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INDICADORES PARA A ESTABILIDADE PRODUTIVA 
                                                                                                          Sergio Kamada* 
A  Estabilidade  Produtiva  é  a  situação  onde  o  processo  ou  fluxo  produtivo  é  mantido  dentro  do 
planejado,  sob  a  visão  do  tempo  Takt  e  do  comportamento  dos  4M’s.  Existem  muitas  maneiras  de 
mensurar se um processo ou fluxo está estável,  
Este artigo tem como objetivo apontar os indicadores para acompanhar a instabilidade produtiva, as 
maneiras de medição, divulgação e intervenção para se reduzir os desperdícios e resolver os problemas. 
Apresentaremos  a  maneira  como  isso  era  feito  na  Toyota  do  Brasil  (ver  o  artigo  “Estabilidade  na 
produção  da  Toyota  do  Brasil”,  http://www.lean.org.br/bases.php?&interno=artigo_44)  tanto  com  os 
indicadores de processo quanto no nível da planta. 
1. MENSURAÇÃO E INDICADORES A NÍVEL DE PROCESSO 
Para cada processo básico como estamparia, armação, usinagem, pintura, tratamento térmico, injeção 
etc, o supervisor e a chefia imediata elaboravam o “Relatório Diário de Produção” contendo 5 folhas de 
tamanho A4, e onde eram medidos  basicamente os seguintes indicadores:  
• Quantidade produzida (volume produzido de acordo com o plano de produção mensal); 
• Cálculo da produtividade através do número de horas disponíveis em função da mão de obra que 
era destinada à produção do dia; 
• “Downtime”  (horas  em  que  a  produção  parava  por  ocorrência  de  algum  tipo  de  desperdício  ou 
problema); 
• Absenteísmo e capacitação (multi‐funcionalidade); 
• Qualidade. 
Na primeira folha (ver figura 1), os dados básicos anotados eram a quantidade produzida, com o quadro 
de  acompanhamento  da  produção  reproduzido  na  parte  inferior  para  a  observação  horária  do 
aparecimento  de  irregularidades.  Se  os  desperdícios  ou  problemas  não  aconteciam,  a  produção 
planejada era alcançada (ver quadro de acompanhamento dos problemas e as reações necessárias nos 
artigos:  “A  cadeia  de  ajuda”  http://www.lean.org.br/bases.php?&interno=artigo_72;  e  “Como  operar 
um andon”, http://www.lean.org.br/bases.php?&interno=artigo_71). 
 
 
 
 
Figura 1: Diário de produção 
Na segunda folha (ver figura 2) calculávamos a produtividade conforme o exemplo abaixo, observando 
os dados da primeira folha: 
(I) Volume produzido no dia: 20 peças 
Retirado  da  primeira  folha,  com  a  possibilidade  de  se  produzir  frações  de  unidades,  pois  quando 
acabava o período produtivo a peça poderia estar parcialmente completada. 
(II) Mão de obra produtiva: 
 
(A) Total da Mão de obra do setor: exemplo, 27 pessoas x 10 horas = 270 horas  
(B) Horas extras no período: 18 pessoas x 2 h = 36 horas  
(C) Horas dos improdutivos no setor (supervisor ajudou): 1,5 h 
(D) Horas extras dos improdutivos: 0 h (não soma) 
(E) Atrasos e saídas da mão de obra (somadas): 3,0 h 
(F) Faltas e férias da mão de obra (somadas): 8,4 horas 
(G) Total  = A + B – C – E – F  = 274,5 horas 
 
 
(III) Mão de obra para reposição de peças: 
 
(H) Horas alocadas: 2,0 horas 
Observação: Havendo outros tipos de produção de peças especiais, os mesmos eram lançados 
como (I), (J), (K), (L) 
(M) Total = (H) + (I) + (J) + (K) + (L) = 2,0 horas 
 
 
(IV) Atividades improdutivas: tanto máquina quanto pessoas ficando paradas 
 
(N) Manutenção: 
(O) Treinamento: 5,0 horas 
(P) Reuniões: 1,82 horas 
(Q) Melhorias: 4,0 horas 
(R) 5S: 13,37 horas 
(S) CCQ:  
(T) Try‐out: 4,2 horas 
(U) Outros: 
(V) Total: = (N) + (O) + (P) + (Q) + (R) + (S) + (T) + (U) = 28,39 horas 
 
 
(V) Horas produtivas: 
 
(W) = (G) – (M) – (V)  = 244,11 horas 
 
 
(VI) Calculo da produtividade: 
 
(X) Volume produzido = 20 peças 
(Y) Produtividade liquida = (W) / (X) = 21,21 horas/peças 
(Z) Produtividade bruta = (G) / (X) = 13,73 horas/peças 
 
Desse modo, observando a diferença entre a produtividade bruta e a líquida, sabíamos que a diferença 
era  a  ociosidade  (desperdício  da  mão  de  obra)  e  quantas  horas  eram  gastas  para  se  produzir  uma 
unidade. Essa análise era feita por todos os setores diariamente. 
Seção Nº Chefe do Depto. Supervisor Encarregado
X
Operadores Encarregados Operadores Encarregados Supervisor
Efetivos do Setor 21 05 01
Emprestados de outros
Emprestados p/ outros 02 01
Temporários 04 01
Trainee / Senai
Total 27 05 03
Linha Unidade Linha Valor
A Horas (10) A 270,00
B Horas (2) B 36,00
C Horas C 1,50
D (não Soma) Horas D
E Horas E 3,00
F Horas F 30,00
G= A+B+C-E-F Horas G 274,50
H Horas H 2,00
I Horas I
J Horas J
K Horas K
L Horas L
M= H+I+J+K+L Horas M 2,00
N Horas N
O Horas O 5,00
P Horas P 1,82
Q Horas Q 4,00
R Horas R 13,37
S Horas S
T Horas T 4,20
U Horas U
V= N+0+P+Q+R+S+T+U Horas V 28,39
W=G - M - V Horas W 244,11
X Peças X 20,00
Y=W / X Hr/ Pç Y 12,21
Z=G / X Hr/ Pç Z 13,73
Total
Descrição
Disp. Médica
MONTAGEM NOT-OK
Apontamento de Horas Trabalhadas
Distribuição de Mão de Obra Discriminação de Faltas
8421
Data: 30 / 05 / 00 .RELATÓRIO DIÁRIO DE PRODUÇÃO
Falta Justif.
Supervisor
01
Nome da Seção
Horas Extras dos Improdutivos
01
Falta não Justif.
Horas Extras (18P x 2h)
Horas dos Improdutivos na produção
Cálculo de Horas Totais Trabalhadas
Mão de Obra Total do Setor (27P x 10h)
Férias
Acidente Trabalho
Afast. Med. Prolong.
Horas Produtivas
Outras Atividades Não Produtivas ( Encarregados, etc.)
Total de Hora Alocadas
Total de Horas Alocadas
Atraso, Saída etc.
Faltas, Férias. (3P x 10h)
Mão de Obra Produtiva
Produção Especial
Horas Alocadas para Reposição (1P x 2h)
Horas Alocadas para Produção Especial
Horas Alocadas para T. A. S. A.
Horas Alocadas para T. M. S.
Horas Alocadas para Tanque
Atividades das Horas Improdutivas
Manutanção Programada
Treinamento (1P x 50%)
CCQ. (Reuniões, Execução)
Horas Alocadas para TRY-OUT (cipa.)
Reuniões (1P x 100min + 18P x 0,5min)
Melhoramentos (Kaizen) (2P x 2h)
5s (Limpeza, Arumação, etc.)
Total de Hora Produtivas para a Linha
Produtividade
Quantidade de Peças Produzidos no Dia
Produtividade do Setor (líquido)
Produtividade do Setor (bruta)
 
Figura 2: Cálculo da produtividade bruta e líquida 
Na  terceira  folha  (ver  figura  3)  era  analisado  o  “downtime”  através  da  observação  do  quadro  de 
acompanhamento da produção, e utilizando o “Gráfico de Ishikawa + 5 Por quês” o supervisor analisava 
os problemas detectados, identificava a causa raiz, e uma possível contra‐medida era determinada pelo 
supervisor. Importante ressaltar que antes dessa fase (onde o problema já aconteceu), o líder da área 
era responsável por tomar as atitudes emergenciais. 
S
Q
M
S
M
Q
CAUSA (5 PORQUE) PROVIDÊNCIA
1 30 ATRASO NA LINHA
REUNIÃO 5S,
QUALIDADE, SEG. ISO.
HORA MIN. PROBLEMA
30 / 05 / 00
TEMP. PLANEJ.: 20
TEMP. REAL.: 20
TEMPO PARADO: 105 min
RELATÓRIO CONTROLE DE
PARADA DE PRODUÇÃO
45
30
ATRASO NO CÂMBIO
FALTOU MATERIAL
4
CONTRA-MEDIDA OU
REFLEXÃO
FAZER MANUTENÇÃO
PREVENTIVA
IMPLEMENTAR CHECK-LIST
PREVENTIVA
TALHA QUEBROU
FALHA RECEBIMENTO
FOI CHAMADA A
MANUTENÇÃO
FOI EXECUTADO
INSPEÇÃO7
A
 
Figura 3: Análise do downtime
Na quarta folha (ver figura 4) era observado a análise do absenteísmo da área e o nível de treinamento 
(matriz  de  versatilidade).    Ao  executar  a  reunião  diária  de  5  minutos,  o  líder  através  do  kanri‐ban 
procedia  com  a  escala  das  pessoas  e  apontava  nessa  folha  as  discrepâncias  entre  o  que  o  posto  de 
trabalho exigia e quem ocupou tal posto. Esse procedimento era realizado para se identificar com que 
freqüência tais problemas ocorriam e assim eliminar o problema com o treinamento adequado para o 
funcionário. 
1 TONINHO RELIEF. SUPERVISOR
2 ISMAEL CHECK LIST. ENCARREGADO
3 PAULINHO 100% ENCARREGADO
4 SÉRGIO 100% ENCARREGADO
5 JUAREZ 100% ENCARREGADO
6 CLEMENTE 100% ENCARREGADO
7 ADILSON 100% LIDER
8 DJALMA REPOSIÇÃO LIDER
9 ALDEIR NOT OK. LIDER
10 DENILTON 100% LIDER
11 MAUÁ 50% LIDER
12 JOSÉ FERNANDO 100% LIDER
13 ANDRÉ GONÇALVEZ 100% LIDER
14 HÉLIO 100% OP2
15 CARLOS 100% OP1
16 CLÁUDIO 100% OP2
17 ELISANDRO 100% OP2
18 ANDRÉ GOMES 100% OP1
19 JAIR AFASTADO OP2
20 IDELFONSO 100% OP1
21 CLÉBER 100% OP2
22 FERNANDO 50% OP2
23 SÉRGIO VEIGA 100% OP1
24 ANDRÉ LUIZ 50% OP2
25 ADRIANO 50% OP1
26 ALVAREZ 50% OP2
27 CLOVIS 50% OP2
28 ADEMIR TREINAMENTO OP1
29
30
MONTAGEM DATA: 30 / 05 / 008421
ESCALA & VERSATILIDADE
 
Figura 4: Análise da multi-funcionalidade
Na quinta folha (ver figura 5) eram anotadas as quantidades de peças defeituosas e qual o local e o tipo 
de problema que gerou o erro. 
 
Figura 5: Análise dos defeitos da produção
Todos  esses  dados  eram  coletados  diariamente  e  enviados  para  a  Direção  fazer  a  analise,  voltando 
assinado e no mesmo dia feito o lançamento dos dados no sistema pelos responsáveis (supervisores) de 
cada área. Havendo erros ou revisões, os mesmos voltavam à chefia da área produtiva e retornavam 
para nova apreciação. 
O Departamento do PCP, com base nos dados e indicadores de todas as áreas, elaborava um A3 mensal 
(ver figura 6), o qual era enviado para a matriz e para as diretorias envolvidas.  
2. MENSURAÇÃO E INDICADORES A NIVEL DA PLANTA 
RELATÓRIO DE CONTROLE DE PEÇAS DEFEITUOSAS
DATA: 30/05/2000
RESPONSÁVEL: WILSON/ A. CARLOS CH.DEPTO. SUPERVISOR ENCARREGADO
ITEM PEÇA PEÇANOME QT. RESP. OBS.
1 81550-98004 LANTERNA TRASEIRA 01 A
DESCRIÇÃO
LENTE QUEBRADA
Em um formato A3 (ver figura 6), o Departamento do PCP elaborava o   Relatório Mensal (“Monthly 
Report”),  com  os  seguintes  tópicos:  Informações  Gerais,  Status  da  produção  (indicadores),  Pontos 
importantes e Perspectivas. 
 
Figura 6: Indicadores de estabilidade
No campo “Informações Gerais” (ver figura 6 item “a”), era observado a produção planejada x real, o 
acumulado no ano, reajustes na programação da produção em função das mudanças de vendas e a 
necessidade de reajuste ou não do Takt Time. 
No campo “Status da produção” (ver figura 6, item “b”), eram disponibilizados os indicadores medidos 
mensalmente tais como: 
• Produção de veículos aprovados (unidades/mês), 
• Produção das peças de reposição e de outras plantas (unidades/mês), 
116,4
104,0
108,6
114,1
106,9
112,5
109,0
109,7
107,8
113,1
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
Produtividade do Setor (h/veíc.)
Mês
Progresso de Produtividade
K
H
F
C
T
P
A
W
M
TOTAL
57,39
0
45,23
0
9,56
0
19,45
0 0
10,17
57,39
22,63
31,33
22,84
20,05
16,48 16,91
14,8
12,94
12,68
0
10
20
30
40
50
60
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
Frequencia (Acidentes/milhões de horas)
Mês
Status da Segurança ‐ Frequencia de Acidentes
Frequência
Média
A produção foi de 280 veículos versus 280 planejados. A produção cumulativa somam para este mês 2629 veículos.
A previsão de produção anual foi alterada de 3000 veículos para 3200, um desafio adicional para toda a organização.
Para a realização da nova meta o takt time foi também alterado de 35' para 33'.
Atividades TPS:
1) Tamanho dos lotes dalinhadeusinagem B2foi reduzidade90pçs para60pçs;
2) Osistemadepuxadadekanbanesolicitação dematerial foi estabilizadaparaa
linhadetrituração C2;
3) Os locais parao mercado demulti-kanbans foi definido.
Sem comentários
Sem comentários
Montagem foi reforçadacom montadoraadicional deoutro departamento afim de
manter 14veículos / dia
Opré-revestimento dapinturafoi melhorado parareduzir o tempo depreparação
REPORTE MENSAL - OUTUBRO DE 2008
Produção, Ferramentaria, Engenharia de Produção, Projetos Especiais e Divisão de Controle de Produção
12. Destaques
1) Balanceamento decargadepois do trabalho,número detrabalhadores foi
reduzido de22para18eaprodutividadefoi melhorada;
2) Isso foi realizado parasolicitar apinturaquesubstituisseo tratamento dezinco
parareduzir os custos.
Sem comentários
1) Ofluxo demanuseio interno dematerial foi estabilizado eintroduzido para
substituir o tratamento dezinco pelapinturano item 78;
2) A parte1Gfoi barateadapelaTASA.
641T - Projeto AR BR SVP 'Março / 97(AR)
Localização da5ªMarcha SVP 'Junho / 96
Veículos Especiais 8Veículos Montados eExpedidos
O1Gdo 641T foi definido
Sem comentários
13. Perspectivas
Atividades TPSestão mostrando resultados positivos.Todaaáreadeprodução agoraestáprovidacom coberturadeelemetos basicos dedados provenientes do input
necessário econdições deprocessamento incluindo aforçahumanarequerida,gráficos decusto mais realistas agorasão possiveis deser cauculado
A demandaestáconfirmadaparao final deano.
1.Informações Gerais 8.Redução de custos 9. Sugestão de Plano
10. Custos de Manutensão 11. Consumo de Energia Elátrica, Água & Gás
Produção I - M K Produção II - A T
Produção III - P W Produção IV- C F H
Ferramentaria Logística & Movimentação de materiais
Planejamento da Produção Projetos em Desenvolvimento
Engenharia de Produção
Projetos Especiais - PE
Manutenção
2. Produção 3.Produção
4.Produtividade 5. Segurança
6. Qualidade na Expedição 7.Investimentos
0 0
460,5
921
1381,5
1842
2302,5
2763
3223,5
3684
4144,5
4605
0 0
324,38
999,28
1427,871577,541666,541783,541905,892031,4
‐5000
‐4000
‐3000
‐2000
‐1000
0
1000
2000
3000
4000
5000
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
JAN
FAV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
Quantidade (x 1000 U$S)
Mês
Divisão Industrial de Investimentos
Série1
Série2
Série3
Série4
0
2612
4294 4175
5001
4226
2862
2460
3046
3810
0
2278
4933
3721
5166
4968
2867
2688
3023 3270
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
Quantidade
Mês
Produção de Chassis
Planejado
Atual
200
275
280
250
275
240
295
296
284 286
208
231
189
253
278
247
287
260
297
273 267 280
200
475
755
1005
1280
1520
1815
2111
2395
2681
2889
3120
‐300
200
700
1200
1700
2200
2700
3200
0
50
100
150
200
250
300
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Unidades Aprovadas
Mês
Status da Produção
3,63
4,4
4,5 4,6
4,8
3,9
3,7
3,9
2,9
3
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
Média de Defeitos/Unid.
Mês
Qualidade na Expedição
30,89
207,66
254,2
313,81
442,63
75,83
151,67
227,5
308,5
379,17
455
‐500
‐400
‐300
‐200
‐100
0
100
200
300
400
500
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
JAN/FEV MAR/ABR MAI/JUN JUL/AGO SET/OUT NOV/DEZ
aaaaaaaaaa
Mês
Prod. I
Prod. II
Prod. III
Prod. IV
Manuten.
Projetos
Planejam.
Logística
Eng. Produ.
Ferram.
Total Acum.
Alvo
235 416
653
8611012
1216
152116141693
2006
55 211
456 621 776 932 108712421397155317081863
‐2500
‐2000
‐1500
‐1000
‐500
0
500
1000
1500
2000
2500
0
100
200
300
400
500
Quantidade
Mês
Prod. I
Prod. II
Prod. III
Prod. IV
Manuten.
Logistica
Eng. Prod.
Ferrem.
Plan. Prod.
Proj. Esp.
Acumul.
Alvo
137.294,19
159.032,74
140.094,84
155.962,81
173.821,89
133.785,82
139.203,47
183.373,49
147.999,65
170.091,49
0,00
50.000,00
100.000,00
150.000,00
200.000,00
250.000,00
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
Despesas (US$)
Mês
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
Consumo (US$/Veículo)
Mês
Energia
Água
Gás
aba
c
• Produtividade  parcial  de  cada  processo  e  o  acumulado  para  o  produto  padrão  ou  maior 
volume(Hh/unidade), 
• Níveis de acidentes (frequência), sendo que esses dados eram tratados pela área de Segurança em 
conjunto  com  a  Produção,  através  dos  formulários  A4  preenchidos  pela  supervisão  e  liderança 
quando os mesmos aconteciam, 
• Níveis de qualidade (médias de defeitos/unidade), 
• Realização  dos  investimentos  planejados  e  realizados,  onde  esses  dados  eram  tratados  por  cada 
área responsável, através dos formulários A4 preenchidos pela supervisão e liderança quando os 
mesmos se realizavam ou não, 
• Redução do custo por processos (valor/unidade), também através de formulários A4 emitidos pelas 
áreas responsáveis, 
• Quantidade de sugestões implementadas (quantidade/mês), 
• Custos de manutenção planejado e realizado, 
• Acompanhamento do consumo energético e de água (valor/unidade). 
Todos os indicadores acima tem suas metas estabelecidas pela direção (Hoshin) e informadas no ano 
anterior, para que cada área faça seu planejamento e apresente seu documento A3  informando como 
farão para alcançar os objetivos. 
No  campo  “Pontos  Importantes”  (ver  figura  6  item  “c”),  cada  área  produtiva  precisava  reportar  as 
principais atividades ou kaizens realizados (ver figura 7) ou em andamento necessárias para se atingir as 
metas traçadas, e no campo “Perspectivas” o PCP colocava mensagens comentando todo o desempenho 
da planta em função das metas estipuladas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Q
17 
S 
17 
Figura 7: Exemplos de kaizen
Segurança e Ergonomia Qualidade 
3. ACOMPANHAMENTO DOS INDICADORES 
No nível do processo, os lideres, supervisores e chefes monitoravam cada um dos indicadores descritos 
através de gráficos atualizados diariamente (ver figura 8), e expostos em “quadros” para fazer a gestão 
visual (ver figura 9). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 8: Gráfico de monitoramento da produtividade x downtime
Figura 9: Quadro para gestão visual dos indicadores
Fonte: Alcoa – II Forum Lean NE (2007)
Conforme  a  meta  estabelecida  no  A3  Relatório  mensal  (  “Monthly  Report”)  e  a  analise  diária  dos 
indicadores a nível de processo, o não cumprimento do estabelecido também desencadeava a “cadeia 
de ajuda”, para se analisar os problemas ou desperdícios e agir conforme a urgência ou necessidade. 
E  no  nível  de  planta,  os  indicadores  eram  acompanhados  em  reuniões  mensais  da  direção  e  os 
indicadores abaixo da meta eram analisados e discutidos por todas as áreas presentes, para a interação 
de todos com as dificuldades e o compartilhamento de idéias ou novas ações. 
4. CONCLUSÃO 
Os indicadores para a estabilidade produtiva são fatores determinados pela direção para se verificar o 
andamento  dos  trabalhos  dentro  do  que  foi  planejado,  com  o  menor  custo  possível.  Também  são 
importantes orientadores para a liderança, pois sempre que estiverem abaixo das metas estabelecidas 
(hoshin) mostrarão que medidas devem ser tomadas com urgência. 
Em nossa jornada lean fora da Toyota, temos visto que muitas empresas já colocaram quadros de gestão 
visual  de  indicadores  para  se  monitorar  a  estabilidade,  mas  como  nos  exemplos  dos  quadros  de 
acompanhamento da produção, os mesmos não tem a mesma eficácia pois não existe o hábito de se 
medir com freqüência, refletir e analisar para se entender os números, e quando necessário executar 
correções para se alcançar os objetivos. 
Para tanto, a disciplina é importantíssima e deve ser mantida para termos a medição, a reflexão, e a 
discussão dos envolvidos sempre que houverem desvios, desencadeando em redirecionamentos para 
toda a empresa. 
Ao observarmos o método cientifico do “PDCA”, a medição dos indicadores seria o “C” de “check” e a 
maioria  das  empresas  que  começam  a  jornada  lean  nem  chegam  a  medir  seus  resultados,  ou  se 
enganam com indicadores que não representam a realidade. A maioria planeja (“P”), desenvolve (“D”) e 
param por ai. Se não houver a medição e conseqüente reação (“A”) de maneira contínua e repetida, o 
ciclo de melhoria não prossegue e podemos continuar a tomar decisões subjetivas e não as necessárias. 
E uma ultima reflexão, a medição dos indicadores para muitos pode representar o final de um ciclo, mas 
para  os  pensadores  lean  é  o  inicio  de  um  novo  ciclo  de  melhorias,  que  se  for  sustentado  pela 
padronização, trará grandes ganhos ao longo do tempo. 
 
* Sergio Kamada é Gerente de Projetos do Lean Institute Brasil. Trabalhou na Toyota do Brasil por 13 
anos nas áreas da Engenharia, Montagem Final, Montagem de Câmbios, Eixos e Motores, Usinagem, 
Pintura,  Chassis  e  outros.  Teve  experiência  de  2  anos  na  Toyota  Motors  Corporation  (Japão),  onde 
aprimorou seus conhecimentos sobre o TPS. 
 

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Indicadores para estabilidade produtiva

  • 1. INDICADORES PARA A ESTABILIDADE PRODUTIVA                                                                                                            Sergio Kamada*  A  Estabilidade  Produtiva  é  a  situação  onde  o  processo  ou  fluxo  produtivo  é  mantido  dentro  do  planejado,  sob  a  visão  do  tempo  Takt  e  do  comportamento  dos  4M’s.  Existem  muitas  maneiras  de  mensurar se um processo ou fluxo está estável,   Este artigo tem como objetivo apontar os indicadores para acompanhar a instabilidade produtiva, as  maneiras de medição, divulgação e intervenção para se reduzir os desperdícios e resolver os problemas.  Apresentaremos  a  maneira  como  isso  era  feito  na  Toyota  do  Brasil  (ver  o  artigo  “Estabilidade  na  produção  da  Toyota  do  Brasil”,  http://www.lean.org.br/bases.php?&interno=artigo_44)  tanto  com  os  indicadores de processo quanto no nível da planta.  1. MENSURAÇÃO E INDICADORES A NÍVEL DE PROCESSO  Para cada processo básico como estamparia, armação, usinagem, pintura, tratamento térmico, injeção  etc, o supervisor e a chefia imediata elaboravam o “Relatório Diário de Produção” contendo 5 folhas de  tamanho A4, e onde eram medidos  basicamente os seguintes indicadores:   • Quantidade produzida (volume produzido de acordo com o plano de produção mensal);  • Cálculo da produtividade através do número de horas disponíveis em função da mão de obra que  era destinada à produção do dia;  • “Downtime”  (horas  em  que  a  produção  parava  por  ocorrência  de  algum  tipo  de  desperdício  ou  problema);  • Absenteísmo e capacitação (multi‐funcionalidade);  • Qualidade.  Na primeira folha (ver figura 1), os dados básicos anotados eram a quantidade produzida, com o quadro  de  acompanhamento  da  produção  reproduzido  na  parte  inferior  para  a  observação  horária  do  aparecimento  de  irregularidades.  Se  os  desperdícios  ou  problemas  não  aconteciam,  a  produção  planejada era alcançada (ver quadro de acompanhamento dos problemas e as reações necessárias nos  artigos:  “A  cadeia  de  ajuda”  http://www.lean.org.br/bases.php?&interno=artigo_72;  e  “Como  operar  um andon”, http://www.lean.org.br/bases.php?&interno=artigo_71).       
  • 2.   Figura 1: Diário de produção  Na segunda folha (ver figura 2) calculávamos a produtividade conforme o exemplo abaixo, observando  os dados da primeira folha:  (I) Volume produzido no dia: 20 peças  Retirado  da  primeira  folha,  com  a  possibilidade  de  se  produzir  frações  de  unidades,  pois  quando  acabava o período produtivo a peça poderia estar parcialmente completada.  (II) Mão de obra produtiva:    (A) Total da Mão de obra do setor: exemplo, 27 pessoas x 10 horas = 270 horas   (B) Horas extras no período: 18 pessoas x 2 h = 36 horas   (C) Horas dos improdutivos no setor (supervisor ajudou): 1,5 h  (D) Horas extras dos improdutivos: 0 h (não soma)  (E) Atrasos e saídas da mão de obra (somadas): 3,0 h  (F) Faltas e férias da mão de obra (somadas): 8,4 horas  (G) Total  = A + B – C – E – F  = 274,5 horas      (III) Mão de obra para reposição de peças: 
  • 3.   (H) Horas alocadas: 2,0 horas  Observação: Havendo outros tipos de produção de peças especiais, os mesmos eram lançados  como (I), (J), (K), (L)  (M) Total = (H) + (I) + (J) + (K) + (L) = 2,0 horas      (IV) Atividades improdutivas: tanto máquina quanto pessoas ficando paradas    (N) Manutenção:  (O) Treinamento: 5,0 horas  (P) Reuniões: 1,82 horas  (Q) Melhorias: 4,0 horas  (R) 5S: 13,37 horas  (S) CCQ:   (T) Try‐out: 4,2 horas  (U) Outros:  (V) Total: = (N) + (O) + (P) + (Q) + (R) + (S) + (T) + (U) = 28,39 horas      (V) Horas produtivas:    (W) = (G) – (M) – (V)  = 244,11 horas      (VI) Calculo da produtividade:    (X) Volume produzido = 20 peças  (Y) Produtividade liquida = (W) / (X) = 21,21 horas/peças  (Z) Produtividade bruta = (G) / (X) = 13,73 horas/peças    Desse modo, observando a diferença entre a produtividade bruta e a líquida, sabíamos que a diferença  era  a  ociosidade  (desperdício  da  mão  de  obra)  e  quantas  horas  eram  gastas  para  se  produzir  uma  unidade. Essa análise era feita por todos os setores diariamente. 
  • 4. Seção Nº Chefe do Depto. Supervisor Encarregado X Operadores Encarregados Operadores Encarregados Supervisor Efetivos do Setor 21 05 01 Emprestados de outros Emprestados p/ outros 02 01 Temporários 04 01 Trainee / Senai Total 27 05 03 Linha Unidade Linha Valor A Horas (10) A 270,00 B Horas (2) B 36,00 C Horas C 1,50 D (não Soma) Horas D E Horas E 3,00 F Horas F 30,00 G= A+B+C-E-F Horas G 274,50 H Horas H 2,00 I Horas I J Horas J K Horas K L Horas L M= H+I+J+K+L Horas M 2,00 N Horas N O Horas O 5,00 P Horas P 1,82 Q Horas Q 4,00 R Horas R 13,37 S Horas S T Horas T 4,20 U Horas U V= N+0+P+Q+R+S+T+U Horas V 28,39 W=G - M - V Horas W 244,11 X Peças X 20,00 Y=W / X Hr/ Pç Y 12,21 Z=G / X Hr/ Pç Z 13,73 Total Descrição Disp. Médica MONTAGEM NOT-OK Apontamento de Horas Trabalhadas Distribuição de Mão de Obra Discriminação de Faltas 8421 Data: 30 / 05 / 00 .RELATÓRIO DIÁRIO DE PRODUÇÃO Falta Justif. Supervisor 01 Nome da Seção Horas Extras dos Improdutivos 01 Falta não Justif. Horas Extras (18P x 2h) Horas dos Improdutivos na produção Cálculo de Horas Totais Trabalhadas Mão de Obra Total do Setor (27P x 10h) Férias Acidente Trabalho Afast. Med. Prolong. Horas Produtivas Outras Atividades Não Produtivas ( Encarregados, etc.) Total de Hora Alocadas Total de Horas Alocadas Atraso, Saída etc. Faltas, Férias. (3P x 10h) Mão de Obra Produtiva Produção Especial Horas Alocadas para Reposição (1P x 2h) Horas Alocadas para Produção Especial Horas Alocadas para T. A. S. A. Horas Alocadas para T. M. S. Horas Alocadas para Tanque Atividades das Horas Improdutivas Manutanção Programada Treinamento (1P x 50%) CCQ. (Reuniões, Execução) Horas Alocadas para TRY-OUT (cipa.) Reuniões (1P x 100min + 18P x 0,5min) Melhoramentos (Kaizen) (2P x 2h) 5s (Limpeza, Arumação, etc.) Total de Hora Produtivas para a Linha Produtividade Quantidade de Peças Produzidos no Dia Produtividade do Setor (líquido) Produtividade do Setor (bruta)   Figura 2: Cálculo da produtividade bruta e líquida  Na  terceira  folha  (ver  figura  3)  era  analisado  o  “downtime”  através  da  observação  do  quadro  de  acompanhamento da produção, e utilizando o “Gráfico de Ishikawa + 5 Por quês” o supervisor analisava  os problemas detectados, identificava a causa raiz, e uma possível contra‐medida era determinada pelo  supervisor. Importante ressaltar que antes dessa fase (onde o problema já aconteceu), o líder da área  era responsável por tomar as atitudes emergenciais. 
  • 5. S Q M S M Q CAUSA (5 PORQUE) PROVIDÊNCIA 1 30 ATRASO NA LINHA REUNIÃO 5S, QUALIDADE, SEG. ISO. HORA MIN. PROBLEMA 30 / 05 / 00 TEMP. PLANEJ.: 20 TEMP. REAL.: 20 TEMPO PARADO: 105 min RELATÓRIO CONTROLE DE PARADA DE PRODUÇÃO 45 30 ATRASO NO CÂMBIO FALTOU MATERIAL 4 CONTRA-MEDIDA OU REFLEXÃO FAZER MANUTENÇÃO PREVENTIVA IMPLEMENTAR CHECK-LIST PREVENTIVA TALHA QUEBROU FALHA RECEBIMENTO FOI CHAMADA A MANUTENÇÃO FOI EXECUTADO INSPEÇÃO7 A   Figura 3: Análise do downtime Na quarta folha (ver figura 4) era observado a análise do absenteísmo da área e o nível de treinamento  (matriz  de  versatilidade).    Ao  executar  a  reunião  diária  de  5  minutos,  o  líder  através  do  kanri‐ban  procedia  com  a  escala  das  pessoas  e  apontava  nessa  folha  as  discrepâncias  entre  o  que  o  posto  de  trabalho exigia e quem ocupou tal posto. Esse procedimento era realizado para se identificar com que  freqüência tais problemas ocorriam e assim eliminar o problema com o treinamento adequado para o  funcionário. 
  • 6. 1 TONINHO RELIEF. SUPERVISOR 2 ISMAEL CHECK LIST. ENCARREGADO 3 PAULINHO 100% ENCARREGADO 4 SÉRGIO 100% ENCARREGADO 5 JUAREZ 100% ENCARREGADO 6 CLEMENTE 100% ENCARREGADO 7 ADILSON 100% LIDER 8 DJALMA REPOSIÇÃO LIDER 9 ALDEIR NOT OK. LIDER 10 DENILTON 100% LIDER 11 MAUÁ 50% LIDER 12 JOSÉ FERNANDO 100% LIDER 13 ANDRÉ GONÇALVEZ 100% LIDER 14 HÉLIO 100% OP2 15 CARLOS 100% OP1 16 CLÁUDIO 100% OP2 17 ELISANDRO 100% OP2 18 ANDRÉ GOMES 100% OP1 19 JAIR AFASTADO OP2 20 IDELFONSO 100% OP1 21 CLÉBER 100% OP2 22 FERNANDO 50% OP2 23 SÉRGIO VEIGA 100% OP1 24 ANDRÉ LUIZ 50% OP2 25 ADRIANO 50% OP1 26 ALVAREZ 50% OP2 27 CLOVIS 50% OP2 28 ADEMIR TREINAMENTO OP1 29 30 MONTAGEM DATA: 30 / 05 / 008421 ESCALA & VERSATILIDADE   Figura 4: Análise da multi-funcionalidade Na quinta folha (ver figura 5) eram anotadas as quantidades de peças defeituosas e qual o local e o tipo  de problema que gerou o erro. 
  • 7.   Figura 5: Análise dos defeitos da produção Todos  esses  dados  eram  coletados  diariamente  e  enviados  para  a  Direção  fazer  a  analise,  voltando  assinado e no mesmo dia feito o lançamento dos dados no sistema pelos responsáveis (supervisores) de  cada área. Havendo erros ou revisões, os mesmos voltavam à chefia da área produtiva e retornavam  para nova apreciação.  O Departamento do PCP, com base nos dados e indicadores de todas as áreas, elaborava um A3 mensal  (ver figura 6), o qual era enviado para a matriz e para as diretorias envolvidas.   2. MENSURAÇÃO E INDICADORES A NIVEL DA PLANTA  RELATÓRIO DE CONTROLE DE PEÇAS DEFEITUOSAS DATA: 30/05/2000 RESPONSÁVEL: WILSON/ A. CARLOS CH.DEPTO. SUPERVISOR ENCARREGADO ITEM PEÇA PEÇANOME QT. RESP. OBS. 1 81550-98004 LANTERNA TRASEIRA 01 A DESCRIÇÃO LENTE QUEBRADA
  • 8. Em um formato A3 (ver figura 6), o Departamento do PCP elaborava o   Relatório Mensal (“Monthly  Report”),  com  os  seguintes  tópicos:  Informações  Gerais,  Status  da  produção  (indicadores),  Pontos  importantes e Perspectivas.    Figura 6: Indicadores de estabilidade No campo “Informações Gerais” (ver figura 6 item “a”), era observado a produção planejada x real, o  acumulado no ano, reajustes na programação da produção em função das mudanças de vendas e a  necessidade de reajuste ou não do Takt Time.  No campo “Status da produção” (ver figura 6, item “b”), eram disponibilizados os indicadores medidos  mensalmente tais como:  • Produção de veículos aprovados (unidades/mês),  • Produção das peças de reposição e de outras plantas (unidades/mês),  116,4 104,0 108,6 114,1 106,9 112,5 109,0 109,7 107,8 113,1 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Produtividade do Setor (h/veíc.) Mês Progresso de Produtividade K H F C T P A W M TOTAL 57,39 0 45,23 0 9,56 0 19,45 0 0 10,17 57,39 22,63 31,33 22,84 20,05 16,48 16,91 14,8 12,94 12,68 0 10 20 30 40 50 60 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Frequencia (Acidentes/milhões de horas) Mês Status da Segurança ‐ Frequencia de Acidentes Frequência Média A produção foi de 280 veículos versus 280 planejados. A produção cumulativa somam para este mês 2629 veículos. A previsão de produção anual foi alterada de 3000 veículos para 3200, um desafio adicional para toda a organização. Para a realização da nova meta o takt time foi também alterado de 35' para 33'. Atividades TPS: 1) Tamanho dos lotes dalinhadeusinagem B2foi reduzidade90pçs para60pçs; 2) Osistemadepuxadadekanbanesolicitação dematerial foi estabilizadaparaa linhadetrituração C2; 3) Os locais parao mercado demulti-kanbans foi definido. Sem comentários Sem comentários Montagem foi reforçadacom montadoraadicional deoutro departamento afim de manter 14veículos / dia Opré-revestimento dapinturafoi melhorado parareduzir o tempo depreparação REPORTE MENSAL - OUTUBRO DE 2008 Produção, Ferramentaria, Engenharia de Produção, Projetos Especiais e Divisão de Controle de Produção 12. Destaques 1) Balanceamento decargadepois do trabalho,número detrabalhadores foi reduzido de22para18eaprodutividadefoi melhorada; 2) Isso foi realizado parasolicitar apinturaquesubstituisseo tratamento dezinco parareduzir os custos. Sem comentários 1) Ofluxo demanuseio interno dematerial foi estabilizado eintroduzido para substituir o tratamento dezinco pelapinturano item 78; 2) A parte1Gfoi barateadapelaTASA. 641T - Projeto AR BR SVP 'Março / 97(AR) Localização da5ªMarcha SVP 'Junho / 96 Veículos Especiais 8Veículos Montados eExpedidos O1Gdo 641T foi definido Sem comentários 13. Perspectivas Atividades TPSestão mostrando resultados positivos.Todaaáreadeprodução agoraestáprovidacom coberturadeelemetos basicos dedados provenientes do input necessário econdições deprocessamento incluindo aforçahumanarequerida,gráficos decusto mais realistas agorasão possiveis deser cauculado A demandaestáconfirmadaparao final deano. 1.Informações Gerais 8.Redução de custos 9. Sugestão de Plano 10. Custos de Manutensão 11. Consumo de Energia Elátrica, Água & Gás Produção I - M K Produção II - A T Produção III - P W Produção IV- C F H Ferramentaria Logística & Movimentação de materiais Planejamento da Produção Projetos em Desenvolvimento Engenharia de Produção Projetos Especiais - PE Manutenção 2. Produção 3.Produção 4.Produtividade 5. Segurança 6. Qualidade na Expedição 7.Investimentos 0 0 460,5 921 1381,5 1842 2302,5 2763 3223,5 3684 4144,5 4605 0 0 324,38 999,28 1427,871577,541666,541783,541905,892031,4 ‐5000 ‐4000 ‐3000 ‐2000 ‐1000 0 1000 2000 3000 4000 5000 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 JAN FAV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Quantidade (x 1000 U$S) Mês Divisão Industrial de Investimentos Série1 Série2 Série3 Série4 0 2612 4294 4175 5001 4226 2862 2460 3046 3810 0 2278 4933 3721 5166 4968 2867 2688 3023 3270 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Quantidade Mês Produção de Chassis Planejado Atual 200 275 280 250 275 240 295 296 284 286 208 231 189 253 278 247 287 260 297 273 267 280 200 475 755 1005 1280 1520 1815 2111 2395 2681 2889 3120 ‐300 200 700 1200 1700 2200 2700 3200 0 50 100 150 200 250 300 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Unidades Aprovadas Mês Status da Produção 3,63 4,4 4,5 4,6 4,8 3,9 3,7 3,9 2,9 3 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Média de Defeitos/Unid. Mês Qualidade na Expedição 30,89 207,66 254,2 313,81 442,63 75,83 151,67 227,5 308,5 379,17 455 ‐500 ‐400 ‐300 ‐200 ‐100 0 100 200 300 400 500 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 JAN/FEV MAR/ABR MAI/JUN JUL/AGO SET/OUT NOV/DEZ aaaaaaaaaa Mês Prod. I Prod. II Prod. III Prod. IV Manuten. Projetos Planejam. Logística Eng. Produ. Ferram. Total Acum. Alvo 235 416 653 8611012 1216 152116141693 2006 55 211 456 621 776 932 108712421397155317081863 ‐2500 ‐2000 ‐1500 ‐1000 ‐500 0 500 1000 1500 2000 2500 0 100 200 300 400 500 Quantidade Mês Prod. I Prod. II Prod. III Prod. IV Manuten. Logistica Eng. Prod. Ferrem. Plan. Prod. Proj. Esp. Acumul. Alvo 137.294,19 159.032,74 140.094,84 155.962,81 173.821,89 133.785,82 139.203,47 183.373,49 147.999,65 170.091,49 0,00 50.000,00 100.000,00 150.000,00 200.000,00 250.000,00 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Despesas (US$) Mês 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Consumo (US$/Veículo) Mês Energia Água Gás aba c
  • 9. • Produtividade  parcial  de  cada  processo  e  o  acumulado  para  o  produto  padrão  ou  maior  volume(Hh/unidade),  • Níveis de acidentes (frequência), sendo que esses dados eram tratados pela área de Segurança em  conjunto  com  a  Produção,  através  dos  formulários  A4  preenchidos  pela  supervisão  e  liderança  quando os mesmos aconteciam,  • Níveis de qualidade (médias de defeitos/unidade),  • Realização  dos  investimentos  planejados  e  realizados,  onde  esses  dados  eram  tratados  por  cada  área responsável, através dos formulários A4 preenchidos pela supervisão e liderança quando os  mesmos se realizavam ou não,  • Redução do custo por processos (valor/unidade), também através de formulários A4 emitidos pelas  áreas responsáveis,  • Quantidade de sugestões implementadas (quantidade/mês),  • Custos de manutenção planejado e realizado,  • Acompanhamento do consumo energético e de água (valor/unidade).  Todos os indicadores acima tem suas metas estabelecidas pela direção (Hoshin) e informadas no ano  anterior, para que cada área faça seu planejamento e apresente seu documento A3  informando como  farão para alcançar os objetivos.  No  campo  “Pontos  Importantes”  (ver  figura  6  item  “c”),  cada  área  produtiva  precisava  reportar  as  principais atividades ou kaizens realizados (ver figura 7) ou em andamento necessárias para se atingir as  metas traçadas, e no campo “Perspectivas” o PCP colocava mensagens comentando todo o desempenho  da planta em função das metas estipuladas.                    Q 17  S  17  Figura 7: Exemplos de kaizen Segurança e Ergonomia Qualidade 
  • 11. Conforme  a  meta  estabelecida  no  A3  Relatório  mensal  (  “Monthly  Report”)  e  a  analise  diária  dos  indicadores a nível de processo, o não cumprimento do estabelecido também desencadeava a “cadeia  de ajuda”, para se analisar os problemas ou desperdícios e agir conforme a urgência ou necessidade.  E  no  nível  de  planta,  os  indicadores  eram  acompanhados  em  reuniões  mensais  da  direção  e  os  indicadores abaixo da meta eram analisados e discutidos por todas as áreas presentes, para a interação  de todos com as dificuldades e o compartilhamento de idéias ou novas ações.  4. CONCLUSÃO  Os indicadores para a estabilidade produtiva são fatores determinados pela direção para se verificar o  andamento  dos  trabalhos  dentro  do  que  foi  planejado,  com  o  menor  custo  possível.  Também  são  importantes orientadores para a liderança, pois sempre que estiverem abaixo das metas estabelecidas  (hoshin) mostrarão que medidas devem ser tomadas com urgência.  Em nossa jornada lean fora da Toyota, temos visto que muitas empresas já colocaram quadros de gestão  visual  de  indicadores  para  se  monitorar  a  estabilidade,  mas  como  nos  exemplos  dos  quadros  de  acompanhamento da produção, os mesmos não tem a mesma eficácia pois não existe o hábito de se  medir com freqüência, refletir e analisar para se entender os números, e quando necessário executar  correções para se alcançar os objetivos.  Para tanto, a disciplina é importantíssima e deve ser mantida para termos a medição, a reflexão, e a  discussão dos envolvidos sempre que houverem desvios, desencadeando em redirecionamentos para  toda a empresa.  Ao observarmos o método cientifico do “PDCA”, a medição dos indicadores seria o “C” de “check” e a  maioria  das  empresas  que  começam  a  jornada  lean  nem  chegam  a  medir  seus  resultados,  ou  se  enganam com indicadores que não representam a realidade. A maioria planeja (“P”), desenvolve (“D”) e  param por ai. Se não houver a medição e conseqüente reação (“A”) de maneira contínua e repetida, o  ciclo de melhoria não prossegue e podemos continuar a tomar decisões subjetivas e não as necessárias.  E uma ultima reflexão, a medição dos indicadores para muitos pode representar o final de um ciclo, mas  para  os  pensadores  lean  é  o  inicio  de  um  novo  ciclo  de  melhorias,  que  se  for  sustentado  pela  padronização, trará grandes ganhos ao longo do tempo.    * Sergio Kamada é Gerente de Projetos do Lean Institute Brasil. Trabalhou na Toyota do Brasil por 13  anos nas áreas da Engenharia, Montagem Final, Montagem de Câmbios, Eixos e Motores, Usinagem,  Pintura,  Chassis  e  outros.  Teve  experiência  de  2  anos  na  Toyota  Motors  Corporation  (Japão),  onde  aprimorou seus conhecimentos sobre o TPS.