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MATERIAL DIDÁTICO
HIGIENE DO TRABALHO
CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA
PORTARIA Nº 1.004 DO DIA 17/08/2017
0800 283 8380
www.faculdadeunica.com.br
3
SUMÁRIO
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO.....................................................................................5
UNIDADE 2 – RISCOS X HIGIENE DO TRABALHO.................................................8
2.1 CONCEITOS, CLASSIFICAÇÃO E RECONHECIMENTO ......................................................8
UNIDADE 3 – RISCOS FÍSICOS..............................................................................10
3.1 CONCEITO, TIPOS, LIMITES DE TOLERÂNCIA, MEDIDAS DE CONTROLE ..........................10
UNIDADE 4 – RISCOS QUÍMICOS/GASOSOS .......................................................17
4.1 DEFINIÇÃO DE CONTAMINANTES QUÍMICOS E RECONHECIMENTO.................................17
4.2 CLASSIFICAÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS DE ACORDO COM O EFEITO....................20
4.3 TOLERÂNCIA AOS AGENTES QUÍMICOS......................................................................22
4.4 MEDIDAS DE CONTROLE..........................................................................................24
UNIDADE 5 – VENTILAÇÃO....................................................................................29
5.1 IMPORTÂNCIA DA VENTILAÇÃO PARA O SER HUMANO, EQUIPAMENTOS DE CONTROLE ....29
5.2 CONCEITO E APLICAÇÃO DA VENTILAÇÃO ..................................................................30
5.3 A IMPORTÂNCIA DA MECÂNICA DOS FLUIDOS .............................................................32
UNIDADE 6 – RISCOS BIOLÓGICOS .....................................................................35
6.1 DEFINIÇÃO E RECONHECIMENTO DOS RISCOS BIOLÓGICOS.........................................35
6.2 CLASSIFICAÇÃO E OCORRÊNCIA...............................................................................37
6.3 MANUSEIO E MEDIDAS DE CONTROLE .......................................................................38
UNIDADE 7 – RISCOS RELATIVOS AO MANUSEIO, ARMAZENAGEM E
TRANSPORTE DE SUBSTÂNCIAS AGRESSIVAS - INSALUBRIDADE E
PERICULOSIDADE ..................................................................................................44
7.1 COMBUSTÍVEIS E INFLAMÁVEIS ................................................................................44
7.2 RISCOS RELATIVOS AO MANUSEIO, ARMAZENAGEM E TRANSPORTE DE SUBSTÂNCIAS
AGRESSIVAS ................................................................................................................53
UNIDADE 8 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI.......................56
UNIDADE 9 –PROGRAMAS DE SAÚDE DO TRABALHADOR..............................61
9.1 PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS – PPRA ...................................61
9.2 PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL – PCMSO..................65
9.3 PROGRAMA DE CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA
CONSTRUÇÃO – PCMAT .............................................................................................67
9.4 PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO AUDITIVA – PCA ......................................................72
9.5 PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA – PPR ....................................................73
4
9.6 PROGRAMA DE PREVENÇÃO E RISCOS EM PRENSAS E SIMILARES – PPRPS ..............74
UNIDADE 10 – INSPEÇÃO E FISCALIZAÇÃO DO TRABALHO............................82
10.1 SURGIMENTO E EVOLUÇÃO....................................................................................82
10.2 DEFINIÇÕES E CONCEITOS ....................................................................................83
10.3 POSIÇÃO INSTITUCIONAL DA INSPEÇÃO DO TRABALHO.............................................84
10.4 MODALIDADES DE FISCALIZAÇÃO...........................................................................85
REFERÊNCIAS.........................................................................................................89
5
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO
Ao se tratar da segurança e saúde do trabalho nas organizações, sempre
nos lembramos do setor responsável pelas atividades prevencionistas, o SESMT –
Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho –
que segundo a Norma Regulamentadora NR 4 do Ministério do Trabalho, possui “a
finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de
trabalho”.
A existência ou não deste setor é vinculada à graduação de risco da
atividade principal da empresa e ao número total de empregados que trabalham no
estabelecimento, sendo este entendido como cada uma das unidades da empresa,
funcionando em lugares diferentes, tais como: fábrica, refinaria usina, escritório,
oficina e depósito.
Este setor deve ser composto por profissionais com formação na área,
devendo a empresa exigir no ato da contratação a qualificação necessária para a
investidura no cargo. Os profissionais que formam este serviço são os seguintes:
Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho, Enfermeiro do
Trabalho, Técnico de Enfermagem do Trabalho, Auxiliar de Enfermagem do
Trabalho e o Técnico de Segurança do Trabalho (UNESP, 2006).
As competências do SESMT nas organizações, conforme a NR 4, estão
baseadas nas aplicações e conhecimentos sobre prevenção de acidentes e doenças
no ambiente de trabalho e todos seus componentes, de modo a eliminar os riscos
existentes. Deve também determinar medidas de controle, indicar equipamentos de
proteção individual e coletiva, colaborar nos projetos e implantação de novas
tecnologias da empresa, promover atividades de conscientização, educação e
orientação, esclarecer e conscientizar os empregados dos riscos, analisar os
acidentes e registrar os dados.
Outro apoio para a prevenção nas empresas é a CIPA – Comissão Interna
de Prevenção de Acidentes, que tem como tarefa a “prevenção de acidentes e
doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o
trabalho com a preservação da vida dos empregados e do empregador, sendo os
primeiros eleitos em escrutínio secreto e os outros indicados pela empresa. À CIPA
6
cabe apontar os atos inseguros dos trabalhadores e as condições de insegurança
existentes na organização.
Apesar do apoio fornecido por este setor especializado, no caso do SESMT,
e orientador, no caso da CIPA, verifica-se a necessidade da criação de uma cultura
organizacional que seja voltada para a segurança e saúde. A ideia deve partir da
alta gerência da empresa, integrando nos esforços da organização, ações efetivas
voltadas para segurança, saúde e bem-estar e moral de seus funcionários, através
de uma abordagem estruturada para a avaliação e o controle dos riscos no trabalho.
A alta administração deve definir, documentar e ratificar sua política de
segurança e saúde no trabalho, reconhecendo este tema como parte integrante do
desempenho de seu negócio, fornecendo recursos adequados e responsabilizando
os gerentes de linha, do mais alto executivo ao primeiro nível de supervisão, pelo
cumprimento desta política.
Os profissionais que compõem o serviço de segurança e medicina do
trabalho devem ter o papel de assessores da empresa, contribuindo para o
processo, a formação de ideias e a conscientização. Seu papel será o de, além de
cumprir a legislação, orientar e contribuir com novas ideias (SILVA, 2008).
Esta pequena introdução vem mostrar a importância dos serviços de
segurança no trabalho, e ao longo desta apostila discorreremos sobre os riscos aos
quais os trabalhadores estão sujeitos e os vários programas que devem ser
observados pelas empresas, não só para atender às exigências legais, mas
principalmente visando a segurança dos seus empregados que são o bem mais
importante de qualquer organização, os quais irão de encontro ao nosso objetivo
principal: prevenir as doenças que surgem em decorrência do trabalho.
O arcabouço está assim construído: riscos físicos, químicos, gasosos,
biológicos, conceitos, classificações, medidas de controle, manuseio; ventilação;
riscos relativos ao manuseio, armazenagem e transporte de substâncias agressivas;
equipamentos de proteção individual; programas de saúde do trabalhador;
insalubridade e periculosidade; inspeção e fiscalização do trabalho.
Esta apostila não é uma obra inédita, trata-se de uma compilação de autores
e temas ligados aos programas que existem na área de medicina e segurança no
trabalho e tomamos o cuidado de disponibilizar ao final da mesma, várias
7
referências que podem complementar o assunto e sanar possíveis lacunas que
vierem a surgir.
Desejamos bons estudos a todos!
8
UNIDADE 2 – RISCOS X HIGIENE DO TRABALHO
2.1 Conceitos, classificação e reconhecimento
Higiene Ocupacional, industrial ou do trabalho é uma técnica preventiva que
atua na exposição do trabalhador a um ambiente agressivo com o objetivo de evitar
doenças profissionais.
Por definição, é a ciência e a arte dedicada à prevenção, reconhecimento,
avaliação e controle dos riscos existentes ou originados dos locais de trabalho, os
quais podem prejudicar a saúde e o bem-estar das pessoas no trabalho, enquanto
considera os possíveis impactos sobre o meio ambiente geral.
Mas, o que são riscos?
Na epidemiologia, o conceito de risco corresponde à probabilidade de um
indivíduo, de uma população definida, desenvolver uma determinada doença, em um
período de tempo também estabelecido.
Os riscos estão presentes nos locais de trabalho e em todas as demais
atividades humanas, comprometendo a segurança e a saúde das pessoas e a
produtividade da empresa.
No entendimento de Pignati (2007), os fatores de risco provocam cargas à
saúde dos trabalhadores e se transformam em situações de risco que, quando não
eliminadas, ocasionam eventos de riscos ou acidentes de trabalho (típicos, trajetos e
doenças do trabalho), cujos efeitos podem atingir suas famílias, a população e o
ambiente do entorno ou da região. Estas situações de risco têm origem na
organização dos processos de trabalho influenciados por dinâmicas sociais,
tecnológicas e de promoção de saúde, que necessitam serem vigiadas pelos
trabalhadores, pela população afetada/agravada e pelo Estado, no sentido de serem
eliminadas num processo de vigilância à saúde no trabalho.
A noção de risco “ocupacional”, que tem orientado muitas intervenções nos
ambientes de trabalho, apresenta como limitações a dependência do conhecimento
prévio sobre os determinantes de agravos e a menor viabilidade de uso desta noção
quando se desconhece uma relação direta entre o agente de risco e o efeito à saúde
(AYRES, 2002).
9
Na toxicologia, o conceito de risco está associado à estimativa da
probabilidade de desenvolvimento de uma doença como resultado de uma
determinada exposição (FUNASA, 2002).
Se pensarmos em termos de agentes agressivos, a exposição causa, dentre
outros agravos, enfermidade profissional, fadiga, acidentes no trabalho,
envelhecimento, desgaste prematuro e insatisfação.
Tanto por isso, podemos elencar como objetivos da higiene do trabalho:
Eliminar ou reduzir os agentes agressivos de natureza química, física ou
biológica encontrados no ambiente de trabalho, capazes de acarretar
doenças profissionais ou qualquer outro prejuízo a saúde do trabalhador.
São fases da higiene do trabalho:
• Antecipação - F ase de prevenção de riscos – São considerados os riscos
ambientais que poderão ocorrer nos ambientes de trabalho, visando a introdução de
sistemas de controle durante as fases de projeto, instalação, ampliação, modificação
ou substituição de equipamentos ou processos;
• Reconhecimento - Identificação dos riscos – Identificar os riscos ambientais
que podem influenciar a saúde dos trabalhadores. Nesta fase torna-se necessário
um estudo sobre matérias-primas, produtos e subprodutos, métodos e
procedimentos de rotina, processos produtivos, instalações e equipamentos
existentes. É a primeira avaliação qualitativa do ambiente de trabalho;
• Avaliação - Constatação da presença do agente com quantificação – É
a fase da avaliação quantitativa dos riscos ambientais através de medições de curto
ou longo prazo nos ambientes de trabalho e comparação com os limites de
tolerância. As avaliações devem ser realizadas após a elaboração de estratégias de
amostragem que devem estar de acordo com as técnicas de avaliação e análise
selecionadas;
• Controle - Medidas a serem adotadas após a comparação – O controle
deve ser dimensionado levando-se em consideração os recursos técnicos e
financeiros, sendo preferencialmente recomendados os controles de engenharia.
Esta é a fase mais importante, devendo ser iniciada, sempre que possível, durante
as fases de antecipação e reconhecimento.
10
UNIDADE 3 – RISCOS FÍSICOS
3.1 Conceito, tipos, limites de tolerância, medidas de controle
No grupo dos riscos físicos, podemos encaixar diversas formas de energia,
como: ruídos; temperaturas excessivas; vibrações; pressões anormais; radiações
ionizantes e radiações não ionizantes; frio; calor; umidade.
Os riscos físicos podem ser enumerados dependendo dos equipamentos de
manuseio do operador ou do ambiente em que se encontra no laboratório. Não
devem ser confundidos com os riscos de acidentes.
Ruídos
As máquinas e equipamentos utilizados pelas empresas produzem ruídos
que podem atingir níveis excessivos, podendo a curto, médio e longo prazo provocar
sérios prejuízos à saúde. Dependendo do tempo de exposição, nível sonoro e da
sensibilidade individual, as alterações danosas poderão manifestar-se
imediatamente ou gradualmente. Quanto maior o nível de ruído, menor deverá ser o
tempo de exposição ocupacional.
Abaixo temos os limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente:
Nível de ruído dB (A) Máxima exposição diária permissível
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 40 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
11
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
O ruído age diretamente sobre o sistema nervoso, ocasionando:
⇒ fadiga nervosa;
⇒ alterações mentais – perda de memória, irritabilidade, dificuldade em
coordenar ideias;
⇒ hipertensão;
⇒ modificação do ritmo cardíaco;
⇒ modificação do calibre dos vasos sanguíneos;
⇒ modificação do ritmo respiratório;
⇒ perturbações gastrointestinais;
⇒ diminuição da visão noturna;
⇒ dificuldade na percepção de cores.
Além dessas consequências, o ruído atinge também o aparelho auditivo
causando a perda temporária ou definitiva da audição.
Para evitar ou diminuir os danos provocados pelo ruído no local de trabalho,
podem ser adotadas as seguintes medidas:
Medidas de proteção coletiva – enclausuramento da máquina
produtora de ruído; isolamento de ruído;
Medida de proteção individual – fornecimento de equipamento de
proteção individual - EPI (no caso, protetor auricular). O EPI deve ser
12
fornecido na impossibilidade de eliminar o ruído ou como medida
complementar;
Medidas médicas – exames audiométricos periódicos, afastamento do
local de trabalho, revezamento;
Medidas educacionais – orientação para o uso correto do EPI,
campanha de conscientização;
Medidas administrativas – tornar obrigatório o uso do EPI (controlar
seu uso).
Vibrações
Na indústria é comum o uso de máquinas e equipamentos que produzem
vibrações, as quais podem ser nocivas ao trabalhador.
As vibrações podem ser:
→ Localizadas (em certas partes do corpo) – são provocadas por ferramentas
manuais, elétricas e pneumáticas;
• Consequências – alterações neurovasculares nas mãos, problemas
nas articulações das mãos e braços; osteoporose (perda de substância
óssea);
→ Generalizadas (ou do corpo inteiro) – as lesões ocorrem com os operadores
de grandes máquinas, como os motoristas de caminhões, ônibus e tratores;
• Consequências – Lesões na coluna vertebral; dores lombares.
Para evitar ou diminuir as consequências das vibrações é recomendado o
revezamento dos trabalhadores expostos aos riscos (menor tempo de exposição).
Radiações
São formas de energia que se transmitem por ondas eletromagnéticas. A
absorção das radiações pelo organismo é responsável pelo aparecimento de
diversas lesões. Podem ser classificadas em dois grupos:
13
Radiações ionizantes – os operadores de raios-X e radioterapia estão
frequentemente expostos a esse tipo de radiação, que pode afetar o organismo ou
se manifestar nos descendentes das pessoas expostas;
Radiações não ionizantes – são radiações não ionizantes, a radiação
infravermelha, proveniente de operação em fornos, ou de solda oxiacetilênica,
radiação ultravioleta como a gerada por operações em solda elétrica, ou ainda raios
laser, micro-ondas, etc.
Seus efeitos são perturbações visuais (conjuntivites, cataratas),
queimaduras, lesões na pele, etc.
Para que haja o controle da ação das radiações para o trabalhador é preciso
que se tome:
- Medidas de proteção coletiva – isolamento da fonte de radiação (ex:
biombo protetor para operação em solda), enclausuramento da fonte de radiação
(ex: pisos e paredes revestidas de chumbo em salas de raio-x);
- Medidas de proteção individual – fornecimento de EPI adequado ao risco
(ex: avental, luva, perneira e mangote de raspa para soldador, óculos para
operadores de forno);
- Medida administrativa – exemplo: dosímetro de bolso para técnicos de raio-
x.
- Medida médica – exames periódicos.
Existem equipamentos que podem gerar calor ou chama, como por exemplo,
estufas, banhos de água, bico de bunsen, lâmpadas infravermelha, manta
aquecedora, agitadores magnéticos com aquecimento, chapas aquecedoras,
termociclador, incubadora elétrica, forno de micro-ondas, esterilizadores de alças ou
agulhas de platina, autoclave, portanto, sua instalação deve ser feita em local
ventilado, longe de materiais inflamáveis, voláteis, termossensíveis.
Ao operar equipamentos geradores de calor, o operador deve se proteger
com luvas adequadas (resistentes ou revestidas com material isolante) e avental. O
manuseio de destiladores com substâncias voláteis ou perigosas deve ser feito
14
dentro da capela de segurança química e exaustão e devem-se utilizar máscaras
com filtros adequados para substâncias voláteis.
Um equipamento bastante comum no laboratório é a chama de aquecimento
e a manta aquecedora. Por ser portátil e os usuários terem facilidade em deslocá-lo,
podem causar queimaduras nas mãos com certa frequência. A colocação de um
aviso de advertência de que pode estar quente é providencial para todos os
usuários.
Ainda com relação ao fogo e suas consequências, são medidas
recomendadas para sua proteção:
Identificar a localização do chuveiro, dos extintores e dos baldes de areia;
Identificar a localização dos quadros elétricos e da torneira geral do gás;
Saber que aquecer produtos a altas temperaturas pode provocar
queimaduras;
Conhecer como se deve acender o bico de gás;
Nunca abandonar um bico ou lamparina acesa;
Evitar movimentá‐los quando acesos;
Flamejar os instrumentos e os tubos com cuidado para evitar formação de
aerossóis;
Não usar material facilmente inflamável nas proximidades da chama;
Evitar exposição aos vapores da autoclave quando de sua abertura, pois pode
provocar queimadura;
Usar luvas isolantes para remover materiais da autoclave.
Para baixas temperaturas:
Determinados experimentos devem ser realizados dentro de câmaras frias,
portanto, quando o operador executar tais tarefas por um período prolongado
recomenda-se o uso de roupas térmicas com capuz, uma vez que o frio
também pode danificar os cabelos;
15
Frascos que contêm nitrogênio líquido e gelo seco quando inadequadamente
manipulados ou transportados também provocam acidentes graves como as
queimaduras (ODA; ÁVILA, 1998)
Consequências de temperaturas extremas – quente e frio
Altas temperaturas Baixas temperaturas
Altas temperaturas podem provocar:
- desidratação;
- erupção da pele;
- câimbras;
- fadiga física;
- distúrbios psiconeuróticos;
- problemas cardiocirculatórios;
- insolação.
Baixas temperaturas podem provocar:
- feridas;
- rachaduras e necrose na pele;
- enregelamento: ficar congelado;
- agravamento de doenças reumáticas;
- predisposição para acidentes;
- predisposição para doenças das vias
respiratórias.
Para o controle das ações nocivas das temperaturas extremas ao
trabalhador, é necessário que se tome medidas:
• de proteção coletiva – ventilação local exaustora com a função de
retirar o calor e gases dos ambientes, isolamento das fontes de calor/frio;
• de proteção individual – fornecimento de EPI (ex: avental, bota, capuz,
luvas especiais para trabalhar no frio).
Pressões anormais
Há uma série de atividades em que os trabalhadores ficam sujeitos a
pressões ambientais acima ou abaixo das pressões normais, isto é, da pressão
atmosférica a que normalmente estamos expostos.
Baixas pressões: são as que se situam abaixo da pressão atmosférica
normal e ocorrem com trabalhadores que realizam tarefas em grandes altitudes. No
Brasil, são raros os trabalhadores expostos a este risco.
Altas pressões: são as que se situam acima da pressão atmosférica normal.
Ocorrem em trabalhos realizados em tubulações de ar comprimido, máquinas de
perfuração, caixões pneumáticos e trabalhos executados por mergulhadores. Ex:
caixões pneumáticos, compartimentos estanques instalados nos fundos dos mares,
16
rios, e represas onde é injetado ar comprimido que expulsa a água do interior do
caixão, possibilitando o trabalho. São usados na construção de pontes e barragens.
A exposição a pressões anormais, pode causar a ruptura do tímpano quando
o aumento de pressão for brusco e a liberação de nitrogênio nos tecidos e vasos
sanguíneos e morte. Por ser uma atividade de alto risco, exige legislação específica
(NR-15) a ser obedecida.
Umidade
As atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcadas,
com umidades excessivas, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores,
são situações insalubres e devem ter a atenção dos prevencionistas por meio de
verificações realizadas nesses locais para estudar a implantação de medida de
controle.
A exposição do trabalhador à umidade pode acarretar doenças do aparelho
respiratório, quedas, doenças de pele, doenças circulatórias, entre outras. Para o
controle da exposição do trabalhador à umidade podem ser tomadas medidas de
proteção coletiva (como o estudo de modificações no processo do trabalho,
colocação de estrados de madeira, ralos para escoamento) e medidas de proteção
individual (como o fornecimento do EPI – luvas de borracha, botas, avental para
trabalhadores em galvanoplastia, cozinha, limpeza, etc).
17
UNIDADE 4 – RISCOS QUÍMICOS/GASOSOS
4.1 Definição de contaminantes químicos e reconhecimento
Os mais diversos produtos químicos que chegam a nós vêm da
transformação de alguma matéria-prima presente na natureza como o petróleo, gás
natural, carvão; da biomassa (madeira, cana de açúcar etc.), de minerais retirados
das rochas; da água do mar (sal) e de depósitos naturais como os de salgema,
fosfato e enxofre de fontes naturais (o ar e a água).
A partir de cerca de dez matérias-primas são produzidos mais de vinte
produtos básicos, como o etileno, propeno, butadieno, benzeno, gás sintético,
acetileno, amônia, ácido sulfúrico, hidróxido de sódio (soda cáustica) e cloro.
Dos produtos básicos são obtidos mais de 300 intermediários que darão
origem às substâncias refinadas e aos produtos destinados ao consumidor final.
As substâncias químicas podem ser encontradas nas formas:
sólida (menor risco de contaminação);
poeira (pequenas partículas sólidas);
líquida (à temperatura ambiente, como ácidos e dissolventes);
vapor (fase gasosa de um material líquido em condições normais);
neblina (pequenas gotas de líquido em suspensão no ar);
gases (substância gasosa em seu estado natural ou líquida e sólida que se
transformam em gás quando aquecida).
A forma como uma substância é utilizada e as suas propriedades físico-
químicas determinam o risco que representa para a saúde e o meio ambiente.
No caso de substâncias químicas, por exemplo, o risco, vai depender de
uma série de características e condições, como:
A quantidade e o tipo de produto (suas características físico-químicas);
Da toxicidade;
O modo como os produtos são recebidos na empresa, armazenados;
18
A forma e as condições de uso (enclausuradas ou não, aquecidas ou
pressurizadas);
A destinação dos seus resíduos durante e após o uso;
O meio e a condição de transporte, tanto dentro da empresa como até a
entrega ao comprador, etc.
As substâncias químicas constituem um dos principais fatores de risco nos
ambientes de trabalho, ao lado de outros como o calor, o barulho, a radiação
ionizante e a não ionizante, etc. Devido a sua ampla gama de aplicações, os
produtos químicos e os riscos a eles relacionados podem ser encontrados em quase
todos os segmentos industriais, como: metalurgia e galvanoplastia; gráfica e
impressão; mineração e extração; vidros; madeira e móveis; construção civil; papel e
celulose; alimentação, etc.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), as substâncias
perigosas matam ao redor de 438.000 trabalhadores anualmente e, estima-se que
10% dos cânceres de pele são decorrentes da exposição às substâncias perigosas
no local de trabalho.
Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que
aproximadamente 125 milhões de trabalhadores estão expostos ao amianto em nível
mundial, resultando em cerca de 90.000 mortes por ano, em uma tendência
crescente. Desconhece-se, além disso, o alcance real das doenças ocupacionais
relacionadas à exposição às substâncias químicas perigosas (BRASIL, 2006).
Os riscos existentes relacionados à exposição a substâncias químicas são
complexos e requerem aprofundamento para sua contextualização em razão das
dificuldades de se correlacionar as dimensões, em particular:
• As medições atmosféricas de concentrações de produtos em volume
apenas expressam potencialidades de contato e de contaminação, não sendo retrato
da realidade;
• Há interação entre os agentes químicos e o corpo humano onde as
reações adversas ou de homeostase ocorrem de acordo com padrões em que a
variabilidade é dada, como regra, pela suscetibilidade individual;
19
• É possível estabelecer padrões de reação em relação ao tipo de efeito e
órgão-alvo e, quanto maior a exposição, maiores os efeitos em termos
epidemiológicos;
• Entretanto, em termos individuais, a reação é medida por variáveis cíclicas
e constantes relativas ao histórico de vida e patrimônio genético dos indivíduos, e a
regra, também aqui, é sempre a variabilidade;
• Os limites de tolerância não são capazes de dar conta destas variações e
têm uma margem de falhas que comprometem seu uso como instrumento para a
prevenção de danos à saúde.
O reconhecimento e a análise dos riscos relacionados a agentes químicos
são atividades prioritárias para qualificar a intervenção na defesa da saúde do
trabalhador: quem não reconhece não pode avaliar e prevenir o risco. Quem melhor
conhece o ambiente e os riscos a que está submetido é o trabalhador e sua
participação é fundamental em todas as ações que envolvam sua saúde (BRASIL,
2006).
O quadro abaixo materializa os danos à saúde, principalmente à saúde do
trabalhador, causados pelos agentes químicos.
Fonte: Freitas (2010)
20
4.2 Classificação das substâncias químicas de acordo com o efeito
Dependendo do efeito no organismo, as substâncias químicas podem ser
classificadas como:
Corrosivas – destroem os tecidos com os quais entram em contato, sejam
eles superficiais como a pele, internos (dentro do corpo) ou dos olhos;
Irritantes – provocam inflamação da pele, olhos ou membranas mucosas. Este
efeito pode aparecer de imediato ou após um período prolongado;
Causadoras de efeitos dermatológicos – provocam diferentes tipos de
dermatites na pele, como, por exemplo o cromo;
Asfixiantes – impedem o aproveitamento do oxigênio pelas células dos
organismos vivos, dividindo-se em “simples” (se acumulam no ambiente e
provocam a diminuição da concentração de oxigênio) e “químico” (atuam no
organismo, impedindo o fornecimento de oxigênio aos tecidos);
Anestésicos – atuam no sistema nervoso central, fundamentalmente no
cérebro;
Tóxicas sistêmicas – quando a ação da substância se desenvolve em órgão
ou tecido do organismo após a absorção, elas recebem esta classificação,
podendo ser:
a) hepatotóxica – exerce ação sobre o fígado. Ex.: tetracloreto de carbono
que pode produzir necrose; tetracloroetano que pode produzir atrofia aguda, etc.
b) nefrotóxica – exerce ação sobre os rins. Ex.: cloreto de mercúrio.
c) neurotóxica – ação sobre alguma parte do sistema nervoso. Ex.: n-hexano
que provoca neuropatia periférica.
d) hematotóxica – exerce ação sobre o sangue e o sistema hematopoiético
(formador de sangue). Ex.: arsina, que produz hemólise ou destruição das células
vermelhas do sangue com derramamento da hemoglobina nela contida; benzeno,
que atua na medula óssea, afetando todo o sistema formador de sangue podendo
provocar vários tipos de danos tais como leucopenia (diminuição das células
brancas), anemia (diminuição de células vermelhas), plaquetopenia (diminuição de
21
plaquetas responsáveis pela coagulação do sangue), leucemia (câncer do sangue)
etc.
e) ototóxicas – exercem ação sobre a audição. Ex.: os solventes e alguns
metais como o mercúrio e o chumbo, podem provocar perdas auditivas. Vários
estudos mostram que a exposição ocupacional a solventes e ao ruído ao mesmo
tempo, provoca perda auditiva muito maior do que a exposição a qualquer um
destes agentes isoladamente. Há nestes casos uma ação sinergética, isto é, um
dano maior do que a simples soma dos danos individuais de cada agente.
Causadoras de danos pulmonares – segundo o efeito que ela pode provocar
no pulmão, podendo se classificar em:
a) pneumoconiótica – que produz enfermidades crônicas pulmonares,
caracterizadas por um endurecimento do parênquima devido à ação irritativa
prolongada causada por inalação crônica de pós de ação danosa. A pneumoconiose
provocada pode ser considerada benigna ou nociva: fibrótica ou não fibrótica. Ex.:
sílica, amianto, etc.
b) incômoda - não produz pneumoconiose.
Genotóxicas – que podem provocar danos ao material genético;
Mutagênicas – quando uma substância é capaz de causar qualquer
modificação relativamente estável no material genético, DNA. Muitas destas
podem ser também cancerígenas;
Cancerígenas – que são capazes de produzir câncer, um tumor maligno que é
composto de células que se dividem e se dispersam através do organismo.
Ex.: benzeno, amianto/asbesto, formaldeído;
Alergizantes – substância capaz de produzir reação alérgica, resultante de
uma sensibilização do organismo produzida por contatos anteriores com a
substância, que gera uma resposta imunológica, manifestada através de
erupções de pele, asma química, dermatites diversas, etc.. Ex.: dermatites de
contato produzidas pelo cromo, níquel etc.
Disruptores endócrinos – comportam-se no organismo como hormônios
sexuais, principalmente o estrógeno, hormônio feminino. Podem provocar
características femininas em seres do sexo masculino, e em mulheres
22
aumentam a probabilidade de câncer de mama, por exemplo (FREITAS,
2010).
4.3 Tolerância aos agentes químicos
O reconhecimento e avaliação dos agentes de risco devem ser feitas através
de métodos científicos e objetivos cujos resultados possam ser comparados com
valores preestabelecidos. Entretanto, vários agentes ainda não possuem tais
métodos sendo ainda avaliados pelo sentimento do avaliador.
Em higiene ocupacional, concentrações de agentes químicos são expressas
em termos volumétricos e massa.
As unidades adotadas são:
Parte Por Milhão (PPM) = partes do contaminante por milhão de partes de ar;
Porcentagem (%) = Volume de contaminante em relação ao volume total de
ar;
Miligrama por Metro Cúbico (Mg/M3) = Massa de contaminante, em
miligrama, por metro cúbico de ar.
Dependendo do meio adotado para amostragem e análise, da forma como
são expressos os resultados e da unidade de medida adotada como padrão para
comparação com os limites de exposição, eventualmente, é necessário fazer a
conversão para a unidade de referência.
Para conversão, é necessário lembrar que os valores padrão, normalmente,
são expressos para condições de temperatura de 25ºC e pressão atmosférica de
760 mmHg.
Assim, para conversão de PPM para %, ou vice-versa, como a relação é de
volume para volume, não é necessário nenhum ajuste prévio, ou seja:
− PPM para % = PPM x 100 / 1.000.000 = %
− % para PPM = % x 1.000.000 / 100 = PPM
23
Já, para conversão de PPM ou % para Mg/m3, ou vice-versa, como a
relação é de massa por volume, é necessário ajustar o volume, em função do peso
molecular do contaminante. Para tanto, é necessário lembrar que 1 (um) grama-mol
de qualquer gás perfeito ocupa um volume de 22,4 litros, a uma temperatura de 0
(zero)ºC e pressão atmosférica de 760 mmHg. Para a condição padrão de
temperatura de 25ºC e pressão atmosférica de 760 mmHg, o valor do Mol é de 24,45
litros, que equivale aos seguintes ajustes:
Conversão da temperatura de ºC (Celsius) para ºK (Kelvin) = ºC + 273
Correção do volume de 1 (um) grama-mol de gás a 0 (zero) ºC ou 273 ºK
para 25 ºC ou 298 ºK, que será = ((25 + 273) x 22,4) / 273 = 24,45 = Mol
Assim, para conversão dos valores de concentração nas diferentes unidades
que normalmente são utilizadas em higiene ocupacional, o procedimento é o
seguinte:
PPM = (Mg/m3 x Mol) / Pm
PPM = (% x 1.000.000) / 100
Mg/m3 = PPM x (Pm / Mol)
Mg/m3 = (% x 1.000.000) / 100 x (Pm / Mol)
% = (PPM x 100) / 1.000.000
% = ((Mg/m3 x Mol) / Pm) x 100) / 1.000.000
Onde:
PPM = Parte Por Milhão (volume/volume)
Mg/m3 = Miligrama por Metro Cúbico (massa/volume)
Pm = Peso Molecular da Substância
Mol = Volume ocupado por 1 (um) grama-mol de um gás, a 760 mmHg e 25
ºC
Limite de exposição se refere a um valor genérico, podendo englobar todos
os limites, dentre eles o limite de curta exposição, limite de tolerância, valor teto, etc.,
não tendo portanto um valor absoluto e englobando os seguintes valores:
24
• O limite de tolerância é o valor limite da concentração do agente dentro
do qual a maioria dos trabalhadores poderia permanecer exposta 8 horas
diárias e 48 horas semanais durante toda a vida laboral, sem apresentar
nenhum sintoma de doenças;
• Para o cálculo da concentração dos agentes químicos, a legislação
brasileira admite a possibilidade de amostragem contínua e/ou instantânea.
Para o caso da amostragem contínua os valores serão ponderados, em
função do tempo de amostragem. Para o caso da amostragem instantânea, a
exigência é de no mínimo 10 amostragens com intervalo de 20 minutos entre
cada uma e o resultado expresso como a média aritmética das 10
amostragens. Nenhum dos resultados pode ultrapassar o “valor máximo”;
• O valor “teto” é o valor estabelecido na legislação brasileira que não
pode ser ultrapassado em nenhum momento da jornada de trabalho. Este
valor é igual ao “limite de tolerância”;
•Valor Máximo é o valor estabelecido na legislação brasileira e que não
pode ser ultrapassado em nenhum momento da jornada de trabalho. Este
valor é calculado como segue:
valor máximo = LT X FD
onde:
LT = limite de tolerância do agente químico
FD = fator de desvio, segundo o quadro abaixo:
LT
(PPM ou MG/m3
)
FD
0 a 1 3
1 a 10 2
10 a 100 1,5
100 a 1000 1,25
Acima de 1000 1,1
4.4 Medidas de controle
Muitos são os obstáculos ao se iniciar a implementação de medidas para
controle dos agentes químicos no ambiente de trabalho. Por essa razão, muitas
25
vezes esse processo é ignorado. Dentre os principais obstáculos identificados, pode-
se citar:
Insuficiente conscientização de empregadores e empregados;
Falta de procedimentos documentados e organizados de maneira sistemática;
Rotulagem inapropriada ou inexistente dos produtos químicos;
Falta de informação adequada sobre qualidade, quantidade, e toxicidade dos
produtos em uso;
Falta de treinamento apropriado;
Recursos humanos e financeiros escassos;
Dificuldade ao acesso de informações.
Para dar início a implementação de medidas para controle dos agentes
químicos no ambiente de trabalho é preciso:
Conhecer as propriedades físico-químicas de todos os agentes químicos
armazenados e utilizados na empresa;
Conhecer as quantidades frequentemente utilizadas;
Calcular as quantidades realmente utilizadas no processo produtivo;
Avaliar as quantidades perdidas e/ou desperdiçadas;
Identificar situações onde utilização da substância tenha potencial para
causar danos à saúde do trabalhador;
Identificar se há alternativa de substituição de produtos classificados como
muito tóxicos por produtos menos tóxicos;
Identificar meios de utilizar os produtos químicos de modo mais eficiente e
seguro;
Monitorar a implementação de ações para melhoria contínua das condições
de SST da empresa; e,
Quantificar os resultados alcançados.
26
A primeira etapa para criação de um processo sistemático para
implementação de medidas de controle dos agentes químicos no ambiente de
trabalho é identificar todas as situações de perigo na empresa, deve-se analisar
desde a estocagem dos produtos, sua utilização no processo, até o descarte de
material.
Uma maneira prática de identificar tais situações é seguir o “fluxo” dos
produtos químicos dentro da empresa: aquisição, recebimento/entrega,
armazenagem, manuseio, processamento e descarte.
Para tanto, deve-se programar “passeios exploratórios” pelos diversos
setores da empresa, durante diferentes dias e horários da semana e em diferentes
semanas. Durante tais passeios, deve-se analisar as atividades dos trabalhadores e
as condições de utilização dos produtos químicos.
A segunda etapa do processo para implementação de medidas de controle
dos agentes químicos no ambiente de trabalho consiste em, uma vez conhecendo
todo o fluxo dos produtos químicos dentro da empresa, criar um inventário dos
mesmos.
Para criar um inventário, inicialmente é preciso saber quais informações
sobre os produtos químicos utilizados a empresa tem à disposição. Lembrar que
devem ser discriminados TODOS os produtos químicos existentes e/ou gerados
dentro da empresa, tais como:
Matéria-prima;
Preparações especiais;
Vapores emanados durante o manuseio e preparação de produtos;
Fumos, poeiras, névoas gerados durante as atividades/processos;
Substâncias coadjuvantes (catalisadores, corantes, tintas, adesivos, secantes,
etc);
Substâncias utilizadas na limpeza dos equipamentos e do local de trabalho
(resíduos); e,
Produto final.
27
Com todos esses dados em mãos (Figura 1 e Figura 2 abaixo), a próxima
etapa é definir quais são as ações que devem ser adotadas para implementar um
sistema efetivo de controle da exposição aos agentes químicos no ambiente de
trabalho.
Figura 1 – Ficha descritiva: utilização de produtos químicos
Figura 2- Inventário dos produtos químicos
Fonte: Fundacentro (2007)
28
Ainda que o ideal seja a eliminação completa de qualquer agente ou fator de
risco que possa afetar a saúde nos ambientes de trabalho, isto nem sempre é
possível. A proposta ao se implementar um sistema efetivo de controle da exposição
aos agentes químicos no ambiente de trabalho é buscar a redução máxima da
exposição e, consequentemente, do risco. A fonte de perigo, a propagação através
do ambiente de trabalho, e a exposição do trabalhador devem ser interrompidas de
alguma forma. Durante o processo de avaliação é necessário levar em consideração
a seguinte hierarquia de controle:
Eliminação – É possível evitar o uso do produto químico perigoso? É
possível modificar o processo ou a maneira de trabalhar?
Substituição – É possível substituir uma substância perigosa por outra? Ou
ainda, utilizar a mesma, mas sob outra forma, de modo que não haja mais risco
inaceitável?
Controle – É possível controlar de maneira eficaz a exposição?
EPI – É possível oferecer proteção adequada?
Se houver controle técnico da exposição (exaustão, por exemplo), é
necessário que ele seja reforçado por um sistema de manutenção periódica. Para
completar, um controle eficiente da exposição a substâncias nocivas à saúde se faz
supervisionando e treinando aqueles que irão lidar com as mesmas
(FUNDACENTRO, 2007).
29
UNIDADE 5 – VENTILAÇÃO
5.1 Importância da ventilação para o ser humano, equipamentos de controle
É notória a importância do ar para o homem é por demais conhecida, sob o
aspecto da necessidade de oxigênio para o metabolismo. Por outro lado, a
movimentação de ar natural, isto é, através dos ventos, é responsável pela troca de
temperatura e umidade que sentimos diariamente, dependendo do clima da região.
A movimentação do ar por meios não naturais constitui-se no principal
objetivo dos equipamentos de ventilação, ar condicionado e aquecimento,
transmitindo ou absorvendo energia do ambiente, ou mesmo transportando material,
atuando num padrão de grande eficiência sempre que utilizado em equipamentos
adequadamente projetados.
A forma pela qual se processa a transferência de energia é que dá ao ar
capacidade de desempenhar determinada função. A velocidade, a pressão, a
temperatura e a umidade envolvem mudanças nas condições ambientais, tornando-
as propícias ao bem-estar do trabalhador.
A ventilação industrial tem sido e continua sendo a principal medida de
controle efetiva para ambientes de trabalho prejudiciais ao ser humano. No campo
da higiene do trabalho, a ventilação tem a finalidade de evitar a dispersão de
contaminantes no ambiente industrial, bem como diluir concentrações de gases,
vapores e promover conforto térmico ao homem. Assim sendo, a ventilação é um
método para se evitarem doenças profissionais oriundas da concentração de pó em
suspensão no ar, gases tóxicos ou venenosos, vapores, etc.
O controle adequado da poluição do ar tem início com uma adequada
ventilação das operações e processos industriais (máquinas, tornos, equipamentos,
etc.), seguindo-se uma escolha conveniente de um coletor dos poluentes (filtros,
ciclones, etc.). Todavia, ao se aplicar a ventilação numa indústria, é preciso verificar
antes, as condições das máquinas, equipamentos, bem como o processo existente,
a fim de se obter a melhor eficiência na ventilação. A modernização das indústrias,
isto é, mecanização e/ou automação, além de aumentar a produção melhora
sensivelmente a higiene do trabalho com relação a poeiras, gases, etc.
30
5.2 Conceito e aplicação da ventilação
A ventilação é uma técnica que permite a substituição do ar de um ambiente
interior por ar do exterior, com o objetivo de reduzir as concentrações dos
contaminantes e/ou por razões de conforto (MAYAN, 2012).
A concepção de um sistema de ventilação deverá, portanto, corresponder às
exigências de higiene do local (criação de ar mais limpo), mas por outro lado tem de
ser compatível com o ciclo produtivo e aceite pelas pessoas que permanecem no
local. A ventilação dos locais de trabalho pode ser obtida por dois processos:
ventilação geral ou ventilação local.
O sistema de ventilação geral, também designado por ventilação por
diluição, consiste na introdução de ar limpo em quantidade suficiente para que as
concentrações dos contaminantes no ar ambiente se reduzam a níveis aceitáveis.
Em outras palavras: a ventilação geral é um dos métodos disponíveis para controle
de um ambiente ocupacional. Consiste em movimentar o ar num ambiente através
de ventiladores; também chamada ventilação mecânica.
Um ventilador pode insuflar ar num ambiente, tomando ar externo, ou exaurir
ar desse mesmo ambiente para o exterior. Quando um ventilador funciona no
sentido de exaurir ar de um ambiente e comumente chamado de exaustor.
Num ambiente, a pressão atmosférica comum, a insuflação e a exaustão
provocam uma pequena variação da pressão (considerada desprezível). Dessa
forma, a insuflação é chamada de pressão positiva e a exaustão de pressão
negativa.
A ventilação geral pode ser fornecida pelos seguintes métodos:
- insuflação mecânica e exaustão natural;
- insuflação natural e exaustão mecânica;
- insuflação e exaustão mecânica.
A insuflação mecânica, ventilando ar externo num ambiente, nem sempre é
recomendável, uma vez que o ar externo pode estar contaminado de impurezas, ou
ainda, com temperatura e umidade relativa inadequadas.
31
A ventilação geral, considerando as quantidades de ar que terão de ser
movimentadas, tem limitações, nomeadamente:
quando as quantidades de poluente libertadas são importantes e, portanto,
para o controle das concentrações é necessário movimentar grandes massas
de ar;
quando os postos de trabalho estão localizados muito perto da fonte emissora
e, portanto, ser difícil apenas por diluição atingir os níveis aceitáveis.
Este tipo de ventilação só pode ser aplicado eficazmente quando os
contaminantes em causa são de baixa toxicidade, são libertados uniformemente e
em pequenas quantidades, estando contraindicado no caso do controle do
empoeiramento. Como este método não é circunscrito à fonte de poluição, mas
abrange todo o local de trabalho, para garantir que os níveis de contaminante se
reduzam a valores aceitáveis o volume de ar a renovar deve ser multiplicado por um
fator de segurança. Este fator vai depender da toxicidade da substância, caudal de
libertação e pode tomar valores compreendidos entre 3 e 10.
A ventilação geral envolve, portanto, a movimentação de grandes massas de
ar e como tal é preferível utilizá-la como complemento da ventilação local.
O objetivo da ventilação local é captar os contaminantes o mais perto
possível da sua fonte emissora e antes do trabalhador. Este processo necessita de
movimentar quantidades de ar muito menores que a ventilação geral e, por isso, os
custos de investimento e de manutenção são menores. Tem, contudo, um aspecto
condicionador; uma vez instalado o sistema, o processo produtivo não deve ser
mudado de lugar para garantir a sua eficiência.
Na ventilação local, ou ventilação por aspiração localizada, é feita a
captação do contaminante na fonte, a sua condução em tubagem até a um coletor
que o retém lançando o ar na atmosfera. Em certas situações pode não existir
coletor do contaminante, mas sim um percurso suficiente do ar poluído de modo a
que por diluição sejam atingidos níveis aceitáveis, mesmo para as emissões (existe
legislação específica para as emissões).
Na montagem de um sistema de ventilação por exaustão devem ser
tomados em consideração alguns aspectos:
32
o dispositivo de captação deve ser colocado o mais perto possível da emissão
do contaminante e de forma envolvente da fonte;
o trabalhador não deve estar colocado entre a captação e a fonte, ou seja, a
deslocação do ar aspirado deve estar no sentido contrário às vias
respiratórias do trabalhador;
o sistema de aspiração deve corresponder ao movimento natural dos
contaminantes. Por exemplo, no caso de poluentes mais densos que o ar, a
sua movimentação é no sentido descendente por isso a aspiração deve ser a
nível inferior;
a velocidade de captação deve corresponder ao caudal de emissão do
contaminante e às suas características físicas;
para uma captação eficiente, o ar aspirado deve ser compensado com
entrada de ar exterior. Recomenda-se que o ar entrado tenha um caudal 10 %
superior ao caudal de aspiração;
as saídas de ar poluído não devem ser colocadas perto das entradas do ar
novo.
No estudo da ventilação também devem ser cobertos os aspectos de
conforto térmico, que podem obrigar a tratamento do ar insuflado, e de correntes de
ar, que podem ser remediadas com a colocação de anteparos (MAYAN, 2012).
5.3 A importância da mecânica dos fluidos
A mecânica dos fluidos é o ramo da mecânica que estuda o comportamento
físico dos fluidos e suas propriedades. Os aspectos teóricos e práticos da mecânica
dos fluidos são de fundamental importância para a solução de diversos problemas
encontrados habitualmente na engenharia, sendo suas principais aplicações
destinadas ao estudo de escoamentos de líquidos e gases, máquinas hidráulicas,
aplicações de pneumática e hidráulica industrial, sistemas de ventilação e ar
condicionado além de diversas aplicações na área de aerodinâmica voltada para a
indústria aeroespacial.
O estudo da mecânica dos fluidos é dividido basicamente em dois ramos, a
estática dos fluidos e a dinâmica dos fluidos. A estática dos fluidos trata das
33
propriedades e leis físicas que regem o comportamento dos fluidos livre da ação de
forças externas, ou seja, nesta situação o fluido se encontra em repouso ou então
com deslocamento em velocidade constante, já a dinâmica dos fluidos é responsável
pelo estudo e comportamento dos fluidos em regime de movimento acelerado no
qual se faz presente a ação de forças externas responsáveis pelo transporte de
massa.
Dessa forma, pode-se perceber que o estudo da mecânica dos fluidos está
relacionado a muitos processos industriais presentes na engenharia e sua
compreensão representa um dos pontos fundamentais para a solução de problemas
geralmente encontrados nos processos industriais.
Um fluido é caracterizado como uma substância que se deforma
continuamente quando submetida a uma tensão de cisalhamento, não importando o
quão pequena possa ser essa tensão. Os fluidos incluem os líquidos, os gases, os
plasmas e, de certa maneira, os sólidos plásticos. A principal característica dos
fluidos está relacionada a propriedade de não resistir a deformação e apresentam a
capacidade de fluir, ou seja, possuem a habilidade de tomar a forma de seus
recipientes. Esta propriedade é proveniente da sua incapacidade de suportar uma
tensão de cisalhamento em equilíbrio estático.
Os fluidos podem ser classificados como: Fluido Newtoniano ou Fluido Não
Newtoniano. Esta classificação está associada à caracterização da tensão, como
linear ou não-linear no que diz respeito à dependência desta tensão com relação à
deformação e à sua derivada.
Os fluidos também são divididos em líquidos e gases, os líquidos formam
uma superfície livre, isto é, quando em repouso apresentam uma superfície
estacionária não determinada pelo recipiente que contém o líquido. Os gases
apresentam a propriedade de se expandirem livremente quando não confinados (ou
contidos) por um recipiente, não formando portanto uma superfície livre.A superfície
livre característica dos líquidos é uma propriedade da presença de tensão interna e
atração/repulsão entre as moléculas do fluido, bem como da relação entre as
tensões internas do líquido com o fluido ou sólido que o limita.
Um fluido que apresenta resistência à redução de volume próprio é
denominado fluido incompressível, enquanto o fluido que responde com uma
34
redução de seu volume próprio ao ser submetido a ação de uma força é denominado
fluido compressível (RODRIGUES, 2010).
Conhecendo a mecânica dos fluidos, o engenheiro de segurança do trabalho
pode dimensionar as instalações de ventilação, selecionar, analisar os sistemas,
estabelecer métodos de teste, contribuindo para a qualidade do ar para os
trabalhadores e melhor desempenho de máquinas e equipamentos.
35
UNIDADE 6 – RISCOS BIOLÓGICOS
6.1 Definição e reconhecimento dos riscos biológicos
O reconhecimento dos riscos ambientais é uma etapa fundamental do
processo que servirá de base para decisões quanto às ações de prevenção, eli-
minação ou controle desses riscos. Reconhecer o risco significa identificar, no
ambiente de trabalho, fatores ou situações com potencial de dano à saúde do
trabalhador ou, em outras palavras, se existe a possibilidade deste dano.
Para se obter o conhecimento dos riscos potenciais que ocorrem nas di-
ferentes situações de trabalho é necessária a observação criteriosa e in loco das
condições de exposição dos trabalhadores.
A exposição ocupacional a agentes biológicos decorre da presença desses
agentes no ambiente de trabalho, podendo-se distinguir duas categorias de
exposição:
1. Exposição derivada da atividade laboral que implique a utilização ou
manipulação do agente biológico, que constitui o objeto principal do trabalho. É
conhecida também como exposição com intenção deliberada.
Nesses casos, na maioria das vezes, a presença do agente já está
estabelecida e determinada. O reconhecimento dos riscos será relativamente
simples, pois as características do agente são conhecidas e os procedimentos de
manipulação estão bem determinados, assim como os riscos de exposição. Na área
de saúde, alguns exemplos poderiam ser: atividades de pesquisa ou
desenvolvimento que envolvam a manipulação direta de agentes biológicos,
atividades realizadas em laboratórios de diagnóstico microbiológico, atividades
relacionadas à biotecnologia (desenvolvimento de antibióticos, enzimas e vacinas,
entre outros).
2. Exposição que decorre da atividade laboral sem que essa implique na
manipulação direta deliberada do agente biológico como objeto principal do trabalho.
Nesses casos a exposição é considerada não deliberada. Alguns exemplos de
atividades: atendimento em saúde, laboratórios clínicos (com exceção do setor de
36
microbiologia), consultórios médicos e odontológicos, limpeza e lavanderia em
serviços de saúde.
A diferenciação desses dois tipos de exposição é importante porque con-
diciona o método de análise dos riscos e consequentemente as medidas de
proteção a serem adotadas.
Consideram-se agentes biológicos os microrganismos, geneticamente
modificados ou não; as culturas de células; os parasitas; as toxinas e os príons.
Esses agentes são capazes de provocar dano à saúde humana, podendo causar
infecções, efeitos tóxicos, efeitos alergênicos, doenças autoimunes e a formação de
neoplasias e malformações.
Podem ser assim subdivididos:
a. Microrganismos, formas de vida de dimensões microscópicas, visíveis
individualmente apenas ao microscópio – entre aqueles que causam dano à saúde
humana, incluem-se bactérias, fungos, alguns parasitas (protozoários) e vírus;
b. Microrganismos geneticamente modificados, que tiveram seu material
genético alterado por meio de técnicas de biologia molecular;
c. Culturas de células de organismos multicelulares, o crescimento in vitro de
células derivadas de tecidos ou órgãos de organismos multicelulares em meio
nutriente e em condições de esterilidade – podem causar danos à saúde humana
quando contiverem agentes biológicos patogênicos;
d. Parasitas, organismos que sobrevivem e se desenvolvem às expensas de
um hospedeiro, unicelulares ou multicelulares – as parasitoses são causadas por
protozoários, helmintos (vermes) e artrópodes (piolhos e pulgas);
e. Toxinas, substâncias secretadas (exotoxinas) ou liberadas (endotoxinas)
por alguns microrganismos e que causam danos à saúde humana, podendo até
provocar a morte – como exemplo de exotoxina, temos a secretada pelo Clostridium
tetani, responsável pelo tétano e, de endotoxinas, as liberadas por Meningococcus
ou Salmonella;
f. Príons, estruturas protéicas alteradas relacionadas como agentes etio-
lógicos das diversas formas de encefalite espongiforme – exemplo: a forma bovina,
37
vulgarmente conhecida por “mal da vaca louca”, que, atualmente, não é considerada
de risco relevante para os trabalhadores dos serviços de saúde.
Não foram incluídos como agentes biológicos os organismos multicelulares,
à exceção de parasitas e fungos. Diversos animais e plantas produzem ainda
substâncias alergênicas, irritativas e tóxicas com as quais os trabalhadores entram
em contato, como pelos e pólen, ou por picadas e mordeduras.
6.2 Classificação e ocorrência
A classificação dos agentes biológicos, que distribui os agentes em classes
de risco de 1 a 4, considera o risco que representam para a saúde do trabalhador,
sua capacidade de propagação para a coletividade e a existência ou não de
profilaxia e tratamento. Em função desses e outros fatores específicos, as
classificações existentes nos vários países apresentam algumas variações, embora
coincidam em relação à grande maioria dos agentes.
Em 2002, foi criada no Brasil a Comissão de Biossegurança em Saúde –
CBS (Portaria nº 343/2002 do Ministério da Saúde). Entre as atribuições da
Comissão, inclui-se a competência de elaborar, adaptar e revisar periodicamente a
classificação, considerando as características e peculiaridades do país.
Considerando que essa classificação baseia-se principalmente no risco de
infecção, a avaliação de risco para o trabalhador deve considerar ainda os possíveis
efeitos alergênicos, tóxicos ou carcinogênicos dos agentes biológicos. A
classificação publicada no Anexo II da NR 32 indica alguns destes efeitos.
Fonte: Brasil (2008)
38
Quando a exposição é do tipo “com intenção deliberada”, devem ser
aplicadas as normas estabelecidas para o trabalho em contenção, cujo nível é
determinado pelo agente da maior classe de risco presente. Por exemplo, para um
laboratório em que são manipulados agentes das classes de risco 2 e 3, o nível de
contenção a ser adotado deverá ser o nível de contenção 3.
Na publicação “Diretrizes Gerais para o Trabalho em Contenção com
Material Biológico”, do Ministério da Saúde, encontram-se descritas as
especificações de estrutura física e operacional, visando a proteção dos
trabalhadores, usuários e meio ambiente. Esses níveis aplicam-se a laboratórios de
microbiologia, de diagnóstico, de pesquisa, de ensino e de produção. A publicação
esta disponível na internet, nos seguintes sítios:
http://www.saudepublica.bvs.br/;
http://dtr2001.saude.gov.br/editora/produtos/livros/pdf/04_0408_M.pdf;
http://www.anvisa.gov.br/reblas/diretrizes.pdf.
Em atividades com exposição do tipo “não deliberada”, medidas e
procedimentos específicos são definidos após a avaliação dos riscos biológicos,
realizada durante a elaboração do PPRA ou em situações emergenciais, e podem
incluir desde alterações nos procedimentos operacionais até reformas no espaço
físico.
6.3 Manuseio e medidas de controle
O controle de riscos está descrito no Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais (PPRA) e tem como objetivo eliminar ou reduzir ao mínimo a exposição
dos trabalhadores do serviço de saúde, bem como daqueles que exercem atividades
de promoção e assistência à saúde, aos agentes biológicos.
A identificação dos riscos biológicos deve seguir metodologia qualitativa,
devendo ser considerados os agentes epidemiologicamente mais frequentes, tendo
em vista o perfil epidemiológico da região, do próprio serviço e dos trabalhadores do
serviço de saúde.
A localização geográfica é importante para o reconhecimento dos riscos
biológicos porque certos agentes podem estar restritos a determinadas regiões,
39
enquanto que outros são de distribuição mais ampla. Dessa forma, um agente
biológico que seja mais frequente em determinada região deve ser considerado no
reconhecimento de riscos dos serviços de saúde localizados naquela região.
As características do serviço de saúde envolvem as atividades desenvovidas
no serviço e o perfil da população atendida. Em relação à atividade do serviço, os
agentes biológicos presentes na pediatria podem ser bem diferentes daqueles que
ocorrem em um serviço de atendimento de adultos.
As fontes de exposição incluem pessoas, animais, objetos ou substâncias
que abrigam agentes biológicos, a partir dos quais torna-se possível a transmissão a
um hospedeiro ou a um reservatório.
Reservatório é a pessoa, animal, objeto ou substância no qual um agente
biológico pode persistir, manter sua viabilidade, crescer ou multiplicar-se, de modo a
poder ser transmitido a um hospedeiro.
A identificação da fonte de exposição e do reservatório é fundamental para
se estabelecerem as medidas de proteção a serem adotadas. Exemplos: o uso de
máscara de proteção para doentes portadores de tuberculose pulmonar, a
higienização das mãos após procedimentos como a troca de fraldas em unidades de
neonatologia para diminuir o risco de transmissão de hepatite A.
Via de transmissão é o percurso feito pelo agente biológico a partir da fonte
de exposição até o hospedeiro.
A transmissão pode ocorrer das seguintes formas:
1. Direta – transmissão do agente biológico sem a intermediação de veículos
ou vetores. Exemplos: transmissão aérea por bioaerossóis, transmissão por
gotículas e contato com a mucosa dos olhos;
2. Indireta – transmissão do agente biológico por meio de veículos ou
vetores. Exemplos: transmissão por meio de mãos, perfurocortantes, luvas, roupas,
instrumentos, vetores, água, alimentos e superfícies.
Vias de entrada são os tecidos ou órgãos por onde um agente penetra em
um organismo, podendo ocasionar uma doença. A entrada pode ser por via cutânea
(por contato direto com a pele), parenteral (por inoculação intravenosa,
intramuscular, subcutânea), por contato direto com as mucosas, por via respiratória
40
(por inalação) e por via oral (por ingestão). A identificação das vias de transmissão e
de entrada determina quais a medidas de proteção que devem ser adotadas. Se a
via de transmissão for sanguínea, devem ser adotadas medidas que evitem o
contato do trabalhador com sangue. No caso de transmissão via aérea, gotículas ou
aerossóis, as medidas de proteção consistem na utilização de barreiras ou
obstáculos entre a fonte de exposição e o trabalhador (exemplos: adoção de sistema
de ar com pressão negativa, isolamento do paciente e uso de máscaras).
Transmissibilidade é a capacidade de transmissão de um agente a um
hospedeiro. O período de transmissibilidade corresponde ao intervalo de tempo
durante o qual um organismo pode transmitir um agente biológico.
Patogenicidade dos agentes biológicos é a sua capacidade de causar
doença em um hospedeiro suscetível.
Virulência é o grau de agressividade de um agente biológico, isto é, uma alta
virulência de um agente pode levar a uma forma grave ou fatal de uma doença. A
virulência relaciona-se à capacidade de o agente invadir, manter-se e proliferar,
superar as defesas e, em alguns casos, produzir toxinas.
A identificação da transmissibilidade, patogenicidade e virulência do agente
no PPRA determina, além de quais medidas de proteção serão adotadas, a
prioridade das mesmas. Na possibilidade de exposição ao meningococo, por
exemplo, as medidas de proteção devem ser adotadas de forma emergencial devido
à alta transmissibilidade, alta patogenicidade e alta virulência desse agente. Por
outro lado, na exposição ao vírus da influenza, as medidas de proteção são menos
emergenciais devido à baixa virulência do agente.
Persistência no ambiente é a capacidade de o agente permanecer no
ambiente, mantendo a possibilidade de causar doença. Exemplo: a persistência
prolongada do vírus da hepatite B quando comparada àquela do vírus HIV.
É muito importante conhecer e descrever a situação de trabalho que pode
influenciar na segurança, na saúde ou no bem-estar do trabalhador do serviço de
saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à
saúde e, para tanto, devem ser considerados:
aspectos físicos e de organização do local de trabalho; e,
41
aspectos psicológicos e sociais do grupo de trabalho, isto é, do conjunto de
pessoas de diferentes níveis hierárquicos.
O local de trabalho deve ter uma descrição física contendo, entre outros
dados, a altura do piso ao teto, o tipo de paredes e do piso (laváveis ou não), os
tipos e os sistemas de ventilação, a existência de janelas (com ou sem tela de
proteção), o tipo de iluminação, o mobiliário existente (possibilidade de
descontaminação), a presença de pia para higienização das mãos.
Quanto à organização do trabalho é importante observarem-se os turnos, as
escalas, as pausas para o descanso e as refeições, o relacionamento entre os
membros da equipe e a chefia, bem como as distâncias a serem percorridas para a
realização dos procedimentos, entre outros.
Deve ser verificado ainda se existem procedimentos escritos e determinados
para a realização das atividades, e em caso positivo, se os mesmos são adotados
(diferença entre tarefa prescrita e real).
A observação do procedimento de trabalho é fundamental para a avaliação
do risco. A possibilidade de exposição ocorre em função da situação de trabalho e
das características de risco dos agentes biológicos mais prováveis.
É importante analisarem-se as medidas já adotadas, verificando a sua
pertinência, eficiência e eficácia. Após essa análise e a dos demais dados coletados
anteriormente, devem ser determinadas as medidas de prevenção a serem
implantadas.
Ao propor uma medida preventiva, é fundamental que a informação seja
completa, de forma a propiciar a aplicação correta. Por exemplo, não basta citar a
necessidade de utilização de máscara, deve ser descrito qual o tipo de máscara.
Pode-se dizer o mesmo para luvas, vestimentas, capelas químicas e cabines de
segurança biológicas, entre outros.
Ao propor medidas para o controle de riscos, deve-se observar a ordem de
prioridade abaixo.
1. Medidas para o controle de riscos na fonte, que eliminem ou reduzam a
presença dos agentes biológicos, como por exemplo:
42
redução do contato dos trabalhadores do serviço de saúde, bem como
daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde com
pacientes-fonte (potencialmente portadores de agentes biológicos), evitando-
se procedimentos desnecessários;
afastamento temporário dos trabalhadores do serviço de saúde, bem como
daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde com
possibilidade de transmitir agentes biológicos;
eliminação de plantas presentes nos ambientes de trabalho;
eliminação de outras fontes e reservatórios, não permitindo o acúmulo de
resíduos e higienização, substituição ou descarte de equipamentos,
instrumentos, ferramentas e materiais contaminados;
restrição do acesso de visitantes e terceiros que possam representar fonte de
exposição;
manutenção do agente restrito à fonte de exposição ou ao seu ambiente
imediato, por meio do uso de sistemas fechados e recipientes fechados,
enclausuramento, ventilação local exaustora, cabines de segurança biológica,
segregação de materiais e resíduos, dispositivos de segurança em
perfurocortantes e recipientes adequados para descarte destes
perfurocortantes.
2. Medidas para o controle de riscos na trajetória entre a fonte de exposição
e o receptor ou hospedeiro, que previnam ou diminuam a disseminação dos agentes
biológicos ou que reduzam a concentração desses agentes no ambiente de trabalho,
como por exemplo:
planejamento e implantação dos processos e procedimentos de recepção,
manipulação e transporte de materiais, visando a redução da exposição aos
agentes;
planejamento do fluxo de pessoas de forma a reduzir a possibilidade de
exposição;
redução da concentração do agente no ambiente – isolamento de pacientes,
definição de enfermarias para pacientes com a mesma doença, concepção de
ambientes com pressão negativa, instalação de ventilação geral diluidora;
43
realização de procedimentos de higienização e desinfecção do ambiente, dos
materiais e dos equipamentos;
realização de procedimentos de higienização e desinfecção das vestimentas;
implantação do gerenciamento de resíduos e do controle integrado de pragas
e vetores.
3. Medidas de proteção individual, como:
proteção das vias de entrada do organismo (por meio do uso de
Equipamentos de Proteção Individual - EPI): respiratória, pele, mucosas;
implementação de medidas de proteção específicas e adaptadas aos
trabalhadores do serviço de saúde, bem como àqueles que exercem
atividades de promoção e assistência à saúde com maior suscetibilidade:
gestantes, trabalhadores alérgicos, portadores de doenças crônicas.
44
UNIDADE 7 – RISCOS RELATIVOS AO MANUSEIO,
ARMAZENAGEM E TRANSPORTE DE SUBSTÂNCIAS
AGRESSIVAS - INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE
Conhecer e entender toda a dinâmica dos combustíveis inflamáveis, os
quais são considerados substâncias é de suma importância para os profissionais
que lidam com a segurança do trabalho.
7.1 Combustíveis e inflamáveis
Do ponto de vista do processo da combustão, os combustíveis podem ser
classificados da seguinte forma:
- Sólidos Comuns;
- Líquidos Inflamáveis;
- Gases Inflamáveis;
- Materiais Químicos de Grande Risco.
Sólidos Comuns (Combustíveis Sólidos)
A queima de um combustível sólido é facilitada na medida em que ele está
mais dividido e a umidade for mínima.
Os sólidos combustíveis mais comuns, encontrados em quase todas as
edificações residenciais comerciais e industriais, têm as seguintes composições:
Os corpos sólidos ao se queimarem passam por três estágios:
- Destilação;
- Inflamação;
45
- Incandescência.
Destilação
É o estágio em que ocorre o desprendimento dos gases ignicíveis, visto o
corpo ter alcançado o seu Ponto de Fulgor. Tem início, propriamente dito, a Pirólise.
Inflamação
É o estágio em que surge a chama, visto o corpo ter alcançado a sua
Temperatura de Inflamação, correspondente à sua Temperatura de Ignição, e os
gases se inflamam.
Incandescência
É o estágio em que ocorre o desprendimento de calor provocado pelas
chamas. A temperatura do corpo se eleva, dando condições para a realização da
combustão. Este estágio caracteriza o Poder Calorífico do corpo.
Líquidos Inflamáveis (Combustíveis Líquidos)
Os corpos líquidos ao alcançarem seu Ponto de Fulgor se transformam em
gases. Continuando o aquecimento, por fonte externa, atingem a Temperatura de
Combustão, emitindo gases inflamáveis em quantidade suficiente para sustentar a
dita combustão e a manutenção da chama.
Rapidez de Inflamabilidade
De acordo com a rapidez de suas inflamabilidades, os Líquidos Inflamáveis
podem ser classificados como se segue:
Classe 1 - Altamente Inflamável. Ponto de Fulgor abaixo de (- )5°C ou 23°F.
Classe 2 - Inflamável. Ponto de Fulgor de (- )5°C ou 23°F até 21°C ou 70°F.
Classe 3 - Pouco Inflamável. Ponto de Fulgor acima de 21°C ou 70°F até 93°C ou
200°F.
Classe 4 - Não Inflamável. Ponto de Fulgor acima de 93°C ou 200°F.
46
Ponto de Fulgor
Devido seu Ponto de Fulgor, na prática, os Líquidos Inflamáveis são
agrupados da seguinte maneira:
Classe 1 - Acetona, Benzeno, Benzina, Bissulfato de Carbono, Butano, Éter e
Gasolina.
Classe 2 - Ácido Acético, Álcool e Tolueno ou Toluol.
Classe 3 - Querosene.
Gases Inflamáveis (Combustíveis Gasosos)
Os corpos gasosos entram em queima mais facilmente, pois não passam
pelo processo de transformação a que estão sujeitos os sólidos e os líquidos. A
combustão é direta, dependendo fundamentalmente da concentração com que se
misturam com o ar. Experimentalmente, existem duas concentrações limites, entre
as quais a mistura ar-gás-combustível é inflamável. São elas: Limite de
Explosividade Inferior e Limite de Explosividade Superior.
Limite de Explosividade
Por definição, Limite de Explosividade é a máxima e a mínima concentração
de gases ou vapores, cuja mistura com o ar ou oxigênio é ignicível, na qual, acima
ou abaixo desse Limite não há nenhum risco de ignição. A Tabela abaixo relaciona
alguns combustíveis gasosos, seus Pontos de Fulgor, Pontos de Ignição e Limites
de Explosividade.
47
Materiais Químicos de Grande Risco
Com exceção dos explosivos, reconhecidamente perigosíssimos, merecendo
cuidados especiais quanto ao seu manuseio e armazenamento, as substâncias
químicas consideradas de grande risco, podem receber a seguinte classificação:
- Sólidos Inflamáveis;
- Plásticos e Filmes;
- Agentes Oxidantes;
- Ácidos e Outros Corrosivos;
- Venenos;
- Substâncias Radioativas.
Sólidos Inflamáveis
Para os fins da Prevenção Contra Incêndio, são considerados como Sólidos
Inflamáveis aquelas substâncias que se incendeiam facilmente, ou provocam
incêndio, seja pela fricção, pela exposição ao ar, pela absorção de umidade, pela
absorção de pequena quantidade de calor.
• Quanto à fricção:
- Enxofre;
48
- Fósforo (vermelho, branco ou amarelo);
- Persulfato de Fósforo;
- Peróxido de Benzol Seco.
• Quanto à exposição ao ar:
- Boro;
- Carvão Vegetal;
- Ferro Pirofórico;
- Fósforo (vermelho, branco ou amarelo);
- Hidratos;
- Lítios;
- Nitrito de Cálcio;
- PÓ de Zinco.
• Quanto à absorção de umidade:
- Cálcio;
- Carbonato de Alumínio;
- Carbureto de Cálcio;
- Hidratos;
- Hidrossulfito de Sódio;
- Magnésio (se finamente dividido);
- Óxido de Cálcio;
- Peróxido de Bário;
- Pó de Alumínio;
- Pó de Bronze;
- Pó de Zinco;
- Potássio;
- Selênio;
49
- Sódio;
- Sulfeto de Ferro.
• Quanto à absorção de pequena quantidade de calor:
- Carvão Vegetal;
- Dinitrocanilina;
- Dinitrobenzol;
- Nitrato de Celulose (nitrocelulose);
- Pentasulfato de Antimônio;
- Pentasulfato de Sódio;
- Piroxilina;
- Pó de Zircônio;
- Sesquisulfato de Fósforo.
Plásticos e Filmes
Plásticos com base de Nitrocelulose – celuloide, inflamam-se pouco acima
de 100°C. Se decompõe acima de 150º C. Esta decomposição é acompanhada de
evolução de calor, alcançando essa temperatura que propicia a combustão
espontânea. Queima muito rapidamente.
Plásticos à base de Gomalaca – os plásticos à base de gomalaca queimam
vagarosamente. O trato com materiais deve ser feito cautelosamente, reduzindo ao
máximo suas quantidades e cuidando para não haver ocorrência de chama, luz;
proibido riscar fósforo ou ter cigarro aceso. O celulóide é composto de 2/3 de
Nitrocelulose (Algodão Pólvora) e 1/3 de Cânfora.
Agentes Oxidantes
São substâncias sólidas que contêm apreciável quantidade de Oxigênio e
capazes de facilitar ou, até mesmo, de provocar incêndio quando em contato com
material combustível. Principais Agentes Oxidantes:
- Ácido Crômico;
50
- Ácido Perclórico;
- Bromato de Potássio;
- Cloreto de Bário;
- Cloreto de Cálcio;
- Cloreto de Potássio;
- Cloreto de Zinco;
- Hipoclorito de Cálcio;
- Hipoclorito de Sódio;
- Nitrato de Amônia;
- Nitrato de Bário;
- Nitrato de Cobalto;
- Nitrato de Cobre;
- Nitrato de Chumbo;
- Nitrato de Ferro;
- Nitrato de Magnésio;
- Nitrato de Níquel;
- Nitrato de Potássio;
- Nitrato de Prata;
-Nitrato de Sódio;
- Nitrato de Tório;
- Nitrato de Urânio;
- Perclorato de Amônia;
- Perclorato de Potássio;
- Perclorato de Sódio;
- Permanganato de Amônia;
- Permanganato de Potássio;
51
- Peróxido de Bário;
- Peróxido de Estrôncio;
- Peróxido de Potássio;
- Peróxido de Sódio.
Ácidos e Outros Corrosivos
São substâncias que, em contato com corpos combustíveis, podem
desenvolver calor suficiente para provocar um incêndio ou forte corrosão.
Os principais ácidos e corrosivos são:
- Ácido Muriático;
- Ácido Clorídrico;
- Ácido Crômico (solução);
- Ácido Fluorídrico;
- Ácido Nítrico;
- Ácido Perclórico;
- Ácido Sulfúrico;
- Bromo;
- Cloreto de Acetil;
- Cloreto de Benzil;
- Cloreto de Cloracetil;
- Cloreto de Enxofre;
- Oxicloreto de Fósforo;
- Pentacloreto de Antimônio;
- Peróxido de Hidrogênio;
- Água Oxigenada (8 a 45%);
- Trióxido de Enxofre.
52
Venenos – são citados nesta apostila exclusivamente porque são altamente
perigosos para o ser humano. Estão relacionados os que em forma de gases, ou de
vapores, em pequenas quantidades misturados com o ar podem causar a morte.
São eles:
- Ácido Cianídrico;
- Acroleína;
- Bromacetona;
- Brometo de Metila;
- Cloreto de Fenilcarbilamina;
- Cloro-Picrina;
- Cianogênio;
- Dióxido de Nitrogênio;
- Etildicloroarsina;
- Fosgênio;
- Gás Mostarda;
- Metildicloroarsina;
- Peróxido de Nitrogênio.
Substâncias Radioativas
São substâncias que podem ser prejudiciais ao ser humano, se submetido à
ação por longo tempo, se elas forem de pequena radiação, ou por curto tempo, se
elas forem de grande radiação. No tocante à Prevenção Contra Incêndio, elas são
usadas nos sensores do tipo radioativo: detectores de fumaça, de pequena ação
radioativa, não oferecendo motivo para preocupação (GOMES, 1998).
53
7.2 Riscos relativos ao manuseio, armazenagem e transporte de substâncias
agressivas
A legislação que rege as condições de insalubridade e de periculosidade são
as NR 15 – Atividades e Operações Insalubres e a NR 16 – Atividades e Operações
Perigosas e o Decreto nº 9967/06.
No caso dos servidores públicos civis da União, temos respaldo nos artigos
68,69 e 70 e o § 2º do art. 186 da Lei nº 8.112, de 11/12/90 (D.O.U. de 12/12/90).
Além do Art. 12 da Lei nº 8.270, de 17/12/91 (D.O.U. 19/12/91, retificado pelo D.O.U.
de 20/12/91 e de 24/12/91).
Insalubridade – são consideradas atividades ou operações insalubres
aquelas que, por sua natureza, condição ou métodos de trabalho, exponham os
empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em
razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus
efeitos (art. 189 da CLT); o exercício do trabalho em condições insalubres assegura
ao trabalhador o direito ao adicional de insalubridade, que será de 40, 20 ou 10%, do
salário mínimo regional.
Há, no entanto, jurisprudência de Ação Trabalhista onde a Justiça define que
o cálculo deve ser feito sobre o salário-base do trabalhador.
Periculosidade – são consideradas atividades ou operações perigosas
aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato
permanente com inflamáveis ou explosivos, eletricidade ou radiações em condições
de risco acentuado (art. 193 da CLT); o trabalho nessas condições dá ao empregado
o direito ao adicional de periculosidade, cujo valor é de 30% sobre seu salário
contratual.
Nos casos citados acima, o trabalhador tem que concordar na
realização das tarefas.
Se o local de trabalho for insalubre e perigoso, a empresa pagará apenas
um adicional, em valor a ser estipulado por laudo pericial específico.
Sobre os adicionais, de natureza pecuniária, devidos ao servidor que venha
a exercer suas atividades em condições consideradas insalubres, perigosas, de
risco ou de caráter penoso, é importante saber:
54
A caracterização da atividade insalubre, perigosa ou penosa depende da
realização de perícia;
Os Adicionais incidem apenas sobre o vencimento básico. No caso de
Periculosidade, no percentual único de 30% (trinta por cento) sobre o salário
básico. Tratando-se de Insalubridade, os percentuais são de 10%, 20% e
40% sobre o Salário Mínimo da região, conforme o grau de Insalubridade seja
considerado mínimo, médio ou máximo, respectivamente;
O servidor tem direito aos Adicionais enquanto estiver exercendo atividades
em ambientes de condições adversas, identificadas pela perícia. Caso as
condições ensejadoras da concessão dos Adicionais sejam eliminadas ou
reduzidas pela adoção de medidas de segurança, a exemplo de fornecimento
de Equipamentos de Proteção Individual – EPI, pode não persistir o direito
aos Adicionais ou ser reduzido o percentual concedido;
Os Adicionais de Periculosidade e de Insalubridade não são incorporáveis aos
proventos de aposentadoria por falta de amparo legal;
Não há regulamentação no âmbito do Serviço Público para a concessão de
aposentadoria especial pelo exercício de atividades insalubres ou perigosas;
O servidor que fizer jus, simultaneamente, aos Adicionais de Insalubridade e
de Periculosidade deverá optar por um deles;
A servidora, enquanto estiver gestante ou amamentando, será,
obrigatoriamente, afastada do exercício da atividade tida como insalubre,
perigosa ou penosa, deixando de perceber os adicionais enquanto durar o
afastamento;
O servidor que se afastar, independentemente do motivo, perderá o direito ao
adicional no período correspondente ao afastamento.
Os adicionais de insalubridade e de periculosidade e a gratificação de Raios X
(ver p. 29) são inacumuláveis, devendo o servidor optar por um deles. (Base
Legal está no artigo 68 da Lei nº 8.112/90. Artigo 12 da Lei nº 8.270/91,
quando se tratar de servidor público (UNESP, 2010).
55
A insalubridade e a periculosidade têm como base legal a Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT), em seu Título II, cap. V seção XIII, e lei 6.514
de22/12/1977, que alterou a CLT, no tocante a Segurança e Medicina do Trabalho.
Ambas foram regulamentadas pela Portaria 3.214/78, por meio de Normas
regulamentadoras.
56
UNIDADE 8 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL -
EPI
Segundo a NR-6, o Equipamento de proteção Individual (EPI) é um
dispositivo de uso individual destinado a neutralizar ou atenuar um possível agente
agressivo contra o corpo do trabalhador; evitam lesões ou minimizam sua gravidade
e protegem o corpo contra os efeitos de substâncias tóxicas, alérgicas ou
agressivas, que causam as doenças ocupacionais.
Quanto ao EPI, cabe ao empregador:
• Distribuir gratuitamente o EPI adequado à função e ao risco em que o
empregado esteja exposto;
• Fornecer o treinamento adequado ao uso;
• Fazer controle do preenchimento da ficha de EPI, onde deve constar a
descrição do mesmo, juntamente com a certificação (CA) pelo órgão nacional
competente (MTE), a data de recebimento e devolução e a assinatura do
termo de compromisso.
Quanto ao empregado:
• Cabe fazer uso do EPI apenas para as finalidades a que se destina;
• Responsabilizar-se pelo bom uso e conservação;
• Comunicar qualquer alteração (SEBRAE/ES, 2008).
Principais EPI utilizados na atualidade
Abaixo, estão listados os principais itens de EPI disponíveis no mercado,
além de informações e descrições importantes para assegurar a sua identificação e
o uso:
Luvas
Um dos equipamentos de proteção mais importantes, pois protege as partes
do corpo com maior risco de exposição, as mãos.
57
Existem vários tipos de luvas no mercado e a utilização deve ser de acordo
com o tipo de formulação do produto a ser manuseado.
A luva deve ser impermeável ao produto químico. Produtos que contêm
solventes orgânicos, como, por exemplo, os concentrados emulsionáveis, devem ser
manipulados com luvas de BORRACHA NITRÍLICA ou NEOPRENE, pois estes
materiais são impermeáveis aos solventes orgânicos. Luvas de LÁTEX ou de PVC
podem ser usadas para produtos sólidos ou formulações que não contenham
solventes orgânicos.
De modo geral, recomenda-se a aquisição das luvas de borracha NITRÍLICA
ou NEOPRENE, materiais que podem ser utilizados com qualquer tipo de
formulação.
Existem vários tamanhos e especificações de luvas no mercado. O usuário
deve certificar-se sobre o tamanho ideal para a sua mão, utilizando as tabelas
existentes na embalagem.
Respiradores
Geralmente chamados de máscaras, os respiradores têm o objetivo de evitar
a inalação de vapores orgânicos, névoas ou finas partículas tóxicas através das vias
respiratórias. Existem basicamente dois tipos de respiradores: sem manutenção
(chamados de descartáveis) que possuem uma vida útil relativamente curta e
58
recebem a sigla PFF (Peça Facial Filtrante), e os de baixa manutenção que
possuem filtros especiais para reposição, normalmente mais duráveis.
Os respiradores mais utilizados nas aplicações de produtos fitossanitários
são os que possuem filtros P2 ou P3. Os respiradores são equipamentos
importantes, mas que podem ser dispensados em algumas situações, quando não
há presença de névoas, vapores ou partículas no ar, por exemplo:
a) aplicação tratorizada de produtos granulados incorporados ao solo;
b) pulverização com tratores equipados com cabines climatizadas.
Devem estar sempre limpos, higienizados e os seus filtros jamais devem
estar saturados. Antes do uso de qualquer tipo de respirador, o usuário deve estar
barbeado, além de realizar um teste de ajuste de vedação, para evitar falha na
selagem. Quando estiverem saturados, os filtros devem ser substituídos ou
descartados.
É importante notar que, se utilizados de forma inadequada, os respiradores
tornam-se desconfortáveis e podem transformar-se numa verdadeira fonte de
contaminação. O armazenamento deve ser em local seco e limpo, de preferência
dentro de um saco plástico.
Viseira facial
Protege os olhos e o rosto contra respingos durante o manuseio e a
aplicação.
A viseira deve ter a maior transparência possível e não distorcer as imagens.
Deve ser revestida com viés para evitar corte. O suporte deve permitir que a viseira
não fique em contato com o rosto do trabalhador e embace. A viseira deve
proporcionar conforto ao usuário e permitir o uso simultâneo do respirador, quando
for necessário.
Quando não houver a presença ou emissão de vapores ou partículas no ar,
o uso da viseira com o boné árabe pode dispensar o uso do respirador, aumentando
o conforto do trabalhador.
Existem algumas recomendações de uso de óculos de segurança para
proteção dos olhos. A substituição dos óculos pela viseira protege não somente os
olhos do aplicador, mas também o rosto.
59
Jaleco e calça hidrorrepelentes
São confeccionados em tecido de algodão tratado para se tornarem
hidrorrepelentes, são apropriados para proteger o corpo dos respingos do produto
formulado e não para conter exposições extremamente acentuadas ou jatos
dirigidos. É fundamental que jatos não sejam dirigidos propositadamente à
vestimenta e que o trabalhador mantenha-se limpo durante a aplicação.
Os tecidos de algodão com tratamento hidrorrepelente ajudam a evitar o
molhamento e a passagem do produto tóxico para o interior da roupa, sem impedir a
transpiração, tornando o equipamento confortável.
Estes podem resistir até 30 lavagens, se manuseados de forma correta. Os
tecidos devem ser preferencialmente claros, para reduzir a absorção de calor e ser
de fácil lavagem, para permitir a sua reutilização.
Há calças com reforço adicional nas pernas, que podem ser usadas nas
aplicações onde exista alta exposição do aplicador à calda do produto (pulverização
com equipamento manual, por exemplo).
Jaleco e calça em não tecido
São vestimentas de segurança confeccionados em não tecido. Existem
vários tipos de não tecidos e a diferença entre eles se dá pelo nível de proteção que
oferecem. Além da hidrorrepelência, oferecem impermeabilidade e maior resistência
mecânica a névoas e às partículas sólidas.
O uso de roupas de algodão por baixo da vestimenta melhoram sua
performance, com maior absorção do suor, melhorando o conforto ao trabalhador
com relação ao calor. As vestimentas confeccionadas em não tecido têm
durabilidade limitada e não devem ser utilizadas quando danificadas.
As vestimentas de não tecido não devem ser passadas a ferro, não são a
prova ou retardantes de chamas, podem criar eletricidade estática e não devem ser
usadas próximo ao calor, fogo, faíscas ou em ambiente potencialmente inflamável
ou explosivo, pois se auto consumirão. Devem ser destruídas em incineradores
profissionais para não causarem danos ao ambiente.
60
Boné árabe
Confeccionado em tecido de algodão tratado para tornar-se hidrorrepelente.
Protege o couro cabeludo e o pescoço de respingos e do sol.
Capuz ou touca
Peça integrante de jalecos ou macacões, podendo ser em tecidos de
algodão tratado para tornar-se hidrorrepelente ou em não tecido. Substituem o boné
árabe na proteção do couro cabeludo e pescoço.
Avental
Produzido com material resistente a solventes orgânicos (PVC, bagum,
tecido emborrachado aluminizado, nylon resinado ou não tecidos), aumenta a
proteção do aplicador contra respingos de produtos concentrados durante a
preparação da calda ou de eventuais vazamentos de equipamentos de aplicação
costal.
Botas
Devem ser impermeáveis, preferencialmente de cano alto e resistentes aos
solventes orgânicos, por exemplo, PVC. Sua função é a proteção dos pés. É o único
equipamento que não possui C.A. (ANDEF, 2010).
61
UNIDADE 9 –PROGRAMAS DE SAÚDE DO TRABALHADOR
9.1 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais ou PPRA é um programa
estabelecido pela Norma Regulamentadora NR-9, da Secretaria de Segurança e
Saúde do Trabalho, do Ministério do Trabalho.
Este programa tem por objetivo, definir uma metodologia de ação que
garanta a preservação da saúde e integridade dos trabalhadores levando em
consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.
A legislação de segurança do trabalho brasileira considera como riscos
ambientais, agentes físicos, químicos e biológicos. Para que sejam considerados
fatores de riscos ambientais, estes agentes precisam estar presentes no ambiente
de trabalho em determinadas concentrações ou intensidade, e o tempo máximo de
exposição do trabalhador a eles é determinado por limites preestabelecidos.
São agentes de Risco:
Agentes físicos são aqueles decorrentes de processos e equipamentos produtivos,
podem ser:
Ruído e vibrações;
Pressões anormais em relação a pressão atmosférica;
Temperaturas extremas (altas e baixas);
Radiações ionizantes e radiações não ionizantes.
Agentes químicos são aqueles decorrentes da manipulação e processamento de
matérias-primas e destacam-se:
Poeiras e fumos;
Névoas e neblinas;
Gases e vapores.
Agentes biológicos são aqueles oriundos da manipulação, transformação e
modificação de seres vivos microscópicos, dentre eles: genes, bactérias, fungos,
bacilos, parasitas, protozoários, vírus e outros.
62
Objetivos do programa
O objetivo primordial e final do PPRA é evitar acidentes que possam vir a
causar danos à saúde do trabalhador, entretanto, existem objetivos intermediários
que assegurarão a consecução da meta final.
Objetivos intermediários
Criar mentalidade preventiva em trabalhadores e empresários;
Reduzir ou eliminar improvisações e a “criatividade do jeitinho”;
Promover a conscientização em relação a riscos e agentes existentes no
ambiente do trabalho;
Desenvolver uma metodologia de abordagem e análise das diferentes
situações (presente e futuras) do ambiente do trabalho;
Treinar e educar trabalhadores para a utilização da metodologia.
Metodologia
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá incluir as seguintes
etapas:
Antecipação e reconhecimento dos riscos;
Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;
Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;
Implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;
Monitoramento da exposição aos riscos;
Registro e divulgação dos dados.
Obrigatoriedade da implementação do PPRA
A Legislação é muito ampla em relação ao PPRA, as atividades e o número
de estabelecimentos sujeitos a implementação deste programa são tão grandes que
torna impossível a ação da fiscalização e em decorrência disto, muitas empresas
simplesmente ignoram a obrigatoriedade do mesmo.
63
A lei define que todos empregadores e instituições que admitem
trabalhadores como empregados são obrigadas a implementar o PPRA.
Em outras palavras, isto significa que praticamente toda atividade laboral
onde haja vínculo empregatício está obrigada a implementar o programa, como:
indústrias; fornecedores de serviços; hotéis; condomínios; drogarias; escolas;
supermercados; hospitais; clubes; transportadoras; magazines; entre outras.
Aqueles que não cumprirem às exigências desta norma estarão sujeitos a
penalidades que variam de multas e até interdições. Evidentemente que o PPRA
tem de ser desenvolvido especificamente para cada tipo de atividade, sendo assim,
torna-se claro que o programa de uma drogaria deve diferir do programa de uma
indústria química.
Fundamentalmente, o PPRA visa preservar a saúde e a integridade dos
trabalhadores por meio da prevenção de riscos, e isto significa:
• Antecipar;
• Reconhecer;
• Avaliar e controlar riscos existentes e que venham a ser introduzidos no
ambiente do trabalho.
Opções de implementação do programa PPRA
Para uma grande indústria que possui um organizado Serviço Especializado
de Segurança, a elaboração do programa não constitui nenhum problema, para um
supermercado ou uma oficina de médio porte, que por lei não necessitam manter um
SESMT, isto poderá vir a ser um problema.
As opções para elaboração, desenvolvimento, implementação do PPRA são:
Empresas com SESMT – neste caso o pessoal especializado do SESMT será
responsável pelas diversas etapas do programa em conjunto com a direção
da empresa;
Empresas que não possuem SESMT – nesta situação a empresa deverá
contratar uma firma especializada ou um Engenheiro de Segurança do
Trabalho para o desenvolvimento das diversas etapas do programa em
conjunto com a direção da empresa.
64
A responsabilidade pela elaboração e implementação deste Programa é
única e total do Empregador, devendo ainda zelar pela sua eficácia, sendo sua
profundidade e abrangência dependentes das características, dos riscos e das
necessidades de controle.
Na Construção Civil, enquadram-se os riscos físicos, químicos e biológicos,
abrangendo ainda os riscos ergonômicos e os de acidentes.
Riscos Físicos (VERDE)
Consideram-se agentes de risco físico as diversas formas de energia que
possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, calor, frio, pressão,
umidade, radiações ionizantes e não-ionizantes, vibração, entre outras.
Riscos Químicos (VERMELHO)
Consideram-se agentes de risco químico os compostos, as substâncias ou
produtos que possam penetrar no organismo do trabalhador pelas vias respiratórias,
pele ou ingestão nas formas de poeiras, fumos, gases, neblinas, névoas ou vapores.
Riscos Biológicos (MARROM)
Consideram-se como agentes de risco biológico as bactérias, vírus, fungos,
parasitas, entre outros.
Riscos Ergonômicos (AMARELO)
Qualquer fator que possa interferir nas características físicas e mentais do
trabalhador, causando desconforto ou afetando sua saúde. São exemplos de risco
ergonômico: levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho, monotonia,
repetitividade, postura inadequada de trabalho, entre outros.
65
Riscos de Acidentes (AZUL)
Qualquer fator que coloque o trabalhador em situação de risco e possa
afetar sua integridade e seu bem-estar físico e mental. São exemplos de risco de
acidente: as máquinas e equipamentos sem proteção, possibilidade de incêndio e
explosão, falta de organização no ambiente, armazenamento inadequado, entre
outros. (SEBRAE/ES, 2008).
9.2 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO
A Norma Regulamentadora referente ao Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional (PCMSO) é a NR-7 que tem como objetivo principal promover e
preservar a saúde dos trabalhadores.
Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação de PCMSO
por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como
empregados, com o objetivo de promoção e preservação da saúde dos seus
trabalhadores.
O PCMSO deverá ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico,
feitos através dos Atestados de Saúde Ocupacionais (ASO), emitidos por médicos
do trabalho, realizados na admissão do trabalhador, periodicamente e no momento
da demissão.
Compete ao empregador:
• Garantir a elaboração e efetiva implementação do PCMSO, bem como zelar
pela sua eficácia;
• Custear todos os procedimentos relacionados ao PCMSO, sem qualquer tipo
de repasse ao trabalhador (SEBRAE/ES, 2008).
O PCMSO é parte integrante do conjunto mais amplo de iniciativas da
empresa no campo da saúde dos trabalhadores, devendo estar articulado com o
disposto nas demais Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do
Trabalho.
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Riscos no trabalho e Higiene

  • 1. 2 MATERIAL DIDÁTICO HIGIENE DO TRABALHO CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA PORTARIA Nº 1.004 DO DIA 17/08/2017 0800 283 8380 www.faculdadeunica.com.br
  • 2. 3 SUMÁRIO UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO.....................................................................................5 UNIDADE 2 – RISCOS X HIGIENE DO TRABALHO.................................................8 2.1 CONCEITOS, CLASSIFICAÇÃO E RECONHECIMENTO ......................................................8 UNIDADE 3 – RISCOS FÍSICOS..............................................................................10 3.1 CONCEITO, TIPOS, LIMITES DE TOLERÂNCIA, MEDIDAS DE CONTROLE ..........................10 UNIDADE 4 – RISCOS QUÍMICOS/GASOSOS .......................................................17 4.1 DEFINIÇÃO DE CONTAMINANTES QUÍMICOS E RECONHECIMENTO.................................17 4.2 CLASSIFICAÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS DE ACORDO COM O EFEITO....................20 4.3 TOLERÂNCIA AOS AGENTES QUÍMICOS......................................................................22 4.4 MEDIDAS DE CONTROLE..........................................................................................24 UNIDADE 5 – VENTILAÇÃO....................................................................................29 5.1 IMPORTÂNCIA DA VENTILAÇÃO PARA O SER HUMANO, EQUIPAMENTOS DE CONTROLE ....29 5.2 CONCEITO E APLICAÇÃO DA VENTILAÇÃO ..................................................................30 5.3 A IMPORTÂNCIA DA MECÂNICA DOS FLUIDOS .............................................................32 UNIDADE 6 – RISCOS BIOLÓGICOS .....................................................................35 6.1 DEFINIÇÃO E RECONHECIMENTO DOS RISCOS BIOLÓGICOS.........................................35 6.2 CLASSIFICAÇÃO E OCORRÊNCIA...............................................................................37 6.3 MANUSEIO E MEDIDAS DE CONTROLE .......................................................................38 UNIDADE 7 – RISCOS RELATIVOS AO MANUSEIO, ARMAZENAGEM E TRANSPORTE DE SUBSTÂNCIAS AGRESSIVAS - INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE ..................................................................................................44 7.1 COMBUSTÍVEIS E INFLAMÁVEIS ................................................................................44 7.2 RISCOS RELATIVOS AO MANUSEIO, ARMAZENAGEM E TRANSPORTE DE SUBSTÂNCIAS AGRESSIVAS ................................................................................................................53 UNIDADE 8 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI.......................56 UNIDADE 9 –PROGRAMAS DE SAÚDE DO TRABALHADOR..............................61 9.1 PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS – PPRA ...................................61 9.2 PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL – PCMSO..................65 9.3 PROGRAMA DE CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO – PCMAT .............................................................................................67 9.4 PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO AUDITIVA – PCA ......................................................72 9.5 PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA – PPR ....................................................73
  • 3. 4 9.6 PROGRAMA DE PREVENÇÃO E RISCOS EM PRENSAS E SIMILARES – PPRPS ..............74 UNIDADE 10 – INSPEÇÃO E FISCALIZAÇÃO DO TRABALHO............................82 10.1 SURGIMENTO E EVOLUÇÃO....................................................................................82 10.2 DEFINIÇÕES E CONCEITOS ....................................................................................83 10.3 POSIÇÃO INSTITUCIONAL DA INSPEÇÃO DO TRABALHO.............................................84 10.4 MODALIDADES DE FISCALIZAÇÃO...........................................................................85 REFERÊNCIAS.........................................................................................................89
  • 4. 5 UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO Ao se tratar da segurança e saúde do trabalho nas organizações, sempre nos lembramos do setor responsável pelas atividades prevencionistas, o SESMT – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – que segundo a Norma Regulamentadora NR 4 do Ministério do Trabalho, possui “a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho”. A existência ou não deste setor é vinculada à graduação de risco da atividade principal da empresa e ao número total de empregados que trabalham no estabelecimento, sendo este entendido como cada uma das unidades da empresa, funcionando em lugares diferentes, tais como: fábrica, refinaria usina, escritório, oficina e depósito. Este setor deve ser composto por profissionais com formação na área, devendo a empresa exigir no ato da contratação a qualificação necessária para a investidura no cargo. Os profissionais que formam este serviço são os seguintes: Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho, Técnico de Enfermagem do Trabalho, Auxiliar de Enfermagem do Trabalho e o Técnico de Segurança do Trabalho (UNESP, 2006). As competências do SESMT nas organizações, conforme a NR 4, estão baseadas nas aplicações e conhecimentos sobre prevenção de acidentes e doenças no ambiente de trabalho e todos seus componentes, de modo a eliminar os riscos existentes. Deve também determinar medidas de controle, indicar equipamentos de proteção individual e coletiva, colaborar nos projetos e implantação de novas tecnologias da empresa, promover atividades de conscientização, educação e orientação, esclarecer e conscientizar os empregados dos riscos, analisar os acidentes e registrar os dados. Outro apoio para a prevenção nas empresas é a CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, que tem como tarefa a “prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida dos empregados e do empregador, sendo os primeiros eleitos em escrutínio secreto e os outros indicados pela empresa. À CIPA
  • 5. 6 cabe apontar os atos inseguros dos trabalhadores e as condições de insegurança existentes na organização. Apesar do apoio fornecido por este setor especializado, no caso do SESMT, e orientador, no caso da CIPA, verifica-se a necessidade da criação de uma cultura organizacional que seja voltada para a segurança e saúde. A ideia deve partir da alta gerência da empresa, integrando nos esforços da organização, ações efetivas voltadas para segurança, saúde e bem-estar e moral de seus funcionários, através de uma abordagem estruturada para a avaliação e o controle dos riscos no trabalho. A alta administração deve definir, documentar e ratificar sua política de segurança e saúde no trabalho, reconhecendo este tema como parte integrante do desempenho de seu negócio, fornecendo recursos adequados e responsabilizando os gerentes de linha, do mais alto executivo ao primeiro nível de supervisão, pelo cumprimento desta política. Os profissionais que compõem o serviço de segurança e medicina do trabalho devem ter o papel de assessores da empresa, contribuindo para o processo, a formação de ideias e a conscientização. Seu papel será o de, além de cumprir a legislação, orientar e contribuir com novas ideias (SILVA, 2008). Esta pequena introdução vem mostrar a importância dos serviços de segurança no trabalho, e ao longo desta apostila discorreremos sobre os riscos aos quais os trabalhadores estão sujeitos e os vários programas que devem ser observados pelas empresas, não só para atender às exigências legais, mas principalmente visando a segurança dos seus empregados que são o bem mais importante de qualquer organização, os quais irão de encontro ao nosso objetivo principal: prevenir as doenças que surgem em decorrência do trabalho. O arcabouço está assim construído: riscos físicos, químicos, gasosos, biológicos, conceitos, classificações, medidas de controle, manuseio; ventilação; riscos relativos ao manuseio, armazenagem e transporte de substâncias agressivas; equipamentos de proteção individual; programas de saúde do trabalhador; insalubridade e periculosidade; inspeção e fiscalização do trabalho. Esta apostila não é uma obra inédita, trata-se de uma compilação de autores e temas ligados aos programas que existem na área de medicina e segurança no trabalho e tomamos o cuidado de disponibilizar ao final da mesma, várias
  • 6. 7 referências que podem complementar o assunto e sanar possíveis lacunas que vierem a surgir. Desejamos bons estudos a todos!
  • 7. 8 UNIDADE 2 – RISCOS X HIGIENE DO TRABALHO 2.1 Conceitos, classificação e reconhecimento Higiene Ocupacional, industrial ou do trabalho é uma técnica preventiva que atua na exposição do trabalhador a um ambiente agressivo com o objetivo de evitar doenças profissionais. Por definição, é a ciência e a arte dedicada à prevenção, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos existentes ou originados dos locais de trabalho, os quais podem prejudicar a saúde e o bem-estar das pessoas no trabalho, enquanto considera os possíveis impactos sobre o meio ambiente geral. Mas, o que são riscos? Na epidemiologia, o conceito de risco corresponde à probabilidade de um indivíduo, de uma população definida, desenvolver uma determinada doença, em um período de tempo também estabelecido. Os riscos estão presentes nos locais de trabalho e em todas as demais atividades humanas, comprometendo a segurança e a saúde das pessoas e a produtividade da empresa. No entendimento de Pignati (2007), os fatores de risco provocam cargas à saúde dos trabalhadores e se transformam em situações de risco que, quando não eliminadas, ocasionam eventos de riscos ou acidentes de trabalho (típicos, trajetos e doenças do trabalho), cujos efeitos podem atingir suas famílias, a população e o ambiente do entorno ou da região. Estas situações de risco têm origem na organização dos processos de trabalho influenciados por dinâmicas sociais, tecnológicas e de promoção de saúde, que necessitam serem vigiadas pelos trabalhadores, pela população afetada/agravada e pelo Estado, no sentido de serem eliminadas num processo de vigilância à saúde no trabalho. A noção de risco “ocupacional”, que tem orientado muitas intervenções nos ambientes de trabalho, apresenta como limitações a dependência do conhecimento prévio sobre os determinantes de agravos e a menor viabilidade de uso desta noção quando se desconhece uma relação direta entre o agente de risco e o efeito à saúde (AYRES, 2002).
  • 8. 9 Na toxicologia, o conceito de risco está associado à estimativa da probabilidade de desenvolvimento de uma doença como resultado de uma determinada exposição (FUNASA, 2002). Se pensarmos em termos de agentes agressivos, a exposição causa, dentre outros agravos, enfermidade profissional, fadiga, acidentes no trabalho, envelhecimento, desgaste prematuro e insatisfação. Tanto por isso, podemos elencar como objetivos da higiene do trabalho: Eliminar ou reduzir os agentes agressivos de natureza química, física ou biológica encontrados no ambiente de trabalho, capazes de acarretar doenças profissionais ou qualquer outro prejuízo a saúde do trabalhador. São fases da higiene do trabalho: • Antecipação - F ase de prevenção de riscos – São considerados os riscos ambientais que poderão ocorrer nos ambientes de trabalho, visando a introdução de sistemas de controle durante as fases de projeto, instalação, ampliação, modificação ou substituição de equipamentos ou processos; • Reconhecimento - Identificação dos riscos – Identificar os riscos ambientais que podem influenciar a saúde dos trabalhadores. Nesta fase torna-se necessário um estudo sobre matérias-primas, produtos e subprodutos, métodos e procedimentos de rotina, processos produtivos, instalações e equipamentos existentes. É a primeira avaliação qualitativa do ambiente de trabalho; • Avaliação - Constatação da presença do agente com quantificação – É a fase da avaliação quantitativa dos riscos ambientais através de medições de curto ou longo prazo nos ambientes de trabalho e comparação com os limites de tolerância. As avaliações devem ser realizadas após a elaboração de estratégias de amostragem que devem estar de acordo com as técnicas de avaliação e análise selecionadas; • Controle - Medidas a serem adotadas após a comparação – O controle deve ser dimensionado levando-se em consideração os recursos técnicos e financeiros, sendo preferencialmente recomendados os controles de engenharia. Esta é a fase mais importante, devendo ser iniciada, sempre que possível, durante as fases de antecipação e reconhecimento.
  • 9. 10 UNIDADE 3 – RISCOS FÍSICOS 3.1 Conceito, tipos, limites de tolerância, medidas de controle No grupo dos riscos físicos, podemos encaixar diversas formas de energia, como: ruídos; temperaturas excessivas; vibrações; pressões anormais; radiações ionizantes e radiações não ionizantes; frio; calor; umidade. Os riscos físicos podem ser enumerados dependendo dos equipamentos de manuseio do operador ou do ambiente em que se encontra no laboratório. Não devem ser confundidos com os riscos de acidentes. Ruídos As máquinas e equipamentos utilizados pelas empresas produzem ruídos que podem atingir níveis excessivos, podendo a curto, médio e longo prazo provocar sérios prejuízos à saúde. Dependendo do tempo de exposição, nível sonoro e da sensibilidade individual, as alterações danosas poderão manifestar-se imediatamente ou gradualmente. Quanto maior o nível de ruído, menor deverá ser o tempo de exposição ocupacional. Abaixo temos os limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente: Nível de ruído dB (A) Máxima exposição diária permissível 85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos 90 4 horas 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 93 2 horas e 40 minutos 94 2 horas e 40 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 15 minutos 100 1 hora 102 45 minutos
  • 10. 11 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos O ruído age diretamente sobre o sistema nervoso, ocasionando: ⇒ fadiga nervosa; ⇒ alterações mentais – perda de memória, irritabilidade, dificuldade em coordenar ideias; ⇒ hipertensão; ⇒ modificação do ritmo cardíaco; ⇒ modificação do calibre dos vasos sanguíneos; ⇒ modificação do ritmo respiratório; ⇒ perturbações gastrointestinais; ⇒ diminuição da visão noturna; ⇒ dificuldade na percepção de cores. Além dessas consequências, o ruído atinge também o aparelho auditivo causando a perda temporária ou definitiva da audição. Para evitar ou diminuir os danos provocados pelo ruído no local de trabalho, podem ser adotadas as seguintes medidas: Medidas de proteção coletiva – enclausuramento da máquina produtora de ruído; isolamento de ruído; Medida de proteção individual – fornecimento de equipamento de proteção individual - EPI (no caso, protetor auricular). O EPI deve ser
  • 11. 12 fornecido na impossibilidade de eliminar o ruído ou como medida complementar; Medidas médicas – exames audiométricos periódicos, afastamento do local de trabalho, revezamento; Medidas educacionais – orientação para o uso correto do EPI, campanha de conscientização; Medidas administrativas – tornar obrigatório o uso do EPI (controlar seu uso). Vibrações Na indústria é comum o uso de máquinas e equipamentos que produzem vibrações, as quais podem ser nocivas ao trabalhador. As vibrações podem ser: → Localizadas (em certas partes do corpo) – são provocadas por ferramentas manuais, elétricas e pneumáticas; • Consequências – alterações neurovasculares nas mãos, problemas nas articulações das mãos e braços; osteoporose (perda de substância óssea); → Generalizadas (ou do corpo inteiro) – as lesões ocorrem com os operadores de grandes máquinas, como os motoristas de caminhões, ônibus e tratores; • Consequências – Lesões na coluna vertebral; dores lombares. Para evitar ou diminuir as consequências das vibrações é recomendado o revezamento dos trabalhadores expostos aos riscos (menor tempo de exposição). Radiações São formas de energia que se transmitem por ondas eletromagnéticas. A absorção das radiações pelo organismo é responsável pelo aparecimento de diversas lesões. Podem ser classificadas em dois grupos:
  • 12. 13 Radiações ionizantes – os operadores de raios-X e radioterapia estão frequentemente expostos a esse tipo de radiação, que pode afetar o organismo ou se manifestar nos descendentes das pessoas expostas; Radiações não ionizantes – são radiações não ionizantes, a radiação infravermelha, proveniente de operação em fornos, ou de solda oxiacetilênica, radiação ultravioleta como a gerada por operações em solda elétrica, ou ainda raios laser, micro-ondas, etc. Seus efeitos são perturbações visuais (conjuntivites, cataratas), queimaduras, lesões na pele, etc. Para que haja o controle da ação das radiações para o trabalhador é preciso que se tome: - Medidas de proteção coletiva – isolamento da fonte de radiação (ex: biombo protetor para operação em solda), enclausuramento da fonte de radiação (ex: pisos e paredes revestidas de chumbo em salas de raio-x); - Medidas de proteção individual – fornecimento de EPI adequado ao risco (ex: avental, luva, perneira e mangote de raspa para soldador, óculos para operadores de forno); - Medida administrativa – exemplo: dosímetro de bolso para técnicos de raio- x. - Medida médica – exames periódicos. Existem equipamentos que podem gerar calor ou chama, como por exemplo, estufas, banhos de água, bico de bunsen, lâmpadas infravermelha, manta aquecedora, agitadores magnéticos com aquecimento, chapas aquecedoras, termociclador, incubadora elétrica, forno de micro-ondas, esterilizadores de alças ou agulhas de platina, autoclave, portanto, sua instalação deve ser feita em local ventilado, longe de materiais inflamáveis, voláteis, termossensíveis. Ao operar equipamentos geradores de calor, o operador deve se proteger com luvas adequadas (resistentes ou revestidas com material isolante) e avental. O manuseio de destiladores com substâncias voláteis ou perigosas deve ser feito
  • 13. 14 dentro da capela de segurança química e exaustão e devem-se utilizar máscaras com filtros adequados para substâncias voláteis. Um equipamento bastante comum no laboratório é a chama de aquecimento e a manta aquecedora. Por ser portátil e os usuários terem facilidade em deslocá-lo, podem causar queimaduras nas mãos com certa frequência. A colocação de um aviso de advertência de que pode estar quente é providencial para todos os usuários. Ainda com relação ao fogo e suas consequências, são medidas recomendadas para sua proteção: Identificar a localização do chuveiro, dos extintores e dos baldes de areia; Identificar a localização dos quadros elétricos e da torneira geral do gás; Saber que aquecer produtos a altas temperaturas pode provocar queimaduras; Conhecer como se deve acender o bico de gás; Nunca abandonar um bico ou lamparina acesa; Evitar movimentá‐los quando acesos; Flamejar os instrumentos e os tubos com cuidado para evitar formação de aerossóis; Não usar material facilmente inflamável nas proximidades da chama; Evitar exposição aos vapores da autoclave quando de sua abertura, pois pode provocar queimadura; Usar luvas isolantes para remover materiais da autoclave. Para baixas temperaturas: Determinados experimentos devem ser realizados dentro de câmaras frias, portanto, quando o operador executar tais tarefas por um período prolongado recomenda-se o uso de roupas térmicas com capuz, uma vez que o frio também pode danificar os cabelos;
  • 14. 15 Frascos que contêm nitrogênio líquido e gelo seco quando inadequadamente manipulados ou transportados também provocam acidentes graves como as queimaduras (ODA; ÁVILA, 1998) Consequências de temperaturas extremas – quente e frio Altas temperaturas Baixas temperaturas Altas temperaturas podem provocar: - desidratação; - erupção da pele; - câimbras; - fadiga física; - distúrbios psiconeuróticos; - problemas cardiocirculatórios; - insolação. Baixas temperaturas podem provocar: - feridas; - rachaduras e necrose na pele; - enregelamento: ficar congelado; - agravamento de doenças reumáticas; - predisposição para acidentes; - predisposição para doenças das vias respiratórias. Para o controle das ações nocivas das temperaturas extremas ao trabalhador, é necessário que se tome medidas: • de proteção coletiva – ventilação local exaustora com a função de retirar o calor e gases dos ambientes, isolamento das fontes de calor/frio; • de proteção individual – fornecimento de EPI (ex: avental, bota, capuz, luvas especiais para trabalhar no frio). Pressões anormais Há uma série de atividades em que os trabalhadores ficam sujeitos a pressões ambientais acima ou abaixo das pressões normais, isto é, da pressão atmosférica a que normalmente estamos expostos. Baixas pressões: são as que se situam abaixo da pressão atmosférica normal e ocorrem com trabalhadores que realizam tarefas em grandes altitudes. No Brasil, são raros os trabalhadores expostos a este risco. Altas pressões: são as que se situam acima da pressão atmosférica normal. Ocorrem em trabalhos realizados em tubulações de ar comprimido, máquinas de perfuração, caixões pneumáticos e trabalhos executados por mergulhadores. Ex: caixões pneumáticos, compartimentos estanques instalados nos fundos dos mares,
  • 15. 16 rios, e represas onde é injetado ar comprimido que expulsa a água do interior do caixão, possibilitando o trabalho. São usados na construção de pontes e barragens. A exposição a pressões anormais, pode causar a ruptura do tímpano quando o aumento de pressão for brusco e a liberação de nitrogênio nos tecidos e vasos sanguíneos e morte. Por ser uma atividade de alto risco, exige legislação específica (NR-15) a ser obedecida. Umidade As atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcadas, com umidades excessivas, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores, são situações insalubres e devem ter a atenção dos prevencionistas por meio de verificações realizadas nesses locais para estudar a implantação de medida de controle. A exposição do trabalhador à umidade pode acarretar doenças do aparelho respiratório, quedas, doenças de pele, doenças circulatórias, entre outras. Para o controle da exposição do trabalhador à umidade podem ser tomadas medidas de proteção coletiva (como o estudo de modificações no processo do trabalho, colocação de estrados de madeira, ralos para escoamento) e medidas de proteção individual (como o fornecimento do EPI – luvas de borracha, botas, avental para trabalhadores em galvanoplastia, cozinha, limpeza, etc).
  • 16. 17 UNIDADE 4 – RISCOS QUÍMICOS/GASOSOS 4.1 Definição de contaminantes químicos e reconhecimento Os mais diversos produtos químicos que chegam a nós vêm da transformação de alguma matéria-prima presente na natureza como o petróleo, gás natural, carvão; da biomassa (madeira, cana de açúcar etc.), de minerais retirados das rochas; da água do mar (sal) e de depósitos naturais como os de salgema, fosfato e enxofre de fontes naturais (o ar e a água). A partir de cerca de dez matérias-primas são produzidos mais de vinte produtos básicos, como o etileno, propeno, butadieno, benzeno, gás sintético, acetileno, amônia, ácido sulfúrico, hidróxido de sódio (soda cáustica) e cloro. Dos produtos básicos são obtidos mais de 300 intermediários que darão origem às substâncias refinadas e aos produtos destinados ao consumidor final. As substâncias químicas podem ser encontradas nas formas: sólida (menor risco de contaminação); poeira (pequenas partículas sólidas); líquida (à temperatura ambiente, como ácidos e dissolventes); vapor (fase gasosa de um material líquido em condições normais); neblina (pequenas gotas de líquido em suspensão no ar); gases (substância gasosa em seu estado natural ou líquida e sólida que se transformam em gás quando aquecida). A forma como uma substância é utilizada e as suas propriedades físico- químicas determinam o risco que representa para a saúde e o meio ambiente. No caso de substâncias químicas, por exemplo, o risco, vai depender de uma série de características e condições, como: A quantidade e o tipo de produto (suas características físico-químicas); Da toxicidade; O modo como os produtos são recebidos na empresa, armazenados;
  • 17. 18 A forma e as condições de uso (enclausuradas ou não, aquecidas ou pressurizadas); A destinação dos seus resíduos durante e após o uso; O meio e a condição de transporte, tanto dentro da empresa como até a entrega ao comprador, etc. As substâncias químicas constituem um dos principais fatores de risco nos ambientes de trabalho, ao lado de outros como o calor, o barulho, a radiação ionizante e a não ionizante, etc. Devido a sua ampla gama de aplicações, os produtos químicos e os riscos a eles relacionados podem ser encontrados em quase todos os segmentos industriais, como: metalurgia e galvanoplastia; gráfica e impressão; mineração e extração; vidros; madeira e móveis; construção civil; papel e celulose; alimentação, etc. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), as substâncias perigosas matam ao redor de 438.000 trabalhadores anualmente e, estima-se que 10% dos cânceres de pele são decorrentes da exposição às substâncias perigosas no local de trabalho. Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que aproximadamente 125 milhões de trabalhadores estão expostos ao amianto em nível mundial, resultando em cerca de 90.000 mortes por ano, em uma tendência crescente. Desconhece-se, além disso, o alcance real das doenças ocupacionais relacionadas à exposição às substâncias químicas perigosas (BRASIL, 2006). Os riscos existentes relacionados à exposição a substâncias químicas são complexos e requerem aprofundamento para sua contextualização em razão das dificuldades de se correlacionar as dimensões, em particular: • As medições atmosféricas de concentrações de produtos em volume apenas expressam potencialidades de contato e de contaminação, não sendo retrato da realidade; • Há interação entre os agentes químicos e o corpo humano onde as reações adversas ou de homeostase ocorrem de acordo com padrões em que a variabilidade é dada, como regra, pela suscetibilidade individual;
  • 18. 19 • É possível estabelecer padrões de reação em relação ao tipo de efeito e órgão-alvo e, quanto maior a exposição, maiores os efeitos em termos epidemiológicos; • Entretanto, em termos individuais, a reação é medida por variáveis cíclicas e constantes relativas ao histórico de vida e patrimônio genético dos indivíduos, e a regra, também aqui, é sempre a variabilidade; • Os limites de tolerância não são capazes de dar conta destas variações e têm uma margem de falhas que comprometem seu uso como instrumento para a prevenção de danos à saúde. O reconhecimento e a análise dos riscos relacionados a agentes químicos são atividades prioritárias para qualificar a intervenção na defesa da saúde do trabalhador: quem não reconhece não pode avaliar e prevenir o risco. Quem melhor conhece o ambiente e os riscos a que está submetido é o trabalhador e sua participação é fundamental em todas as ações que envolvam sua saúde (BRASIL, 2006). O quadro abaixo materializa os danos à saúde, principalmente à saúde do trabalhador, causados pelos agentes químicos. Fonte: Freitas (2010)
  • 19. 20 4.2 Classificação das substâncias químicas de acordo com o efeito Dependendo do efeito no organismo, as substâncias químicas podem ser classificadas como: Corrosivas – destroem os tecidos com os quais entram em contato, sejam eles superficiais como a pele, internos (dentro do corpo) ou dos olhos; Irritantes – provocam inflamação da pele, olhos ou membranas mucosas. Este efeito pode aparecer de imediato ou após um período prolongado; Causadoras de efeitos dermatológicos – provocam diferentes tipos de dermatites na pele, como, por exemplo o cromo; Asfixiantes – impedem o aproveitamento do oxigênio pelas células dos organismos vivos, dividindo-se em “simples” (se acumulam no ambiente e provocam a diminuição da concentração de oxigênio) e “químico” (atuam no organismo, impedindo o fornecimento de oxigênio aos tecidos); Anestésicos – atuam no sistema nervoso central, fundamentalmente no cérebro; Tóxicas sistêmicas – quando a ação da substância se desenvolve em órgão ou tecido do organismo após a absorção, elas recebem esta classificação, podendo ser: a) hepatotóxica – exerce ação sobre o fígado. Ex.: tetracloreto de carbono que pode produzir necrose; tetracloroetano que pode produzir atrofia aguda, etc. b) nefrotóxica – exerce ação sobre os rins. Ex.: cloreto de mercúrio. c) neurotóxica – ação sobre alguma parte do sistema nervoso. Ex.: n-hexano que provoca neuropatia periférica. d) hematotóxica – exerce ação sobre o sangue e o sistema hematopoiético (formador de sangue). Ex.: arsina, que produz hemólise ou destruição das células vermelhas do sangue com derramamento da hemoglobina nela contida; benzeno, que atua na medula óssea, afetando todo o sistema formador de sangue podendo provocar vários tipos de danos tais como leucopenia (diminuição das células brancas), anemia (diminuição de células vermelhas), plaquetopenia (diminuição de
  • 20. 21 plaquetas responsáveis pela coagulação do sangue), leucemia (câncer do sangue) etc. e) ototóxicas – exercem ação sobre a audição. Ex.: os solventes e alguns metais como o mercúrio e o chumbo, podem provocar perdas auditivas. Vários estudos mostram que a exposição ocupacional a solventes e ao ruído ao mesmo tempo, provoca perda auditiva muito maior do que a exposição a qualquer um destes agentes isoladamente. Há nestes casos uma ação sinergética, isto é, um dano maior do que a simples soma dos danos individuais de cada agente. Causadoras de danos pulmonares – segundo o efeito que ela pode provocar no pulmão, podendo se classificar em: a) pneumoconiótica – que produz enfermidades crônicas pulmonares, caracterizadas por um endurecimento do parênquima devido à ação irritativa prolongada causada por inalação crônica de pós de ação danosa. A pneumoconiose provocada pode ser considerada benigna ou nociva: fibrótica ou não fibrótica. Ex.: sílica, amianto, etc. b) incômoda - não produz pneumoconiose. Genotóxicas – que podem provocar danos ao material genético; Mutagênicas – quando uma substância é capaz de causar qualquer modificação relativamente estável no material genético, DNA. Muitas destas podem ser também cancerígenas; Cancerígenas – que são capazes de produzir câncer, um tumor maligno que é composto de células que se dividem e se dispersam através do organismo. Ex.: benzeno, amianto/asbesto, formaldeído; Alergizantes – substância capaz de produzir reação alérgica, resultante de uma sensibilização do organismo produzida por contatos anteriores com a substância, que gera uma resposta imunológica, manifestada através de erupções de pele, asma química, dermatites diversas, etc.. Ex.: dermatites de contato produzidas pelo cromo, níquel etc. Disruptores endócrinos – comportam-se no organismo como hormônios sexuais, principalmente o estrógeno, hormônio feminino. Podem provocar características femininas em seres do sexo masculino, e em mulheres
  • 21. 22 aumentam a probabilidade de câncer de mama, por exemplo (FREITAS, 2010). 4.3 Tolerância aos agentes químicos O reconhecimento e avaliação dos agentes de risco devem ser feitas através de métodos científicos e objetivos cujos resultados possam ser comparados com valores preestabelecidos. Entretanto, vários agentes ainda não possuem tais métodos sendo ainda avaliados pelo sentimento do avaliador. Em higiene ocupacional, concentrações de agentes químicos são expressas em termos volumétricos e massa. As unidades adotadas são: Parte Por Milhão (PPM) = partes do contaminante por milhão de partes de ar; Porcentagem (%) = Volume de contaminante em relação ao volume total de ar; Miligrama por Metro Cúbico (Mg/M3) = Massa de contaminante, em miligrama, por metro cúbico de ar. Dependendo do meio adotado para amostragem e análise, da forma como são expressos os resultados e da unidade de medida adotada como padrão para comparação com os limites de exposição, eventualmente, é necessário fazer a conversão para a unidade de referência. Para conversão, é necessário lembrar que os valores padrão, normalmente, são expressos para condições de temperatura de 25ºC e pressão atmosférica de 760 mmHg. Assim, para conversão de PPM para %, ou vice-versa, como a relação é de volume para volume, não é necessário nenhum ajuste prévio, ou seja: − PPM para % = PPM x 100 / 1.000.000 = % − % para PPM = % x 1.000.000 / 100 = PPM
  • 22. 23 Já, para conversão de PPM ou % para Mg/m3, ou vice-versa, como a relação é de massa por volume, é necessário ajustar o volume, em função do peso molecular do contaminante. Para tanto, é necessário lembrar que 1 (um) grama-mol de qualquer gás perfeito ocupa um volume de 22,4 litros, a uma temperatura de 0 (zero)ºC e pressão atmosférica de 760 mmHg. Para a condição padrão de temperatura de 25ºC e pressão atmosférica de 760 mmHg, o valor do Mol é de 24,45 litros, que equivale aos seguintes ajustes: Conversão da temperatura de ºC (Celsius) para ºK (Kelvin) = ºC + 273 Correção do volume de 1 (um) grama-mol de gás a 0 (zero) ºC ou 273 ºK para 25 ºC ou 298 ºK, que será = ((25 + 273) x 22,4) / 273 = 24,45 = Mol Assim, para conversão dos valores de concentração nas diferentes unidades que normalmente são utilizadas em higiene ocupacional, o procedimento é o seguinte: PPM = (Mg/m3 x Mol) / Pm PPM = (% x 1.000.000) / 100 Mg/m3 = PPM x (Pm / Mol) Mg/m3 = (% x 1.000.000) / 100 x (Pm / Mol) % = (PPM x 100) / 1.000.000 % = ((Mg/m3 x Mol) / Pm) x 100) / 1.000.000 Onde: PPM = Parte Por Milhão (volume/volume) Mg/m3 = Miligrama por Metro Cúbico (massa/volume) Pm = Peso Molecular da Substância Mol = Volume ocupado por 1 (um) grama-mol de um gás, a 760 mmHg e 25 ºC Limite de exposição se refere a um valor genérico, podendo englobar todos os limites, dentre eles o limite de curta exposição, limite de tolerância, valor teto, etc., não tendo portanto um valor absoluto e englobando os seguintes valores:
  • 23. 24 • O limite de tolerância é o valor limite da concentração do agente dentro do qual a maioria dos trabalhadores poderia permanecer exposta 8 horas diárias e 48 horas semanais durante toda a vida laboral, sem apresentar nenhum sintoma de doenças; • Para o cálculo da concentração dos agentes químicos, a legislação brasileira admite a possibilidade de amostragem contínua e/ou instantânea. Para o caso da amostragem contínua os valores serão ponderados, em função do tempo de amostragem. Para o caso da amostragem instantânea, a exigência é de no mínimo 10 amostragens com intervalo de 20 minutos entre cada uma e o resultado expresso como a média aritmética das 10 amostragens. Nenhum dos resultados pode ultrapassar o “valor máximo”; • O valor “teto” é o valor estabelecido na legislação brasileira que não pode ser ultrapassado em nenhum momento da jornada de trabalho. Este valor é igual ao “limite de tolerância”; •Valor Máximo é o valor estabelecido na legislação brasileira e que não pode ser ultrapassado em nenhum momento da jornada de trabalho. Este valor é calculado como segue: valor máximo = LT X FD onde: LT = limite de tolerância do agente químico FD = fator de desvio, segundo o quadro abaixo: LT (PPM ou MG/m3 ) FD 0 a 1 3 1 a 10 2 10 a 100 1,5 100 a 1000 1,25 Acima de 1000 1,1 4.4 Medidas de controle Muitos são os obstáculos ao se iniciar a implementação de medidas para controle dos agentes químicos no ambiente de trabalho. Por essa razão, muitas
  • 24. 25 vezes esse processo é ignorado. Dentre os principais obstáculos identificados, pode- se citar: Insuficiente conscientização de empregadores e empregados; Falta de procedimentos documentados e organizados de maneira sistemática; Rotulagem inapropriada ou inexistente dos produtos químicos; Falta de informação adequada sobre qualidade, quantidade, e toxicidade dos produtos em uso; Falta de treinamento apropriado; Recursos humanos e financeiros escassos; Dificuldade ao acesso de informações. Para dar início a implementação de medidas para controle dos agentes químicos no ambiente de trabalho é preciso: Conhecer as propriedades físico-químicas de todos os agentes químicos armazenados e utilizados na empresa; Conhecer as quantidades frequentemente utilizadas; Calcular as quantidades realmente utilizadas no processo produtivo; Avaliar as quantidades perdidas e/ou desperdiçadas; Identificar situações onde utilização da substância tenha potencial para causar danos à saúde do trabalhador; Identificar se há alternativa de substituição de produtos classificados como muito tóxicos por produtos menos tóxicos; Identificar meios de utilizar os produtos químicos de modo mais eficiente e seguro; Monitorar a implementação de ações para melhoria contínua das condições de SST da empresa; e, Quantificar os resultados alcançados.
  • 25. 26 A primeira etapa para criação de um processo sistemático para implementação de medidas de controle dos agentes químicos no ambiente de trabalho é identificar todas as situações de perigo na empresa, deve-se analisar desde a estocagem dos produtos, sua utilização no processo, até o descarte de material. Uma maneira prática de identificar tais situações é seguir o “fluxo” dos produtos químicos dentro da empresa: aquisição, recebimento/entrega, armazenagem, manuseio, processamento e descarte. Para tanto, deve-se programar “passeios exploratórios” pelos diversos setores da empresa, durante diferentes dias e horários da semana e em diferentes semanas. Durante tais passeios, deve-se analisar as atividades dos trabalhadores e as condições de utilização dos produtos químicos. A segunda etapa do processo para implementação de medidas de controle dos agentes químicos no ambiente de trabalho consiste em, uma vez conhecendo todo o fluxo dos produtos químicos dentro da empresa, criar um inventário dos mesmos. Para criar um inventário, inicialmente é preciso saber quais informações sobre os produtos químicos utilizados a empresa tem à disposição. Lembrar que devem ser discriminados TODOS os produtos químicos existentes e/ou gerados dentro da empresa, tais como: Matéria-prima; Preparações especiais; Vapores emanados durante o manuseio e preparação de produtos; Fumos, poeiras, névoas gerados durante as atividades/processos; Substâncias coadjuvantes (catalisadores, corantes, tintas, adesivos, secantes, etc); Substâncias utilizadas na limpeza dos equipamentos e do local de trabalho (resíduos); e, Produto final.
  • 26. 27 Com todos esses dados em mãos (Figura 1 e Figura 2 abaixo), a próxima etapa é definir quais são as ações que devem ser adotadas para implementar um sistema efetivo de controle da exposição aos agentes químicos no ambiente de trabalho. Figura 1 – Ficha descritiva: utilização de produtos químicos Figura 2- Inventário dos produtos químicos Fonte: Fundacentro (2007)
  • 27. 28 Ainda que o ideal seja a eliminação completa de qualquer agente ou fator de risco que possa afetar a saúde nos ambientes de trabalho, isto nem sempre é possível. A proposta ao se implementar um sistema efetivo de controle da exposição aos agentes químicos no ambiente de trabalho é buscar a redução máxima da exposição e, consequentemente, do risco. A fonte de perigo, a propagação através do ambiente de trabalho, e a exposição do trabalhador devem ser interrompidas de alguma forma. Durante o processo de avaliação é necessário levar em consideração a seguinte hierarquia de controle: Eliminação – É possível evitar o uso do produto químico perigoso? É possível modificar o processo ou a maneira de trabalhar? Substituição – É possível substituir uma substância perigosa por outra? Ou ainda, utilizar a mesma, mas sob outra forma, de modo que não haja mais risco inaceitável? Controle – É possível controlar de maneira eficaz a exposição? EPI – É possível oferecer proteção adequada? Se houver controle técnico da exposição (exaustão, por exemplo), é necessário que ele seja reforçado por um sistema de manutenção periódica. Para completar, um controle eficiente da exposição a substâncias nocivas à saúde se faz supervisionando e treinando aqueles que irão lidar com as mesmas (FUNDACENTRO, 2007).
  • 28. 29 UNIDADE 5 – VENTILAÇÃO 5.1 Importância da ventilação para o ser humano, equipamentos de controle É notória a importância do ar para o homem é por demais conhecida, sob o aspecto da necessidade de oxigênio para o metabolismo. Por outro lado, a movimentação de ar natural, isto é, através dos ventos, é responsável pela troca de temperatura e umidade que sentimos diariamente, dependendo do clima da região. A movimentação do ar por meios não naturais constitui-se no principal objetivo dos equipamentos de ventilação, ar condicionado e aquecimento, transmitindo ou absorvendo energia do ambiente, ou mesmo transportando material, atuando num padrão de grande eficiência sempre que utilizado em equipamentos adequadamente projetados. A forma pela qual se processa a transferência de energia é que dá ao ar capacidade de desempenhar determinada função. A velocidade, a pressão, a temperatura e a umidade envolvem mudanças nas condições ambientais, tornando- as propícias ao bem-estar do trabalhador. A ventilação industrial tem sido e continua sendo a principal medida de controle efetiva para ambientes de trabalho prejudiciais ao ser humano. No campo da higiene do trabalho, a ventilação tem a finalidade de evitar a dispersão de contaminantes no ambiente industrial, bem como diluir concentrações de gases, vapores e promover conforto térmico ao homem. Assim sendo, a ventilação é um método para se evitarem doenças profissionais oriundas da concentração de pó em suspensão no ar, gases tóxicos ou venenosos, vapores, etc. O controle adequado da poluição do ar tem início com uma adequada ventilação das operações e processos industriais (máquinas, tornos, equipamentos, etc.), seguindo-se uma escolha conveniente de um coletor dos poluentes (filtros, ciclones, etc.). Todavia, ao se aplicar a ventilação numa indústria, é preciso verificar antes, as condições das máquinas, equipamentos, bem como o processo existente, a fim de se obter a melhor eficiência na ventilação. A modernização das indústrias, isto é, mecanização e/ou automação, além de aumentar a produção melhora sensivelmente a higiene do trabalho com relação a poeiras, gases, etc.
  • 29. 30 5.2 Conceito e aplicação da ventilação A ventilação é uma técnica que permite a substituição do ar de um ambiente interior por ar do exterior, com o objetivo de reduzir as concentrações dos contaminantes e/ou por razões de conforto (MAYAN, 2012). A concepção de um sistema de ventilação deverá, portanto, corresponder às exigências de higiene do local (criação de ar mais limpo), mas por outro lado tem de ser compatível com o ciclo produtivo e aceite pelas pessoas que permanecem no local. A ventilação dos locais de trabalho pode ser obtida por dois processos: ventilação geral ou ventilação local. O sistema de ventilação geral, também designado por ventilação por diluição, consiste na introdução de ar limpo em quantidade suficiente para que as concentrações dos contaminantes no ar ambiente se reduzam a níveis aceitáveis. Em outras palavras: a ventilação geral é um dos métodos disponíveis para controle de um ambiente ocupacional. Consiste em movimentar o ar num ambiente através de ventiladores; também chamada ventilação mecânica. Um ventilador pode insuflar ar num ambiente, tomando ar externo, ou exaurir ar desse mesmo ambiente para o exterior. Quando um ventilador funciona no sentido de exaurir ar de um ambiente e comumente chamado de exaustor. Num ambiente, a pressão atmosférica comum, a insuflação e a exaustão provocam uma pequena variação da pressão (considerada desprezível). Dessa forma, a insuflação é chamada de pressão positiva e a exaustão de pressão negativa. A ventilação geral pode ser fornecida pelos seguintes métodos: - insuflação mecânica e exaustão natural; - insuflação natural e exaustão mecânica; - insuflação e exaustão mecânica. A insuflação mecânica, ventilando ar externo num ambiente, nem sempre é recomendável, uma vez que o ar externo pode estar contaminado de impurezas, ou ainda, com temperatura e umidade relativa inadequadas.
  • 30. 31 A ventilação geral, considerando as quantidades de ar que terão de ser movimentadas, tem limitações, nomeadamente: quando as quantidades de poluente libertadas são importantes e, portanto, para o controle das concentrações é necessário movimentar grandes massas de ar; quando os postos de trabalho estão localizados muito perto da fonte emissora e, portanto, ser difícil apenas por diluição atingir os níveis aceitáveis. Este tipo de ventilação só pode ser aplicado eficazmente quando os contaminantes em causa são de baixa toxicidade, são libertados uniformemente e em pequenas quantidades, estando contraindicado no caso do controle do empoeiramento. Como este método não é circunscrito à fonte de poluição, mas abrange todo o local de trabalho, para garantir que os níveis de contaminante se reduzam a valores aceitáveis o volume de ar a renovar deve ser multiplicado por um fator de segurança. Este fator vai depender da toxicidade da substância, caudal de libertação e pode tomar valores compreendidos entre 3 e 10. A ventilação geral envolve, portanto, a movimentação de grandes massas de ar e como tal é preferível utilizá-la como complemento da ventilação local. O objetivo da ventilação local é captar os contaminantes o mais perto possível da sua fonte emissora e antes do trabalhador. Este processo necessita de movimentar quantidades de ar muito menores que a ventilação geral e, por isso, os custos de investimento e de manutenção são menores. Tem, contudo, um aspecto condicionador; uma vez instalado o sistema, o processo produtivo não deve ser mudado de lugar para garantir a sua eficiência. Na ventilação local, ou ventilação por aspiração localizada, é feita a captação do contaminante na fonte, a sua condução em tubagem até a um coletor que o retém lançando o ar na atmosfera. Em certas situações pode não existir coletor do contaminante, mas sim um percurso suficiente do ar poluído de modo a que por diluição sejam atingidos níveis aceitáveis, mesmo para as emissões (existe legislação específica para as emissões). Na montagem de um sistema de ventilação por exaustão devem ser tomados em consideração alguns aspectos:
  • 31. 32 o dispositivo de captação deve ser colocado o mais perto possível da emissão do contaminante e de forma envolvente da fonte; o trabalhador não deve estar colocado entre a captação e a fonte, ou seja, a deslocação do ar aspirado deve estar no sentido contrário às vias respiratórias do trabalhador; o sistema de aspiração deve corresponder ao movimento natural dos contaminantes. Por exemplo, no caso de poluentes mais densos que o ar, a sua movimentação é no sentido descendente por isso a aspiração deve ser a nível inferior; a velocidade de captação deve corresponder ao caudal de emissão do contaminante e às suas características físicas; para uma captação eficiente, o ar aspirado deve ser compensado com entrada de ar exterior. Recomenda-se que o ar entrado tenha um caudal 10 % superior ao caudal de aspiração; as saídas de ar poluído não devem ser colocadas perto das entradas do ar novo. No estudo da ventilação também devem ser cobertos os aspectos de conforto térmico, que podem obrigar a tratamento do ar insuflado, e de correntes de ar, que podem ser remediadas com a colocação de anteparos (MAYAN, 2012). 5.3 A importância da mecânica dos fluidos A mecânica dos fluidos é o ramo da mecânica que estuda o comportamento físico dos fluidos e suas propriedades. Os aspectos teóricos e práticos da mecânica dos fluidos são de fundamental importância para a solução de diversos problemas encontrados habitualmente na engenharia, sendo suas principais aplicações destinadas ao estudo de escoamentos de líquidos e gases, máquinas hidráulicas, aplicações de pneumática e hidráulica industrial, sistemas de ventilação e ar condicionado além de diversas aplicações na área de aerodinâmica voltada para a indústria aeroespacial. O estudo da mecânica dos fluidos é dividido basicamente em dois ramos, a estática dos fluidos e a dinâmica dos fluidos. A estática dos fluidos trata das
  • 32. 33 propriedades e leis físicas que regem o comportamento dos fluidos livre da ação de forças externas, ou seja, nesta situação o fluido se encontra em repouso ou então com deslocamento em velocidade constante, já a dinâmica dos fluidos é responsável pelo estudo e comportamento dos fluidos em regime de movimento acelerado no qual se faz presente a ação de forças externas responsáveis pelo transporte de massa. Dessa forma, pode-se perceber que o estudo da mecânica dos fluidos está relacionado a muitos processos industriais presentes na engenharia e sua compreensão representa um dos pontos fundamentais para a solução de problemas geralmente encontrados nos processos industriais. Um fluido é caracterizado como uma substância que se deforma continuamente quando submetida a uma tensão de cisalhamento, não importando o quão pequena possa ser essa tensão. Os fluidos incluem os líquidos, os gases, os plasmas e, de certa maneira, os sólidos plásticos. A principal característica dos fluidos está relacionada a propriedade de não resistir a deformação e apresentam a capacidade de fluir, ou seja, possuem a habilidade de tomar a forma de seus recipientes. Esta propriedade é proveniente da sua incapacidade de suportar uma tensão de cisalhamento em equilíbrio estático. Os fluidos podem ser classificados como: Fluido Newtoniano ou Fluido Não Newtoniano. Esta classificação está associada à caracterização da tensão, como linear ou não-linear no que diz respeito à dependência desta tensão com relação à deformação e à sua derivada. Os fluidos também são divididos em líquidos e gases, os líquidos formam uma superfície livre, isto é, quando em repouso apresentam uma superfície estacionária não determinada pelo recipiente que contém o líquido. Os gases apresentam a propriedade de se expandirem livremente quando não confinados (ou contidos) por um recipiente, não formando portanto uma superfície livre.A superfície livre característica dos líquidos é uma propriedade da presença de tensão interna e atração/repulsão entre as moléculas do fluido, bem como da relação entre as tensões internas do líquido com o fluido ou sólido que o limita. Um fluido que apresenta resistência à redução de volume próprio é denominado fluido incompressível, enquanto o fluido que responde com uma
  • 33. 34 redução de seu volume próprio ao ser submetido a ação de uma força é denominado fluido compressível (RODRIGUES, 2010). Conhecendo a mecânica dos fluidos, o engenheiro de segurança do trabalho pode dimensionar as instalações de ventilação, selecionar, analisar os sistemas, estabelecer métodos de teste, contribuindo para a qualidade do ar para os trabalhadores e melhor desempenho de máquinas e equipamentos.
  • 34. 35 UNIDADE 6 – RISCOS BIOLÓGICOS 6.1 Definição e reconhecimento dos riscos biológicos O reconhecimento dos riscos ambientais é uma etapa fundamental do processo que servirá de base para decisões quanto às ações de prevenção, eli- minação ou controle desses riscos. Reconhecer o risco significa identificar, no ambiente de trabalho, fatores ou situações com potencial de dano à saúde do trabalhador ou, em outras palavras, se existe a possibilidade deste dano. Para se obter o conhecimento dos riscos potenciais que ocorrem nas di- ferentes situações de trabalho é necessária a observação criteriosa e in loco das condições de exposição dos trabalhadores. A exposição ocupacional a agentes biológicos decorre da presença desses agentes no ambiente de trabalho, podendo-se distinguir duas categorias de exposição: 1. Exposição derivada da atividade laboral que implique a utilização ou manipulação do agente biológico, que constitui o objeto principal do trabalho. É conhecida também como exposição com intenção deliberada. Nesses casos, na maioria das vezes, a presença do agente já está estabelecida e determinada. O reconhecimento dos riscos será relativamente simples, pois as características do agente são conhecidas e os procedimentos de manipulação estão bem determinados, assim como os riscos de exposição. Na área de saúde, alguns exemplos poderiam ser: atividades de pesquisa ou desenvolvimento que envolvam a manipulação direta de agentes biológicos, atividades realizadas em laboratórios de diagnóstico microbiológico, atividades relacionadas à biotecnologia (desenvolvimento de antibióticos, enzimas e vacinas, entre outros). 2. Exposição que decorre da atividade laboral sem que essa implique na manipulação direta deliberada do agente biológico como objeto principal do trabalho. Nesses casos a exposição é considerada não deliberada. Alguns exemplos de atividades: atendimento em saúde, laboratórios clínicos (com exceção do setor de
  • 35. 36 microbiologia), consultórios médicos e odontológicos, limpeza e lavanderia em serviços de saúde. A diferenciação desses dois tipos de exposição é importante porque con- diciona o método de análise dos riscos e consequentemente as medidas de proteção a serem adotadas. Consideram-se agentes biológicos os microrganismos, geneticamente modificados ou não; as culturas de células; os parasitas; as toxinas e os príons. Esses agentes são capazes de provocar dano à saúde humana, podendo causar infecções, efeitos tóxicos, efeitos alergênicos, doenças autoimunes e a formação de neoplasias e malformações. Podem ser assim subdivididos: a. Microrganismos, formas de vida de dimensões microscópicas, visíveis individualmente apenas ao microscópio – entre aqueles que causam dano à saúde humana, incluem-se bactérias, fungos, alguns parasitas (protozoários) e vírus; b. Microrganismos geneticamente modificados, que tiveram seu material genético alterado por meio de técnicas de biologia molecular; c. Culturas de células de organismos multicelulares, o crescimento in vitro de células derivadas de tecidos ou órgãos de organismos multicelulares em meio nutriente e em condições de esterilidade – podem causar danos à saúde humana quando contiverem agentes biológicos patogênicos; d. Parasitas, organismos que sobrevivem e se desenvolvem às expensas de um hospedeiro, unicelulares ou multicelulares – as parasitoses são causadas por protozoários, helmintos (vermes) e artrópodes (piolhos e pulgas); e. Toxinas, substâncias secretadas (exotoxinas) ou liberadas (endotoxinas) por alguns microrganismos e que causam danos à saúde humana, podendo até provocar a morte – como exemplo de exotoxina, temos a secretada pelo Clostridium tetani, responsável pelo tétano e, de endotoxinas, as liberadas por Meningococcus ou Salmonella; f. Príons, estruturas protéicas alteradas relacionadas como agentes etio- lógicos das diversas formas de encefalite espongiforme – exemplo: a forma bovina,
  • 36. 37 vulgarmente conhecida por “mal da vaca louca”, que, atualmente, não é considerada de risco relevante para os trabalhadores dos serviços de saúde. Não foram incluídos como agentes biológicos os organismos multicelulares, à exceção de parasitas e fungos. Diversos animais e plantas produzem ainda substâncias alergênicas, irritativas e tóxicas com as quais os trabalhadores entram em contato, como pelos e pólen, ou por picadas e mordeduras. 6.2 Classificação e ocorrência A classificação dos agentes biológicos, que distribui os agentes em classes de risco de 1 a 4, considera o risco que representam para a saúde do trabalhador, sua capacidade de propagação para a coletividade e a existência ou não de profilaxia e tratamento. Em função desses e outros fatores específicos, as classificações existentes nos vários países apresentam algumas variações, embora coincidam em relação à grande maioria dos agentes. Em 2002, foi criada no Brasil a Comissão de Biossegurança em Saúde – CBS (Portaria nº 343/2002 do Ministério da Saúde). Entre as atribuições da Comissão, inclui-se a competência de elaborar, adaptar e revisar periodicamente a classificação, considerando as características e peculiaridades do país. Considerando que essa classificação baseia-se principalmente no risco de infecção, a avaliação de risco para o trabalhador deve considerar ainda os possíveis efeitos alergênicos, tóxicos ou carcinogênicos dos agentes biológicos. A classificação publicada no Anexo II da NR 32 indica alguns destes efeitos. Fonte: Brasil (2008)
  • 37. 38 Quando a exposição é do tipo “com intenção deliberada”, devem ser aplicadas as normas estabelecidas para o trabalho em contenção, cujo nível é determinado pelo agente da maior classe de risco presente. Por exemplo, para um laboratório em que são manipulados agentes das classes de risco 2 e 3, o nível de contenção a ser adotado deverá ser o nível de contenção 3. Na publicação “Diretrizes Gerais para o Trabalho em Contenção com Material Biológico”, do Ministério da Saúde, encontram-se descritas as especificações de estrutura física e operacional, visando a proteção dos trabalhadores, usuários e meio ambiente. Esses níveis aplicam-se a laboratórios de microbiologia, de diagnóstico, de pesquisa, de ensino e de produção. A publicação esta disponível na internet, nos seguintes sítios: http://www.saudepublica.bvs.br/; http://dtr2001.saude.gov.br/editora/produtos/livros/pdf/04_0408_M.pdf; http://www.anvisa.gov.br/reblas/diretrizes.pdf. Em atividades com exposição do tipo “não deliberada”, medidas e procedimentos específicos são definidos após a avaliação dos riscos biológicos, realizada durante a elaboração do PPRA ou em situações emergenciais, e podem incluir desde alterações nos procedimentos operacionais até reformas no espaço físico. 6.3 Manuseio e medidas de controle O controle de riscos está descrito no Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e tem como objetivo eliminar ou reduzir ao mínimo a exposição dos trabalhadores do serviço de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde, aos agentes biológicos. A identificação dos riscos biológicos deve seguir metodologia qualitativa, devendo ser considerados os agentes epidemiologicamente mais frequentes, tendo em vista o perfil epidemiológico da região, do próprio serviço e dos trabalhadores do serviço de saúde. A localização geográfica é importante para o reconhecimento dos riscos biológicos porque certos agentes podem estar restritos a determinadas regiões,
  • 38. 39 enquanto que outros são de distribuição mais ampla. Dessa forma, um agente biológico que seja mais frequente em determinada região deve ser considerado no reconhecimento de riscos dos serviços de saúde localizados naquela região. As características do serviço de saúde envolvem as atividades desenvovidas no serviço e o perfil da população atendida. Em relação à atividade do serviço, os agentes biológicos presentes na pediatria podem ser bem diferentes daqueles que ocorrem em um serviço de atendimento de adultos. As fontes de exposição incluem pessoas, animais, objetos ou substâncias que abrigam agentes biológicos, a partir dos quais torna-se possível a transmissão a um hospedeiro ou a um reservatório. Reservatório é a pessoa, animal, objeto ou substância no qual um agente biológico pode persistir, manter sua viabilidade, crescer ou multiplicar-se, de modo a poder ser transmitido a um hospedeiro. A identificação da fonte de exposição e do reservatório é fundamental para se estabelecerem as medidas de proteção a serem adotadas. Exemplos: o uso de máscara de proteção para doentes portadores de tuberculose pulmonar, a higienização das mãos após procedimentos como a troca de fraldas em unidades de neonatologia para diminuir o risco de transmissão de hepatite A. Via de transmissão é o percurso feito pelo agente biológico a partir da fonte de exposição até o hospedeiro. A transmissão pode ocorrer das seguintes formas: 1. Direta – transmissão do agente biológico sem a intermediação de veículos ou vetores. Exemplos: transmissão aérea por bioaerossóis, transmissão por gotículas e contato com a mucosa dos olhos; 2. Indireta – transmissão do agente biológico por meio de veículos ou vetores. Exemplos: transmissão por meio de mãos, perfurocortantes, luvas, roupas, instrumentos, vetores, água, alimentos e superfícies. Vias de entrada são os tecidos ou órgãos por onde um agente penetra em um organismo, podendo ocasionar uma doença. A entrada pode ser por via cutânea (por contato direto com a pele), parenteral (por inoculação intravenosa, intramuscular, subcutânea), por contato direto com as mucosas, por via respiratória
  • 39. 40 (por inalação) e por via oral (por ingestão). A identificação das vias de transmissão e de entrada determina quais a medidas de proteção que devem ser adotadas. Se a via de transmissão for sanguínea, devem ser adotadas medidas que evitem o contato do trabalhador com sangue. No caso de transmissão via aérea, gotículas ou aerossóis, as medidas de proteção consistem na utilização de barreiras ou obstáculos entre a fonte de exposição e o trabalhador (exemplos: adoção de sistema de ar com pressão negativa, isolamento do paciente e uso de máscaras). Transmissibilidade é a capacidade de transmissão de um agente a um hospedeiro. O período de transmissibilidade corresponde ao intervalo de tempo durante o qual um organismo pode transmitir um agente biológico. Patogenicidade dos agentes biológicos é a sua capacidade de causar doença em um hospedeiro suscetível. Virulência é o grau de agressividade de um agente biológico, isto é, uma alta virulência de um agente pode levar a uma forma grave ou fatal de uma doença. A virulência relaciona-se à capacidade de o agente invadir, manter-se e proliferar, superar as defesas e, em alguns casos, produzir toxinas. A identificação da transmissibilidade, patogenicidade e virulência do agente no PPRA determina, além de quais medidas de proteção serão adotadas, a prioridade das mesmas. Na possibilidade de exposição ao meningococo, por exemplo, as medidas de proteção devem ser adotadas de forma emergencial devido à alta transmissibilidade, alta patogenicidade e alta virulência desse agente. Por outro lado, na exposição ao vírus da influenza, as medidas de proteção são menos emergenciais devido à baixa virulência do agente. Persistência no ambiente é a capacidade de o agente permanecer no ambiente, mantendo a possibilidade de causar doença. Exemplo: a persistência prolongada do vírus da hepatite B quando comparada àquela do vírus HIV. É muito importante conhecer e descrever a situação de trabalho que pode influenciar na segurança, na saúde ou no bem-estar do trabalhador do serviço de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde e, para tanto, devem ser considerados: aspectos físicos e de organização do local de trabalho; e,
  • 40. 41 aspectos psicológicos e sociais do grupo de trabalho, isto é, do conjunto de pessoas de diferentes níveis hierárquicos. O local de trabalho deve ter uma descrição física contendo, entre outros dados, a altura do piso ao teto, o tipo de paredes e do piso (laváveis ou não), os tipos e os sistemas de ventilação, a existência de janelas (com ou sem tela de proteção), o tipo de iluminação, o mobiliário existente (possibilidade de descontaminação), a presença de pia para higienização das mãos. Quanto à organização do trabalho é importante observarem-se os turnos, as escalas, as pausas para o descanso e as refeições, o relacionamento entre os membros da equipe e a chefia, bem como as distâncias a serem percorridas para a realização dos procedimentos, entre outros. Deve ser verificado ainda se existem procedimentos escritos e determinados para a realização das atividades, e em caso positivo, se os mesmos são adotados (diferença entre tarefa prescrita e real). A observação do procedimento de trabalho é fundamental para a avaliação do risco. A possibilidade de exposição ocorre em função da situação de trabalho e das características de risco dos agentes biológicos mais prováveis. É importante analisarem-se as medidas já adotadas, verificando a sua pertinência, eficiência e eficácia. Após essa análise e a dos demais dados coletados anteriormente, devem ser determinadas as medidas de prevenção a serem implantadas. Ao propor uma medida preventiva, é fundamental que a informação seja completa, de forma a propiciar a aplicação correta. Por exemplo, não basta citar a necessidade de utilização de máscara, deve ser descrito qual o tipo de máscara. Pode-se dizer o mesmo para luvas, vestimentas, capelas químicas e cabines de segurança biológicas, entre outros. Ao propor medidas para o controle de riscos, deve-se observar a ordem de prioridade abaixo. 1. Medidas para o controle de riscos na fonte, que eliminem ou reduzam a presença dos agentes biológicos, como por exemplo:
  • 41. 42 redução do contato dos trabalhadores do serviço de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde com pacientes-fonte (potencialmente portadores de agentes biológicos), evitando- se procedimentos desnecessários; afastamento temporário dos trabalhadores do serviço de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde com possibilidade de transmitir agentes biológicos; eliminação de plantas presentes nos ambientes de trabalho; eliminação de outras fontes e reservatórios, não permitindo o acúmulo de resíduos e higienização, substituição ou descarte de equipamentos, instrumentos, ferramentas e materiais contaminados; restrição do acesso de visitantes e terceiros que possam representar fonte de exposição; manutenção do agente restrito à fonte de exposição ou ao seu ambiente imediato, por meio do uso de sistemas fechados e recipientes fechados, enclausuramento, ventilação local exaustora, cabines de segurança biológica, segregação de materiais e resíduos, dispositivos de segurança em perfurocortantes e recipientes adequados para descarte destes perfurocortantes. 2. Medidas para o controle de riscos na trajetória entre a fonte de exposição e o receptor ou hospedeiro, que previnam ou diminuam a disseminação dos agentes biológicos ou que reduzam a concentração desses agentes no ambiente de trabalho, como por exemplo: planejamento e implantação dos processos e procedimentos de recepção, manipulação e transporte de materiais, visando a redução da exposição aos agentes; planejamento do fluxo de pessoas de forma a reduzir a possibilidade de exposição; redução da concentração do agente no ambiente – isolamento de pacientes, definição de enfermarias para pacientes com a mesma doença, concepção de ambientes com pressão negativa, instalação de ventilação geral diluidora;
  • 42. 43 realização de procedimentos de higienização e desinfecção do ambiente, dos materiais e dos equipamentos; realização de procedimentos de higienização e desinfecção das vestimentas; implantação do gerenciamento de resíduos e do controle integrado de pragas e vetores. 3. Medidas de proteção individual, como: proteção das vias de entrada do organismo (por meio do uso de Equipamentos de Proteção Individual - EPI): respiratória, pele, mucosas; implementação de medidas de proteção específicas e adaptadas aos trabalhadores do serviço de saúde, bem como àqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde com maior suscetibilidade: gestantes, trabalhadores alérgicos, portadores de doenças crônicas.
  • 43. 44 UNIDADE 7 – RISCOS RELATIVOS AO MANUSEIO, ARMAZENAGEM E TRANSPORTE DE SUBSTÂNCIAS AGRESSIVAS - INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE Conhecer e entender toda a dinâmica dos combustíveis inflamáveis, os quais são considerados substâncias é de suma importância para os profissionais que lidam com a segurança do trabalho. 7.1 Combustíveis e inflamáveis Do ponto de vista do processo da combustão, os combustíveis podem ser classificados da seguinte forma: - Sólidos Comuns; - Líquidos Inflamáveis; - Gases Inflamáveis; - Materiais Químicos de Grande Risco. Sólidos Comuns (Combustíveis Sólidos) A queima de um combustível sólido é facilitada na medida em que ele está mais dividido e a umidade for mínima. Os sólidos combustíveis mais comuns, encontrados em quase todas as edificações residenciais comerciais e industriais, têm as seguintes composições: Os corpos sólidos ao se queimarem passam por três estágios: - Destilação; - Inflamação;
  • 44. 45 - Incandescência. Destilação É o estágio em que ocorre o desprendimento dos gases ignicíveis, visto o corpo ter alcançado o seu Ponto de Fulgor. Tem início, propriamente dito, a Pirólise. Inflamação É o estágio em que surge a chama, visto o corpo ter alcançado a sua Temperatura de Inflamação, correspondente à sua Temperatura de Ignição, e os gases se inflamam. Incandescência É o estágio em que ocorre o desprendimento de calor provocado pelas chamas. A temperatura do corpo se eleva, dando condições para a realização da combustão. Este estágio caracteriza o Poder Calorífico do corpo. Líquidos Inflamáveis (Combustíveis Líquidos) Os corpos líquidos ao alcançarem seu Ponto de Fulgor se transformam em gases. Continuando o aquecimento, por fonte externa, atingem a Temperatura de Combustão, emitindo gases inflamáveis em quantidade suficiente para sustentar a dita combustão e a manutenção da chama. Rapidez de Inflamabilidade De acordo com a rapidez de suas inflamabilidades, os Líquidos Inflamáveis podem ser classificados como se segue: Classe 1 - Altamente Inflamável. Ponto de Fulgor abaixo de (- )5°C ou 23°F. Classe 2 - Inflamável. Ponto de Fulgor de (- )5°C ou 23°F até 21°C ou 70°F. Classe 3 - Pouco Inflamável. Ponto de Fulgor acima de 21°C ou 70°F até 93°C ou 200°F. Classe 4 - Não Inflamável. Ponto de Fulgor acima de 93°C ou 200°F.
  • 45. 46 Ponto de Fulgor Devido seu Ponto de Fulgor, na prática, os Líquidos Inflamáveis são agrupados da seguinte maneira: Classe 1 - Acetona, Benzeno, Benzina, Bissulfato de Carbono, Butano, Éter e Gasolina. Classe 2 - Ácido Acético, Álcool e Tolueno ou Toluol. Classe 3 - Querosene. Gases Inflamáveis (Combustíveis Gasosos) Os corpos gasosos entram em queima mais facilmente, pois não passam pelo processo de transformação a que estão sujeitos os sólidos e os líquidos. A combustão é direta, dependendo fundamentalmente da concentração com que se misturam com o ar. Experimentalmente, existem duas concentrações limites, entre as quais a mistura ar-gás-combustível é inflamável. São elas: Limite de Explosividade Inferior e Limite de Explosividade Superior. Limite de Explosividade Por definição, Limite de Explosividade é a máxima e a mínima concentração de gases ou vapores, cuja mistura com o ar ou oxigênio é ignicível, na qual, acima ou abaixo desse Limite não há nenhum risco de ignição. A Tabela abaixo relaciona alguns combustíveis gasosos, seus Pontos de Fulgor, Pontos de Ignição e Limites de Explosividade.
  • 46. 47 Materiais Químicos de Grande Risco Com exceção dos explosivos, reconhecidamente perigosíssimos, merecendo cuidados especiais quanto ao seu manuseio e armazenamento, as substâncias químicas consideradas de grande risco, podem receber a seguinte classificação: - Sólidos Inflamáveis; - Plásticos e Filmes; - Agentes Oxidantes; - Ácidos e Outros Corrosivos; - Venenos; - Substâncias Radioativas. Sólidos Inflamáveis Para os fins da Prevenção Contra Incêndio, são considerados como Sólidos Inflamáveis aquelas substâncias que se incendeiam facilmente, ou provocam incêndio, seja pela fricção, pela exposição ao ar, pela absorção de umidade, pela absorção de pequena quantidade de calor. • Quanto à fricção: - Enxofre;
  • 47. 48 - Fósforo (vermelho, branco ou amarelo); - Persulfato de Fósforo; - Peróxido de Benzol Seco. • Quanto à exposição ao ar: - Boro; - Carvão Vegetal; - Ferro Pirofórico; - Fósforo (vermelho, branco ou amarelo); - Hidratos; - Lítios; - Nitrito de Cálcio; - PÓ de Zinco. • Quanto à absorção de umidade: - Cálcio; - Carbonato de Alumínio; - Carbureto de Cálcio; - Hidratos; - Hidrossulfito de Sódio; - Magnésio (se finamente dividido); - Óxido de Cálcio; - Peróxido de Bário; - Pó de Alumínio; - Pó de Bronze; - Pó de Zinco; - Potássio; - Selênio;
  • 48. 49 - Sódio; - Sulfeto de Ferro. • Quanto à absorção de pequena quantidade de calor: - Carvão Vegetal; - Dinitrocanilina; - Dinitrobenzol; - Nitrato de Celulose (nitrocelulose); - Pentasulfato de Antimônio; - Pentasulfato de Sódio; - Piroxilina; - Pó de Zircônio; - Sesquisulfato de Fósforo. Plásticos e Filmes Plásticos com base de Nitrocelulose – celuloide, inflamam-se pouco acima de 100°C. Se decompõe acima de 150º C. Esta decomposição é acompanhada de evolução de calor, alcançando essa temperatura que propicia a combustão espontânea. Queima muito rapidamente. Plásticos à base de Gomalaca – os plásticos à base de gomalaca queimam vagarosamente. O trato com materiais deve ser feito cautelosamente, reduzindo ao máximo suas quantidades e cuidando para não haver ocorrência de chama, luz; proibido riscar fósforo ou ter cigarro aceso. O celulóide é composto de 2/3 de Nitrocelulose (Algodão Pólvora) e 1/3 de Cânfora. Agentes Oxidantes São substâncias sólidas que contêm apreciável quantidade de Oxigênio e capazes de facilitar ou, até mesmo, de provocar incêndio quando em contato com material combustível. Principais Agentes Oxidantes: - Ácido Crômico;
  • 49. 50 - Ácido Perclórico; - Bromato de Potássio; - Cloreto de Bário; - Cloreto de Cálcio; - Cloreto de Potássio; - Cloreto de Zinco; - Hipoclorito de Cálcio; - Hipoclorito de Sódio; - Nitrato de Amônia; - Nitrato de Bário; - Nitrato de Cobalto; - Nitrato de Cobre; - Nitrato de Chumbo; - Nitrato de Ferro; - Nitrato de Magnésio; - Nitrato de Níquel; - Nitrato de Potássio; - Nitrato de Prata; -Nitrato de Sódio; - Nitrato de Tório; - Nitrato de Urânio; - Perclorato de Amônia; - Perclorato de Potássio; - Perclorato de Sódio; - Permanganato de Amônia; - Permanganato de Potássio;
  • 50. 51 - Peróxido de Bário; - Peróxido de Estrôncio; - Peróxido de Potássio; - Peróxido de Sódio. Ácidos e Outros Corrosivos São substâncias que, em contato com corpos combustíveis, podem desenvolver calor suficiente para provocar um incêndio ou forte corrosão. Os principais ácidos e corrosivos são: - Ácido Muriático; - Ácido Clorídrico; - Ácido Crômico (solução); - Ácido Fluorídrico; - Ácido Nítrico; - Ácido Perclórico; - Ácido Sulfúrico; - Bromo; - Cloreto de Acetil; - Cloreto de Benzil; - Cloreto de Cloracetil; - Cloreto de Enxofre; - Oxicloreto de Fósforo; - Pentacloreto de Antimônio; - Peróxido de Hidrogênio; - Água Oxigenada (8 a 45%); - Trióxido de Enxofre.
  • 51. 52 Venenos – são citados nesta apostila exclusivamente porque são altamente perigosos para o ser humano. Estão relacionados os que em forma de gases, ou de vapores, em pequenas quantidades misturados com o ar podem causar a morte. São eles: - Ácido Cianídrico; - Acroleína; - Bromacetona; - Brometo de Metila; - Cloreto de Fenilcarbilamina; - Cloro-Picrina; - Cianogênio; - Dióxido de Nitrogênio; - Etildicloroarsina; - Fosgênio; - Gás Mostarda; - Metildicloroarsina; - Peróxido de Nitrogênio. Substâncias Radioativas São substâncias que podem ser prejudiciais ao ser humano, se submetido à ação por longo tempo, se elas forem de pequena radiação, ou por curto tempo, se elas forem de grande radiação. No tocante à Prevenção Contra Incêndio, elas são usadas nos sensores do tipo radioativo: detectores de fumaça, de pequena ação radioativa, não oferecendo motivo para preocupação (GOMES, 1998).
  • 52. 53 7.2 Riscos relativos ao manuseio, armazenagem e transporte de substâncias agressivas A legislação que rege as condições de insalubridade e de periculosidade são as NR 15 – Atividades e Operações Insalubres e a NR 16 – Atividades e Operações Perigosas e o Decreto nº 9967/06. No caso dos servidores públicos civis da União, temos respaldo nos artigos 68,69 e 70 e o § 2º do art. 186 da Lei nº 8.112, de 11/12/90 (D.O.U. de 12/12/90). Além do Art. 12 da Lei nº 8.270, de 17/12/91 (D.O.U. 19/12/91, retificado pelo D.O.U. de 20/12/91 e de 24/12/91). Insalubridade – são consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condição ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos (art. 189 da CLT); o exercício do trabalho em condições insalubres assegura ao trabalhador o direito ao adicional de insalubridade, que será de 40, 20 ou 10%, do salário mínimo regional. Há, no entanto, jurisprudência de Ação Trabalhista onde a Justiça define que o cálculo deve ser feito sobre o salário-base do trabalhador. Periculosidade – são consideradas atividades ou operações perigosas aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos, eletricidade ou radiações em condições de risco acentuado (art. 193 da CLT); o trabalho nessas condições dá ao empregado o direito ao adicional de periculosidade, cujo valor é de 30% sobre seu salário contratual. Nos casos citados acima, o trabalhador tem que concordar na realização das tarefas. Se o local de trabalho for insalubre e perigoso, a empresa pagará apenas um adicional, em valor a ser estipulado por laudo pericial específico. Sobre os adicionais, de natureza pecuniária, devidos ao servidor que venha a exercer suas atividades em condições consideradas insalubres, perigosas, de risco ou de caráter penoso, é importante saber:
  • 53. 54 A caracterização da atividade insalubre, perigosa ou penosa depende da realização de perícia; Os Adicionais incidem apenas sobre o vencimento básico. No caso de Periculosidade, no percentual único de 30% (trinta por cento) sobre o salário básico. Tratando-se de Insalubridade, os percentuais são de 10%, 20% e 40% sobre o Salário Mínimo da região, conforme o grau de Insalubridade seja considerado mínimo, médio ou máximo, respectivamente; O servidor tem direito aos Adicionais enquanto estiver exercendo atividades em ambientes de condições adversas, identificadas pela perícia. Caso as condições ensejadoras da concessão dos Adicionais sejam eliminadas ou reduzidas pela adoção de medidas de segurança, a exemplo de fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual – EPI, pode não persistir o direito aos Adicionais ou ser reduzido o percentual concedido; Os Adicionais de Periculosidade e de Insalubridade não são incorporáveis aos proventos de aposentadoria por falta de amparo legal; Não há regulamentação no âmbito do Serviço Público para a concessão de aposentadoria especial pelo exercício de atividades insalubres ou perigosas; O servidor que fizer jus, simultaneamente, aos Adicionais de Insalubridade e de Periculosidade deverá optar por um deles; A servidora, enquanto estiver gestante ou amamentando, será, obrigatoriamente, afastada do exercício da atividade tida como insalubre, perigosa ou penosa, deixando de perceber os adicionais enquanto durar o afastamento; O servidor que se afastar, independentemente do motivo, perderá o direito ao adicional no período correspondente ao afastamento. Os adicionais de insalubridade e de periculosidade e a gratificação de Raios X (ver p. 29) são inacumuláveis, devendo o servidor optar por um deles. (Base Legal está no artigo 68 da Lei nº 8.112/90. Artigo 12 da Lei nº 8.270/91, quando se tratar de servidor público (UNESP, 2010).
  • 54. 55 A insalubridade e a periculosidade têm como base legal a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em seu Título II, cap. V seção XIII, e lei 6.514 de22/12/1977, que alterou a CLT, no tocante a Segurança e Medicina do Trabalho. Ambas foram regulamentadas pela Portaria 3.214/78, por meio de Normas regulamentadoras.
  • 55. 56 UNIDADE 8 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI Segundo a NR-6, o Equipamento de proteção Individual (EPI) é um dispositivo de uso individual destinado a neutralizar ou atenuar um possível agente agressivo contra o corpo do trabalhador; evitam lesões ou minimizam sua gravidade e protegem o corpo contra os efeitos de substâncias tóxicas, alérgicas ou agressivas, que causam as doenças ocupacionais. Quanto ao EPI, cabe ao empregador: • Distribuir gratuitamente o EPI adequado à função e ao risco em que o empregado esteja exposto; • Fornecer o treinamento adequado ao uso; • Fazer controle do preenchimento da ficha de EPI, onde deve constar a descrição do mesmo, juntamente com a certificação (CA) pelo órgão nacional competente (MTE), a data de recebimento e devolução e a assinatura do termo de compromisso. Quanto ao empregado: • Cabe fazer uso do EPI apenas para as finalidades a que se destina; • Responsabilizar-se pelo bom uso e conservação; • Comunicar qualquer alteração (SEBRAE/ES, 2008). Principais EPI utilizados na atualidade Abaixo, estão listados os principais itens de EPI disponíveis no mercado, além de informações e descrições importantes para assegurar a sua identificação e o uso: Luvas Um dos equipamentos de proteção mais importantes, pois protege as partes do corpo com maior risco de exposição, as mãos.
  • 56. 57 Existem vários tipos de luvas no mercado e a utilização deve ser de acordo com o tipo de formulação do produto a ser manuseado. A luva deve ser impermeável ao produto químico. Produtos que contêm solventes orgânicos, como, por exemplo, os concentrados emulsionáveis, devem ser manipulados com luvas de BORRACHA NITRÍLICA ou NEOPRENE, pois estes materiais são impermeáveis aos solventes orgânicos. Luvas de LÁTEX ou de PVC podem ser usadas para produtos sólidos ou formulações que não contenham solventes orgânicos. De modo geral, recomenda-se a aquisição das luvas de borracha NITRÍLICA ou NEOPRENE, materiais que podem ser utilizados com qualquer tipo de formulação. Existem vários tamanhos e especificações de luvas no mercado. O usuário deve certificar-se sobre o tamanho ideal para a sua mão, utilizando as tabelas existentes na embalagem. Respiradores Geralmente chamados de máscaras, os respiradores têm o objetivo de evitar a inalação de vapores orgânicos, névoas ou finas partículas tóxicas através das vias respiratórias. Existem basicamente dois tipos de respiradores: sem manutenção (chamados de descartáveis) que possuem uma vida útil relativamente curta e
  • 57. 58 recebem a sigla PFF (Peça Facial Filtrante), e os de baixa manutenção que possuem filtros especiais para reposição, normalmente mais duráveis. Os respiradores mais utilizados nas aplicações de produtos fitossanitários são os que possuem filtros P2 ou P3. Os respiradores são equipamentos importantes, mas que podem ser dispensados em algumas situações, quando não há presença de névoas, vapores ou partículas no ar, por exemplo: a) aplicação tratorizada de produtos granulados incorporados ao solo; b) pulverização com tratores equipados com cabines climatizadas. Devem estar sempre limpos, higienizados e os seus filtros jamais devem estar saturados. Antes do uso de qualquer tipo de respirador, o usuário deve estar barbeado, além de realizar um teste de ajuste de vedação, para evitar falha na selagem. Quando estiverem saturados, os filtros devem ser substituídos ou descartados. É importante notar que, se utilizados de forma inadequada, os respiradores tornam-se desconfortáveis e podem transformar-se numa verdadeira fonte de contaminação. O armazenamento deve ser em local seco e limpo, de preferência dentro de um saco plástico. Viseira facial Protege os olhos e o rosto contra respingos durante o manuseio e a aplicação. A viseira deve ter a maior transparência possível e não distorcer as imagens. Deve ser revestida com viés para evitar corte. O suporte deve permitir que a viseira não fique em contato com o rosto do trabalhador e embace. A viseira deve proporcionar conforto ao usuário e permitir o uso simultâneo do respirador, quando for necessário. Quando não houver a presença ou emissão de vapores ou partículas no ar, o uso da viseira com o boné árabe pode dispensar o uso do respirador, aumentando o conforto do trabalhador. Existem algumas recomendações de uso de óculos de segurança para proteção dos olhos. A substituição dos óculos pela viseira protege não somente os olhos do aplicador, mas também o rosto.
  • 58. 59 Jaleco e calça hidrorrepelentes São confeccionados em tecido de algodão tratado para se tornarem hidrorrepelentes, são apropriados para proteger o corpo dos respingos do produto formulado e não para conter exposições extremamente acentuadas ou jatos dirigidos. É fundamental que jatos não sejam dirigidos propositadamente à vestimenta e que o trabalhador mantenha-se limpo durante a aplicação. Os tecidos de algodão com tratamento hidrorrepelente ajudam a evitar o molhamento e a passagem do produto tóxico para o interior da roupa, sem impedir a transpiração, tornando o equipamento confortável. Estes podem resistir até 30 lavagens, se manuseados de forma correta. Os tecidos devem ser preferencialmente claros, para reduzir a absorção de calor e ser de fácil lavagem, para permitir a sua reutilização. Há calças com reforço adicional nas pernas, que podem ser usadas nas aplicações onde exista alta exposição do aplicador à calda do produto (pulverização com equipamento manual, por exemplo). Jaleco e calça em não tecido São vestimentas de segurança confeccionados em não tecido. Existem vários tipos de não tecidos e a diferença entre eles se dá pelo nível de proteção que oferecem. Além da hidrorrepelência, oferecem impermeabilidade e maior resistência mecânica a névoas e às partículas sólidas. O uso de roupas de algodão por baixo da vestimenta melhoram sua performance, com maior absorção do suor, melhorando o conforto ao trabalhador com relação ao calor. As vestimentas confeccionadas em não tecido têm durabilidade limitada e não devem ser utilizadas quando danificadas. As vestimentas de não tecido não devem ser passadas a ferro, não são a prova ou retardantes de chamas, podem criar eletricidade estática e não devem ser usadas próximo ao calor, fogo, faíscas ou em ambiente potencialmente inflamável ou explosivo, pois se auto consumirão. Devem ser destruídas em incineradores profissionais para não causarem danos ao ambiente.
  • 59. 60 Boné árabe Confeccionado em tecido de algodão tratado para tornar-se hidrorrepelente. Protege o couro cabeludo e o pescoço de respingos e do sol. Capuz ou touca Peça integrante de jalecos ou macacões, podendo ser em tecidos de algodão tratado para tornar-se hidrorrepelente ou em não tecido. Substituem o boné árabe na proteção do couro cabeludo e pescoço. Avental Produzido com material resistente a solventes orgânicos (PVC, bagum, tecido emborrachado aluminizado, nylon resinado ou não tecidos), aumenta a proteção do aplicador contra respingos de produtos concentrados durante a preparação da calda ou de eventuais vazamentos de equipamentos de aplicação costal. Botas Devem ser impermeáveis, preferencialmente de cano alto e resistentes aos solventes orgânicos, por exemplo, PVC. Sua função é a proteção dos pés. É o único equipamento que não possui C.A. (ANDEF, 2010).
  • 60. 61 UNIDADE 9 –PROGRAMAS DE SAÚDE DO TRABALHADOR 9.1 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais ou PPRA é um programa estabelecido pela Norma Regulamentadora NR-9, da Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalho, do Ministério do Trabalho. Este programa tem por objetivo, definir uma metodologia de ação que garanta a preservação da saúde e integridade dos trabalhadores levando em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. A legislação de segurança do trabalho brasileira considera como riscos ambientais, agentes físicos, químicos e biológicos. Para que sejam considerados fatores de riscos ambientais, estes agentes precisam estar presentes no ambiente de trabalho em determinadas concentrações ou intensidade, e o tempo máximo de exposição do trabalhador a eles é determinado por limites preestabelecidos. São agentes de Risco: Agentes físicos são aqueles decorrentes de processos e equipamentos produtivos, podem ser: Ruído e vibrações; Pressões anormais em relação a pressão atmosférica; Temperaturas extremas (altas e baixas); Radiações ionizantes e radiações não ionizantes. Agentes químicos são aqueles decorrentes da manipulação e processamento de matérias-primas e destacam-se: Poeiras e fumos; Névoas e neblinas; Gases e vapores. Agentes biológicos são aqueles oriundos da manipulação, transformação e modificação de seres vivos microscópicos, dentre eles: genes, bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus e outros.
  • 61. 62 Objetivos do programa O objetivo primordial e final do PPRA é evitar acidentes que possam vir a causar danos à saúde do trabalhador, entretanto, existem objetivos intermediários que assegurarão a consecução da meta final. Objetivos intermediários Criar mentalidade preventiva em trabalhadores e empresários; Reduzir ou eliminar improvisações e a “criatividade do jeitinho”; Promover a conscientização em relação a riscos e agentes existentes no ambiente do trabalho; Desenvolver uma metodologia de abordagem e análise das diferentes situações (presente e futuras) do ambiente do trabalho; Treinar e educar trabalhadores para a utilização da metodologia. Metodologia O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá incluir as seguintes etapas: Antecipação e reconhecimento dos riscos; Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle; Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores; Implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia; Monitoramento da exposição aos riscos; Registro e divulgação dos dados. Obrigatoriedade da implementação do PPRA A Legislação é muito ampla em relação ao PPRA, as atividades e o número de estabelecimentos sujeitos a implementação deste programa são tão grandes que torna impossível a ação da fiscalização e em decorrência disto, muitas empresas simplesmente ignoram a obrigatoriedade do mesmo.
  • 62. 63 A lei define que todos empregadores e instituições que admitem trabalhadores como empregados são obrigadas a implementar o PPRA. Em outras palavras, isto significa que praticamente toda atividade laboral onde haja vínculo empregatício está obrigada a implementar o programa, como: indústrias; fornecedores de serviços; hotéis; condomínios; drogarias; escolas; supermercados; hospitais; clubes; transportadoras; magazines; entre outras. Aqueles que não cumprirem às exigências desta norma estarão sujeitos a penalidades que variam de multas e até interdições. Evidentemente que o PPRA tem de ser desenvolvido especificamente para cada tipo de atividade, sendo assim, torna-se claro que o programa de uma drogaria deve diferir do programa de uma indústria química. Fundamentalmente, o PPRA visa preservar a saúde e a integridade dos trabalhadores por meio da prevenção de riscos, e isto significa: • Antecipar; • Reconhecer; • Avaliar e controlar riscos existentes e que venham a ser introduzidos no ambiente do trabalho. Opções de implementação do programa PPRA Para uma grande indústria que possui um organizado Serviço Especializado de Segurança, a elaboração do programa não constitui nenhum problema, para um supermercado ou uma oficina de médio porte, que por lei não necessitam manter um SESMT, isto poderá vir a ser um problema. As opções para elaboração, desenvolvimento, implementação do PPRA são: Empresas com SESMT – neste caso o pessoal especializado do SESMT será responsável pelas diversas etapas do programa em conjunto com a direção da empresa; Empresas que não possuem SESMT – nesta situação a empresa deverá contratar uma firma especializada ou um Engenheiro de Segurança do Trabalho para o desenvolvimento das diversas etapas do programa em conjunto com a direção da empresa.
  • 63. 64 A responsabilidade pela elaboração e implementação deste Programa é única e total do Empregador, devendo ainda zelar pela sua eficácia, sendo sua profundidade e abrangência dependentes das características, dos riscos e das necessidades de controle. Na Construção Civil, enquadram-se os riscos físicos, químicos e biológicos, abrangendo ainda os riscos ergonômicos e os de acidentes. Riscos Físicos (VERDE) Consideram-se agentes de risco físico as diversas formas de energia que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, calor, frio, pressão, umidade, radiações ionizantes e não-ionizantes, vibração, entre outras. Riscos Químicos (VERMELHO) Consideram-se agentes de risco químico os compostos, as substâncias ou produtos que possam penetrar no organismo do trabalhador pelas vias respiratórias, pele ou ingestão nas formas de poeiras, fumos, gases, neblinas, névoas ou vapores. Riscos Biológicos (MARROM) Consideram-se como agentes de risco biológico as bactérias, vírus, fungos, parasitas, entre outros. Riscos Ergonômicos (AMARELO) Qualquer fator que possa interferir nas características físicas e mentais do trabalhador, causando desconforto ou afetando sua saúde. São exemplos de risco ergonômico: levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho, monotonia, repetitividade, postura inadequada de trabalho, entre outros.
  • 64. 65 Riscos de Acidentes (AZUL) Qualquer fator que coloque o trabalhador em situação de risco e possa afetar sua integridade e seu bem-estar físico e mental. São exemplos de risco de acidente: as máquinas e equipamentos sem proteção, possibilidade de incêndio e explosão, falta de organização no ambiente, armazenamento inadequado, entre outros. (SEBRAE/ES, 2008). 9.2 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO A Norma Regulamentadora referente ao Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) é a NR-7 que tem como objetivo principal promover e preservar a saúde dos trabalhadores. Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação de PCMSO por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, com o objetivo de promoção e preservação da saúde dos seus trabalhadores. O PCMSO deverá ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico, feitos através dos Atestados de Saúde Ocupacionais (ASO), emitidos por médicos do trabalho, realizados na admissão do trabalhador, periodicamente e no momento da demissão. Compete ao empregador: • Garantir a elaboração e efetiva implementação do PCMSO, bem como zelar pela sua eficácia; • Custear todos os procedimentos relacionados ao PCMSO, sem qualquer tipo de repasse ao trabalhador (SEBRAE/ES, 2008). O PCMSO é parte integrante do conjunto mais amplo de iniciativas da empresa no campo da saúde dos trabalhadores, devendo estar articulado com o disposto nas demais Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho.