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DB E O “DAI-ME ALMAS”.




      2. «Daí-me as almas»: o lema da ordenação de D. Bosco, de toda
sua vida e de suas Congregações.

       Doze de setembro de 1884. Pe. Sala na reunião do Capítulo Superior
apresentava o que seria o escudo da Sociedade de S. Francisco de Sales. O
projeto mostrava uma âncora central, dividindo-o em duas partes. Do lado
direito um busto de S. Francisco de Sales e no esquerdo um coração
envolto em chamas. Havia ainda uma estrela, um bosque, altas montanhas,
um ramo de palma e outro de louro.
Discutiu-se sobre que inscrição seria colocada na parte inferior do brasão.
O mesmo D. Bosco, presidente da reunião, respondeu a pergunta com a
seguinte argumentação, como se lê na Ata da reunião: «D. Bosco diz que
desde os primeiros tempos do Oratório, do Internato e quando ele visitava
as prisões, que havia sido adotado um lema Da mihi animas coetera tolle e
propõe que ele seja colocado no brasão»1.
O Capítulo Superior concordou com a idéia. O escudo apareceu pela
primeira vez na circular de Dom Bosco em 08 de dezembro de 1885,
desenhado pelo Prof. Boidi.
A estrela radiante, a grande âncora, o coração abrasado simbolizam as
virtudes teologais. A figura de São Francisco de Sales lembra o Patrono da
Sociedade. O pequeno bosque na parte inferior, faz referência a Bosco, em
italiano bosco (bósco). As elevadas montanhas significam as alturas da
perfeição à qual devem tender os membros da Congregação. A palma e o
louro que, entrelaçados, abraçam o escudo até ao meio, são emblemas do
prêmio reservado a uma vida sacrificada e virtuosa. O mote Da mihi
animas coetera tolle alude ao ideal de todo salesiano.
São Francisco de Sales, pastor cheio de zelo e mestre de caridade, inspirou
Dom Bosco com seu humanismo otimista e sua dedicação absoluta ao
cuidado pastoral das almas. Ainda 1854, o Diretor do Oratório de Valdocco
declarou: «Nossa Senhora quer que criemos uma Congregação. Decidi que
nos chamaremos Salesianos. Colocamo-nos sob a proteção de São
Francisco de Sales, com a finalidade de participar da sua imensa
amabilidade».
Dom Bosco deu o nome (1854) de Pia Sociedade de São Francisco de
Sales ao pequeno grupo de 17 jovens que desejavam seguir seus passos
trabalhando pela juventude.

1
    Verbais do Capítulo, vol. I, folha 30, verso.Ver também MB XVII 365-366.
2


 A partir daquela reunião capitular o Da mihi animas, coetera tolle passou a
integrar a nossa literatura espiritual. A frase tornou-se o lema de D. Bosco.
É uma adaptação da passagem bíblica do episódio do herói Abrão na
batalha de Dan, em que venceu Codorlaomor e seus aliados. O rei de
Sodoma vindo ao encontro de Abrão pediu-lhe os prisioneiros, as pessoas
(animas), pois o resto (o espólio da guerra) não lhe interessava.2
Independentemente do fato abrâmico, hoje temos na palavra anima um dos
termos mais característicos da espiritualidade salesiana.

           3. Carta da Missão e Carta de Comunhão.

> A Carta da Missão da Família Salesiana afirma que o Da mihi animas
coetera tolle é o coração da missão salesiana (15). Um exame da história
de D. Bosco, a experiência e a tradição de sua Família apostólica mostram
esta realidade. A frase, lema do santo de Valdocco é como se fosse uma
«pedra miliar (pedra angular, fundamental, marco inicial de uma
construção), carregada de conseqüências e perspectivas». Nela se embasa
toda a missão, toda a práxis apostólico-pedagógica dos Salesianos e
Salesianas.
A caridade do apóstolo não olha o ter, o possuir sempre mais, mesmo que
seja legal ou lícito. O que importa é o ser, a salvação das almas, de todas as
almas. Esta é a atitude do discípulo/a de D. Bosco, pois somente deste
modo é que poderão ser, de acordo com o carisma do fundador, «sinais e
portadores do amor de Deus», especialmente aos jovens carentes e
necessitados, tantas vezes sem amor, sem esperanças, sem Deus no coração
e na vida.

> A Carta de Comunhão na Família Salesiana de Dom Bosco é outro
documento de grande valor para nossa vida de apóstolos bosquianos
(salesianos) ou salesianos. Ao tratar sobre a unidade de nossa missão D.
Bosco nos dizia fases como estas:
   • Para conquistar almas para Deus eu corro para frente até à
       temeridade.
   • Unidos num só coração faremos dez vezes mais.
   • Qualquer fadiga é pouca quando se trata da Igreja e do Papa.

Assim como a Carta da Missão define o Da mihi animas coetera tolle como
uma pedra miliar, a Carta de Comunhão a denomina de o fio de ouro que
deu origem, forma e expressão à sua experiência.3


2
    Cfr. Gen. 14, 8-24.
3
    Cfr. Carta da Missão, Art. II.
3


                         «Essa palavra (animas) encerra a energia inexaurível
                         de Dom Bosco; o segredo do seu coração, a força e o
                         ardor da sua caridade, o apostolado nas suas mil
                         formas e realizações: escolheu-a para que
                         caracterizasse, para todos os grupos e membros da
                         Família, o espírito que os deve animar».4

O da mihi animas continua hoje sendo um roteiro, uma estrada a ser
palmilhada pelos grupos da FS, que devem se preparar espiritualmente para
o desempenho da missão:
 apresentar e testemunhar na vida o mistério do amor de Deus presente no
meio dos homens. O Reitor, Pe. Filipe Rinaldi (1856-1931 governou a
Congregação de 1922 a 1931) referia-se ao respiro pelas almas. Uma ânsia,
um desejo constante de conquistá-las que não deixa o apóstolo tranqüilo. É
o ardor, o input irrefreável do Da mihi animas, que só desaparece como o
último suspiro. O missionário é incansável, não olha para si, entrega-se
totalmente ao serviço que abraçou. Quantos exemplos edificantes
encontramos nestes homens e mulheres, em todos os tempos e lugares nos
quatro quadrantes do globo.
Certo sacerdote de nossos dias e de nosso meio encontrava-se atendendo às
confissões em um de nossos centros missionários. Sentado, desde às 08h00
da manhã: ouvindo, aconselhando, absolvendo, tranqüilizando as almas. Às
14h00 uma zelosa penitente observou-lhe que ele estava cansado. Devia
deixar por alguns momentos sua atividade e respirar um pouco. A resposta
do santo cura foi, «quem manda ser padre». E continuou ouvindo seus
romeiros. O verdadeiro missionário é assim, ao exercer seu ministério. Sua
vida é servir, sem condições, nem lamúrias, como o Supremo Missionário
Galileu. Aquele sacerdote havia entendido o que repetia D. Bosco: «A mais
divina das coisas divinas é cooperar com Deus na salvação das almas e é
um caminho seguro de santidade».

4. Primeiras atividades de D. Bosco com os jovens de Turim


“Muitos vêm para aqui porque ninguém se ocupa deles”

* Jovens das prisões e Bartolomeu Garelli


D. Bosco começa a ir com o seu mestre P. Cafasso às prisões. Naquelas enxovias
escuras, entre paredes negras e húmidas, encontra rostos sombrios e ameaçadores. Sente
calafrios, às vezes quase desmaia.
4
Idem, ibidem.
4

Mas aquilo que mais o faz sofrer é a presença de presos ainda jovens, de olhos revoltos
e sorrisos zombeteiros.

Um dia vê, atrás das grades, um grupo de rapazes de pouca idade.

E tal o desgosto que as lágrimas lhe umedecem os olhos.

— Porque chora aquele padre? — pergunta um deles.

— Porque nos quer bem — responde um outro. — A minha mãe também era capaz de
chorar se me visse aqui dentro…

Naquele dia, ao sair da cadeia, D. Bosco toma uma resolução firme:

“Muitos vêm para aqui porque ninguém se ocupa deles. É necessário assisti-los, instruí-
los; é necessário impedir a todo o custo que rapazes ainda tão novos acabem na cadeia.
Quero fazer tudo para os salvar”.

Bartolomeu Garelli: o primeiro Oratoriano.

8 de Dezembro de 1841. D. Bosco prepara-se para a missa na igreja de S. Francisco de
Assis. Entra na sacristia um rapazola. O sacristão, não simpatizando com o rapaz, põe-
no na rua à vassourada.

Mas D. Bosco intervém;

— Que modos são esses? Arruma a vassoura!

— Porquê reverendo?

— Porque é um meu amigo.

— Se assim é. — resmungou o sacristão —, e foi chamar o rapaz.

Este volta. Tem o cabelo rapado e o casaco sujo de cal. Um rapaz da província. Ao sair
de casa, os pais tinham-lhe recomendado que em Turim não deixasse de ir à Missa. Mas
ele sentia-se envergonhado em ir para o meio das pessoas bem vestidas. D. Bosco
dirige-lhe umas palavras amáveis e pede-lhe que espere um pouco depois da Missa,
porque tem uma coisa muito importante a dizer-lhe. Terminada a Missa, leva-o a um
canto da igreja e, de sorriso nos lábios, pergunta-lhe:

— Meu bom amigo, como te chamas?

.

— E vais ao catecismo?

— Não me atrevo. Os rapazes mais pequenos fazem troça de mim…

— E se fosse eu a explicar-te a doutrina, vinhas?
5

— Com todo o gosto.

— Pode ser aqui mesmo?

— Sim, contanto que não me batam!

— Fica descansado, agora és meu amigo, e ninguém te fará mal. Quando vamos
começar?

— Quando o senhor quiser.

— Agora mesmo?

— É só o senhor querer.

D. Bosco ajoelha e reza uma Ave-Maria. Naquele momento nasce o Oratório, começa o
grande apostolado de D. Bosco entre os jovens.

Quatro dias depois é domingo. Bartolomeu volta acompanhado de mais oito rapazes.

Mais outro domingo e é já uma enchente de rapazes, pobremente vestidos mas de olhos
vivos. Procuram D. Bosco, a sua palavra e o seu afeto. O exército de rapazes continua a
engrossar, mas o Inverno aproxima-se. É necessário pô-los ao abrigo da chuva e da
neve. O primeiro lugar de encontro é o Colégio Eclesiástico em que D. Bosco estuda.
No pequeno pátio, o recreio; na igreja ao lado, as funções religiosas, o canto e as
sessões de catequese. O Pe. Cafasso aprova e colabora, mas os outros começam a
reclamar: toda aquela barulheira era insuportável!

5. Atividades dos Ex-alunos e ex-alunas de D. Bosco e das FMA.

Os ex-alunos/as se ocupam das simples atividades humanas ao empenho
religioso - eclesial. O CGS, as Constituições SDB falam da pertença à
Família Salesiana. A Associação incentiva a comunhão ativa com os
demais grupos da FS, através do diálogo, da colaboração e de modo
especial esforça-se para realizar conjuntamente atividades com os ex-
alunos e ex-alunas das FMA.

A Asssociação como um movimento de leigos orienta-se neste terceiro
milênio a dar uma resposta mais de acordo com o que pede a sociedade e
Igreja. A Confederação foca de modo especial “os jovens”. Há também um
empenho em se aproximar de instituições civis e religiosas preocupadas
com a educação.

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O Da mihi animas de Dom Bosco

  • 1. 1 DB E O “DAI-ME ALMAS”. 2. «Daí-me as almas»: o lema da ordenação de D. Bosco, de toda sua vida e de suas Congregações. Doze de setembro de 1884. Pe. Sala na reunião do Capítulo Superior apresentava o que seria o escudo da Sociedade de S. Francisco de Sales. O projeto mostrava uma âncora central, dividindo-o em duas partes. Do lado direito um busto de S. Francisco de Sales e no esquerdo um coração envolto em chamas. Havia ainda uma estrela, um bosque, altas montanhas, um ramo de palma e outro de louro. Discutiu-se sobre que inscrição seria colocada na parte inferior do brasão. O mesmo D. Bosco, presidente da reunião, respondeu a pergunta com a seguinte argumentação, como se lê na Ata da reunião: «D. Bosco diz que desde os primeiros tempos do Oratório, do Internato e quando ele visitava as prisões, que havia sido adotado um lema Da mihi animas coetera tolle e propõe que ele seja colocado no brasão»1. O Capítulo Superior concordou com a idéia. O escudo apareceu pela primeira vez na circular de Dom Bosco em 08 de dezembro de 1885, desenhado pelo Prof. Boidi. A estrela radiante, a grande âncora, o coração abrasado simbolizam as virtudes teologais. A figura de São Francisco de Sales lembra o Patrono da Sociedade. O pequeno bosque na parte inferior, faz referência a Bosco, em italiano bosco (bósco). As elevadas montanhas significam as alturas da perfeição à qual devem tender os membros da Congregação. A palma e o louro que, entrelaçados, abraçam o escudo até ao meio, são emblemas do prêmio reservado a uma vida sacrificada e virtuosa. O mote Da mihi animas coetera tolle alude ao ideal de todo salesiano. São Francisco de Sales, pastor cheio de zelo e mestre de caridade, inspirou Dom Bosco com seu humanismo otimista e sua dedicação absoluta ao cuidado pastoral das almas. Ainda 1854, o Diretor do Oratório de Valdocco declarou: «Nossa Senhora quer que criemos uma Congregação. Decidi que nos chamaremos Salesianos. Colocamo-nos sob a proteção de São Francisco de Sales, com a finalidade de participar da sua imensa amabilidade». Dom Bosco deu o nome (1854) de Pia Sociedade de São Francisco de Sales ao pequeno grupo de 17 jovens que desejavam seguir seus passos trabalhando pela juventude. 1 Verbais do Capítulo, vol. I, folha 30, verso.Ver também MB XVII 365-366.
  • 2. 2 A partir daquela reunião capitular o Da mihi animas, coetera tolle passou a integrar a nossa literatura espiritual. A frase tornou-se o lema de D. Bosco. É uma adaptação da passagem bíblica do episódio do herói Abrão na batalha de Dan, em que venceu Codorlaomor e seus aliados. O rei de Sodoma vindo ao encontro de Abrão pediu-lhe os prisioneiros, as pessoas (animas), pois o resto (o espólio da guerra) não lhe interessava.2 Independentemente do fato abrâmico, hoje temos na palavra anima um dos termos mais característicos da espiritualidade salesiana. 3. Carta da Missão e Carta de Comunhão. > A Carta da Missão da Família Salesiana afirma que o Da mihi animas coetera tolle é o coração da missão salesiana (15). Um exame da história de D. Bosco, a experiência e a tradição de sua Família apostólica mostram esta realidade. A frase, lema do santo de Valdocco é como se fosse uma «pedra miliar (pedra angular, fundamental, marco inicial de uma construção), carregada de conseqüências e perspectivas». Nela se embasa toda a missão, toda a práxis apostólico-pedagógica dos Salesianos e Salesianas. A caridade do apóstolo não olha o ter, o possuir sempre mais, mesmo que seja legal ou lícito. O que importa é o ser, a salvação das almas, de todas as almas. Esta é a atitude do discípulo/a de D. Bosco, pois somente deste modo é que poderão ser, de acordo com o carisma do fundador, «sinais e portadores do amor de Deus», especialmente aos jovens carentes e necessitados, tantas vezes sem amor, sem esperanças, sem Deus no coração e na vida. > A Carta de Comunhão na Família Salesiana de Dom Bosco é outro documento de grande valor para nossa vida de apóstolos bosquianos (salesianos) ou salesianos. Ao tratar sobre a unidade de nossa missão D. Bosco nos dizia fases como estas: • Para conquistar almas para Deus eu corro para frente até à temeridade. • Unidos num só coração faremos dez vezes mais. • Qualquer fadiga é pouca quando se trata da Igreja e do Papa. Assim como a Carta da Missão define o Da mihi animas coetera tolle como uma pedra miliar, a Carta de Comunhão a denomina de o fio de ouro que deu origem, forma e expressão à sua experiência.3 2 Cfr. Gen. 14, 8-24. 3 Cfr. Carta da Missão, Art. II.
  • 3. 3 «Essa palavra (animas) encerra a energia inexaurível de Dom Bosco; o segredo do seu coração, a força e o ardor da sua caridade, o apostolado nas suas mil formas e realizações: escolheu-a para que caracterizasse, para todos os grupos e membros da Família, o espírito que os deve animar».4 O da mihi animas continua hoje sendo um roteiro, uma estrada a ser palmilhada pelos grupos da FS, que devem se preparar espiritualmente para o desempenho da missão: apresentar e testemunhar na vida o mistério do amor de Deus presente no meio dos homens. O Reitor, Pe. Filipe Rinaldi (1856-1931 governou a Congregação de 1922 a 1931) referia-se ao respiro pelas almas. Uma ânsia, um desejo constante de conquistá-las que não deixa o apóstolo tranqüilo. É o ardor, o input irrefreável do Da mihi animas, que só desaparece como o último suspiro. O missionário é incansável, não olha para si, entrega-se totalmente ao serviço que abraçou. Quantos exemplos edificantes encontramos nestes homens e mulheres, em todos os tempos e lugares nos quatro quadrantes do globo. Certo sacerdote de nossos dias e de nosso meio encontrava-se atendendo às confissões em um de nossos centros missionários. Sentado, desde às 08h00 da manhã: ouvindo, aconselhando, absolvendo, tranqüilizando as almas. Às 14h00 uma zelosa penitente observou-lhe que ele estava cansado. Devia deixar por alguns momentos sua atividade e respirar um pouco. A resposta do santo cura foi, «quem manda ser padre». E continuou ouvindo seus romeiros. O verdadeiro missionário é assim, ao exercer seu ministério. Sua vida é servir, sem condições, nem lamúrias, como o Supremo Missionário Galileu. Aquele sacerdote havia entendido o que repetia D. Bosco: «A mais divina das coisas divinas é cooperar com Deus na salvação das almas e é um caminho seguro de santidade». 4. Primeiras atividades de D. Bosco com os jovens de Turim “Muitos vêm para aqui porque ninguém se ocupa deles” * Jovens das prisões e Bartolomeu Garelli D. Bosco começa a ir com o seu mestre P. Cafasso às prisões. Naquelas enxovias escuras, entre paredes negras e húmidas, encontra rostos sombrios e ameaçadores. Sente calafrios, às vezes quase desmaia. 4 Idem, ibidem.
  • 4. 4 Mas aquilo que mais o faz sofrer é a presença de presos ainda jovens, de olhos revoltos e sorrisos zombeteiros. Um dia vê, atrás das grades, um grupo de rapazes de pouca idade. E tal o desgosto que as lágrimas lhe umedecem os olhos. — Porque chora aquele padre? — pergunta um deles. — Porque nos quer bem — responde um outro. — A minha mãe também era capaz de chorar se me visse aqui dentro… Naquele dia, ao sair da cadeia, D. Bosco toma uma resolução firme: “Muitos vêm para aqui porque ninguém se ocupa deles. É necessário assisti-los, instruí- los; é necessário impedir a todo o custo que rapazes ainda tão novos acabem na cadeia. Quero fazer tudo para os salvar”. Bartolomeu Garelli: o primeiro Oratoriano. 8 de Dezembro de 1841. D. Bosco prepara-se para a missa na igreja de S. Francisco de Assis. Entra na sacristia um rapazola. O sacristão, não simpatizando com o rapaz, põe- no na rua à vassourada. Mas D. Bosco intervém; — Que modos são esses? Arruma a vassoura! — Porquê reverendo? — Porque é um meu amigo. — Se assim é. — resmungou o sacristão —, e foi chamar o rapaz. Este volta. Tem o cabelo rapado e o casaco sujo de cal. Um rapaz da província. Ao sair de casa, os pais tinham-lhe recomendado que em Turim não deixasse de ir à Missa. Mas ele sentia-se envergonhado em ir para o meio das pessoas bem vestidas. D. Bosco dirige-lhe umas palavras amáveis e pede-lhe que espere um pouco depois da Missa, porque tem uma coisa muito importante a dizer-lhe. Terminada a Missa, leva-o a um canto da igreja e, de sorriso nos lábios, pergunta-lhe: — Meu bom amigo, como te chamas? . — E vais ao catecismo? — Não me atrevo. Os rapazes mais pequenos fazem troça de mim… — E se fosse eu a explicar-te a doutrina, vinhas?
  • 5. 5 — Com todo o gosto. — Pode ser aqui mesmo? — Sim, contanto que não me batam! — Fica descansado, agora és meu amigo, e ninguém te fará mal. Quando vamos começar? — Quando o senhor quiser. — Agora mesmo? — É só o senhor querer. D. Bosco ajoelha e reza uma Ave-Maria. Naquele momento nasce o Oratório, começa o grande apostolado de D. Bosco entre os jovens. Quatro dias depois é domingo. Bartolomeu volta acompanhado de mais oito rapazes. Mais outro domingo e é já uma enchente de rapazes, pobremente vestidos mas de olhos vivos. Procuram D. Bosco, a sua palavra e o seu afeto. O exército de rapazes continua a engrossar, mas o Inverno aproxima-se. É necessário pô-los ao abrigo da chuva e da neve. O primeiro lugar de encontro é o Colégio Eclesiástico em que D. Bosco estuda. No pequeno pátio, o recreio; na igreja ao lado, as funções religiosas, o canto e as sessões de catequese. O Pe. Cafasso aprova e colabora, mas os outros começam a reclamar: toda aquela barulheira era insuportável! 5. Atividades dos Ex-alunos e ex-alunas de D. Bosco e das FMA. Os ex-alunos/as se ocupam das simples atividades humanas ao empenho religioso - eclesial. O CGS, as Constituições SDB falam da pertença à Família Salesiana. A Associação incentiva a comunhão ativa com os demais grupos da FS, através do diálogo, da colaboração e de modo especial esforça-se para realizar conjuntamente atividades com os ex- alunos e ex-alunas das FMA. A Asssociação como um movimento de leigos orienta-se neste terceiro milênio a dar uma resposta mais de acordo com o que pede a sociedade e Igreja. A Confederação foca de modo especial “os jovens”. Há também um empenho em se aproximar de instituições civis e religiosas preocupadas com a educação.