Este documento estabelece diretrizes para a execução de tubulações de pressão feitas de PVC rígido com juntas soldadas, roscadas ou com anéis de borracha. Ele descreve requisitos para projeto, materiais, instalação enterrada, embutida e submersa de tubos de PVC, incluindo profundidade mínima para enterramento, dimensões da vala, apoio dos tubos e proteção contra corrosão.
2. 2 NBR 7372/1982
3.3.4 Flexão longitudinal
É a decorrente da ação de cargas permanentes e aci-
dentais sobre a tubulação, quando não houver apoio con-
tínuo.
3.4 Esforços de resistência
3.4.1 Temperatura
Deve ser obedecida a seguinte redução na pressão má-
xima de serviço com relação à temperatura:
a) para 30ºC - 0,8 da pressão deserviço a 20ºC;
b) para 40ºC - 0,6 da pressão deserviço a 20ºC;
c) para 60ºC - 0,2da pressão deserviço a 20ºC.
3.4.2 Pressão máxima interna
A relação entre a pressão que define a classe e a pressão
máxima interna de serviço deve ser no mínimo igual a 2.
3.4.3 Compressão diametral
Deve ser levada em consideração a carga sobre a tu-
bulação, a fim de que não se produza o esmagamento
desta.
3.4.4 Flexão longitudinal
O espaçamento máximo entre apoios, para instalações
externas e não sujeitas a sobrecargas acidentais, deve
obedecer ao seguinte:
a) tubos até a ref. 1 - 0,60 m;
b) tubos até a ref. 3 - 1,00 m;
c) acima da ref. 3 - 2,00 m.
4 Condições específicas
4.1 Disposições construtivas
4.1.1 Instalações enterradas
4.1.1.1 Profundidade da vala
A profundidade da vala deve ser tal que o recobrimento
da tubulação resulte em um mínimo igual a 80 cm no ca-
so do assentamento sob o leito ou travessias das ruas.
4.1.1.2 Largura da vala
A largura da vala deve ser tão reduzida quanto possível,
respeitando o limite mínimo D + 30 cm = diâmetro externo
do tubo a assentar, em centímetros.
4.1.1.3 Forma da vala
A vala deve ser escavada de forma a resultar em uma se-
ção retangular, sempre que possível e pelo menos na
sua parte inferior.
4.1.1.4 Localização da tubulação
A localização deve ser no terço mais alto das ruas; entre-
tanto, nas grandes cidades e ruas com tráfego intenso e
pavimentadas, de preferência, deve ser sob ambos os
passeios.
4.1.1.5 Base para assentamento
No caso do fundo da vala se apresentar em solo terroso,
entre este e os tubos deve ser interposta uma camada
terrosa, isenta de pedras ou corpos estranhos e que tenha
uma espessura não inferior a 10 cm. No caso do fundo da
vala se apresentar em rocha ou rocha decomposta, deve
ser interposta uma camada terrosa isenta de pedras ou
corpos estranhos e que tenha uma espessura não inferior
a 15 cm.
4.1.1.6 Enchimento da vala
O espaço compreendido entre a base de assentamento
e a cota definida pela geratriz externa superior do tubo,
acrescida de 30 cm, deve ser preenchido com aterro
cuidadosamente selecionado, isento de pedras e corpos
estranhos e adequadamente adensado em camadas não
superiores a 10 cm de cada vez. O restante do aterro de-
ve ser procedido de maneira que resulte em uma densi-
dade aproximadamente igual à do solo que se apresenta
nas paredes da vala, utilizando-se, de preferência, o mes-
mo tipo de solo, isento de pedras grandes ou corpos es-
tranhos de dimensão notável.
4.1.2 Instalações domiciliares embutidas
4.1.2.1 Canalizações
As canalizações devem ter o traçado mais curto possível,
evitando-se colos altos e baixos. Medidas devem ser to-
madas para que as canalizações não venham a sofrer
esforços não previstos, decorrentes de recalques ou de-
formações das estruturas e para que fique assegurada a
possibilidade de dilatações e contações destas. As ca-
nalizações não devem ser embutidas em elementos es-
truturais de concreto (sapatas, pilares, vigas, lajes, etc.),
podendo, entretanto, quando indispensável, ser alojadas
em reentrâncias (encaixes) projetadas para este fim nos
referidos elementos. Não devem, também, atravessar vi-
gas ou lajes senão em passagens de maior diâmetro,
também previstas (ver NBR 5626).
4.1.2.2 Medidas especiais
Oseventuaisesforçosproduzidospeladilataçãodostubos
devem ser levados em consideração, adotando-se para
cálculo o coeficiente linear de dilatação de 8 x 10-5
por ºC
e o modulo de elasticidade de 3000 MPa. Para evitar per-
furação acidental dos tubos por pregos, parafusos, etc.,
as canaletas (encaixes) devem ser fechadas com ar-
gamassa de cimento e areia traço 1:3.
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4.1.3 Instalações submersas
4.1.3.1 Principalmente no caso de instalações submarinas,
o estudo cuidadoso do fundo, quer como perfil, quer como
natureza (areia, lodo, pedras, rochas), e a observação de
correntezas profundas de várias naturezas (rios, marés,
correntes marinhas) devem preceder ao projeto de lança-
mento de uma linha submersa.
4.1.3.2 Quando houver necessidade, o tubo deve ser fixa-
do ao fundo por meio de poitas de concreto. O tubo de
PVC deve ser a eles preso, sendo protegido contra even-
tual abrasão, por meio de um lençol de PVC flexível de
pelo menos 3 mm de espessura. Os meios de fixação às
poitas podem variar conforme os casos e o feitio destas,
sempre, porém, excluídas as partes que sofram corrosão
pela água.
4.1.3.3 No caso de tubulações submarinas, elas devem
ser enterradas no trecho de sua saída de água ou do
lodo, desde 1m abaixo da zona de influência das marés
até seu afloramento em terra firme.
4.1.3.4 Quando não for possível enterrar a tubulação, esta
deve ser protegida, a fim de evitar o ataque por parte de
molusco do tipo “Martesie”(Guzano) na zona de sua saída
da água, por meios especiais e adequados.
4.1.4 Juntas
4.1.4.1 Juntas soldadas
Antes da execução da junta, cumpre verificar se a luva e
a bolsa dos tubos a ligar se acham perfeitamente limpas.
Para execução da junta, deve-se proceder da seguinte
maneira:
a) limpar as extremidades a serem soldadas com uma
solução limpadora adequada, que seja capaz de
eliminar qualquer substância gordurosa;
b) tirar o brilho das extremidades a serem soldadas,
por meio de uma lixa de água;
c) colocar o adesivo soldadornas duas extremidades,
sem excesso;
d) encaixar perfeitamente as extremidades e aguar-
dar o tempo conveniente para o processamento
da soldagem.
4.1.4.2 Juntas rosqueadas
Os tubos de PVC rígido são juntados por meio de luvas
rosqueadas (roscas cônicas do tipo Whitworth, cone 1:16,
para tubos) de PVC rígido, ferro maleável, bronze, cobre,
alumínio ou outro material adequado. A abertura das ros-
cas nos tubos se faz com as ferramentas convencionais
usadas para tubos de aço. As roscas devem ser con-
cêntricasà periferiado tubo.Onúmerode filetes de roscas
deve ser tal que sejam integralmente cobertas pela luva.
Para execução da junta deve-se proceder da seguinte
maneira:
a)aplicar uniformemente um material vedante
adequado(1)
sobre os filetes da rosca;
b) rosquear os tubos nas luvas com auxílio de chave
de cinta, evitando a chave de grifo, até a completa
cobertura dos filetes de roscas.
4.1.4.3 Juntas com anel de borracha
Antes da execução da junta, deve-se verificar se a luva, a
bolsa, os anéis de borracha e a extremidade dos tubos a
ligar se acham bem secos e limpos (isentos de areia,
terra,lama,óleo,etc.).Realizadaa junta,deve-seprovocar
uma folga de no mínimo 1 cm entre as extremidades, pa-
ra permitir eventuais deformações, o que é conseguido,
por exemplo, imprimindo-se à extremidade livre do tubo
recém-unido vários movimentos circulares. Em seguida,
deve-se verificar a posição dos anéis que devem ficar
dentro da sede para isso disposta. Qualquer material
usado que possa favorecer o deslocamento nos anéis de
borracha deve ter características que não afetem a sua
durabilidade e dos tubos de PVC rígido.
4.1.5 Conexões, registros de parada e descarga, ventosas,
hidrantes, ligações domiciliares e hidrômetros
As ligações são feitas por sistema adequado entre o PVC
rígido e as peças metálicas, como juntas com flanges,
roscas especiais, etc. As juntas rosqueadas são execu-
tadas com interposição de vedante adequado sobre o
filete da rosca-macho. Para juntas que tenham que ser
desfeitas, deve-se empregar fita de Teflon, Hostaflon solu-
ção de borracha ou similares. Para juntas não desmon-
táveis, deve-se empregar resinas epóxi (Araldite).
4.1.6 Aparelhos elétricos
As instalações de aparelhos elétricos devem estar de
acordo com a NBR 5411.
4.1.7 Ancoragens
Em todas as curvas, derivações, reduções, registros, etc.,
é indispensável a ancoragem; o dimensionamento desta
deve ser procedido, levando-se em conta as características
do solo a que deve transmitir os esforços e a grandeza
destes, determinada pela pressão máxima na linha.
4.1.8 Ensaio da linha
Antes do completo recobrimento da tubulação, deve-se
verificar se não houve falhas da montagem de juntas, co-
nexões, etc. ou se não foram instalados tubos avariados
no transporte ou manejo. Para isso recobrem-se as partes
centrais dos tubos, deixando as juntas e ligações de co-
nexões a descoberto e procede-se ao ensaio da linha.
Este é realizado de preferência sobre trechos que, para
facilidade operacional, não excedam 500 m em seu com-
primento, aplicando-se à tubulação, peças especiais, etc.,
compreendidas nesses trechos, uma pressão 50% su-
perior à pressão hidrostática máxima, não devendo des-
cer em ponto algum da canalização a menos de
(1) Fita de Teflon, Hostaflon solução de borracha ou similares para juntas que tenham que ser desfeitas. Resinas epóxi (Araldite,
Epikote, etc.) para juntas não desmontáveis.
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4. 4 NBR 7372/1982
0,1 MPa, e sem exceder a pressão que presidiu o dimen-
sionamento das ancoragens nem a pressão de ensaio
dos tubos, na fábrica ou seja a que determinou a classe
dos mesmos. Em linhas de secundária importância, o
ensaio pode ser procedido com a pressão d’água
disponível, sem recurso a bomba de ensaio. A duração
daprovaéde pelomenos5h parainstalaçõesdomiciliares
e de 1 h para redes e adutoras.
4.1.9 Transporte
Em todas as fases de transporte, inclusive manuseio e
empilhamento, devem ser tomadas medidas especiais
para evitar choques que afetem a integridade do material
e atritos que, causando ranhuras, comprometam o tubo
com a estanqueidade das juntas, particularmente no caso
do transporte marítimo ou ferroviário.
4.1.10 Materiais
4.1.10.1 Tubos e juntas
No recebimento de tubos e juntas, deve ser observada a
NBR 5647.
4.1.11 Outros materiais
No recebimento de tubos e outros materiais, deve ser
observado o disposto nas normas brasileiras correspon-
dentes. Os registros e conexões devem ser de tipo que
permita a realização de juntas com tubos de PVC rígido
de acordo com o disposto, em relação às juntas, em 4.1.5.
4.1.12 Condições de aplicação
4.1.12.1 Considera-se normal a aplicação de tubos de
pressão de PVC rígido, quando se verificarem as con-
dições abaixo:
a) no caso de tubulação enterrada deve:
- haver transporte de líquido não agressivo ao
PVC rígido;
- não atravessar a tubulação solos agressivos ao
PVC rígido;
- haver recobrimento mínimo da tubulação de
80 cm, em se tratando de assentamento sob leito
e travessia de rua e de 60 cm quando a tubula-
ção for assentada sob os passeios;
- haver apoio contínuo para a tubulação;
- estar a camada de solo que fica em contato direto
com a tubulação desprovida de pedras ou outros
corpos que por sua natureza, forma ou grandeza
possam acarretar direta ou indiretamente
qualquer dano aos tubos;
b) no caso de tubulação aparente deve:
- haver transporte de líquido não agressivo aoPVC
rígido;
- não atravessar a tubulação meios agressivos ao
PVC rígido;
- estar devidamente protegida contra choques e
esforços que possam causar qualquer dano aos
tubos.
4.1.12.2 No caso de se verificarem as condições de apli-
cação definidas no item anterior, o emprego das tubu-
lações de pressão de PVC rígido, satisfeitas as exigências
quanto a esforços solicitantes (ver 3.3) e adotadas as dis-
posições construtivas (ver 4.1), fica condicionado uni-
camente às prescrições normais quanto à execução de
obras e sua fiscalização.
4.1.12.3 Não se verificando as condições de aplicação
definidas em 4.1.7, devem ser adotadas medidas espe-
ciais a fim de que fique assegurada, além da integridade
da tubulação, a durabilidade desejada.
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