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RELAÇÕES ENTRE VALORES, SENTIDO DA VIDA E BEM-ESTAR SUBJETIVO EM 
INTRODUÇÃO 
MEMBROS DE NOVAS COMUNIDADES CATÓLICAS 
THIAGO ANTONIO AVELLAR DE AQUINO - UFPB 
A religiosidade de forma geral ainda se constitui um 
núcleo para a cultura brasileira, influenciando em suas atitudes 
e comportamentos. Mesmo considerando a importância do 
estudo de grupos minoritários como importantes objetos de 
pesquisa, o crescimento de algumas organizações, como as 
“Novas Comunidades Católicas de Vida e Aliança”, ilustra uma 
mudança na forma de vivenciar a religiosidade no mundo 
contemporâneo. Apesar de já existirem muitos estudos sobre a 
temática dos valores humanos, bem como sentido de vida e 
bem-estar, muito pouco se encontra sobre a relação desses 
construtos com membros de instituições religiosas. A ausência 
de estudos nesta área torna significativamente importante a 
investigação e análise desse novo grupo social, através da 
atenção científica sobre quais valores são predominantes 
naqueles que aderem a tais instituições, bem como dedicar tal 
atenção ao nível de bem-estar e sentido de vida nos sujeitos ali 
presentes. 
OBJETIVOS 
Investigar a relação entre os valores, o sentido da vida, o 
bem-estar subjetivo dos membros de diferentes estados de vida 
(solteiros, casados, celibatários e clérigos), que aderiram às 
“Novas Comunidades de Vida e Aliança” da Igreja Católica 
Apostólica Romana presentes na região da grande João 
Pessoa (PB). 
REFERENCIAL TEÓRICO 
Os resultados foram analisados à luz da teoria funcionalista 
dos valores humanos (V.V. Gouveia), e da perspectiva teórica de Viktor 
Frankl. 
MÉTODO 
Contou-se com a participação de 147 integrantes das Novas 
Comunidades, em uma amostra de conveniência (não-probabilística). 
As idades dos participantes variaram entre 18 e 65 anos (M = 29,31, 
DP = 10,89), grande parte dos participantes possuindo o ensino médio 
completo (38,8%); a maioria solteiros (60,5%) e mulheres (63,9%). 
Todos foram solicitados a responderem às escalas PIL-Test (Purpose 
in Life), Questionário de Saúde Geral 12, QVB e o Questionário dos 
Valores Básicos, bem como ao questionário sociodemográfico. 
ANDREI ALVES DE AGUIAR – UFPB 
RESULTADOS / DISCUSSÃO 
Observou-se que os valores mais importantes nessas organizações são religiosidade e obediência, e que foram mais 
presentes as subfunções normativa e interativa. Segundo Gouveia e cols. (2008b), valores são preditores de comportamentos e expressam 
as necessidades humanas, de tal modo, tem-se aqui o valor religiosidade como expressão da necessidade de segurança em um ser 
superior, bem como a busca por uma certeza e harmonização, a fim de se ter uma vida social pacífica (MEDEIROS, 2011); e o valor 
obediência como expressão do comportamento de tendência normativa presente e proposto nas comunidades, através de suas normas, 
regras, tarefas a cumprir, etc. 
O teste t de Student apontou uma diferença significativa entre os grupos comunitários de Vida e Aliança no que se refere à 
obediência, o que é possível de ser explicado a partir do contexto disciplinar em que os membros da Comunidade de Vida (CV) estão 
inseridos, ou seja, eles vivem segundo o propósito da Comunidade que cobra radicalidade no sacrifício da autonomia dos membros, 
submetendo sua vontade à da comunidade, renunciando a projetos de realização pessoal, profissional, entre eles o estudo, em prol dessa 
uma obediência cega a Deus, ao fundador, à regra, à comunidade (CARRANZA; MARIZ, 2009). Ao contrário dos membros da CV, aqueles 
da Comunidade de Aliança (CA), por morarem nas suas próprias residências (TIMBÓ, 2004), estão menos submetidos a uma disciplina 
rigorosa imposta significativamente em contextos disciplinares (FOUCAULT, 1999). 
Os resultados também apresentaram, dentre os valores com menores médias, o prestígio e o poder, tendo este último a 
média mais baixa, corroborando com o estudo de Gouveia (2003) onde se descreve este valor como o menos socialmente desejado por 
algumas pessoas, citando, como exemplo, estudantes universitários, que é o caso de grande parte da amostra deste estudo. 
Os valores prazer e sexualidade também obtiveram baixas médias, corroborando novamente com o estudo de Gouveia, 
acima citado, que mostrou maior associação aos valores de experimentação (emoção, prazer e sexualidade) em pessoas que pontuaram 
mais baixo quanto ao grau de religiosidade. Isto pode ser explicado pelo fato de, no contexto religioso, a questão sexual ser tratada, de 
modo geral, com relações de pecado, enfatizando a necessidade de pureza (castidade), que nas comunidades é compromisso essencial dos 
membros (CARRANZA; MARIZ, 2009). 
O presente estudo apresenta uma moderada correlação positiva entre vazio existencial, ansiedade e depressão, podendo-se 
assim afirmar que vazio existencial e bem-estar subjetivo são inversamente correlacionados, isto é, quanto maior o vazio, menor o bem-estar 
subjetivo, e vice-versa. Isto acontece porque, quando essa vontade de sentido é frustrada, surge um vazio no interior da pessoa 
humana (FRANKL, 1991a), produzindo sofrimento psíquico acompanhado do sentimento profundo de falta de sentido, que trava o 
andamento dinâmico da vida. 
Neste trabalho foi observado, através de correlação, que o fato de o membro sentir-se importante para a comunidade da 
qual faz parte inibe a presença do vazio existencial, existindo, portanto, menos risco à depressão e ansiedade, e assim maior propensão ao 
bem-estar subjetivo. Dessa forma corrobora com estudos nos quais se postula que o grupo tem influência direta na construção de crenças, 
atitudes e valores no indivíduo (ROKEACH, 1981), e que há relação entre alguns grupos socais e o sentido da vida (AQUINO; ET AL., 
2009b; AQUINO, 2009). 
O vazio existencial correlacionou-se negativamente com a condição de ter parceiro(a) fazendo parte da mesma comunidade, 
o que representou fatores de proteção do bem-estar subjetivo. Tal diferença pode ser explicada a partir do que expõe Frankl (1991a) quando 
descreve os valores existenciais (os valores criativos, vivenciais, atitudinais), de modo particular através dos valores vivenciais, por meio dos 
quais é possível encontrar sentido e livrar-se do vazio da existência quando se ama alguém, quando se encontra alguém, por meio dos 
relacionamentos de uma maneira geral, pois estes valores estão diretamente relacionados ao amor. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Diante do exposto, considera-se de forma geral que os objetivos propostos 
para esta pesquisa tenham sido alcançados, e espera-se com isso trazer 
contribuições concernentes aos estudos na área do sentido da vida e sua relação 
com os valores e o bem-estar subjetivo. Considera-se também que este estudo 
contribuiu para a formação de conhecimento acerca deste novo grupo social (Novas 
Comunidades). Sabe-se que os valores contribuíram para o fato de que o bem-estar 
subjetivo e o vazio existencial não tivessem forte incidência nestes grupos. A 
natureza cultural é conhecida, embora a natureza valorativa ainda não. 
Uma possível crítica ao presente trabalho poderia decorrer do grau das 
forças de correlação. De forma geral, as correlações do presente estudo não são 
consideradas fortes, entretanto, outros estudos sobre valores e bem-estar subjetivo 
também não o são, a exemplo da pesquisa de Chaves (2003) e Albuquerque et al. 
(2006). Isto sugere que não se constitui um problema em si desta pesquisa 
específica, mas possivelmente decorre-se da natureza dos próprios constructos 
investigados. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ALBUQUERQUE, F. J. B.; NORIEGA, J. A. V.; COELHO, J. A. P. M.; NEVES, M. T. S.; MARTINS, C. R. 
Valores humanos básicos como preditores do bem-estar subjetivo. PSICO, Porto Alegre, PUCRS, v. 37, 
n. 2, pp. 131-137, maio/ago. 2006. 
AQUINO, T. A. A. de. Atitudes e intenções de cometer o suicídio: seus correlatos existenciais e 
normativos. 280 f. Tese (Doutorado em Psicologia Social) – Universidade Federal do Rio Grande do 
Norte, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2009. 
AQUINO, T. A. A. de.; CORREIA, A. P. M.; MARQUES, A.; DE SOUZA, C.; FREITAS, H. C. de A.; 
ARAÚJO, I. F.; DIAS, P. dos S.; ARAÚJO, W. F. Atitude religiosa e sentido da vida: Um estudo 
correlacional. Psicologia Ciência e Profissão, v. 29, p. 228-243, 2009b. 
CARRANZA, Brenda.; MARIZ, Cecília Loreto. Novas Comunidades Católicas: Porque crescem?. In: 
CARRANZA, B.; MARIZ, C. L.; CAMURÇA, M. Novas Comunidades Católicas: Em busca do espaço 
pós-moderno. Aparecida, SP: Editora Idéias & Letras, 2009. 
FRANKL, V. E. El hombre em busca de sentido. Editorial Heder, Barcelona. Psikolibro. 1991. 2ª ed. 
Tradução de Walter O. Schlupp e Carlos C. Aveline. 2ª ed. Petrópolis: Vozes, 1991a. 
FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão (21ª ed., R. Ramalhete, trad.). Rio de Janeiro: 
Vozes. (1999b). 
GOUVEIA, V. V. A natureza motivacional dos valores humanos: evidências acerca de uma nova tipologia. 
Estudos de Psicologia, 8 (3), 431-443. 2003. 
MEDEIROS, E. D. Teoria Funcionalista dos Valores Humanos: testando sua adequação intra e 
interculturalmente. 255 f. Tese (Doutorado em Psicologia Social) –Universidade Federal da Paraíba, João 
Pessoa, 2011. 
CHAVES, Sandra da Silva. Valores como Preditores do Bem-Estar Subjetivo. 144 f. Dissertação 
(Mestrado em Psicologia Social) – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2003. 
ROKEACH, M. The nature of human values. New York: Free Press, 1973.

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  • 1. RELAÇÕES ENTRE VALORES, SENTIDO DA VIDA E BEM-ESTAR SUBJETIVO EM INTRODUÇÃO MEMBROS DE NOVAS COMUNIDADES CATÓLICAS THIAGO ANTONIO AVELLAR DE AQUINO - UFPB A religiosidade de forma geral ainda se constitui um núcleo para a cultura brasileira, influenciando em suas atitudes e comportamentos. Mesmo considerando a importância do estudo de grupos minoritários como importantes objetos de pesquisa, o crescimento de algumas organizações, como as “Novas Comunidades Católicas de Vida e Aliança”, ilustra uma mudança na forma de vivenciar a religiosidade no mundo contemporâneo. Apesar de já existirem muitos estudos sobre a temática dos valores humanos, bem como sentido de vida e bem-estar, muito pouco se encontra sobre a relação desses construtos com membros de instituições religiosas. A ausência de estudos nesta área torna significativamente importante a investigação e análise desse novo grupo social, através da atenção científica sobre quais valores são predominantes naqueles que aderem a tais instituições, bem como dedicar tal atenção ao nível de bem-estar e sentido de vida nos sujeitos ali presentes. OBJETIVOS Investigar a relação entre os valores, o sentido da vida, o bem-estar subjetivo dos membros de diferentes estados de vida (solteiros, casados, celibatários e clérigos), que aderiram às “Novas Comunidades de Vida e Aliança” da Igreja Católica Apostólica Romana presentes na região da grande João Pessoa (PB). REFERENCIAL TEÓRICO Os resultados foram analisados à luz da teoria funcionalista dos valores humanos (V.V. Gouveia), e da perspectiva teórica de Viktor Frankl. MÉTODO Contou-se com a participação de 147 integrantes das Novas Comunidades, em uma amostra de conveniência (não-probabilística). As idades dos participantes variaram entre 18 e 65 anos (M = 29,31, DP = 10,89), grande parte dos participantes possuindo o ensino médio completo (38,8%); a maioria solteiros (60,5%) e mulheres (63,9%). Todos foram solicitados a responderem às escalas PIL-Test (Purpose in Life), Questionário de Saúde Geral 12, QVB e o Questionário dos Valores Básicos, bem como ao questionário sociodemográfico. ANDREI ALVES DE AGUIAR – UFPB RESULTADOS / DISCUSSÃO Observou-se que os valores mais importantes nessas organizações são religiosidade e obediência, e que foram mais presentes as subfunções normativa e interativa. Segundo Gouveia e cols. (2008b), valores são preditores de comportamentos e expressam as necessidades humanas, de tal modo, tem-se aqui o valor religiosidade como expressão da necessidade de segurança em um ser superior, bem como a busca por uma certeza e harmonização, a fim de se ter uma vida social pacífica (MEDEIROS, 2011); e o valor obediência como expressão do comportamento de tendência normativa presente e proposto nas comunidades, através de suas normas, regras, tarefas a cumprir, etc. O teste t de Student apontou uma diferença significativa entre os grupos comunitários de Vida e Aliança no que se refere à obediência, o que é possível de ser explicado a partir do contexto disciplinar em que os membros da Comunidade de Vida (CV) estão inseridos, ou seja, eles vivem segundo o propósito da Comunidade que cobra radicalidade no sacrifício da autonomia dos membros, submetendo sua vontade à da comunidade, renunciando a projetos de realização pessoal, profissional, entre eles o estudo, em prol dessa uma obediência cega a Deus, ao fundador, à regra, à comunidade (CARRANZA; MARIZ, 2009). Ao contrário dos membros da CV, aqueles da Comunidade de Aliança (CA), por morarem nas suas próprias residências (TIMBÓ, 2004), estão menos submetidos a uma disciplina rigorosa imposta significativamente em contextos disciplinares (FOUCAULT, 1999). Os resultados também apresentaram, dentre os valores com menores médias, o prestígio e o poder, tendo este último a média mais baixa, corroborando com o estudo de Gouveia (2003) onde se descreve este valor como o menos socialmente desejado por algumas pessoas, citando, como exemplo, estudantes universitários, que é o caso de grande parte da amostra deste estudo. Os valores prazer e sexualidade também obtiveram baixas médias, corroborando novamente com o estudo de Gouveia, acima citado, que mostrou maior associação aos valores de experimentação (emoção, prazer e sexualidade) em pessoas que pontuaram mais baixo quanto ao grau de religiosidade. Isto pode ser explicado pelo fato de, no contexto religioso, a questão sexual ser tratada, de modo geral, com relações de pecado, enfatizando a necessidade de pureza (castidade), que nas comunidades é compromisso essencial dos membros (CARRANZA; MARIZ, 2009). O presente estudo apresenta uma moderada correlação positiva entre vazio existencial, ansiedade e depressão, podendo-se assim afirmar que vazio existencial e bem-estar subjetivo são inversamente correlacionados, isto é, quanto maior o vazio, menor o bem-estar subjetivo, e vice-versa. Isto acontece porque, quando essa vontade de sentido é frustrada, surge um vazio no interior da pessoa humana (FRANKL, 1991a), produzindo sofrimento psíquico acompanhado do sentimento profundo de falta de sentido, que trava o andamento dinâmico da vida. Neste trabalho foi observado, através de correlação, que o fato de o membro sentir-se importante para a comunidade da qual faz parte inibe a presença do vazio existencial, existindo, portanto, menos risco à depressão e ansiedade, e assim maior propensão ao bem-estar subjetivo. Dessa forma corrobora com estudos nos quais se postula que o grupo tem influência direta na construção de crenças, atitudes e valores no indivíduo (ROKEACH, 1981), e que há relação entre alguns grupos socais e o sentido da vida (AQUINO; ET AL., 2009b; AQUINO, 2009). O vazio existencial correlacionou-se negativamente com a condição de ter parceiro(a) fazendo parte da mesma comunidade, o que representou fatores de proteção do bem-estar subjetivo. Tal diferença pode ser explicada a partir do que expõe Frankl (1991a) quando descreve os valores existenciais (os valores criativos, vivenciais, atitudinais), de modo particular através dos valores vivenciais, por meio dos quais é possível encontrar sentido e livrar-se do vazio da existência quando se ama alguém, quando se encontra alguém, por meio dos relacionamentos de uma maneira geral, pois estes valores estão diretamente relacionados ao amor. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do exposto, considera-se de forma geral que os objetivos propostos para esta pesquisa tenham sido alcançados, e espera-se com isso trazer contribuições concernentes aos estudos na área do sentido da vida e sua relação com os valores e o bem-estar subjetivo. Considera-se também que este estudo contribuiu para a formação de conhecimento acerca deste novo grupo social (Novas Comunidades). Sabe-se que os valores contribuíram para o fato de que o bem-estar subjetivo e o vazio existencial não tivessem forte incidência nestes grupos. A natureza cultural é conhecida, embora a natureza valorativa ainda não. Uma possível crítica ao presente trabalho poderia decorrer do grau das forças de correlação. De forma geral, as correlações do presente estudo não são consideradas fortes, entretanto, outros estudos sobre valores e bem-estar subjetivo também não o são, a exemplo da pesquisa de Chaves (2003) e Albuquerque et al. (2006). Isto sugere que não se constitui um problema em si desta pesquisa específica, mas possivelmente decorre-se da natureza dos próprios constructos investigados. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBUQUERQUE, F. J. B.; NORIEGA, J. A. V.; COELHO, J. A. P. M.; NEVES, M. T. S.; MARTINS, C. R. Valores humanos básicos como preditores do bem-estar subjetivo. PSICO, Porto Alegre, PUCRS, v. 37, n. 2, pp. 131-137, maio/ago. 2006. AQUINO, T. A. A. de. Atitudes e intenções de cometer o suicídio: seus correlatos existenciais e normativos. 280 f. Tese (Doutorado em Psicologia Social) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2009. AQUINO, T. A. A. de.; CORREIA, A. P. M.; MARQUES, A.; DE SOUZA, C.; FREITAS, H. C. de A.; ARAÚJO, I. F.; DIAS, P. dos S.; ARAÚJO, W. F. Atitude religiosa e sentido da vida: Um estudo correlacional. Psicologia Ciência e Profissão, v. 29, p. 228-243, 2009b. CARRANZA, Brenda.; MARIZ, Cecília Loreto. Novas Comunidades Católicas: Porque crescem?. In: CARRANZA, B.; MARIZ, C. L.; CAMURÇA, M. Novas Comunidades Católicas: Em busca do espaço pós-moderno. Aparecida, SP: Editora Idéias & Letras, 2009. FRANKL, V. E. El hombre em busca de sentido. Editorial Heder, Barcelona. Psikolibro. 1991. 2ª ed. Tradução de Walter O. Schlupp e Carlos C. Aveline. 2ª ed. Petrópolis: Vozes, 1991a. FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão (21ª ed., R. Ramalhete, trad.). Rio de Janeiro: Vozes. (1999b). GOUVEIA, V. V. A natureza motivacional dos valores humanos: evidências acerca de uma nova tipologia. Estudos de Psicologia, 8 (3), 431-443. 2003. MEDEIROS, E. D. Teoria Funcionalista dos Valores Humanos: testando sua adequação intra e interculturalmente. 255 f. Tese (Doutorado em Psicologia Social) –Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2011. CHAVES, Sandra da Silva. Valores como Preditores do Bem-Estar Subjetivo. 144 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia Social) – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2003. ROKEACH, M. The nature of human values. New York: Free Press, 1973.