O documento descreve um workshop sobre economia e empreendedorismo social realizado pela CAID, Câmaras Municipais da Trofa e Santo Tirso. O workshop discute conceitos de organizações de economia social, comunidade e sustentabilidade, e empreendedorismo social de base comunitária, propondo etapas e áreas para projetos de interesse comum.
3. • As organizações de economia social têm as
seguintes características:
– Missão: contribuir para relações mais solidárias
dos seres humanos entre si e com o meio
ambiente em que vivem;
– Actividades (a natureza económica dos bens e
serviços que produzem coloca problemas de
sustentabilidade económica que exigem formas
de organização colectiva):
• quando produzem bens e serviços privados (bens e
serviços com exclusão no acesso e rivalidade no
consumo, aos, quais, portanto, poderia ser aplicado
um preço de venda), muitas vezes estes devem ser
disponibilizados aos seus utentes abaixo do preço de
custo se a organização estiver a cumprir a sua missão
solidária (ex. bens e serviços produzidos pelas IPSS
para os seus utentes);
• produzem bens públicos (mais coesão social, melhor
ambiente, etc.);
– Recursos: geridos em regime de propriedade
comum.
Conceito de
OES
4. • A comunidade está na génese e no coração
da missão das organizações de economia
social:
– Nascem para responder a necessidades e
problemas sociais numa determinada
comunidade;
– Estas necessidades e problemas são “sociais”
porque não podem ser resolvidos só, ou
principalmente pela acção individual das
pessoas que afectam;
– Exigem organização da acção colectiva dessas
pessoas e delas com outras que as possam
ajudar
• É, pois, ao nível da comunidade que a
identificação destas necessidades deve ser
feita e a resposta a elas deve ser construída,
sem prejuízo da articulação com outros níveis
de intervenção.
Conceito de
OES e a
abordagem
de base
comunitária
9. • Unidade de intervenção – uma
comunidade:
– Colectividade humana (conjunto de
pessoas que interagem umas com as
outras no quando de determinadas
normas sociais)
– Identidade colectiva
– Relações de vizinhança (geográfica ou
doutro tipo)
Empreen-
dedorismo
social de
base
comunitária:
O que é?
10. • Objectivo do processo de
empreendedorismo – melhorar as
respostas a problemas sociais da
comunidade:
– Melhorar respostas já existentes e/ou
Criar novas respostas
– Tirando partido das pessoas e de
recursos existentes na comunidade
– Promovendo a partilha destes recursos
que possam e devam ser partilhados
Empreen-
dedorismo
social de
base
comunitária:
O que é?
11. • Modo de organização do processo –
melhorar as capacidades de organização
colectiva da comunidade para responder
a esses problemas:
– Capacidades de cooperação (saber
identificar e aproveitar vantagens mútuas
no relacionamento entre as pessoas e
organizações de comunidade e com
entidades externas)
– Capacidades de coordenação (saber
identificar e cumprir normas de
procedimento comuns)
– Capacidades de resolução pacífica de
conflitos (desenvolver relações de confiança
e instâncias de mediação de conflitos)
– Desenvolver boas relações interpessoais
Empreen-
dedorismo
social de
base
comunitária:
O que é?
12. • Etapas do processo
– Etapa 1: Com o apoio desse grupo, organizar
um forum de discussão ou mais envolvendo
essa e outras partes interessadas, de
maneira a identificar, de forma participada,
um ou mais projectos exequíveis de
resposta aos problemas sociais, mas que só
possam ser levadas a bom termo se forem
feitas em comum (acções que exijam
cooperação, coordenação e resolução
pacífica de conflitos)
– Etapa 2: Constituir e capacitar um grupo de
agentes locais com vontade para
desencadear um processo de intervenção
deste género e fazê-lo em equipa
Empreen-
dedorismo
social de
base
comunitária:
como?
13. • Etapas do processo
– Etapa 3: Com base em pessoas e
organizações activas nesses encontros de
discussão, e com ajudas externas, planear
as acções de interesse comum que tiverem
sido identificadas, sempre em interacção
com o grupo mais alargado
– Etapa 4: procurar que neste processo de
planeamento possam ser claras para as
partes interessadas algumas vantagens das
acções de interesse comum que estão a ser
trabalhadas, com destaque para as que
possam ser exequíveis com os recursos
existentes, ou com pouco mais do que isso
Empreen-
dedorismo
social de
base
comunitária:
como?
14. • Etapas do processo
– Etapa 5: procurar que neste processo se
possa constituir de uma forma gradual e
consensual uma instância de liderança
servidora do mesmo
– Etapa 6: organizar a angariação de recursos
internos e externos à comunidade para a
implementação das acções de uma forma
que as possa tornar sustentáveis (ex. mais e
melhor cooperação, mais e melhor
transparência na gestão e na prestação de
contas, marketing social, acções de
responsabilidade social das empresas,
desenvolvimento de actividades geradoras
de receitas próprias, etc.)
– Etapa 7: monitorização e avaliação da
implementação (auto-avaliação e avaliação
externa)
Empreen-
dedorismo
social de
base
comunitária:
como?
15. • Eixos de intervenção do processo
– Capacitar as organizações de economia
social (melhorias na estrutura e no
funcionamento interno): a formação-acção
pode ajudar
– Melhorar a cooperação e a coordenação
entre os vários agentes locais (OES,
empresas, autarquias e outras entidades
públicas) com base em projectos de
interesse comum
– Capacitar as pessoas para a
empregabilidade:
• Reduzir as barreiras no acesso a meios de
produção com os quais possam fazer render as
suas capacidades (ex. TechClub – Oficinas do
Bom Sucesso)
Empreen-
dedorismo
social de
base
comunitária:
em quê?
16. • Áreas para projectos de interesse comum
– Projectos de cooperação para reduzir custos:
• Centrais de informações sobre preços de compras
• Uso partilhado de bens partilháveis
• Uso partilhado de recursos humanos
• Redes de cooperação na área da saúde
– Projectos de cooperação para aumentar as
receitas:
• Plataformas digitais para marketing social e marketing
de produtos de várias organizações que se juntam
para este efeito
• Redes cooperativas de venda de produtos
comercializáveis das organizações (produtos agrícolas
e outros)
– Capacitar as pessoas para a empregabilidade:
• Reduzir as barreiras no acesso a meios de produção
com os quais possam fazer render as suas
capacidades (ex. TechClub – Oficinas do Bom Sucesso)
Empreen-
dedorismo
social de
base
comunitária:
em quê?