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O que faz o
  psicanalista ?
                             Tema:

                a estrutura do ato analítico
                   Coordenação Alexandre Simões
ALEXANDRE
   SIMÕES
 ® Todos os
  direitos de
     autor
 reservados.
Que antes renuncie a isso [a
  psicanálise], portanto, quem não
conseguir alcançar em seu horizonte
   a subjetividade de sua época.
         Jacques Lacan,   Discurso de Roma, p. 322
Quanto mais houver a
exclusão do sujeito, mais
  a Psicanálise se fará
       necessária
A partir de Lacan, sobretudo, o
        psicanalista não é mais um
posicionamento assegurado por um Outro
 institucional, porém, uma função e sem
      lugar ( -> atopia da Psicanálise)
Só há como saber o que a Psicanálise oferece quando se
           está diante de um psicanalista
A explicação ou a decifração não cabem ao psicanalista,
  pois elas pressupõe que o significante abarca o gozo
O ato analítico se ampara nesta não redução do
               gozo ao significante
O que seria o ato, segundo
                                   Lacan?




 No Seminário sobre o Ato analítico (1967/68), Lacan se
refere a um fato histórico: a travessia do rio Rubicão,
          feita por Júlio César (em 49 a.C.).
Esta travessia, propõe Lacan, não foi uma ação e sim
um ato, na medida em que atravessar o Rubicão seria
             ultrapassar as Leis de Roma.
Júlio César, não
  pensa; apenas
atravessa a linha,
   proferindo as
  palavras ‘Alea
jacta est!’ : a sorte
   está lançada!
Temos aí, ao ver de Jacques Lacan, as características
do ato: a inscrição significante; o caráter inaugural de
   uma experiência; e o sentido de atravessamento
Prosseguiremos no próximo encontro ainda com o tema
       a estrutura do ato analítico
(com a exibição do filme Encontro com Lacan, de Gérard
                         Miller)




                        Até lá!
                Acesso a este conteúdo:
              www.alexandresimoes.com.br


                                                   ALEXANDRE
                                                     SIMÕES
                                                ® Todos os direitos
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  • 1. O que faz o psicanalista ? Tema: a estrutura do ato analítico Coordenação Alexandre Simões ALEXANDRE SIMÕES ® Todos os direitos de autor reservados.
  • 2. Que antes renuncie a isso [a psicanálise], portanto, quem não conseguir alcançar em seu horizonte a subjetividade de sua época. Jacques Lacan, Discurso de Roma, p. 322
  • 3. Quanto mais houver a exclusão do sujeito, mais a Psicanálise se fará necessária
  • 4. A partir de Lacan, sobretudo, o psicanalista não é mais um posicionamento assegurado por um Outro institucional, porém, uma função e sem lugar ( -> atopia da Psicanálise)
  • 5. Só há como saber o que a Psicanálise oferece quando se está diante de um psicanalista
  • 6. A explicação ou a decifração não cabem ao psicanalista, pois elas pressupõe que o significante abarca o gozo
  • 7. O ato analítico se ampara nesta não redução do gozo ao significante
  • 8. O que seria o ato, segundo Lacan? No Seminário sobre o Ato analítico (1967/68), Lacan se refere a um fato histórico: a travessia do rio Rubicão, feita por Júlio César (em 49 a.C.). Esta travessia, propõe Lacan, não foi uma ação e sim um ato, na medida em que atravessar o Rubicão seria ultrapassar as Leis de Roma.
  • 9. Júlio César, não pensa; apenas atravessa a linha, proferindo as palavras ‘Alea jacta est!’ : a sorte está lançada!
  • 10. Temos aí, ao ver de Jacques Lacan, as características do ato: a inscrição significante; o caráter inaugural de uma experiência; e o sentido de atravessamento
  • 11. Prosseguiremos no próximo encontro ainda com o tema a estrutura do ato analítico (com a exibição do filme Encontro com Lacan, de Gérard Miller) Até lá! Acesso a este conteúdo: www.alexandresimoes.com.br ALEXANDRE SIMÕES ® Todos os direitos de autor reservados.