O documento fornece um resumo sobre a história, cultura e situação atual do Haiti. O país carrega as marcas da escravidão e luta pela independência, enfrentando hoje grande pobreza e instabilidade devido a desastres naturais e interferências externas. A religião Vodu representa a resistência cultural do povo haitiano, embora a Igreja Católica também tenha forte influência. O Brasil lidera atualmente uma missão de paz da ONU no Haiti para tentar estabilizar o país.
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
A participação brasileira na missão de paz da ONU no Haiti
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5. Muito divulgada no mundo, principalmente através dos muitos filmes de terror, a religião Vodu é vista
sempre por um ângulo extremamente negativo, pois no cinema só é utilizada como instrumento para o mal,
cabendo portanto um olhar mais claro sobre ela.
A exemplo do Candomblé, a religião Vodu veio da áfrica através dos escravos, no caso da primeira foram
escravos vindos da Nigéria (Iorubas e Bantos) que vieram ao Brasil, e no caso do Vodu os escravos vieram
de Daomé (os Fons) para o Haiti.
Por força da pressão exercida pela Igreja Católica, como no Brasil, o vodu teve que ser submetido a um
sincretismo religioso entre suas divindades e as divindades cristãs.
A palavra vodu deriva do termo vodun, que significa deus ou espírito no idioma dos fons, caracterizando bem
a relação desta religião com o mundo espiritual.
Devido à influência católica o Vodu possui dois tipos de ritual:
Rada-canzo - baseado na influência Católica e na Magia Branca, procura ajudar as pessoas a
resolver seus problemas. O sacerdote desses rituais chama-se Hougan (ser for homem) ou
Manbo (se for mulher).
Petro - é o lado da magia negra, seus rituais têm objetivos malévolos. Nesses rituais são
invocados espíritos de destruição e os de sacrifícios de animais são comuns. Nesses rituais
também é comum o uso das famosas bonecas vodu (paket), que são queimadas ou furadas com
pregos enferrujados para atingir a vítima. O sacerdote nesses rituais chama-se Bocorte.
Embora os praticantes do vodu acreditem na existência de um distante deus supremo, o Vodu possui um
imenso número de deuses que são genericamente chamados de loas.
Os loas podem ser aparentados dos santos católicos, podem ser ancestrais que alcançaram o status de
deuses, ou antigos deuses africanos; são essas as divindades com as quais os praticantes interagem.
6. Qualquer pessoa, desde que tenha tido uma vida exemplar pode vir a ser um loa. Segundo a crença vodu, os
loas se dividem em:
Loas Rada - são espíritos bons que ligam a indivíduos ou famílias e agem como verdadeiros anjos da guarda.
Loas Petro - são os maus espíritos, voltados às más ações.
Os loas se comunicam com as pessoas através de sonhos, ou durante as cerimônias vodus quando são
incorporados por pessoas, que em estado de transe, transmitem suas mensagens.
Cada grupo de praticantes possui um lugar próprio para realizar suas cerimônias (houmfo - peristilo), sempre
ao som de tambores, danças, preces e preparo de alimentos.
O Vodu atualmente é praticado abertamente no Haiti, sendo inclusive utilizado como instrumento de atração
de turistas.
A Igreja Católica não conseguindo extinguir a sua prática, convive com o Vodu, que é praticamente a religião
oficial dos camponeses e das classes menos favorecidas (mas não só delas, famílias ricas também costumam
praticar o Vodu no Haiti).
Fontes:
Vodu - Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda
tfernandes5.hpg.ig.com.br
raoninet.hpg.ig.com.br
cacp.org.br
10. O Haiti é um país das Caraíbas que ocupa o
terço ocidental da ilha Hispaniola, possuindo
uma das duas fronteiras terrestres das
Caraíbas, a fronteira que faz com a República
Dominicana, a leste. Além desta fronteira, os
territórios mais próximos são as Bahamas e
Cuba a noroeste, Turks e Caicos a norte, e
Navassa a sudoeste. Capital: Porto
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12. O Haiti é muito conhecido pelo fascínio
do Vodu que, mais que uma religião dos
seus ancestrais, foi e continua sendo um
símbolo e espaço de resistência social,
cultural e política do povo haitiano.
13. Em 1804, o Haiti se tornou a primeira
nação negra livre da história da
humanidade. Seu contexto histórico é
ímpar não só na América Latina, onde
cooperou para a independência de
diversos países como Colômbia,
Venezuela
14. Revolução
Na época da Revolução Haitiana, brancos e mulatos não passavam
de 36 mil em uma população com mais de meio milhão de negros
constantemente assassinados e açoitados.
Este fator, sem dúvida, foi decisivo para desencadear a luta o
levante que abraçou religião e cultura, política e identidade.
Até hoje, o Haiti carrega na construção das subjetividades de
seu povo as marcas da trajetória capitalista, racista e cristã que
feriram toda a América Latina.
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16. Hoje, o Haiti carrega as conseqüências de
invasões, ditaduras e saques do patrimônio
público e é reduzido ao posto de país mais
pobre do hemisfério .
Cidadãos ainda estão submetidos à fome, a
doenças e uma tragédia ambiental que não lhes
permite retomar um abastecimento agrícola
pleno e gerador de divisas internas.
18. Quando a independência haitiana
completou seu bicentenário, o então
presidente Jean Bertrand Aristide
exigiu da França a devolução do valor
pago pelos haitianos ao governo francês.
19. Em nome dos senhores latifundiário do
rico açúcar das Antilhas -cobrou uma
indenização pelas terras e escravos
perdidos com a independência.
20. Esse valor pago ao longo de quase cem anos, se
corrigido em valores atuais, chega a 20
bilhões de dólares, dinheiro suficiente para
iniciar uma reconstrução das infra-estruturas
tão precárias e sucateadas do país.
21. O Haiti necessita ser conhecido e reconhecido como
nação soberana, necessita também do resgate
financeiro dos países que lucraram e ainda lucram com
suas desgraças humanas, sociais e ambientais; mas,
antes de mais nada, necessita ser entendido e
respeitado.
O Haiti foi a primeira república negra do mundo e o
primeiro país da
América Latina a conquistar sua independência.
Mas seu orgulho histórico é manchado por décadas de
penúria econômica, degradação ambiental, violência em
guerras civis financiadas externamente,
movimentação de narcotráfico, instabilidade
econômica e ditaduras que o converteram no mais
pobre país das Américas.
22.
23. Dados do país:
População: 8,706 milhões
Distribuição etária da população:
0-14 anos: 42,1%
15-64 anos: 54,4%
mais de 65 anos: menos de 3%
Média etária da população:
total: 18,4 anos de idade
homens: 17,9 anos de idade
mulheres: 18,8 anos de idade
Expectativa de vida: 57,03 anos
homens - 55,25 anos
mulheres - 58,75 anos
Expectativa de vida: 57,03 anos
homens - 55,25 anos
mulheres - 58,75 anos
24. Crescimento populacional: 2,453 % (estimativa para
2007)
Taxa de natalidade: 38,87 nascimentos entre 1000
habitantes
Taxa de mortalidade infantil: 64 mortes em cada 1000
nascimentos vivos.
Número de contaminados pela AIDS em 2003
280.000 pessoas
24.000 mortes registradas
Distribuição étnica
95% negros
5% mulatos e brancos
Religião:
60% praticam vodu, dos entrevistados nas cidades
80% se dizem católicos, mas há o elemento sincrético-
religioso
16% protestantes (10% batistas, 4% pentecostais, 1%
adventistas, nenhum 1% e outros 3%)
25. Politíca
O Haiti é uma república presidencialista com um Presidente eleito e uma
Assembléia Nacional. A constituição foi introduzida em 1987 e teve
como modelo as constituições dos Estados Unidos da América e da
França. Foi parcial ou completamente suspensa durante alguns anos, mas
voltou à plena validade em 1994.
26. Subdivisões de Haiti
O Haiti está dividido em dez departamentos:
Artibonite
Centre
Grand'Anse
Nippes (criado em 2003)
Nord
Nord-Est
Nord-Ouest
Ouest
Sud
Sud-Est
27.
28. Economia
No século XVIII, o Haiti, então chamado de Saint-Domingue, e
governado pelos franceses, era a mais próspera colônia no Novo Mundo.
Seu solo enormemente fértil produzia uma grande abundância de
colheitas e atraiu milhares de colonizadores franceses.
Desde o período de colonização o Haiti possui uma economia primária.
Produzia açúcar de excelente qualidade, que concorreu com o açúcar
brasileiro no século XVII e junto com toda produção das Antilhas serviu
para a desvalorização do açúcar brasileiro na Europa.
Atualmente sua economia encontra-se destroçada e em ruínas.
O país permanece extremamente pobre, sendo o mais pobre da América
e de todo Hemisfério Ocidental.
29. Religião
O catolicismo romano é a religião de estado,
professada pela maioria da população. Houve
algumas conversões ao protestantismo.
A padroeira do Haiti, na Igreja Católica, é
Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
Católicos 64%
Protestantes 23,6%
Sem filiação 5%
Vodu ou espírita 5%
Sem ou outras 2,4%.
32. O Brasil comanda a força militar da
missão de paz da ONU no Haiti
(Minustah) desde junho de 2004. Os 1,2
mil soldados do País que estão no Haiti
formam o maior contingente brasileiro
enviado ao exterior desde a 2ª Guerra
Mundial.
33. O Conselho de Segurança da ONU
autorizou o envio de força militar na
missão de paz para garantir a
estabilidade no país após a queda do ex-
presidente Jean Bertrand Aristide.
34. Sob o comando inicial do general
brasileiro Augusto Heleno, a missão no
Haiti enfrentou um quadro incompleto
de militares previstos pela ONU.
Segundo o Exército, isso dificultava a
atuação nas áreas mais críticas do país,
onde gangues, rebeldes e grupos
armados mantinham conflitos
permanentes com civis e com a Polícia
Nacional haitiana.
35.
36. Em março do ano passado, por exemplo, a
morte dos dois soldados da Minustah fizeram
as primeiras baixas desde que as tropas foram
enviadas. Os conflitos entre os grupos
armados e a Polícia Nacional eram constantes.
Organizações não-governamentais chegaram a
criticar a atuação da ONU ao alegar que a
atuação da missão permitia a violação de
direitos humanos. A acusação foi negada pelo
comando militar e pelas autoridades do
governo brasileiro.
37. O governo brasileiro fez atuações junto
ao Conselho de Segurança da ONU para
aumentar o efetivo militar no Haiti.
Também fez pedidos de ajuda
internacional para projetos de infra-
estrutura, cooperação internacional e
visitas do próprio ministro das Relações
Exteriores, Celso Amorim, para avaliar a
situação política pré-eleitoral no país.