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Alice Jeri1,3, Filipa Matias1,4 João Dias1,5, Mariana Amaral1,6, Sofia Rodrigues1,4, Vítor Sá Fernandes1,7, Ana Bessa Monteiro2,3
1Interno(a) de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar; 2Médica Assistente de Medicina Geral e Familiar
3USF Barão Nova Sintra, 4USF Novo Sentido, 5USF Arca d’Água, 6USF Covelo, 7USF Faria Guimarães – Unidades de Saúde do ACeS Porto Oriental.
Projeto Passo Ativo,
mais saúde do consultório para o terreno
Projeto de Intervenção Comunitária
Introdução
O Projeto de Intervenção Comunitária “Passo Ativo” teve como objetivo envolver
utentes diabéticos do ACeS Porto Oriental, e seus acompanhantes, num programa de
caminhadas quinzenais, com realização de sessões de educação para a saúde (tabela 1),
promovendo o incremento da atividade física, o controlo glicémico e a perda ponderal.
Objetivo
FASE 1: ESTABELECIMENTO DA EQUIPA E PARCERIAS
• A equipa envolveu elementos de cinco USF
• Estabeleceram-se parcerias com as Águas do Porto e a Junta de Freguesia do
Bonfim, e foram assegurados patrocínios alimentares e em material
FASE 2: DIVULGAÇÃO DA ATIVIDADE E RECRUTAMENTO DE UTENTES
• Contato direto através do médico e enfermeiro de família/ cartazes/ panfletos/
website Junta de Freguesia do Bonfim.
• Preenchimento e entrega da ficha de inscrição
FASE 3: IMPLEMENTAÇÃO
• Reunião para planeamento do evento
• Contato telefónico prévio aos participantes
Em cada dia agendado:
• Aquecimento físico (8-10 minutos)
• Caminhada de intensidade moderada (30-45 minutos) com exercícios breves de
reforço muscular intercalados
• Alongamento muscular (5 minutos)
• Distribuição de lanche (uma peça de fruta, tostas integrais simples e água)
• Sessão de Educação para a Saúde
Na 1ª caminhada:
• Distribuição de t-shirts
• Registo peso, altura e IMC
• Aplicação do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ)
FASE 4: QUANTIFICAÇÃO DO IMPACTO E AVALIAÇÃO DO PROJETO
• 2ª aplicação do IPAQ
• Revisão do peso, IMC e HbA1c (nos diabéticos)
• Nº participantes/ aplicação de questionário de satisfação (elaborado pela equipa)
Avaliação dos resultados:
• O grau de concordância foi avaliado utilizando o teste de Kappa de Cohen.
• Para testar a correlação de variáveis contínuas utilizou-se a correlação de Pearson.
• A diferença entre médias de amostras emparelhadas foi calculada com o teste t de amostras
emparelhadas. Foi considerado como valor de alfa crítico 0,05.
• A normal distribuição das variáveis contínuas foi testada através do Teste de Kolmogorov-Smirnov.
Metodologia
Resultados
LEGENDA - OND: Observatório Nacional da Diabetes. ACeS: Agrupamento de Centros de Saúde. DM: Diabetes Mellitus. ICPC-2: International Classification of Primary
care 2nd edition. USF: Unidade de Saúde Familiar. IMC: Índice de Massa Corporal. IPAQ: International Physical Activity Questionnaire. HbA1c: Hemoglobina Glicada.
HTA: Hipertensão arterial
1 – WHO, Steps to health - A European Framework to Promote Physical Activity for Health. Copenhagen: World Health Organization - Regional Office for Europe. 2007.
2 – WHO, Global strategy on diet, physical activity and health. World Health Organization, 2004.
3 – IDP, Orientações Europeias para a Atividade Física - Políticas para a Promoção da Saúde e Bem-Estar. Instituto do Desporto de Portugal. 2009.
4 – Livro verde da Atividade Física, IDP, 2011.
5 – Questionário Internacional de Atividade Física, versão traduzida em Português – Centro Coordenador do IPAQ no Brasil – CELAFISCS.
6 – Relatório do Observatório Nacional da Diabetes, Sociedade Portuguesa de Diabetologia, 2014.
Bibliografia
TABELA 1. Tema abordado Data
Vigilância do pé diabético 10 de Abril
Educação alimentar 25 de Abril
Hiper e hipoglicemia – causas, sintomas e atuação 9 de Maio
Alimentação na diabetes e a contagem de hidratos de carbono 23 de Maio
Pé diabético 20 de Junho
Complicações da DM – retinopatia diabética 1 de Agosto
Receitas saudáveis na diabetes 29 de Agosto
Educação alimentar - preparação do piquenique de encerramento 12 de Setembro
• Realizaram-se 13 ações, em diversos locais da cidade, principalmente no Parque da
Quinta do Covelo, consistindo em caminhadas regulares, complementadas com
exercícios de reforço muscular.
• Concretizaram-se 8 sessões formativas (tabela 1).
• Foram produzidos e distribuídos seis panfletos educativos e um livro individual para
registo da atividade regular entre sessões (BI da atividade).
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2 2
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Zero Um Dois Três Quatro Cinco Nulo
GRÁFICO 1. Questionário de Satisfação
Questão 9: Em que medida alterou os seus hábitos de
prática de exercício físico (0-5)?
• Caracterização dos participantes (tabela 2).
• 43,75% dos participantes esteve presente em cinco ou mais eventos.
• Os inquéritos de satisfação aplicados aos participantes revelaram altos índices de
satisfação a nível global, quanto às sessões educativas e da localização das caminhadas,
com elevado interesse na continuação da ação e respetiva presença; os resultados
menos favoráveis são relativos à alteração dos hábitos de exercício físico (ver gráfico 1).
TABELA 2. População participante (dados iniciais)
35 participantes
19 Diabéticos
Média idade: 61,4 anos
Proporção sexo feminino: 60%
HbA1c <7%: 57%
IMC < 25 Kg/m2: 17%
Questionário IPAQ: 79,1% ativo
Principais
Comorbilidades
HTA
Problemas Osteoarticulares
Dislipidemia
• Não existe concordância estatisticamente significativa entre a avaliação do IPAQ
inicial e final (p=0,62; Cohen’s Kappa = 0,07), havendo melhoria na pontuação do
IPAQ em 83% dos casos.
• Não existe correlação estatisticamente significativa entre o valor do IPAQ final e o
número de caminhadas (p=0,60), nem entre o peso inicial e o valor de HbA1c inicial
(p=0,46).
• Não existe diferença estatisticamente significativa entre os valores médios de HbA1c
e IMC, inicial e final (p=0,10; p=0,75, respetivamente).
Foi enorme a satisfação pelo envolvimento e reconhecimento dos participantes. As
principais dificuldades ocorreram no recrutamento de utentes e na recolha de dados
relativos aos indicadores de impacto, dificultando a avaliação final. Também a capacidade
de mudança de hábitos foi relativamente limitada, provavelmente devido à frequência
quinzenal das caminhadas.
Em possíveis futuras edições, apontamos como aspetos a modificar:
• Antecipação do recrutamento dos utentes e alargamento da população-alvo;
• Frequência semanal dos eventos;
• Testar diferentes horários (por exemplo ao fim do dia);
• Apostar em maior envolvimento da comunidade e dos utentes na preparação dos
eventos;
• Estabelecimento de parcerias com as Juntas de Freguesia, no sentido de
disponibilizarem locais fechados para as atividades, permitindo a sua realização nos
restantes meses do ano.
Discussão5
Os autores gostariam de agradecer a todos os elementos envolvidos na concretização do projeto,
em especial ao Prof. Henrique Nogueira.
A Diabetes Mellitus tipo 2 é uma doença de crescente prevalência (13,0%, OND
2014) e com significativa morbilidade.
As medidas educativas e preventivas, como a prática regular de exercício físico, têm
um papel relevante na diminuição da incidência e complicações desta patologia, embora
seja por vezes um desafio implementá-las em ambiente de consulta.
Segundo o Perfil Local de Saúde do ACeS Porto Ocidental e Oriental de 2014, 7,8%
dos utentes eram diabéticos (DM insulino-dependente e DM não insulino-dependente,
T89 e T90 – classificação ICPC-2).
41
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Tema abordado Data Vigilância do pé diabético 10 de Abril Educação alimentar 25 de Abril Hiper e hipoglicemia – causas, sintomas e atuação 9 de Maio Alimentação na diabetes e a contagem de hidratos de carbono 23 de Maio Pé diabético 20 de Junho Complicações da DM – retinopatia diabética 1 de Agosto Receitas saudáveis na diabetes 29 de Agosto Educação alimentar - preparação do piquenique de encerramento 12 de Setembro • Realizaram-se 13 ações, em diversos locais da cidade, principalmente no Parque da Quinta do Covelo, consistindo em caminhadas regulares, complementadas com exercícios de reforço muscular. • Concretizaram-se 8 sessões formativas (tabela 1). • Foram produzidos e distribuídos seis panfletos educativos e um livro individual para registo da atividade regular entre sessões (BI da atividade). 0 0 0 7 2 2 3 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Zero Um Dois Três Quatro Cinco Nulo GRÁFICO 1. Questionário de Satisfação Questão 9: Em que medida alterou os seus hábitos de prática de exercício físico (0-5)? • Caracterização dos participantes (tabela 2). • 43,75% dos participantes esteve presente em cinco ou mais eventos. • Os inquéritos de satisfação aplicados aos participantes revelaram altos índices de satisfação a nível global, quanto às sessões educativas e da localização das caminhadas, com elevado interesse na continuação da ação e respetiva presença; os resultados menos favoráveis são relativos à alteração dos hábitos de exercício físico (ver gráfico 1). TABELA 2. População participante (dados iniciais) 35 participantes 19 Diabéticos Média idade: 61,4 anos Proporção sexo feminino: 60% HbA1c <7%: 57% IMC < 25 Kg/m2: 17% Questionário IPAQ: 79,1% ativo Principais Comorbilidades HTA Problemas Osteoarticulares Dislipidemia • Não existe concordância estatisticamente significativa entre a avaliação do IPAQ inicial e final (p=0,62; Cohen’s Kappa = 0,07), havendo melhoria na pontuação do IPAQ em 83% dos casos. • Não existe correlação estatisticamente significativa entre o valor do IPAQ final e o número de caminhadas (p=0,60), nem entre o peso inicial e o valor de HbA1c inicial (p=0,46). • Não existe diferença estatisticamente significativa entre os valores médios de HbA1c e IMC, inicial e final (p=0,10; p=0,75, respetivamente). Foi enorme a satisfação pelo envolvimento e reconhecimento dos participantes. As principais dificuldades ocorreram no recrutamento de utentes e na recolha de dados relativos aos indicadores de impacto, dificultando a avaliação final. Também a capacidade de mudança de hábitos foi relativamente limitada, provavelmente devido à frequência quinzenal das caminhadas. Em possíveis futuras edições, apontamos como aspetos a modificar: • Antecipação do recrutamento dos utentes e alargamento da população-alvo; • Frequência semanal dos eventos; • Testar diferentes horários (por exemplo ao fim do dia); • Apostar em maior envolvimento da comunidade e dos utentes na preparação dos eventos; • Estabelecimento de parcerias com as Juntas de Freguesia, no sentido de disponibilizarem locais fechados para as atividades, permitindo a sua realização nos restantes meses do ano. Discussão5 Os autores gostariam de agradecer a todos os elementos envolvidos na concretização do projeto, em especial ao Prof. Henrique Nogueira. A Diabetes Mellitus tipo 2 é uma doença de crescente prevalência (13,0%, OND 2014) e com significativa morbilidade. As medidas educativas e preventivas, como a prática regular de exercício físico, têm um papel relevante na diminuição da incidência e complicações desta patologia, embora seja por vezes um desafio implementá-las em ambiente de consulta. Segundo o Perfil Local de Saúde do ACeS Porto Ocidental e Oriental de 2014, 7,8% dos utentes eram diabéticos (DM insulino-dependente e DM não insulino-dependente, T89 e T90 – classificação ICPC-2). 41 2 3