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LEVANTAMENTO DE EDIFÍCIOS EM FERRO EM PORTUGAL
Relatório
Mestrado de Construção e Reabilitação
Patologia e Inspecção de Construções
Susana Maria Pedro Cardigos
2011 – 2012
Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 1
INDICE
1.0 – INTRODUÇÃO___________________________________________________________________________2
1.1 - Edifícios em ferro em Portugal 2
2.0 – LEVANTAMENTO________________________________________________________________________ 3
2.1 – ESTUFAS 4
2.1.1 - Estufa Real 4
2.1.2 - Estufa do Jardim do Museu Agrícola Tropical 4
2.2 - PAVILHÕES DE EXPOSIÇÕES 4
2.2.1 - Pavilhão de Exposições da Ajuda 4
2.2.2 - Fábrica da Tabaqueira 5
2.3 – FÁBRICAS 5
2.3.1 - Edifício da Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense 5
2.3.2 - Fábrica de Massas “A Napolitana” 6
2.3.3 - Central Tejo 6
2.3.4 – Fábrica Vulcano e Colares 7
2.4 – ASCENSOR 8
2.4.1 - Elevador de Santa Justa 8
2.5 – ESTAÇÕES 9
2.5.1 - Estação do Rossio 9
2.5.2 - Estação de São Bento 9
2.6 – EQUIPAMENTOS_____________________________________________________________________10
2.6.1 - Mercado Ferreira Borges 10
2.6.2 - Garagem Auto-Palace 10
2.6.3 - Liceu Camões 11
2.6.4 - Cine-Teatro Politiama 11
2.6.5 - Coliseu dos Recreios 12
2.6.6 - Praça de Touros do Campo Pequeno 12
2.7 – INTERIORES________________________________________________________________________ 13
2.7.1 - Pátio das Nações 13
2.7.2 - Sociedade de Geografia 13
2.8 – EDIFÍCIOS_________________________________________________________________________ 14
2.8.1 - Rua Castilho, N.º 15 14
2.8.2 - A Casa do Povo de Alcântara / Edifício do Atlético Clube de Portugal 14
2.8.3 - Edifício Chiado 15
2.8.4 - Edifício Barros e Santos – Agência Havas 15
2.8.5 - Vila Berta 15
2.9 – FACHADAS 16
2.9 - Cinema Odéon 16
2.10 – DESTRUIDOS____________________________________________________________________ 17
2.10.1 - Palácio de Cristal 17
2.10.2 - Mercado da Figueira 17
2.10.3 - Armazéns Grandella 18
3.0 – ANEXOS ______________________________________________________________________________ 19
4.0 - BIBLIOGRAFIA__________________________________________________________________________ 32
Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 2
INTRODUÇÃO_ 1.0
A história do ferro como material de utilidade, mais meramente auxiliar na arquitectura, começa quando, durante a
revolução industrial, depois de 1750, se descobriu a maneira de o produzir industrialmente. Logo se fizeram
tentativas no sentido de substituir da madeira ou a pedra, pelo ferro.
Durante o séc. XIX registou-se um desenvolvimento tecnológico e científico que possibilitou a utilização de novos
materiais na construção de estruturas inovadoras. O ferro surge como novo material, que veio permitir a concepção
de novas formas de construção e infra-estruturas urbanas e viárias, que exigiam a intervenção de engenheiros
devido às questões técnicas e cálculos envolvidos nas novas estruturas.
O ferro pelas suas características e resistência é utilizado como reforço de estruturas em alvenaria, elemento
estrutural (coluna, viga), que permite criar espaços interiores amplos, reduzindo ou eliminando paredes que serviam
de suporte, por este facto as primeiras realizações ter consistido na utilização de colunas e vigamentos de ferro nas
oficinas de tecelagem, substituindo os grossos pilares de suporte que estorvavam a colocação das máquinas e a
circulação dos operários. Igualmente é usado conjuntamente com o vidro nas coberturas e paredes, permite a
criação de espaços amplos iluminados, criando uma continuidade espacial entre interior e exterior.
A construção aliada ao ferro, tem como vantagem a rapidez de construção, comparado com a construção em pedra
e tijolo, pela sua pré-fabricação e seriação acrescida de processos construtivos muito práticos e rápidos, com a
consequente poupança de mão – de – obra, contribuíram para reduzir o preço da obra.
Assim, a arquitectura do ferro, começou a ser vista como uma técnica aplicada a obras de engenharia e sem
qualquer mérito no campo da arquitectura, embora tenha havido tentativas com a execução de obras em ferro, que
veio demonstrar a grande adaptabilidade do ferro com a construção tradicional. O resultado foi uma série de
edifícios, construções e pontes, que tinham como propósito da sua construção, a funcionalidade, sem uma grande
preocupação estética.
Edifícios em ferro em Portugal_1.1
Em Portugal, a primeira aplicação estrutural de ferro foi realizada na construção
do arco do triunfo do Terreiro do Paço, concebido depois do terramoto de 1755,
mas apenas concluído 80 anos depois, no entanto surge no meio de dúvidas, as
8 colunas da Cozinha do Mosteiro de Alcobaça que datam de 1752 (esta data
continua por precisar), sendo as colunas de ferro fundido e as vigas em ferro
forjado. Só mais tarde é que o ferro volta a ser utilizado na construção de
edifícios, mas pontualmente, como na cobertura da estufa Real (1844), na
construção da companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense (1946-1949) onde se
utilizou o ferro no interior na sua estrutura, na cúpula do Observatório
Astronómico da Ajuda (1861) com estrutura móvel e cilíndrica. A construção em
ferro ganha maior importância a partir da construção da gare de Santa Apolónia
(substituída) e do Palácio de Cristal no Porto (demolido), ambas inauguradas
em 1865.
O Palácio de Cristal que foi concebido para acolher a grande Exposição
Internacional do Porto, construído com estruturas de ferro e vidro, media 150m
de comprimento por 72m de largura e era dividido em três naves, foi demolido
em 1951.
Entre 1870 a 1890, o ferro surge como uma fase experimental, sendo aplicada
apenas em interiores em vários e significativos edifícios públicos destacando-se:
a galeria central da Penitenciária de Lisboa (1874-1878); nos mercados de Santa
Clara (1877), de São Bento (1881) e da Ribeira (1882); a Central Elevatória a
Vapor dos Barbadinhos (1880).
A partir do final do séc. XIX, no final da década de 80, início de 90, assiste-se a uma maturação e generalização da
aplicação do ferro, começando este a ser aplicado no exterior e interior, sem existir uma preocupação em dissimular
Foto 01- Chaminé da cozinha - Mosteiro
de Alcobaça.
Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 3
o material, destacando-se: os mercados da Praça da Figueira (1885), das Flores - Ferreira Borges (1888) e de
Torres Novas; as gares de comboios de Alcântara-Terra (1887) e a Gare do Rossio (1887); os Pavilhões de
Exposições da Ajuda (1884) e o da Exposição Nacional de Indústrias Fabris – transformado na Fábrica da
Tabaqueira (1888); o edifício industrial do Gasómetro de Belém (1888); as cúpulas da Praça de Touros do Campo
Grande (1890) e do Coliseu dos Recreios (1890).
Em edifícios habitacionais é aplicado nas traseiras criando as chamadas “marquises” (varanda construída com lajes
de abobadilhas apoiadas em vigas em I, fechada com ferro e vidro), aplicação da estrutura em ferro nas esquinas
em curvas, como no edifício da Rua Castilho n.º15 (1888).
É aplicado nos grandes equipamentos, modernizando os espaços através de escadas, colunas e outros elementos
em ferro, surgindo nos Armazéns Grandella (1891); no Hotel Avenida Palace (1892); no Pátio das Nações, no
Palácio da Bolsa (1891) e na Sala de Portugal da Sociedade de Geografia (1897).
No início do novo século XX até aos anos 20, é construído a Gare de São Bento, no Porto (1903) e o elevador de
Santa Justa, em Lisboa (1902), com estrutura toda em ferro.
Começam-se a conceber estruturas de prédios inteiramente executadas com peças metálicas, como, o arranha-
céus de mais de 10 pisos na Avenida de 24 de Julho que ficou pelos primeiros 3 pisos em Lisboa (1904), o edifício
da Casa do Povo de Âlcantara (1904-07).
Os edifícios são construídos com grandes fachadas e com grandes vãos, mostrando a capacidade plástica e
estrutural do material como, no edifício Chiado em Coimbra (1910), a garagem Auto-Palace (1906) e o Teatro
Politiama (1912).
Com a modernização da indústria e o aumento das cidades, surgem as grandes fábricas, onde é utilizado o ferro e o
tijolo, destacando-se, a fábrica de massas “A Napolitana” (1908) e a Central Tejo (1914).
O arquitecto Ventura Terra, utiliza este material nos Liceus de Camões (1908) e Pedro Nunes (1911).
Nas Vilas operárias o ferro era usado nas galerias exteriores e nas escadas de acesso, sendo exemplo a Vila
Estrela D´Ouro (1907) e a Vila Berta (1921).
A partir dos anos 20 e com o uso crescente do betão armado, a construção em ferro deixa de ser utilizado nas
estruturas como elemento visível para ser escondido, por exemplo no Edifício Barros e Santos – Agência Havas
(1921), passando a ser usado em elementos secundários e decorativos, como por exemplo, em guardas, galerias,
marquises, palas e decoração de fachadas, como se pode ver no Cinema Odéon (1921) e outros edifícios dessa
época.
Chega-se á conclusão que durante o final do séc. XIX e início do séc. XX, o ferro não veio por completo substituir o
material tradicionalmente usado nas construções, como, o tijolo, a pedra e a madeira.
Material ligado às pontes e obras ferroviárias, o seu uso em edificações foi sempre usado de forma pontual, aplicado
juntamente com os materiais tradicionais, salvo em raras excepções onde a sua aplicação apenas se baseou em
vidro e ferro (alguns mercados, coretos, estufas e pavilhões de exposições), soube adaptar e dialogar, conseguindo
criar espaços e construções com uma enorme qualidade arquitectónica e de engenharia.
Alguns dos edifícios mencionados poucos chegaram aos nossos dias, sendo adaptados com estruturas de betão
armado, desmontados ou demolidos.
LEVANTAMENTO_2.0
O levantamento efectuado, teve como atenção apenas os edifícios que se encontram actualmente construídos, com
elementos estruturais ou estruturas em ferro. Não foram contabilizados, os edifícios que foram sujeitos a alterações,
embora tenham sido mencionados no capítulo anterior.
Houve uma atenção para mencionar no cap. 2.10, os edifícios que tiveram alguma relevância na arquitectura em
ferro, mas com o tempo foram destruídos ou desmontados.
Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 4
ESTUFAS_2.1
2.1.1 - Estufa Real
Tapada das Necessidades, Largo das Necessidades (à Infante Santo) - Prazeres / Lisboa
DATA: Inauguração em 1844.
TIPOLOGIA: Estufa.
CARACTERIZAÇÃO: Em 1844, D. Pedro V
mandou construir a bonita Estufa circular para a
sua esposa D. Estefânia. Construída com
paredes de alvenaria em pedra, nestas assenta
uma cúpula esférica, com diâmetro de 16m, em
ferro e vidro ligados com chumbo e com uma
lanterna, no total a estufa tem uma altura de
16,70m.
2.1.2 - Estufa do Jardim do Museu Agrícola Tropical
Calçada do Galvão - Santa Maria de Belém / Lisboa
DATA E AUTOR: Construída em 1914 e
projectada por Henry Navel.
TIPOLOGIA: Estufa.
CARACTERIZAÇÃO: De planta rectangular,
construída em ferro e vidro.
PAVILHÕES DE EXPOSIÇÕES_2.2
2.2.1 - Pavilhão de Exposições da Ajuda
Instituto Superior de Agronomia, Tapada da Ajuda - Ajuda / Lisboa
DATA E AUTOR: Inauguração em 1884, projectado pelo Arq. Luís Caetano Pedro de Ávila
TIPOLOGIA: Pavilhão de exposições.
CARACTERIZAÇÃO: O edifício é constituído por três pavilhões de cúpulas hemisféricas, ligadas por duas galerias
curvilíneas, com uma envergadura de 80m, tudo em ferro e vidro. Devido ao declive do terreno construiu-se uma
cave de alvenaria, onde assenta a estrutura do pavilhão. Ao longo da fachada Sul, das alas laterais e contornando o
torreão central construiu-se uma larga varanda, que recebe dois lanços de escadaria divergentes e simétricos em
relação ao eixo do edifício.
Foto 02 – Pormenor da cúpula. Foto 03 – Estufa Real.
Foto 04 (Dir.) – Vista Lateral da estufa.
Foto 05 (Esq.) – Entrada da estufa.
Fig. 01 (Esq.) – Planta e alçado
do pavilhão.
Foto 06 (Dir.) – Vista Lateral do
pavilhão.
Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 5
2.2.2 - Fábrica da Tabaqueira
Rua da tabaqueira – Braço de Prata/ Lisboa
DATA: Construído em 1888.
TIPOLOGIA: Inicialmente pavilhão de exposições, adaptado para instalações da tabaqueira.
CARACTERIZAÇÃO: Trata-se de pavilhão da metalúrgica Empresa Industrial Portuguesa, construído para uma
Exposição Nacional das Indústrias Fabris organizada na Avenida da Liberdade em 1888. Mais tarde remontado no
Braço de Prata e adaptado às instalações da Tabaqueira. O edifício caracteriza-se pela utilização de materiais,
como, o ferro, o tijolo vermelho e o vidro. As suas fachadas mostram o esqueleto da estrutura em ferro fundido,
preenchido por tijolo maciço vermelho. O pavilhão da entrada salienta-se por estar forrado a ferro, com colunas
coríntias e o frontão em ferro trabalhado. Os interiores são amplos e iluminados por clarabóias, a estrutura é
constituída por colunas e vigas de ferro, o pavimento do 1º piso é composto por vigas de ferro e tijolo maciço
(alterado em certas secções por chapa metálica). A cobertura em chapa ondulada com grandes clarabóias em vidro
com ventilação, apoiada nas asnas de ferro que se apoiam nos pilares de ferro.
FÁBRICAS_2.3
2.3.1 - Edifício da Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense
Rua Rodrigues Faria / Lisboa
DATA E AUTOR: projectado pelo Arq. João Pires da Fonte.
TIPOLOGIA: Fábrica de têxteis.
CARACTERIZAÇÃO: Esta construção introduziu em Lisboa o "modelo inglês das fábricas incombustíveis, de
espaços racionalizados e organizados segundo uma lógica produtiva, adaptada à engenharia têxtil e com utilização
de pedra nas fachadas, e de ferro, na estrutura interna, como material de construção e suporte de pisos"
(CUSTÓDIO, 1994, p. 377). Utilização de colunas e vigamentos de ferro nas oficinas de tecelagem, criando espaços
amplas para a colocação das máquinas.
Foto 07 – Alçado principal do pavilhão. Foto 08 – Corpo da entrada.
Foto 09 – Alçado lateral. Foto10 – Interior do pavilhão.
Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 6
2.3.2 - Fábrica de Massas “A Napolitana”
Rua Maria Luísa Holstein, Rua da Cozinha Económica, Travessa Teixeira Júnior - Alcântara / Lisboa
DATA E AUTOR: Projecto de 1908, por Vieillard & Touzet.
TIPOLOGIA: Indústria Moageira Alimentar: edifícios industriais-administrativo-sociais.
CARACTERIZAÇÃO: Cada um dos edifícios tem uma volumetria e uma área distinta, exigências estritamente
dependentes da função e do equipamento industrial a instalar. A moagem tem quatro pisos, cada um composto por
duas fileiras de colunas em ferro fundido, permitindo a criação de vãos amplos. O edifício das massas desenvolve-
se em três pisos, organizando-se no interior a secção de fabrico das massas, com suas prensas, num amplo espaço
rodeado por mezaninos suportadas por colunas em ferro. Nas fachadas foi usado tijolo silico-calcário branco e
cinzento.
2.3.3 - Central Tejo
Avenida de Brasília – Santa Maria de Belém / Lisboa
DATA E AUTOR: Século XX. A construção inicia-se em 1914 e desenvolve-se em 3 fases:
1ª Fase - Casa das máquinas e Caldeiras, projecto de Eng. Neu; 2ª Fase – Edifício das caldeiras de baixa pressão -
Vieillard & Touzet; 3ª Fase – Edifício das caldeiras de alta pressão - Vieillard & Touzet.
TIPOLOGIA: Produção de electricidade.
CLASSIFICADO: Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 1/86 de 3-1.
CARACTERIZAÇÃO: A actual Central Tejo localizou-se junto a uma fábrica de electricidade, de pequenas
dimensões, ali instalada desde 1908. Os edifícios destacam-se pela sua arquitectura, quer pela forma e volumetria,
quer pela utilização plástica dos materiais, como o tijolo vermelho, o ferro e o vidro. A construção dos edifícios é
feita em alvenaria de tijolo com estrutura em ferro, que permitia a construção de grandes fachadas encimadas por
frontões. No interior, as galerias são suportadas por colunas de ferro e pavimento em abobadilhas de tijolo e vigas
Foto11 – Entrada do edifício, lado norte.
Foto14 – Complexo da fábrica. Foto15
Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 7
metálicas, iluminadas pelos grandes janelões de vidro, que conferem uma marca de leveza aos edifícios.
2.3.4 – Fábrica Vulcano e Colares
Largo do Conde Barão 13 e 14, Rua do Boqueirão do Duro - São Paulo / Lisboa
DATA E AUTOR: Projecto de alteração de 1915.
TIPOLOGIA: Fábrica metalúrgica.
CARACTERIZAÇÃO: Fábrica metalúrgica que fornece, a estrutura metálica do edifício da Central Tejo e de material
de guerra. Alterada em 1915, quando as duas firmais Vulcano e Colares se juntam. A fábrica é constituída por duas
entradas, uma na rua do Largo do Conde Barão que se evidencia pela sua fachada com grandes vãos, decorados
com colunas de ferro e vidro e na rua do Boqueirão do Duro, o corpo da entrada com uma linguagem semelhante á
anterior e construída em tijolo vermelho. Efectua-se a substituição dos pavimentos por abobadilhas de tijolo
assentes sobre vigas de ferro em I, os pavimentos comunicam entre si por escadas de ferro em espiral. A cobertura
da fábrica é em asnas de ferro.
Foto16 – Estrutura do edifício das caldeiras de alta pressão.
Foto18Fig. 02 – Projecto da extensão da casa das máquinas – Cortes.
Foto 17 – Interior do edifício das caldeiras de baixa pressão.
Foto 19 – Conjunto de edifícios da Central Tejo.
Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 8
ANEXO: N.º 01 – Alçado e pormenor do projecto do Arquivo Municipal de Lisboa – Obra n.º 718.
ASCENSOR_2.4
2.4.1 - Elevador de Santa Justa
Rua de Santa Justa, Largo do Carmo - São Nicolau / Lisboa
DATA E AUTOR: Obras começaram em 1898, inauguração a 10 de Julho de 1902. Projectado pelo Eng. º Raoul
Mesnier du Ponsard e Arq.º Louis Reynaud.
TIPOLOGIA: Ascensor.
CLASSIFICADO: Monumento Nacional.
CARACTERIZAÇÃO: O Elevador de Santa Justa é um dos poucos exemplares de arquitectura do ferro que existe
em Lisboa, tendo um profundo impacto no urbanismo da baixa da cidade, não só pela sua implantação vertical mas
também pela ornamentação rica e exuberante que define a estrutura metálica, repleta de arcos de gosto neogótico.
É uma estrutura de ferro fundido constituída por um passadiço metálico de 15m, apoiado ao meio num pilar de
betão-armado, apoiado numa torre metálica de 7,5m x 7m de secção transversal com 45m de altura. Esta
concepção permite que as peças constituintes funcionem com relativa independência em relação às variações de
temperatura, vento ou sismo. A locomoção começou por ser feita com uma máquina a vapor, situada no piso
superior da torre, somente em 1907 a locomoção das cabines passou a fazer-se através de energia eléctrica.
Foto 20 – Fachada do Largo do Conde Barão. Foto 21 – Fachada da fábrica da Rua do Boqueirão do Duro.
Foto 22 – Vista lateral.
Foto 23 – Vista do passadiço, ligação
da rua do Carmo para o
elevador.
Torre do elevador - Foto 24
Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 9
ESTAÇÕES_2.5
2.5.1 - Estação do Rossio
Largo D. João da Câmara - Santa Justa / Lisboa
DATA E AUTOR: Século XIX (1886-1887).Projectado pelo Arq. José Luís Monteiro.
TIPOLOGIA: Sistema da rede ferroviária. Obra pública.
CLASSIFICADO: Imóvel de Interesse Público, Decreto Nº 516/71 de 22-11
CARACTERIZAÇÃO: A Estação de Caminho-de-ferro destaca-se pelos volumes diferenciados e interligados,
articulando a sua planimetria em "L" distribuída por uma longa nave na cota mais elevada do edifício, onde se
localiza a gare, com uma cobertura de duas águas assente numa estrutura de asnas de aço, que descarregam em
pilares fundidos em ferro fundido. A cobertura em ferro foi realizada por uma empresa de construção belga. A
grande nave tem 130m de comprimento, 21m de altura e 9 linhas férreas.
2.5.2 - Estação de São Bento
Praça de Almeida Garrett, Rua do Loureiro, Rua da Madeira - Sé / Porto
DATA E AUTOR: Início do projecto 1896, início da obra 1903 e inauguração 1916. Projectado pelo Arq. José
Marques da Silva
TIPOLOGIA: Sistema da rede ferroviária. Obra pública.
CLASSIFICADO: Imóvel de Interesse Público, Decreto Nº 67/97 de 31-12. A classificação inclui a gare metálica, os
painéis de azulejos e a boca de entrada do túnel.
CARACTERIZAÇÃO: A fachada do edifício da estação caracteriza-se por um eclectismo classicizante. Do seu
interior destacam-se os painéis de azulejo, da autoria de Jorge Colaço e a gare em ferro fundido. Estrutura da nave
da gare em ferro (pilares em ferro fundido), com cobertura em chapas metálicas.
Foto 25 – Gare da Estação do Rossio. Foto 26 – Construção da gare da Estação do Rossio.
Foto 27 – Gare da Estação de São Bento. Foto 28 – Interior da gare da Estação de São Bento.
Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 10
EQUIPAMENTOS_2.6
2.6.1 - Mercado Ferreira Borges
Praça do Infante D. Henrique - São Nicolau / Porto
DATA E AUTOR: Inaugurada em 1865. Projectado pelo Arq.º João Carlos Machado.
TIPOLOGIA: Mercado
CLASSIFICADO: Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 28/82, DR n.º 47, de 26-02-1982.
CARACTERIZAÇÃO: Mercado de planta longitudinal rectangular, de um só piso, formada por três naves espaçosas,
duas laterais simétricas e uma central mais estreita, com coberturas em telhado de duas águas diferenciados, com
estrutura e superfícies em ferro fundido ornamentados com formas vegetais. O edifício assente sobre plataforma de
granito, adaptada ao declive do terreno. A escadaria de acesso ao 1º piso dá para o pátio protegido por varandim de
ferro, que circunda as três fachadas do edifício. As fachadas laterais do edifício fortemente ritmadas pela estrutura
metálica contêm vãos rematados em arco abatido preenchido com lâminas de vidro tipo "veneziana". No interior as
colunas de suporte da cobertura possuem capitéis coríntios.
2.6.2 - Garagem Auto-Palace
Rua Alexandre Herculano – São Mamede / Lisboa
DATA E AUTOR: Inauguração em 1907. Projecto e construção por Vieillard & Touzet.
TIPOLOGIA: Garagem.
CLASSIFICADO: Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 29/84, DR n.º 145, de 25-06-1984.
CARACTERIZAÇÃO: Edifício de dois pisos, em planta quadrangular. Construído numa estrutura mista de paredes
em alvenaria e a cobertura em estrutura metálica, com uma área de 971,76m2 e 17m de altura. O esqueleto da
cobertura e as asnas são em ferro laminado, a clarabóia com ventilação é de vidro fosco. A galeria do 1º piso é
construída com vigas mestras de ferro e abobadilhas de tijolo furado e ladrilhos. Os vãos das portas e caixilhos da
fachada principal são de ferro. A fachada é encimada por um frontão curvo ladeado por duas pilastras. Com 3 vãos
amplos preenchidos por vitrais.
ANEXO: N.º 02 – Planta, Alçado e pormenor do projecto do Arquivo Municipal de Lisboa – Obra n.º 8962.
Foto 29 – Exterior do Mercado Ferreira Borges. Foto30 – Interior do Mercado Ferreira Borges.
Foto 31 – Entrada da garagem. Foto 32- Interior da garagem -1º piso vista da estrutura e cobertura.
Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 11
2.6.3 - Liceu Camões
Praça José Fontana - São Jorge de Arroios / Lisboa
DATA E AUTOR: Projecto de 1907, do Arq. Miguel Ventura Terra.
TIPOLOGIA: Escola secundária.
CARACTERIZAÇÃO: O ferro é pontualmente utilizado nos vigamentos e asnas, como em todas as colunas de ferro
fundido que suportam as coberturas e as galerias exteriores. A galeria do ginásio é composta por vigas de ferro e
madeira suportada por esquadros de ferro.
2.6.4 - Cine-Teatro Politiama
Rua das Portas de Santo Antão nº 109 – Santa Justa / Lisboa
DATA E AUTOR: Início de obra em 1912, projectado pelo Arq. Miguel Ventura Terra.
TIPOLOGIA: Cinema/teatro
CLASSIFICADO: Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 5/2002, DR, 1ª Série-B. Nº 42, de 19-02-2002.
CARACTERIZAÇÃO: O edifício apresenta planta rectangular, com cobertura de duas águas sobre mansarda, tendo
o seu alçado principal três andares. Um janelão de consideráveis dimensões, servido por uma varanda com guarda
em ferro forjado. O vão do janelão é em arco em asa de cesto, e inclui três arcos plenos rematados superiormente
por uma cartela, compartimentados em arcos duplos de volta perfeita, afastados por colunas metálicas com capitéis
compósitos.
Foto 33 – Galeria do Pátio. Foto 34 – Cobertura e galeria do ginásio Foto 35 – Galeria.
Foto 36 – Alçado principal do Teatro. Fig. 03 – Corte.
Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 12
2.6.5 - Coliseu dos Recreios
Rua das Portas de Santo Antão, 96 – Pena / Lisboa
DATA E AUTOR: Inaugurado 1890, O traço da obra deveu-se aos engenheiros Goulard, pai e filho e ao português
Manuel Garcia Júnior; a construção metálica coube a Castanheira das Neves, o telhado em ferro responsabilidade
do Engª. Lacombe.
TIPOLOGIA: Coliseu de espectáculos
CLASSIFICADO: Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 2/96, DR n.º 56, de 06-03-1996.
CARACTERIZAÇÃO: Sobre a estrutura em alvenaria com forma octogonal foi colocada a cúpula, esta construída
em Berlim, com armação de ferro, com um diâmetro de 48,68m e o peso de 100 toneladas, encimada por uma
lanterna de 8m de diâmetro. A cúpula foi armada no chão e içada até ao telhado.
2.6.6 - Praça de Touros do Campo Pequeno
Campo Pequeno – São Joao de Deus / Lisboa
DATA e AUTOR: Inaugurado 1890, projectado pelo Arq. António José Dias da Silva.
TIPOLOGIA: Praça de Touros.
CLASSIFICADO: Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 8/83, DR n.º 19, de 24-01-1983.
CARACTERIZAÇÃO: Arena com diâmetro de 40,70m. As 2 bancadas gerais superiores com 5 filas em estrutura de
ferro. Torreões de tijolo vermelho encimados por grandes cúpulas de ferro.
Foto 37 – Estrutura da cúpula - montagem. Foto 38 – Interior da cúpula e escada de
acesso.
Foto 39 – Vista aérea da praça. Fig. 04 – Alçado e corte da praça.
Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 13
INTERIORES_2.7
2.7.1 - Pátio das Nações – Palácio da Bolsa
Rua da Bolsa – São Nicolau / Porto
DATA E AUTOR: Projecto para o pátio 1880, projectado pelo
Arq.º Tomás Augusto Soler
TIPOLOGIA: Pátio
CLASSIFICADO: Palácio da Bolsa - Monumento Nacional,
Decreto n.º 28/82, DR n.º 47, de 26-02-1982.
CARACTERIZAÇÃO: O palácio, estruturado em planta
rectangular, desenvolve-se em torno de um pátio central, com
telhado de quatro águas, de diferentes níveis e com clarabóia, O
pátio central, antigo claustro do convento, com área de 506m2,
coberto por uma estrutura metálica envidraçada. No Pátio, o
ritmo é marcado em cada alçado pelas 6 colunas em ferro
fundido, que ajudam a aliviar as paredes e a sustentar a carga,
da cúpula metálica.
2.7.2 - Sociedade de Geografia
Rua das Portas de Santo Antão, 100 – Pena / Lisboa
DATA E AUTOR: Inaugurado 1897, projectada pelo Arq. José Luís Monteiro.
TIPOLOGIA: Instituição cultural
CLASSIFICADO: Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 2/96, DR n.º 56, de 06-03-1996.
CARACTERIZAÇÃO: Nesta sala, José Luís Monteiro utiliza todo o seu saber na aplicação da arte do ferro à
arquitectura, de que tinha sido um dos principais introdutores em Portugal. Mas não apenas como mera estrutura,
revela o valor plástico próprio do material, em rendilhados de varandas e colunas de elevado sentido formal. A sala,
com 49m de comprimento por mais de 16m de largura, com uma área de 790m2. Uma clarabóia, sustentada por
armação de ferro, hoje desaparecida, encimava o tecto. A articulação de espaços é feita com a introdução de
galerias/varanda e escadarias de vários lanços, que promovem a circulação necessária devido à elevada altura do
edifício. Toda esta estrutura é construída em ferro fundido com as suas colunas de ferro ornamentadas e a
decoração cheia de ritmo e desenho que vemos nas grades e todos os outros elementos que compõem este
espaço.
Foto 41 – Escada. Foto 42 – Vista da Sala Portugal.
Foto 40 – Pátio das nações.
Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 14
EDIFÍCIOS_2.8
2.8.1 - Edifício Habitacional
Rua Castilho N.º 15 / Lisboa
DATA: Projecto de 1888.
TIPOLOGIA: Edifício de habitação.
CARACTERIZAÇÃO: Este edifício do Bairro Barata Salgueiro foi um dos primeiros edifícios de habitação a adoptar
uma estrutura de ferro, tem ainda a particularidade de expor parte dessa estrutura na própria fachada principal.
Grande utilização do ferro em varandas e escada de serviço e também nas colunas de ferro fundido das janelas da
esquina em curva, de modo a criar maiores vãos.
ANEXO: N.º 03 – Planta, alçado e corte do Arquivo Municipal de Lisboa – Obra n.º 1176.
2.8.2 - A Casa do Povo de Alcântara / Edifício do Atlético Clube de Portugal
Rua Prior do Crato nº 135/137, tornejando com Rua João de Oliveira Miguéns nº 76/84 - Prazeres / Lisboa
DATA: Construção 1904 a 1907.
TIPOLOGIA: Edifício de serviços / comércio.
CARACTERIZAÇÃO: Edificado para os Armazéns da Casa do Povo d’Alcântara, sendo relevante a sua presença
urbana, a contemporaneidade do desenho das fachadas e dos materiais construtivos utilizados. As fachadas em
alvenaria de pedra e argamassa de cal e areia com grandes vãos envidraçados construídos com colunas em ferro
fundido ou laminado e vidro. A estrutura do edifício é feita com vigamentos de madeira e vigas mestras de ferro e
com colunas em ferro.
ANEXO: N.º 04 – Planta, alçado e corte do Arquivo Municipal de Lisboa – Obra n.º 8051.
Foto 46 – Vista do edifício.
Foto 43 – Vista do edifício Foto 44 – Pormenor da base da
coluna.
Foto 45 – Pormenor do capitel
coluna.
Foto 47 – Pormenor dos vãos – colunas e vigas em ferro.
Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 15
2.8.3 - Edifício Chiado
Rua Ferreira Borges / Coimbra
DATA: Inaugurado em 1910.
TIPOLOGIA: Edifício.
CLASSIFICADO: Imóvel de Interesse Público, decreto n.º 5/2002, DR, 1ª série-B. nº 42, de 19-02-2002
CARACTERIZAÇÃO: Implantado numa das principais artérias da Baixa de Coimbra, Foi sujeito a obras em 1909 a
obras de adaptação, tendo como objectivo a criação de espaços amplos e a rápida adaptação da antiga construção
à nova, foram utilizadas estruturas metálicas, que substituíram as antigas paredes e permitiram a execução de uma
escadaria coberta com clarabóia no saguão central existente. O edifício apresenta uma "fachada-montra" dividida
por módulos, unidos de forma elegante pela estrutura de ferro de inspiração Arte Nova. Os diferentes pisos
possuem varandas completamente envidraçadas, decoradas com formas geométricas e vegetais em ferro e a pala
em vidro e ferro decorada com elementos de inspiração Arte Nova que resguarda a entrada e a montra.
2.8.4 - Edifício Barros e Santos – Agência Havas
Rua do Ouro, 234 – 242 / Lisboa
DATA E AUTOR: Inaugurado em 1921, projectado pelo Arq. Carlos Ramos.
TIPOLOGIA: Edifício.
CARACTERIZAÇÃO: Construído com uma estrutura interna de esqueleto metálico,
aplicação de estuque e outros materiais para envolver as colunas e vigas.
ANEXO: N.º 05 – Planta, alçado, corte e pormenor do Arquivo Municipal de Lisboa – Obra
n.º 6712.
2.8.5 - Vila Berta
Rua da Vila Berta à Graça - Graça / Lisboa
DATA E AUTOR: Inaugurado em 1921, projectado pelo Arq. Joaquim Francisco Tojal.
TIPOLOGIA: Vila.
CLASSIFICADO: Imóvel de Interesse Público, Decreto Nº 2/96, de 6-3.
CARACTERIZAÇÃO: Trata-se de um núcleo habitacional operário cuja estrutura se faz em torno de duas linhas de
edifícios voltados para uma rua interior, seguindo duas diferentes tipologias: do lado oeste, as habitações, de
Foto 50 – Alçado principal.
Foto 48 – Alçado principal. Fig. 05 – Planta do piso térreo. Foto 49 – Interior.
Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 16
maiores dimensões, com três pisos, encontram-se separadas por pequenos recintos ajardinados, e possuem, ao
nível do segundo piso, varandas de planta quadrada (com balaustrada em ferro forjado) assentes em finos pilares;
quanto ao lado Este, é constituído por habitações com apenas dois pisos e varandas ao nível do segundo piso,
estas de menores dimensões, mas também de ferro forjado. Todas as estruturas habitacionais são compostas por
dois fogos por piso. A Vila Berta (baptizada com o nome da filha de Tojal) é detentora de uma arquitectura eclética,
que aglutina apontamentos Arte Nova (visíveis, por exemplo, no friso de azulejos onde se lê o nome da Vila - Vila
Bertha - e na platibanda que percorre o conjunto de edificios), com o uso do ferro forjado em linhas ondulantes no
gradeamento das varandas.
FACHADAS_2.9
2.9.1 - Cinema Odéon
Rua Castilho N.º 15 / Lisboa
DATA: Inaugurado em 1927.
TIPOLOGIA: Cinema.
CARACTERIZAÇÃO: Constroem-se as galerias de circulação periférica. Ferro e vidro
decorativo.
Foto 51 – Vista do Bairro. Foto 52 – Galerias em ferro. Foto 53 – Varanda.
Foto 54 – Vista da Galeria – Alçado principal.
Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 17
DEMOLIDOS_2.10
2.10.1 – Palácio de Cristal
Jardins do Palácio de Cristal - Massarelos / Porto
DATA E AUTOR: Inaugurado em 1865, projectado pelo Arq. Thomas Dillen Jones.
TIPOLOGIA: Pavilhão de exposições.
CARACTERIZAÇÃO: O palácio foi concebido para acolher a grande Exposição Internacional do Porto, organizada
pela então Associação Industrial Portuense. Pavilhão construído com pedra, ferro e vidro. Media 150m de
cumprimento por 72 de largura e era dividido em três naves, todas com estrutura em ferro e revestidas com vidro. O
palácio foi destruído em 1951, tendo-se erguido no seu lugar uma nave de betão armado, a que foi dado o nome de
Pavilhão Rosa Mota.
2.10.2 - Mercado da Ribeira
Praça da Figueira / Lisboa
DATA E AUTOR: Inaugurado em 1885, projectado por Manual Faria Ricardo Correia.
TIPOLOGIA: Mercado.
CARACTERIZAÇÃO: Mercado com planta rectangular, em estrutura metálica, ocupava uma área de quase 8.000m.
Quatro pavilhões encimados por cúpulas, ligados entre si, com portas principais e secundárias e lojas abertas para o
exterior. As fachadas principais dividiam-se em três corpos no interior, de longos telhados corridos com clarabóias.
O mercado permaneceu assim durante 64 anos.
Fig. 06 – Alçado principal do Palácio. Foto 55 – Nave Central do Palácio.
Foto 57 – Vista lateral do mercado.
Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 18
2.10.3 – Armazéns Grandella
Rua do Carmo, Rua do Ouro / Lisboa
DATA E AUTOR: Inaugurado em 1907, projectado por Georges Demaye.
TIPOLOGIA: Armazéns / Comércio.
CARACTERIZAÇÃO: O edifício de duas fachadas era constituído por 11 andares a partir da Rua do Ouro e 6 pisos
a contar da entrada da Rua do Carmo, com uma estrutura de ferro fundido. Os andares estavam ligados entre si por
três escadas distintas, uma escada nobre, uma particular e uma de serviço, embora além destas escadas existiam
outras. Existia um elegantíssimo elevador eléctrico, destinado aos clientes, que ligava todos os pisos, cuja “gaiola”
era em ferro trabalhado. A destruição do edifício aconteceu a 25 de Agosto de 1988, quando ardeu por completo.
Foto 59 – Escadas interior do armazém.
Fig. 08– Alçado principal do armazém.
Fig. 07– Interior do mercado.Foto 58 – Entrada do mercado.
Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 19
ANEXOS
ANEXO: N.º 01 – (2 páginas) Alçado e pormenor do projecto do Arquivo Municipal de Lisboa – Obra n.º 718.
(Fábrica Vulcano e Colares).
ANEXO: N.º 02 – (3 páginas) Planta, alçado e corte; Alteração com pormenores do projecto do Arquivo Municipal de
Lisboa – Obra n.º 8962. (Garagem Auto-Palace).
ANEXO: N.º 03 – (1 página) Planta, alçado e corte do Arquivo Municipal de Lisboa – Obra n.º 1176. (Rua Castilho
N.º 15).
ANEXO: N.º 04 – (3 páginas) Planta, alçado e corte do Arquivo Municipal de Lisboa – Obra n.º 8051. (A Casa do
Povo de Alcântara / Edifício do Atlético Clube de Portugal).
ANEXO: N.º 05 – (3 páginas) Planta, alçado, corte e pormenor do Arquivo Municipal de Lisboa – Obra n.º 6712.
(Edifício Barros e Santos – Agência Havas).
Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 20
BIBLIOGRAFIA
_ALMEIDA, Pedro Vieira de; FERNANDES, José Manuel (co-autoria) – História da arte em Portugal: a arquitectura
moderna – Volume 14. Lisboa: Publicações Alfa, D.L. 1986
_APPLETON, João Guilherme – Reabilitação de Edifícios “Gaioleiros”- Um Quarteirão em Lisboa. Amadora: Edições
Orion, 2005.
_CASTEL-BRANCO, Cristina – Necessidades: Jardins e Cerca. Lisboa: Livros Horizonte: Jardim Botânico da Ajuda,
2001.
_CASTRO, António Osório de; RIBEIRO, Gustavo de Almeida – LISBOA: A Exaltação do Ferro. Edições Inapa,
1999.
_FARIA, Fernando; CRUZ, Luís; BARBOSA, Pires – A CENTRAL TEJO: A fábrica que electrificou Lisboa. Museu da
electricidade e Editorial Bizâncio, 2007.
_FERNANDES, José Manuel – Arquitectura Modernista em Portugal [1890 – 1940]. Lisboa: Gradiva, 1993.
_FERNANDES, José Manuel – Lisboa em Obra(s). Lisboa: Livros Horizonte, 1997.
_FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN – Arquitectura de Engenheiros: Séculos XIX e XX. Lisboa: Fundação
Calouste Gulbenkian, 1980.
_MOREAU, Mário – Coliseu dos Recreios: um século de história. Lisboa: Fundação Cidade, Quetzal Editores, 1994.
_REIS, António – Portugal contemporâneo: 1910-1926: a fragilidade do Estado republicano: os fracassos do
liberalismo económico: um novo clima cultural: outros valores, outro quotidiano – Volume 3. Lisboa: Publicações
Alfa, 1990.
_SANTOS, José Coelho dos – O Palácio de Cristal e a Arquitectura do Ferro no Porto em meados do séc. XIX.
Porto: Fundação Eng.º António de Almeida, 1989.
_SERRÃO, Joel; MARQUES, A. H. de Oliveira – Nova História de Portugal: Portugal e a Regeneração (1851-1900).
Lisboa: Presença, 2004
_SILVA, Raquel Henriques [et al.] - Miguel Ventura Terra: a arquitectura enquanto projecto de vida, architecture as a
life project / coord. cient. Ana Isabel Ribeiro; coord. Maria de Lurdes Rufino; textos Ana Isabel Ribeiro, Raquel
Henriques da Silva; trad. Maria Amélia Ribeiro de Carvalho; fot. Manuel Correia. Esposende: Câmara Municipal,
2006.
DOCUMENTOS ONLINE:
_TOSTÕES, Ana - Construção moderna: as grandes mudanças do século XX.
http://in3.dem.ist.utl.pt/msc_04history/aula_5_b.pdf
PESQUISA ONLINE:
_FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA: Projecto marcas das ciências e das técnicas pelas
ruas de Lisboa - http://marcasdasciencias.fc.ul.pt/
_IGESPAR - http://www.igespar.pt/pt/
_FUNDAÇÃO MARQUES DA SILVA - Estação de São Bento - http://fims.up.pt/index.php?cat=2&subcat=8&proj=2
_ESPAÇO E TEMPO REVELAR LX - http://revelarlx.cm-lisboa.pt/index.php
32
Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 21
_ Arquitectura do Ferro em Portugal - http://arquitecturaferro.blogspot.com/
_TAPADA DA AJUDA – património cultural da tapada da ajuda - http://www.isa.utl.pt/tapada/3.2_pavilhao.htm
_museu da cidade - http://www.museudacidade.pt/
_Restos de Colecção: http://restosdecoleccao.blogspot.com/
_ALFOBRE de Letras: http://alfobre.blogspot.com/
_ O SIPA – Sistema de Informação para o Património Arquitectónico: http://www.monumentos.pt/
FONTES DOCUMENTAIS:
CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA, Arquivo Municipal de Lisboa.
Volume Obra consultados:
_Obra n.º 718
_Obra n.º 1176
_Obra n.º 6712
_Obra n.º 8051
_Obra n.º 8962
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Levantamento de edificios em ferro em portugal

  • 1. LEVANTAMENTO DE EDIFÍCIOS EM FERRO EM PORTUGAL Relatório Mestrado de Construção e Reabilitação Patologia e Inspecção de Construções Susana Maria Pedro Cardigos 2011 – 2012
  • 2. Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 1 INDICE 1.0 – INTRODUÇÃO___________________________________________________________________________2 1.1 - Edifícios em ferro em Portugal 2 2.0 – LEVANTAMENTO________________________________________________________________________ 3 2.1 – ESTUFAS 4 2.1.1 - Estufa Real 4 2.1.2 - Estufa do Jardim do Museu Agrícola Tropical 4 2.2 - PAVILHÕES DE EXPOSIÇÕES 4 2.2.1 - Pavilhão de Exposições da Ajuda 4 2.2.2 - Fábrica da Tabaqueira 5 2.3 – FÁBRICAS 5 2.3.1 - Edifício da Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense 5 2.3.2 - Fábrica de Massas “A Napolitana” 6 2.3.3 - Central Tejo 6 2.3.4 – Fábrica Vulcano e Colares 7 2.4 – ASCENSOR 8 2.4.1 - Elevador de Santa Justa 8 2.5 – ESTAÇÕES 9 2.5.1 - Estação do Rossio 9 2.5.2 - Estação de São Bento 9 2.6 – EQUIPAMENTOS_____________________________________________________________________10 2.6.1 - Mercado Ferreira Borges 10 2.6.2 - Garagem Auto-Palace 10 2.6.3 - Liceu Camões 11 2.6.4 - Cine-Teatro Politiama 11 2.6.5 - Coliseu dos Recreios 12 2.6.6 - Praça de Touros do Campo Pequeno 12 2.7 – INTERIORES________________________________________________________________________ 13 2.7.1 - Pátio das Nações 13 2.7.2 - Sociedade de Geografia 13 2.8 – EDIFÍCIOS_________________________________________________________________________ 14 2.8.1 - Rua Castilho, N.º 15 14 2.8.2 - A Casa do Povo de Alcântara / Edifício do Atlético Clube de Portugal 14 2.8.3 - Edifício Chiado 15 2.8.4 - Edifício Barros e Santos – Agência Havas 15 2.8.5 - Vila Berta 15 2.9 – FACHADAS 16 2.9 - Cinema Odéon 16 2.10 – DESTRUIDOS____________________________________________________________________ 17 2.10.1 - Palácio de Cristal 17 2.10.2 - Mercado da Figueira 17 2.10.3 - Armazéns Grandella 18 3.0 – ANEXOS ______________________________________________________________________________ 19 4.0 - BIBLIOGRAFIA__________________________________________________________________________ 32
  • 3. Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 2 INTRODUÇÃO_ 1.0 A história do ferro como material de utilidade, mais meramente auxiliar na arquitectura, começa quando, durante a revolução industrial, depois de 1750, se descobriu a maneira de o produzir industrialmente. Logo se fizeram tentativas no sentido de substituir da madeira ou a pedra, pelo ferro. Durante o séc. XIX registou-se um desenvolvimento tecnológico e científico que possibilitou a utilização de novos materiais na construção de estruturas inovadoras. O ferro surge como novo material, que veio permitir a concepção de novas formas de construção e infra-estruturas urbanas e viárias, que exigiam a intervenção de engenheiros devido às questões técnicas e cálculos envolvidos nas novas estruturas. O ferro pelas suas características e resistência é utilizado como reforço de estruturas em alvenaria, elemento estrutural (coluna, viga), que permite criar espaços interiores amplos, reduzindo ou eliminando paredes que serviam de suporte, por este facto as primeiras realizações ter consistido na utilização de colunas e vigamentos de ferro nas oficinas de tecelagem, substituindo os grossos pilares de suporte que estorvavam a colocação das máquinas e a circulação dos operários. Igualmente é usado conjuntamente com o vidro nas coberturas e paredes, permite a criação de espaços amplos iluminados, criando uma continuidade espacial entre interior e exterior. A construção aliada ao ferro, tem como vantagem a rapidez de construção, comparado com a construção em pedra e tijolo, pela sua pré-fabricação e seriação acrescida de processos construtivos muito práticos e rápidos, com a consequente poupança de mão – de – obra, contribuíram para reduzir o preço da obra. Assim, a arquitectura do ferro, começou a ser vista como uma técnica aplicada a obras de engenharia e sem qualquer mérito no campo da arquitectura, embora tenha havido tentativas com a execução de obras em ferro, que veio demonstrar a grande adaptabilidade do ferro com a construção tradicional. O resultado foi uma série de edifícios, construções e pontes, que tinham como propósito da sua construção, a funcionalidade, sem uma grande preocupação estética. Edifícios em ferro em Portugal_1.1 Em Portugal, a primeira aplicação estrutural de ferro foi realizada na construção do arco do triunfo do Terreiro do Paço, concebido depois do terramoto de 1755, mas apenas concluído 80 anos depois, no entanto surge no meio de dúvidas, as 8 colunas da Cozinha do Mosteiro de Alcobaça que datam de 1752 (esta data continua por precisar), sendo as colunas de ferro fundido e as vigas em ferro forjado. Só mais tarde é que o ferro volta a ser utilizado na construção de edifícios, mas pontualmente, como na cobertura da estufa Real (1844), na construção da companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense (1946-1949) onde se utilizou o ferro no interior na sua estrutura, na cúpula do Observatório Astronómico da Ajuda (1861) com estrutura móvel e cilíndrica. A construção em ferro ganha maior importância a partir da construção da gare de Santa Apolónia (substituída) e do Palácio de Cristal no Porto (demolido), ambas inauguradas em 1865. O Palácio de Cristal que foi concebido para acolher a grande Exposição Internacional do Porto, construído com estruturas de ferro e vidro, media 150m de comprimento por 72m de largura e era dividido em três naves, foi demolido em 1951. Entre 1870 a 1890, o ferro surge como uma fase experimental, sendo aplicada apenas em interiores em vários e significativos edifícios públicos destacando-se: a galeria central da Penitenciária de Lisboa (1874-1878); nos mercados de Santa Clara (1877), de São Bento (1881) e da Ribeira (1882); a Central Elevatória a Vapor dos Barbadinhos (1880). A partir do final do séc. XIX, no final da década de 80, início de 90, assiste-se a uma maturação e generalização da aplicação do ferro, começando este a ser aplicado no exterior e interior, sem existir uma preocupação em dissimular Foto 01- Chaminé da cozinha - Mosteiro de Alcobaça.
  • 4. Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 3 o material, destacando-se: os mercados da Praça da Figueira (1885), das Flores - Ferreira Borges (1888) e de Torres Novas; as gares de comboios de Alcântara-Terra (1887) e a Gare do Rossio (1887); os Pavilhões de Exposições da Ajuda (1884) e o da Exposição Nacional de Indústrias Fabris – transformado na Fábrica da Tabaqueira (1888); o edifício industrial do Gasómetro de Belém (1888); as cúpulas da Praça de Touros do Campo Grande (1890) e do Coliseu dos Recreios (1890). Em edifícios habitacionais é aplicado nas traseiras criando as chamadas “marquises” (varanda construída com lajes de abobadilhas apoiadas em vigas em I, fechada com ferro e vidro), aplicação da estrutura em ferro nas esquinas em curvas, como no edifício da Rua Castilho n.º15 (1888). É aplicado nos grandes equipamentos, modernizando os espaços através de escadas, colunas e outros elementos em ferro, surgindo nos Armazéns Grandella (1891); no Hotel Avenida Palace (1892); no Pátio das Nações, no Palácio da Bolsa (1891) e na Sala de Portugal da Sociedade de Geografia (1897). No início do novo século XX até aos anos 20, é construído a Gare de São Bento, no Porto (1903) e o elevador de Santa Justa, em Lisboa (1902), com estrutura toda em ferro. Começam-se a conceber estruturas de prédios inteiramente executadas com peças metálicas, como, o arranha- céus de mais de 10 pisos na Avenida de 24 de Julho que ficou pelos primeiros 3 pisos em Lisboa (1904), o edifício da Casa do Povo de Âlcantara (1904-07). Os edifícios são construídos com grandes fachadas e com grandes vãos, mostrando a capacidade plástica e estrutural do material como, no edifício Chiado em Coimbra (1910), a garagem Auto-Palace (1906) e o Teatro Politiama (1912). Com a modernização da indústria e o aumento das cidades, surgem as grandes fábricas, onde é utilizado o ferro e o tijolo, destacando-se, a fábrica de massas “A Napolitana” (1908) e a Central Tejo (1914). O arquitecto Ventura Terra, utiliza este material nos Liceus de Camões (1908) e Pedro Nunes (1911). Nas Vilas operárias o ferro era usado nas galerias exteriores e nas escadas de acesso, sendo exemplo a Vila Estrela D´Ouro (1907) e a Vila Berta (1921). A partir dos anos 20 e com o uso crescente do betão armado, a construção em ferro deixa de ser utilizado nas estruturas como elemento visível para ser escondido, por exemplo no Edifício Barros e Santos – Agência Havas (1921), passando a ser usado em elementos secundários e decorativos, como por exemplo, em guardas, galerias, marquises, palas e decoração de fachadas, como se pode ver no Cinema Odéon (1921) e outros edifícios dessa época. Chega-se á conclusão que durante o final do séc. XIX e início do séc. XX, o ferro não veio por completo substituir o material tradicionalmente usado nas construções, como, o tijolo, a pedra e a madeira. Material ligado às pontes e obras ferroviárias, o seu uso em edificações foi sempre usado de forma pontual, aplicado juntamente com os materiais tradicionais, salvo em raras excepções onde a sua aplicação apenas se baseou em vidro e ferro (alguns mercados, coretos, estufas e pavilhões de exposições), soube adaptar e dialogar, conseguindo criar espaços e construções com uma enorme qualidade arquitectónica e de engenharia. Alguns dos edifícios mencionados poucos chegaram aos nossos dias, sendo adaptados com estruturas de betão armado, desmontados ou demolidos. LEVANTAMENTO_2.0 O levantamento efectuado, teve como atenção apenas os edifícios que se encontram actualmente construídos, com elementos estruturais ou estruturas em ferro. Não foram contabilizados, os edifícios que foram sujeitos a alterações, embora tenham sido mencionados no capítulo anterior. Houve uma atenção para mencionar no cap. 2.10, os edifícios que tiveram alguma relevância na arquitectura em ferro, mas com o tempo foram destruídos ou desmontados.
  • 5. Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 4 ESTUFAS_2.1 2.1.1 - Estufa Real Tapada das Necessidades, Largo das Necessidades (à Infante Santo) - Prazeres / Lisboa DATA: Inauguração em 1844. TIPOLOGIA: Estufa. CARACTERIZAÇÃO: Em 1844, D. Pedro V mandou construir a bonita Estufa circular para a sua esposa D. Estefânia. Construída com paredes de alvenaria em pedra, nestas assenta uma cúpula esférica, com diâmetro de 16m, em ferro e vidro ligados com chumbo e com uma lanterna, no total a estufa tem uma altura de 16,70m. 2.1.2 - Estufa do Jardim do Museu Agrícola Tropical Calçada do Galvão - Santa Maria de Belém / Lisboa DATA E AUTOR: Construída em 1914 e projectada por Henry Navel. TIPOLOGIA: Estufa. CARACTERIZAÇÃO: De planta rectangular, construída em ferro e vidro. PAVILHÕES DE EXPOSIÇÕES_2.2 2.2.1 - Pavilhão de Exposições da Ajuda Instituto Superior de Agronomia, Tapada da Ajuda - Ajuda / Lisboa DATA E AUTOR: Inauguração em 1884, projectado pelo Arq. Luís Caetano Pedro de Ávila TIPOLOGIA: Pavilhão de exposições. CARACTERIZAÇÃO: O edifício é constituído por três pavilhões de cúpulas hemisféricas, ligadas por duas galerias curvilíneas, com uma envergadura de 80m, tudo em ferro e vidro. Devido ao declive do terreno construiu-se uma cave de alvenaria, onde assenta a estrutura do pavilhão. Ao longo da fachada Sul, das alas laterais e contornando o torreão central construiu-se uma larga varanda, que recebe dois lanços de escadaria divergentes e simétricos em relação ao eixo do edifício. Foto 02 – Pormenor da cúpula. Foto 03 – Estufa Real. Foto 04 (Dir.) – Vista Lateral da estufa. Foto 05 (Esq.) – Entrada da estufa. Fig. 01 (Esq.) – Planta e alçado do pavilhão. Foto 06 (Dir.) – Vista Lateral do pavilhão.
  • 6. Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 5 2.2.2 - Fábrica da Tabaqueira Rua da tabaqueira – Braço de Prata/ Lisboa DATA: Construído em 1888. TIPOLOGIA: Inicialmente pavilhão de exposições, adaptado para instalações da tabaqueira. CARACTERIZAÇÃO: Trata-se de pavilhão da metalúrgica Empresa Industrial Portuguesa, construído para uma Exposição Nacional das Indústrias Fabris organizada na Avenida da Liberdade em 1888. Mais tarde remontado no Braço de Prata e adaptado às instalações da Tabaqueira. O edifício caracteriza-se pela utilização de materiais, como, o ferro, o tijolo vermelho e o vidro. As suas fachadas mostram o esqueleto da estrutura em ferro fundido, preenchido por tijolo maciço vermelho. O pavilhão da entrada salienta-se por estar forrado a ferro, com colunas coríntias e o frontão em ferro trabalhado. Os interiores são amplos e iluminados por clarabóias, a estrutura é constituída por colunas e vigas de ferro, o pavimento do 1º piso é composto por vigas de ferro e tijolo maciço (alterado em certas secções por chapa metálica). A cobertura em chapa ondulada com grandes clarabóias em vidro com ventilação, apoiada nas asnas de ferro que se apoiam nos pilares de ferro. FÁBRICAS_2.3 2.3.1 - Edifício da Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense Rua Rodrigues Faria / Lisboa DATA E AUTOR: projectado pelo Arq. João Pires da Fonte. TIPOLOGIA: Fábrica de têxteis. CARACTERIZAÇÃO: Esta construção introduziu em Lisboa o "modelo inglês das fábricas incombustíveis, de espaços racionalizados e organizados segundo uma lógica produtiva, adaptada à engenharia têxtil e com utilização de pedra nas fachadas, e de ferro, na estrutura interna, como material de construção e suporte de pisos" (CUSTÓDIO, 1994, p. 377). Utilização de colunas e vigamentos de ferro nas oficinas de tecelagem, criando espaços amplas para a colocação das máquinas. Foto 07 – Alçado principal do pavilhão. Foto 08 – Corpo da entrada. Foto 09 – Alçado lateral. Foto10 – Interior do pavilhão.
  • 7. Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 6 2.3.2 - Fábrica de Massas “A Napolitana” Rua Maria Luísa Holstein, Rua da Cozinha Económica, Travessa Teixeira Júnior - Alcântara / Lisboa DATA E AUTOR: Projecto de 1908, por Vieillard & Touzet. TIPOLOGIA: Indústria Moageira Alimentar: edifícios industriais-administrativo-sociais. CARACTERIZAÇÃO: Cada um dos edifícios tem uma volumetria e uma área distinta, exigências estritamente dependentes da função e do equipamento industrial a instalar. A moagem tem quatro pisos, cada um composto por duas fileiras de colunas em ferro fundido, permitindo a criação de vãos amplos. O edifício das massas desenvolve- se em três pisos, organizando-se no interior a secção de fabrico das massas, com suas prensas, num amplo espaço rodeado por mezaninos suportadas por colunas em ferro. Nas fachadas foi usado tijolo silico-calcário branco e cinzento. 2.3.3 - Central Tejo Avenida de Brasília – Santa Maria de Belém / Lisboa DATA E AUTOR: Século XX. A construção inicia-se em 1914 e desenvolve-se em 3 fases: 1ª Fase - Casa das máquinas e Caldeiras, projecto de Eng. Neu; 2ª Fase – Edifício das caldeiras de baixa pressão - Vieillard & Touzet; 3ª Fase – Edifício das caldeiras de alta pressão - Vieillard & Touzet. TIPOLOGIA: Produção de electricidade. CLASSIFICADO: Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 1/86 de 3-1. CARACTERIZAÇÃO: A actual Central Tejo localizou-se junto a uma fábrica de electricidade, de pequenas dimensões, ali instalada desde 1908. Os edifícios destacam-se pela sua arquitectura, quer pela forma e volumetria, quer pela utilização plástica dos materiais, como o tijolo vermelho, o ferro e o vidro. A construção dos edifícios é feita em alvenaria de tijolo com estrutura em ferro, que permitia a construção de grandes fachadas encimadas por frontões. No interior, as galerias são suportadas por colunas de ferro e pavimento em abobadilhas de tijolo e vigas Foto11 – Entrada do edifício, lado norte. Foto14 – Complexo da fábrica. Foto15
  • 8. Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 7 metálicas, iluminadas pelos grandes janelões de vidro, que conferem uma marca de leveza aos edifícios. 2.3.4 – Fábrica Vulcano e Colares Largo do Conde Barão 13 e 14, Rua do Boqueirão do Duro - São Paulo / Lisboa DATA E AUTOR: Projecto de alteração de 1915. TIPOLOGIA: Fábrica metalúrgica. CARACTERIZAÇÃO: Fábrica metalúrgica que fornece, a estrutura metálica do edifício da Central Tejo e de material de guerra. Alterada em 1915, quando as duas firmais Vulcano e Colares se juntam. A fábrica é constituída por duas entradas, uma na rua do Largo do Conde Barão que se evidencia pela sua fachada com grandes vãos, decorados com colunas de ferro e vidro e na rua do Boqueirão do Duro, o corpo da entrada com uma linguagem semelhante á anterior e construída em tijolo vermelho. Efectua-se a substituição dos pavimentos por abobadilhas de tijolo assentes sobre vigas de ferro em I, os pavimentos comunicam entre si por escadas de ferro em espiral. A cobertura da fábrica é em asnas de ferro. Foto16 – Estrutura do edifício das caldeiras de alta pressão. Foto18Fig. 02 – Projecto da extensão da casa das máquinas – Cortes. Foto 17 – Interior do edifício das caldeiras de baixa pressão. Foto 19 – Conjunto de edifícios da Central Tejo.
  • 9. Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 8 ANEXO: N.º 01 – Alçado e pormenor do projecto do Arquivo Municipal de Lisboa – Obra n.º 718. ASCENSOR_2.4 2.4.1 - Elevador de Santa Justa Rua de Santa Justa, Largo do Carmo - São Nicolau / Lisboa DATA E AUTOR: Obras começaram em 1898, inauguração a 10 de Julho de 1902. Projectado pelo Eng. º Raoul Mesnier du Ponsard e Arq.º Louis Reynaud. TIPOLOGIA: Ascensor. CLASSIFICADO: Monumento Nacional. CARACTERIZAÇÃO: O Elevador de Santa Justa é um dos poucos exemplares de arquitectura do ferro que existe em Lisboa, tendo um profundo impacto no urbanismo da baixa da cidade, não só pela sua implantação vertical mas também pela ornamentação rica e exuberante que define a estrutura metálica, repleta de arcos de gosto neogótico. É uma estrutura de ferro fundido constituída por um passadiço metálico de 15m, apoiado ao meio num pilar de betão-armado, apoiado numa torre metálica de 7,5m x 7m de secção transversal com 45m de altura. Esta concepção permite que as peças constituintes funcionem com relativa independência em relação às variações de temperatura, vento ou sismo. A locomoção começou por ser feita com uma máquina a vapor, situada no piso superior da torre, somente em 1907 a locomoção das cabines passou a fazer-se através de energia eléctrica. Foto 20 – Fachada do Largo do Conde Barão. Foto 21 – Fachada da fábrica da Rua do Boqueirão do Duro. Foto 22 – Vista lateral. Foto 23 – Vista do passadiço, ligação da rua do Carmo para o elevador. Torre do elevador - Foto 24
  • 10. Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 9 ESTAÇÕES_2.5 2.5.1 - Estação do Rossio Largo D. João da Câmara - Santa Justa / Lisboa DATA E AUTOR: Século XIX (1886-1887).Projectado pelo Arq. José Luís Monteiro. TIPOLOGIA: Sistema da rede ferroviária. Obra pública. CLASSIFICADO: Imóvel de Interesse Público, Decreto Nº 516/71 de 22-11 CARACTERIZAÇÃO: A Estação de Caminho-de-ferro destaca-se pelos volumes diferenciados e interligados, articulando a sua planimetria em "L" distribuída por uma longa nave na cota mais elevada do edifício, onde se localiza a gare, com uma cobertura de duas águas assente numa estrutura de asnas de aço, que descarregam em pilares fundidos em ferro fundido. A cobertura em ferro foi realizada por uma empresa de construção belga. A grande nave tem 130m de comprimento, 21m de altura e 9 linhas férreas. 2.5.2 - Estação de São Bento Praça de Almeida Garrett, Rua do Loureiro, Rua da Madeira - Sé / Porto DATA E AUTOR: Início do projecto 1896, início da obra 1903 e inauguração 1916. Projectado pelo Arq. José Marques da Silva TIPOLOGIA: Sistema da rede ferroviária. Obra pública. CLASSIFICADO: Imóvel de Interesse Público, Decreto Nº 67/97 de 31-12. A classificação inclui a gare metálica, os painéis de azulejos e a boca de entrada do túnel. CARACTERIZAÇÃO: A fachada do edifício da estação caracteriza-se por um eclectismo classicizante. Do seu interior destacam-se os painéis de azulejo, da autoria de Jorge Colaço e a gare em ferro fundido. Estrutura da nave da gare em ferro (pilares em ferro fundido), com cobertura em chapas metálicas. Foto 25 – Gare da Estação do Rossio. Foto 26 – Construção da gare da Estação do Rossio. Foto 27 – Gare da Estação de São Bento. Foto 28 – Interior da gare da Estação de São Bento.
  • 11. Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 10 EQUIPAMENTOS_2.6 2.6.1 - Mercado Ferreira Borges Praça do Infante D. Henrique - São Nicolau / Porto DATA E AUTOR: Inaugurada em 1865. Projectado pelo Arq.º João Carlos Machado. TIPOLOGIA: Mercado CLASSIFICADO: Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 28/82, DR n.º 47, de 26-02-1982. CARACTERIZAÇÃO: Mercado de planta longitudinal rectangular, de um só piso, formada por três naves espaçosas, duas laterais simétricas e uma central mais estreita, com coberturas em telhado de duas águas diferenciados, com estrutura e superfícies em ferro fundido ornamentados com formas vegetais. O edifício assente sobre plataforma de granito, adaptada ao declive do terreno. A escadaria de acesso ao 1º piso dá para o pátio protegido por varandim de ferro, que circunda as três fachadas do edifício. As fachadas laterais do edifício fortemente ritmadas pela estrutura metálica contêm vãos rematados em arco abatido preenchido com lâminas de vidro tipo "veneziana". No interior as colunas de suporte da cobertura possuem capitéis coríntios. 2.6.2 - Garagem Auto-Palace Rua Alexandre Herculano – São Mamede / Lisboa DATA E AUTOR: Inauguração em 1907. Projecto e construção por Vieillard & Touzet. TIPOLOGIA: Garagem. CLASSIFICADO: Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 29/84, DR n.º 145, de 25-06-1984. CARACTERIZAÇÃO: Edifício de dois pisos, em planta quadrangular. Construído numa estrutura mista de paredes em alvenaria e a cobertura em estrutura metálica, com uma área de 971,76m2 e 17m de altura. O esqueleto da cobertura e as asnas são em ferro laminado, a clarabóia com ventilação é de vidro fosco. A galeria do 1º piso é construída com vigas mestras de ferro e abobadilhas de tijolo furado e ladrilhos. Os vãos das portas e caixilhos da fachada principal são de ferro. A fachada é encimada por um frontão curvo ladeado por duas pilastras. Com 3 vãos amplos preenchidos por vitrais. ANEXO: N.º 02 – Planta, Alçado e pormenor do projecto do Arquivo Municipal de Lisboa – Obra n.º 8962. Foto 29 – Exterior do Mercado Ferreira Borges. Foto30 – Interior do Mercado Ferreira Borges. Foto 31 – Entrada da garagem. Foto 32- Interior da garagem -1º piso vista da estrutura e cobertura.
  • 12. Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 11 2.6.3 - Liceu Camões Praça José Fontana - São Jorge de Arroios / Lisboa DATA E AUTOR: Projecto de 1907, do Arq. Miguel Ventura Terra. TIPOLOGIA: Escola secundária. CARACTERIZAÇÃO: O ferro é pontualmente utilizado nos vigamentos e asnas, como em todas as colunas de ferro fundido que suportam as coberturas e as galerias exteriores. A galeria do ginásio é composta por vigas de ferro e madeira suportada por esquadros de ferro. 2.6.4 - Cine-Teatro Politiama Rua das Portas de Santo Antão nº 109 – Santa Justa / Lisboa DATA E AUTOR: Início de obra em 1912, projectado pelo Arq. Miguel Ventura Terra. TIPOLOGIA: Cinema/teatro CLASSIFICADO: Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 5/2002, DR, 1ª Série-B. Nº 42, de 19-02-2002. CARACTERIZAÇÃO: O edifício apresenta planta rectangular, com cobertura de duas águas sobre mansarda, tendo o seu alçado principal três andares. Um janelão de consideráveis dimensões, servido por uma varanda com guarda em ferro forjado. O vão do janelão é em arco em asa de cesto, e inclui três arcos plenos rematados superiormente por uma cartela, compartimentados em arcos duplos de volta perfeita, afastados por colunas metálicas com capitéis compósitos. Foto 33 – Galeria do Pátio. Foto 34 – Cobertura e galeria do ginásio Foto 35 – Galeria. Foto 36 – Alçado principal do Teatro. Fig. 03 – Corte.
  • 13. Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 12 2.6.5 - Coliseu dos Recreios Rua das Portas de Santo Antão, 96 – Pena / Lisboa DATA E AUTOR: Inaugurado 1890, O traço da obra deveu-se aos engenheiros Goulard, pai e filho e ao português Manuel Garcia Júnior; a construção metálica coube a Castanheira das Neves, o telhado em ferro responsabilidade do Engª. Lacombe. TIPOLOGIA: Coliseu de espectáculos CLASSIFICADO: Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 2/96, DR n.º 56, de 06-03-1996. CARACTERIZAÇÃO: Sobre a estrutura em alvenaria com forma octogonal foi colocada a cúpula, esta construída em Berlim, com armação de ferro, com um diâmetro de 48,68m e o peso de 100 toneladas, encimada por uma lanterna de 8m de diâmetro. A cúpula foi armada no chão e içada até ao telhado. 2.6.6 - Praça de Touros do Campo Pequeno Campo Pequeno – São Joao de Deus / Lisboa DATA e AUTOR: Inaugurado 1890, projectado pelo Arq. António José Dias da Silva. TIPOLOGIA: Praça de Touros. CLASSIFICADO: Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 8/83, DR n.º 19, de 24-01-1983. CARACTERIZAÇÃO: Arena com diâmetro de 40,70m. As 2 bancadas gerais superiores com 5 filas em estrutura de ferro. Torreões de tijolo vermelho encimados por grandes cúpulas de ferro. Foto 37 – Estrutura da cúpula - montagem. Foto 38 – Interior da cúpula e escada de acesso. Foto 39 – Vista aérea da praça. Fig. 04 – Alçado e corte da praça.
  • 14. Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 13 INTERIORES_2.7 2.7.1 - Pátio das Nações – Palácio da Bolsa Rua da Bolsa – São Nicolau / Porto DATA E AUTOR: Projecto para o pátio 1880, projectado pelo Arq.º Tomás Augusto Soler TIPOLOGIA: Pátio CLASSIFICADO: Palácio da Bolsa - Monumento Nacional, Decreto n.º 28/82, DR n.º 47, de 26-02-1982. CARACTERIZAÇÃO: O palácio, estruturado em planta rectangular, desenvolve-se em torno de um pátio central, com telhado de quatro águas, de diferentes níveis e com clarabóia, O pátio central, antigo claustro do convento, com área de 506m2, coberto por uma estrutura metálica envidraçada. No Pátio, o ritmo é marcado em cada alçado pelas 6 colunas em ferro fundido, que ajudam a aliviar as paredes e a sustentar a carga, da cúpula metálica. 2.7.2 - Sociedade de Geografia Rua das Portas de Santo Antão, 100 – Pena / Lisboa DATA E AUTOR: Inaugurado 1897, projectada pelo Arq. José Luís Monteiro. TIPOLOGIA: Instituição cultural CLASSIFICADO: Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 2/96, DR n.º 56, de 06-03-1996. CARACTERIZAÇÃO: Nesta sala, José Luís Monteiro utiliza todo o seu saber na aplicação da arte do ferro à arquitectura, de que tinha sido um dos principais introdutores em Portugal. Mas não apenas como mera estrutura, revela o valor plástico próprio do material, em rendilhados de varandas e colunas de elevado sentido formal. A sala, com 49m de comprimento por mais de 16m de largura, com uma área de 790m2. Uma clarabóia, sustentada por armação de ferro, hoje desaparecida, encimava o tecto. A articulação de espaços é feita com a introdução de galerias/varanda e escadarias de vários lanços, que promovem a circulação necessária devido à elevada altura do edifício. Toda esta estrutura é construída em ferro fundido com as suas colunas de ferro ornamentadas e a decoração cheia de ritmo e desenho que vemos nas grades e todos os outros elementos que compõem este espaço. Foto 41 – Escada. Foto 42 – Vista da Sala Portugal. Foto 40 – Pátio das nações.
  • 15. Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 14 EDIFÍCIOS_2.8 2.8.1 - Edifício Habitacional Rua Castilho N.º 15 / Lisboa DATA: Projecto de 1888. TIPOLOGIA: Edifício de habitação. CARACTERIZAÇÃO: Este edifício do Bairro Barata Salgueiro foi um dos primeiros edifícios de habitação a adoptar uma estrutura de ferro, tem ainda a particularidade de expor parte dessa estrutura na própria fachada principal. Grande utilização do ferro em varandas e escada de serviço e também nas colunas de ferro fundido das janelas da esquina em curva, de modo a criar maiores vãos. ANEXO: N.º 03 – Planta, alçado e corte do Arquivo Municipal de Lisboa – Obra n.º 1176. 2.8.2 - A Casa do Povo de Alcântara / Edifício do Atlético Clube de Portugal Rua Prior do Crato nº 135/137, tornejando com Rua João de Oliveira Miguéns nº 76/84 - Prazeres / Lisboa DATA: Construção 1904 a 1907. TIPOLOGIA: Edifício de serviços / comércio. CARACTERIZAÇÃO: Edificado para os Armazéns da Casa do Povo d’Alcântara, sendo relevante a sua presença urbana, a contemporaneidade do desenho das fachadas e dos materiais construtivos utilizados. As fachadas em alvenaria de pedra e argamassa de cal e areia com grandes vãos envidraçados construídos com colunas em ferro fundido ou laminado e vidro. A estrutura do edifício é feita com vigamentos de madeira e vigas mestras de ferro e com colunas em ferro. ANEXO: N.º 04 – Planta, alçado e corte do Arquivo Municipal de Lisboa – Obra n.º 8051. Foto 46 – Vista do edifício. Foto 43 – Vista do edifício Foto 44 – Pormenor da base da coluna. Foto 45 – Pormenor do capitel coluna. Foto 47 – Pormenor dos vãos – colunas e vigas em ferro.
  • 16. Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 15 2.8.3 - Edifício Chiado Rua Ferreira Borges / Coimbra DATA: Inaugurado em 1910. TIPOLOGIA: Edifício. CLASSIFICADO: Imóvel de Interesse Público, decreto n.º 5/2002, DR, 1ª série-B. nº 42, de 19-02-2002 CARACTERIZAÇÃO: Implantado numa das principais artérias da Baixa de Coimbra, Foi sujeito a obras em 1909 a obras de adaptação, tendo como objectivo a criação de espaços amplos e a rápida adaptação da antiga construção à nova, foram utilizadas estruturas metálicas, que substituíram as antigas paredes e permitiram a execução de uma escadaria coberta com clarabóia no saguão central existente. O edifício apresenta uma "fachada-montra" dividida por módulos, unidos de forma elegante pela estrutura de ferro de inspiração Arte Nova. Os diferentes pisos possuem varandas completamente envidraçadas, decoradas com formas geométricas e vegetais em ferro e a pala em vidro e ferro decorada com elementos de inspiração Arte Nova que resguarda a entrada e a montra. 2.8.4 - Edifício Barros e Santos – Agência Havas Rua do Ouro, 234 – 242 / Lisboa DATA E AUTOR: Inaugurado em 1921, projectado pelo Arq. Carlos Ramos. TIPOLOGIA: Edifício. CARACTERIZAÇÃO: Construído com uma estrutura interna de esqueleto metálico, aplicação de estuque e outros materiais para envolver as colunas e vigas. ANEXO: N.º 05 – Planta, alçado, corte e pormenor do Arquivo Municipal de Lisboa – Obra n.º 6712. 2.8.5 - Vila Berta Rua da Vila Berta à Graça - Graça / Lisboa DATA E AUTOR: Inaugurado em 1921, projectado pelo Arq. Joaquim Francisco Tojal. TIPOLOGIA: Vila. CLASSIFICADO: Imóvel de Interesse Público, Decreto Nº 2/96, de 6-3. CARACTERIZAÇÃO: Trata-se de um núcleo habitacional operário cuja estrutura se faz em torno de duas linhas de edifícios voltados para uma rua interior, seguindo duas diferentes tipologias: do lado oeste, as habitações, de Foto 50 – Alçado principal. Foto 48 – Alçado principal. Fig. 05 – Planta do piso térreo. Foto 49 – Interior.
  • 17. Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 16 maiores dimensões, com três pisos, encontram-se separadas por pequenos recintos ajardinados, e possuem, ao nível do segundo piso, varandas de planta quadrada (com balaustrada em ferro forjado) assentes em finos pilares; quanto ao lado Este, é constituído por habitações com apenas dois pisos e varandas ao nível do segundo piso, estas de menores dimensões, mas também de ferro forjado. Todas as estruturas habitacionais são compostas por dois fogos por piso. A Vila Berta (baptizada com o nome da filha de Tojal) é detentora de uma arquitectura eclética, que aglutina apontamentos Arte Nova (visíveis, por exemplo, no friso de azulejos onde se lê o nome da Vila - Vila Bertha - e na platibanda que percorre o conjunto de edificios), com o uso do ferro forjado em linhas ondulantes no gradeamento das varandas. FACHADAS_2.9 2.9.1 - Cinema Odéon Rua Castilho N.º 15 / Lisboa DATA: Inaugurado em 1927. TIPOLOGIA: Cinema. CARACTERIZAÇÃO: Constroem-se as galerias de circulação periférica. Ferro e vidro decorativo. Foto 51 – Vista do Bairro. Foto 52 – Galerias em ferro. Foto 53 – Varanda. Foto 54 – Vista da Galeria – Alçado principal.
  • 18. Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 17 DEMOLIDOS_2.10 2.10.1 – Palácio de Cristal Jardins do Palácio de Cristal - Massarelos / Porto DATA E AUTOR: Inaugurado em 1865, projectado pelo Arq. Thomas Dillen Jones. TIPOLOGIA: Pavilhão de exposições. CARACTERIZAÇÃO: O palácio foi concebido para acolher a grande Exposição Internacional do Porto, organizada pela então Associação Industrial Portuense. Pavilhão construído com pedra, ferro e vidro. Media 150m de cumprimento por 72 de largura e era dividido em três naves, todas com estrutura em ferro e revestidas com vidro. O palácio foi destruído em 1951, tendo-se erguido no seu lugar uma nave de betão armado, a que foi dado o nome de Pavilhão Rosa Mota. 2.10.2 - Mercado da Ribeira Praça da Figueira / Lisboa DATA E AUTOR: Inaugurado em 1885, projectado por Manual Faria Ricardo Correia. TIPOLOGIA: Mercado. CARACTERIZAÇÃO: Mercado com planta rectangular, em estrutura metálica, ocupava uma área de quase 8.000m. Quatro pavilhões encimados por cúpulas, ligados entre si, com portas principais e secundárias e lojas abertas para o exterior. As fachadas principais dividiam-se em três corpos no interior, de longos telhados corridos com clarabóias. O mercado permaneceu assim durante 64 anos. Fig. 06 – Alçado principal do Palácio. Foto 55 – Nave Central do Palácio. Foto 57 – Vista lateral do mercado.
  • 19. Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 18 2.10.3 – Armazéns Grandella Rua do Carmo, Rua do Ouro / Lisboa DATA E AUTOR: Inaugurado em 1907, projectado por Georges Demaye. TIPOLOGIA: Armazéns / Comércio. CARACTERIZAÇÃO: O edifício de duas fachadas era constituído por 11 andares a partir da Rua do Ouro e 6 pisos a contar da entrada da Rua do Carmo, com uma estrutura de ferro fundido. Os andares estavam ligados entre si por três escadas distintas, uma escada nobre, uma particular e uma de serviço, embora além destas escadas existiam outras. Existia um elegantíssimo elevador eléctrico, destinado aos clientes, que ligava todos os pisos, cuja “gaiola” era em ferro trabalhado. A destruição do edifício aconteceu a 25 de Agosto de 1988, quando ardeu por completo. Foto 59 – Escadas interior do armazém. Fig. 08– Alçado principal do armazém. Fig. 07– Interior do mercado.Foto 58 – Entrada do mercado.
  • 20. Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 19 ANEXOS ANEXO: N.º 01 – (2 páginas) Alçado e pormenor do projecto do Arquivo Municipal de Lisboa – Obra n.º 718. (Fábrica Vulcano e Colares). ANEXO: N.º 02 – (3 páginas) Planta, alçado e corte; Alteração com pormenores do projecto do Arquivo Municipal de Lisboa – Obra n.º 8962. (Garagem Auto-Palace). ANEXO: N.º 03 – (1 página) Planta, alçado e corte do Arquivo Municipal de Lisboa – Obra n.º 1176. (Rua Castilho N.º 15). ANEXO: N.º 04 – (3 páginas) Planta, alçado e corte do Arquivo Municipal de Lisboa – Obra n.º 8051. (A Casa do Povo de Alcântara / Edifício do Atlético Clube de Portugal). ANEXO: N.º 05 – (3 páginas) Planta, alçado, corte e pormenor do Arquivo Municipal de Lisboa – Obra n.º 6712. (Edifício Barros e Santos – Agência Havas).
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  • 33. Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 20 BIBLIOGRAFIA _ALMEIDA, Pedro Vieira de; FERNANDES, José Manuel (co-autoria) – História da arte em Portugal: a arquitectura moderna – Volume 14. Lisboa: Publicações Alfa, D.L. 1986 _APPLETON, João Guilherme – Reabilitação de Edifícios “Gaioleiros”- Um Quarteirão em Lisboa. Amadora: Edições Orion, 2005. _CASTEL-BRANCO, Cristina – Necessidades: Jardins e Cerca. Lisboa: Livros Horizonte: Jardim Botânico da Ajuda, 2001. _CASTRO, António Osório de; RIBEIRO, Gustavo de Almeida – LISBOA: A Exaltação do Ferro. Edições Inapa, 1999. _FARIA, Fernando; CRUZ, Luís; BARBOSA, Pires – A CENTRAL TEJO: A fábrica que electrificou Lisboa. Museu da electricidade e Editorial Bizâncio, 2007. _FERNANDES, José Manuel – Arquitectura Modernista em Portugal [1890 – 1940]. Lisboa: Gradiva, 1993. _FERNANDES, José Manuel – Lisboa em Obra(s). Lisboa: Livros Horizonte, 1997. _FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN – Arquitectura de Engenheiros: Séculos XIX e XX. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1980. _MOREAU, Mário – Coliseu dos Recreios: um século de história. Lisboa: Fundação Cidade, Quetzal Editores, 1994. _REIS, António – Portugal contemporâneo: 1910-1926: a fragilidade do Estado republicano: os fracassos do liberalismo económico: um novo clima cultural: outros valores, outro quotidiano – Volume 3. Lisboa: Publicações Alfa, 1990. _SANTOS, José Coelho dos – O Palácio de Cristal e a Arquitectura do Ferro no Porto em meados do séc. XIX. Porto: Fundação Eng.º António de Almeida, 1989. _SERRÃO, Joel; MARQUES, A. H. de Oliveira – Nova História de Portugal: Portugal e a Regeneração (1851-1900). Lisboa: Presença, 2004 _SILVA, Raquel Henriques [et al.] - Miguel Ventura Terra: a arquitectura enquanto projecto de vida, architecture as a life project / coord. cient. Ana Isabel Ribeiro; coord. Maria de Lurdes Rufino; textos Ana Isabel Ribeiro, Raquel Henriques da Silva; trad. Maria Amélia Ribeiro de Carvalho; fot. Manuel Correia. Esposende: Câmara Municipal, 2006. DOCUMENTOS ONLINE: _TOSTÕES, Ana - Construção moderna: as grandes mudanças do século XX. http://in3.dem.ist.utl.pt/msc_04history/aula_5_b.pdf PESQUISA ONLINE: _FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA: Projecto marcas das ciências e das técnicas pelas ruas de Lisboa - http://marcasdasciencias.fc.ul.pt/ _IGESPAR - http://www.igespar.pt/pt/ _FUNDAÇÃO MARQUES DA SILVA - Estação de São Bento - http://fims.up.pt/index.php?cat=2&subcat=8&proj=2 _ESPAÇO E TEMPO REVELAR LX - http://revelarlx.cm-lisboa.pt/index.php 32
  • 34. Levantamento de edifícios em ferro em Portugal | 21 _ Arquitectura do Ferro em Portugal - http://arquitecturaferro.blogspot.com/ _TAPADA DA AJUDA – património cultural da tapada da ajuda - http://www.isa.utl.pt/tapada/3.2_pavilhao.htm _museu da cidade - http://www.museudacidade.pt/ _Restos de Colecção: http://restosdecoleccao.blogspot.com/ _ALFOBRE de Letras: http://alfobre.blogspot.com/ _ O SIPA – Sistema de Informação para o Património Arquitectónico: http://www.monumentos.pt/ FONTES DOCUMENTAIS: CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA, Arquivo Municipal de Lisboa. Volume Obra consultados: _Obra n.º 718 _Obra n.º 1176 _Obra n.º 6712 _Obra n.º 8051 _Obra n.º 8962 33