SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 11
Baixar para ler offline
Capítulo 3: A última dança.
Dizem que quanto mais escondemos algo, mais nos tornamos fracos diante dos nossos
inimigos. Witchwood diferente de qualquer cidade situada na Pensilvânia-EUA, guardava
não só um como vários segredos e era por isso que os inimigos estavam cada vez mais
próximos como na última vez. Um dos mistérios mais intrigantes da cidade era sobre o
incêndio na prefeitura que matou mais de cem pessoas, entre elas, Ashley Campbell, a
garota cujo os pais morreram cedo e foi criada pela família da melhor amiga Angel.
Na noite em que Alice encontrou o corpo de Tiffany, ela também encontrou as cartas que
faziam parte do passado de Ashley e aquilo de certa forma lhe intrigava. Ao questionar
Angel, ela não teve respostas concretas e só ficou sabendo que Ashley e Logan
namoravam na época de colégio e que a jovem teve que ir morar com uma tia distante
que descobriu depois de anos, destruindo qualquer possibilidade de casamento com
Logan. Entretanto, não era isso que ela esperava ouvir.
- Foi só isso que ela disse? – Perguntou Richard enquanto dirigia o carro em direção ao
colégio.
- Sim, mas sabe quando você tem aquela sensação de que não é totalmente verdade? –
Alice encarava a paisagem pela janela do carro.
- Talvez ela não queira dizer sobre a intimidade deles. Faz parte de ser uma melhor amiga.
- O que não entra na minha cabeça é ela deixar praticamente todo o testamento para a
minha mãe e para a Laurel.
- Você acabou de dizer que a família da sua mãe criou a Ashley após a morte dos pais
dela, eu vejo um bom motivo nisso.
- Você sabe o que houve com os pais dela?
- Sofreram um acidente durante uma viagem.
- Essa família Campbell é cheia de acidentes. – Alice olhou para a tela do celular que
apresentava uma nova mensagem de Daniel.
- Você vai hoje à noite? – Richard perguntou com um sorriso malicioso.
- Eu não tenho vestido para esse tipo de ocasião.
- Qual é o seu problema Ali? Já fazem duas semanas que você não sai de casa desde
aquela noite. Deus sabe o porquê você finalmente resolveu ir pra escola hoje. Do que
você tem medo?
- Não é medo. Eu só precisava de um tempo para pensar.
- Tem algo sobre aquela noite que você não está me contando? – Richard tocou de leve o
ombro de Alice e ela se esquivou.
- Eu estou bem, Rich. Prometo pensar sobre hoje. – Deu um meio sorriso e lembrou-se
brevemente do que ocorreu com Marcel.
...
- Estou começando a pensar que você está me evitando. – Disse Daniel enquanto
encostava no armário ao lado de Alice. Ela o olhou rapidamente enquanto guardava
alguns livros e checava qual seria sua próxima aula. – Não te dei meu número para você
me ignorar. – Sorriu sem graça.
- Claro que não. – Fechou o armário e olhou para Daniel. – Você esperava que eu fosse
mais uma na sua rede de sedução. – Sorriu.
- Você descobriu meus planos. – Aproximou-se lentamente de Alice. – Mas o que você
ainda não sabe é que dificilmente será mais uma. – Tocou delicadamente o rosto de Alice
que deu um passo para trás assustada. – Eu fiz algo de errado? – Daniel estava confuso.
- Não. – Alice desviou brevemente o olhar.
- Se você achar que estamos indo rápido demais ou que não sente algo por mim, é só dizer
Ali. Eu não vou forçar a barra.
- Está tudo bem. Eu só ando com muita coisa na cabeça desde aquela noite.
- Nem me fale, a Louise continua tendo sonhos com a Tiffany.
- Alguma coisa específica?
- Não. Na verdade, ela sonha com uma menina que talvez seja a Tiffany e um rapaz que
parece sentir frio, é tudo o que ela diz.
- Deve ser difícil pra ela ter esses sonhos.
- Eu tenho conversado bastante com ela, mas há uma certa distância entre nós dois.
- O que aconteceu entre vocês?
- Ali! – Gritou Richard enquanto corria em direção aos dois. – Preciso de você. – Tentou
segurar a mão de Alice que se esquivou.
- O que houve Rich?
- A Mel. Algo relacionado com o Marcel. – Alice ficou estranha ao ouvir o nome de
Marcel. - Parece que ele não dá notícia há duas semanas, ela precisa dos amigos.
- Daniel...
- Pode ir Ali. A gente se vê hoje à noite?
- Sim. – Sorriu, Daniel retribuiu o sorriso e saiu de perto dos dois.
- Então você já conseguiu o vestido para ocasião? – Brincou Richard.
- Estava contando com a sua ajuda. – Alice sorriu.
- Prometo encontrar algo a sua altura para o baile da prefeitura.
O baile da prefeitura era um jantar de gala regado de boa música em homenagem as
pessoas que morreram no incêndio de dezessete anos atrás. Nos primeiros anos do evento
somente as famílias mais influentes participavam, mas aos poucos toda a cidade passou a
se reunir em frente à prefeitura e prestar sua homenagem aos entes queridos longo após o
final do jantar. Ao final do baile, como tradição, todos acendiam uma vela e conversavam
com as pessoas que morreram naquela tenebrosa noite. Era um dos eventos mais
aguardados da cidade e todos estavam ansiosos por aquela noite.
- Você está linda. – Disse Angel enquanto observava Alice se arrumando diante do
espelho, ela estava usando um vestido preto longo de renda e predaria na parte de cima.
– Ninguém diria que você se tornaria essa mulher linda, você era tão pequena.
- Assim você vai me fazer chorar mãe. – Sorriu. – Não posso chorar no meu primeiro
encontro.
- Encontro? Com quem?
- Daniel Collins.
- O garoto mais desejado dessa cidade, você não podia ter encontrado uma disputa menor?
- Foi ele que me encontrou, mãe. Não sei explicar, parece coisa de muito tempo atrás,
parece que o conheço de outra vida.
- Cuidado Alice, isso é muito recente para você está caracterizando dessa forma.
- Você já se sentiu assim por alguém?
- Não, o amor que senti pelo seu pai foi construído durante uma vida. Nos conhecíamos
desde pequeno. Eu não vivi esse imediatismo.
- Você deveria tentar viver agora. – Sorriu. – Você vai aparecer por lá depois?
- Se minha dor de cabeça melhorar, quem sabe.
Alice ouviu a buzina do carro de Daniel, se despediu da mãe e foi de encontro ao rapaz
que a esperava do lado de fora do carro ansioso.
- Não há palavras para mencionar sua beleza, Ali.
Daniel sorriu ao ver o quão linda Alice estava. Em seu coração havia um conforto que ele
não sentia há muito tempo. Ele havia jurado nunca mais gostar de alguém, mas aquela
garota de olhos azuis brilhantes estava mudando aquela promessa e ele parecia apreciar
isso.
...
A noite estava mais estrelada do que nunca. A prefeitura estava toda iluminada com luzes
espalhadas por todo o prédio, manobristas na porta recolhendo os carros dos convidados,
garçons a serviço de todos a qualquer momento. A praça em frente à prefeitura também
estava iluminada e haviam fotos das pessoas que morreram no incêndio. David
Thompson, o prefeito, estava mais radiante do que nunca, fazia questão de mostrar para
todos o quanto seu filho, James, havia crescido. Richard sentia-se mal por toda aquela
exclusão, mas como estava ao lado de Melody tentava disfarçar.
- É como se eu não fosse filho. – Disse em tom de sussurro.
- Você disse algo Rich? – Melody parou de mexer em seu celular e voltou o olhar para
Richard.
- Não, esquece. – Deu de ombros. – Meu Deus! – Gritou enquanto olhava Alice entrar no
salão principal acompanhada por Daniel, os únicos convidados que faltavam eram os
Collins.
Megan olhava para os dois como se a morte fosse pouco para o que ela desejava fazer
com eles, ela estava acompanhada por Hanna que por sua vez era acompanhante de
Matthew. Todos os convidados tinham o olhar voltado para os Collins, eles
representavam algum tipo de realeza na cidade por se tratar de uma das famílias
fundadoras da cidade logo após os Campbell. Logan observava Alice espantado, ela trazia
pra ele as lembranças de sua juventude, ele caminhou até ela e fez uma reverência diante
dos Collins.
- Não seja tolo, Logan. – Disse Peter Collins, médico conceituado da cidade e patriarca
da família.
- Vocês são a realeza, meu caro amigo. David não deve estar contente com isso.
- Ele sabe muito bem que só conseguiu ser prefeito porque meu marido não se candidatou.
– Afirmou Susan.
- Nos vemos novamente, Alice. – Logan sorriu. – Como está sua mãe? Por que ela não
veio?
- Receio em dizer que os Johnson não fazem parte da elite da cidade, somos meros
plebeus.
- Você certamente não se enquadra no estilo plebeia, Ali. – Daniel disse sorrindo e tentou
segurar a mão de Alice que se esquivou.
- Já posso morrer ou vou ter que aturar mais um pouco tudo isso? – Louise estava tensa e
não queria por nada estar ali.
- Isso são modos Louise? – Questionou Susan.
- Se precisar de mim, mãe, estarei sofrendo nesse inferno de festa. Com licença. –
Caminhou pelo salão.
- Perdoe a Louise, Logan. Adolescentes, você sabe como são, afinal você tem um.
- Agora dois. Adotei o filho de um conhecido. Ele está logo ali. – Apontou para Matthew
que está ao lado de Ethan. – Os dois são fáceis de se levar, consigo respirar aliviado. –
Sorriu.
- Nós vamos cumprimentar os outros convidados, com licença. – Peter caminhou
acompanhado por Susan.
- Guarde a última dança para mim Alice, se possível.
- Claro Sr. Davis. – Alice sorriu.
Alice e Daniel caminharam pelo prédio, ele apresentou a ela cada canto do lugar e contou
histórias de quando era pequeno e se escondia ali junto com James. Os dois riram e
conversaram como se não houvesse uma festa ao redor deles. Alice contou sobre como
era morar em Nova York e já não se notava o tom de angústia em sua voz. Ela estava em
paz. Ao final da excursão eles voltaram para o salão principal e notaram que vários casais
estavam se alinhando para dançar. Alexia, primeira dama, se aproximou dos dois.
- Não pense que vai escapar da dança, Daniel.
- Não posso obrigar a minha acompanhante a dançar, tia Alex.
- Seria uma honra, Dan. – disse Alice sorrindo. Daniel a puxou delicadamente e a
envolveu em seus braços. – Vamos seguir algum tipo de coreografia?
- Não precisamos nos importar com o resto. – os dois sorriram.
Ao som de Beirut – Elephant Gun os dois dançaram como se não houvessem outras
pessoas olhando. Aos poucos a coreografia que Alexia havia imaginado deu lugar para
casais que tentavam acompanhar os passos de Alice e Daniel. Alice fechou os olhos e
sentiu uma leve brisa tocar seu rosto, quando abriu os olhos não estava mais no prédio da
prefeitura e sim, em um jardim imenso procurando por alguém, ela podia ouvir a pessoa
rindo, mas não a encontrava. Daniel a trouxe de volta do devaneio sussurrando em seu
ouvido que aquela era umas das melhores noites de sua vida. Os olhos de Alice
encontraram os de Daniel e quando ele a puxou pra mais perto de seu corpo, ela não temeu
o toque, não havia mais o que temer. A música já havia mudado, mas eles não haviam
notado.
- Talvez devêssemos caminhar um pouco mais lá fora.
- Isso é algum tipo de armadilha para ficarmos sozinhos?
- Eu posso te beijar aqui mesmo, não me importo.
- Eu te encontro lá fora, Dan. Só vou pegar algo para beber.
Alice foi até o bar pegar algo que refrescasse toda aquela emoção que estava sentindo.
Ela sentiu uma mão pesada tocar seu ombro.
- Primeira vez que frequenta uma festa e já rouba toda a atenção Alice Johnson. – Disse
o homem afrodescendente de corpo escultural, sorriso largo e olhar penetrante. Alice
virou-se para olhá-lo e sentiu um frio na espinha ao vê-lo sorrir. – O prefeito já está
pensando em te apresentar o filho dele. Duas vodcas puras, por favor. – Pediu ao
bartender.
- E você quem é?
- Michael O’brien, assessor pessoal do prefeito e treinador do time de futebol nas horas
vagas. – Beijou a mão de Alice delicadamente.
- Como você sabe o meu nome e sobrenome? – Alice puxou a mão que Marcel estava
segurando.
- Não há nada que eu não saiba. Algum motivo em especial para a sua mãe ter voltado?
- Você deveria perguntar a ela.
- Por que está tão na defensiva?
- Talvez seja porque festa não é lugar para interrogatório, Sr. O’brien. – Disse a moça de
cabelos loiros, alta e com corpo escultural, mais conhecida por Ethan como Anna. – Que
tal você pegar suas duas vodcas e passear um pouco?
- Aproveite enquanto há jovens tolos para introduzi-la em festas de alta classe, Senhorita...
- Anna. Somente Anna.
- Suspeitei que não estava na lista. – Michael pegou os dois copos que estavam sobre o
balcão. – Nos vemos por aí, Alice. Com licença.
- Obrigada pela ajuda. – Alice sorriu para a estranha.
- Agradeça-me depois.
Anna seguiu seu caminho sorrindo, mais à frente ela deu de cara com Max, o professor
de história. Alice voltou sua atenção para os dois que pareciam já se conhecer, ela tentou
entender o que ambos conversavam, mas foi interrompida por Richard e Melody.
- Mais uma na rede do senhor O’brien. – Richard cutucou Melody que estava atenta a tela
do celular novamente.
- Você disse O’brien? – Questionou Alice.
- Sim, por quê?
- Eu acabei de conhecer um rapaz com mesmo sobrenome.
- Um homem que mais lembra um predador e dá frio na espinha?
- Sim. – Alice respondeu com um olhar confuso.
- Ele e o Michael são parentes, não me pergunte como ou o porquê, mas são. A diferença
é que o Max parece ser menos puxa saco do meu pai.
- Rich não é fã dele desde pequeno. – Retrucou Melody que já havia desistido de obter
resposta de seu celular.
- Eu tenho certeza que ele faz a cabeça do meu pai contra mim. Ele é o motivo do meu
pai não me aceitar.
- Eu já disse pra você que o único motivo é o seu pai ter uma mente pequena e
preconceituosa. – Rebateu Melody. – Me admira ele ter conseguido vencer a candidatura.
- E o seu irmão Mel? Cadê ele para você se preocupar? – Richard saiu de perto das duas.
- Ele não quis dizer isso, Mel.
- Eu não devia ter me metido no assunto da família dele. Ele está certo Ali, eu deveria me
preocupar com o meu irmão ao invés de ficar esperando mensagens de alguém da
Califórnia ou ficar criticando o meu melhor amigo.
- O Marcel vai voltar, Mel. – Alice abraçou Melody e lembrou da última vez que o viu.
- Atenção todos! – David estava no topo da escada que dava acesso ao segundo andar do
prédio. Ao seu lado estava Alexia, Richard e James, ele bateu delicadamente em uma taça
de champanhe para obter a atenção de todos os convidados. Daniel entrou e olhou para
Alice que estava de mãos dadas com Melody, ela pediu desculpa e ele apenas sorriu como
um ato de aceitação ao pedido. – Vamos dar início ao jantar e logo em seguida as
homenagens, obrigado a todos pela presença.
Um apagão tomou conta de todo o prédio. Os convidados ficaram sem entender nada.
David pedia para que todos se acalmassem, mas aquele silêncio seguido de uma escuridão
era meio que assustador. O silêncio tomou conta de todos, Alice sentiu alguém segurar
sua mão, era Matthew. Ele sussurrou em seu ouvido que iria tirar ela e Melody dali.
Ouviu-se um grito enorme vindo da praça e as luzes voltaram. Daniel conseguiu ver que
os dois estavam de mãos dadas antes que eles pudessem se soltar. Alice se afastou de
Matthew e correu em direção ao grito sendo seguida pelo restante dos convidados.
Na praça, estava Louise ajoelhada diante do corpo de Marcel pendurado em uma árvore.
A cabeça estava separada do corpo e grudada ao corpo havia uma placa com uma frase
escrita em sangue que dizia: “Sentiu minha falta amor? ”. Alice deu um passo para trás e
Matthew a segurou, em sua mente vinha as imagens da última vez que o viu e o quanto
havia desejado que ele nunca voltasse. No fundo ela sentia que alguém sabia o que ele
tinha feito e começou a chorar.
- Loui, vamos sair daqui. – Disse Daniel enquanto tentava levantar Louise do chão.
- Meu filho! – Laurel gritava em prantos e Thomas a segurava para que ela não se
aproximasse do corpo. – O meu menino Thomas! O meu menino! - Gritava.
Todos os convidados estavam paralisados. William, o delegado, e Michael aos poucos
foram dispersando as pessoas. Melody estava estática olhando para um ponto fixo, dos
seus olhos não saia nenhuma lágrima. Richard a levou para dentro da prefeitura, Matthew
e Daniel fizeram o mesmo com Louise e Alice. Na cena do crime só ficaram Thomas,
Laurel, Peter, David, William e Michael, enquanto alguns convidados iam embora.
- Talvez você deva considerar levar a Laurel para casa, Thomas. – Disse David.
- Eu não vou a lugar algum, David. – Laurel enxugou as lágrimas e engoliu o choro
restante que ainda havia dentro de si. – Você não pode proibir uma mãe de acompanhar
o que aconteceu com o filho.
- A polícia pode. – Rebateu David.
- Se você ousar me tirar daqui eu juro que faço um escândalo. Eu digo a todos o quanto a
sua família falhou em proteger essa maldita cidade, ou você pensa que eu esqueci que
esse lance de memorial na prefeitura não passa de remorso por tudo o que ela fez?
- Eu não sei do que você está falando. – David deu as costas para Laurel.
- Você sabe muito bem David! O seu pai destruiu os Campbell e fez pacto com o Diabo!
– Gritava Laurel.
- Já chega Laurel! – Gritou Thomas. – Vamos embora daqui. – Pegou Laurel pelo braço
que relutou.
- É o nosso filho, Thomas! Você não pode me negar isso!
- É o seu filho! Vamos embora! Você pode fazer qualquer coisa que quiser, destruir a
casa ou algo do gênero, mas não vai fazer escândalo diante de uma cidade.
- Por que você está fazendo isso comigo? – Laurel chora. – Por que Thomas?
- Porque você ainda tem uma filha, o mundo não acabou Laurel.
Laurel se soltou de Thomas e caminhou na direção do carro, a todo momento ela olhava
para trás e via o corpo de seu filho. Thomas pediu para que Michael cuidasse de Melody
que logo estaria de volta e assim ele levou Laurel embora.
...
Daniel, Alice, Louise, Melody, Matthew, Richard e Logan foram os únicos convidados
que ficaram na prefeitura. William logo após de chamar o legista interrogou Louise que
apenas disse como encontrou o corpo por acaso e que não viu ninguém colocar ele lá.
Daniel ficava a todo momento ao seu lado, enquanto sua mãe estava no escritório
conversando com Alexia. Ethan havia levado Megan e Hanna embora a pedido de Logan.
Alice permanecia imóvel diante de uma janela que dava de cara ao lugar em que o corpo
estava. Ela olhava para o lugar e lembrava da mensagem que estava grudada ao corpo de
Marcel. Melody era confortada por Richard e finalmente havia chorado a morte do irmão.
Matthew se aproximou de Alice lentamente e voltou seu olhar para onde ela estava
observando.
- Tentando desvendar o mistério? – Questionou.
- Não. – Alice enxugou a lágrima que teimava em escorrer. – Apenas tentando entender.
- Entender o que Alice?
- O que há com essa cidade? Eu tinha pra mim que não passava de um lugar de caipiras e
de repente as pessoas estão morrendo diante de todos e ninguém faz nada.
- Por se tratar de uma cidade pequena, muitas vezes eles não conseguem lutar contra o
inimigo. Ainda mais quando guarda tantos mistérios.
- O que você sabe que eu não sei?
- Eu sei o mesmo que você. Só tenho umas perguntas sem respostas. – Matthew tocou a
mão de Alice. Ela viu pela janela o jardim que havia visto antes e encontrou o menino
com os mesmos olhos que Matthew. – Seja quem for que tenha feito isso, fez um favor.
Ele era louco.
- Não. – Alice olhou para Matthew e soltou sua mão. – Não se cura loucura com a morte,
com licença. – ela caminhou até onde estavam Daniel e Louise.
...
O restante da noite foi longo. Melody foi levada para casa por Richard que ficou para
dormir, ele fazia questão de confortar a amiga. A perda havia atingido ela de uma forma
tão grande que nem foi capaz de notar que a tão esperada mensagem finalmente tinha
chegado. Daniel tentou deixar Alice em casa, mas foi impedido por Logan que fez questão
de realizar o favor. Daniel e Alice se despediram brevemente e Logan a levou para casa
acompanhado por Matthew. Apesar de confiar em Matthew, um garoto que ela mal
conhecia, Alice se sentia estranha na presença de Logan.
- Uma pena que não tivemos a última dança. – Disse Logan enquanto a acompanhava até
a porta. Matthew aguardava no carro.
- Não era pra ser.
- Alice! – Gritou Angel saindo da casa. – Eu assisti o noticiário. – Abraçou Alice bem
forte. – Você está bem?
- Sim mãe. Quem não está muito bem é a sua amiga Laurel.
- Eu já liguei para ela, mas não fui atendida. – Soltou Alice.
- Eu preciso descansar. Obrigado por ter me trazido, Sr. Davis.
- Pode me chamar de Logan. – Alice sorriu e entrou na casa.
- Novamente você e a Alice perto. Por que o Daniel não a trouxe?
- Aparentemente a irmã dele achou o corpo do Marcel. Essa cidade está começando a me
lembrar dos acontecimentos que antecederam o incêndio.
- A diferença é que não existe nenhuma Ashley.
- Depende do ponto de vista de cada um.
- Nem comece Logan. Eu notei o jeito como você olha para a Alice. Ela não é a Ashley.
É a minha filha e você não é homem para ela. Você tem idade para ser... Esquece.
- Pai dela. Se eu e a Ash tivéssemos uma filha seria bem parecida com ela.
- Infelizmente nunca saberemos isso, já que seus amigos fizeram questão de mudar o
futuro. Tenha uma boa noite Logan e evite de voltar aqui. – Angel entrou na casa sem
olhar para trás e apagou as luzes.
...
Ao fim daquela noite, Louise voltou a ter o sonho com rapaz que dizia sentir frio e pedia
para que ela o salvasse. Enxergando com mais clareza, não se tratava de um rapaz e sim
de um menino que brincava perto do lago Lake e após quase se afogar reclamava do frio
que estava sentindo. Uma mulher de sorriso encantador toda molhada o enrolou em uma
toalha e o colocou em seu colo.
- Que susto você me deu, filho.
- Eu precisava pegar o carrinho que caiu no lago, mamãe. Ele é meu carrinho preferido.
- Você tem vários, Marcel. Aquele não fará falta.
- Eu amo aquele mais do que todos.
- Às vezes é necessário deixar as coisas irem, ainda que tenhamos imenso amor por elas.
Prometa que você deixará o seu carrinho ir embora. Seu pai ficou muito bravo com o que
você fez, a sua irmã até acordou com os gritos dele.
- O papai me odeia mãe?
- Ninguém é capaz de odiar um menino como você, mas saiba que ainda que o mundo te
odeie, eu terei o amor do universo para lhe dar. Amor não lhe faltará meu pequeno Marcel.
Você é e foi amado pelos seus dois pais de verdade. – a mulher beijou delicadamente a
testa de Marcel e acariciou seu rosto.
Louise acordou do sonho com o coração angustiado. Diante de seus olhos ela via a
imagem de Marcel todo molhado em sua cama.
- É a minha lembrança preferida, Loui. Nesse dia eu tive certeza de que nada importava
enquanto a minha mãe me amasse. Mas eu não cumpri a minha promessa.
- Eu não estou vendo você. – Louise estava assustada. – Isso é mais miragem, loucura ou
qualquer outra coisa.
- Não Louise. Você foi a única pessoa capaz de escutar meu pedido de socorro. Você é
diferente. Eu preciso que você entregue uma mensagem a alguém.
- Quem fez aquilo com você?
- Eu não sei. Já não importa mais. Eu preciso que você diga a Alice que sinto muito por
aquela noite. Eu deveria ter deixado ela ir, ainda que algo em mim desejasse que ela
ficasse. Quando a gente gosta, precisamos deixar ir.
- Marcel...
- Prometa que contará a ela, eu não tenho muito tempo.
- Eu prometo. Sinto muito não ter te ajudado.
- Algumas almas não têm salvação Louise. É a lei da vida. – Marcel sorriu. – Adeus
Louise.
Marcel desapareceu e Louise teve a certeza de que ele havia ido embora para sempre.
Apesar de sentir alguns segundos de paz, no fundo ela sabia que aquela não seria a última
perda de Witchwood. Marcel e Tiffany foram apenas o começo de algo muito maior do
que o incêndio de dezessete anos atrás, mas que no fim das contas tinha os mesmos
motivos.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Capítulo 1 piloto.
Capítulo 1   piloto.Capítulo 1   piloto.
Capítulo 1 piloto.StephanyeG
 
Capitulo 5 Os meninos Keller.
Capitulo 5   Os meninos Keller.Capitulo 5   Os meninos Keller.
Capitulo 5 Os meninos Keller.Stephanye Gomes
 
Share me - Sole Regret Series #3.5 Olivia Cunning.pdf
Share me - Sole Regret Series #3.5 Olivia Cunning.pdfShare me - Sole Regret Series #3.5 Olivia Cunning.pdf
Share me - Sole Regret Series #3.5 Olivia Cunning.pdfDaniela Klagenberg
 
Tempt me - Sole Regret Series #2 Olivia Cunning.pdf
Tempt me - Sole Regret Series #2 Olivia Cunning.pdfTempt me - Sole Regret Series #2 Olivia Cunning.pdf
Tempt me - Sole Regret Series #2 Olivia Cunning.pdfDaniela Klagenberg
 
Julia quinn historia de um grande amor
Julia quinn   historia de um grande amor Julia quinn   historia de um grande amor
Julia quinn historia de um grande amor chinitapt
 
01.5. alison's diary [o diário da alison]
01.5. alison's diary [o diário da alison]01.5. alison's diary [o diário da alison]
01.5. alison's diary [o diário da alison]Talles Lisboa
 
O monstro no armário
O monstro no armárioO monstro no armário
O monstro no armárioLucas Zanella
 
12. burned [queimadas]
12. burned [queimadas]12. burned [queimadas]
12. burned [queimadas]Talles Lisboa
 
Sala de heróis episódio 101
Sala de heróis episódio 101Sala de heróis episódio 101
Sala de heróis episódio 101thais78543
 
Take me - Sole Regret Series #3 Olivia Cunning.pdf
Take me - Sole Regret Series #3 Olivia Cunning.pdfTake me - Sole Regret Series #3 Olivia Cunning.pdf
Take me - Sole Regret Series #3 Olivia Cunning.pdfDaniela Klagenberg
 
Jacqueline susann - o vale das bonecas
Jacqueline susann - o vale das bonecasJacqueline susann - o vale das bonecas
Jacqueline susann - o vale das bonecasInês Ferreira
 

Mais procurados (17)

Capítulo 1 piloto.
Capítulo 1   piloto.Capítulo 1   piloto.
Capítulo 1 piloto.
 
Capitulo 5 Os meninos Keller.
Capitulo 5   Os meninos Keller.Capitulo 5   Os meninos Keller.
Capitulo 5 Os meninos Keller.
 
O pacto
O pactoO pacto
O pacto
 
Share me - Sole Regret Series #3.5 Olivia Cunning.pdf
Share me - Sole Regret Series #3.5 Olivia Cunning.pdfShare me - Sole Regret Series #3.5 Olivia Cunning.pdf
Share me - Sole Regret Series #3.5 Olivia Cunning.pdf
 
Tempt me - Sole Regret Series #2 Olivia Cunning.pdf
Tempt me - Sole Regret Series #2 Olivia Cunning.pdfTempt me - Sole Regret Series #2 Olivia Cunning.pdf
Tempt me - Sole Regret Series #2 Olivia Cunning.pdf
 
Amaldiçoadas trecho
Amaldiçoadas trechoAmaldiçoadas trecho
Amaldiçoadas trecho
 
Julia quinn historia de um grande amor
Julia quinn   historia de um grande amor Julia quinn   historia de um grande amor
Julia quinn historia de um grande amor
 
01.5. alison's diary [o diário da alison]
01.5. alison's diary [o diário da alison]01.5. alison's diary [o diário da alison]
01.5. alison's diary [o diário da alison]
 
O monstro no armário
O monstro no armárioO monstro no armário
O monstro no armário
 
A noiva_do_inverno
 A noiva_do_inverno A noiva_do_inverno
A noiva_do_inverno
 
Assuntos
AssuntosAssuntos
Assuntos
 
12. burned [queimadas]
12. burned [queimadas]12. burned [queimadas]
12. burned [queimadas]
 
Sala de heróis episódio 101
Sala de heróis episódio 101Sala de heróis episódio 101
Sala de heróis episódio 101
 
Take me - Sole Regret Series #3 Olivia Cunning.pdf
Take me - Sole Regret Series #3 Olivia Cunning.pdfTake me - Sole Regret Series #3 Olivia Cunning.pdf
Take me - Sole Regret Series #3 Olivia Cunning.pdf
 
A dama de preto
A dama de pretoA dama de preto
A dama de preto
 
Jacqueline susann - o vale das bonecas
Jacqueline susann - o vale das bonecasJacqueline susann - o vale das bonecas
Jacqueline susann - o vale das bonecas
 
Capítulo 3
Capítulo 3Capítulo 3
Capítulo 3
 

Destaque

Diccionario pictórico 1
Diccionario pictórico 1Diccionario pictórico 1
Diccionario pictórico 1Natalie Canales
 
Success strategies for grantmaking for sharing
Success strategies for grantmaking for sharingSuccess strategies for grantmaking for sharing
Success strategies for grantmaking for sharingDiscoveryCenterMU
 
Alterations in Fatty Acid Profile of Polar Lipids Accompanied By Growth and S...
Alterations in Fatty Acid Profile of Polar Lipids Accompanied By Growth and S...Alterations in Fatty Acid Profile of Polar Lipids Accompanied By Growth and S...
Alterations in Fatty Acid Profile of Polar Lipids Accompanied By Growth and S...iosrjce
 
Explore the Behaviour of Plagiarism at the Secondary School Level in Hong Kong
Explore the Behaviour of Plagiarism at the Secondary School Level in Hong KongExplore the Behaviour of Plagiarism at the Secondary School Level in Hong Kong
Explore the Behaviour of Plagiarism at the Secondary School Level in Hong KongCITE
 
Qualitative Evaluation and Hydrogeochemical Attributes of Groundwater in Ower...
Qualitative Evaluation and Hydrogeochemical Attributes of Groundwater in Ower...Qualitative Evaluation and Hydrogeochemical Attributes of Groundwater in Ower...
Qualitative Evaluation and Hydrogeochemical Attributes of Groundwater in Ower...iosrjce
 
Sistemas operativos
Sistemas operativos Sistemas operativos
Sistemas operativos Mily Aroni
 
Resultados de conteo rápido al 100% por ciudad capital
Resultados de conteo rápido al 100% por ciudad capitalResultados de conteo rápido al 100% por ciudad capital
Resultados de conteo rápido al 100% por ciudad capitalATB Digital
 
Bioprocess development for enhanced spore production in shake flask and pilot...
Bioprocess development for enhanced spore production in shake flask and pilot...Bioprocess development for enhanced spore production in shake flask and pilot...
Bioprocess development for enhanced spore production in shake flask and pilot...iosrjce
 
Lady Gaga - Paparazzi Analysis
Lady Gaga - Paparazzi AnalysisLady Gaga - Paparazzi Analysis
Lady Gaga - Paparazzi Analysisjennyamygreen93
 
Can celebrities expect privacy
Can celebrities expect privacyCan celebrities expect privacy
Can celebrities expect privacydannywatt1995
 
Предложения по изменению положений, содержащихся в ФСО №9
Предложения по изменению положений, содержащихся в ФСО №9Предложения по изменению положений, содержащихся в ФСО №9
Предложения по изменению положений, содержащихся в ФСО №9Эстиматика Наука Об Оценке
 

Destaque (13)

Diccionario pictórico 1
Diccionario pictórico 1Diccionario pictórico 1
Diccionario pictórico 1
 
Success strategies for grantmaking for sharing
Success strategies for grantmaking for sharingSuccess strategies for grantmaking for sharing
Success strategies for grantmaking for sharing
 
Alterations in Fatty Acid Profile of Polar Lipids Accompanied By Growth and S...
Alterations in Fatty Acid Profile of Polar Lipids Accompanied By Growth and S...Alterations in Fatty Acid Profile of Polar Lipids Accompanied By Growth and S...
Alterations in Fatty Acid Profile of Polar Lipids Accompanied By Growth and S...
 
Explore the Behaviour of Plagiarism at the Secondary School Level in Hong Kong
Explore the Behaviour of Plagiarism at the Secondary School Level in Hong KongExplore the Behaviour of Plagiarism at the Secondary School Level in Hong Kong
Explore the Behaviour of Plagiarism at the Secondary School Level in Hong Kong
 
Qualitative Evaluation and Hydrogeochemical Attributes of Groundwater in Ower...
Qualitative Evaluation and Hydrogeochemical Attributes of Groundwater in Ower...Qualitative Evaluation and Hydrogeochemical Attributes of Groundwater in Ower...
Qualitative Evaluation and Hydrogeochemical Attributes of Groundwater in Ower...
 
Amagadola
AmagadolaAmagadola
Amagadola
 
Revista
RevistaRevista
Revista
 
Sistemas operativos
Sistemas operativos Sistemas operativos
Sistemas operativos
 
Resultados de conteo rápido al 100% por ciudad capital
Resultados de conteo rápido al 100% por ciudad capitalResultados de conteo rápido al 100% por ciudad capital
Resultados de conteo rápido al 100% por ciudad capital
 
Bioprocess development for enhanced spore production in shake flask and pilot...
Bioprocess development for enhanced spore production in shake flask and pilot...Bioprocess development for enhanced spore production in shake flask and pilot...
Bioprocess development for enhanced spore production in shake flask and pilot...
 
Lady Gaga - Paparazzi Analysis
Lady Gaga - Paparazzi AnalysisLady Gaga - Paparazzi Analysis
Lady Gaga - Paparazzi Analysis
 
Can celebrities expect privacy
Can celebrities expect privacyCan celebrities expect privacy
Can celebrities expect privacy
 
Предложения по изменению положений, содержащихся в ФСО №9
Предложения по изменению положений, содержащихся в ФСО №9Предложения по изменению положений, содержащихся в ФСО №9
Предложения по изменению положений, содержащихся в ФСО №9
 

Semelhante a Capítulo 3 a última dança

Capítulo 2 encontre-me.
Capítulo 2   encontre-me.Capítulo 2   encontre-me.
Capítulo 2 encontre-me.Stephanye Gomes
 
Capitulo 4 Nascidos para morrer.
Capitulo 4   Nascidos para morrer.Capitulo 4   Nascidos para morrer.
Capitulo 4 Nascidos para morrer.Stephanye Gomes
 
Os Cinco Segredos #01 - www.oblogdocb.com.br
Os Cinco Segredos #01 - www.oblogdocb.com.brOs Cinco Segredos #01 - www.oblogdocb.com.br
Os Cinco Segredos #01 - www.oblogdocb.com.brCBLOG
 
O Primeiro Telefonema do Céu _ Trecho
O Primeiro Telefonema do Céu _ TrechoO Primeiro Telefonema do Céu _ Trecho
O Primeiro Telefonema do Céu _ Trechovictorbrunosilva
 
Um rouxinol cantou... (a nightingale sang) barbara cartland-www.livros grat...
Um rouxinol cantou... (a nightingale sang)   barbara cartland-www.livros grat...Um rouxinol cantou... (a nightingale sang)   barbara cartland-www.livros grat...
Um rouxinol cantou... (a nightingale sang) barbara cartland-www.livros grat...blackink55
 
Paixões no Oeste Vol 1 (prova)
Paixões no Oeste Vol 1 (prova)Paixões no Oeste Vol 1 (prova)
Paixões no Oeste Vol 1 (prova)Janice Ghisleri
 
A bela tenta a fera lorraine heath - livro 6 - irmãos trewlove
A bela tenta a fera   lorraine heath - livro 6 - irmãos trewloveA bela tenta a fera   lorraine heath - livro 6 - irmãos trewlove
A bela tenta a fera lorraine heath - livro 6 - irmãos trewloveLiv Sobrenome
 
PAIXÕES NO OESTE - VOL 1
PAIXÕES NO OESTE - VOL 1PAIXÕES NO OESTE - VOL 1
PAIXÕES NO OESTE - VOL 1Janice Ghisleri
 
HOMENS_DO_TEXAS_-_22_-_Entregando_o_Coracao_(Matt_Caldwell_e_Leslie_Murry)Dia...
HOMENS_DO_TEXAS_-_22_-_Entregando_o_Coracao_(Matt_Caldwell_e_Leslie_Murry)Dia...HOMENS_DO_TEXAS_-_22_-_Entregando_o_Coracao_(Matt_Caldwell_e_Leslie_Murry)Dia...
HOMENS_DO_TEXAS_-_22_-_Entregando_o_Coracao_(Matt_Caldwell_e_Leslie_Murry)Dia...ZelindaAndradeZeeAnd
 
Os Cinco Segredos #01 - www.oblogdocb.com.br
Os Cinco Segredos #01 - www.oblogdocb.com.brOs Cinco Segredos #01 - www.oblogdocb.com.br
Os Cinco Segredos #01 - www.oblogdocb.com.brCBLOG
 
Episódio #01 again
Episódio #01   againEpisódio #01   again
Episódio #01 againCBLOG
 
Os Cinco Segredos #01 - www.oblogdocb.com.br
Os Cinco Segredos #01 - www.oblogdocb.com.brOs Cinco Segredos #01 - www.oblogdocb.com.br
Os Cinco Segredos #01 - www.oblogdocb.com.brCBLOG
 
Capitulo 1 não se jogue
Capitulo 1   não se jogueCapitulo 1   não se jogue
Capitulo 1 não se jogueStephanye Gomes
 
O Primeiro Natal de Harry - G. Norman Lippert
O Primeiro Natal de Harry - G. Norman Lippert O Primeiro Natal de Harry - G. Norman Lippert
O Primeiro Natal de Harry - G. Norman Lippert Victor Ignis
 

Semelhante a Capítulo 3 a última dança (20)

Capítulo 2 encontre-me.
Capítulo 2   encontre-me.Capítulo 2   encontre-me.
Capítulo 2 encontre-me.
 
Capítulo 1 piloto.
Capítulo 1   piloto.Capítulo 1   piloto.
Capítulo 1 piloto.
 
Capitulo 4 Nascidos para morrer.
Capitulo 4   Nascidos para morrer.Capitulo 4   Nascidos para morrer.
Capitulo 4 Nascidos para morrer.
 
Os Cinco Segredos #01 - www.oblogdocb.com.br
Os Cinco Segredos #01 - www.oblogdocb.com.brOs Cinco Segredos #01 - www.oblogdocb.com.br
Os Cinco Segredos #01 - www.oblogdocb.com.br
 
O Primeiro Telefonema do Céu _ Trecho
O Primeiro Telefonema do Céu _ TrechoO Primeiro Telefonema do Céu _ Trecho
O Primeiro Telefonema do Céu _ Trecho
 
Um rouxinol cantou... (a nightingale sang) barbara cartland-www.livros grat...
Um rouxinol cantou... (a nightingale sang)   barbara cartland-www.livros grat...Um rouxinol cantou... (a nightingale sang)   barbara cartland-www.livros grat...
Um rouxinol cantou... (a nightingale sang) barbara cartland-www.livros grat...
 
Alice1
Alice1Alice1
Alice1
 
Parte 5
Parte 5Parte 5
Parte 5
 
Paixões no Oeste Vol 1 (prova)
Paixões no Oeste Vol 1 (prova)Paixões no Oeste Vol 1 (prova)
Paixões no Oeste Vol 1 (prova)
 
A bela tenta a fera lorraine heath - livro 6 - irmãos trewlove
A bela tenta a fera   lorraine heath - livro 6 - irmãos trewloveA bela tenta a fera   lorraine heath - livro 6 - irmãos trewlove
A bela tenta a fera lorraine heath - livro 6 - irmãos trewlove
 
PAIXÕES NO OESTE - VOL 1
PAIXÕES NO OESTE - VOL 1PAIXÕES NO OESTE - VOL 1
PAIXÕES NO OESTE - VOL 1
 
Perigosa atração
Perigosa atraçãoPerigosa atração
Perigosa atração
 
HOMENS_DO_TEXAS_-_22_-_Entregando_o_Coracao_(Matt_Caldwell_e_Leslie_Murry)Dia...
HOMENS_DO_TEXAS_-_22_-_Entregando_o_Coracao_(Matt_Caldwell_e_Leslie_Murry)Dia...HOMENS_DO_TEXAS_-_22_-_Entregando_o_Coracao_(Matt_Caldwell_e_Leslie_Murry)Dia...
HOMENS_DO_TEXAS_-_22_-_Entregando_o_Coracao_(Matt_Caldwell_e_Leslie_Murry)Dia...
 
Os Cinco Segredos #01 - www.oblogdocb.com.br
Os Cinco Segredos #01 - www.oblogdocb.com.brOs Cinco Segredos #01 - www.oblogdocb.com.br
Os Cinco Segredos #01 - www.oblogdocb.com.br
 
Episódio #01 again
Episódio #01   againEpisódio #01   again
Episódio #01 again
 
Os Cinco Segredos #01 - www.oblogdocb.com.br
Os Cinco Segredos #01 - www.oblogdocb.com.brOs Cinco Segredos #01 - www.oblogdocb.com.br
Os Cinco Segredos #01 - www.oblogdocb.com.br
 
Parte 4
Parte 4Parte 4
Parte 4
 
A carta
A carta A carta
A carta
 
Capitulo 1 não se jogue
Capitulo 1   não se jogueCapitulo 1   não se jogue
Capitulo 1 não se jogue
 
O Primeiro Natal de Harry - G. Norman Lippert
O Primeiro Natal de Harry - G. Norman Lippert O Primeiro Natal de Harry - G. Norman Lippert
O Primeiro Natal de Harry - G. Norman Lippert
 

Capítulo 3 a última dança

  • 1. Capítulo 3: A última dança. Dizem que quanto mais escondemos algo, mais nos tornamos fracos diante dos nossos inimigos. Witchwood diferente de qualquer cidade situada na Pensilvânia-EUA, guardava não só um como vários segredos e era por isso que os inimigos estavam cada vez mais próximos como na última vez. Um dos mistérios mais intrigantes da cidade era sobre o incêndio na prefeitura que matou mais de cem pessoas, entre elas, Ashley Campbell, a garota cujo os pais morreram cedo e foi criada pela família da melhor amiga Angel. Na noite em que Alice encontrou o corpo de Tiffany, ela também encontrou as cartas que faziam parte do passado de Ashley e aquilo de certa forma lhe intrigava. Ao questionar Angel, ela não teve respostas concretas e só ficou sabendo que Ashley e Logan namoravam na época de colégio e que a jovem teve que ir morar com uma tia distante que descobriu depois de anos, destruindo qualquer possibilidade de casamento com Logan. Entretanto, não era isso que ela esperava ouvir. - Foi só isso que ela disse? – Perguntou Richard enquanto dirigia o carro em direção ao colégio. - Sim, mas sabe quando você tem aquela sensação de que não é totalmente verdade? – Alice encarava a paisagem pela janela do carro. - Talvez ela não queira dizer sobre a intimidade deles. Faz parte de ser uma melhor amiga. - O que não entra na minha cabeça é ela deixar praticamente todo o testamento para a minha mãe e para a Laurel. - Você acabou de dizer que a família da sua mãe criou a Ashley após a morte dos pais dela, eu vejo um bom motivo nisso. - Você sabe o que houve com os pais dela? - Sofreram um acidente durante uma viagem. - Essa família Campbell é cheia de acidentes. – Alice olhou para a tela do celular que apresentava uma nova mensagem de Daniel. - Você vai hoje à noite? – Richard perguntou com um sorriso malicioso. - Eu não tenho vestido para esse tipo de ocasião. - Qual é o seu problema Ali? Já fazem duas semanas que você não sai de casa desde aquela noite. Deus sabe o porquê você finalmente resolveu ir pra escola hoje. Do que você tem medo? - Não é medo. Eu só precisava de um tempo para pensar. - Tem algo sobre aquela noite que você não está me contando? – Richard tocou de leve o ombro de Alice e ela se esquivou.
  • 2. - Eu estou bem, Rich. Prometo pensar sobre hoje. – Deu um meio sorriso e lembrou-se brevemente do que ocorreu com Marcel. ... - Estou começando a pensar que você está me evitando. – Disse Daniel enquanto encostava no armário ao lado de Alice. Ela o olhou rapidamente enquanto guardava alguns livros e checava qual seria sua próxima aula. – Não te dei meu número para você me ignorar. – Sorriu sem graça. - Claro que não. – Fechou o armário e olhou para Daniel. – Você esperava que eu fosse mais uma na sua rede de sedução. – Sorriu. - Você descobriu meus planos. – Aproximou-se lentamente de Alice. – Mas o que você ainda não sabe é que dificilmente será mais uma. – Tocou delicadamente o rosto de Alice que deu um passo para trás assustada. – Eu fiz algo de errado? – Daniel estava confuso. - Não. – Alice desviou brevemente o olhar. - Se você achar que estamos indo rápido demais ou que não sente algo por mim, é só dizer Ali. Eu não vou forçar a barra. - Está tudo bem. Eu só ando com muita coisa na cabeça desde aquela noite. - Nem me fale, a Louise continua tendo sonhos com a Tiffany. - Alguma coisa específica? - Não. Na verdade, ela sonha com uma menina que talvez seja a Tiffany e um rapaz que parece sentir frio, é tudo o que ela diz. - Deve ser difícil pra ela ter esses sonhos. - Eu tenho conversado bastante com ela, mas há uma certa distância entre nós dois. - O que aconteceu entre vocês? - Ali! – Gritou Richard enquanto corria em direção aos dois. – Preciso de você. – Tentou segurar a mão de Alice que se esquivou. - O que houve Rich? - A Mel. Algo relacionado com o Marcel. – Alice ficou estranha ao ouvir o nome de Marcel. - Parece que ele não dá notícia há duas semanas, ela precisa dos amigos. - Daniel... - Pode ir Ali. A gente se vê hoje à noite? - Sim. – Sorriu, Daniel retribuiu o sorriso e saiu de perto dos dois.
  • 3. - Então você já conseguiu o vestido para ocasião? – Brincou Richard. - Estava contando com a sua ajuda. – Alice sorriu. - Prometo encontrar algo a sua altura para o baile da prefeitura. O baile da prefeitura era um jantar de gala regado de boa música em homenagem as pessoas que morreram no incêndio de dezessete anos atrás. Nos primeiros anos do evento somente as famílias mais influentes participavam, mas aos poucos toda a cidade passou a se reunir em frente à prefeitura e prestar sua homenagem aos entes queridos longo após o final do jantar. Ao final do baile, como tradição, todos acendiam uma vela e conversavam com as pessoas que morreram naquela tenebrosa noite. Era um dos eventos mais aguardados da cidade e todos estavam ansiosos por aquela noite. - Você está linda. – Disse Angel enquanto observava Alice se arrumando diante do espelho, ela estava usando um vestido preto longo de renda e predaria na parte de cima. – Ninguém diria que você se tornaria essa mulher linda, você era tão pequena. - Assim você vai me fazer chorar mãe. – Sorriu. – Não posso chorar no meu primeiro encontro. - Encontro? Com quem? - Daniel Collins. - O garoto mais desejado dessa cidade, você não podia ter encontrado uma disputa menor? - Foi ele que me encontrou, mãe. Não sei explicar, parece coisa de muito tempo atrás, parece que o conheço de outra vida. - Cuidado Alice, isso é muito recente para você está caracterizando dessa forma. - Você já se sentiu assim por alguém? - Não, o amor que senti pelo seu pai foi construído durante uma vida. Nos conhecíamos desde pequeno. Eu não vivi esse imediatismo. - Você deveria tentar viver agora. – Sorriu. – Você vai aparecer por lá depois? - Se minha dor de cabeça melhorar, quem sabe. Alice ouviu a buzina do carro de Daniel, se despediu da mãe e foi de encontro ao rapaz que a esperava do lado de fora do carro ansioso. - Não há palavras para mencionar sua beleza, Ali. Daniel sorriu ao ver o quão linda Alice estava. Em seu coração havia um conforto que ele não sentia há muito tempo. Ele havia jurado nunca mais gostar de alguém, mas aquela
  • 4. garota de olhos azuis brilhantes estava mudando aquela promessa e ele parecia apreciar isso. ... A noite estava mais estrelada do que nunca. A prefeitura estava toda iluminada com luzes espalhadas por todo o prédio, manobristas na porta recolhendo os carros dos convidados, garçons a serviço de todos a qualquer momento. A praça em frente à prefeitura também estava iluminada e haviam fotos das pessoas que morreram no incêndio. David Thompson, o prefeito, estava mais radiante do que nunca, fazia questão de mostrar para todos o quanto seu filho, James, havia crescido. Richard sentia-se mal por toda aquela exclusão, mas como estava ao lado de Melody tentava disfarçar. - É como se eu não fosse filho. – Disse em tom de sussurro. - Você disse algo Rich? – Melody parou de mexer em seu celular e voltou o olhar para Richard. - Não, esquece. – Deu de ombros. – Meu Deus! – Gritou enquanto olhava Alice entrar no salão principal acompanhada por Daniel, os únicos convidados que faltavam eram os Collins. Megan olhava para os dois como se a morte fosse pouco para o que ela desejava fazer com eles, ela estava acompanhada por Hanna que por sua vez era acompanhante de Matthew. Todos os convidados tinham o olhar voltado para os Collins, eles representavam algum tipo de realeza na cidade por se tratar de uma das famílias fundadoras da cidade logo após os Campbell. Logan observava Alice espantado, ela trazia pra ele as lembranças de sua juventude, ele caminhou até ela e fez uma reverência diante dos Collins. - Não seja tolo, Logan. – Disse Peter Collins, médico conceituado da cidade e patriarca da família. - Vocês são a realeza, meu caro amigo. David não deve estar contente com isso. - Ele sabe muito bem que só conseguiu ser prefeito porque meu marido não se candidatou. – Afirmou Susan. - Nos vemos novamente, Alice. – Logan sorriu. – Como está sua mãe? Por que ela não veio? - Receio em dizer que os Johnson não fazem parte da elite da cidade, somos meros plebeus. - Você certamente não se enquadra no estilo plebeia, Ali. – Daniel disse sorrindo e tentou segurar a mão de Alice que se esquivou. - Já posso morrer ou vou ter que aturar mais um pouco tudo isso? – Louise estava tensa e não queria por nada estar ali.
  • 5. - Isso são modos Louise? – Questionou Susan. - Se precisar de mim, mãe, estarei sofrendo nesse inferno de festa. Com licença. – Caminhou pelo salão. - Perdoe a Louise, Logan. Adolescentes, você sabe como são, afinal você tem um. - Agora dois. Adotei o filho de um conhecido. Ele está logo ali. – Apontou para Matthew que está ao lado de Ethan. – Os dois são fáceis de se levar, consigo respirar aliviado. – Sorriu. - Nós vamos cumprimentar os outros convidados, com licença. – Peter caminhou acompanhado por Susan. - Guarde a última dança para mim Alice, se possível. - Claro Sr. Davis. – Alice sorriu. Alice e Daniel caminharam pelo prédio, ele apresentou a ela cada canto do lugar e contou histórias de quando era pequeno e se escondia ali junto com James. Os dois riram e conversaram como se não houvesse uma festa ao redor deles. Alice contou sobre como era morar em Nova York e já não se notava o tom de angústia em sua voz. Ela estava em paz. Ao final da excursão eles voltaram para o salão principal e notaram que vários casais estavam se alinhando para dançar. Alexia, primeira dama, se aproximou dos dois. - Não pense que vai escapar da dança, Daniel. - Não posso obrigar a minha acompanhante a dançar, tia Alex. - Seria uma honra, Dan. – disse Alice sorrindo. Daniel a puxou delicadamente e a envolveu em seus braços. – Vamos seguir algum tipo de coreografia? - Não precisamos nos importar com o resto. – os dois sorriram. Ao som de Beirut – Elephant Gun os dois dançaram como se não houvessem outras pessoas olhando. Aos poucos a coreografia que Alexia havia imaginado deu lugar para casais que tentavam acompanhar os passos de Alice e Daniel. Alice fechou os olhos e sentiu uma leve brisa tocar seu rosto, quando abriu os olhos não estava mais no prédio da prefeitura e sim, em um jardim imenso procurando por alguém, ela podia ouvir a pessoa rindo, mas não a encontrava. Daniel a trouxe de volta do devaneio sussurrando em seu ouvido que aquela era umas das melhores noites de sua vida. Os olhos de Alice encontraram os de Daniel e quando ele a puxou pra mais perto de seu corpo, ela não temeu o toque, não havia mais o que temer. A música já havia mudado, mas eles não haviam notado. - Talvez devêssemos caminhar um pouco mais lá fora. - Isso é algum tipo de armadilha para ficarmos sozinhos?
  • 6. - Eu posso te beijar aqui mesmo, não me importo. - Eu te encontro lá fora, Dan. Só vou pegar algo para beber. Alice foi até o bar pegar algo que refrescasse toda aquela emoção que estava sentindo. Ela sentiu uma mão pesada tocar seu ombro. - Primeira vez que frequenta uma festa e já rouba toda a atenção Alice Johnson. – Disse o homem afrodescendente de corpo escultural, sorriso largo e olhar penetrante. Alice virou-se para olhá-lo e sentiu um frio na espinha ao vê-lo sorrir. – O prefeito já está pensando em te apresentar o filho dele. Duas vodcas puras, por favor. – Pediu ao bartender. - E você quem é? - Michael O’brien, assessor pessoal do prefeito e treinador do time de futebol nas horas vagas. – Beijou a mão de Alice delicadamente. - Como você sabe o meu nome e sobrenome? – Alice puxou a mão que Marcel estava segurando. - Não há nada que eu não saiba. Algum motivo em especial para a sua mãe ter voltado? - Você deveria perguntar a ela. - Por que está tão na defensiva? - Talvez seja porque festa não é lugar para interrogatório, Sr. O’brien. – Disse a moça de cabelos loiros, alta e com corpo escultural, mais conhecida por Ethan como Anna. – Que tal você pegar suas duas vodcas e passear um pouco? - Aproveite enquanto há jovens tolos para introduzi-la em festas de alta classe, Senhorita... - Anna. Somente Anna. - Suspeitei que não estava na lista. – Michael pegou os dois copos que estavam sobre o balcão. – Nos vemos por aí, Alice. Com licença. - Obrigada pela ajuda. – Alice sorriu para a estranha. - Agradeça-me depois. Anna seguiu seu caminho sorrindo, mais à frente ela deu de cara com Max, o professor de história. Alice voltou sua atenção para os dois que pareciam já se conhecer, ela tentou entender o que ambos conversavam, mas foi interrompida por Richard e Melody. - Mais uma na rede do senhor O’brien. – Richard cutucou Melody que estava atenta a tela do celular novamente. - Você disse O’brien? – Questionou Alice.
  • 7. - Sim, por quê? - Eu acabei de conhecer um rapaz com mesmo sobrenome. - Um homem que mais lembra um predador e dá frio na espinha? - Sim. – Alice respondeu com um olhar confuso. - Ele e o Michael são parentes, não me pergunte como ou o porquê, mas são. A diferença é que o Max parece ser menos puxa saco do meu pai. - Rich não é fã dele desde pequeno. – Retrucou Melody que já havia desistido de obter resposta de seu celular. - Eu tenho certeza que ele faz a cabeça do meu pai contra mim. Ele é o motivo do meu pai não me aceitar. - Eu já disse pra você que o único motivo é o seu pai ter uma mente pequena e preconceituosa. – Rebateu Melody. – Me admira ele ter conseguido vencer a candidatura. - E o seu irmão Mel? Cadê ele para você se preocupar? – Richard saiu de perto das duas. - Ele não quis dizer isso, Mel. - Eu não devia ter me metido no assunto da família dele. Ele está certo Ali, eu deveria me preocupar com o meu irmão ao invés de ficar esperando mensagens de alguém da Califórnia ou ficar criticando o meu melhor amigo. - O Marcel vai voltar, Mel. – Alice abraçou Melody e lembrou da última vez que o viu. - Atenção todos! – David estava no topo da escada que dava acesso ao segundo andar do prédio. Ao seu lado estava Alexia, Richard e James, ele bateu delicadamente em uma taça de champanhe para obter a atenção de todos os convidados. Daniel entrou e olhou para Alice que estava de mãos dadas com Melody, ela pediu desculpa e ele apenas sorriu como um ato de aceitação ao pedido. – Vamos dar início ao jantar e logo em seguida as homenagens, obrigado a todos pela presença. Um apagão tomou conta de todo o prédio. Os convidados ficaram sem entender nada. David pedia para que todos se acalmassem, mas aquele silêncio seguido de uma escuridão era meio que assustador. O silêncio tomou conta de todos, Alice sentiu alguém segurar sua mão, era Matthew. Ele sussurrou em seu ouvido que iria tirar ela e Melody dali. Ouviu-se um grito enorme vindo da praça e as luzes voltaram. Daniel conseguiu ver que os dois estavam de mãos dadas antes que eles pudessem se soltar. Alice se afastou de Matthew e correu em direção ao grito sendo seguida pelo restante dos convidados. Na praça, estava Louise ajoelhada diante do corpo de Marcel pendurado em uma árvore. A cabeça estava separada do corpo e grudada ao corpo havia uma placa com uma frase escrita em sangue que dizia: “Sentiu minha falta amor? ”. Alice deu um passo para trás e Matthew a segurou, em sua mente vinha as imagens da última vez que o viu e o quanto
  • 8. havia desejado que ele nunca voltasse. No fundo ela sentia que alguém sabia o que ele tinha feito e começou a chorar. - Loui, vamos sair daqui. – Disse Daniel enquanto tentava levantar Louise do chão. - Meu filho! – Laurel gritava em prantos e Thomas a segurava para que ela não se aproximasse do corpo. – O meu menino Thomas! O meu menino! - Gritava. Todos os convidados estavam paralisados. William, o delegado, e Michael aos poucos foram dispersando as pessoas. Melody estava estática olhando para um ponto fixo, dos seus olhos não saia nenhuma lágrima. Richard a levou para dentro da prefeitura, Matthew e Daniel fizeram o mesmo com Louise e Alice. Na cena do crime só ficaram Thomas, Laurel, Peter, David, William e Michael, enquanto alguns convidados iam embora. - Talvez você deva considerar levar a Laurel para casa, Thomas. – Disse David. - Eu não vou a lugar algum, David. – Laurel enxugou as lágrimas e engoliu o choro restante que ainda havia dentro de si. – Você não pode proibir uma mãe de acompanhar o que aconteceu com o filho. - A polícia pode. – Rebateu David. - Se você ousar me tirar daqui eu juro que faço um escândalo. Eu digo a todos o quanto a sua família falhou em proteger essa maldita cidade, ou você pensa que eu esqueci que esse lance de memorial na prefeitura não passa de remorso por tudo o que ela fez? - Eu não sei do que você está falando. – David deu as costas para Laurel. - Você sabe muito bem David! O seu pai destruiu os Campbell e fez pacto com o Diabo! – Gritava Laurel. - Já chega Laurel! – Gritou Thomas. – Vamos embora daqui. – Pegou Laurel pelo braço que relutou. - É o nosso filho, Thomas! Você não pode me negar isso! - É o seu filho! Vamos embora! Você pode fazer qualquer coisa que quiser, destruir a casa ou algo do gênero, mas não vai fazer escândalo diante de uma cidade. - Por que você está fazendo isso comigo? – Laurel chora. – Por que Thomas? - Porque você ainda tem uma filha, o mundo não acabou Laurel. Laurel se soltou de Thomas e caminhou na direção do carro, a todo momento ela olhava para trás e via o corpo de seu filho. Thomas pediu para que Michael cuidasse de Melody que logo estaria de volta e assim ele levou Laurel embora. ...
  • 9. Daniel, Alice, Louise, Melody, Matthew, Richard e Logan foram os únicos convidados que ficaram na prefeitura. William logo após de chamar o legista interrogou Louise que apenas disse como encontrou o corpo por acaso e que não viu ninguém colocar ele lá. Daniel ficava a todo momento ao seu lado, enquanto sua mãe estava no escritório conversando com Alexia. Ethan havia levado Megan e Hanna embora a pedido de Logan. Alice permanecia imóvel diante de uma janela que dava de cara ao lugar em que o corpo estava. Ela olhava para o lugar e lembrava da mensagem que estava grudada ao corpo de Marcel. Melody era confortada por Richard e finalmente havia chorado a morte do irmão. Matthew se aproximou de Alice lentamente e voltou seu olhar para onde ela estava observando. - Tentando desvendar o mistério? – Questionou. - Não. – Alice enxugou a lágrima que teimava em escorrer. – Apenas tentando entender. - Entender o que Alice? - O que há com essa cidade? Eu tinha pra mim que não passava de um lugar de caipiras e de repente as pessoas estão morrendo diante de todos e ninguém faz nada. - Por se tratar de uma cidade pequena, muitas vezes eles não conseguem lutar contra o inimigo. Ainda mais quando guarda tantos mistérios. - O que você sabe que eu não sei? - Eu sei o mesmo que você. Só tenho umas perguntas sem respostas. – Matthew tocou a mão de Alice. Ela viu pela janela o jardim que havia visto antes e encontrou o menino com os mesmos olhos que Matthew. – Seja quem for que tenha feito isso, fez um favor. Ele era louco. - Não. – Alice olhou para Matthew e soltou sua mão. – Não se cura loucura com a morte, com licença. – ela caminhou até onde estavam Daniel e Louise. ... O restante da noite foi longo. Melody foi levada para casa por Richard que ficou para dormir, ele fazia questão de confortar a amiga. A perda havia atingido ela de uma forma tão grande que nem foi capaz de notar que a tão esperada mensagem finalmente tinha chegado. Daniel tentou deixar Alice em casa, mas foi impedido por Logan que fez questão de realizar o favor. Daniel e Alice se despediram brevemente e Logan a levou para casa acompanhado por Matthew. Apesar de confiar em Matthew, um garoto que ela mal conhecia, Alice se sentia estranha na presença de Logan. - Uma pena que não tivemos a última dança. – Disse Logan enquanto a acompanhava até a porta. Matthew aguardava no carro. - Não era pra ser.
  • 10. - Alice! – Gritou Angel saindo da casa. – Eu assisti o noticiário. – Abraçou Alice bem forte. – Você está bem? - Sim mãe. Quem não está muito bem é a sua amiga Laurel. - Eu já liguei para ela, mas não fui atendida. – Soltou Alice. - Eu preciso descansar. Obrigado por ter me trazido, Sr. Davis. - Pode me chamar de Logan. – Alice sorriu e entrou na casa. - Novamente você e a Alice perto. Por que o Daniel não a trouxe? - Aparentemente a irmã dele achou o corpo do Marcel. Essa cidade está começando a me lembrar dos acontecimentos que antecederam o incêndio. - A diferença é que não existe nenhuma Ashley. - Depende do ponto de vista de cada um. - Nem comece Logan. Eu notei o jeito como você olha para a Alice. Ela não é a Ashley. É a minha filha e você não é homem para ela. Você tem idade para ser... Esquece. - Pai dela. Se eu e a Ash tivéssemos uma filha seria bem parecida com ela. - Infelizmente nunca saberemos isso, já que seus amigos fizeram questão de mudar o futuro. Tenha uma boa noite Logan e evite de voltar aqui. – Angel entrou na casa sem olhar para trás e apagou as luzes. ... Ao fim daquela noite, Louise voltou a ter o sonho com rapaz que dizia sentir frio e pedia para que ela o salvasse. Enxergando com mais clareza, não se tratava de um rapaz e sim de um menino que brincava perto do lago Lake e após quase se afogar reclamava do frio que estava sentindo. Uma mulher de sorriso encantador toda molhada o enrolou em uma toalha e o colocou em seu colo. - Que susto você me deu, filho. - Eu precisava pegar o carrinho que caiu no lago, mamãe. Ele é meu carrinho preferido. - Você tem vários, Marcel. Aquele não fará falta. - Eu amo aquele mais do que todos. - Às vezes é necessário deixar as coisas irem, ainda que tenhamos imenso amor por elas. Prometa que você deixará o seu carrinho ir embora. Seu pai ficou muito bravo com o que você fez, a sua irmã até acordou com os gritos dele. - O papai me odeia mãe?
  • 11. - Ninguém é capaz de odiar um menino como você, mas saiba que ainda que o mundo te odeie, eu terei o amor do universo para lhe dar. Amor não lhe faltará meu pequeno Marcel. Você é e foi amado pelos seus dois pais de verdade. – a mulher beijou delicadamente a testa de Marcel e acariciou seu rosto. Louise acordou do sonho com o coração angustiado. Diante de seus olhos ela via a imagem de Marcel todo molhado em sua cama. - É a minha lembrança preferida, Loui. Nesse dia eu tive certeza de que nada importava enquanto a minha mãe me amasse. Mas eu não cumpri a minha promessa. - Eu não estou vendo você. – Louise estava assustada. – Isso é mais miragem, loucura ou qualquer outra coisa. - Não Louise. Você foi a única pessoa capaz de escutar meu pedido de socorro. Você é diferente. Eu preciso que você entregue uma mensagem a alguém. - Quem fez aquilo com você? - Eu não sei. Já não importa mais. Eu preciso que você diga a Alice que sinto muito por aquela noite. Eu deveria ter deixado ela ir, ainda que algo em mim desejasse que ela ficasse. Quando a gente gosta, precisamos deixar ir. - Marcel... - Prometa que contará a ela, eu não tenho muito tempo. - Eu prometo. Sinto muito não ter te ajudado. - Algumas almas não têm salvação Louise. É a lei da vida. – Marcel sorriu. – Adeus Louise. Marcel desapareceu e Louise teve a certeza de que ele havia ido embora para sempre. Apesar de sentir alguns segundos de paz, no fundo ela sabia que aquela não seria a última perda de Witchwood. Marcel e Tiffany foram apenas o começo de algo muito maior do que o incêndio de dezessete anos atrás, mas que no fim das contas tinha os mesmos motivos.