O documento discute os desafios enfrentados pela juventude brasileira e as Olimpíadas do Rio de 2016. A juventude carece de força de vontade para mudar o mundo, mas os esportes podem ajudá-los. As Olimpíadas ocorrem em meio a uma crise política e econômica no Brasil, com questões sobre segurança devido a ataques terroristas na Europa.
PT comemora 41 anos e lança conjunto de propostas para o Brasil
FACES DE UMA NOVA JUVENTUDE: JOVENS APOSENTADOS
1. GRUPERT - Grupo Permanente de Entrevista www. cadernodepauta.blogspot.com.br
CADERNO DE PAUTA
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Filhos da tecnologia, irmãos da cor-
agem e reféns da inovação: os jovens
do novo milênio têm tudo para mu-
darem o mundo. Entretanto, falta-lhes
força de vontade. Eles estão muitas
vezes envolvidos em projetos e sonhos:
trabalham para alcançá-los, mas mor-
rem no meio do caminho – às vezes
nem começam por ser árduo demais,
por ter resultados em longo prazo.
Sobre este assunto, discursou o Papa
Francisco na cerimônia de abertura da
Jornada Mundial da Juventude, em
Cracóvia: “Entristece-me encontrar
jovens que parecem aposentados an-
tes do tempo. Preocupa-me ver jovens
que se renderam antes do jogo sem ter
começado a jogar; que caminham com
a cara triste, como se a vida não tivesse
valor. São jovens essencialmente cha-
teados... E chatos”.
A fase da vida de maior brilho e
disposição parece estar passando por
tempos tenebrosos, e apenas alguns
pontos de luz podem ser vistos. Essa
iluminação se dá a partir do despren-
dimento para consigo na tentativa de
se alcançar um bem comum; e para
ter essa disposição, é preciso cuidar da
saúde. Sabe-se que o número de jovens
nas academias de musculação aumen-
tou consideravelmente nos últimos
anos. Nos esportes, isso também não
é diferente. O graduando de Educação
Física da UFRN, Felix Sousa, comen-
tou sobre a paixão pelos exercícios,
que começou desde cedo: “desde os 12
anos que eu treinei futsal, handebol,
vôlei, atletismo. Acho que o esporte
é fundamental, pois além de ser uma
ferramenta de inclusão social, nos aju-
da a transformar nossa própria vida”.
Para essa mudança acontecer,
entretanto, é necessário desprender-se
da comodidade e buscar melhorar-se a
cada dia. Desse modo, haverá ganhos
tanto para o indivíduo quanto para a
sociedade a que pertence. É nesse con-
texto que surgem os movimentos soci-
ais: o Levante Popular da Juventude,
por exemplo, a cada dia convoca mais
jovens para lutar por um país mais
justo. Marcos Barbosa, integrante do
movimento, incentiva os jovens: “Un-
idos seremos mais fortes. Precisamos
romper com o individualismo e pensar
que apenas coletivamente poderemos
nos tornar agentes capazes de romper
com os retrocessos e perdas de direi-
tos. Precisamos avançar juntos na con-
strução de uma nova identidade para o
Brasil, que respeite as diferenças, que
seja menos desigual, que respeite os
direitos humanos”.
Assim como um fósforo, a ju-
ventude precisa deixar-se queimar,
sabendo que uma chama não sobre-
vive sozinha. Levantar a cabeça e es-
ticar as pernas: fazer uma revolução
humanitária, visto que a tecnológica
já foi alcançada. Olhar nos olhos e não
ter medo de se comprometer, de ser
vivo, feliz, disposto e verdadeiramente
jovem.
JOVENS APOSENTADOS
FACES DE UMA NOVA JUVENTUDE
Por Luana Aladim
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2. Grupo Permantente de Estudo da Entrevista / Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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EXPEDIENTE
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Participaram desta edição: Sebastião Albano - coordenador; Thayane Guimarães - programação visual;
Ana Flávia Melo e Luana Aladim - redação; Ana Laura Freire, Leonardo Figueiredo, Ninive Luana - reportagem
A crise política e econômica
O Brasil vem sofrendo nos últimos
dois anos as consequências de uma cri-
se econômica, filha da crise imobiliária
americana de 2008, que causou não só
um descarrilamento da inflação e des-
valorização do real como a maior revi-
ravolta política da última década.
Com a inflação em alta e o preço do
dólar oscilando constantemente, a
importação e a exportação do Brasil,
principalmente de petróleo e commod-
ities, sofreu um abalado forte. Estamos
pagando mais caro pela compra e re-
cebendo menos pela venda dos nossos
produtos. Em janeiro de 2016, o dólar
atingiu a maior cotação da história,
saindo por R$ 4,16 reais. Pessoas
perderam o emprego e a economia do
país desceu ladeira abaixo. As medidas
tomadas pelo governo não tiveram re-
sultado além de reclamações por uma
boa parte da população brasileira.
Somada à evolução da Operação La-
va-Jato pela Polícia Federal, a crise
econômica se tornou política, acar-
retando protestos contra e a favor do
antigo governo em poder e que, ao fi-
nal, levou à saída da presidente Dilma
Rousseff através de um processo de im-
peachment. Desde a tomada de poder
do presidente interino, Michel Temer,
as relações sociopolíticas do Brasil se
tornaram incertas. Há quem não apoie
as medidas do atual governante, há
aqueles que defendem a saída defin-
itiva de Dilma e há aqueles que quei-
ram novas eleições. Numa pesquisa do
Ibope, em abril desse ano, antes da saí-
da de Rousseff, 62% dos entrevistados
preferiam a saída de ambos políticos e
novas eleições para presidente.
Dentro do caos brasileiro, o Rio de
Janeiro, sede das Olimpíadas, entrou
em estado de calamidade pública. Há
meses que um dos mais importantes
estados do país vem lidando com um
descontrole do dinheiro público. Após
a ajuda do Estado ser embargada pelo
não pagamento de uma dívida de mais
ou menos US$ 8 milhões a Agência de
Francesa de Desenvolvimento, o gov-
ernador Francisco Dornelles decretou
calamidade diante da falta de recursos
para lidar com as finalizações das in-
stalações olímpicas.
O Decreto de calamidade pública é um
pedido de ajuda nacional diante de al-
guma catástrofe natural ou material
sofrida por determinado estado ou ci-
dade da federação e que não pode ser
resolvida pelo governo estadual. A situ-
ação engloba os diversos setores da so-
ciedade: econômico, social, sanitário,
etc. A deficiência da economia carioca
afeta a sociedade como um todo, inter-
ferindo na qualidade de vida, de saú-
da e de educação da população. Após
receber ajuda nacional para o término
das obras olímpicas, o governo estad-
ual do Rio se vê agora na missão de
corrigir a crise socioeconômica na qual
sua população vive.
Os questionamentos sobre
a segurança
Julho foi um mês caótico para todo
o mundo. Com diversos ataques ter-
roristas — o principal deles em Nice,
França, durante a comemoração do
Dia da Bastilha, em 14 de julho, por um
tunisiano naturalizado francês chama-
do Mohammed Bouhel, que atropelou
dezenas de pessoas, matando 85 — o
tema da segurança perante a situação
do Estado Islâmico se intensificou nas
mídias. Com pouco tempo para as Ol-
impíadas, o principal foco da nação era
o que seria feito para impedir algum
tipo de atentado no Brasil e às dele-
gações.
A quinze dias dos jogos, 21 de julho,
uma operação policial feita em sete es-
tados da federação prendeu dez supos-
tos terroristas. O Ministro da Justiça,
Alexandre Moraes, garantiu que não
houve contato direto com o grupo ex-
tremista Estado Islâmico e que não
passavam de amadores. Para manter a
proficiência, a PM e o Exército simu-
laram ataques terroristas e garantiram
que as forças de segurança do Brasil
estavam preparadas para qualquer
ocorrência.
Lidar com uma possível ameaça terror-
ista não é a única coisa que os policiais
e o exército brasileiro terão de enfren-
tar durante o mês dos Jogos Olímpi-
cos. A falta de segurança do próprio es-
tado do Rio chama atenção. Com uma
quantidade alarmante de assaltos na
capital, a preocupação com o bem-es-
tar dos visitantes e dos moradores de-
verá ser redobrada. Com 11 dias para a
abertura já tivemos uma notícia ruim
— o atleta neozelandês de jiu-jitsu,
Jay Lee, denunciou um sequestro por
parte de policiais na capital olímpica.
Segundo Lee, ele foi forçado a retirar
dinheiro de um caixa eletrônico para
que não fosse preso.
Deve ser levado em consideração
também os outros estados que sedi-
arão os jogos de futebol. Além do Rio
de Janeiro, as cidades de Belo Hori-
zonte, Brasília, Manaus, Salvador e São
Paulo receberão as seleções olímpicas
para os jogos. Um torcedor que com-
pareceu ao primeiro jogo do Brasil, no
dia 4 de agosto no Estádio Mané Gar-
rincha em Brasília, e que preferiu não
ser identificado, deu uma entrevista ao
GRUPERT afirmando que “Eles dizem
que não podem entrar com bolsas no
estádio, mas tem galera que entra com
bolsa muito grande e tem galera com
bolsa pequenininha que é barrado”.
O BRASIL NA RIO 2016
NEM TUDO SÃO LOUROS NAS OLIMPÍADAS
Por Ana Flávia Melo
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