O documento discute a longa história dos cabelos e penteados, desde a Pré-História até os dias atuais. Os cabelos sempre fizeram parte da identidade cultural e social de cada povo. A Grécia Antiga foi pioneira na criação de salões de cabeleireiro e na valorização estética dos cabelos. Ao longo dos séculos, os penteados refletiram mudanças sociais e de moda em diferentes épocas e culturas.
2. Sim, o título não mente, a história é longa mesmo.
Você já se perguntou sobre a história dos cabelos?
Quando surgiram as barbearias, os salões de beleza, os
cortes, penteados, etc? Nesse primeiro post sobre esse
assunto vamos contar o inicio dessa história. Quando,
como, onde e por que o cabelo é tão importante para nós!
3. Cada tribo ou povo tem uma história, uma cultura, um jeito
de se mostrar independente. E os cabelos sempre fizeram
parte dessa identidade, tendo cada, penteado uma marca
registrada.
Por meio do estilo dos fios, por exemplo, é possível
descobrir costumes de cada época, de classes sociais ou de
grupos definidos, como os hippies, os yuppies e os punks.
A mudança dos penteados fala muito sobre nós, sobre as
mudanças na rotina e na visão do mundo. As vezes troca-se de
penteado para integrar uma mudança interna.
4. Quando decidimos mudar a cor ou a textura natural
do cabelo, estamos a dizer a todos que aquela mudança
tem mais a ver com o que sentimos, pensamos e
queremos para nós.
Quando uma mulher corta radicalmente o cabelo ou
opta pelo megahair, também esta passando uma
mensagem. Vale ressaltar que o mais importante não é o
que o cabelo representa, mas sim essa mudança, que
apensa depende de cada um para realmente acontecer.
"os cabelos não desinibem, não erotizam e nem nos
recolocam no mundo se nós não alterarmos as nossas
atitudes e a postura além do penteado. Enfim, precisa ser
de dentro para fora".
5. Já na Pré-história, o homem das cavernas se
esforçava para tratar e arrumar os cabelos. Achados
arqueológicos de pentes e navalhas de pedra comprovam
isso. O primeiro apogeu na arte de penteados ocorreu no
velho Egito, há cerca de 5 mil anos. Perucas sofisticadas
mostram a habilidade dos cabeleireiros que na corte dos
faraós gozavam grandes prestígios.
6. Durante a segunda guerra mundial, por exemplo
com a inexistência de salões de beleza, as mulheres
precisavam de se adaptar a penteados mais simples. Na
mesma época os turbantes ficaram em alta por serem
mais práticos e mais baratos que os chapéus. Duas
décadas antes os curtos foram muito valorizados porque
o figurino da mulher se despojou como um todo.
7. Na década de vinte as mulheres se emanciparam
muito politicamente e começaram a reivindicar um
espaço maior na sociedade.
Nos anos setenta surgiram nos salões os secadores
portáteis - para salvar a vida das mulheres. Uma década
depois passaram a ser disponibilizados no mercado
comum.
8.
9. Em algumas culturas, o cabelo demonstra a posição
social, profissional e até mesmo religiosa da pessoa.
Na Roma antiga, por exemplo, o cabelo raspado
evidenciava inferioridade já que, na época, apenas
escravos, prisioneiros ou traidores utilizavam esse corte.
10. No século II A.C, na Grécia Antiga, para encontrar um
verdadeiro penteado requintado era conveniente dar asas
a imaginação e ir até ao topo do Olimpo: espaço
reservado aos deuses e deusas. Os penteados ostentavam
algumas sobriedades e fantasias, prevalecendo os
cabelos louros, frisados, com caracóis estreitos e
discretos, com franjas em espiral.
11. Foram os Gregos que criaram os primeiros salões de
cabeleireiro (KOUREIA), em Atenas, construídos sobre
a praça pública, o Ágora. Lá, os Kosmetes ou
"Embelezadores de Cabelo", escravos especiais,
circulavam soberanos. Os escravos cuidavam dos
homens e as escravas das mulheres. Vemos que os
cabelos, em particular, tiveram sempre o privilégio de
um espaço próprio.
12. Os cabelos eram perfumados com óleos raros e
preciosos, matizados com tons tintos ou descolorados,
uma vez que a cor mais em voga era a loura. Nos
penteados femininos, utilizavam-se faixas e laços por
cima dos cabelos lisos e compridos.
Mais tarde, a moda lançou os caracóis e os rolos de
cabelos. Os penteados eram enriquecidos com pentes
afiados em bronze ou marfim.
13. Na Grécia Antiga, a moda dos cabelos se mantinha
por dois a três séculos. A mudança era rápida na Roma
Antiga, onde as esposas dos soberanos eram os
exemplos, sendo seguidas por todas. A essa altura, no
império Greco-romano, os Gregos e as Gregas faziam os
cabelos dos Romanos e penteavam as Romanas. Nesses
salões, discutiam-se novidades e propagavam-se as
fofocas. Se antes existiam particularidades regionais, a
partir de Luis XIV, a moda francesa dominou todas as
civilizações.
14. No começo do século XVIII, as mulheres casadas
usavam uma touca para esconder os cabelos e somente o
marido delas poderia ver seus cabelos soltos.
15. Jornais da moda, nos séculos XVIII e XIX,
divulgam os estilos por toda Europa. Seguia-se o
exemplo das Casas Reinantes de Paris e Viena, e também
de todas elites europeias. Os primeiros cabeleireiros
para senhoras foram os Coiffures Parisienses,
Leonard, Autier e Legros Rumigny, que prestavam
seus serviços a Rainha Maria Antonietta e recebiam
altos salários.
16. Quando nos anos vinte, a moda exigia cabelos "A
Lagarçonne", os partidários do cabelo comprido
polemizavam que cabelo curto era vergonha para a
mulher. Entretanto, as mulheres, cada vez mais
envolvidas na sociedade e no trabalho, não mais
admitiam seguir tradições que retomavam a idade
média. Compreenderam que a moda de penteados serve
como espelho da mudança social, pois o cabelo reflete
atitudes pessoais, artísticas, mundanas e religiosas.
17. Na Grécia Antiga, as imagens utópicas das divindades
mitológicas assumiram um ideal de beleza e perfeição
corporal. Essa preocupação estética levou a necessidade
de um espaço exclusivo e adequado para o tratamento de
beleza, incluindo o capilar. Assim, surgiram os primeiros
salões de beleza e a profissão de barbeiro, exclusiva do
sexo masculino. Já nessa época, os barbeiros
completavam os penteados com falsos cabelos. Os
calvos, usavam cabelos artificiais e perucas.
18. Os homens pertencentes à nobreza e os guerreiros
apresentavam cabelos compridos, sustentados por faixas,
correntes ou condecorações. Os adolescentes copiavam
os penteados de Apolo Arquimedes, enquanto os velhos
e filósofos usavam cabelos longos e barbas densas, como
símbolo de sabedoria.
19. As barbas e bigodes eram cortados com ponta de
lança, à imagem de uma sociedade de gladiadores. Os
escravos, que não se distinguiam dos homens livres,
apresentavam cabelos curtos e lisos, não se permitindo
barbas nem bigodes. Nas antigas culturas, quem pegasse
na barba ou cabelo de uma pessoa, era severamente
punido, pois significava um atentado à honra e uma
intromissão em sua psique.
20. No século XX, surge a figura feminina nos salões de
barbeiros, tanto no exercício da profissão, quanto na
clientela.