6000 
Perda da mão.............................................3000 
Perda da audição 2 ouvidos.......................3000 
Perda da audição 1 ouvido...........................600 
Perda do polegar..........................................600 
Perda de qualquer dedo da mão..................300 
FUNDAMENTOS DOS 5 S's: 
1. Senso de Utilização: (SEIRI) – Objetiva manter apenas o que precisamos no ambiente de trabalho para eliminação de tempo na procura destes; maior controle evitando estoques, coisas desnecessárias, evitando acúmulos e lixos. 
2. Senso de Ordenação: (SEITON) – Objetiva facilitar a busca de objetos e documentos, e a boa aparência da empresa; controlar o que a pessoa usa, facilidade em comunicação e usar o que é essencial somente. 
3. Senso de Limpeza: (SEISOU) – Objetiva satisfação pessoal e limpeza e eliminar desperdícios; controlar equipamentos e melhoria nas inspeções. 
4. Senso de Asseio: (SEIKETSU) – Objetiva equilíbrio mental e emocional, dando mais produtividade e ao ambiente, deixar tudo em boa manutenção e estado de conservação;controlar a saúde física e mental é o bem estar de todos da empresa, não somente dos funcionários, o poder da comunicação em todos seus aspectos visuais deve ser observado, junta à segurança no trabalho. 
5. Senso de Autodisciplina: (SHITSUKE) – Objetiva melhoria no entrosamento de funcionários incentivando sua capacidade, avaliações pessoais da empresa constantes. Controlar para melhor ficar, elogiar, reconhecer e cumprir. 
Os dez objetivos gerais dos 5 S’s:
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 Bem estar do funcionário; 
 Melhoria de qualidade; 
 Aumento da produtividade; 
 Redução de custos; 
 Incentivo à criatividade; 
 Aprimoramento do ambiente de trabalho; 
 Melhoria da moral dos funcionários; 
 Higienização mental da empresa; 
 Prevenção de acidentes; 
 Sentir prazer no trabalho e agir visando alcançar sempre melhores desempenhos. 
EXEMPLO DE PLANO DE AÇÃO 5W2H: 
É basicamente um formulário para execução e controle de tarefas onde são atribuídas as responsabilidades e determinado como o trabalho deverá ser realizado, assim como o departamento, motivo e prazo para conclusão com os custos envolvidos. 
Recebeu esse nome devido à primeira letra das palavras em inglês: 
 1 – What................. (o que será feito?), 
 2 – Who.................. (quem fará?), 
 3 – When................ (quando será feito?), 
 4 – Where............... (onde será feito?), 
 5 – Why.................. (por que será feito?) 
 1 – How.................. (como será feito?) 
 2 – How Much..........(quanto custará?) 
Existe também uma variação do plano de ação que nada mais é do que o 5W2H, mas sem o “How Much” (quanto custará?) formando a sigla 5W1H. 
Diagrama de ISHIKAW:
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O Diagrama de Ishikawa, também conhecido como "Diagrama de Causa e Efeito" ou "Espinha-de-peixe", é uma ferramenta gráfica utilizada pela Administração para o Gerenciamento e Controle de Qualidade (CQ) em processos diversos de manipulação das fórmulas. Originalmente proposto pelo engenheiro químico Karou Ishikawa em 1943 e aperfeiçoado nos anos seguintes. 
Este diagrama também é conhecido como 6M, pois em sua estrutura, todos os tipos de problemas podem ser classificados como sendo de seis tipos diferentes: 
 Método; 
 Matéria-prima; 
 Mão-de-obra; 
 Máquinas; 
 Medição; 
 Meio ambiente. 
Este sistema permite estruturar hierarquicamente as causas potenciais de determinado problema ou oportunidade de melhoria, bem como seus efeitos sobre a qualidade dos produtos. Permite também estruturar qualquer sistema que necessite de resposta de forma gráfica e sintética (melhor visualização) conforme se visualiza na Figura III:
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Árvore de Causas ou de Falhas: 
Utilizada pela CIPA, como outra forma de diagnosticar os Porquês dos acidentes, sabendo-se que eles não ocorrem por causa única,como é demonstrado na Figura IV: 
FIGURA III – Diagrama de Ishikaw – Fonte: http://papodeobra.blogspot.com/2009/04/diagrama-de-ishikawa- diagrama-de-cause.html 
FIGURA IV – Árvore de Falhas – Fonte: http://qualiblog.wordpress.com/2009/08/
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2.4 Ética 
Podemos usar um termo denominado REIGI (). Reigi significa Etiqueta e Cortesia. 
Pelo criador do Aikidô (Moreihei Ueshiba, Ô-Sensei), este seria um elemento essencial para o treinamento, do caminho Budô. Mas seu foco era em nossas atitudes, no ser humano em si, do que apenas formalmente. Se você não tem respeito ao próximo, não atingira a percepção verdadeira (Tie Shokaku) da arte, dos seres, ou de seu próprio caminho. 
Ô-Sensei dizia que isso se agirmos com aspereza, com ego, criamos uma máscara e nunca tingiremos nosso verdadeiro caminho e nunca conseguiríamos criar um lugar ético ou harmônico de verdade. Pois só formalidades realmente, sem agirmos corretamente, é pura perda de tempo. 
As pessoas conseguem ver a verdade dos fatos com o tempo, e logo este falso-eu se manifestará. 
A Figura V corresponde ao “Rei”, o cumprimentar com cortesia, é o cumprimento tradicional japonês, tanto feito em Seiza (de joelhos), como de pé: 
2.5 Legislação 
Para todas as profissões, como a Segurança do Trabalho; estas têm que ser fundamentas e regularizadas por lei, como padrão regulamentador em proteção e saúde dos trabalhadores e cidadãos. 
FIGURA V – REIGI - Etiqueta
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A atenção neste aspecto é primordial para que não sejam analisadas erroneamente e confundidas em seus aspectos Civis e Trabalhistas. Cada parte é analisada separadamente por suas características. 
- Aspectos Cíveis: 
Um ponto de vitória para as Artes Marciais, Dança, Capoeira, Yoga, e afins, foi a lei do Governador Fleury, onde dela se descreve: 
PROJETO DE LEI Nº 7370 de 2002 
Acrescenta parágrafo único ao art. 2º da Lei 9.696, de 1º de setembro de 1998. 
O CONGRESSO NACIONAL decreta: 
Art. 1º Acrescente-se ao art. 2º da Lei 9.696, de 1º de setembro de 1998, parágrafo com a seguinte redação: 
"Art. 2º Parágrafo único: Não estão sujeitos à fiscalização dos Conselhos previstos nesta lei os profissionais de danças, artes marciais e Yoga, seus instrutores, professores e academias." 
Art. 2º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. 
- Sindicatos: 
Como existem federações e organizações, algumas estão ligadas a alguns sindicatos, e ouras também poderiam estipular e criar os seus para maior respaldo e melhorias.o exemplo: 
LEI Nº 11.648, DE 31 DE MARÇO DE 2008 - Dispõe sobre o reconhecimento formal das centrais sindicais para os fins que especifica, altera a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e dá outras providências . 
- Constituição Federal: 
Um dos focos importantes, é observado no Art. 5º da Constituição Federal, onde todos são iguais perante a lei. Comparativamente, dentro das Artes Marciais, existiram casos de pessoas serem barradas por não pertencerem a mesma escola ou federação, ou de desafeto dentro algumas academias, contradizendo até o que diz a própria lei. Logicamente, cada caso é um caso a se analisar. Outros pontos a se fundamentar, pela
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constituição Federal, não somente por se tratar das artes marciais, mas por tratarmos de cidadãos, não podemos esquecer-nos no mínimo: 
TÍTULO II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais - CAPÍTULO I 
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
Art. 5º e suas alíneas; 
- Código Penal: 
CAPÍTULO II - DAS LESÕES CORPORAIS: 
Lesões Corporais 
- Infelizmente, pode vir a acontecer de algum aluno ou professor se aproveitar da situação de estar dentro da academia, durante a aula, e agredir alguém; achando que estaria camuflada tal atitude dentro desta – Art. 129; 
Lesão corporal de natureza grave 
- Já existiram fatos de acidentes graves por característica Culposa - § 1º Incapacidade para ocupações habituais por mais de 30 dias, perigo de vida e debilidade; § 2º Incapacidade permanente do trabalho, enfermidades, perdas e deformidades; 
Lesão corporal seguida de morte 
- Já se foi constatado em algumas artes, acidentes com este fim trágico § 3º Morte sem o agente evidenciar o resultado ou assumir o risco de produzí-lo; 
Lesão corporal culposa § 6º, § 7º e § 8º. 
CAPÍTULO III - DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE: 
- Parte de grande importância a se observar, pois estas já foram averiguadas em algumas ocasiões, sendo aproveitada a aula em si como apaziguadora à situação. Ou como uma parte também a não se confundir, pois nos treinos de artes marciais, o crescimento é pessoal. Ou seja, a pessoa sofre às vezes pressões de seus Mestres e
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Professores ou Instrutores. Mas, não podem realmente serem usados como ofensas pessoais. Em exemplo, nossa atleta olímpica Jade Barbosa, onde por pressão de sua treinadora atual, sofreu esforço grave em seu pulso, lesionando-o, onde desta forma ela nunca mais poderá ser a mesma em seu esporte. 
Perigo para a vida ou saúde de outrem Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente, Parágrafo único. 
Infelizmente, já se foi constatado na arte, o não auxilio do responsável local, em encaminho de seu aluno acidentado durante os treinos para socorro imediato. Sem falar do não preparo deste profissional a primeiros socorros ou algo do gênero. Neste ponto, a lei estabelece: 
Abandono de incapaz Art. 133; 
Omissão de socorro Art. 135; 
Maus-tratos Art. 136. 
CAPÍTULO V - DOS CRIMES CONTRA A HONRA 
Dependendo da situação, pode ser que um aluno venha a se destacar, ou ter mais influencia que seu próprio tutor. Nisso, já existiram e existem casos onde pontos abaixo já ocorreram, sendo de grande observação e importância para não se deixar ocorrer: 
Calúnia Art. 138; 
Exceção da verdade § 3º ; 
Difamação Art. 139 ; 
Exceção da verdade Parágrafo único; 
Injúria Art. 140 ; 
Disposições comuns Art.. 
CAPÍTULO VI - DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL – SEÇÃO - DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL
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Az vezes, um aluno começa se destacar ou tiver ma influencia, e cortes ou podas ao lado pessoa deste aluno começam a existir. Ex: ele atinge certo grau, e o seu tutor de repente, sem nenhum aviso ou informação; diz tê-lo tirado de tal cargo. Ou diz a terceiros que ele não faz patê de tal cargo. Abusando de sua autoridade que a arte lhe oferece, até mesmo seguido de ameaças como punições de afastamentos ou físicas: 
Constrangimento ilegal Art. 146; 
Ameaça Art. 147. 
SEÇÃO III - DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA 
Já existiram casos de pessoas atingirem seus respectivos graus em exames de faixa ou seminários, e de seus tutores não lhe darem o que é seu de direito; seus próprios diplomas. E/ou, não pagarem viagens ou eventos, dizendo tê-los feito. Onde em sua maioria, não existem recibos neste tipo de transações. Ou também, correspondências ou contatos para terceiros distorcidas ou faltando informações de sua origem real, distorcendo a imagem de um aluno por exemplo: 
Violação de correspondência Art. 151; 
Sonegação ou destruição de correspondência § 1º ; 
Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou telefônica. 
TÍTULO II - DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO (arts. 155 a 183) 
CAPÍTULO I - DO FURTO 
É raro, mas pode ser que algum aluno ou visitante, ou instrutor, possa se aproveitar de objetos da própria academia ou de terceiros: 
Furto Art. 155; 
Furto qualificado;
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Furto de coisa comum Art. 156. 
CAPÍTULO VI - DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES 
Abusos pessoais a iniciantes ou mais experientes por lados pessoais. Ex: o instrutor pode não dar instrução suficiente para um aluno a um exame de faixa, fazendo- o passar vergonha em dia de sua prova. Ou, dizer que ensinou o que era de seu direito para seu devido grau, mas deixa-o com aprendizado incompleto para tal etapa. E, este pode vir a passar vergonha ou se machucar futuramente por falta destas instruções: 
Abuso de incapazes Art. 173; 
Induzimento à especulação Art. 174. 
TÍTULO X - DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA (arts. 289 a 311) 
Já existiram casos de falsificações de diplomas e graduações por fim próprio, alegando serem qualificados para lecionar tal pratica. 
Falsificação de documento particular Art. 298 ; 
Falsidade de atestado médico Art. 302; 
Uso de documento falso Art. 304; 
Supressão de documento Art. 305. 
- CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 
Esta parte se relaciona, pois alguns Sensei, pela tradição à arte, acabam aprendendo a fazer seus próprios instrumentos, vestimentas e armas par treino. Alguns deles, por direito legal de cidadão, o comercializam. O triste é o não reconhecimento a estes, onde fica-se a contrariedade da tradição ao artesanato feito por um professor com seu amor arte, e outros industrialmente a algumas vestimentas ou armas em questão, são direito de todos, mas frisa-se tal conhecimento, para quem sabe mais oportunidades até por estas pessoas realmente qualificadas obterem mais oportunidades financeiras, onde
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sabemos que viver uma vida toda até com aulas em nosso país, dependendo da situação é muito difícil realmente sua sobrevivência, e direitos são direitos para quem produz e quem compra. E, mesmo estes sendo até produtos estrangeiros, sua qualidade e garantia medidas e proporções técnicas, tem que ser além de mantidas culturalmente, mas explicadas e mostradas ao cidadão consumidor em questão: 
TÍTULO I - Dos Direitos do Consumidor - CAPÍTULO I - Disposições Gerais: 
Raro, mas já se constatou produtos de entrega artesanal, com má qualidade ou não correspondendo ao informado ao cliente. Estes também já quase causaram acidentes em treinos: Art. 1°, Art. 2°, Parágrafo único, Art. 3º. 
CAPÍTULO III - Dos Direitos Básicos do Consumidor: Art. 6º São direitos básicos do consumidor; Art. 7°, Parágrafo único. 
CAPÍTULO IV - Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção e da Reparação dos Danos - SEÇÃO I - Da Proteção à Saúde e Segurança: Art. 8°; Parágrafo único, Art. 9°, Art. 10. 
SEÇÃO II - Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço: Art. 12; Art. 13, Parágrafo único, Art. 14, Art. 17. 
SEÇÃO IV - Das Práticas Abusivas: Art. 39, Parágrafo único, Art. 40, Art. 41. 
SEÇÃO V - Da Cobrança de Dívidas: Art. 42, Parágrafo único, Art. 42-A 
CAPÍTULO VI - Da Proteção Contratual - SEÇÃO I - Disposições Gerais: Art. 46, Art. 47, Art. 48, Art. 49, Parágrafo único, Art. 50, Parágrafo único. 
SEÇÃO II - Das Cláusulas Abusivas: Art. 51, Art. 52. 
TÍTULO III - Da Defesa do Consumidor em Juízo - CAPÍTULO I - Disposições Gerais: Art. 81, Art. 87, Parágrafo único, Art. 90.
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CAPÍTULO III - Das Ações de Responsabilidade do Fornecedor de Produtos e Serviços: Art. 101, Art. 102. 
ASPECTOS TRABALHISTAS: 
Este seria o foco deste trabalho, conseguir vincular estes direitos tanto aos Instrutores, Professores, Alunos etc., para que possuam um recurso Legal para quaisquer infortúnios, acidentes ou abusos ocorridos, e direitos do Ministério da Previdência Social a uma aposentadoria, e legalizações ao seu tempo de serviço e trabalho, pois muitos dos professores não têm um tempo estipulado de serviço e horário próprio, fora os que estariam lecionando em academias, a importância deste também é para o seu próprio aspecto físico, pois todo organismo precisa de descanso e não a sua equivalência a um trabalho forçado com longas jornadas, criando até, salários compatíveis fixos, onde hoje seu funcionamento é somente devido a quantidade de alunos, e ainda, seus descendentes e familiares teriam maior respaldo caso algo venha a acontecer realmente. Hoje quem consegue ter certa condição financeira ao viver de artes marciais, até consegue pagar seu INSS como autônomo, mas realmente é uma condição à parte e muito poucos mestres chegam a esta condição. Os que não conseguem, tem que acabar arrumando outro tipo de serviço ou trabalho, para poder compensar ou seguir com o seu legado de uma vida inteira em sua maioria dos casos aprendida e dedicada. E como já mencionado, se algo venha a acontecer, a esta pessoa, ela pode ficar impossibilitada de trabalho seja este qualquer, quanto mais dentro da própria arte marcial em si sem amparo legal algum: 
- CLT - Consolidação das Leis do Trabalho: 
TÍTULO I - INTRODUÇÃO 
Art. 1º , Art. 2º , Art. 3º , Parágrafo único. 
Constituição Federal:
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CAPÍTULO II - DOS DIREITOS SOCIAIS 
Art. 6o, Art. 7º , Parágrafo único, Art. 8º, Art. 9º, Art. 10, Art. 11. 
2.6 Ministério do Trabalho 
Para nossa profissão de Segurança do Trabalho, quem nos ampara e nos delega, é o Ministério do Trabalho e Emprego. Sendo destes, as DRT´s – Delegacias Regionais do trabalhos, como seus órgãos fiscalizadores. 
Estes, vinculados ao Capitulo V da Consolidação das Leis do Trabalho, e a Portaria 3214/78, regente das Normas Regulamentadoras, irão nos garantir e nos delegar todas as informações e o que fazer e agir. 
Dentre as Normas Regulamentadoras mais utilizadas pelo Tem – Ministério do Trabalho e emprego destacam-se: 
- NR 7 - PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais; 
- NR 9 - PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional; 
- NR 18 - PCMAT – Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção. 
2.7 Ministério da Previdência e Assistência Social 
Como descrito acima, quem esta vinculado ao Capítulo V da Consolidação das Leis do Trabalho, com carteira assinada; terão auxilio ao INSS. 
Objetivando esta proposta, para que possam ser legalizadas estas novas áreas abordadas, para maior auxilio, onde existe grande oportunidade de emprego como novo nicho de mercado, e como a existência maior que outros empregos e profissões em Periculosidade para quem as pratica. Não esquecendo que existem esportes onde os
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profissionais são registrados pela CLT, mas a segurança do trabalho não é atuante como proposto. 
O responsável por pericias caso o trabalhador se acidente, e possa receber seu auxilio é o INSS – Instituto Nacional de Seguro Social; neste será averiguado se o celetista ficara afastado ou não de suas funções ou incapacitado ao seu serviço com lesões permanentes, dentro de um período mínimo de 15 (quinze) dias de afastamento. Seu pagamento ocorre posteriormente estes dias somente. Anterior a estes, cabe responsabilidade ao empregador. 
Cada descrição averiguada do celetista vem mediante uma ficha da empresa denominada CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho. Para a arte marcial esta ficha não existe, e sua averiguação se atenta também a eventos não corriqueiros como apresentações ou treinos especiais. 
Nos casos de doenças considerar-se-ão o dia de cada diagnostico efetuado ao trabalhador. Imediatamente já se cabe ao caso de morte. 
Existe outro ponto importante tanto aos professores como aos alunos, dependendo da complexidade da arte marcial ou esporte, a pessoa tem que literalmente aproveitar o mais jovem ela for, pois o físico não poderá acompanhar o que ela exige. Sendo assim, como no Futebol, as pessoas que se destacam conseguem uma aposentadoria por conta própria em seus salários ou imagem em marketing, aos esportes de pequeno porte e as artes marciais tradicionais que não possuem o lado esportivo, estão completamente sem amparo ou outra forma de subsistência aos seus profissionais. E se um acidente venha a acontecer neste interím, para os pequenos, é muito difícil conseguirem se resguardar financeiramente ou legalmente se a própria arte não for reconhecida por meios trabalhistas.
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CAPÍTULO 3 
ANÁLISES 
As analises serão mediante o próprio tema deste trabalho, dentro das artes marciais, mas... Convém-se não esquecer de analisá-las e co-respondê-las nos espores em geral, como nos demais já comentados nas demais áreas esportivas, no lazer, nas aulas particulares, etc. 
3.1 Locais de Treino 
Os DOJOS: Cada modalidade possui suas características tradicionais em seus estabelecimentos, o termo Dojo é originário do budismo e significa “Sala de iluminação e auto-desenvolvimento”. Ou também: Do = Caminho e Jô = Purificação. Ou seja, não é meramente um local de treino. É muito mais do que isso, é um local de purificação e elevação espiritual. A sede mundial do Aikidô é atualmente o Hombu Dojo de Tókio, ilustrado na Figura VI. 
O problema, é que alguns locais infelizmente mais se brigam do que se lutam ou treinam mais se cresce um lado agressivo do que o verdadeiro caminho das artes marciais que conhecemos hoje. Quem luta não briga! 
Não desmerecendo o lado esportivo, mas nestes, por inconsciente do seu ritmo ou método de treino, também acabam se desviando do real propósito que elas possuem. 
Cada Dojo possuirá sua arquitetura peculiar à sua tradição. Ou, ao menos com algum marco tradicional a arte. Se for a uma academia, por exemplo, apenas um Kamiza será representado, em outras, o todo poderá estar mais relacionado a sua origem realmente. O importante será a sua estrutura e epi’s necessários para cada pratica. 
No Brasil, a sede inicial representada pelo Shihan Wagner Bull, é o Instituto Takemussu, ilustrado na Figura VII. Outros, podem ser vistos na Figura VIII e Figura IX, demonstram Dojos tradicionais de Kendô e Kyu-Dô, já a Figura X, demonstra a Organização do Dojo:
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FIGURA VI – Hombu Dojo – JP - Fonte: www.aikikai.or.jp 
FIGURA VII – Instituto Takemussu – São Paulo – SP - Fonte: www.aikikai.org.br 
FIGURA IX – Dojo Tradicional de Kyu-Do - Fonte: www.northsideaikido.com/aikido/kyudo.html 
FIGURA VIII – Dojo Tradicional de Kendô - Fonte: www.choyokan- kendo.org/info.html
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3.2 Riscos de Acidentes 
Dentro das artes marciais os riscos de acidentes são praticamente constantes, alguns pontos a se observar para evitá-los: 
 Concentração; 
 Prestar atenção no que se esta fazendo e nos outros; 
 Não brincar durante as aulas (executando ou não uma técnica); 
 Dar exemplo aos mais novos (de idade e tempo de casa); 
 Observar o comportamento do seu parceiro de treino para não machucá- lo, e ver até onde ele possa suportar uma técnica 
3.3 Ruídos, Calor e Frio 
Dojo sem Kiai, não é Dojo! 
Kiai vem de: Ki = Energia Vital, e Ai = Harmonia. 
Em artes marciais, o Kiai é uma forma de além de se intimar um oponente, é de se liberar energia vital. Então, gritar... Ou seja, soltar o Ki, é fundamental. 
São treinadas técnicas para que este saia do baixo ventre, de seu Hara, seu ponto de equilíbrio, e não do pulmão em si. Nisso, o som é bem mais alto e potente e grave. E, é constante, principalmente nos dias de treinos de Shiais (Duelos). Porem, em Kendô, Shiai é praticamente constante. 
FIGURA X – Organização do Dojo - Fonte: www.sojobo.biz
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A temperatura dentro do Ambiente, já é um fator preponderante, pois se esta executando uma atividade física seja ela qual for. Fora dos Dojos, também existem treinos de épocas – verão, inverno, fins de ano ou datas específicas - onde estes são em cidades pré-determinadas, ou locais de treino existentes; onde cada ocasião e local possuirá sua característica física e climática. E os treinos são executados tanto internos como externamente, podem levar tanto o dia todo, como madrugadas adentro. 
Um ponto importante é a temperatura corporal dentro dos Dogis (Roupas de treino), e dos Bogus. Só com os Dogis, esta já sobe pela espessura do tecido e, quando estes são em dias de treinos de Bogu, literalmente a pessoa pode passar mal, pois a temperatura média num dia de verão em um Dojo, somada a temperatura interna da pessoa no Bogu em ritmo de treino, pode-se chegar a mais ou menos 35º ou mais. 
3.4 Lesões 
A maioria das lesões em artes marciais, quando ocorrem, podem ser realmente sérias. Todo cuidado é pouco. 
Ocorrem-se em sua maioria nos membros, onde se pode analisar: 
- Aikidô: 
 Torções; 
 Entorses; 
 Nervos e tendões mais afetados; 
 Metacarpos; 
 Pulsos; 
 Quedas mal executadas; 
 Ataques por atemis; 
 Distensões por mau aquecimento; 
 Fraturas.
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- Kendô: 
 Pancadas e hematomas; 
 Perfurações; 
 Cortes; 
 Amputação de membros; 
 Traumas cerebrais; 
 Distensões por mau aquecimento; 
 Fraturas. 
Já se constataram casos de lesões e fraturas irreversíveis. Por isso, mais um frisar a importância da legalização destes como nos demais esportes existentes, e com profissionais qualificados colaborando para a segurança. 
3.5 Exemplos de Exercícios 
Seguem algumas ilustrações sobre algumas técnicas com pequena previa de seus efeitos. Será mostrado também, analise de um dos exercícios do Kendô, ao estilo tradicional: 
- Nikyo: 
Técnica com torção ao pulso, onde pode existir fratura neste, ou até nos tendões laterais das mãos, como ilustra a Figura XI: 
FIGURA XI - Nikyo
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  • 1. UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO-SENSU EM NÍVEL DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO ROGÉRIO GAMA DE ABREU MACEDO - A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NAS ARTES MARCIAIS - Santos – SP Julho / 2010
  • 2. Página 2 de 135 UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO-SENSU EM NÍVEL DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO ROGÉRIO GAMA DE ABREU MACEDO - A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NAS ARTES MARCIAIS - - UMA ANÁLISE DA SEGURAÇA DO TRABALHO NOS ESPORTES, ARTES MARCIAIS, CULTURA E LAZER - Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção do título de Engenheiro de Segurança do Trabalho ao Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Engenharia de Segurança do Trabalho da Universidade Santa Cecília Orientador: Professor Mestre Élio Lopes dos Santos Santos – SP Julho / 2010
  • 3. Página 3 de 135 ROGÉRIO GAMA DE ABREU MACEDO - A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NAS ARTES MARCIAIS - Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção do título de Pós-Graduado (Lato Sensu) em Engenharia de Segurança do Trabalho à Universidade Santa Cecília, sob a orientação do Prof. Ms/Dr/Dra. ___________________________. Data da aprovação: ___ / ____ / 2010. ______________________________________________________________________ Prof. Mestre _______________________ (Orientador) COMENTÁRIO DO(S) AVALIADOR(ES): ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________
  • 4. Página 4 de 135 DEDICATÓRIA A todos que quiserem seguir um novo caminho de corpo, mente e espírito; em um novo despertar!
  • 5. Página 5 de 135 AGRADECIMENTOS Aos meus Pais: Pedro Macedo e Marília Macedo; por tudo até hoje! Sem vocês, nada seria possível! Aos meus Senseis: Aikidô – Santos Aikikai – Nelson Wagner; Kendô – Shinto-Ryu Batto-Do Tsukimoto-Há – Adriano Pereira; E a todos que fizeram parte desta jornada!
  • 6. Página 6 de 135 EPÍGRAFE "O Aikidô não é uma técnica para lutar contra um inimigo ou derrotá-lo. É uma maneira de conciliar as diferenças que existem no mundo e fazer dos seres humanos uma família. Significa que o segredo do Aikidô é a busca da harmonia com o Universo, é tornar-nos unos com o Universo. Seus praticantes devem buscar esse entendimento por meio de treinamento diário" Ô Sensei – Morihei Ueshiba – Criador do Aikidô.
  • 7. Página 7 de 135 RESUMO Através deste trabalho, visa-se à importância de se implantar este novo Nicho de Mercado dentro dos Esportes, das Artes Marciais, da Cultura e Lazer; pois dentro delas não existem amparos legais trabalhistas, tanto a acidentes, como em algum respaldo a quem as leciona. O trabalho se desenrola com uma pequena parte histórica das artes praticadas pelo autor com grau de instrutor, dando maior conhecimento ao leitor dos pontos abordados, dentre sua cultura, e suas comparativas à segurança do trabalho e suas aplicações. Não se esquecendo de associar aos outros esportes em geral, cultura e lazer; comparativamente, onde os pontos abordados também se enquadram. Para cada capítulo, se destacarão analises correspondentes as suas devidas questões e os problemas encontrados. Em final, como proposta para análises futuras de controle, para melhor qualidade. Para algumas, existem Federações, e para outras, um reconhecimento como Cultura. Como já foi vencida esta etapa em lei (Lei do Governador Fleury Nº 7370 de 2002), em âmbito principal da Segurança do Trabalho realmente, não existem profissionais qualificados para tal, seja um Técnico de Segurança, um Enfermeiro do Trabalho, ou Auxiliar de Enfermagem do Trabalho, ou até mesmo um Engenheiro de Segurança do Trabalho. Em sua maioria, isso é visto apenas como um Hobbie ou Lazer, sendo que a verdade não é o caso. Nesse sentido, para quem as pratica, caso algum acidente ou lesão venha a ocorrer, ou alguma discriminação (pessoal ou profissional), faz-se necessária uma parte Legal para garantir sua integridade física, moral e intelectual de todos, para que isso não ocorra fora sua existência no lado Cívil, e sim, Trabalhista. Dar-se-ia, mais qualidade para todos! Acreditando que realmente é uma grande oportunidade de trabalho e de suma importância para que sejam reconhecidas e legalizadas realmente pelo Estado ou Governo, e não só de suas federações, associações, sejam elas grandes ou pequenas, associados ou independentes. PALAVRAS-CHAVE: Nicho, Segurança, Legal, Moral, Trabalhista.
  • 8. Página 8 de 135 ABSTRACT Through this work, the purpose of the importance of deploying this new niche market within the Sports, Martial Arts, Culture and Recreation, because within them there are no legal protections labor, both the casualties, as in some support for those who teaches. The work if uncurls with a small historical part of the arts practised for the author with degree of instructor, giving bigger knowledge to the reader of the boarded points, amongst its culture, and its comparative to the security of the work and its applications. Not forgetting to associate in general with the other sports, culture and leisure; comparativily, where the boarded points also are fit. For each chapter, its due questions and the joined problems will be distinguished analyze correspondents. In end, as proposal for future analyses of control, better quality. For some, Federacies exist, and for others, a recognition as Culture. As already this stage in law was won (Law of Governor Fleury Nº 7370 of 2002), in main scope of the Security of the Work really, does not exist professional qualified for such, either one Technician of Security, a Nurse of the Work, or Nurse aid of the Work, or even though an Engineer of Security of the Work. In its majority, this is seen only as a Hobbies or Relax, being that the truth is not this well. E also, for who practices them, in case that some accident or injury comes to occur, or some discrimination (personal or professional), becomes necessary a Legal part to guarantee its physical, moral and intellectual integrity of all, so that this does not occur except its existence in the Civil side, and yes, Member of labor party. It would be given, more quality for all! Believing that really it is a great chance of work and utmost importance so that recognized and the State or Government is legalized really by, and not only of its federacy’s, associations, they are great or small they, independent associates or. KEYWORDS: Niche, Security, Legal, Moral, Labor.
  • 9. Página 9 de 135 LISTA DE FIGURAS FIGURA I – Ō-Sensei - Morihei Ueshiba.......................................................................16 FIGURA II – Ōtake Risuke Shihan – Fundador do Kashima Shinto..............................18 FIGURA III – Diagrama de Ishikaw...............................................................................46 FIGURA IV – Árvore de Falhas......................................................................................46 FIGURA V – REIGI - Etiqueta.......................................................................................47 FIGURA VI – Hombu Dojo – Tókio – JP.......................................................................58 FIGURA VII – Instituto Takemussu – São Paulo – SP...................................................58 FIGURA VIII – Dojo Tradicional de Kendô...................................................................58 FIGURA IX – Dojo Tradicional de Kyu-Dô...................................................................58 FIGURA X – Organização do Dojo................................................................................59 FIGURA XI – Nikyo.......................................................................................................61 FIGURA XII – Sankyo....................................................................................................62 FIGURA XIII – Yonkyo..................................................................................................63 FIGURA XIV – Kote......................................................................................................63 FIGURA XV – Men........................................................................................................64 FIGURA XVI – Do.........................................................................................................64 FIGURA XVII – Shoiako Suburi....................................................................................65 FIGURA XVIII – Saiá.....................................................................................................84 FIGURA XIX – Tsuba para Katana................................................................................85 FIGURA XX – Tsuba para Bokuto.................................................................................85 FIGURA XXI – Bogu (a)................................................................................................86 FIGURA XXII – Bogu (b)...............................................................................................86 FIGURA XXIII – Yoroi – Armadura Samurai (a)..........................................................86 FIGURA XXIV – Yoroi – Armadura Samurai (b)..........................................................86 FIGURA XXV – Tatames Sintéticos..............................................................................87 FIGURA XXVI – Tatames Orientais em Dojo...............................................................87 FIGURA XXVII – Tatame de Palha de Arroz................................................................87 FIGURA XXVIII – Sala de Chá......................................................................................88 FIGURA XXIX – Obis....................................................................................................89 FIGURA XXX – Embainhando o Katana.......................................................................89
  • 10. Página 10 de 135 FIGURA XXXI – Koshi Nage........................................................................................90 FIGURA XXXII – Shiko – O Andar do Samurai...........................................................91 FIGURA XXXIII – Mobiliário Oriental para Sala de Estudos.......................................91 FIGURA XXXIV – Kamizá – Altar do Dojo..................................................................92 FIGURA XXXV – Shinais – Espadas de Bambu............................................................93 FIGURA XXXVI – Bokutos ou Bokkens.......................................................................94 FIGURA XXXVII – Bastão............................................................................................95 FIGURA XXXVIII – Suporte de Mesa para Katanas.....................................................95 FIGURA XXXIX – Suporte de Parede para Bokutos e Jôs............................................95 FIGURA XXXX – Bokuros – Sacos para Armas...........................................................95 FIGURA XXXXI – Shurikens – Armas de Arremesso...................................................96 FIGURA XXXXII – Kyu-Do – Arco e Flecha Japonês..................................................96 FIGURA XXXXIII – Flechas Japonesas.........................................................................96 FIGURA XXXXIV – Matto – Alvo................................................................................97 FIGURA XXXXV – Suporte e Protetores para Kyu-Do................................................97 FIGURA XXXXVI – Outras Armas...............................................................................97 FIGURA XXXXVII – Kimonos – Vestimenta Oriental.................................................98 FIGURA XXXXVIII – Hakama......................................................................................98 FIGURA XXXXIX – Dogi – Roupa de Treino...............................................................98 FIGURA L – Zouris – Chinelos Japoneses.....................................................................99 FIGURA LI – Bogu e Shinai – Descrição das Partes......................................................99 FIGURA LII – Hombu Dojo – Área para Dogis...........................................................104 FIGURA LIII – Exemplo de Etiqueta com Zouris........................................................104 FIGURA LIV – Banheiros Japoneses...........................................................................105 FIGURA LV – Forja......................................................................................................106 FIGURA LVI – Método Tradicional para Amolar Katanas..........................................106 FIGURA LVII – Desenvolvimento e Polimento do Bokuto com Lixa.........................107 FIGURA LVIII – Cera de Abelha em Pedra.................................................................108 FIGURA LIX – Cera de Carnaúba em Pedra................................................................108 FIGURA LX – Polimento e Acabamento do Bokuto com Cera...................................108
  • 11. Página 11 de 135 LISTA DE QUADROS QUADRO I – Graduações do Aikidô..............................................................................26 QUADRO II – Tempo Mínimo para Exames..................................................................28 QUADRO III – Pirâmide Tradicional Hierárquica.........................................................28 QUADRO IV – Hierarquia Horizontal............................................................................29 QUADRO V – Quadro Oficial de Graduações...............................................................30 QUADRO VI – Pirâmide de Maslow..............................................................................76 QUADRO VII – Comparativo de Evolução que Caracteriza os Danos Específicos Físicos e Psicológicos......................................................................................................80 LISTA DE TABELAS TABELA I - Tabela Oficial de Normas e Classificações do Shinai pela IKF................93 LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO I: Shoiako Suburi..........................................................................................66
  • 12. Página 12 de 135 SUMÁRIO INTRODUÇÃO...............................................................................................................14 CAPÍTULO 1 – HISTÓRIA............................................................................................16 1.1 Aikidô...............................................................................................................16 1.2 Kendô...............................................................................................................18 1.3 Aos Iniciantes...................................................................................................20 1.4 As Artes Hoje em Dia......................................................................................22 1.5 Federações e Associações................................................................................23 1.6 O “KI”, Ciência e Física Quântica...................................................................31 1.7 Esportes, Lazer e Cultura.................................................................................33 CAPÍTULO 2 – SOBRE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO.....35 2.1 O Profissional e o Mercado de Trabalho..........................................................36 2.2 Acidentes e Doenças Ocupacionais.................................................................37 2.3 Técnicas de Identificação.................................................................................42 2.4 Ética..................................................................................................................47 2.5 Legislação........................................................................................................47 2.6 Ministério do Trabalho.....................................................................................55 2.7 Ministério da Previdência Social.....................................................................55 CAPÍTULO 3 – ANÁLISES...........................................................................................57 3.1 Locais de Treino...............................................................................................57 3.2 Riscos de Acidentes.........................................................................................59 3.3 Ruídos, Calor e Frio.........................................................................................59 3.4 Lesões...............................................................................................................60 3.5 Exemplos de Exercícios...................................................................................61 3.6 O Psicológico: Professores e Alunos...............................................................66 3.6.1 Medo.........................................................................................................66 3.6.2 Medo Dentro das Artes Marciais..............................................................69 3.6.3 As Pessoas nos Dojos...............................................................................75
  • 13. Página 13 de 135 3.6.4 O Pós Acidente.........................................................................................78 3.7 Análises das NR’s e as Artes Marciais Abordadas..........................................80 3.7.1 Norma Regulamentadora Nº 2 – Inspeção Prévia....................................80 3.7.2 Norma Regulamentadora Nº 4 – SESMT.................................................81 3.7.3 Norma Regulamentadora Nº 5 – Cipa......................................................82 3.7.4 Norma Regulamentadora Nº 6 - Equipamentos de Proteção Individual..83 3.7.5 Norma Regulamentadora Nº 17 – Ergonomia..........................................88 3.7.6 Norma Regulamentadora Nº 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção........................................................................102 3.7.7 Norma Regulamentadora Nº 21 - Trabalhos a Céu Aberto....................103 3.7.8 Norma Regulamentadora Nº 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho....................................................................................................103 3.7.9 Norma Regulamentadora Nº 26 - Sinalização de Segurança.................108 3.7.10 Norma Regulamentadora Nº 28 - Fiscalização e Penalidades..............109 CAPÍTULO 4 – PROPOSTA........................................................................................110 4.1 Nova Norma Regulamentadora (MTe) ou Portaria (ME)..............................110 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................115 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................116 ANEXO A – GLOSSÁRIO...........................................................................................118 ANEXO B – DIPLOMAS E CERTIFICADOS............................................................130 ANEXO C – TABELA COMPARATIVA DENTRE O QUESTIONÁRIO EXECUTADO AOS SENSEIS E ALUNOS................................................................131
  • 14. Página 14 de 135 INTRODUÇÃO Você já se imaginou fazendo o que mais gosta, e de repente ficar impossibilitado para tal de uma hora para outra? Ou pior... Ficar impossibilitado para a vida toda e não ter nenhum amparo Legal trabalhista? Você já se imaginou não ser reconhecido naquilo que mais gosta? Sendo este reconhecimento tanto pessoal como profissional? Ou você já se imaginou também, estar num lugar e ser desmoralizado sem nenhum lugar para poder recorrer e se resguardar? Hoje, sabemos que a maioria dos espores são regidos por Federações ou Associações. Mas, e aqueles que são pequenos? Ou, uma aula de Dança ou Yoga em uma academia? E mais... Nem mencionando ainda, sobre os deficientes de qualquer espécie! Onde toda atenção seria redobrada! Mesmo em grandes como a Formula1 ou a paixão nacional, o Futebol, é necessário um acompanhamento. Na Formula1 ou no Futebol, estes possuem seus profissionais qualificados, e até empresas que trabalham justamente com este nicho de mercado. Onde fornecem aparelhagens, equipamentos e vestimentas com alta tecnologia para quem os pratica. Porém, em outros espores, até mesmo olímpicos, é muito difícil um patrocínio ou um incentivo do governo ou empresas particulares, e até mesmo das federações ou associações. Outro porém, quando estas federações ou associações não existem? Os atletas ou tentam se desempenhar e investir por conta própria, ou literalmente ficam esquecidos e/ou sem serem reconhecidos. Algumas federações ou associações incentivam atletas mais conhecidos, ou que conseguiram algum destaque, mas estes já têm que ter uma história de sangue e suor independentes, seja em eventos, campeonatos ou afins; pois por nossa própria cultura, é muito difícil realmente vencer nestas áreas. Mas a pergunta principal: quem cuida da segurança do trabalho nestes?
  • 15. Página 15 de 135 Num time grande de futebol, pode existir essa parte, pois são estes atletas Registrados como Profissionais, mas mesmo assim. É raro você ouvir falar de um Engenheiro de Segurança da área, ou um Técnico de Segurança, ou um Enfermeiro do Trabalho ou Auxiliar de Enfermagem no local. Sim a existência do Profissional de Educação Física e um Fisioterapeuta. Mas algumas análises precisam ser estipuladas por outros profissionais qualificados da segurança do trabalho em si. Num time grande ou pequeno de futebol, por exemplo, os atletas ficam a Céu aberto constantemente. E mesmo com o acompanhamento dos profissionais existente, estes podem nunca terem ouvido falar de NR 21, NR 17 ou NR 24. Ou ao menos saberem do que se trata. Ou, vestiários até dos grandes esportes podem ter uma ótima condição de higiene, mas seus projetos podem não estar de acordo com a própria NR correspondente. Teria alguém com fiscalização e acompanhamento para tal? Até mesmo ao se projetar estas áreas, profissionais que os fazem acabam desconhecendo normas ou leis que estipulariam as medidas ou normas para tais projetos. Pois bem, estes são os pontos que serão abordados neste trabalho. De se criar não somente um novo Nicho de mercado, mas também de respaldo para qualquer infortúnio que venhamos a sofrer. De se legalizar e se organizar a parte de Segurança dos profissionais já existentes e dos alunos, onde estes estejam agindo ou interagindo como profissionais, ganhando mais qualidade e moralidade para todos. Boa leitura!
  • 16. Página 16 de 135 FIGURA 1 - O Sensei - Morihei Ueshiba – Fonte: www.aikikai.or.jp CAPÍTULO 1 HISTÓRIA Segue uma breve história das duas artes marciais que serão abordadas, praticadas por minha pessoa, e de alguns esportes em geral, onde nestes já se possuem para alguns, mais infra-estrutura que as artes marciais, dependendo de onde elas se enquadrem. 1.1 Aikidô () O Aikidô foi criado no Japão em 1942, pelo grande mestre Morihei Ueshiba. A arte tem suas origens no Daito-Ryu Aikijiujitsu criado por Yoshimitsu Saburo Shinja o sexto filho do imperador Seiwa (850-880 DC), pertencente à família Minamoto. O-Sensei (Figura I) também estudou outras artes marciais, como o Judô, Arte da Lança, etc. e, seguindo sua linha espiritual, e pelo pós 2ª guerra mundial, seu nome se tornou muito conhecido no mundo das artes marciais, dentro e fora do Japão. Lecionou no exercito japonês, e para instituições governamentais secretas, mas sua real preocupação sempre foi a união do espírito, da mente e do corpo; o chamado Aiki. Onde de nome inicial a arte, lhe foi concedida como Aiki-Budô. Mais tarde, com influencia de Onissaburu Degushi, líder da seita O-Omoto Kyo, e sua elevação espiritual, atingindo a iluminação em um desafio real a um militar da marinha japonesa, denominou o nome final da arte para Aikidô, segundo alguns princípios de Kotodama – “O Caminho da Harmonia e Amor”. Mas o que é o Aikidô?
  • 17. Página 17 de 135 Aikidô é uma arte marcial japonesa baseada no principio da não resistência e da não violência ativa. É totalmente eficiente como defesa pessoal, pois não requer força física, nem altura, para aplicá-lo, pois a força do agressor é usada contra ele mesmo. No Aikidô, ao invés de resistirmos, nós redirecionamos e neutralizamos o ataque inicial através de movimentos circulares dinâmicos para desorientar e desequilibrar o agressor, que é então subjugado usando-se uma variedade de técnicas de projeção ou torções de articulações ao invés dos destrutivos socos e pontapés. No Aikidô não existe nenhum tipo de competição, o praticante aprende de maneira cooperativa ora atacando ora defendendo-se numa atmosfera enérgica e compenetrada sem violência. A prática do Aikidô melhora não somente o condicionamento físico, a flexibilidade e a coordenação motora, a lateralidade, mas também desenvolve o condicionamento mental, a autoconfiança, o equilíbrio físico e emocional, a concentração, os reflexos, a intuição e o altruísmo. Os princípios do Aikidô podem e devem ser praticados dentro e fora do Dojo (local onde se pratica a iluminação). Usamos como filosofia de vida para lidarmos com o estresse da vida diária e os conflitos que encaramos neste mundo de constante transformação. Ensina a manter-se em seu caminho, a evitar confrontos desnecessários e a permanecer calmo e centrado em meio à adversidade. - Cronologia de Ô-Sensei, o fundador do Aikidô, segundo Shihan Wagner Bull, 1994: 1883 – 14 de Dezembro. Nascimento em Tanabe, província de Wakayama, filho de Yoroku e Yuki Ueshiba; 1890 – Freqüenta a partir de setembro a escola de um templo da seita Shingon; 1893 – Prática Zen em Homanji; 1895 – Ao ver seu pai membro do conselho municipal ser combatido por adversários, decide estudar artes marciais; 1897 – Ensina ábaco em uma escola local. Acometido de doença, para de estudar, mas seu interesse pelo Budo continua. 1901 – Vai a Tókio pretendendo se tornar comerciante. Pratica ao mesmo tempo Kito-Ryu com Tobari Takisaburo. Volta brevemente para casa acometido de problemas cardíacos; 1902 – Se exercita todos os dias na Montanha, casa-se com Hatsu Itogawa; 1903 – Agora com uma consistência robusta, presta o serviço militar em Wakayama e torna parte em combates na guerra russo-japonesa; 1903 – 1906 – Em seu tempo livre prática artes marciais; 1906 – Volta ao Japão; 1908 – Estuda Jiujutsu da escola Yagyu sob a direção de Tsuboi Masanosuke; 1911 – Participa de uma missão em Hokkaido como chefe de grupo; 1912 – Encontra pela primeira vez Sokaku Takeda, é agora conselheiro municipal de Shirataki; 1916 – Recebe o Menkyo de Daito-ryu das mãos de Sokaku Takeda, o grande mestre; 1917 – Nascimento de seu filho Takemori Ueshiba;
  • 18. Página 18 de 135 FIGURA 2 – Ōtake Risuke Shihan – Fundador do Kashima Shinto - Ryu - Fonte: http://tenshinsho- den-katori-shinto-ryu.org/ 1919 – Seu pai fica gravemente efêmero, e ele encontra pela primeira vez com o reverendo Dogushi; 1920 – Morte de seu pai. Inicia a prática do Budo com um sentimento espiritual; 1921 – Nascimento de seu filho Kishomaru; 1922 – Utilização do termo “Aiki Bujutsu” ensinando o seu Budo para uma comunidade agrícola. Sua escola é conhecida como Ueshiba-Ryu Aikibujutsu; 1924 – Ida a Mongólia com Degushi para fundar uma comunidade ideal “Um paraíso” liderado por Degushi. A expedição é um fracasso quase morrendo por fuzilamento; 1925 – Recebe a iluminação espiritual dentro do Budo. Pratica intensamente a arte da lança no estilo Hozoin; 1927 – Muda para Tókio com a família e abre um Dojo ensinando a família Imperial. Neste mesmo ano é visitado por Jigoro Kano, o fundador do Judô, que impressionado com a arte lhe envia três de seus melhores alunos para aprender a arte; 1931 – Se instala definitivamente no bairro de Shinjuku em Tókio. Seu Dojo recebe o apelido de “Jigoku Dojo” (“Academia do Inferno”); 1936 – Os nomes de Aikibudo e Aikibujutsu são utilizados, e muitos Dojos são abertos no Japão e na Manchúria; 1940 – A Kobukai se torna “Zaidanhojin Kobukai”, ou fundação Kobukai. O Aikidô penetra nos meios militares e na elite dos comerciantes e das universidades; 1941 – Começo da guerra do Pacífico; 1942 – Todas as artes marciais do Japão são agrupadas na Botoku Kai. O-Sensei se retira a Iwama. Kishomaru Ueshiba, seu filho, dirige o Dojo de Tókio. O nome “Aikidô” é utilizado então pela primeira vez; 1944 – Fundação do Aiki Jinja (Santuário em Iwama); 1945 – Fundação do Dojo a céu aberto em Iwama e fim da 2ª Guerra Mundial; 1948 – O-Sensei volta a praticar em Tókio; 1952 – A prática do Aikidô se generaliza por todos os lugares do país; 1956 – Primeira demonstração pública de O-Sensei e seus alunos; 1960 – Condecorado pelo Imperador por ter criado o Aikidô; 1961 – Primeira viagem ao exterior após a guerra com demonstrações no Havaí, inaugurando o Dojo local; 1964 – Condecorado com a Ordem do Mérito Japonês; 1969- Morre a 26 de Abril às 5 horas da manhã. Seus restos mortais se encontram depositados em cinzas no Kosanji em Tanabe, seus cabelos em Iwama (Aiki Jinja) no Dojo de Kumano em Ayabe (Centro da Omoto-Kyo) e no Dojo de Tókio. 1.2 Kendô () Kendo, o caminho da espada ou esgrima japonesa. Ele faz parte do Budo (coletivo dos caminhos marciais japoneses). Suas origens remontam há mais de 657 anos A.C (Período YAMATO). Também conhecido por “A Era dos Deuses”. Assim pode-se dizer que a Arte do Uso da Espada vem sendo praticada tradicionalmente, e tem longa história e não se limitava somente à defesa pessoal, ou à sua utilização em guerras, mas sempre conteve uma inspiração divina que era a do homem transcender sua condição humana e adquirir
  • 19. Página 19 de 135 o dom dos Deuses. Infelizmente este caminho por diversas épocas conturbadas do Japão e da humanidade no geral, acabou se desvirtuando. A pratica de espadas sempre foi considerada em diversos países como uma arte nobre, no Japão ela alcançou o status de quase religião e digna de culto e reverência, sendo a espada (TSURUJI) um dos objetos sagrados da Família Imperial (TE NO). O Kendo é o conjunto de leis e práticas morais e espirituais que regem a ação do espadachim (KENSHI/KENDOKA), influenciados pelo ZENDO (preceitos do budismo), o SHINTO (preceitos dos Deuses), o CONFUCIONISMO (filosofia Humanista Chinesa) e o BUSHIDO (o código dos Samurais) ele surgiu através da observação de inúmeros mestres que ao praticarem o Kenjutsu sentiram a necessidade de ir além dos ensinamentos físicos, buscando uma formação espiritual e moral. As técnicas foram modificadas nos dias atuais diferenciando o Kendo Esportivo e seus centros de aprendizado (GENDAI DOJO), dos estilos tradicionais antigos (KORYU DOJO) que preservaram as técnicas antigas do uso do Shinken (espada real), Nota-se que ambas as formas de ensino são de suma importância para o aprendizado e formação do aluno. É importante frisar que o atual Kendô Esportivo assim como outras formas de Budô modernos (Karatê, Judô, Aikidô, etc.), não são verdadeiras artes Samurai e sim pseudo-samurai, tais formas foram concebidas para serem praticadas pela população no geral como uma forma de esporte, defesa pessoal ou para ajudar a cultivar a saúde. As verdadeiras artes de origem Samurai têm seus princípios calcados no Budo e no Bugei (Artes da Guerra). Existem ainda centenas de escolas em atividade nos dias atuais, e cada uma delas praticam uma gama de conhecimentos marciais sobre diversas armas, aspectos mentais, espirituais e culturais que transformariam seu praticante em um verdadeiro Iniciado nos caminhos secretos passados de mestre para discípulo de geração em geração. Outra curiosidade é que muitas vezes uma escola era especializada em combate corpo a corpo (SHITORYU, SHOTOKAN, DAITORYU, TAKENOUCHIRYU, ETC), mas também, praticavam várias formas de uso de armas como a espada, o bastão, a lança entre outras. Portanto é um muito popular achar que uma escola antiga só sabia fazer uma determinada arte ou forma. Para se ter uma idéia a formação do samurai é constituída do aprendizado de no mínimo vinte formas de artes (de combate e culturais).
  • 20. Página 20 de 135 Por volta do século XVII, o Kenjutsu já era praticado com espadas de madeira maciças (BOKUTO/BOKEN). Este fato ajudou a estimular e difundir sua prática, pois permitia melhor contato sem causar ferimentos cortantes, mas não evitava totalmente os danos e acidentes mortais. A armadura usada nos dias atuais (BOGU) foi desenvolvida pelos Mestres ONO TADAAKI E TORANISHI KANSHIN, que se inspiraram na armadura dos Samurais chamada YOROI. Estas invenções permitiram finalmente uma forma de combate sem causar ferimentos graves ou letais, pois além da espada ser totalmente flexível e sem pontas ou extremidades aguçadas, o praticante estava totalmente protegido em seus pontos vitais com uma armadura leve, feita de feltro, resina e bambu. Este fato permitiu uma forma de contato a golpear o adversário. Os atuais caminhos marciais modernos (esportivos ou não) também tem uma grande importância, pois além de permitirem que todo o tipo de Ser Humano possa treiná-los, são uma excelente introdução e preparo para quem pretende depois, especializar-se nos estilos antigos. Enquanto que o KORYU seria uma espécie de pós- graduação e mestrado. Peço desculpas mais foi a única forma de expressar em termos coloquiais modernos atuais o termo HITO KAMI NO I GEN KORO MICHI (caminho para divinizar os homens). O conceito de Kendo ao contrário do que se diz nos dias de hoje, não é uma arte que descende do Kenjutsu, aliás, dizer que Kendo é descendente do Kenjutsu é uma corruptela dos ensinamentos dos mestres antigos que preservaram este caminho para o bem da humanidade. O conceito do Kendo Esportivo é disciplinar o caráter humano através do estudo da aplicação da espada. Promover atividade esportiva e competitiva para fins educacionais da sociedade. 1.3 Aos Iniciantes Ao se ingressar numa atividade física, seja ela uma dança, um esporte, ou uma arte marcial, pense se realmente sua escolha é o seu caminho. Não se autolimite, e vá em frente! Tome certos cuidados, sua escolha será seu modo de vida tanto profissional (às vezes financeiro), como seu particular. Intempéries virão, sejam elas pessoais ou por terceiros. Não desista! Mas lembre-se de escolher um lugar com profissionais
  • 21. Página 21 de 135 competentes e reconhecimento de mercado. Afinal, é a sua vida que estará em jogo e, dependendo da situação, literalmente! Dentro das artes marciais, você logo ao iniciar receberá influências de todos os lados, seja energética e/ou psíquica, tanto dos alunos novos como os mais experientes, como dos professores, amigos e familiares. Será difícil nos primeiros meses quebrar a barreira da Constância. Pois você estará em sua Zona de Conforto. Seu corpo, seu ritmo antigo, seu psicológico, irão falar mais alto. Pode ser que dentre média de 3 (três) a 6 (seis) meses, estará mais habituado para tal, e seu corpo irá estar mais moldado e preparado. Cada um tem o seu limite, respeite-se acima de tudo! Não faltem as aulas! Para o Aikidô, ou Kendô, média de uns 6 (seis) meses você já saberá se este é realmente o seu caminho. As dores, a moleza, a falta de dinheiro, etc.; serão trocados automaticamente por perseverança, vontade, ânimo, força física e vigor. Se for fraco, fortalecerás, se for gordo, fortalecerás também, podendo perder alguns quilos se for o caso. O mais importante é que ira ganhar energia vital! Fortalecimento em juntas e ligamentos. E não somente esbelteza por esbelteza. - Ponto importante: Não deixe seu Ego falar mais alto logo no inicio! Caso isso ocorra, será muito difícil de vencer-se, pois ira pensar que estaria no verdadeiro caminho, e não o estará! Aprendera técnicas, seu corpo ficará mais forte, seu cérebro mais rápido, mas não estará no verdadeiro caminho da arte. Isso poderá lhe levar a um caminho sem volta, e se manifestara no seu cotidiano sem o seu próprio perceber. Será apenas a busca de um Poder, Mas não da Verdade. Amigos, família, trabalho, etc.; irão perceber arrogância e excesso de confiança por sua parte, menos você. Por isso a importância de uma ótima escola, academia, associação ou federação. Estude sua história antes. Perceba que todas elas têm suas vantagens e desvantagens. Não são todos os esportes ou artes marciais que possuem campeonatos ou torneios. Tenham em vista nos seus objetivos. Não esqueça!
  • 22. Página 22 de 135 1.4 As Artes Hoje em Dia - O Aikidô: O primeiro Aikidoka reconhecido no Brasil foi Shihan Kawai, onde este a divulgou para praticamente todo o País. Porém, existiu outra pessoa vinda direta do Japão; Kenjiro Kasuga (em 1955), aluno direto de O-Sensei; podendo se considerar o primeiro a inserir a arte no país. Mas, ele não a divulgou ou criou Dojos, ou outras formas. O Dojo principal do Japão, o Hombu Dojo, liderada pelo Shihan Moriteru Ueshiba, é a sede central da Aikikai, onde praticamente todos os Dojos do mundo estão ligados a ela, com reconhecimento por seus Shihans espalhados dentro e fora do Japão. Seu legado é tradicional japonês, com descendência de pai para filho. Shihan Moriteru Ueshiba é neto de O-Sensei, e seu pai foi Kishomaru Ueshiba, onde teve grande valia na divulgação do Aikido ao mundo. Hoje, são inúmeros praticantes da arte no Brasil e no mundo. Sua arte, filosofia e historia se espalharam. Contribuiu-se e levou-se o homem a um novo nível de vida e pensamento. Existem escolas com ensinos diferentes, mas no fundo é tudo a mesma essência, a mesma fonte. Como somos seres humanos, cada um a enxerga de sua maneira, e isso é normal. Seu estilo tradicional de Budo é mantido. A essência da arte marcial japonesa, sua história e cultura são preservadas e cada qual, adapta-se a seus costumes locais. - O Kendô: No Brasil, existe tanto o lado esportivo como o tradicional – a arte como era treinada em seus primórdios no Japão, em suas origens. Todas elas buscam sua fonte, ao mais próximo possível de sua origem. Variando o tipo de treino ao lado tradicional, que é mais rígido e mais forte, e mais regrado a fonte espiritual.
  • 23. Página 23 de 135 1.5 Federações e Associações No Brasil, existem associações e federações muito bem estruturadas, cada qual com sua representação oficialmente reconhecida com o Hombu Dojo (sede mundial do Aikidô) de Tókio, dentre elas: - Brazil Aikikai – Confederação Brasileira de Aikidô; - FEBRAI – Federação Brasileira de Aikidô; - FEPAI – Federação Paulista de Aikidô; - FIA – Federação Intercultural de Aikidô; - Instituto Takemussu; - União Sul Americana de Aikidô. Existem outras por estados ou cidades, cada qual em sua maioria interligada a estas mencionadas. Pois para cada representação oficial, pelo sistema oriental da arte, é necessária a representação de um Mestre (o Shihan) responsável. Segundo a Brasil Aikikai, seguem algumas premissas: - Lemas do Aikidô: 1 – Manter a Disciplina; 2 – Não se Enervar; 3 – Não se Entristecer; 4 – Não Possuir Sentimento Hostil; 5 – Ser Compreensivo; 6 – Ser Tranqüilo; 7 – Ser Pacifico; 8 – Manter a Ética; 9 – Fazer Amizade com Todos; 10 – Respeitar a Deus e as Pessoas; 11 – Ser Humilde; 12 – Ser Justo e Honesto; 13 – Conscientizar-se Que o Aikidô é o Caminho de Deus; 14 – Conscientizar-se Que a Prática do Aikidô Tem Por Princípio o Autoconhecimento. - Comportamentos no DOJO: 1. O DOJO é de responsabilidade de todos que usam seu espaço. Sinta-se em casa para dar informações a visitantes, arrumar o que estiver desarrumado, limpar o que estiver sujo.
  • 24. Página 24 de 135 2. Colabore no que puder para a melhoria do espaço da Academia. 3. Mantenha a higiene pessoal e do seu Dogi. 4. Sempre entre no tatame com pés e mãos limpos e unhas bem aparadas. 5. Não use jóias (anéis, brincos, pulseiras, relógios), perfumes muito fortes ou qualquer acessório que prejudique o seu treino ou dos seus parceiros. 6. Traga uma toalhinha para enxugar o suor. 7. Não ande pelo Dojo sem estar completamente vestido. 8. Use zori (chinelos) para andar pelas demais dependências da Academia. 9. Não pise calçado no tatame, na madeira ou nos bancos. 10. Não ande descalço fora do tatame. 11. Ao entrar e sair da área de tatames faça reverência em pé ao local. 12. Se chegar com a aula já iniciada, entre no tatame discretamente, pedindo licença ao professor e iniciando o treino. (Faça uma reverência ao professor, dizendo em voz baixa ONEGAISHIMASSU, de forma a não atrapalhar o treino). 13. Caso precise realmente sair durante, ou antes do fim do treino peça sempre licença ao professor. 14. Ao treinar pratique a humildade. Tenha iniciativa para convidar seus parceiros a treinar, dizendo ONEGAISHIMASSU, não espere que venham chamar você. 15. Não recuse a treinar com nenhum parceiro. 16. Ajude a quem precisa, mas jamais corrija o seu parceiro, a não ser que você seja faixa preta. 17. Nunca pense que estará atrapalhando alguém por não saber executar algum movimento. Todos estamos aprendendo, uns ajudando aos outros. 18. Respeite os alunos mais graduados e jamais discuta se as técnicas estão certas ou erradas. 19. Fale o mínimo possível durante os treinos. 20. Quando o Sensei estiver demonstrando um golpe, fique sentado, em silêncio e atento e depois curve-se diante do Sensei e de um parceiro e inicie o treino. Caso não tenha compreendido bem, observe os outros, execute o pouco que você percebeu e espere ser corrigido pelo professor. 21. Se for absolutamente necessário perguntar algo ao Sensei, vá até ele, não o chame para si. 22. Treine exatamente como orientado pelo professor. 23. Nunca argumente com o Sensei, mesmo que outro instrutor tenha dito algo diferente. Existem várias formas de se executar as técnicas e você deve seguir cada instrutor, em cada aula, no melhor de sua capacidade. 24. Treine com afinco e energia, mas sempre respeitando a integridade física do colega. Durante as aulas há sempre pessoas de diferentes sexos, idades e capacidade física. Enquanto o ideal é sempre treinar tão vigorosamente quanto possível, as capacidades físicas e as metas de treinamento de cada parceiro devem ser levadas em consideração. 25. Ao arremessar seu parceiro, lembre-se de que há outras pessoas treinando no tatame. 26. Esteja consciente do que ocorre ao seu redor. Dose a intensidade dos movimentos à sua condição física. Tenha responsabilidade sobre você mesmo. 27. Não deixe de fazer nenhuma técnica (a não ser que esteja machucado).
  • 25. Página 25 de 135 28. Se estiver com alguma lesão ou incapacidade física comunique-a obrigatoriamente ao professor, antes de iniciar o treino. 29. Evite freqüentar as aulas se estiver com alguma doença transmissível por ar ou contato. 30. Sente-se sempre em Seiza; caso tenha algum problema nos joelhos comunique ao professor anteriormente e sente-se com as pernas cruzadas. Não sente encostado na parede ou em outra posição. 31. Mantenha uma boa postura. 32. Antes de entrar na academia, lembre-se de desligar seu celular ou bip. 33. Nunca use o celular dentro da academia durante os horários de treino. 34. É expressamente proibido FUMAR em todas as dependências da academia inclusive vestiários e banheiro. 35. Mesmo estando fora do tatame, mantenha silêncio durante os treinos e não converse com quem está dentro do tatame. 36. Procure participar dos eventos da academia: demonstrações, limpezas gerais, comemorações, etc. 37. Não atrase nem deixe de pagar as mensalidades, se precisar ausentar-se por algum tempo dos treinos por viagens ou doença avise ao professor. - Títulos de Ensino: - Kyu´s: Faixas Coloridas até Marrom. São 5 (cinco) Kyu´s (Portas), até se chegar à faixa preta (Shodan). - MuKyu – Faixa Branca (Aluno iniciante): É o título ao aluno que acaba de entrar, ou a faixa branca. Na verdade, até a faixa Marrom, todos são considerados faixas brancas, ou outra denominação de algumas escolas, como no Kendô, os Shoshinshas (Alunos Iniciantes). O Quadro I demonstra as graduações do Aikidô:
  • 26. Página 26 de 135 QUADRO I – Graduações do Aikidô MUKYO Faixa Branca 5º KYO Faixa Amarela 4º KYO Faixa Roxa 3º KYO Faixa Verde 2º KYO Faixa Azul 1º KYO Faixa Marrom SHODAN Faixa Preta (1º Grau) NIDAN Faixa Preta (2º Grau) SANDAN Faixa Preta (3º Grau) YONDAN Faixa Preta (4º Grau) GODAN Faixa Preta (5º Grau) FUKUSHIDOIN Professor Assistente SHIDOIN Professor SHIHAN Mestre As três últimas classificações são títulos que são atribuídos aos Yudansha. Além de Godan, as promoções são feitas mais por méritos devidos a trabalhos realizados em prol da arte, amadurecimento técnico e da personalidade. Para o Ocidente, foi adotado esta ordem de cores, como as do Arco-Íris; equivaler-se-ão há etapas até se chegar a Shodan (Faixa Preta), o verdadeiro iniciante na arte. Geralmente, as graduações são estipuladas de 6 (seis) em 6 (seis) meses. Para algumas escolas, dependendo do Sensei responsável; ser considerado como instrutor os Faixas Marrons. Em outras, no 4º Kyu, este já pode ser considerado. - SHODAN – Faixa Preta: Este seria na verdade, o primeiro grau da arte, como é treinado no Japão – faixa branca o preta. É nele que se começa a aprender a arte com mais eficácia. Subentende- se que a pessoa já esteja, e tenha passado e adquirido os níveis básicos de todo o seu Kihon (técnicas para exames de faixas mínimas exigidas) até esta etapa. Este passa a ser denominado de SENSEI, mas, não é ainda considerado como Professor Oficialmente pela arte, dependendo de cada escola e arte marcial. Pós o Shodan, vem-se as próximas etapas denominadas “Dan’s”, onde seriam etapas da faixa preta, seguindo as denominações e graduações dentro destas a seguir:
  • 27. Página 27 de 135 - FUKUSHIDOIN (Professor Assistente): Este título é à parte dos exames normais de Dan´s. Ele é concedido mediante um exame de habilitação, onde o candidato deverá não somente comprovar conhecimentos técnicos e teóricos sobre a arte, mas também demonstrar que tem conhecimentos didáticos para esta função. Para se poder candidatar, o interessado deverá ter pelo menos a graduação de Nidan (Faixa Preta 2º Grau). Este Certificado é emitido pela Confederação e assinado pelo diretor Técnico e Presidente. - SHIDOIN (Professor Titular): Este título é concedido mediante um exame de habilitação onde o candidato deverá não somente comprovar conhecimentos técnicos e teóricos sobre a arte, mas também demonstrar que tem conhecimentos didáticos para esta função, sendo pessoa idônea, com liderança e maturidade no ensino da arte comprovados. Para se poder candidatar, o interessado deverá ter pelo menos a graduação de Yondan (Faixa Preta 4º Grau). Este Certificado é emitido pela Confederação e assinados pelo Diretor Técnico e Presidente. - SHIHAN (Mestre Máximo, PHD): No passado, até 2002, quando um praticante dava aulas de Aikidô e era promovido para 6º Dan, ele automaticamente era chamado de SHIHAN, pelo Aikikai Hombu Dojo, não havia um Certificado específico para este título, embora algumas pessoas tivessem uns consignados pelo Doshu Kishomaru porque os solicitaram. Após 2002, no entanto, a situação foi regularizada e a partir desta data, foi criado um Certificado de Shihan que é emitido no Japão. Após completar 6 (seis) anos de ensino da arte e ser considerado uma pessoa que comprovadamente está formando alunos de nível internacional. O Aikikai Hombu Dojo, aceita um "application" (pedido) de análise, feito para a pessoa indicada pertencente à organização oficialmente reconhecida no país pelo Hombu Dojo. Nos meses de novembro e dezembro uma comissão de alto nível de confiança do Doshu examina o pedido e o candidato, se aprovado, tem sua graduação anunciada na festa de Kagami Biraki no começo de janeiro. Ou seja, acaba demorando 7 (sete) anos na prática, o tempo mínimo para se ter esta graduação se tudo estiver de acordo. Se o pedido for recusado, então a organização que o recomendou para o título, deve aguardar 2 (dois) anos para entrar com o novo pedido de análise. O candidato aprovado recebe o Certificado emitido pelo Aikikai Hombu Dojo. O Tempo Mínimo para Prestação de Exames obedece como descrito no Quadro II:
  • 28. Página 28 de 135 QUADRO II – Tempo Mínimo para Exames QUADRO III – Pirâmide Tradicional Hierárquica Para Faixa Amarela 30 aulas Para Faixa Roxa 50 aulas Para Faixa Verde 100 aulas Para Faixa Azul 100 aulas Para Faixa Marrom 100 aulas Para Shodan em Diante À Critério do Mestre Estes tempos poderão ser abreviados em caráter excepcional a critério do mestre e os exames serão sempre realizados pela Kancho que poderá a seu critério, solicitar a presença de outros Yudansha (Faixa preta) e atribuir notas, aprovando ou não o candidato. Seu sistema é hierárquico por sua cultura e costumes, mas hoje na maioria das empresas, seguem um sistema horizontal. É um ponto a se observar, pois para se vencer uma cultura, é um assunto de grande cuidado e atenção. Segue dois quadros comparativos do sistema tradicional e atual, onde estes serão analisados com seus problemas, nas considerações sobre os alunos e professores. Os Quadro III e Quadro IV demonstram estas hierarquias: SENSEIS KYU´S – FAIXAS COLORIDAS SHIDOINS FUKOSHIDOINS SHIHANS
  • 29. Página 29 de 135 QUADRO IV – Hierarquia Horizontal Ao Kendo, não existem muitas diferenças por sua derivação a uma escola tradicional, onde os Kyu’s são descritos como no Quadro V: VICE- PRESIDENTE PRESIDENTE DIRETORES EMPREGADOS
  • 30. Página 30 de 135 QUADRO V – Quadro Oficial de Graduações – Fonte: www.sojobo.biz Grau Pretendido Tempo Min. de Prática Idade Mínima 1º Kyu + de 1 ano Acima de 13 anos 1º Dan (Shodan) + de 6 meses (após 1º Kyu) + de 14 anos 2º Dan (Nidan) + de 1 ano (após 1º Dan) + de 15 anos 3º Dan (Sandan) - Sensei + de 1 ano (após 2º Dan) + de 18 anos 4º Dan (Yondan) + de 2 anos (após 3º Dan) + de 20 anos 5º Dan (Godan) + de 3 anos (após 4º Dan) + de 23 anos 6º Dan (Rokudan) + de 4 anos (após 5º Dan) + de 27 anos 7º Dan (Nanadan) + de 5 anos (após 6º Dan) + de 32 anos 8º Dan (Hachidan) + de 8 anos (após 7º Dan) + de 48 anos Renshi (professor sênior) Título dado (após 6º Dan) + de 48 anos Kyoshi (diretor téc.) Título dado (após 6º Dan) + de 55 anos Hanshi (Grão Mestre) Somente (após 7º Dan) + de 65 anos Vale salientar que um praticante que iniciou o treino do Kendo após 18 anos, dificilmente será indicado para exame de 1º Kyu, com apenas um ano de prática. Normalmente ele prestará exame após 3(três) anos. Para se inscrever no exame de graduação é necessário que o praticante participe de uma Associação (Dojo) que esteja filiada á Confederação Brasileira de Kendo e a Federação oficial de seu Estado. O praticante deverá prestar exame a uma junta de mestres que irão analisar os seguintes tópicos:
  • 31. Página 31 de 135 1. - Tempo de Prática; 2. - Destreza Técnica; 3. - Conhecimentos Teóricos; 4. - Etiqueta; 5. - Elevado Conceito filosófico. 1.6 O “KI” (), Ciência e Física Quântica - O “KI”: As pessoas têm uma visão às vezes de algo sobrenatural ou mágico quando dissemos sobre Ki. Existem várias interpretações e sensações desta, e qual seria a certa? Todas elas. Seja como energia vital, como energia elétrica, a do átomo, a de Deus para quem crê; etc. Podemos também considerá-lo como a Atividade do Espírito. Mas, Ki é a Vibração do Som de da Luz. Luz, trovão, vento, vibração atômica. É a Essência do Universo, a Energia Criativa de Deus. Ele enche o universo e tudo existente, existe desde o início de tudo, e é eterno. Os orientais enxergam e usam como sua simbologia (Kanjis), quando um grão de arroz esta pronto para sua colheita. Pois quando ele esta pronto, libera uma pequena fumaça ou vapor, este é o Ki da Vida. Um exemplo deste Ki da Vida pode ser observado em um documentário da Discovery Channel sobre artes marciais – Mestres do Combate, onde um dos praticantes se machuca, e mostra seu inchado na mão à câmera, e comenta sobre ele, pois este machucado pode lhe atrapalhar em seu treinamento. No exato momento, o Sifu (Professor Mestre Chinês), ao observar a lesão neste aluno, esfrega suas mãos sem ele ver; e de repente, ele segura a mão acidentada deste praticante, envolvendo-as com as suas. A segura por alguns segundos, e literalmente, o machucado desaparece! Fica-se como se nada tivesse acontecido! Sem nenhum inchaço, ou mancha rocha de sangue pisado no local, nada!
  • 32. Página 32 de 135 Outro exemplo para nosso cotidiano, podemos denominar o Ki como uma “Força Oculta”, de onde conseguimos fazer coisas emergenciais em sua maioria sem saber como poderíamos tê-la feito. São atos por instinto, sem pensar, mas que fogem do “normal” ou razão. Não esquecendo que o Medo, já seria outra parte, descrita mais para frente. - Ciência: O lado mais próximo a se observar este Ki, é o átomo, a luz ou a energia seja ela elétrica, ou como Einstein a descobriu (E = M.C2). A vibração das coisas gera energia, o átomo vibra, ou seja, tudo que existe, animado ou inanimado, esta vivo e em movimento. A energia pode ser também: Cinética, Solar, Mecânica, Eólica, Térmica, Radiante, Química, Nuclear, A Queima de Um Recurso Natural, o Próprio Pensamento, etc. Energia é potencial exato para se gerar trabalho ou ação. - Física Quântica: A descoberta mais utilizada é a de Einstein, onde “E = M.C2” – Energia é igual à Massa, vezes a Aceleração. Este é o mais próximo do que seria o Ki, ou Energia. Porém, os cientistas já estão chegando neste ponto da física quântica, onde eles consideram um paradoxo, um ponto de interrogação, pois pela ciência, as coisas têm que ser provadas, e não apenas pressupostas. Mas esta análise baseia-se na descoberta da Energia do Átomo estar Viva. De esta ser a Fonte Vital à Vida, bem como tudo no Universo. E, em como, e o que a faz se mantiver viva de fato! Eles estão tendo que aceitar que existe algo a mais, de outro plano ou estado da matéria, que faz tudo isso funcionar. Que faz a vida existir. E, as respostas estão mais para questões religiosas que cientistas. Enfim, é essa subdivisão do átomo, como a bomba atômica, ou como um choque elétrico, ou como um elétron que se encaminha de átomo em átomo em um circuito, até se transformar em luz e calor de uma lâmpada. Tudo isso, são formas de Ki. E é este Ki que utilizamos dentro da arte marcial. Não é só a técnica, pois chega um momento que a força é que irá vencer igual aos
  • 33. Página 33 de 135 estudos de Isaac Newton sobre Vetores por exemplo, onde a força maior em linha reta sempre vencerá a menor. É esta explosão vista na física quântica e nos outros dizeres acima, que nos faz meditar, e pensar no que somos e onde podemos chegar e evoluir. É ela que nos mantêm vivos. Tudo isso, é Ki. 1.7 Esportes, Lazer e Cultura Em sua maioria nestes três aspectos, Esportes, Lazer e Cultura, as pessoas pagam para obterem os treinamentos e conhecimentos de cada modalidade ou arte. Mas, para algumas como descrito nas artes marciais, cargos são estipulados e responsabilidades são adquiridas, porém, como foco, uma legalização destes postos, realmente não é existente. E se as pessoas sofrerem algum acidente, também nada existe sobre o aspecto, até mesmo para professores de sua maioria, sem nenhum amparo por suas instituições ou federações, dentro destas artes abordadas. Isso ocorre para alguns que possuírem infra-estrutura, enquanto para os pequenos, é muito difícil. - Esportes: Nos esportes em geral, muitos deles já possuem além de suas Federações e Associações, amparos tanto monetários como uma ótima estrutura física até. Isso vem em questão à cultura local, pois sabemos que em nosso país, o Futebol é o mais conhecido. Agora, analisemos se em um time profissional, os jogadores são registrados por CLT, sempre existem profissionais a área da física e mental do atleta, mas da segurança do trabalho nunca se ouve falar. Pois, quando for um time pequeno, onde os jogadores ou o próprio clube não da condição de registro ou respaldo aos atletas, a situação é bem diferente. E/ou, mesmo nos grandes clubes, os profissionais responsáveis não possuem todo o conhecimento da segurança do trabalho. Na Fórmula-1 ou em outras, já é o contrário, existe toda uma equipe para tal, fora os subsídios das federações e patrocinadores. Cuidados ergonômicos são tomados por empresas tanto ligadas diretamente à produção dos equipamentos e veículos específicos aos corredores, mas apenas entende-se que seus locais já sejam estruturados
  • 34. Página 34 de 135 para tal. E enquanto a pessoa não atinge tal nível, quando ela ainda esta ou num time de várzea, ou numa equipe de cart. por conta própria, a situação é totalmente diferente. - Cultura e Lazer: Existe uma grande controvérsia da parte dos profissionais de Educação Física, e algumas modalidades. É compreendido que quem poderia cuidar do Físico das pessoas nos esportes, seria o Profissional de Educação Física, e os Fisioterapeutas e/ou Médicos, para algumas intempéries. Porem, à cultura ou lazer, dá-se o impasse. Em sua maioria, algumas atividades são consideradas culturais e outras como lazer, e não possuem estes profissionais citados. Algumas por sua infra-estrutura, e outras por justamente, sua cultura em questão, como é o caso das Artes Marciais. Alguns exemplos onde vários profissionais estão à ativa, seria também muito difícil de conseguirem um diploma nestas áreas profissionais citadas, pois sua maioria não tem um bom salário, ou até mesmo um local apropriado para lecionarem, fora nossa cultura popular brasileira não reconhecê-los; são eles: Professores de Yoga, de Dança, de Tai Chi Chuan, Cursos Policiais, etc. Hoje porem, existe um único amparo legal, para que professores destas atividades consideradas Culturais, como Yoga, Dança e Artes Marciais, possam lecionar, mas quanto a benefícios acidentários ou de aposentadoria, nada consta. É o Projeto de Lei Nº7370 de 2002 do Sr. Luiz Antonio Fleury; que acrescenta em seu segundo parágrafo: “Não estão sujeitos à fiscalização dos Conselhos previstos nesta lei os profissionais de danças, artes marciais e Yoga, seus instrutores, professores e academias”. Este acabou existindo e foi aprovada, pois os conselhos de classe estavam com a exigência de somente os profissionais com CREF, poderiam atuar nestas áreas; desprezando a sua própria Cultura, como é o lado destas mencionadas.
  • 35. Página 35 de 135 CAPÍTULO 2 SOBRE A ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO O Que é Segurança do Trabalho? São conjuntos objetivando a Segurança e a Saúde do Trabalhador. Sua tendência é minimizar os acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Seu ponto de vista é a Integridade do Trabalhador e sua Excelência Humana. Algumas disciplinas que ela abrange:  Introdução a Segurança;  Higiene;  Medicina;  Prevenção;  Engenharia;  Métodos e Pesquisas;  Doenças;  Riscos;  Ergonomia;  Ambiente de trabalho e Meio Ambiente;  Comunicações e Treinamentos  Responsabilidades: Civil e Criminal;  Normas Regulamentadoras e Padronizações Técnicas. A composição da Segurança e Medicina do Trabalho corresponde ao SESMT – Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho – NR 4, composto por profissionais específicos, dentre eles: Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho e Auxiliar de Enfermagem. Por parte dos Empregados da empresa, existe a CIPA – Comissão Interna de Prevenção a Acidentes – NR 5, como auxiliadores nesta área.
  • 36. Página 36 de 135 É necessária uma implantação de uma Cultura Trabalhista, onde as pessoas têm que analisar e compreender, que segurança do trabalho não é despesa, é investimento; segurança não é fraqueza pessoal, é cuidado pessoal; não podemos mais analisar que não se pode utilizar este recurso, sendo que já existem legislações, ou falta de fiscalizações; temos que fazer a nossa parte. Deve-se ter uma consciência do Todo e não mais do Individual. Tudo é parte do sistema, todas as pessoas e também os maquinários estão envolvidos na produção e desenvolvimento local e intelectual de todos. Todo capital tem que ser analisado e distribuído igualmente, sem mais uma visão econômica escrava, ou mediante apenas ao lucro ou ao fim de um serviço. Erros comuns analisados, onde os donos de empresas acham que é somente comprar alguns equipamentos de proteção individual, sem dar algum treinamento se quer, visando apenas à continuidade e execução do trabalho. Cria-se uma ilusão de segurança e proteção, sem realmente haver proteção. Não há qualidade sem higiene e segurança, é preciso que o elemento Humano atue. 2.1 O Profissional e o Mercado de Trabalho Engenheiro: “s.m. Profissional de nível universitário que, mediante a aplicação da matemática e ciências afins, projeta, fiscaliza ou supervisiona a construção de obras de grande porte, como estradas, ferrovias, pontes, fortificações, portos, edifícios, máquinas, navios, aviões, a exploração de minas, a instalação de usinas etc.: engenharia civil, militar, naval, aeronáutico” (DICIONÁRIO SIENGE). Segurança: “s.f. Ação ou efeito de segurar. Situação do que está seguro; afastamento de todo perigo: viajar com segurança. Certeza, confiança, firmeza: falou com segurança. Garantia, caução: a hipoteca constitui uma segurança real, a caução uma segurança pessoal” (DICIONÁRIO SIENGE).
  • 37. Página 37 de 135 Técnico de Segurança do Trabalho: “Aquele que verifica as condições de trabalho de uma empresa, identificando fatores de risco e propondo sua solução” (DICIONÁRIO MICHAELIS). O profissional da área de segurança do trabalho é um dos mais requisitados pelo país. Os impactos desta área abrangem não só a área economia, mas até a saúde publica. Os profissionais atuam na redução de acidentes, orientando e treinando os empregados sobre os seus riscos existentes, e as doenças ocupacionais possíveis, mediante as funções e locais de trabalho. Devem também saber interpretar as legislações, utilizar instrumentos de avaliação, identificar riscos e condições, identificar contaminantes e funções e responsabilidades, aplicar as normas, orientar visitantes ou clientes, etc. A valorização do profissional em alguns estados:  São Paulo – É o maior empregador, e maior média salarial;  Vale do Paraíba – Grande procura e o número vem aumentado pela grande quantidade de indústrias;  Região Sudeste – É uma das que mais registra acidentes e doenças ocupacionais;  Rio de Janeiro – Grande receptor de mão de obra, ênfase em escolas técnicas, atuação e petróleo e gás, construção naval e civil;  Minas Gerais – Grande parte siderúrgica;  Região Sul – Com destaque ao Paraná, principalmente em usinas de álcool e açúcar, papel e celulose e agro-negócio em Londrina e Maringá. (Brasil Profissões / CEFET-RJ / SENAC) 2.2 Acidentes e Doenças Ocupacionais ACIDENTE DO TRABALHO Conceito Legal
  • 38. Página 38 de 135 “Aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional ou doença que cause a morte ou perda ou redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho; isto diz respeito também à causa que tenha contribuído para o resultado; pode ocorrer no local de trabalho, a serviço da empresa e nos intervalos ou a caminho” (MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL) É também considerado acidente de Trabalho: Aquele sofrido pelo empregado no local e no horário de trabalho, conseqüente de: - Ato de sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro, inclusive companheiro de trabalho; - Ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada com o trabalho; - Imprudência, negligência ou imperícia de terceiro, inclusive companheiro de trabalho; - Ato de pessoa privada do uso da razão; - Desabamento, inundação ou incêndio; - Outros casos fortuitos (acontecimentos naturais (inundação / tempestade / tremor de terra)) ou de força maior (atos de terceiros (invasão / bloqueio / ordem de autoridade legítima)). O acidente sofrido pelo empregado ainda que fora do local e horário de trabalho: - Na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; - Na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; - Em viagem a serviço da empresa, qualquer que seja o meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do empregado; - No percurso da residência para o trabalho ou deste para aquela; - No percurso para o local de refeição ou de volta dele, em intervalo de trabalho.
  • 39. Página 39 de 135 - O acidente sofrido pelo empregado, em período destinado à refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante o horário deste. Conceito Prevencionista O acidente do trabalho é um acontecimento não desejado, que resulta em dano físico, lesão ou doença, a uma pessoa, ou um dano à propriedade. Tipos de Acidentes  Acidente sem afastamento: é o que leva o trabalhador a se ausentar da empresa por apenas algumas horas; por exemplo quando o acidente resulta de um pequeno corte no dedo.  Acidente com afastamento: é o que pode deixar o trabalhador impedido de realizar suas atividades por dias seguidos, meses ou de forma definitiva, podendo resultar em:  Incapacidade temporária, que é a perda da capacidade para o trabalho por um período limitado de tempo, após o qual o trabalhador retorna às suas atividades normais;  Incapacidade parcial e permanente, que é a diminuição por toda vida, da capacidade física para o trabalho. Ex. quando ocorre a perda de um dedo ou uma vista; Incapacidade total e permanente, que é a invalidez total e permanente para o trabalho. Nesse caso o trabalhador não tem mais condições para trabalhar. Exemplo: se o trabalhador perde as duas vistas em um acidente do trabalho. Nos casos extremos, o acidente resulta na morte do trabalhador. Risco & Perigo O termo “risco” é confundido freqüentemente com o “perigo”. Uma fonte de alimentação de alta tensão, uma amostra de metal radioativo, ou um produto químico tóxico podem apresentar um perigo, significando que apresentam um potencial para dano. Os ácidos concentrados por exemplo, representam perigo ao usuário, de queimaduras sérias, se forem transportados incorretamente. O risco é a probabilidade ou a possibilidade a que o perigo, pelo produto químico, pode causar. Assim o ácido sulfúrico concentrado é um produto químico
  • 40. Página 40 de 135 perigoso, porque é altamente corrosivo. Entretanto, desde que transportado de maneira apropriada o risco pode ser considerado pequeno. Os perigos por um ácido concentrado, por uma substância explosiva ou por um contaminante são propriedades inerentes ao material. Já os riscos podem e devem ser minimizados. Dano (Damage) Dano é a severidade da lesão, ou a perda física, funcional ou econômica, que podem resultar se o controle sobre um risco é perdido. Causa É a origem de caráter humano ou material relacionada com o evento catastrófico (acidente), pela materialização de um risco, resultando danos. Segurança Segurança é freqüentemente definida como "isenção de riscos". Entretanto, é praticamente impossível a eliminação completa de todos os riscos. Segurança é, portanto, um compromisso acerca de uma relativa proteção da exposição a riscos. É o antônimo de perigo. Dentro das artes marciais, como se decorre de luta propriamente dita, sua probabilidade para existirem acidentes é devidamente acentuada. Cabe-se a atenção redobrada tanto de quem leciona como quem as pratica, pois dependendo da situação, os danos podem ser irreversíveis. Por isso a importância ao assunto, caso alguma das partes, como professor, ou alunos, entrem em alguma desarmonia ou respeito perante os praticantes. É necessário não só uma vigia dos seus responsáveis, como de profissionais da segurança do trabalho, pois alem dos acidentes poderem existir, se estes aumentarem seu propósito por questões pessoais, e em exemplo, se um professor aja de má fé a um aluno prejudicando, este pode ficar sem algum ponto de apoio para resguardo, pois até mesmo alunos mais velhos ou inexperientes podem não entender o fato ocorrido, ou até para quem possa enxergar esta hipótese, mantenham silencio por questão da hierarquia tradicional da arte, achando até que isto seria normal.
  • 41. Página 41 de 135 Doença do Trabalho Moléstia adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente. A higiene é muito importante nos tatames, pois existem academias que fogem da tradição a arte aqui abordada. Pois estas por si só, já possuem sua tradição de limpeza pós treino. O comum, é se passar uma vassoura, antes ou depois dos treinos, tanto como uma pureza espiritual por tradição, como higiênica. Mas, a existência de bactérias ou fungos pelos treinos constantes nas academias, nunca é avaliado ao pé da letra. O que conhecemos e acreditamos se treinamos em uma academia, é que com a mensalidade destas, seus proprietários se encarreguem destas questões. Infelizmente, locais já foram constatados pela região, de isso não ocorrer, e um profissional da área da educação física ou fisioterapêutica, não tem poder algum para qualquer orientação legal a estes problemas serem sanados. Doença Profissional Moléstia adquirida ou desencadeada em função do exercício de trabalho peculiar a determinada atividade. Existem muitos exercícios repetitivos dentro destas atividades esportivas ou tradicionais. Estes estão ligados a golpes nas articulações e/ou partes ósseas, ou nervos. Uma DORT é fácil de adquirir ou oura lesão mais acentuada, se não for observado e controlado pelos seus instrutores e professores. Outro problema é que em sua maioria, eles conhecem a história da arte, ou partes milenares até, mas sem explicações medicinais plausíveis, e sim, ao que diz respeito à própria tradição. Existem também profissionais destas áreas sem cursos mais específicos de primeiros socorros ou até mesmo algum conhecimento sobre a anatomia humana, possibilitando agravar estas condições.
  • 42. Página 42 de 135 2.3 Técnicas de Identificação Seguem algumas técnicas e competências da profissão à segurança do trabalho: Taxa de Freqüência e Índice de Gravidade: As taxas de freqüência têm sido utilizadas para se medir o nível de segurança das empresas, isto é, para medir a eficiência dos programas de segurança. 3.5.1 Taxa de Freqüência: É o índice indicativo de acidentes com afastamento, por milhão de horas / homem / trabalhadas, no período de um mês. Deve ser expressa com aproximação de centésimos e calculada pela seguinte expressão: Onde:  Tf = expressa à taxa de freqüência no mês;  N° = acidentados expressa o nº de trabalhadores acidentados no mês;  HHT = expressa o número real de horas trabalhadas no mês. 3.5.2 Índice de Gravidade: É o índice indicativo da gravidade dos acidentes (com perda de membros ou funcional) com afastamento, por milhão de horas / homem / trabalhadas, no período de um mês. Deve ser expressa em números inteiros e calculada pela seguinte expressão: Onde HHT é o número real de horas trabalhadas no mês. Na impossibilidade absoluta de se conseguir o total de HHT devido à falta de dados, arbitra-se em 2000 horas-homem anuais à exposição ao risco para cada empregado – NBR 14280-2001. O número de dias debitados é utilizado para perda de membros ou funcional. Tf = n° acidentados x 106 HHT Tg = n° de (dias perdidos + dias debitados) x 106 HHT
  • 43. Página 43 de 135 Exemplos de dias debitados: Morte..........................................................6000 Incapacidade total e permanente...............6000 Perda da visão dos olhos...........................6000 Perda da mão.............................................3000 Perda da audição 2 ouvidos.......................3000 Perda da audição 1 ouvido...........................600 Perda do polegar..........................................600 Perda de qualquer dedo da mão..................300 FUNDAMENTOS DOS 5 S's: 1. Senso de Utilização: (SEIRI) – Objetiva manter apenas o que precisamos no ambiente de trabalho para eliminação de tempo na procura destes; maior controle evitando estoques, coisas desnecessárias, evitando acúmulos e lixos. 2. Senso de Ordenação: (SEITON) – Objetiva facilitar a busca de objetos e documentos, e a boa aparência da empresa; controlar o que a pessoa usa, facilidade em comunicação e usar o que é essencial somente. 3. Senso de Limpeza: (SEISOU) – Objetiva satisfação pessoal e limpeza e eliminar desperdícios; controlar equipamentos e melhoria nas inspeções. 4. Senso de Asseio: (SEIKETSU) – Objetiva equilíbrio mental e emocional, dando mais produtividade e ao ambiente, deixar tudo em boa manutenção e estado de conservação;controlar a saúde física e mental é o bem estar de todos da empresa, não somente dos funcionários, o poder da comunicação em todos seus aspectos visuais deve ser observado, junta à segurança no trabalho. 5. Senso de Autodisciplina: (SHITSUKE) – Objetiva melhoria no entrosamento de funcionários incentivando sua capacidade, avaliações pessoais da empresa constantes. Controlar para melhor ficar, elogiar, reconhecer e cumprir. Os dez objetivos gerais dos 5 S’s:
  • 44. Página 44 de 135  Bem estar do funcionário;  Melhoria de qualidade;  Aumento da produtividade;  Redução de custos;  Incentivo à criatividade;  Aprimoramento do ambiente de trabalho;  Melhoria da moral dos funcionários;  Higienização mental da empresa;  Prevenção de acidentes;  Sentir prazer no trabalho e agir visando alcançar sempre melhores desempenhos. EXEMPLO DE PLANO DE AÇÃO 5W2H: É basicamente um formulário para execução e controle de tarefas onde são atribuídas as responsabilidades e determinado como o trabalho deverá ser realizado, assim como o departamento, motivo e prazo para conclusão com os custos envolvidos. Recebeu esse nome devido à primeira letra das palavras em inglês:  1 – What................. (o que será feito?),  2 – Who.................. (quem fará?),  3 – When................ (quando será feito?),  4 – Where............... (onde será feito?),  5 – Why.................. (por que será feito?)  1 – How.................. (como será feito?)  2 – How Much..........(quanto custará?) Existe também uma variação do plano de ação que nada mais é do que o 5W2H, mas sem o “How Much” (quanto custará?) formando a sigla 5W1H. Diagrama de ISHIKAW:
  • 45. Página 45 de 135 O Diagrama de Ishikawa, também conhecido como "Diagrama de Causa e Efeito" ou "Espinha-de-peixe", é uma ferramenta gráfica utilizada pela Administração para o Gerenciamento e Controle de Qualidade (CQ) em processos diversos de manipulação das fórmulas. Originalmente proposto pelo engenheiro químico Karou Ishikawa em 1943 e aperfeiçoado nos anos seguintes. Este diagrama também é conhecido como 6M, pois em sua estrutura, todos os tipos de problemas podem ser classificados como sendo de seis tipos diferentes:  Método;  Matéria-prima;  Mão-de-obra;  Máquinas;  Medição;  Meio ambiente. Este sistema permite estruturar hierarquicamente as causas potenciais de determinado problema ou oportunidade de melhoria, bem como seus efeitos sobre a qualidade dos produtos. Permite também estruturar qualquer sistema que necessite de resposta de forma gráfica e sintética (melhor visualização) conforme se visualiza na Figura III:
  • 46. Página 46 de 135 Árvore de Causas ou de Falhas: Utilizada pela CIPA, como outra forma de diagnosticar os Porquês dos acidentes, sabendo-se que eles não ocorrem por causa única,como é demonstrado na Figura IV: FIGURA III – Diagrama de Ishikaw – Fonte: http://papodeobra.blogspot.com/2009/04/diagrama-de-ishikawa- diagrama-de-cause.html FIGURA IV – Árvore de Falhas – Fonte: http://qualiblog.wordpress.com/2009/08/
  • 47. Página 47 de 135 2.4 Ética Podemos usar um termo denominado REIGI (). Reigi significa Etiqueta e Cortesia. Pelo criador do Aikidô (Moreihei Ueshiba, Ô-Sensei), este seria um elemento essencial para o treinamento, do caminho Budô. Mas seu foco era em nossas atitudes, no ser humano em si, do que apenas formalmente. Se você não tem respeito ao próximo, não atingira a percepção verdadeira (Tie Shokaku) da arte, dos seres, ou de seu próprio caminho. Ô-Sensei dizia que isso se agirmos com aspereza, com ego, criamos uma máscara e nunca tingiremos nosso verdadeiro caminho e nunca conseguiríamos criar um lugar ético ou harmônico de verdade. Pois só formalidades realmente, sem agirmos corretamente, é pura perda de tempo. As pessoas conseguem ver a verdade dos fatos com o tempo, e logo este falso-eu se manifestará. A Figura V corresponde ao “Rei”, o cumprimentar com cortesia, é o cumprimento tradicional japonês, tanto feito em Seiza (de joelhos), como de pé: 2.5 Legislação Para todas as profissões, como a Segurança do Trabalho; estas têm que ser fundamentas e regularizadas por lei, como padrão regulamentador em proteção e saúde dos trabalhadores e cidadãos. FIGURA V – REIGI - Etiqueta
  • 48. Página 48 de 135 A atenção neste aspecto é primordial para que não sejam analisadas erroneamente e confundidas em seus aspectos Civis e Trabalhistas. Cada parte é analisada separadamente por suas características. - Aspectos Cíveis: Um ponto de vitória para as Artes Marciais, Dança, Capoeira, Yoga, e afins, foi a lei do Governador Fleury, onde dela se descreve: PROJETO DE LEI Nº 7370 de 2002 Acrescenta parágrafo único ao art. 2º da Lei 9.696, de 1º de setembro de 1998. O CONGRESSO NACIONAL decreta: Art. 1º Acrescente-se ao art. 2º da Lei 9.696, de 1º de setembro de 1998, parágrafo com a seguinte redação: "Art. 2º Parágrafo único: Não estão sujeitos à fiscalização dos Conselhos previstos nesta lei os profissionais de danças, artes marciais e Yoga, seus instrutores, professores e academias." Art. 2º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. - Sindicatos: Como existem federações e organizações, algumas estão ligadas a alguns sindicatos, e ouras também poderiam estipular e criar os seus para maior respaldo e melhorias.o exemplo: LEI Nº 11.648, DE 31 DE MARÇO DE 2008 - Dispõe sobre o reconhecimento formal das centrais sindicais para os fins que especifica, altera a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e dá outras providências . - Constituição Federal: Um dos focos importantes, é observado no Art. 5º da Constituição Federal, onde todos são iguais perante a lei. Comparativamente, dentro das Artes Marciais, existiram casos de pessoas serem barradas por não pertencerem a mesma escola ou federação, ou de desafeto dentro algumas academias, contradizendo até o que diz a própria lei. Logicamente, cada caso é um caso a se analisar. Outros pontos a se fundamentar, pela
  • 49. Página 49 de 135 constituição Federal, não somente por se tratar das artes marciais, mas por tratarmos de cidadãos, não podemos esquecer-nos no mínimo: TÍTULO II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais - CAPÍTULO I DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS Art. 5º e suas alíneas; - Código Penal: CAPÍTULO II - DAS LESÕES CORPORAIS: Lesões Corporais - Infelizmente, pode vir a acontecer de algum aluno ou professor se aproveitar da situação de estar dentro da academia, durante a aula, e agredir alguém; achando que estaria camuflada tal atitude dentro desta – Art. 129; Lesão corporal de natureza grave - Já existiram fatos de acidentes graves por característica Culposa - § 1º Incapacidade para ocupações habituais por mais de 30 dias, perigo de vida e debilidade; § 2º Incapacidade permanente do trabalho, enfermidades, perdas e deformidades; Lesão corporal seguida de morte - Já se foi constatado em algumas artes, acidentes com este fim trágico § 3º Morte sem o agente evidenciar o resultado ou assumir o risco de produzí-lo; Lesão corporal culposa § 6º, § 7º e § 8º. CAPÍTULO III - DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE: - Parte de grande importância a se observar, pois estas já foram averiguadas em algumas ocasiões, sendo aproveitada a aula em si como apaziguadora à situação. Ou como uma parte também a não se confundir, pois nos treinos de artes marciais, o crescimento é pessoal. Ou seja, a pessoa sofre às vezes pressões de seus Mestres e
  • 50. Página 50 de 135 Professores ou Instrutores. Mas, não podem realmente serem usados como ofensas pessoais. Em exemplo, nossa atleta olímpica Jade Barbosa, onde por pressão de sua treinadora atual, sofreu esforço grave em seu pulso, lesionando-o, onde desta forma ela nunca mais poderá ser a mesma em seu esporte. Perigo para a vida ou saúde de outrem Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente, Parágrafo único. Infelizmente, já se foi constatado na arte, o não auxilio do responsável local, em encaminho de seu aluno acidentado durante os treinos para socorro imediato. Sem falar do não preparo deste profissional a primeiros socorros ou algo do gênero. Neste ponto, a lei estabelece: Abandono de incapaz Art. 133; Omissão de socorro Art. 135; Maus-tratos Art. 136. CAPÍTULO V - DOS CRIMES CONTRA A HONRA Dependendo da situação, pode ser que um aluno venha a se destacar, ou ter mais influencia que seu próprio tutor. Nisso, já existiram e existem casos onde pontos abaixo já ocorreram, sendo de grande observação e importância para não se deixar ocorrer: Calúnia Art. 138; Exceção da verdade § 3º ; Difamação Art. 139 ; Exceção da verdade Parágrafo único; Injúria Art. 140 ; Disposições comuns Art.. CAPÍTULO VI - DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL – SEÇÃO - DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL
  • 51. Página 51 de 135 Az vezes, um aluno começa se destacar ou tiver ma influencia, e cortes ou podas ao lado pessoa deste aluno começam a existir. Ex: ele atinge certo grau, e o seu tutor de repente, sem nenhum aviso ou informação; diz tê-lo tirado de tal cargo. Ou diz a terceiros que ele não faz patê de tal cargo. Abusando de sua autoridade que a arte lhe oferece, até mesmo seguido de ameaças como punições de afastamentos ou físicas: Constrangimento ilegal Art. 146; Ameaça Art. 147. SEÇÃO III - DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA Já existiram casos de pessoas atingirem seus respectivos graus em exames de faixa ou seminários, e de seus tutores não lhe darem o que é seu de direito; seus próprios diplomas. E/ou, não pagarem viagens ou eventos, dizendo tê-los feito. Onde em sua maioria, não existem recibos neste tipo de transações. Ou também, correspondências ou contatos para terceiros distorcidas ou faltando informações de sua origem real, distorcendo a imagem de um aluno por exemplo: Violação de correspondência Art. 151; Sonegação ou destruição de correspondência § 1º ; Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou telefônica. TÍTULO II - DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO (arts. 155 a 183) CAPÍTULO I - DO FURTO É raro, mas pode ser que algum aluno ou visitante, ou instrutor, possa se aproveitar de objetos da própria academia ou de terceiros: Furto Art. 155; Furto qualificado;
  • 52. Página 52 de 135 Furto de coisa comum Art. 156. CAPÍTULO VI - DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES Abusos pessoais a iniciantes ou mais experientes por lados pessoais. Ex: o instrutor pode não dar instrução suficiente para um aluno a um exame de faixa, fazendo- o passar vergonha em dia de sua prova. Ou, dizer que ensinou o que era de seu direito para seu devido grau, mas deixa-o com aprendizado incompleto para tal etapa. E, este pode vir a passar vergonha ou se machucar futuramente por falta destas instruções: Abuso de incapazes Art. 173; Induzimento à especulação Art. 174. TÍTULO X - DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA (arts. 289 a 311) Já existiram casos de falsificações de diplomas e graduações por fim próprio, alegando serem qualificados para lecionar tal pratica. Falsificação de documento particular Art. 298 ; Falsidade de atestado médico Art. 302; Uso de documento falso Art. 304; Supressão de documento Art. 305. - CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR Esta parte se relaciona, pois alguns Sensei, pela tradição à arte, acabam aprendendo a fazer seus próprios instrumentos, vestimentas e armas par treino. Alguns deles, por direito legal de cidadão, o comercializam. O triste é o não reconhecimento a estes, onde fica-se a contrariedade da tradição ao artesanato feito por um professor com seu amor arte, e outros industrialmente a algumas vestimentas ou armas em questão, são direito de todos, mas frisa-se tal conhecimento, para quem sabe mais oportunidades até por estas pessoas realmente qualificadas obterem mais oportunidades financeiras, onde
  • 53. Página 53 de 135 sabemos que viver uma vida toda até com aulas em nosso país, dependendo da situação é muito difícil realmente sua sobrevivência, e direitos são direitos para quem produz e quem compra. E, mesmo estes sendo até produtos estrangeiros, sua qualidade e garantia medidas e proporções técnicas, tem que ser além de mantidas culturalmente, mas explicadas e mostradas ao cidadão consumidor em questão: TÍTULO I - Dos Direitos do Consumidor - CAPÍTULO I - Disposições Gerais: Raro, mas já se constatou produtos de entrega artesanal, com má qualidade ou não correspondendo ao informado ao cliente. Estes também já quase causaram acidentes em treinos: Art. 1°, Art. 2°, Parágrafo único, Art. 3º. CAPÍTULO III - Dos Direitos Básicos do Consumidor: Art. 6º São direitos básicos do consumidor; Art. 7°, Parágrafo único. CAPÍTULO IV - Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção e da Reparação dos Danos - SEÇÃO I - Da Proteção à Saúde e Segurança: Art. 8°; Parágrafo único, Art. 9°, Art. 10. SEÇÃO II - Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço: Art. 12; Art. 13, Parágrafo único, Art. 14, Art. 17. SEÇÃO IV - Das Práticas Abusivas: Art. 39, Parágrafo único, Art. 40, Art. 41. SEÇÃO V - Da Cobrança de Dívidas: Art. 42, Parágrafo único, Art. 42-A CAPÍTULO VI - Da Proteção Contratual - SEÇÃO I - Disposições Gerais: Art. 46, Art. 47, Art. 48, Art. 49, Parágrafo único, Art. 50, Parágrafo único. SEÇÃO II - Das Cláusulas Abusivas: Art. 51, Art. 52. TÍTULO III - Da Defesa do Consumidor em Juízo - CAPÍTULO I - Disposições Gerais: Art. 81, Art. 87, Parágrafo único, Art. 90.
  • 54. Página 54 de 135 CAPÍTULO III - Das Ações de Responsabilidade do Fornecedor de Produtos e Serviços: Art. 101, Art. 102. ASPECTOS TRABALHISTAS: Este seria o foco deste trabalho, conseguir vincular estes direitos tanto aos Instrutores, Professores, Alunos etc., para que possuam um recurso Legal para quaisquer infortúnios, acidentes ou abusos ocorridos, e direitos do Ministério da Previdência Social a uma aposentadoria, e legalizações ao seu tempo de serviço e trabalho, pois muitos dos professores não têm um tempo estipulado de serviço e horário próprio, fora os que estariam lecionando em academias, a importância deste também é para o seu próprio aspecto físico, pois todo organismo precisa de descanso e não a sua equivalência a um trabalho forçado com longas jornadas, criando até, salários compatíveis fixos, onde hoje seu funcionamento é somente devido a quantidade de alunos, e ainda, seus descendentes e familiares teriam maior respaldo caso algo venha a acontecer realmente. Hoje quem consegue ter certa condição financeira ao viver de artes marciais, até consegue pagar seu INSS como autônomo, mas realmente é uma condição à parte e muito poucos mestres chegam a esta condição. Os que não conseguem, tem que acabar arrumando outro tipo de serviço ou trabalho, para poder compensar ou seguir com o seu legado de uma vida inteira em sua maioria dos casos aprendida e dedicada. E como já mencionado, se algo venha a acontecer, a esta pessoa, ela pode ficar impossibilitada de trabalho seja este qualquer, quanto mais dentro da própria arte marcial em si sem amparo legal algum: - CLT - Consolidação das Leis do Trabalho: TÍTULO I - INTRODUÇÃO Art. 1º , Art. 2º , Art. 3º , Parágrafo único. Constituição Federal:
  • 55. Página 55 de 135 CAPÍTULO II - DOS DIREITOS SOCIAIS Art. 6o, Art. 7º , Parágrafo único, Art. 8º, Art. 9º, Art. 10, Art. 11. 2.6 Ministério do Trabalho Para nossa profissão de Segurança do Trabalho, quem nos ampara e nos delega, é o Ministério do Trabalho e Emprego. Sendo destes, as DRT´s – Delegacias Regionais do trabalhos, como seus órgãos fiscalizadores. Estes, vinculados ao Capitulo V da Consolidação das Leis do Trabalho, e a Portaria 3214/78, regente das Normas Regulamentadoras, irão nos garantir e nos delegar todas as informações e o que fazer e agir. Dentre as Normas Regulamentadoras mais utilizadas pelo Tem – Ministério do Trabalho e emprego destacam-se: - NR 7 - PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais; - NR 9 - PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional; - NR 18 - PCMAT – Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção. 2.7 Ministério da Previdência e Assistência Social Como descrito acima, quem esta vinculado ao Capítulo V da Consolidação das Leis do Trabalho, com carteira assinada; terão auxilio ao INSS. Objetivando esta proposta, para que possam ser legalizadas estas novas áreas abordadas, para maior auxilio, onde existe grande oportunidade de emprego como novo nicho de mercado, e como a existência maior que outros empregos e profissões em Periculosidade para quem as pratica. Não esquecendo que existem esportes onde os
  • 56. Página 56 de 135 profissionais são registrados pela CLT, mas a segurança do trabalho não é atuante como proposto. O responsável por pericias caso o trabalhador se acidente, e possa receber seu auxilio é o INSS – Instituto Nacional de Seguro Social; neste será averiguado se o celetista ficara afastado ou não de suas funções ou incapacitado ao seu serviço com lesões permanentes, dentro de um período mínimo de 15 (quinze) dias de afastamento. Seu pagamento ocorre posteriormente estes dias somente. Anterior a estes, cabe responsabilidade ao empregador. Cada descrição averiguada do celetista vem mediante uma ficha da empresa denominada CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho. Para a arte marcial esta ficha não existe, e sua averiguação se atenta também a eventos não corriqueiros como apresentações ou treinos especiais. Nos casos de doenças considerar-se-ão o dia de cada diagnostico efetuado ao trabalhador. Imediatamente já se cabe ao caso de morte. Existe outro ponto importante tanto aos professores como aos alunos, dependendo da complexidade da arte marcial ou esporte, a pessoa tem que literalmente aproveitar o mais jovem ela for, pois o físico não poderá acompanhar o que ela exige. Sendo assim, como no Futebol, as pessoas que se destacam conseguem uma aposentadoria por conta própria em seus salários ou imagem em marketing, aos esportes de pequeno porte e as artes marciais tradicionais que não possuem o lado esportivo, estão completamente sem amparo ou outra forma de subsistência aos seus profissionais. E se um acidente venha a acontecer neste interím, para os pequenos, é muito difícil conseguirem se resguardar financeiramente ou legalmente se a própria arte não for reconhecida por meios trabalhistas.
  • 57. Página 57 de 135 CAPÍTULO 3 ANÁLISES As analises serão mediante o próprio tema deste trabalho, dentro das artes marciais, mas... Convém-se não esquecer de analisá-las e co-respondê-las nos espores em geral, como nos demais já comentados nas demais áreas esportivas, no lazer, nas aulas particulares, etc. 3.1 Locais de Treino Os DOJOS: Cada modalidade possui suas características tradicionais em seus estabelecimentos, o termo Dojo é originário do budismo e significa “Sala de iluminação e auto-desenvolvimento”. Ou também: Do = Caminho e Jô = Purificação. Ou seja, não é meramente um local de treino. É muito mais do que isso, é um local de purificação e elevação espiritual. A sede mundial do Aikidô é atualmente o Hombu Dojo de Tókio, ilustrado na Figura VI. O problema, é que alguns locais infelizmente mais se brigam do que se lutam ou treinam mais se cresce um lado agressivo do que o verdadeiro caminho das artes marciais que conhecemos hoje. Quem luta não briga! Não desmerecendo o lado esportivo, mas nestes, por inconsciente do seu ritmo ou método de treino, também acabam se desviando do real propósito que elas possuem. Cada Dojo possuirá sua arquitetura peculiar à sua tradição. Ou, ao menos com algum marco tradicional a arte. Se for a uma academia, por exemplo, apenas um Kamiza será representado, em outras, o todo poderá estar mais relacionado a sua origem realmente. O importante será a sua estrutura e epi’s necessários para cada pratica. No Brasil, a sede inicial representada pelo Shihan Wagner Bull, é o Instituto Takemussu, ilustrado na Figura VII. Outros, podem ser vistos na Figura VIII e Figura IX, demonstram Dojos tradicionais de Kendô e Kyu-Dô, já a Figura X, demonstra a Organização do Dojo:
  • 58. Página 58 de 135 FIGURA VI – Hombu Dojo – JP - Fonte: www.aikikai.or.jp FIGURA VII – Instituto Takemussu – São Paulo – SP - Fonte: www.aikikai.org.br FIGURA IX – Dojo Tradicional de Kyu-Do - Fonte: www.northsideaikido.com/aikido/kyudo.html FIGURA VIII – Dojo Tradicional de Kendô - Fonte: www.choyokan- kendo.org/info.html
  • 59. Página 59 de 135 3.2 Riscos de Acidentes Dentro das artes marciais os riscos de acidentes são praticamente constantes, alguns pontos a se observar para evitá-los:  Concentração;  Prestar atenção no que se esta fazendo e nos outros;  Não brincar durante as aulas (executando ou não uma técnica);  Dar exemplo aos mais novos (de idade e tempo de casa);  Observar o comportamento do seu parceiro de treino para não machucá- lo, e ver até onde ele possa suportar uma técnica 3.3 Ruídos, Calor e Frio Dojo sem Kiai, não é Dojo! Kiai vem de: Ki = Energia Vital, e Ai = Harmonia. Em artes marciais, o Kiai é uma forma de além de se intimar um oponente, é de se liberar energia vital. Então, gritar... Ou seja, soltar o Ki, é fundamental. São treinadas técnicas para que este saia do baixo ventre, de seu Hara, seu ponto de equilíbrio, e não do pulmão em si. Nisso, o som é bem mais alto e potente e grave. E, é constante, principalmente nos dias de treinos de Shiais (Duelos). Porem, em Kendô, Shiai é praticamente constante. FIGURA X – Organização do Dojo - Fonte: www.sojobo.biz
  • 60. Página 60 de 135 A temperatura dentro do Ambiente, já é um fator preponderante, pois se esta executando uma atividade física seja ela qual for. Fora dos Dojos, também existem treinos de épocas – verão, inverno, fins de ano ou datas específicas - onde estes são em cidades pré-determinadas, ou locais de treino existentes; onde cada ocasião e local possuirá sua característica física e climática. E os treinos são executados tanto internos como externamente, podem levar tanto o dia todo, como madrugadas adentro. Um ponto importante é a temperatura corporal dentro dos Dogis (Roupas de treino), e dos Bogus. Só com os Dogis, esta já sobe pela espessura do tecido e, quando estes são em dias de treinos de Bogu, literalmente a pessoa pode passar mal, pois a temperatura média num dia de verão em um Dojo, somada a temperatura interna da pessoa no Bogu em ritmo de treino, pode-se chegar a mais ou menos 35º ou mais. 3.4 Lesões A maioria das lesões em artes marciais, quando ocorrem, podem ser realmente sérias. Todo cuidado é pouco. Ocorrem-se em sua maioria nos membros, onde se pode analisar: - Aikidô:  Torções;  Entorses;  Nervos e tendões mais afetados;  Metacarpos;  Pulsos;  Quedas mal executadas;  Ataques por atemis;  Distensões por mau aquecimento;  Fraturas.
  • 61. Página 61 de 135 - Kendô:  Pancadas e hematomas;  Perfurações;  Cortes;  Amputação de membros;  Traumas cerebrais;  Distensões por mau aquecimento;  Fraturas. Já se constataram casos de lesões e fraturas irreversíveis. Por isso, mais um frisar a importância da legalização destes como nos demais esportes existentes, e com profissionais qualificados colaborando para a segurança. 3.5 Exemplos de Exercícios Seguem algumas ilustrações sobre algumas técnicas com pequena previa de seus efeitos. Será mostrado também, analise de um dos exercícios do Kendô, ao estilo tradicional: - Nikyo: Técnica com torção ao pulso, onde pode existir fratura neste, ou até nos tendões laterais das mãos, como ilustra a Figura XI: FIGURA XI - Nikyo